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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MARCIO SHELLEY SILVA GALDINO

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Academic year: 2022

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE DA FAMÍLIA. MARCIO SHELLEY SILVA GALDINO. “Um pouco de suor nunca fez mal a ninguém”: Caracterização e Percepções acerca dos Grupos de Atividade Física na Estratégia Saúde da Família em Sobral – CE.. Sobral - CE 2014.

(2) MARCIO SHELLEY SILVA GALDINO. “Um pouco de suor nunca fez mal a ninguém”: Caracterização e Percepções acerca dos Grupos de Atividade Física na Estratégia Saúde da Família em Sobral – CE.. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará (UFC), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Saúde da Família. Orientadora: Profª. Drª. Maria Adelane Monteiro da Silva. Sobral - CE 2014 2.

(3) MARCIO SHELLEY SILVA GALDINO. “Um pouco de suor nunca fez mal a ninguém”: Caracterização e Percepções acerca dos Grupos de Atividade Física na Estratégia Saúde da Família em Sobral – CE.. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Universidade Federal do Ceará (UFC), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Saúde da Família.. Aprovada em: ___/ ___/ ___. BANCA EXAMINADORA. ___________________________________________ Profª. Drª. Maria Adelane Monteiro da Silva (Orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC). ___________________________________________ Prof. Dr. Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes Neto Universidade Federal do Ceará (UVA). ___________________________________________ Prof. Dr. Léo Barbosa Nepomuceno (Avaliador Externo) Universidade Federal do Ceará (UFC). 3.

(4) Dedico ao meu tudo, minha família: minha mãe Solange, meu pai Neto (in memorian), irmãos Simone e Sâmio; sobrinhos: Sofia, Maria Luísa, Marcos Ítan; e meu Anjo: Soraia (in memorian).. 4.

(5) AGRADECIMENTOS Agradecer à força suprema que chamamos de Deus, por todos os anjos que ele colocou durante esse percurso, me auxiliando em cada momento do meu caminhar. À minha família, meu alicerce, meu tudo: minha mãe (Solange) por me ensinar desde pequeno o valor e a dignificação do estudo, meu maior exemplo de amor incondicional. Minha irmã (Simone) por toda preocupação e atenção para comigo. Meu irmão (Sâmio) pelo exemplo de batalhador que me transmite e que a cada dia busco ser. Meus sobrinhos (Sofia, Maria Luísa e Marcos Ítan) por abrilhantarem minha vida e encher de esperança no futuro. À Neta e Azarias, por escolherem fazer parte dessa benção. E à minha irmã Soraia (in memorian), meu anjo, minha guardiã, minha luz. Por todas as súplicas que lhe fiz quando estava mais angustiado. Meu melhor é para vocês! À Professora Adelane, um agradecimento sem tamanhos. Por aceitar me orientar e me dar um norte para a realização desta pesquisa, tornando possível o sonho de ser mestre. Ao Professor Geison, por todo apoio durante o mestrado. Por ter desempenhado o papel de professor, coordenador, orientador, conselheiro e amigo. Muito dessa conquista devo agradecer a você. À Glícia Martiniano, por todo auxílio durante a realização da pesquisa de campo, e por compartilhar de aflições produtivas junto comigo. Às amigas (para além) da turma de mestrado Fabiana e Polyana, por todo apoio compartilhado, todo o caminhar junto e todas as mensagens de encorajamento trocadas quando tudo parecia desandar. Foram meu amparo e estímulo em seguir adiante. Essa conquista é coletiva nossa. À Lilyane Fialho, a nutricionista mais educadora física, nasfiana mais residente que eu conheço. Obrigado pelo ombro todas as vezes que eu busquei. Por tudo compartilhado e pela luz que você erradia. Aos integrantes da Doce Mel: Gizélia, Cássia, Saiury, Massimino, pelo amparo e acolhimento constantes. Ao Christopher, por estar ao meu lado durante esse desgastante, porém recompensador, processo criativo. Obrigado pelo apoio, força e estímulo constante. Muito sentimento envolvido. Às companheiras de todas as horas Verônica, Leane e Ludiane, por todo apoio durante várias etapas e conquistas da minha vida.. 5.

(6) À Kallvyanne, a irmã que Deus me deu a oportunidade de escolher. Tudo que passamos, e que ainda iremos passar, será para chegarmos à felicidade plena e constante. Obrigado por compartilhar de todas as dores e delícias junto comigo! Aos amigos de todos os ciclos: Lidiany Tributino, Gilmário Rebouças, Myrla Soares, Marianne Negreiros, Timbó Neto, Magno de Castro, Adriano Martins, Renata Aleane, Lígia Livalter, Janaína Azevedo por todo apoio e estímulo que me deram e me fizeram seguir adiante mesmo com toda adversidade encontrada. Aos companheiros da Secretaria do Esporte: Shelda Bedê, Neyla Frate, Carlos Augusto, Maria do Carmo, Rosaldo Freire, Teresa Cristina, João Paulo, Antônio Filho e Socorro Lobato, por entenderem a importância desse processo e me liberarem para realização da pesquisa. À todos Enfermeiros, Gerentes, Agentes Comunitários, Profissionais de Educação Física, demais profissionais da saúde e usuários dos grupos, por colaborarem tão solicitamente com a realização desse estudo. Muito obrigado por me impulsionarem adiante!. 6.

(7) “O homem não tem um corpo separado da alma. Aquilo que chamamos de corpo é a parte da alma que se distingue pelos seus cinco sentidos” (William Blake). 7.

(8) RESUMO A realização de Grupos de Atividade Física na Estratégia Saúde da Família tem se mostrado uma importante ferramenta na promoção de saúde e prevenção de agravos. O presente estudo tem como objetivos mapear os grupos de atividade física na ESF de Sobral, caracterizar os grupos existentes e conhecer a percepção dos participantes acerca desses grupos. Foi realizado um mapeamento e caracterização de todos os grupos de atividade física ativos nos Centros de Saúde da Família da sede do município. Trata-se de uma pesquisa e campo, sustentada numa abordagem qualitativa do tipo exploratória e descritiva com enfoque fenomenológico—hermenêutico. Para coleta das informações foram utilizados o diário de campo e entrevista semi-estruturada e com questões abertas, além de roteiros de observação e caracterização. Dos 17 centros de saúde na sede, foram identificados a existência de grupos ativos em 13. Após o mapeamento desses grupos, deu-se a caracterização dos mesmos, para então descobrir quais atividades eram desenvolvidas. Foram encontrados 5 tipos diferentes: caminhada, ginástica, idosos, convivência e postura, porém o único grupo de postura encontrava-se inativo. Desses, foram realizadas visitas em 4 grupos, sendo realizadas observações dos momentos e, posteriormente, entrevista com o profissional cuidador e com um usuário, seguindo os critérios de inclusão desses sujeitos. Através da análise da caracterização pode-se constatar que o público é predominantemente mulheres idosas, a média dos encontros é de 60 minutos, e os profissionais cuidadores desses espaços são, em sua maioria, profissionais de educação física e agentes comunitários de saúde. Através das falas dos sujeitos podemos apreender quatro categorias para análise das percepções: controle das doenças e agravos não transmissíveis, a construção de vínculos, relação positiva entre profissional e usuários e reconhecimento profissional. Esses fatores influenciaram de forma consubstancial para início e continuidade das atividades. Ao final, constatou-se que os grupos de atividade física são espaços para além simplesmente da prática, são espaços promotores de saúde através do fortalecimento dos vínculos e da construção de relações que influenciam de maneira significativa o cuidado em saúde. Como fragilidades desse estudo, pode-se apontar a delimitação da amostra, sendo possível entrevistar somente um profissional e um usuário de cada tipo de grupo, bem como visitar e observar somente um grupo de cada tipo identificado, reduzindo assim as discussões que porventura poderiam surgir. Palavras – Chave: Atividade Física, Estratégia Saúde da Família, Grupos. 8.

(9) ABSTRACT Achieving Physical Activity Groups in Family Health Strategy has been an important tool in health promotion and disease prevention. This study aims to map the groups of physical activity in the FHS Sobral, characterize the existing groups and meet the participants' perception about these groups. Mapping and characterization of all asset groups physical activity at the Centers for Family Health of the county seat was held. It is a research and field, sustained a qualitative approach with exploratory and descriptive phenomenological-hermeneutic approach. To collect information daily semistructured and open-ended questions and field interviews were used in addition to screenplays observation and characterization. Of the 17 health centers at headquarters, the existence of active groups in 13 After mapping these groups was the characterization of them, and then find out what activities were developed were identified. 5 different types were found: walking, gymnastics, elderly, living and posture, but the only group found itself laying down. These visits were conducted in four groups and conducted observations and moments later interview with the professional caregiver and a user, following the inclusion criteria of these subjects. Through analysis of the characterization can be seen that the audience is predominantly elderly women, average encounters is 60 minutes, and caregivers of those spaces are professionals, mostly physical education professionals and community health workers. Through the participants' speech can apprehend four categories for analysis of perceptions: control of non-communicable diseases and injuries, building links, positive relationship between professionals and users and professional recognition. These factors influenced the consubstantial way for beginning and continuing activities. At the end, it was found that groups of physical activity are spaces beyond simply the practice spaces are health promoters by strengthening ties and building relationships that significantly influence the health care. As weaknesses of this study, we can point out the boundaries of the sample, being only able to interview a professional and a member of each group type, as well as visit and observe only one set of each type identified, thus reducing the discussions that could possibly arise. Key – Words: Physical Activity, Family Health Strategy, Groups.. 9.

(10) LISTA DE ABREVIATURAS. ACS. Agente Comunitário de Saúde. APS. Atenção Primária à Saúde. BVS. Biblioteca Virtual em Saúde. CNS. Conselho Nacional de Saúde. CONFEF. Conselho Federal de Educação Física. CSF. Centro de Saúde da Família. ESF. Estratégia Saúde da Família. MASF. Mestrado Acadêmico em Saúde da Família. NASF. Núcleo de Apoio ao Saúde da Família. OMS. Organização Mundial de Saúde. PNPS. Política Nacional de Promoção da Saúde. RMSF. Residência Multiprofissional em Saúde da Família. SUS. Sistema Único de Saúde. TCLE. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. UFC. Universidade Federal do Ceará. UVA. Universidade Estadual Vale do Acaraú. 10.

(11) SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO: Primeiras Palavras .................................................................. 12. 2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 17. 3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 18. 3.1 Grupo de Atividade Física na ESF: uma forma ativa de fazer saúde ................ 18 3.2 Educação Física e Estratégia Saúde da Família em Sobral ................................ 24 4. METODOLOGIA ................................................................................................ 29. 4.1 Descrição da Pesquisa ......................................................................................... 29 4.2. Lócus da Pesquisa ................................................................................................ 29. 4.3. Delimitação dos Sujeitos ...................................................................................... 30. 4.4. Etapas e Instrumentos para Coleta das Informações ......................................... 31. 4.5 Análise e Interpretação das Informações Coletadas ........................................... 33 4.6 Aspectos Éticos Considerados .............................................................................. 34 4.7 Retorno dos Resultados da Pesquisa aos Sujeitos Participantes ........................ 34 5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ................................ 35. 5.1 Levantamento e Caracterização dos Grupos de Atividade Física ....................... 36 5.2. Percepções de Profissionais Cuidadores e Usuários acerca dos Grupos de. Atividade Física ............................................................................................................ 40 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 46 REFERÊNCIAS................................................................................................... 47 APÊNDICES ........................................................................................................ 51 ANEXOS .............................................................................................................. 59. 11.

(12) 1. INTRODUÇÃO: Primeiras Palavras. “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê” (Arthur Schopenhauer). O desenvolver desse escrito, por vezes, confunde-se com o meu caminhar acadêmico e profissional, seja dentro do núcleo de minha categoria de atuação (Educação Física), seja no campo mais abrangente da Estratégia Saúde da Família (ESF). Sendo formado pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), numa perspectiva tecnicista, os conteúdos transmitidos e assimilados durante o período de graduação eram voltados para a prática técnica da Educação Física: esporte de rendimento, estética e musculação ou iniciação esportiva e educacional. Nenhuma dessas vertentes abrangia uma prática de atividade física voltada para o campo da saúde, desconsiderando assim, um importante espaço de atuação. Após graduar-me, tive experiência nas duas áreas específicas as quais fui formado: ambiente escolar e academia de musculação. O despertar para o campo da ESF veio através do ingresso na Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF), o que me possibilitou uma ampliação dos horizontes profissionais, proporcionando a (re)construção do pensar Educação Física, adaptando para realidades diversas, até então, desconsideradas no meu processo de formação e atuação. A atuação enquanto Residente Multiprofissional foi um enriquecimento. Atuar com outras categorias, construir vínculos, tornar-me profissional responsável por um território adscrito, atuar junto às comunidades, desenvolver atividades diversas, foram ações cotidianas do fazer saúde que agregaram valores pessoais e profissionais, transformando minha prática e levando-me a questionar, refletir e reconstruir os ditames de minha atuação enquanto Profissional de Educação Física. Dentro das atividades desenvolvidas nesse período de atuação, era perceptível a necessidade de realizar Grupos de Atividade Física nos territórios aos quais estava 12.

(13) vinculado (Complexo Sinhá Sabóia e COHAB II), grupos conhecidos popularmente como “Grupos de Ginástica”. Essa necessidade fez-se visível a partir da preocupação em se desenvolver atividades de Promoção da Saúde, numa perspectiva de agregar lazer e bem estar, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida dos participantes. Os Grupos de Atividade Física também mostraram-se ricos ao passo que consegui agregar outras categorias profissionais, enriquecendo mais ainda as atividades realizadas, e ampliando a gama de saberes compartilhadas entre os participantes. Dentre as categorias que se envolveram ativamente nos Grupos de Atividade Física, cito: Fisioterapia, Psicologia, Nutrição e Agente Comunitária de Saúde (ACS). Com o desenvolver das atividades de Grupo, bem como observações da prática cotidiana dos Centros de Saúde da Família (CSF), pude perceber, ainda que de forma empírica, que os Grupos de Atividade Física tinham um público mais frequente e fiel, sendo raros os períodos em que diminuíam o número de participantes, o que era visivelmente difícil para outros tipos de grupos realizados em que havia pouca adesão. Outra constatação diz respeito aos aspectos relacionais e a construção de vínculo dentro dos momentos coletivos: os participantes se conheciam e se tratavam pelos nomes, se organizavam para irem juntos aos encontros, convidavam outros a participarem, no caso de faltas, eles se informavam o motivo e tinham uma preocupação e cuidado uns com os outros e com o profissional que conduzia o momento. A partir dessas observações, despertou-me o interesse de realizar como Trabalho de Conclusão de Curso da RMSF uma pesquisa sobre a motivação dos usuários a participarem dos Grupos de Atividade Física. Essa pesquisa foi realizada nos territórios atendidos pela RMSF onde aconteciam esses grupos. Como resultado, constatou-se três grandes motivações: o bem estar físico e mental, a preocupação com a saúde e controle de doenças crônicas degenerativas (a exemplo da Hipertensão e Diabetes) e a construção de vínculo entre os participantes, e destes com o profissional que conduz o grupo. Com o ingresso no Mestrado Acadêmico em Saúde da Família (MASF) pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e movido pelos achados do Trabalho de Conclusão de Curso da RMSF, cresceu o desejo de conhecer e analisar os Grupos de Atividade Física existentes no município de Sobral – CE, dentro da ESF, sabendo da 13.

(14) variedade de atividades realizadas nesses grupos, bem como da dinamicidade dos territórios, da gama de categorias profissionais que conduzem esses momentos e também a particularidade de cada usuário que participa dos mesmos. Verifica-se, que existem vários fatores que podem auxiliar tanto a inserção quanto na permanência dos indivíduos na realização de atividades físicas, e isso passa por aspectos da educação, do âmbito familiar e social, da área da saúde e da economia, da quebra de vários paradigmas, enfim, dos aspectos que permeiam a qualidade de vida da população (MICHELI, 2007). Levantar, caracterizar e, por fim, analisar as percepções sobre os Grupos de Atividade Física na ESF de Sobral proporcionará uma visão mais ampla das ações de saúde existentes no município, bem como fortalecerá a compreensão desses Grupos enquanto espaços promotores de saúde, tanto para os demais profissionais que compõem a Estratégia Saúde da Família, quanto para os usuários. No intuito de construir um embasamento teórico para o trabalho de modo a contemplar os objetivos propostos, foi necessária a realização de buscas em artigos e periódicos para a obtenção de conhecimento sobre as publicações existentes e de que maneira os autores vem trabalhando e discutindo as práticas corporais nos grupos de atividade física na Estratégia Saúde da Família. Para a construção do referencial teórico que compõe o corpo desse estudo, foram realizadas pesquisas em artigos e períodos publicados na internet, bem como nas publicações da Revista SANARE e nos trabalhos de conclusão de curso da RMSF, em Sobral. Nos periódicos indexados através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Inicialmente foram consultados os descritores exatos atividade motora, exercício, ginástica, saúde da família, atenção primária à saúde e o termo grupo de atividade física, uma vez que não foi encontrado nenhum descritor exato ou aproximado para esse termo. Realizando uma pesquisa por descritores isoladamente, foram encontrados 22.642 artigos. Após essa etapa, foi necessário, refinar essa pesquisa, unindo dois ou mais descritores ou termos. Desse modo chegamos ao seguinte resultado: atividade motora and atenção primária à saúde: 210 artigos; ginástica and atenção primária à saúde: 12 artigos; atenção primária à saúde and atividade motora and saúde da família: 14.

(15) 30 artigos; atenção primária à saúde and exercício and saúde da família: 231 artigos; atenção primária à saúde and grupo de atividade física and saúde da família: 07 artigos; grupo de atividade física and atenção primária à saúde: 34 artigos; atenção primária à saúde and ginástica and saúde da família: não foi encontrado nenhum artigo. Totalizando 524 artigos encontrados. Em busca de lacunas de conhecimento ainda existentes nas publicações que fazem referência à temática, foram utilizados alguns critérios para seleção dos artigos, a saber: ser texto disponível na íntegra; estar em português, inglês ou espanhol e ter relação com a temática abordada nesse estudo. A partir da utilização desses critérios, deu-se a leitura dos resumos de todos os artigos encontrados, para selecionar os que seriam pertinentes de serem utilizados. Foram selecionados 41 artigos. Desse total, excluindo-se os artigos em duplicidade, chegamos ao número de 28 artigos. Sendo estes, utilizados na construção dessa pesquisa. Para aproximação com o conhecimento produzido, também foram consultadas as edições da Revista SANARE publicadas entre os anos de 1999 e 2013, bem como os trabalhos de conclusão de curso do curso de especialização em RMSF, da categoria de Educação Física. Foram pesquisadas produções que faziam menção às experiências de atividades grupais na Estratégia Saúde da Família no município de Sobral (CE), bem como de experiências relacionadas à categoria de Educação Física, nesse âmbito. Após a identificação das produções e leitura dos resumos, foram selecionados 08 artigos publicados na SANARE e 07 trabalhos de conclusão de curso que fazem menção à temática abordada nesse estudo. A partir da obtenção desses quantitativos, podemos observar a fragilidade no que diz respeito às publicações na área da Educação Física na ESF em Sobral. Sabemos que muito se faz, porém, as experiências, na maioria das vezes, não são sistematizadas e perdem-se ao longo do tempo. Grande parte dos artigos publicados faz menção às melhorias que a atividade física proporciona para seus praticantes, relatando os reflexos positivos que essa prática tem no controle e acompanhamento da hipertensão e diabetes, bem como de outras doenças crônicas degenerativas, reforçando assim a orientação para se manter um estilo de vida ativo e saudável.. 15.

(16) Em contrapartida a literatura pouco faz menção a outros aspectos que estão atrelados à essa prática como os reflexos não fisiológicos dessas atividades para quem as pratica, bem como as percepções e sentimentos que envolvem os profissionais e os usuários ao participarem desses momentos. A realização dessa pesquisa fez-se necessária para o âmbito da saúde coletiva, tendo como pano de fundo a ESF, como uma forma de compreender melhor as diversas possibilidades do fazer saúde dentro dos Grupos de Atividade Física. Também como em específico para a categoria de Educação Física, uma vez que há uma escassez de pesquisas nesse sentido para a área, tendo esta uma grande possibilidade de contribuir consubstancialmente na construção do saber da categoria dentro da Saúde da Família.. 16.

(17) 2. OBJETIVOS.  Mapear os Grupos de Atividade Física acompanhados por profissionais da Estratégia Saúde da Família do município de Sobral – CE;  Caracterizar os Grupos de Atividade Física da Estratégia Saúde da Família do município, existentes entre os meses de maio a julho de 2014;  Conhecer a percepção dos participantes (profissionais e usuários) acerca desses grupos.. 17.

(18) 3. REFERENCIAL TEÓRICO. 3.1 GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA NA ESF: uma forma ativa de fazer saúde. “Estar cheio de vida é respirar profundamente, mover-se livremente e sentir com intensidade” (Alexander Lowen). De acordo com Pichon-Rivière (2005) grupo é definido como um conjunto de pessoas ligadas entre si por constantes de tempo e espaço, articuladas por mútua representação interna, tendo como característica importante para sua finalidade a proposição explícita ou implícita de uma tarefa. Dessa forma, pertencer a um grupo implica na construção de um processo de socialização onde são estabelecidos códigos, reconhecidos valores e assimilada uma linguagem comum. Além da definição faz-se importante também conhecer a natureza dos grupos. Uma forma de caracterizá-los é a partir da finalidade a qual se propõem, podendo ser classificados em duas categorias: operativos e terapêuticos. Os grupos operativos são aqueles que centram-se na tarefa em si e cujo conceito é amplo em virtude das diversas possibilidade de aplicação prática. Os grupos terapêuticos, por sua vez se dividem em grupos de auto-ajuda, englobando a área médica em geral, a psiquiátrica, e os psicoterapêuticos, destinados à aquisição de insights (GODOY e MUNARI, 2006). No decorrer de algumas décadas, presenciamos no âmbito da saúde uma significativa transição epidemiológica, na qual as doenças infecto-contagiosas deram lugar às crônico-degenerativas, mostrando que os hábitos da vida social transformaramse de modo a propiciar o surgimento de complicações decorrentes desses agravos, aumentando a necessidade de serem pensadas ações de promoção de saúde. Dessa forma, movimentar-se é uma recomendação quase universalmente preconizada pelas organizações de saúde (BRASIL, 2009). Dentre as diversas ações de promoção e prevenção realizadas na ESF, as atuações em grupo são atividades que conferem maior autonomia e constituem um importante canal de fortalecimento e valorização dos diferentes sujeitos implicados no. 18.

(19) processo de produção de saúde: usuários, acompanhantes, profissionais de saúde e gestores (BRASIL, 2009). A Atenção Primária à Saúde (APS) busca atingir seus objetivos trabalhando com grupos, na expectativa de promover o aumento da consciência crítica por intermédio da troca de idéias entre os sujeitos. A estratégia de grupo pode contribuir na promoção, proteção e controle de doenças. Na perspectiva da saúde coletiva, o grupo é uma estratégia de trabalho e ao mesmo tempo de investigação das condições de populações de usuários do Sistema Único de Saúde – SUS (ALBUQUERQUE et al., 2012). Nos serviços de saúde, são diversos os grupos formados, vinculados aos CSF, tanto como forma de acompanhamento dos usuários, como para desenvolver ações de promoção e prevenção de agravos. Por ser uma estratégia preconizada pelo Ministério da Saúde, comumente encontramos grupos formados para responder a diversos públicos como: gestantes, crianças, idosos, hipertensos, diabéticos, entre outros. De acordo com Rodrigues et al. (2013), as atividades em grupo na ESF se constituem em ambientes coletivos de interação entre trabalhador e objeto/sujeito da ação, assegurados pela Política Nacional de Atenção Básica em Saúde, que estabelece o desenvolvimento de ações com o foco nos grupos de risco, objetivando intervir, preventivamente, no controle e aparecimento de doenças e agravos comunitários locais. As atividades em grupo diversificam-se num mesmo CSF, de acordo com o objetivo de cada grupo, bem como entre os CSF dos diferentes territórios, considerando que cada um tem sua demanda, seus interesses, suas características sociais e epidemiológicas e a disponibilidade de profissionais facilitadores. Atividades em Grupo, portanto, trata-se de uma estratégia de facilitação da construção e fortalecimento do vínculo entre os profissionais de saúde e usuários, podendo interferir positivamente na adesão ao tratamento e medidas de prevenção. A ESF compreende que grupos comunitários são espaços em potencial para a realização de atividades que visem a melhoria da qualidade de vida dos sujeitos. Dessa forma, surgem os Grupos de Atividade Física, desenvolvendo atividades diversas, incentivando a adoção de um estilo de vida ativo e mais saudável e, consequentemente, combatendo o surgimento e/ou agravamento de diversas doenças crônica-degenerativas como a hipertensão e diabetes. 19.

(20) Entendendo atividade física enquanto uma diversidade de práticas que estimulam a interação mente–corpo, proporcionam aos participantes uma maior consciência da sua integralidade enquanto ser humano, levando à melhoria da qualidade de saúde e de vida, atuando na promoção à saúde, prevenção e auxílio no tratamento de doenças e contribuindo também para a humanização dos serviços de saúde (BRASIL, 2009), podemos constatar que um espaço rico e propício para o desenvolvimento de diversas práticas corporais é a ESF, vertente brasileira da APS e que se caracteriza pela integralidade da atenção, atenção centrada na família, participação comunitária e ações de promoção e prevenção da saúde. Nos basearemos em Pitanga (2002, p52) para definir atividade física: atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos.. Nesse panorama, a prática regular de atividade física é reconhecida como um fator de proteção para diversas doenças e agravos, tornando-se assim uma importante estratégia para a saúde pública. Além de atuarem no combate ao crescimento das doenças crônicas, também diminuem o impacto econômico para o indivíduo, família e sociedade, uma vez que reduz os gastos com tratamentos e medicações (GOMES et al., 2009). A literatura mostra que um programa eficaz de acompanhamento às pessoas com Hipertensão e Diabetes deve conter o combate à inatividade física, tendo em vista que a prática regular de atividade física auxilia positivamente no controle glicêmico e pressórico dos participantes, bem como na redução do uso de medicamentos e complicações decorrentes dessas doenças (SILVA et al., 2012). A atividade física influencia de maneira positiva os componentes da aptidão física relacionados à saúde, como a força e a flexibilidade, que por sua vez, são importantes preditores de incapacidades, limitações funcionais e de mortalidade, tanto em adultos como em idosos. Assim, o papel da Atenção Básica é de suma importância, de acordo com Michelin et al.(2011, p 472):. 20.

(21) Diante da necessidade de transformar a atividade física da população em estilo de vida, medidas simples, se possível com a participação da Atenção Básica e seus profissionais, podem significar um grande impacto na melhoria dos índices de saúde populacional, e consequente redução dos custos a ela relacionados. A mudança no estilo de vida torna-se, portanto, caminho promissor no sentido de minimizar os prejuízos funcionais característicos da idade e da inatividade física.. A realização de atividade física tem sido amplamente difundida como meio promissor para manutenção da saúde e qualidade de vida, sobretudo para pessoas na terceira idade uma vez que a população brasileira vivencia atualmente um processo de envelhecimento populacional. Tal processo é acompanhado, muitas vezes, por um estilo de vida inativo, favorecendo, assim, a incapacidade física e a dependência. Nesse ponto, assumir um estilo de vida ativo é fundamental para a manutenção da qualidade de vida do indivíduo (MAZO, 2003). No que se refere particularmente ao idoso, a realização de atividades físicas, caracteriza um estilo de vida ativo e deve ser compreendida como uma forma de quebrar o círculo vicioso de aumento da idade-sedendarismo-doença-incapacidade, rompendo com os estereótipos de uma velhice sem movimento e sem participação ativa na sociedade (MAZO, 2008). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o sedentarismo seja responsável, anualmente, por 1,9 milhões de mortes no mundo. Dessa forma, o aumento da prática de atividade física, particularmente entre os segmentos populacionais com maiores prevalências de sedentarismo, representa, hoje, uma das principais políticas de saúde pública (ALVES et al., 2010). Citando Alves et al. (2010), no Brasil, o sedentarismo apresenta elevada prevalência, principalmente nas regiões menos desenvolvidas, como é o caso do Nordeste. Diminuir o sedentarismo e promover estilos de vida saudáveis com a participação da Atenção Básica à Saúde e seus profissionais representa um impacto positivo na melhoria dos índices de saúde populacional bem como nos custos relacionados à gestão dos serviços. Pensando-se em Promoção de Saúde dentro do contexto da ESF, a atividade física foge das concepções tecnicista e esportivista, onde os movimentos têm que ser perfeitos e sincronizados, e dá espaço a gestualidade e livre expressão corporal. 21.

(22) Entendendo que os gestos “sendo ao mesmo tempo natural e cultural, expressam a nossa própria vida. Complexo, dinâmico, em constante transformação, o corpo expressa por meio de gestos a relação com o mundo no qual está inserido” (MENDES, 2002). Instituída em 2006, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) aponta como uma das ações específicas, as práticas corporais e a atividade física, como formas de manter a melhoria da saúde e uma boa qualidade de vida das pessoas. Moreira (1997) afirma que “uma boa qualidade de vida tem, obrigatoriamente, que abranger comportamentos saudáveis. Neste aspecto, as atividades físicas constituem instrumentos essenciais na manutenção de uma vida bem equilibrada”. Dessa forma, as atividades físicas foram tomando espaço no discurso sobre promoção de saúde e prevenção de agravos. A PNPS, através de estudos que abordam o sedentarismo como problema de saúde pública, incentiva à prática de atividades físicas bem como reconhece a importância de proporcionar à população, espaços prazerosos e adequados, com segurança, arborização e transporte público Nesse sentido, em virtude de outros domínios da atividade física apresentarem dificuldades em sua modificação (caso de atividades ocupacionais), a atividade física no lazer parece receber um destaque especial em campanhas de promoção da atividade física, pois, pode ser modificada ( pode-se optar por ler um livro ou realizar uma caminhada ao ar livre). (CODONGO, 2012. p. 544).. A partir da PNPS, as atividades físicas ganharam espaço nas discussões da saúde, enquanto práticas promotoras de melhoria da qualidade de vida. Dessa forma, manter um estilo de vida ativo, realizando atividades sistemáticas, combatendo o sedentarismo e a inatividade física, tornou-se um importante aliado no cuidado com a saúde. Para Gomes e Zazá (2009), o hábito da prática de atividade física regular não se constitui apenas em um instrumento de inibição do aparecimento de muitas alterações orgânicas associadas ao processo degenerativo do envelhecimento, mas auxilia também na redução de estressores psicossociais sobre o indivíduo. Compreendendo então que a prática regular de atividade física reflete tanto nos aspectos fisiológicos como nos psicológicos do praticante, faz-se necessário também conhecer os motivos que influenciam as pessoas a adotarem esse hábito e praticar regularmente alguma atividade física quer seja em grupos ou individualmente.. 22.

(23) De acordo com Déa et al. (2009), vem sendo amplamente discutido na literatura a prática regular de atividade física, sendo essa uma estratégia primária, preventiva, atrativa e eficaz, como forma de manter e melhorar o estado de saúde física e mental em todas as idades, surtindo efeitos benéficos, diretos e indiretos, prevenindo e retardando as perdas funcionais decorrentes do envelhecimento. Impulsionadas pela publicação da PNPS, a atividade física passou a ocupar um lugar de destaque no Sistema Público de Saúde. Porém, muitas são as dificuldades para a sua implementação e incorporação à rotina da Atenção Básica. Uma delas diz respeito aos conteúdos, pois, na maioria das vezes, privilegia-se o fazer a atividade física e pouco se explora outras dimensões da relação entre profissional e comunidade (CARVALHO, 2006). Com uma visão de cuidado nas ações de saúde, levando para os grupos de atividade física na ESF, o ato de cuidar se daria não somente através da execução de exercícios em si, mas também da relação profissional-usuário e usuário-usuário, onde essas interações possibilitam o desenvolver de um sentimento de pertença a um grupo, tornando assim um reforçador do ato de cuidar da própria saúde e da saúde do outro. No tocante ao cuidado desses grupos, podemos perceber uma variedade de profissionais que estão à frente desses momentos, desvinculando a prática de atividade física somente à presença de um profissional de Educação Física. Entre as categorias profissionais atuantes nesses grupos, podemos citar: fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, enfermagem e os Agentes Comunitários de Saúde, que acompanham e desenvolvem as ações junto à comunidade em que atuam. Atividades grupais proporcionam o compartilhamento de experiências e favorecem o crescimento mútuo, dentro dos diversos tipos de grupos que podem ser realizados no âmbito da saúde, incluindo aqui os Grupos de Atividade Física. De acordo com Garcia et al. (2006): as atividade de grupo facilitam o exercício e estímulo da autodeterminação e da independência, podendo funcionar como uma rede de apoio que mobiliza as pessoas na busca da autonomia e de um sentido para a vida, na auto-estima e na melhora do senso de humor, sendo esses, aspectos essenciais para ampliar a resiliência e diminuir a vulnerabilidade. Na convivência com outras pessoas, criam-se vínculos que irão possibilitar o surgimento de organizações ou, no mínimo, o seu incentivo, promovendo a inclusão social. 23.

(24) Ainda citando Garcia et al. (2006) vemos que os grupos constituem-se enquanto uma alternativa para que as pessoas retomem papéis sociais ou outras atividades de ocupação do tempo livre e o relacionamento interpessoal e social. Agregam pessoas com dificuldades semelhantes e possibilitam o convívio. Assim, podemos perceber os grupos de atividade física na ESF como espaços para além da realização de uma prática corporal, são momentos de encontro, de socialização, de formação e fortalecimento de vínculos, tornando assim os participantes mais ativos, autônomos e responsáveis pelo seu processo de saúde-doença-cuidado.. 3.2 EDUCAÇÃO FÍSICA E ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM SOBRAL. Sobral, município do interior do Ceará, distando 235 km da capital Fortaleza, destaca-se no âmbito nacional como referência no desenvolvimento de ações na Estratégia Saúde da Família. Seu sistema de saúde é composto por atenção primária, secundária e terciária, e traz em seu desenho de profissionais o formato de equipes multiprofissionais, desenvolvendo ações de promoção e prevenção nos diversos espaços. O significativo aumento das doenças e agravos não transmissíveis exigiu do setor saúde a implementação de ações semelhantes à Política Nacional de Promoção da Saúde, que incentiva a realização de Práticas Corporais/ Atividade Física como um dispositivo para a diminuição da morbimortalidade por doenças do aparelho circulatório e na prevenção das doenças crônicas, a exemplo da diabetes, hipertensão relacionadas ao sedentarismo, obesidade e tabagismo (SILVA et al., 2009). Em 1999 há o registro da realização de um Grupo de Caminhada associado à ESF sendo realizado no distrito de Caracará. Nessa experiência, inovadora para a época, de acordo com Coelho et al. (1999), “ao iniciarmos a formação do Grupo de Caminhada, tínhamos como incentivo maior à convicção de estar participando de uma nova visão de saúde, construindo uma nova estratégia para promoção da saúde”. Ainda citando Coelho et al. (1999), o grupo de caminhada ainda proporcionava a construção de um novo círculo de amizades, um momento de socialização e convívio sadio, o que. 24.

(25) enfatiza a relevância da caminhada na variável psicossocial, além dos benefícios fisiológicos. No ano seguinte, 2000, deu-se a inserção do Profissional de Educação Física na Estratégia Saúde da Família no município. De acordo com Lucena et al. (2004, p. 88):. A conscientização dos gestores em criar um campo de saberes e práticas interdisciplinar foi imprescindível. Sendo o profissional de Educação Física um ator importante na intervenção do processo saúde/doença e possuindo um grande potencial de promover coletivamente ações de promoção da saúde, passou a integrar o quadro de profissionais da ESF de Sobral/CE, para interagir com a comunidade na busca de estratégias coletivas de prevenção de doenças, promoção de saúde e melhora da qualidade de vida da população.. Essa inserção despertou nos gestores a sensibilização para um novo olhar para os Profissionais de Educação Física como sujeitos relevantes no desenvolvimento de ações de promoção e prevenção, bem como no acompanhamento às pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, diminuindo assim o gasto com medicamentos, uma vez que a prática regular de atividade física controla os níveis glicêmicos e da pressão arterial, bem como desafoga a demanda dos Centros de Saúde, considerando que fora criado mais um espaço de acompanhamento desses sujeitos. Em 2003, foi realizado um encontro na Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia, em Sobral, onde foi criado um documento, que teve por base os dados do perfil epidemiológico do município, bem como a síntese de diversas discussões envolvendo a categoria de Educação Física, e o documento elaborado pelo Conselho Federal de Educação Física – CONFEF. Nesse documento foram definidos os objetivos, as competências e o fazer do Profissional de Educação Física na ESF. De acordo com o documento redigido, o objetivo principal para a Educação Física na ESF era fomentar e promover estilo de vida através da atividade física nas suas diferentes manifestações, constituindo-se em um meio efetivo para a construção coletiva da qualidade de vida. Como objetivos específicos: programar e fomentar a atividade física nos grupos operativos das Unidades Básicas de Saúde, visando o exercício como terapia e como estímulo à adesão ao tratamento através da auto-estima, 25.

(26) consciência corporal, autonomia na vida e em seu processo terapêutico e; articular as redes sociais, incluindo o PSF, no território, visando elaborar e programar projetos e atividades para promoção de estilos de vida saudáveis (LUCENA et al., 2004). Citando Lucena et al. (2004, p.89), as competências do Profissional de Educação Física para atuar na ESF são:.  Promover nos grupos operativos existentes nas Unidades Básicas de Saúde, atividades físicas como exercícios físicos, desportos, lazer, recreação e atuar junto aos outros profissionais de saúde apoiando ou organizando esses grupos (...);  Contribuir para formação integral de crianças, jovens, adultos e idosos no sentido da construção de cidadãos autônomos e conscientes, através da atividade física (...);  Colaborar e executar programas e projetos para promoção de estilo de vida saudável: ocupação do tempo ocioso e lazer, reflexão crítica sobre as atividades de vida diária;  Atuar junto a grupos de risco para a drogadição, o alcoolismo, a violência, a gravidez na adolescência, contribuindo para construção de alternativas e perspectivas de vida, de forma interdisciplinar e intersetorial;  Atuar intersetorial e interdisciplinarmente nos principais problemas sociais, culturais e econômicos, através de atividades físicas que possibilitem a agregação e coletivização.. A inserção do Profissional de Educação Física na RMSF deu-se no ano de 2001, juntamente com outras categorias profissionais, ampliando o leque de atores envolvidos nesse processo de aprendizado em serviço. Para a categoria de Educação Física particularmente, a inserção na Residência foi um grande avanço e uma relevante possibilidade de ampliar os conhecimentos adquiridos na academia. Não podemos desconsiderar que a formação em Educação Física contribui para uma concepção biologicista, reforçando o modelo biomecânico, construindo corpos “treinados” (a exemplo do desporto), “adestrados” (a exemplo das ginásticas) ou “habilitados” (a exemplo da educação física escolar), mantendo o foco no desempenho corporal dos praticantes (LUZ, 2007). Dessa forma, cabe ressaltar a importância da RMSF enquanto um espaço formador desses profissionais, despertando-lhes para as vivências dentro da ESF, indo na contramão dessas concepções adquiridas durante o período de graduação, não no sentido de desprestigiá-las, mas de agregar novos conhecimentos e transformar as práticas, visando a promoção de saúde. 26.

(27) Assim sendo, a prática de atividade física na ESF deve ter um foco mais ampliado, visando uma atividade onde sejam incentivadas outras dimensões, para além da corporal, devendo possuir uma visão social, compreendendo o sujeito enquanto ser ativo, inserido num contexto e com um círculo de relações ao seu redor. Como nos fala SILVA et al. (2009, p. 65):. Compreendemos que os objetivos da Educação Física por meio das práticas corporais (atividade física, exercício físico, dança, recreação, lazer e esporte) e avaliação corporal na APS/ ESF, precisam considerar a concepção de que a saúde é produzida socialmente e voltar-se para uma atuação que vise o bem estar e a qualidade de vida e de saúde da comunidade. Devem primar por relações interpessoais, comprometidas não somente com a mudança de atitude e comportamentos, mas, que fortaleçam os vínculos afetivos pela possibilidade da escuta qualificada e a construção. A partir das ações, de um espaço de cuidado com o usuário e o coletivo, sempre atentos para os fatores determinantes do processo saúde-doença, na busca da construção de estratégias coletivas para proporcionar ambientes e relações saudáveis.. Ainda citando Silva et al. (2009), o Profissional de Educação Física deve tomar em consideração também os aspectos epidemiológicos, demográficos e comunitários, juntamente com as equipes de saúde da família e atores comunitários com a intenção de integrar estas ações como parte da APS. A Residência Multiprofissional, além de contemplar essa complementação na formação dos Profissionais de Educação Física, ainda possibilita a inserção do mesmo numa equipe multiprofissional, dando-lhes a experiência de interagir com profissionais de outras categorias da saúde, planejando, executando e avaliando ações na ESF, buscando sempre a melhoria da qualidade de vida dos usuários do CSF. No ano de 2008, é aprovada a criação do NASF que contempla a Educação Física e diversas outras categorias profissionais para atuarem de maneira integrada como uma forma de apoio as equipes de Saúde da Família (SILVA E OLIVEIRA, 2013). Nesse panorama, com a inserção da Educação Física nas equipes, através da RMSF, do NASF, e do próprio Sistema de Saúde local, são diversas as ações realizadas no município de Sobral, desde a realização de diversos grupos, avaliação corporal integrada, visitas domiciliares, bem como atendimentos compartilhados, podemos perceber que muito é produzido por esses profissionais, porém pouco é sistematizado e 27.

(28) publicado, o que acarreta um prejuízo para a categoria, uma vez que se escasseiam as fontes e as ações perdem-se ao longo do tempo. Atualmente em Sobral, existem profissionais de Educação Física que realizam atividades no âmbito da saúde, em diversos vínculos. Tais profissionais integram as Residências Multiprofissionais em Saúde da Família e Saúde Mental, o Núcleo de Apoio ao Saúde da Família, ou são profissionais do Sistema de Saúde. Em sua atuação, podemos citar: a realização de grupos de atividade física diversos, visitas domiciliares, atendimentos compartilhados com outros profissionais, bem como ações de promoção e prevenção voltadas aos programas específicos existentes como Hiperdia.. 28.

(29) 4 METODOLOGIA 4.1 Descrição da Pesquisa A presente pesquisa, no intuito de atingir os objetivos expostos, caracterizou-se por ser uma pesquisa de campo, sustentada em uma abordagem qualitativa do tipo exploratória e descritiva, com o enfoque fenomenológico-hermenêutico. Para Minayo (2000), a abordagem qualitativa é aquela que corresponde a questões muito particulares, preocupando-se com o nível de realidade que não pode ser quantificada, ou seja, trabalha o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes que correspondem a um espaço mais profundo das relações, dos processos dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. No enfoque fenomenológico-hermenêutico o sujeito busca investigar o mundo pessoal das experiências e não um ente independente do sujeito. Nas pesquisas com abordagem fenomenológico-hermenêuticas o mundo é visto como inacabado e por isso o conhecimento é um processo dinâmico e constante (SILVA, 2010).. 4.2 Lócus da Pesquisa O campo da pesquisa foi o município de Sobral, situado na Região Noroeste do Ceará, distando 235 quilômetros da capital do estado. O município ocupa uma área de 2.129 quilômetros quadrados e tem uma população de 181.010 (IBGE, 2010). O Sistema de Saúde de Sobral é formado de serviços de atenção primária, secundária e terciária. Para o desenvolvimento das ações de atenção primária, este município conta com 27 Centros de Saúde da Família, distribuídos na sede e nos distritos. Considerando como critério de amostragem a viabilidade da execução de todas as etapas propostas a seguir, foram considerados somente os 17 Centros de Saúde da Família da sede do Município, e desses, foram escolhidos os territórios que contemplaram a existência de diferentes Grupos de Atividade Física acompanhados por profissionais da Saúde.. 29.

(30) O levantamento e caracterização foram realizados entre os meses de maio a junho de 2014. Assim, foram contemplados os territórios que possuíam Grupos de Atividade Física ativos. São eles: Alto da Brasília, CAIC, Novo Recanto, COHAB II, Coelce, Dom Expedito, Estação, Junco, Pedrinhas, Sinhá Sabóia, Sumaré, Terrenos Novos e Centro. Os CSF´s dos bairros Expectativa, Padre Palhano e Tamarindo possuem grupos de atividade física, porém no período da pesquisa estavam inativos, o que inviabilizou a caracterização dos mesmos. Somente um CSF da sede não possuía, nenhum grupo de atividade física à época do levantamento e caracterização, sendo ele o do bairro Vila União. Por questão ética, tendo em vista manter o anonimato dos Profissionais Cuidadores, foi resguardado sigilo quanto aos territórios onde foram realizadas as entrevistas nos grupos.. 4.3 Delimitação dos Sujeitos Constituiram sujeitos da pesquisa, profissionais que conduzem os Grupos de Atividade Física, bem como os usuários. A amostra foi intencional tendo como critérios de inclusão para profissionais: ser cuidador de um Grupo de Atividade Física. E para usuários: ser participante com maior assiduidade, com frequência de no mínimo oito encontros. Dessa forma, foram considerados para a pesquisa os grupos com esse tempo de prática. Foram incluídos um profissional e um usuário de diferentes tipos de grupos identificados (ginástica, caminhada, convivência e idosos), de modo a conferir uma maior variabilidade das informações. Ao todo foram realizados 8 entrevistas, sendo 4 profissionais e 4 usuários. Todos os sujeitos que concordaram em fazer parte da pesquisa, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (APÊNDICES E e F para profissionais e usuários dos grupos respectivamente) no qual estão expostos os objetivos e finalidades do estudo, bem como todos os esclarecimentos necessários para o andamento ético da pesquisa. De modo a conferir o anonimato dos sujeitos, suas falas estão identificadas pela letra P para profissionais e U para usuários, seguido das iniciais do tipo de grupo a. 30.

(31) qual fazem parte, a saber: Ca (caminhada), Co (convivência), Id (idosos) e Gi (ginástica).. 4.4 Etapas e Instrumentos para Coleta das Informações As informações foram coletadas através de entrevista semi-estruturada, realizadas tanto com os participantes quanto com os profissionais. Para a realização da coleta das informações e concretização do estudo proposto, foram traçadas estratégias metodológicas consideradas pertinentes para alcance dos objetivos elencados. Para a metodologia traçada, fez-se necessária uma divisão em etapas organizativas, explicitadas a seguir:  1ª ETAPA: Identificação dos Grupos de Atividade Física Existentes Para o cumprimento dessa etapa, foi necessário um contato prévio (presencial e por telefone) com os Gerentes dos CSF da sede do Município para identificar em quais territórios existiam Grupos de Atividade Física ativos..  2ª ETAPA: Primeiro Contato com Profissionais Cuidadores dos Grupos – Caracterização dos Grupos Nesse segundo momento, foi realizado um contato presencial com os profissionais cuidadores dos grupos identificados de modo a coletar as informações necessárias para a caracterização desses espaços de atuação coletiva. Para tanto, foi utilizado um Formulário de Caracterização (APÊNDICE A) para registro das informações..  3ª ETAPA: Seleção dos Grupos que fizeram parte do estudo Após a identificação e caracterização, foram tomados por consideração os grupos que desenvolvessem diferentes tipos de atividades, para proporcionar uma maior variedade de informações. Também foi utilizado como critério, a proximidade geográfica dos territórios, optando por escolher territórios mais distantes, de modo a ter uma percepção dos participantes dos distintos grupos realizados em diferentes áreas do município.. 31.

(32)  4ª ETAPA: Observação dos Grupos Escolhidos Nessa etapa, foi agendado previamente com o profissional cuidador de cada grupo escolhido, foi agendado um encontro previamente em que foi observada a dinâmica do grupo, bem como o processo de facilitação e participação dos usuários e as atividades desenvolvidas. Esse momento foi guiado por um Roteiro de Observação (APÊNDICE B) e as percepções e observações foram registradas no Diário de Campo. De acordo com Lima e colaboradores (2007) o diário de campo consiste numa forma de registro das observações, comentários e reflexões para uso individual do profissional. Pode ser utilizado como meio de registro das atividades de pesquisa e de processos de trabalho. Desse modo, deve ser utilizado diariamente para garantir uma maior sistematização e detalhamento de todas as situações ocorridas no dia, bem como as entrelinhas nas falas dos sujeitos durante a intervenção. O Diário de Campo pode ser organizado em três partes: descrição, interpretação do observado e registro das conclusões preliminares, das dúvidas, imprevistos e desafios (LIMA et al, 2007). Dessa forma, foram registradas informações como: dia, horário, local, perfil dos participantes, atividades realizadas, relação participante-profissional, percepções, frases de efeito, imprevistos, conclusões, reflexões, entre outras informações consideradas relevantes para o registro a cada encontro..  5ª ETAPA: Entrevista com os Usuários e Profissionais Após a etapa anterior, foram realizadas entrevistas com um dos participantes e o profissional cuidador, seguindo os critérios de inclusão descritos anteriormente. Essas entrevistas seguiram roteiros de questões abertas (APÊNDICES C e D) para norteamento da conversa e foi gravada em áudio e transcrita posteriormente. As entrevistas foram realizadas pelo próprio pesquisador e por uma auxiliar, especialmente orientada para a realização desta pesquisa. As informações foram apreendidas em entrevistas semi-estruturadas que foram gravadas em áudio e transcritas na íntegra para possibilitar a maior apreensão das informações e uma melhor análise do conteúdo.. 32.

(33) As entrevistas foram realizadas com os sujeitos (participantes e profissionais cuidadores), individualmente, após o encontro do Grupo. O entrevistador realizou as perguntas pré-estabelecidas e deixou o entrevistado livre para discorrer sobre o assunto questionado. Para Marconi e Lakatos (2005) há diferentes tipos de entrevistas, que variam de acordo com o propósito do entrevistador. Para este estudo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, que combinam perguntas abertas e fechadas, onde o informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto. O pesquisador deve seguir um conjunto de questões previamente definidas, mas ele o faz em um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal. O entrevistador deve ficar atento para dirigir, no momento que achar oportuno, a discussão para o assunto que o interessa fazendo perguntas adicionais para elucidar questões que não ficaram claras ou ajudar a recompor o contexto da entrevista, caso o informante apresente dificuldades com ele.. 4.5 Análise e Interpretação das Informações Coletadas As informações coletadas foram analisadas por meio da análise temática proposta por Minayo (2000): foram realizadas as transcrições e leitura exaustiva das entrevistas e, dessa forma, foram construídas categorias, de acordo com as temáticas que surgirem nas falas dos sujeitos. De acordo com Minayo (2000), a análise temática compreende algumas fases: a pré-análise, a exploração do material, o tratamento das informações obtidas e a interpretação das mesmas. A pré-análise é a primeira fase da análise dos documentos, retomando as hipóteses e objetivos da pesquisa. Pode ser dividida segundo a autora em: leitura flutuante, constituição de corpus e formulação e reformulação de hipóteses e objetivos. Nesta fase determinam-se a unidade de registro (palavras-chave ou frases), a unidade de contexto (delimitação do contexto de compreensão da unidade de registro), os recortes necessários, a forma de categorização e os conceitos mais gerais que orientarão a análise. A segunda fase é a exploração do material. Nessa etapa, as informações são trabalhadas de modo a esclarecer melhor o texto. Trabalha com partes do texto como, palavras, frases, define regras para contagem e em seguida classifica e agrega as 33.

(34) informações. Em seguida, realiza-se o tratamento e interpretação das informações (MINAYO, 2000). Para a formulação das categorias, o estudo baseou-se ainda em Minayo (2000), quando a autora coloca que as categorizações são utilizadas para estabelecer classificações, agrupar elementos, idéias ou expressões em torno de um conceito que abranja qualquer tipo de análise em pesquisas qualitativas.. 4.6 Aspectos Éticos Considerados Tomando por base a Resolução Nº 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) que determina que as investigações envolvendo os seres humanos, assegurem que seus direitos sejam protegidos, esta pesquisa incorporou, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como: autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros, visando assegurar direitos e deveres aos sujeitos participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao Estado (BRASIL, 2012). Os aspectos éticos da pesquisa em questão atenderam aos fundamentos éticos e científicos pertinentes, entre eles: respeito aos participantes em sua dignidade e autonomia, assegurando sua vontade de permanência ou não na pesquisa; ponderação entre riscos e benefícios, conhecidos, potenciais, individuais e coletivos, assegurando o máximo de benefícios e o mínimo de riscos; garantia de que danos previsíveis sejam evitados e relevância social da pesquisa, considerando igualmente os interesses envolvidos, não perdendo o sentido sócio-humanitário (BRASIL, 2012). Todas as pessoas que aceitaram participar da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram considerados sujeitos do estudo. Entendendo TCLE, por um consentimento do participante da pesquisa, ou de seu representante legal, livre de fraudes ou erros, dependência, subordinação ou intimidação, após esclarecimento completo e pormenorizado sobre a natureza da pesquisa, os objetivos propostos, métodos utilizados, benefícios previstos, potenciais riscos e qualquer incômodo que esta pudesse acarretar.. 34.

(35) A pesquisa foi submetida à Comissão Científica do Município de Sobral, tendo sido autorizada sob o número 113/2013. Posteriormente, foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú, sob o número de CAAE 27036114.0.0000.5053, tendo o parecer sido aprovado sob o Nº 542.761.. 4.7 Retorno dos Resultados da Pesquisa aos Sujeitos Participantes Após o momento de análise dos dados e apresentação do relatório final, será realizada a comunicação socializadora do conhecimento (MONTERO, 2006), etapa onde os participantes e pesquisadores, em conjunto, analisarão os conhecimentos e dados construídos ao longo do processo da pesquisa. Montero (2006) compreende este momento como um processo através do qual os diferentes atores envolvidos na pesquisa põem a disposição do outro o conhecimento produzido para chegar a acordos compartilhados através do diálogo crítico. Dessa forma, serão realizados círculos de conversa em cada grupo pesquisado, onde os atores participantes refletirão juntos sobre os dados obtidos e analisados na investigação. Nesse momento serão apresentados como temas geradores, frases do conteúdo obtido, de modo que as principais idéias construídas durante a pesquisa sejam compartilhadas, analisadas e validadas, sendo assim, reconhecidas pelos sujeitos participantes da pesquisa. Estes momentos se caracterizarão como devolutivas aos grupos e aos CSF do que foi obtido, percebido e analisado nessa pesquisa. Gil (2009) define essa etapa como obter “feedback” dos participantes, sendo esse momento essencial no processo investigativo por assegurar confiabilidade aos dados, expor a relação de horizontalidade entre pesquisador e sujeitos da pesquisa, não compreendendo-os apenas como informantes da pesquisa.. 35.

Referências

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