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2 a edição. Raymond R. Ashdown. Elizabeth A. Baines. Stanley H. Done. Stephen W. Barnett. Com radiografias fornecidas por.

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2

a

edição

Raymond R. Ashdown

PhD, BVSc, MRCVS

Emeritus Reader in Veterinary Anatomy University of London

Stanley H. Done

BA BVetMed PhD DECPHM DECVP FRCVS FRCPath Visiting Professor of Veterinary Pathology

University of Glasgow Veterinary School Former Lecturer in Veterinary Anatomy Royal Veterinary College

London

Fotografi as de

Stephen W. Barnett

BA, MIST

Formerly Chief Technician at the Royal Veterinary College

London

Com radiografi as fornecidas por

Elizabeth A. Baines

MA VetMB DVR DipECVDI MRCVS Lecturer in Veterinary Radiology

Department of Veterinary Clinical Sciences Royal Veterinary College

(3)

© 2011 Elsevier Editora Ltda.

Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Mosby – um selo editorial Elsevier Inc. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.

Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográfi cos, gravação ou quaisquer outros.

ISBN: 978-85-352-4462-5

First published 2010, © Elsevier Limited. All rights reserved,

This edition of Color Atlas of Veterinary Anatomy, 2nd edition by Raymond R. Ashdown and Stanley H. Done is publi-shed by arrangement with Elsevier Limited.

ISBN: 978-0-7234-3413-9 Capa

Folio Design

Editoração Eletrônica WM Design

Elsevier Editora Ltda.

Conhecimento sem Fronteiras

Rua Sete de Setembro, nº 111 – 16º andar 20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ Rua Quintana, nº 753 – 8º andar

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NOTA

O conhecimento médico está em permanente mudança. Os cuidados normais de segurança devem ser seguidos, mas, como as novas pesquisas e a experiência clínica ampliam nosso conhecimento, alterações no tratamento e terapia à base de fármacos podem ser necessárias ou apropriadas. Os proprietários dos animais, são aconselhados a checar informa-ções mais atuais dos produtos, fornecidas pelos fabricantes de cada fármaco a ser administrado, para verifi car a dose recomendada, o método e a duração da administração e as contraindicações. É responsabilidade do veterinário, com base na experiência e contando com o conhecimento do dono do animal, determinar as dosagens e o melhor tratamento para cada um individualmente. Nem o editor nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventual dano ou perda aos donos de animais ou a propriedade originada por esta publicação.

O Editor

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ A891

Atlas colorido de anatomia veterinária dos ruminantes / Raymond R. Ashdown... [et al.] ; [tradução Renata Scavone de Oliveira... et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2011.

272p. : il. ; 31cm

Tradução de: Color atlas of veterinary anatomy, 2nd ed ISBN 978-85-352-4462-5

1. Ruminante - Anatomia. 2. Anatomia veterinária - Atlas. I. Ashdown, Raymond R.

11-2264. CDD: 636.2

(4)

iii

REVISÃO CIENTÍFICA

E TRADUÇÃO

SUPERVISOR

Francisco Javier Hernandez Blazquez

Professor Titular de Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres do Departamento de

Cirurgia (Setor de Anatomia) pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da

Universidade de São Paulo (FMVZ-USP)

REVISORES

Caio Biasi (Caps. 3, 6, 7, 9, 10)

Doutorando em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres da Faculdade de Medicina Vete-rinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP)

Professor de Anatomia Descritiva e Sistêmica dos Animais Domésticos e Anatomia Topográfi ca da Universidade Paulista (UNIP)

Professor de Anatomia Descritiva dos Animais Domésticos e Anatomia Topográfi ca da Univer-sidade do Grande ABC (UniABC)

Francisco Javier Blanquez (Cap. 2)

Marcelo Fernandes de Souza Castro (Caps. 1, 4, 5, 8, índice)

Mestre em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres pela Universidade de São Paulo (USP) Professor Adjunto de Anatomia Descritiva e Anatomia Topográfi ca, do curso de Medicina Veterinária

da Universidade Paulista (UNIP), São Paulo

TRADUÇÃO

Adriana Pitella Sudré (Cap. 8)

Médica Veterinária pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro Mestre em Patologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro

Professora Assistente do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro

Aldacilene Souza da Silva (Cap.10)

Mestre em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Doutora em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Eduardo Kenji Nunes Arashiro (Cap. 7)

Médico Veterinário pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro

(5)

iv

Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

Fabrizio Grandi (Cap. 9)

Médico Veterinário pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP)

Residência em Anatomia Patológica Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zoo-tecnia da Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu

Mestrado pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universi-dade Estadual Paulista, Campus de Botucatu

Maria Eugênia Laurito Summa (Cap. 5)

Médica Veterinária pela Universidade de São Paulo (USP)

Marie Odile Monier Chelini (Caps. 3, 6)

Médica veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP)

Mestre em Medicina Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Univer-sidade de São Paulo (FMVZ-USP)

Doutora em Psicologia Experimental pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP)

Pós-doutoranda no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP)

Renata Scavone (Caps. 1, 2)

Médica Veterinária formada pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universi-dade de São Paulo (FMVZ-USP)

Doutora em Imunologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Vinícius Novaes Rocha (Cap. 4)

(6)

v

AGRADECIMENTOS

As dissecações e fotografi as usadas neste livro foram realizadas no Royal Veterinary College, University of London. Somos muito agradecidos ao Departamento de Anatomia pela provisão das ins-talações especializadas, sem as quais este trabalho não teria sido possível. Gostaríamos de agradecer, em particular, a Susan Evans, MIST, Chief Technician in Anatomy, pelo aconselhamento e assis-tência com as dissecações e fotografi as. A tarefa de preparar e cuidar dos espécimes antes e durante as dissecações foi realizada por Douglas Hopkins e Andrew Crook, que também auxiliaram nas dissecações. Somos também gratos a Gareth Hateley e Tony Andrews por suas contribuições nos comentários clínicos, e a Gayle Hallowell por fornecer as radiografi as das Figuras 10.4, 10.5, 10.15, 10.16 e 10.17. As demais radiografi as foram fornecidas pela Dra. Lizza Baines, e somos gratos por seu auxílio no novo capítulo sobre radiologia.

O programa de dissecação das vacas usadas neste livro teve como base o desenvolvido, por muitos anos, no Departamento de Anato-mia do Royal Veterinary College, por Harry Merlen, MRCVS, que também preparou as dissecações do abdome caprino.

A ideia de produzir um atlas de anatomia de ruminantes baseado em nosso programa docente anual de dissecação de vacas e bezerros é resultante de nossas discussões com Gower Medical Publishing. Somos muito gratos ao editor de projeto, aos diagramadores e ilustradores por seu trabalho árduo e por manterem o otimismo e o entusiasmo.

Nossas esposas foram um pouco negligenciadas enquanto esco-lhíamos carcaças e nos debruçávamos sobre transparências. Gosta-ríamos de agradecer a elas por sua paciência e compreensão.

(7)

vi

BIBLIOGRAFIA

Diversos artigos científi cos originais foram consultados durante a realização deste trabalho, mas nossos estudos foram apoiados, principalmente, por diversos livros-textos de anatomia. Gostaríamos de reconhecer nossa dívida em especial aos nossos constantes companheiros durante a preparação dos espécimes e do texto:

Aitken I 2007 Diseases of Sheep. Blackwell Publishing Ltd, Oxford Andrews AH, Blowey RW, Boyd H, Eddy R 2004 Bovine Medicine, Diseases

and Husbandry of Cattle, Wiley-Blackwell, Oxford.

Ashdown RR 2006 Functional, developmental and clinical anatomy of the

bovine penis and prepuce. CABI Reviews: Perspectives in Agriculture, Vet-erinary Science, Nutrition and Natural Resources 1 No: 021, 1–29

Berg, R. (1973) Angewandte und topographische Anatomie der Haustiere.

Jena; Fischer.

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Bd.III Anatomie der Hauswiederkäuer. 3rd edition. Stuttgart; Schickhardt, Ebner.

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der Haustiere Bd. l Bewegungsapparat. 3rd edition. Berlin, Hamburg; Parey.

Nickel, R., Schummer, A. & Seiferle, E. (1973) The viscera of the domestic

animals. Translated and revised by Sack, W.O., Berlin, Hamburg; Parey.

Nickel, R., Schummer, A. & Seiferle, E. (1981) The anatomy of the domestic

animals Vol. 3. The circulatory system, the skin, and the cutaneous organs of the domestic mammals. Schummer, A., Wilkins, H., Vollmerhaus, B.K., Habermehl, K.H. Translated by Siller, W.G. & Wight, P.A.L. Berlin, Hamburg; Parey.

Nickel, R., Schummer, A., & Seiferle, E. (1975) Lehrbuch der Anatomie der

Haustiere Bd. IV. Nervensystem, Sinnesorgane, Endokrine Drüsen. Seiferle, E., Berlin, Hamburg; Parey.

Nomina Anatomica Veterinaria (1992) 4th edition, published by the

Interna-tional Committee on Veterinary Anatomical Nomenclature, World Associa-tion of Veterinary Anatomists; Gent (Belgium).

Popesko, P. (n.d.) Atlas of topographical anatomy of the domestic

animals. Vols I–III. Translated by Getty, R. & Brown, J. Philadelphia; Saunders.

Radostits, O.M., Gay, C.C., Hinchcliff, K.W., Constable, P.D. (Eds) 2007

Veterinary Medicine – A Textbook of the Diseases of Cattle, Horses, Sheep, Pigs, and Goats, 10th edn. Saunders, Edinburgh.

Raghavan, D. & Kachroo, P. (1964) Anatomy of the ox. New Delhi; Indian

council of agricultural research.

Rosenberger, G., Dïrksen G., Grunder, H.D., Grunert, E., Krause, D. & Stober, M. (1979) Clinical examination of cattle. Translated by Mack, R.,

Berlin, Hamburg; Parey.

Sisson, S. & Grossman, J.D. (1953) The anatomy of the domestic animals.

4th edition, revised. Philadelphia; Saunders.

Sisson & Grossman’s The anatomy of the domestic animals. Vol. I (1975).

(Getty, R. editor) 5th edition. Philadelphia; Saunders.

Taylor, J.A. (1955–1970) Regional and applied anatomy of the domestic

animals. Parts I–III. Edinburgh; Oliver, Boyd.

Vollmerhaus, B. & Habermehl, K.H. (n.d.) Topographical anatomical

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vii

PREFÁCIO

Este livro é destinado a estudantes de medicina veterinária e cirurgiões veterinários. Importantes características da anatomia topográfi ca são mostradas em uma série de fotografi as coloridas de dissecações deta-lhadas. As estruturas são identifi cadas por desenhos coloridos, e a nomenclatura é baseada na Nomina Anatomica Veterinaria (2005). O nome de todas as estruturas anatômicas foi traduzido do latim para o português, respeitando as raízes latinas. Quando necessário, a infor-mação requerida à interpretação das fotografi as é dada nas legendas. Cada seção começa com fotografi as das características superfi ciais regionais, obtidas antes da dissecação, e fotografi as complementares de um esqueleto bovino articulado ilustram importantes característi-cas ósseas palpáveis destas regiões. Todas as dissecações e fotografi as foram especialmente preparadas para este livro.

Os bovinos (duas vacas e quatro bezerros) eram da raça Jersey, e os três caprinos eram British Saanen. Os espécimes foram embalsa-mados, em grande parte, em estação, usando os métodos rotineira-mente empregados no Departamento de Anatomia do Royal Veterinary College. Todo o possível foi feito para que a posição fi nal correspondesse à estação normal. Na maioria dos casos, neoprene látex vermelho foi injetado nas artérias. As dissecações seguem o

padrão usado, há muitos anos, no curso do Royal Veterinary College. As fotografi as de touros adultos foram tiradas no centro de criação Milk Marketing Board, em Bletchley.

O objetivo destas dissecações e fotografi as é revelar a topografi a do animal como seria observada pelo cirurgião veterinário durante um exame clínico de rotina. As vistas laterais, portanto, são predo-minantes, e evitamos, sempre que possível, fotografi as de tecidos removidos do corpo ou o uso de vistas em ângulos ou posições inco-muns. Esperamos, sinceramente, que este livro permita que os estu-dantes e cirurgiões veterinários vejam, abaixo da superfície externa dos animais confi ados aos seus cuidados, os músculos, os ossos, os vasos, os nervos e as vísceras que formam cada região do corpo e cada sistema orgânico.

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viii

INTRODUÇÃO

A extensão do currículo veterinário está em contínua expansão e muitas disciplinas se desenvolvem profundamente, embora a duração total do curso seja constante. Em resultado disso, há uma pressão para alocar cada vez menos tempo a algumas disciplinas, das quais a anatomia é um exemplo notável. Além disso, nos departamentos de anatomia, o desejo de dar mais ênfase a seus aspectos funcionais e aplicados à anatomia radiológica e à teratologia faz com que seja cada vez mais difícil alocar tempo necessário à dissecação pessoal de cada espécime por cada aluno. Uma solução óbvia para este pro-blema é a utilização, cada vez maior, de dissecações preparadas no ensino da anatomia topográfi ca. Isto poupa muito tempo do aluno, mas tem grandes desvantagens. Em primeiro lugar, o aluno perde a oportunidade de ganhar habilidades manuais, e é incapaz de ver e sentir as estruturas conforme são progressivamente reveladas pelo bisturi e pelas tesouras. Em segundo lugar, signifi ca que o aluno deve dominar, de forma rápida e sucessiva, as complexida-des, que certamente eram mais bem compreendidas pelos métodos despreocupados de 30 anos atrás. Nada pode compensar, comple-tamente, a falta da dissecação pessoal pelo profi ssional experiente, suplementada pelo inteligente uso de métodos gráfi cos para regis-trar o progresso do trabalho. Nossa experiência de mais de 15 anos no Royal Veterinary College, porém, nos convenceu de que o tra-balho de um anatomista competente, cuidadosamente estudado, registrado e anotado, pode ser mais útil do que as dissecações pes-soais de animais de grande porte, rapidamente realizadas por um grupo de alunos inexperientes. Um problema do ensino da anato-mia topográfi ca a partir de espécimes preparados é a difi culdade de dar aos alunos preparações sufi cientemente boas da ampla gama de estágios da dissecação de regiões específi cas. Esperamos since-ramente que este atlas fotográfi co compense esta defi ciência de espécimes preparados. Para os alunos capazes de fazer suas pró-prias dissecações detalhadas, este atlas será um lembrete constante do que viram, ou deveriam ter visto, em cada estágio (frequente-mente transitório) do procedimento.

A sequência de dissecações apresentadas neste volume é uma versão expandida daquela usada por nós na série de 23 horas da anatomia topográfi ca de ruminantes. Cada estágio do trabalho foi fotografado de modo a mostrar mais estágios de cada dissecação principal do que pode ser feito em nossas aulas práticas. Tentamos apresentar a progressão das dissecações requeridas conforme são realizadas. Quando o espécime era “incomum” ou não estávamos completamente satisfeitos com a demonstração das estruturas como planejado, não o substituíamos por outro; isto teria partido o fi o da

narrativa. Ocasionalmente, em nome da clareza, revertemos fotogra-fi as de dissecações realizadas de um lado, de modo que se encaixas-sem com maior facilidade na sequência maior, mas, nestes casos, a prática é expressamente mencionada na legenda. Em todos os espaços possíveis, demonstrações “extras” foram montadas. Em algumas regiões, fi zemos isso para mostrar um procedimento de dissecação diferente ou um espécime diferente. Os alunos devem saber tratar estes “extras” como complicações opcionais ou desne-cessárias, embora geralmente tenham importância considerável.

Um comentário deve ser feito acerca da dissecação mostrada nestas fotografi as. Em muitos casos, não removemos todos os tecidos conjuntivos das estruturas que estão sendo deslocadas. Nas disseca-ções “completas”, é frequentemente impossível preservar, de forma precisa, as relações topográfi cas originais de vasos e nervos. Além disso, tais dissecações encorajam o aluno a pensar que os desenhos de livros-texto são “reais” e que tecidos adiposos, fáscias e tecidos areolares não existem. Tentamos fazer com que as fotografi as repre-sentassem as estruturas como realmente aparecem durante a disse-cação real.

Não é parte de nosso plano como professores de anatomia vete-rinária expulsar os alunos da sala de dissecação, afastá-los dos espécimes e do conforto das cadeiras de braços em seu estudo da anatomia topográfi ca prática. Em vez disso, tentamos fazer um atlas que possa ser usado, por cada um deles, durante o estudo das dissecações de ruminantes, nas ocasiões em que essas não podem ser realizadas.

Este não é um atlas de anatomia veterinária aplicada, mas é destinado a estudantes de medicina veterinária; ênfase considerável é dada àquelas regiões e estruturas que parecem importantes para o veterinário. Sempre que possível, as fotografi as foram usadas para mostrar o animal como é visto ao exame clínico – outras vistas foram evitadas, mesmo quando eram mais informativas do ponto de vista estritamente anatômico. Espera-se que os alunos e profi s-sionais considerem esta abordagem valiosa no exame, diagnóstico e tratamento dos animais em estação. Os pesquisadores podem também achar que alguns de seus problemas de anatomia topográ-fi ca são esclarecidos por estas fotogratopográ-fi as de dissecação. Sabemos que suas necessidades são diversas e imprevisíveis e, com isso em mente, tentamos identifi car as diversas séries de dissecações da forma mais completa possível.

(10)

ix

SUMÁRIO

Prefácio

vii

Introdução

viii

1

Cabeça

1

2

Pescoço

(Colo)

27

3

Membro

Torácico

41

4

Tórax

61

5

Abdome

89

6

Membros

Pélvicos

135

7

Mão e Pé

(Extremidades

distais)

161

8

Pelve

183

9

Úbere, Escroto e Pênis 219

10

Anatomia

Radiográfi ca da

Cabeça e das Extremidades

dos Membros Torácicos e

Pélvicos (Mãos e Pés) 239

(11)
(12)

89

5. ABDOME

O abdome bovino é uma das principais áreas de trabalho da clínica veterinária – como é de se esperar de um animal que pasta regular-mente ingerindo tudo o que pode.

O bezerro de gado de leite é muito propenso a distúrbios digesti-vos, visto que muda rapidamente de uma dieta à base de leite para uma base de forragem do animal adulto. Em vacas lactantes e seus bezerros lactentes, a transição geralmente é natural. Por outro lado, na produção do gado de leite o homem interfere no processo natural, interrompendo-o com o desmame precoce para conservar o leite para a produção.

Há uma série de agentes que podem causar diarreia, incluindo coccídeos, rotavírus, coronavírus, astrovírus, calicivírus, vírus Breda,

E. coli, criptosporídios, salmonelas de diversos sorotipos, vírus da

diarreia bovina e toda uma variedade de doenças associadas a toxinas de bactérias ou de plantas. Muitas vezes não se chega ao diagnóstico. Em rebanhos os problemas podem ocorrer na forma de disenteria de inverno, salmonelose, doença de Johne e diarreia de origem nutricio-nal, assim como acidose.

Endoparasitas são problemas muito graves, especialmente para os animais em primeira temporada no pasto. O gado ingere grande quantidade de larvas infectantes, resultando em gastroenterite para-sitária quando bovinos suscetíveis pastam em uma área contaminada. Uma quantidade grande de parasitas é encontrada no abomaso e no intestino delgado, particularmente Cooperia e Nematodirus. Infecção por Ostertagia, tipo I, pode ocorrer em bezerros que estão no pasto; tipo II, em bezerros de um ano, no fi nal do inverno ou na primavera que segue a primeira temporada de pastejo. Anormalidades nutricio-nais podem estar associadas ao pasto de primavera ou a mudanças bruscas na dieta.

Bezerros também podem sofrer de má coagulação abomasal do leite, disfunção da goteira esofágica (sulco do retículo), infecções da goteira por Actinobacillus, timpanismo ruminal causado pelo fl uxo da goteira esofágica e acidose causada por alimentação com concen-trado em níveis elevados. Ocorre erosão da parede abomasal, com possibilidade de erupção de úlceras.

No abdome do bezerro também podem ocorrer hérnia e abcesso umbilical. Infecções umbilicais podem ser fonte de infecção para abcessos hepáticos.

A formação de abcesso hepático é uma característica comum da produção de animais superprecoces alimentados à base de grãos (barley beef) e pode-se ver uma ampla gama de sinais. Vacas de alta produção podem desenvolver lipidose hepática quando são introdu-zidas muito rapidamente dietas com alto teor energético. O problema hepático mais grave, que acomete tanto ovinos quanto bovinos, é a fascíola hepática, que se espalha graças à associação de invernos

moderados a condições de umidade. Doença hepática grave também produz encefalopatia hepática.

A musculatura lombar às vezes é sede de infecção por clostrídios, levando a miosites, como o carbúnculo (Clostridium chauvoei). Clau-dicação, rigidez e contrações musculares são características nesses casos.

O boi sofre de infecções urinárias ascendentes. A uremia é um achado mais comum do que outras anormalidades. A pielonefrite contagiosa dos bovinos caracteriza-se por eliminação de urina man-chada de sangue, cólica aguda, perda da condição física e urina contendo sangue e resíduos, inclusive pus. A palpação dos rins ou pressão sobre a região lombar induz uma resposta à dor.

São poucas as condições importantes do sistema urinário de vacas. A cistite muitas vezes ocorre em consequência de infecções ascendentes e a hematúria enzoótica é observada em áreas onde existem samambaias.

O diafragma pode estar sujeito a hérnias ou rupturas. O diafragma é um órgão essencial à respiração e pode ser gravemente lesado por penetração em casos de reticulite traumática (que pode resultar em miosite necrosante); também pode ser afetado por ruptura, com o conteúdo abdominal (normalmente o retículo ou o fígado, às vezes o omaso) passando para o tórax. No bezerro, às vezes também se pode observar respiração rápida e superfi cial como sinal de distrofi a mus-cular nutricional associada à defi ciência de vitamina E e selênio.

As seguintes condições do trato alimentar são importantes: Timpanismo ruminal – gasoso — Em bezerros, é causado por lesões

da goteira esofágica, como, por exemplo, abcessos ou actinobaci-lose. Pode haver obstrução física da goteira ou do esôfago. Tim-panismo gasoso também pode ocorrer na acidose. Pode ser causado pela pressão de linfonodos sobre o esôfago, sendo observado no tétano e na febre do leite. Decúbito lateral prolongado também pode causar timpanismo gasoso.

Timpanismo ruminal – espumoso — É mais comum e muitas vezes acomete vários animais, particularmente em pastagens com trevo ou alfafa, que contêm saponinas.

Uma ampla gama de distúrbios abdominais, relatados a seguir, está associada aos três primeiros compartimentos do estômago (aglandu-lares) do adulto. Diz-se que a distensão abdominal é causada pelos

“7 Fs”:1

feto, fl uido, fl ato, fezes, gordura, alimento e corpos estra-nhos. As cólicas são raras na vaca, mas a indigestão é comum. Todo distúrbio ruminal produz inapetência, produção de leite diminuída

1Nota da Tradução: Em inglês: fat, foetus, fl uid, fl atus, faeces, food e foreign

(13)

5

90

Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

e crescimento insufi ciente. A indigestão pode suceder a introdução de novas dietas, pasto encharcado, ração congelada ou alimentos deteriorados. Pequenas alterações no pH ruminal causam atonia de rúmen. A norma é mudar lentamente a dieta, durante um período de 10-14 dias, se possível.

Pode ocorrer acidose ruminal quando o armazenamento de grãos é atacado ou fornecido ad libitum de súbito. Carboidratos em excesso fermentam rapidamente, levando à acidose láctica, que é um grande problema; seguem desidratação aguda e depressão. A acidose ruminal subaguda é um problema muito comum em reba-nhos leiteiros de alta produção.

Timpanismo – A distensão abdominal aguda por gás em diversas partes do trato digestório é um problema bastante comum. Retículo – A reticuloperitonite traumática, também conhecida como

wire disease, geralmente é causada por fragmentos de arame, com 5

a 10 cm de comprimento, oriundos de pneus usados para fazer peso sobre a lona plástica utilizada para cobrir montes de silagem. Cerca de 50% das vacas apresentam metal no ruminorretículo. Os sinais clínicos podem variar em extensão e gravidade. Às vezes, vacas com uma quantidade grande de arame ou não apresentam sinais clínicos ou eles são bem moderados: apetite diminuído, ruminação reduzida, produção subnormal de leite e graus variáveis de dor. Os sinais dependem de quão afetadas tenham sido outras estruturas (dia-fragma, fígado, baço, pulmões, pericárdio e coração) e da extensão da abscedação peritoneal. Podem resultar aderências extensas, pos-sivelmente acompanhadas de um murmúrio reticular. Hérnia dia-fragmática pode suceder a reticuloperitonite traumática. A evolução pode levar várias semanas. Como o pericárdio está em contato com o diafragma – que geralmente é penetrado –, é possível que haja sinais torácicos, além dos abdominais. Bulhas cardíacas diversas e ruídos de líquido confi rmarão a pericardite.

Rúmen – Impactação ruminal alimentar é observada em bovinos destinados à engorda, alimentados com palha ou feno, com acesso restrito à água; também pode ser causada por ingestão excessiva de grãos. A impactação ruminal maciça deve ser diferenciada da reticuloperitonite traumática. Na impactação ruminal, o fator-chave é a escassez de água. O timpanismo ruminal agudo pode ocorrer após o consumo de trevo ou couve, mas também ocorre no timpanismo espumoso e na obstrução por corpo estranho. Omaso – Raramente ocorre impactação.

Abomaso – A torção causa obstrução aguda por gás. O abomaso pode estar deslocado para a esquerda ou para a direita, o que pode levar à dilatação esquerda ou direita. Pode ocorrer impactação e a maior parte dos casos provavelmente está associada à indigestão vagal.

O deslocamento do abomaso para a esquerda ocorre princi-palmente no gado de leite e está associado à dieta. Ocorre em vacas de alta produção no início da lactação. O principal fator é a atonia do abomaso em um animal que repentinamente apre-senta muito espaço no abdome. Uma quantidade grande de gás associada a um útero grávido leva ao deslocamento. No fl anco

direito também ocorrem dilatação e deslocamento. Também podem ocorrer ulceração e impactação.

Ceco – A torção de ceco ocorre em touros e em vacas no início da lactação. A causa pode ser a presença de níveis elevados de ácidos graxos voláteis no ceco ou a fermentação de níveis elevados de amido, que produzem atonia e acúmulo de gás. Também pode estar associada à torção de cólon, íleo ou mesentério, torcido no mesentério comum (raiz do mesentério). Esta é uma complicação grave – e geralmente fatal –, que causa fermentação e produz distensão maciça do lado direito. Nesses casos, o diagnóstico dife-rencial depende do comportamento do animal, de exame retal, da frequência do pulso e da progressão do caso.

Ocorre hérnia mesentérica estrangulada, na qual os intestinos atra-vessam o mesentério. Pode ocorrer intussuscepção, que às vezes pode ser palpada per rectum como uma salsicha dura na parte superior direita do abdome. Normalmente o intestino delgado está envolvido, ou pode estar involuído no ceco através da válvula ileocecocólica. É uma sequela de diarreia profusa em bezerros, mas não necessaria-mente em adultos. Também pode haver obstrução do íleo por um lipoma. A cólica de fermentação ocorre e melhora naturalmente.

A “indigestão vagal” pode ser encontrada como uma complicação do aprisionamento de arame que resulta em aderências. A indigestão frequentemente envolve a parede medial do retículo e o saco cranial do rúmen, interferindo em receptores parietais do nervo vago, podendo também suceder actinobacilose esofágica, formação de abs-cesso, tuberculose ou ruptura de diafragma.

A peritonite ocorre após reticulite traumática, metrite, mastite, distocia ou retenção de placenta. A reticuloperitonite traumática resulta em peritonite difusa aguda. As causas podem ser muito varia-das. Pode ocorrer penetração do útero ou do fórnice vaginal por sonda ou lesão da parte cranial da vagina durante acasalamento. Também pode ocorrer perfuração de úlceras abomasais. A peritonite pode se desenvolver após cirurgia abdominal.

O útero é uma estrutura abdominal e também pode contribuir para a distensão abdominal na forma de hidropisia do âmnio e do alantoide, causando uma distensão bastante acentuada. O exame retal facilita o diagnóstico dessas condições. Também pode haver torção uterina.

A obstrução intestinal por intussuscepção pode ser aliviada pela remoção da porção invaginada. Às vezes, a intussuscepção pode ser resolvida sem que seja preciso recorrer à cirurgia.

Ocorrem hérnias umbilicais de todos os tamanhos e formas. Hérnias menores não precisam ser reparadas. As maiores geralmente encerram o omento – não as vísceras – e não precisam ser corrigidas cirurgicamente, a menos que sejam enormes. Sempre existe a possi-bilidade de formação de abcesso no interior da hérnia.

(14)

5

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Abdome

Fig. 5.1 Características superfi ciais do abdome em vista lateral esquerda. As áreas das

proeminências ósseas palpáveis foram raspadas. Fig. 5.2 Ossos relacionados ao abdome em vista lateral esquerda. As proeminências ósseas palpáveis mostradas na fi g. 5.1 estão em vermelho.

processos transversos de vértebras lombares

fossa paralombar prega muscular espessa do m. oblíquo interno do abdome (parte ventral)

13a

costela

vórtice de pelos divergentes do joelho posição do ligamento de fixação da patela ao fêmur

arco costal

v. subcutânea do abdome (veia do leite) úbere vórtice de pelos divergentes

da cernelha ângulo caudal da escápula

vórtice de pelos convergentes do abdome

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5

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Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

Fig. 5.3 Limites da fossa paralombar esquerda. As áreas das proeminências ósseas palpáveis foram raspadas. O processo transverso da primeira vértebra lombar só é palpável em animais magros; o da sexta vértebra lombar está oculto pelo túber coxal.

Fig. 5.4 Ossos relacionados à fossa paralombar esquerda. As proeminências ósseas palpáveis mostradas na fi g. 5.3 estão em vermelho. processo transverso de L5 processo transverso de L1 13a costela

ílio, túber sacral arame através do túber coxal ílio, túber coxal

prega do m. oblíquo interno do abdome (parte ventral)

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Abdome

Fig. 5.5 Nervos cutâneos da parede lateral do abdome.

Um retalho de pele e músculo cutâneo foi refl etido ventralmente e os nervos cutâneos da fáscia superfi cial foram traçados. Esta dissecação e as mostradas nas fi gs. 5.6-5.8 foram feitas do lado direito, mas as fotografi as foram revertidas lateralmente.

fáscia toracolombar cobrindo o m. longuíssimo r. cutâneo medial dorsal do n. torácico (XIII)

m. serrátil dorsal caudal 13a costela

rr. cutâneos laterais dorsais dos nn. torácicos (XI-XIII)

inserções costais do m. serrátil ventral do tórax interdigitando-se nas origens costais do m. oblíquo externo do abdome

rr. cutâneos laterais ventrais dos nn. torácicos (XI-XIII)

m. oblíquo interno do abdome margem dorsal do m. oblíquo externo do abdome

rr. cutâneos laterais dorsais dos nn. lombares (I, II)

rr. cutâneos laterais ventrais dos nn. lombares (I, II)

m. oblíquo externo do abdome

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5

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Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

Fig. 5.6 Músculo oblíquo externo do abdome.

O músculo cutâneo do tronco foi removido (fi g. 5.9) e são mostrados os nervos cutâneos emergindo da fáscia profunda.

ílio, túber coxal lln. da fossa paralombar origem do m. oblíquo interno do abdome a partir da fáscia toracolombar

rr. cutâneos laterais dorsais dos nn. espinais T (XII-LII) m. oblíquo externo do abdome (extremidade caudodorsal) 13a

costela

m. serrátil dorsal caudal rr. cutâneos laterais ventrais dos nn. espinais T (VII-LI) posição do arco costal (linha pontilhada azul) m. oblíquo externo do abdome (aponeurose recoberta pela túnica amarela do abdome)

m. cutâneo do tronco m. longuíssimo do tórax

rr. cutâneos laterais dorsais dos nn. torácicos (VII-XI) m. iliocostal do tórax m. serrátil dorsal cranial 7a costela

m. intercostal externo

m. serrátil ventral do tórax n. torácico longo

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Abdome

Fig. 5.7 Músculo oblíquo interno do abdome.

Nesta fi gura e nas seguintes não é mostrada toda a extensão ventral do músculo reto do abdome (fi gs. 5.11 e 5.12).

ílio, túber coxal m. iliocostal do lombo margem seccionada da fáscia toracolombar

m. oblíquo interno do abdome (parte dorsal)

r. ventral do n. lombar (I)

n. costoabdominal (T XIII) m. oblíquo interno do abdome (parte ventral)

11a costela, cartilagem costal

m. cutâneo do tronco m. reto do abdome mm. longuíssimos do tórax e do lombo m. iliocostal do tórax m. retrator da costela 13a costela mm. intercostais internos

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Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

Fig. 5.8 Músculo transverso do abdome esquerdo.

As vísceras abdominais situadas profundamente a este músculo, caudais em relação à última costela, são mostradas na fi g. 5.16.

m. iliocostal do lombo aponeurose de origem do m. transverso do abdome a partir de processos transversos lombares

r. ventral do n. lombar (I)

n. costoabdominal (T XIII)

m. transverso do abdome

m. transverso do abdome originando-se da face medial das costelas m. reto do abdome (intersecções tendinosas) m. cutâneo do tronco mm. longuíssimos do tórax e do lombo m. retrator da costela 13a costela mm. intercostais internos 13a

costela, cartilagem costal n. intercostal (XII)

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Abdome

Fig. 5.9 Músculo cutâneo do tronco em um bezerro macho de uma semana em vista lateral direita. O músculo prepucial cranial é visto mais

nitidamente na fi g. 5.10. A superfície do músculo cutâneo está oculta por resquícios da derme. As fi gs. 5.10-5.15 mostram dissecações adicionais da parede abdominal deste bezerro.

Fig. 5.10 Músculo oblíquo externo do abdome direito em um bezerro macho. As origens da 10a e da 11a costelas estão cobertas pelo músculo grande

dorsal, mas as interdigitações com o músculo serrátil ventral nas 7a, 8a e 9a costelas estão visíveis.

m. longuíssimo do lombo m. iliocostal do lombo m. oblíquo interno do abdome m. trapézio (parte torácica) m. serrátil dorsal caudal rr. cutâneos laterais dorsais dos nn. espinais

13a

costela

m. cutâneo omobraquial m. grande dorsal m. oblíquo externo do abdome rr. cutâneos laterais ventrais dos nn. espinais m. cutâneo do tronco m. peitoral ascendente m. prepucial cranial 13a costela m. grande dorsal ln. subilíaco

n. cutâneo femoral lateral (LIII, IV) r. caudal superficial da a. circunflexa ilíaca profunda

m. oblíquo externo do abdome (coberto pela túnica amarela do abdome)

m. serrátil ventral do tórax rr. cutâneos ventrais laterais dos nn. espinais

n. torácico lateral m. peitoral ascendente a. epigástrica cranial na “fonte do leite”

rr. cutâneos ventrais mediais dos nn. espinais

m. prepucial cranial

a. epigástrica caudal prepúcio umbigo

ílio, túber coxal

m. oblíquo interno do abdome

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183

8. PELVE

As difi culdades em se coletar o líquido cerebroespinal (LCR) a partir do forame magno no animal vivo foram comentadas no capítulo sobre cabeça. Entretanto, é possível coletar LCR sob anestesia local em bovinos de todas as idades. O local é o ponto médio do espaço lombossacral, o qual é a linha média de depressão entre a parte dorsal da última vértebra lombar palpável (L6) e da primeira vértebra sacral palpável (S2). O segredo está no reconhecimento das diferenças na consistência dos tecidos e na falta de resistência quando a agulha penetra no espaço subaracnóideo dorsal, através do qual o LCR é retirado.

A pelve é extremamente importante na medicina de bovinos, pois constitui a passagem óssea através da qual o feto passa durante o parto, e já que o nascimento de um novo bovino é o evento econô-mico mais importante, e subsequentemente facilita a lactação, esta é a principal área de interferência na medicina e reprodução bovina. Investigações de fertilidade envolvem uma considerável quantidade de tempo.

Obviamente, a assistência veterinária às vacas em casos de distocia durante o parto é importante. Lesões traumáticas normalmente não ocorrem em partos normais. Danos aos vasos uterinos ou vaginais podem seguir a tração do bezerro durante o parto. Pneumovagina ou urovagina podem ocorrer algumas vezes e podem necessitar de inter-venção cirúrgica. Uma investigação precoce de casos de parto pode demonstrar se uma cesárea precoce é necessária, e isto pode evitar dano considerável à vaca e ao bezerro após o parto. O trato genital involui e, de 10 a 14 dias após o parto, todos os órgãos genitais são palpáveis através do reto. Este processo leva cerca de 40 a 50 dias para se completar, quando o útero está de volta à pelve e com os cornos de tamanho e diâmetro iguais. O epitélio uterino se regenera e qualquer infecção bacteriana adquirida durante o parto é removida, e o ciclo ovariano recomeça. Qualquer falha na involução normal, onde exista tanto infecção como função ovariana anormal, causa subfertilidade, a qual resulta em perda econômica. As causas incluem membranas fetais retidas, endometrite e doença ovariana cística. O estro é normalmente detectável em cerca de 30% das primeiras e 70% das segundas ovulações subsequentes ao parto.

O estro não observado é um problema sério após o parto e possui uma variedade de causas, incluindo anestro fi siológico, anestro ver-dadeiro, dano durante o parto, cistos ovarianos e defi ciências nutri-cionais. Este pode ter a forma de uma ovulação silenciosa e estro não observado. O exame ovariano transretal pode ser útil na avaliação dos problemas, mas apenas como parte de um programa reprodutivo que também inclua recolhimento adequado dos dados do rebanho, históricos, exame clínico que inclua escore corporal na parturição e

na secagem, análise do leite, entre outros aspectos. O ciclo normal é investigado através de palpação do corpo lúteo no ovário. A palpa-ção de estruturas ovarianas de mais de 25 mm de diâmetro pode indicar a presença de um cisto folicular ou corpo lúteo.

O prolapso uterino é facilitado pela inércia uterina pós-parto. Ela pode ser revertida com a vaca em decúbito esternal, com os membros traseiros estendidos.

Um problema comum após o parto, e um dos mais importantes, é a retenção de membranas fetais. Esta pode se desenvolver para metrite aguda, toxemia e septicemia, e pode ser fatal se não reco-nhecida. As membranas são removidas manualmente, seguindo-se o tratamento do animal de forma convencional. Vaginite e metrite puerperal aguda necessitam de tratamento agressivo com fl uidote-rapia, antibióticos e também lavagem uterina com solução salina estéril aquecida. Uma pequena porção destes casos pode levar a pneumonia embólica, poliartrite ou endocardite. A endometrite pode ser um problema extremamente caro no qual há fertilidade reduzida, redução considerável da média do leite e um tratamento caro e frequentemente em longo prazo.

Uma monta sem êxito pode estar relacionada à falha na ovulação, na fertilização, ou à perda do concepto. A morte embrionária está associada ao retorno ao estro dentro de 21 dias, a morte embrionária tardia entre três e seis semanas e a morte fetal após seis semanas.

Existe uma variedade de causas infecciosas para a perda fetal, mas quase todas possuem um grau de placentite. Causas virais incluem o vírus da diarreia bovina e em particular o Herpesvírus Bovino-1.2, o qual causa vulvovaginite pustular infecciosa em vacas e balanopostite pustular infecciosa em touros. Este vírus irá causar abortamento e endometrite em qualquer vaca coberta por um touro infectado. Causas bacterianas podem incluir brucelose, leptospirose, Bacillus

licheniformis, Listeria, Salmonella e Campylobacter. Protozooses

incluem tricomoníase e neosporose, além de Chlamydia, rickéttsias e também abortamento micótico, quando se alimenta o animal com silagem de inverno feita de forma precária associada a condições úmidas na estação de crescimento.

Uma grande variedade de agentes infecciosos também é responsá-vel por infertilidade em bovinos e pode ser transmitida por monta natural ou inseminação artifi cial (vírus da febre aftosa, rinotraqueíte infecciosa bovina, diarreia viral bovina, vírus da leucemia bovina, peste bovina, língua azul, vírus Akabane, campilobacteriose genital bovina, brucelose, tuberculose, leptospirose, febre Q e tricomoníase).

Neospora pode causar abortamento em bovinos, particularmente por

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Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

A infertilidade do touro pode ser causada por uma grande varie-dade de problemas, os quais caem em quatro grandes grupos. O primeiro destes é a falha na monta (pode estar relacionada a idade, fatores genéticos, estação do ano, fatores sociais, sobrecarga, nutri-ção e anormalidades ortopédicas). O segundo é a falha na penetranutri-ção ativa (o pênis não pode ser exposto sufi cientemente), falha na locali-zação da vulva devido a balanopostite, pênis curto, ruptura do corpo cavernoso do pênis, frênulo persistente, problemas psicogênicos, e problemas penianos como fi bropapiloma, defeitos de drenagem venosa e desvios. A falha na aproximação com a fêmea e na ejacula-ção também é uma razão para a infertilidade no touro. Uma taxa de gestação baixa com comportamento de monta normal também pode ocorrer. Isto pode se dever a idade, sobrecarga, hipoplasia testicular, atrofi a testicular, degeneração e atrofi a testicular, rompimento do escroto, orquite ou epididimite e doença sistêmica ou uso de medica-mento. Uma alça intestinal estrangulada em uma hérnia escrotal também é uma possibilidade rara.

É conveniente considerar o conjunto dos órgãos urinários como parte da pelve. A maioria das doenças do trato urinário está asso-ciada a hemorragia. A hemorragia pode ser resultado de uma doença sistêmica, incluindo envenenamento por samambaia e também pielo-nefrite, a qual causa pus, debris e hemorragia na urina. O “líquido vermelho” pode ser hematúria ou mioglobinúria. A hemoglobinúria pode ser associada à teileriose (Babesia divergens). A hemoglobinúria

bacilar está associada à infecção por Clostridium haemolyticum (Cl.

noyvi tipo D). Ocasionalmente a alimentação com samambaia ou

com a gramínea forrageira Brachiaria radicans Napper irá causar hemoglobinúria, e a condição pode ser associada no pós-parto com a alimentação da raiz e talo. A urolitíase (pedras urinárias), tanto por cálculos como inorgânica, ocorre como resultado de uma dieta pre-disponente em ambos os sexos, mas normalmente causa problemas apenas em machos. Os urólitos mais comumente se alojam na fl exura sigmoide do pênis, com a região do arco isquiático sendo o segundo local mais comum. A ruptura da bexiga urinária e a ruptura uretral também podem ocorrer, e quando isto ocorre a dor desaparece ime-diatamente, e a toxemia e uremia são subsequentes. É possível reali-zar uma uretrotomia distal ao arco isquiático para remover essas pedras. Após a realização desse procedimento, ajustes na alimentação devem ser realizados.

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8

185

Pelve

Fig. 8.1 Características superfi ciais das regiões pélvicas em vista lateral esquerda. Em bovinos mais velhos, a primeira vértebra caudal pode se

expandir ao sacro. A primeira articulação móvel caudal ao sacro é, portanto, a primeira articulação intervertebral da cauda.

Fig. 8.2 Pelve, vértebras e epífi se proximal do fêmur em vista lateral esquerda. As características ósseas palpáveis mostradas na fi g. 8.1 estão

coloridas de vermelho. Note também que neste esqueleto a cauda não está sufi cientemente elevada. A margem caudal do ligamento

sacrotuberal largo está ligada aos processos espinhoso e transverso da articulação sacrocaudal e à tuberosidade dorsal do túber isquiático.

Fig. 8.3 Características superfi ciais das regiões pélvicas em vista caudolateral. Estritamente, o escudo é a

região na qual o pelo apresenta uma direção dorsal. A pele do períneo se encontra entre o ânus e o escroto. Entretanto, é difícil defi nir o períneo em fêmeas de ruminantes porque as intumescências escrotais do feto não são incorporadas na região perivulvar, mas desaparecem gradualmente na região inguinal. Portanto, o úbere forma a margem ventral do períneo na fêmea.

Fig. 8.4 Pelve e vértebras em vista caudolateral. As características

ósseas palpáveis mostradas na fi g. 8.3 estão coloridas de vermelho. A margem caudal do ligamento sacrotuberal largo está ligada aos processos espinhoso e transverso da articulação sacrocaudal e à tuberosidade dorsal do túber isquiático.

Cd I, II, processos espinhosos Cd, I, II, III, processos transversos fossa isquiorretal

ligamento sacrotuberal largo túber isquiático: tuberosidade dorsal tuberosidade ventral tuberosidade lateral

pudendo feminino (vulva), comissura ventral fêmur, trocânter maior

ílio, túber coxal ílio, túber sacral articulação sacrocaudal

articulação sacrocaudal móvel

Cd I, processo espinhoso margem caudal palpável do ligamento sacrotuberal largo Cd I, II, III, processos transversos abrasão na cauda

ânus fossa isquiorretal vulva

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Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

Fig. 8.5 Músculos superfi ciais da parede pélvica lateral esquerda. Os nervos

cutâneos e linfonodos superfi ciais da região são mostrados na fi g. 8.29.

ílio, túber coxal crista sacral mediana processo espinhoso m. glúteo médio tecido adiposo da fossa isquiorretal m. coccígeo parte vertebral do m. gluteobíceps margem caudal do ligamento sacrotuberal largo ramo cutâneo proximal do n. pudendo túber isquiático

m. oblíquo interno do abdome m. tensor da fáscia lata m. semimembranoso vulva, comissura ventral m. semitendinoso posição do trocânter maior do fêmur partes do m. gluteobíceps: cranial caudal m. vasto lateral

(25)

8

187 Pelve Fig. 8.6 Músculos profundos da parede pélvica lateral esquerda. A remoção do grande músculo gluteobíceps revela parte do ligamento sacrotuberal largo caudalmente ao músculo glúteo médio.

ílio, túber sacral

m. tensor da fáscia lata m. glúteo médio n. glúteo caudal linfonodo isquiático n. glúteo cranial ramo do n. isquiático para o

m. bíceps femoral m. ilíaco trocânter maior do fêmur mm. gêmeos n. isquiático n. tibial e n. fibular m. vasto lateral

linha de origem do m. gluteobíceps

ligamento sacrotuberal largo m. coccígeo

tecido adiposo da fossa isquiorretal túber isquiático

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Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

Fig. 8.7 O ligamento sacrotuberal largo e seus forames em vista lateral esquerda.

A remoção do músculo glúteo médio revela toda a extensão do ligamento

sacrotuberal largo, os dois forames e os vasos e nervos que os atravessam.

m. sacrocaudal dorsal lateral

m. glúteo médio ligamento sacrotuberal largo ílio forame isquiático maior a. glútea cranial incisura isquiática maior n. glúteo cranial n. glúteo caudal n. cutâneo femoral caudal m. glúteo profundo n. isquiático trocânter maior do fêmur

m. reto femoral m. vasto lateral n. tibial e n. fibular

linha de origem da parte vertebral do m. gluteobíceps m. coccígeo

ligamento sacrotuberal

túber isquiático, tuberosidade dorsal a. pudenda interna

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8

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Pelve

Fig. 8.8 A pelve após remoção parcial da parede pélvica lateral esquerda. A asa do ílio e grande parte do ligamento sacrotuberal largo foram

removidos. Esta fi gura mostra os nervos e artérias da cavidade pélvica circundados por grandes quantidades de depósito adiposo assim como no animal vivo. Uma dissecação posterior é mostrada na fi g. 8.11.

m. sacrocaudal dorsal lateral m. longuíssimo do lombo n. pudendo a. glútea cranial processo transverso (asa) do sacro a.e v. ilíacas internas margem restante do forame isquiático menor n. isquiático m. ilíaco margem seccionada do corpo do ílio mm. gêmeos a. circunflexa ilíaca profunda m. glúteo profundo fáscia profunda recobrindo o m. oblíquo externo do abdome

m. gluteobíceps, linha de origem da parte vertebral

m. sacrocaudal dorsal medial m. sacrocaudal dorsal lateral mm. intertransversários da cauda ligamento sacrotuberal resquício do ligamento sacrotuberal largo m. coccígeo

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Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

Fig. 8.9 A artéria caudal mediana e a fossa isquiorretal: vista lateral esquerda. Em animais obesos, a fossa isquiorretal é ocupada por uma grande

massa adiposa e externamente esta forma uma saliência em vez de uma concavidade.

Fig. 8.10 Músculos superfi ciais da região perineal e a fossa isquiorretal: vista caudolateral esquerda. A fáscia do diafragma urogenital, a qual forma

a parede medial da fossa isquiorretal, foi dissecada para revelar o músculo retrator do clitóris.

m. sacrocaudal dorsal medial m. sacrocaudal dorsal lateral ligamento sacrotuberal formando a parede laterodorsal da fossa isquiorretal

mm. intertransversários da cauda Cd III:

processo articular cranial arco hemal

processo transverso Cd II, processo transverso a. caudal mediana m. sacrocaudal ventral lateral m. coccígeo formando a parede medial da fossa isquiorretal túber isquiático: tuberosidade dorsal tuberosidade ventral m. semitendinoso n. pudendo m. bíceps

femoral a. glútea caudal a. pudenda interna m. semimembranoso

m. sacrocaudal dorsal medial m. sacrocaudal dorsal lateral ligamento sacrotuberal mm. intertransversários da cauda m. coccígeo

m. sacrocaudal ventral lateral m. sacrocaudal ventral medial Cd III processo articular cranial m. retrator do clitóris (parte clitorídea) Cd III processo transverso fossa isquiorretal m. esfíncter externo do ânus e fáscia superficial perineal m. levantador do ânus ânus

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239

10. ANATOMIA

RADIOGRÁFICA

DA CABEÇA E DAS

EXTREMIDADES DOS

MEMBROS TORÁCICOS

E PÉLVICOS (MÃOs E PÉS)

Considerações clínicas para o exame radiográfi co

O exame radiográfi co é uma ferramenta diagnóstica bastante útil na medicina de ruminantes, particularmente em relação ao crânio e às extremidades distais dos membros; um equipamento de maior potên-cia, no entanto, também será capaz de fornecer imagens da coluna vertebral, das partes proximais dos membros e da pelve. Para uma correta interpretação das anormalidades radiográfi cas é necessário conhecer a anatomia radiográfi ca normal. As extremidades distais dos membros dos ruminantes não são tão complexas, mas podem haver difi culdades quando ocorre a sobreposição de dois dígitos, da mesma forma que ocorre no exame dos ossos dos dígitos acessórios. Por outro lado, o crânio é extremamente complexo e, portanto, é de suma importância que se tenha um atlas de anatomia radiográfi ca normal ou uma radiografi a “normal” para se comparar quando se faz uma tentativa de interpretação dessa área.

A indicação clínica mais comum para o exame radiográfi co é a claudicação e as causas mais comuns de claudicação em ruminantes são infecções da medula óssea (osteomielite) e artrite séptica, que é frequentemente proveniente de uma infecção de disseminação sanguí-nea (hematogênica). Tanto a infecção como o trauma podem resultar na formação de fragmento ósseo que se separa do tecido circunja-cente (sequestro). A área afetada deve ser avaliada por, pelo menos, duas vistas com ângulo reto, uma em relação à outra (projeções ortogonais). No que se refere aos membros locomotores, o membro contralateral também pode ser radiografado para comparação. Nos casos de claudicação baixa, é possível obter uma vista lateromedial mostrando apenas a úngula, se o fi lme devidamente inserido em um

envelope à prova de luz ou em um cassete for posicionado entre as fi ssuras interdigitais. Isso reduz a sobreposição causada pelo dígito não afetado e auxilia muito no diagnóstico de fraturas.

A presença de placas cartilaginosas epifi seais (de crescimento) deve ser considerada quando se interpretam radiografi as de membros loco-motores de animais jovens. Nos ruminantes domésticos, os estudos anatômicos sugerem que, após o nascimento, a epífi se proximal da falange média é a primeira a se fundir completamente (com 1-2 anos de idade em bovinos; com seis meses de idade em ovinos e caprinos) nas extremidades dos membros torácicos e pélvicos. Nos bovinos, as epífi ses que fazem parte da articulação do boleto (metacarpofalangeana) ainda podem estar separadas aos dois anos de idade; as fusões são ligeiramente mais precoces nos ovinos e nos caprinos. As epífi ses que se articulam com as fi leiras proximais de ossos cárpicos ou társicos podem permanecer separadas nos bovinos até depois dos três anos de idade; novamente, essas fusões ocorrem de forma ligeiramente mais precoce nos ovinos e nos caprinos. O túber calcâneo também apresenta fusão tardia (aos três anos nos bovinos, nos ovinos e nos caprinos). Radiografi camente, as fusões entre epífi se e diáfi se podem ser divididas em uma sequência de estágios. A idade na qual acontece a “fusão radiográfi ca completa” pode ser diferente daquela observada com base nas investigações anatômicas macroscópicas e microscópicas.

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Atlas Colorido de Anatomia Veterinária dos Ruminantes

Fig. 10.1 Cabeça de um bovino: vista lateral.

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Anatomia Radiográfi

ca da Cabeça e das Extremidades dos Membros Torácicos e Pélvicos (Mãos e Pés)

Fig. 10.2 Cabeça de um caprino: vista lateral. O seio frontal se estende para o interior dos cornos.

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Classificação de Arquivo Recomendada ANATOMIA VETERINÁRIA

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dissecações, mostrando a anatomia topográfica dos ruminantes. Com este livro, o leitor será capaz

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constituem cada região do corpo e cada sistema de órgãos. Este livro contém fotografias coloridas e

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ANATOMIA

VETERINÁRIA

DOS RUMINANTES

ATLAS COLORIDO DE

Referências

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