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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO GABINETE DO CONSELHEIRO SUBSTITUTO MARCELO VERDINI MAIA

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(1)TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO GABINETE DO CONSELHEIRO SUBSTITUTO MARCELO VERDINI MAIA PLENÁRIO VOTO GA-1 PROCESSO: TCE-RJ 214.617-6/19 ORIGEM: PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE NOVA FRIBURGO ASSUNTO: EDITAL DE LICITAÇÃO CONCESSÃO OU PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO Nº. 001/2019. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE NOVA FRIBURGO. EDITAL DE CONCORRÊNCIA PÚBLICA VISANDO A CONCESSÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS POR ÔNIBUS. ATENDIMENTO INTEGRAL À DECISÃO ANTERIOR. CIÊNCIA AO PLENÁRIO. ACOLHIMENTO DAS RAZÕES DE DEFESA. CONHECIMENTO DO EDITAL. COMUNICAÇÃO COM DETERMINAÇÕES.. PROCEDÊNCIA. PARCIAL. DA. REPRESENTAÇÃO. CIÊNCIA À CONSELHEIRA SUBSTITUTA ANDRE. SIQUEIRA. MARTINS. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS.. ENCAMINHAMENTO. POSTERIOR ARQUIVAMENTO. Versa o presente sobre o Edital de Concorrência n.° 001/2019 (processo administrativo nº. 5186/2018), encaminhado pelo Município de Nova Friburgo, cujo objeto constitui a seleção de pessoas jurídicas, para a execução de transporte coletivo de passageiros por ônibus, com a outorga onerosa da concessão do serviço público, organizado em 02 (dois) lotes de atuação, pelo prazo improrrogável de 10 (dez) anos, no valor global estimado de R$ 5.621.252,52 (cinco milhões seiscentos e vinte e um mil duzentos e cinquenta e dois reais e cinquenta e dois centavos), atualmente adiada sine die. O critério de julgamento foi indicado como maior oferta de outorga. Trata-se da quarta submissão a julgamento. Relaciona-se ao presente feito o processo TCE-RJ nº. 213.539-1/19, referente à Representação com pedido de tutela provisória, formulada pela sociedade Friburgo Auto Ônibus Ltda., inscrita no CNPJ sob o nº. 30.538.060/0001-23, com sede da Av. Governador Roberto Silveira, nº 3612, Conselheiro Paulino, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, RJ, em relação a possíveis E08.

(2) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. irregularidades contidas no Edital, que tramita em apenso e receberá voto em conjunto nesta oportunidade. Quando da primeira análise da Representação supramencionada, o exame da tutela provisória pleiteada foi sobrestado e foi concedido prazo para que o Município se manifestasse quanto aos fatos alegados pela Representante. Ato contínuo, o Jurisdicionado encaminhou o documento TCE-RJ n.° 26.589-3/19 e o feito foi submetido à Coordenadoria de Exame de Editais que anotou que apesar do registro dos dados do edital no banco de dados do Tribunal, o instrumento convocatório propriamente dito não fora encaminhado à Corte para fins de análise prévia. Ato contínuo, o Corpo Instrutivo deste Tribunal, considerando critérios de risco, materialidade e relevância, na forma da Deliberação TCE-RJ n.° 280/17, entendeu oportuna a determinação ao Jurisdicionado para que encaminhasse à Corte o referido instrumento por meio do sistema informatizado e-TCERJ. Na mesma oportunidade, com fulcro na referida Deliberação, o Secretário-Geral de Controle Externo encaminhou o Ofício SGE/CEE n.° 050/19, com vistas ao adiamento do certame que estava agendado para 19.06.2019. Em 19.06.2019, proferi decisão monocrática nos autos do processo TCE-RJ n.° 213.539-1/19, determinando a manutenção do adiamento da Concorrência n.° 001/2019, o conhecimento da Representação, com o sobrestamento da análise do seu mérito, reiterado em 31.07.2019 e em 18.12.2019, bem como foram determinadas medidas relacionadas às providências necessárias ao envio dos documentos relativos ao presente edital, por meio do sistema e-TCE, a constituir processo apartado, com a expedição de ofício à Representante. Feitas tais considerações, cumpre mencionar que nos autos do processo TCE-RJ n.° 213.5391/19 foi informada pelo Jurisdicionado a existência de processo judicial movido pela sociedade Friburgo Auto Ônibus Ltda., ora Representante, em curso junto à Comarca de Nova Friburgo (processo TJRJ 0005923-27.2019.8.19.0037), com o objetivo de suspensão do procedimento licitatório, bem como o fato de que a Representante é a atual concessionária dos serviços. Em 02.08.2019, foi juntado aos autos o documento TCE-RJ n.° 031.004-0/19, relativo ao Ofício n.° 253/2019/CF encaminhado pela Juíza da 2ª Vara Cível da Comarca da Nova Friburgo para fins de comunicação acerca da decisão de indeferimento da tutela pleiteada pela sociedade Friburgo Auto Ônibus Ltda., bem como para o envio da cópia da petição inicial e da manifestação do Município de Nova Friburgo nos autos do processo TJRJ 0005923-27.2019.8.19.0037. O Ofício foi E08.

(3) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. recebido inicialmente pela Procuradoria-Geral deste Tribunal em 09.07.2019, quando já havia sido encaminhado o Ofício SGE/CEE 050/19, de 13.06.2019, para o adiamento do certame em razão da identificação de mais de 30 falhas que deveriam ser corrigidas ou justificadas pela Administração, de modo que, após ter vista do referido documento, identifiquei a necessidade de ser dada ciência à SGE acerca das informações prestadas, efetivada em 26.07.2019. Por ocasião da primeira submissão plenária do presente feito, realizada em 17.07.20191, foi empreendida a comunicação ao Prefeito do Município de Nova Friburgo para que complementasse a instrução processual, tendo em vista que o exame dos autos evidenciou a necessidade de diversos reparos ao instrumento convocatório, bem como foi realizada determinação ao responsável e a posterior remessa dos autos à CGD. Em atenção à mencionada decisão, o jurisdicionado encaminhou novos elementos, autuados sob o documento eletrônico TCE-RJ n.° 43.300-8/19, que foram analisados por este Tribunal. Em sessão de 30.10.2019, ante a necessidade de outros ajustes ao instrumento convocatório, formalizou-se nova comunicação ao responsável. Transcorrido em branco o prazo para cumprimento da decisão, considerando que o Ofício SSE/CSO n.° 35.275/2019 foi recebido em 06.11.2019, o Plenário, em 18.12.2019, determinou a realização de notificação ao Sr. Renato Pinheiro Bravo, atual Prefeito do Município de Nova Friburgo, para que apresentasse razões de defesa em virtude do não atendimento à decisão Plenária, bem como a sua comunicação para adotar as providências descritas naquela decisão. A referida decisão foi materializada por meio do encaminhamento dos Ofícios PRS/SSE/CSP/NP n.°s 41.158 e 41.159/2019. O gestor municipal, então, encaminhou esclarecimentos e documentos, bem como suas razões de defesa, consubstanciados nos documentos TCE-RJ n.° 4575-9, 5410-0 e 5548-3/2020. Da análise dos elementos carreados aos autos, a Coordenadoria de Exame de Editais, em 20.02.2020, opinou pela ciência ao Plenário, pelo acolhimento das razões de defesa, pela procedência parcial do mérito da Representação, pelo conhecimento do edital de Concorrência n.° 001/2019, pela expedição de ofício à Representante e pelo posterior arquivamento do feito, a saber:. 1. As íntegras de todas as decisões mencionadas http://consulta.tce.rj.gov.br/consulta-processo/Processo.. neste. voto. estão. disponíveis. para. consulta. em: E08.

(4) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. I – pela CIÊNCIA AO PLENÁRIO acerca das informações contidas nos documentos TCE/RJ nºs 4575-9/20 (arquivo de 10/02/20), 5410-0/20 (arquivo de 17/02/20) e 5548-3/20 (arquivo de 17/02/20); II – pelo ACOLHIMENTO DAS RAZÕES DE DEFESA apresentadas pelo Sr. Renato Pinheiro Bravo, Prefeito do Município de Nova Friburgo; III – pela PROCEDÊNCIA PARCIAL do mérito da Representação (proc. TCE/RJ nº 213.539-1/19), pelas razões contidas na instrução do presente processo; IV – pelo CONHECIMENTO do Edital de Concorrência nº 001/2019 (processo administrativo nº. 5186/2018), encaminhado pelo Município de Nova Friburgo, com seguintes itens a seguir relacionados: IV.1 - Antes da realização do certame licitatório, atenda os seguintes itens: - Considerando a previsão do art. 376, §1º, da Lei Orgânica do Município de Nova Friburgo (Lei 4.637/2018), realize juízo discricionário acerca da possibilidade de prorrogação do contrato. Caso decida rever os subitens que vedam a possibilidade de prorrogação do contrato, retifique o edital passando a prever a possibilidade de prorrogação lastreada em prévio estudo técnico que avalie a qualidade do serviço, o valor de outorga e as tarifas do serviço, bem como a conveniência e a oportunidade da prorrogação em detrimento da realização de novo certame, alinhando o edital à jurisprudência dominante8 no TCERJ. - Publique errata contemplando todas as alterações realizadas no presente edital, observando as regras do art. 21 da Lei 10520/02 c/c art.8º, §1º, IV e §2º da Lei 12.527/11; e - Remarque a data para a realização da licitação, observando as regras do art. 21 da Lei 8.666/93 e do art. 8º, §1º, IV e §2º da Lei 12.527/11; V – pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO ao Representante, devidamente qualificado nos autos do proc. TCE/RJ nº 213.539-1/19, a fim de que tome ciência da decisão desta Corte; e VI – pelo ARQUIVAMENTO do processo.. O douto Ministério Público Especial, representado pelo Procurador-Geral, Dr. Sergio Paulo de Abreu Martins Teixeira, em 27.02.2020, manifesta-se de acordo com a sugestão proposta na instrução técnica, a saber: Em razão do exposto, o Ministério Público de Contas opina, favoravelmente, pela CIÊNCIA AO PLENÁRIO; pelo ACOLHIMENTO DAS RAZÕES DEFESA; pela PROCEDÊNCIA PARCIAL; pelo CONHECIMENTO DO EDITAL DE CONCORRÊNCIA Nº 001/2019 com as DETERMINAÇÕES constantes do subitem IV.1 transcrito no relatório supra; pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO ao Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Nova Friburgo a fim de que tome ciência da decisão a ser proferida pelo Augusto Colegiado, para que sirva como subsídio ao Processo Judicial 000592327.2019.8.19.0037; pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO à Representante dando ciência da respectiva decisão, e; pelo ARQUIVAMENTO do presente processo, bem como do Processo TCE-RJ 213.539-1/19.. É O RELATÓRIO. E08.

(5) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. Registro que atuo nestes autos por força dos Atos Executivos nºs 20.788 e 20.796, publicados no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro nas datas de 04 e 12 de abril de 2017, respectivamente. O Jurisdicionado informou que o certame permanece adiado sine die e, quanto ao questionamento a respeito da prestação dos serviços de transporte coletivo de passageiros atualmente, limitou-se a informar o seguinte: (...) os serviços de transporte coletivo têm sido prestados sob o comando constante dos Termos Aditivos de Prorrogação de Prazo, celebrado em 20 de setembro de 2019, oriundo do Termo de Ajustamento de Conduta conjuntamente com o Ministério Público do Estado. Todas essas informações já foram prestadas nos autos do processo TCE 206.712-4/2014, Ofício SSE/CSO 28389/2019.. Da análise dos autos do mencionado processo TCE-RJ n.° 206.712-4/14, de relatoria da Conselheira Substituta Andrea Siqueira Martins, foi possível extrair elementos mais robustos para a verificação da determinação contida no item 2.1 do voto anterior, o que passo a expor. O referido processo tem por objeto a análise do ato de dispensa de licitação, fundamentado no artigo 24, inciso IV da Lei n.° 8.666/93, formalizado entre a Prefeitura do Município de Nova Friburgo e a sociedade empresária FAOL – Friburgo Auto Ônibus Ltda. (Representante nos autos do processo TCE-RJ n.° 213.539-1/19, apenso ao presente). A Concorrência Pública n.° 001/2007 (procedimento administrativo n.º 18.633/2007), que culminou na outorga onerosa da concessão dos serviços à FAOL, era dividida em três lotes, havendo a mencionada sociedade, única participante do certame, apresentado proposta para todos. No entanto, em razão de disposição contida, à época, no item 7.1 do edital em razão do teor do art. 215 da Lei Orgânica Municipal, vedando o monopólio na execução dos serviços de transportes públicos na localidade, a FAOL retirou a proposta apresentada para o lote 01, o que acarretou a deserção do certame para esse agrupamento. Nesse sentido, foram celebrados termos de adesão de concessão referentes aos lotes 02 e 03 e, em relação ao lote 01, a Administração optou pela realização de nova licitação e formalização de ato de dispensa, com fulcro no art. 24, inciso IV Lei n.° 8.666/93, para evitar solução de continuidade ante a essencialidade do serviço. Realizado novo certame para a concessão dos serviços do lote 01, em que pese inicialmente as sociedades FAOL e Empresa Tanguá Ltda. tenham participado da licitação, o procedimento foi E08.

(6) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. declarado mais uma vez deserto, eis que as licitantes não se apresentaram na fase de abertura de propostas. Assim, os serviços continuaram a ser prestados por meio do contrato decorrente do ato de dispensa supracitado. Não foi noticiada nova tentativa de licitar os serviços contidos no lote 01 no período de 2012 até a deflagração do certame, cujo edital ora se analisa, havendo o jurisdicionado apresentado documento que informa a alteração em 2018 da Lei Orgânica Municipal (Lei Municipal n.° 4.637/2018), em que foi suprimida a vedação ao monopólio dos serviços e incluída no artigo 381, § 3º a previsão de que “as concessões serão conferidas de modo a procurar evitar o monopólio, principalmente, a dominação do mercado”. Aduziu ainda que o edital foi elaborado em consonância com o novo regramento e que os lotes foram reorganizados, de modo “a proporcionar uma maior atratividade e economicidade, e equilíbrio contratual, e evitar deserção”2. Ademais, o Jurisdicionado anexou àqueles autos o Termo de Ajustamento de Conduta, firmado entre o Município, a sociedade empresária FAOL e o Ministério Público Estadual, em que afirmou que celebraria termos aditivos de prorrogação do prazo das concessões dos lotes 02 e 03 3, eis que o contrato terminaria em 23.09.2018, bem como apresentou os referidos termos naquele momento. Dessa forma, é possível depreender que os serviços de transportes públicos do Município de Nova Friburgo continuam sendo prestados até os dias atuais por meio de contrato oriundo de ato de dispensa (lote 01) e da prorrogação das outorgas de concessão do serviço (lotes 02 e 03). Nesse sentido, uma vez que o processo TCE-RJ n.° 206.712-4/14 é de relatoria da Conselheira Substituta Andrea Siqueira Martins, julgo pertinente lhe dar ciência acerca da presente decisão. Outrossim, entendo necessário também dar ciência ao Ministério Público Estadual a respeito dos fatos abordados nestes autos para que adote as providências que entender cabíveis, uma vez que celebrado Termo de Ajustamento de Conduta em razão da prestação precária dos referidos serviços. No que tange à análise das razões de defesa apresentadas pelo gestor municipal, convém destacar que, ao compulsar os autos, verifica-se que o Jurisdicionado, de fato, não remeteu resposta 2. Informações e excertos extraídos do processo TCE-RJ n.° 206.712-4/14, documento TCE-RJ n.° 58.417-4/2019. “Considerando que o Município de Nova Friburgo afirmou que realizará aditivo de prazo ao contrato de concessão celebrado com a FAOL – Friburgo Auto ônibus Ltda., passando a referida sociedade empresária a prestar os serviços de transporte coletivo sob essa condição, até que se conclua o correto e necessário procedimento licitatório”, processo TCE-RJ n.° 206.712-4/14, documento TCE-RJ n.° 58.417-4/2019. 3. E08.

(7) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. em atendimento ao voto proferido na sessão de 30.10.2019, tampouco solicitou prorrogação de prazo, motivo pelo qual o Plenário deliberou, em 18.12.2019, pela notificação do mesmo para apresentação de razões de defesa pelo descumprimento da referida decisão. Instado a se manifestar, em apreço à ampla defesa e ao contraditório, o Jurisdicionado alegou, em síntese que, (i) equivocadamente, acreditava ter pedido a prorrogação do prazo, contudo, “acabou não processando de modo regular no SICODI a conclusão do encaminhamento”, incorrendo em um “erro de procedimento no envio”, o que configuraria erro escusável; (ii) todas as exigências e justificativas solicitadas foram cumpridas pelo Jurisdicionado; (iii) atuou pautado pelos deveres de cooperação e de lealdade, bem como que agiu de boa-fé. Em que pese a ausência de resposta à decisão anteriormente proferida por este Tribunal de Contas, de acordo com o Corpo Instrutivo, as informações apresentadas por meio dos documentos eletrônicos TCE-RJ n.°s 4575-9/2020 e 5410-0/2020 esclarecem o cumprimento das providências determinadas em 30.10.2019. Nesse sentido, acompanho o entendimento destacado na instrução e acolho as razões de defesa apresentadas pelo Jurisdicionado (documento TCE-RJ n° 5548-3/2020), tendo em vista também que considero demonstrado, neste processo, o empenho da Administração na conclusão do exame do feito, especialmente em razão da adoção das cerca de vinte medidas determinadas na sessão anterior. No que concerne à análise do instrumento convocatório, conforme pontuado na instrução técnica, o Jurisdicionado cumpriu integralmente os itens da comunicação anterior, uma vez que apresentou os documentos e esclarecimentos solicitados, assim como procedeu aos ajustes determinados no edital. Ademais, destaca-se que o responsável encaminhou as erratas elaboradas em virtude das mencionadas alterações, não havendo nos autos elementos que expressem a intenção de revogar o procedimento licitatório em tela. Desta forma, a CEE procedeu à análise dos novos elementos trazidos pelo Jurisdicionado e entendeu que foram adotadas todas as medidas necessárias ao prosseguimento da licitação pelo responsável. Ressalta-se que o Corpo Técnico se pronunciou conclusivamente a respeito da adequação do estudo de viabilidade econômico-financeiro elaborado pelo jurisdicionado, consignando que este “consigna todas as despesas a serem incorridas pelo futuro prestador do serviço de transporte coletivo”. Portanto, cabe apenas determinar que a municipalidade disponibilize E08.

(8) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. cópia integral atualizada do edital, de seus anexos e das erratas em seu sítio eletrônico, bem como que promova a publicação das referidas erratas nos órgãos de imprensa oficial e em jornal de grande circulação, o que deve ser providenciado antes da realização do certame, em observância do art. 21 da Lei n.º 8.666/93. Sendo assim, acompanho o parecer das instâncias instrutivas, uma vez que não foram identificados óbices ao prosseguimento do processo licitatório, cabendo ressaltar que as determinações aqui preconizadas poderão ser objeto de futuras verificações deste Tribunal, inclusive em sede de auditoria, cabendo ao responsável a adoção das medidas antes do prosseguimento da licitação, sob pena de nulidade dela e dos atos decorrentes. Destaco, ainda, que o conhecimento do Edital atesta tão somente a regularidade do controle prévio realizado pelo Tribunal de Contas, exercido na fase interna da licitação em relação a aspectos predominantemente formais do certame, cabendo a Jurisdicionada permanecer vigilante para que o procedimento licitatório transcorra de forma lícita, proba e transparente. Quanto ao mérito da Representação (processo TCE-RJ n.° 213.539-1/19), que tramita em apenso aos presentes autos, em que pese corrobore o entendimento do Corpo Técnico quanto à possibilidade de previsão de prorrogação do prazo do contrato de concessão à luz da Teoria Econômica das Concessões, entendo que a inclusão da referida disposição no instrumento convocatório se insere no âmbito de discricionariedade da Administração, não havendo que se falar em irregularidade da cláusula que prevê a impossibilidade de renovação do contrato, considerando também que o exame das instâncias instrutivas concluiu pela adequação do estudo de viabilidade econômico-financeiro, conforme já mencionado nesta decisão. No que diz respeito à previsão de pagamento pelo custo da regulação do sistema no valor de um porcento da receita do Serviço de Transporte Coletivo (STCO) do Município, a ser calculado sobre o faturamento mensal da concessionária, ressalto que o tema é controvertido em doutrina e escasso na jurisprudência. Para o enfrentamento da questão é necessário, em um primeiro momento, verificar se o serviço sujeito à regulação ou à fiscalização da Administração é público ou privado para, em um segundo momento, identificar a natureza jurídica do valor cobrado em virtude da atividade de controle estatal – taxa ou preço público.. E08.

(9) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. Nesse tocante, corroboro o entendimento sustentado por relevante parcela da doutrina4 que defende que os serviços públicos e a exploração privada de monopólios ou bens estatais não estariam sujeitos ao poder de polícia estatal, uma vez que, mesmo que delegados ao particular, permanecem sob a titularidade do Estado. Assim, os valores cobrados a título de “taxa de regulação” não constituiriam exação, mas sim preço público destinado ao ressarcimento das despesas com a fiscalização dos serviços. De acordo com Alexandre Santos de Aragão, “o poder de polícia incide apenas sobre atividades privadas, não sobre serviços, monopólios ou bens públicos, que, como sabemos, são, ainda que explorados por particulares, de titularidade estatal”5. Destaco que, ainda que o referido posicionamento tenha sido pensado em relação à instituição de “taxas de regulação” por agências reguladoras, a mesma razão se aplica à hipótese ora analisada de fiscalização exercida pela secretaria municipal competente, eis que o cerne da discussão é o objeto do exercício do poder de polícia estatal (serviço público ou atividade privada). Ademais, Hely Lopes Meirelles assevera que “é comum, ainda, nos contratos de concessão de serviço público a fixação de um preço, devido pelo concessionário ao poder concedente a título de remuneração dos serviços de supervisão, fiscalização e controle da execução do ajuste, a cargo deste último”6. Dessa forma, não há que se falar em irregularidade na disposição do instrumento convocatório que fixa a obrigatoriedade de pagamento pela concessionária do custo de regulação do sistema, eis que este não se confunde com exercício do poder de polícia, tampouco é cobrado em virtude de serviço público prestado pelo Estado à concessionária. A referida cobrança possui natureza contratual, caracterizando-se como preço público, motivo pelo qual me filio à conclusão apresentada pelo Corpo Instrutivo em seu parecer técnico. Em relação aos demais pontos impugnados, acolho o parecer das instâncias instrutivas para julgar parcialmente procedente a Representação, consignando que os interessados poderão acessar o inteiro teor das manifestações do Corpo Instrutivo e do Ministério Público Especial em espaço próprio para as consultas processuais no sítio eletrônico do Tribunal7. 4. Por todos, Alexandre Santos de Aragão e Marcos Juruena Villela Souto. ARAGÃO, Alexandre Santos de. Agências reguladoras e a evolução do direito administrativo econômico. 3. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 353. 6 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 42. ed. / atual. até a Emenda Constitucional 90, de 15.9.2015. São Paulo: Malheiros, 2016, p. 294. 7 Disponível em: http://www.tce.rj.gov.br/consulta-processo/Processo. 5. E08.

(10) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. Consigna-se ainda que, para todos os efeitos, o responsável também deverá, antes da realização do certame, sob pena de nulidade dele e dos atos decorrentes, republicar o aviso da licitação, observando o que dispõe o art. 21, da Lei nº. 8.666/93, além de divulgar a iniciativa no sitio eletrônico oficial (internet) em atenção ao que determina o art. 8º da Lei nº. 12.527/11, razão pela qual farei constar do dispositivo deste voto determinação neste sentido. No que tange à correlação entre a matéria tratada nestes autos e outros feitos em análise neste Tribunal, entendo que, após a adoção das medidas preconizadas nesta decisão, deverá ser realizado o relacionamento de mérito destes autos ao processo TCE-RJ n.° 206.712-4/14, relativo ao ato de dispensa por meio do qual parte dos serviços vem sendo prestados, sem prejuízo ao arquivamento do feito sugerido pela instrução. No mais, em virtude da comunicação encaminhada a este Tribunal por parte do Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Nova Friburgo informando a existência do Processo Judicial 000592327.2019.8.19.0037, que pugna pela anulação da Concorrência Pública n.° 001/2019, determino que seja oficiado aquele Juízo, a fim de que também tome ciência da decisão ora proferida por esta Corte de Contas. Em face do exposto, posiciono-me PARCIALMENTE DE ACORDO com o Corpo Instrutivo e o Ministério Público Especial. Minha parcial divergência reside na inclusão de comando relativo (i) à ciência à Conselheira Substituta Andrea Siqueira Martins, (ii) ao Ministério Público Estadual e (iii) ao Juízo da 2ª Vara Cível de Nova Friburgo a respeito dos fatos abordados nesses autos, bem como (iv) no relacionamento de mérito do presente ao processo TCE-RJ nº. 206.712-4/14, no SCAP, sem prejuízo ao arquivamento sugerido pela instrução. VOTO: 1 – Pela CIÊNCIA AO PLENÁRIO a respeito das informações contidas nos documentos TCE-RJ n.° 4575-9, 5410-0 e 5548-3/2020, encaminhados em atendimento à decisão de 18.12.2019; 2 – Pela ACOLHIMENTO das razões de defesa apresentadas pelo Sr. Renato Pinheiro Bravo, Prefeito do Município de Nova Friburgo; 3 – Pelo CONHECIMENTO do Edital de Concorrência nº 001/2019 (processo administrativo nº. 5186/2018), encaminhado pelo Município de Nova Friburgo, sendo certo que outras questões,. E08.

(11) TCE-RJ PROCESSO nº. 214.617-6/19 RUBRICA Fls.:. inclusive no tocante à legalidade, à economicidade e à legitimidade poderão ser objeto de futuras ações fiscalizatórias a serem empreendidas por este Tribunal de Contas; 3 – Pela COMUNICAÇÃO ao Sr. Renato Pinheiro Bravo, Prefeito do Município de Nova Friburgo, com base no § 1º do art. 6º da Deliberação TCE-RJ nº 204/96, para que cumpra, previamente a realização do certame, as seguintes DETERMINAÇÕES: 3.1 – Publique o aviso de remarcação da licitação e das erratas formalizadas ao edital, observando o que dispõe o art. 21, da Lei nº. 8.666/93, além de divulgar a iniciativa no sítio eletrônico oficial (internet) em atenção ao que determina o art. 8º da Lei nº. 12.527/11; 4 – Pelo PROCEDÊNCIA PARCIAL do mérito da Representação (proc. TCE/RJ nº 213.5391/19), pelas razões contidas na instrução do presente processo; 5 – Pela CIÊNCIA à Conselheira Substituta Andrea Siqueira Martins acerca dos termos da presente decisão; 6 – Pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO ao Ministério Público Estadual, a respeito dos fatos abordados nestes autos para que adote as providências que entender cabíveis; 7 – Pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO ao Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Nova Friburgo a fim de que tome ciência desta decisão proferida pela Corte de Contas, no que tange ao seu relacionamento com Processo Judicial n.° 0005923-27.2019.8.19.0037; 8 – Pela EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO à Representante, Friburgo Auto Ônibus Ltda., a fim de que tome ciência da decisão desta Corte; 9 – Pelo ENCAMINHAMENTO do feito ao NDG para fins de remessa à Coordenadoria competente para formalização do relacionamento de mérito, no Sistema de Controle e Acompanhamento de Processos – SCAP, do presente feito e do processo TCE-RJ n.° 206.712-4/14; 10 – Pelo posterior ARQUIVAMENTO dos autos. GA-1, MARCELO VERDINI MAIA Conselheiro Substituto. Assinado Digitalmente por: MARCELO VERDINI MAIA:02161209779 Data: 2020.03.13 15:53:41 -03:00 Razão: Processo 214617-6/2019. Para verificar a autenticidade acesse http://www.tcerj.tc.br/valida/. Código: 04DC-0B29-C470480C-86FB-023C-B12C-C4B2 Local: TCERJ. E08.

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