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Psicanálise: ciência natural ou hermenêutica? a concepção de Alfred Lorenzer

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Academic year: 2018

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(1)

P S IC A N A L IS E :

C IE N C IA N A T U R A L O U H E R M E N E U T IC A ? A C O N C E P Ç Ã O D E A L F R E D L O R E N Z E R .

M A R IA G E R C IL E N I C A M P O S D E A R A Ú J O *

R E S U M O

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Baseando-se no M aterialism o Histórico, Alfred Lorenzer, Psica-nalista alem ão e m arxista, defende a origem social da linguagem e afirm a que as form as da subjetividade são, em últim a análise, resul-tantes das relações de produção. Este trabalho tenta m ostrar, em ca-ráter introdutório, os conceitos fundam entais da concepção de Lo-renzer sobre a psicanálise, que o levam a considerá-Ia com o um a ciência da com preensão, um a herrnenêutica.

A B S T R A C T

Alfred Lorenzer, a germ an psychoanalist and m arxist àefends, based on the historic m aterialism , the social origin of the language and says that the ways of subjectivity resu It from the relationship of

productlon. This article tries to introduce the basic concepts of Lo-renzer's theory of psychoanalisis which in trought by the author as a science of com prehension, that is, "a herm aneutic"_

,_ A discussão sobre a natureza da psicanálise é antiga. - Ela já ocupava as preocupações de Freud no "Projeto", (') Trata-se de saber se a psicanálise se constitui um a ciência natural, explicativa ou se

é

um a ciência com preensiva, um a herm enêutica. A antiguidade da questão, paradoxalm ente, não im pede sua m o-dernidade. M uitos são os que ainda hoje dela se ocupam , entre eles, filósofos com o Ricoeur, ou com o Haberm as, dedicam parte de suas reflexões

à

Psicanálise.

(1) "Projeto " é abreviatura com um ente usada para designar o texto de S_ Freud "Projeto para um a psicologia científica", escrito em 1895 e s6 publicado após a sua m orte. Neste

ar-tigo utilizam os a versão da Edição Standard Brasileira da Obra Com pleta de Sigm und Freud, vol I, Rio de Janeiro, Im ago, 1977_

*Prof.a Adjunto do Departam ento de Psicologia da UFC. M estre em Psicologia Cl ínlca pela Universidade de São Paulo.

(2)

A m eta é descobrir o verdadeiro estatuto da psicanálise. Não há com o negar a im portância desta em presa.

Neste contexto a proposta de Alfred Lorenzer, psicanalista alem ão e rnarxis-ta, em relação

à

natureza da psicanálise, não se constitui em si m esm a um a novi-dade. Todavia, não restam dúvidas de que o lugar a partir do qual Lorenzer lança seu olhar sobre a psicanálise instaura um a novidade: ele parte do m aterialism o histórico para tentar com por um a teoria m aterialista da subjetividade.

Este trabalho tenta m ostrar, em caráter introdutório, conceitos norteadores de Lorenzer na construção de seu pensam ento sobre a psicanálise e

situã-Io

den-tro da polêm ica quanto a ter a psicanálise o estatuto de um a ciência explicativa ou de um a ciência dos nexos de sentido.

2. Um a tese fundam ental de Lorenzer é a de que a linguagem se produz através das relações sociais. Lorenzer afirm a a origem social da linguagem . O que siqnifi-ca essa afirm ação? Quais as suas conseqüências? Em prim eiro lugar, significa di-zer que sem interação não ex iste linguagem , esta não se produz. Com o conse-qüência, têm -se que para Lorenzer o objeto psicanalístico são as form as de inte-ração produzidas dentro da História. Segundo a leitura de Gabbi Jr. (1988, p. 27) Lacan acredita" ... que as estruturas do inconsciente têm sua raiz em um para além da história. Lorenzer, ao contrário pensa que as form as de interacão são produzidas dentro e através da história". Apoiado no m aterialism o históri~o Lorenzer declara que as situações de interação dependem das relações de produ: ção. Se assim é, em últim a análise, tem -se com o conseqüência que as form as de produção term inam por determ inar as form as da subjetividade.

Se a linguagem é fundam ental na teoria de Lorenzer, verem os que a tarefa anal ítica buscará exatam ente descobrir os nexos de sentido do discurso do anali-sando, o que de pronto nos faz antever que na querela entre explicação, ciência natural, de um lado, e com preensão, ciência do sentido, de outro lado, Lorenzer considera a psicanálise com o um a herm enêutica, um a ciência da com preensão.

Um a em presa de Lorenzer é a investigação epistem ológica da Psicanálise através do fi Itro do m aterialism o histórico. Se para ele o objeto da Psicanálise são os sistem as de interação social, o m étodo analítico é pensado com o um procedi-m ento crítico herm enêutico.

E

ainda partindo do m aterialism o histórico que Lorenzer ressaltará a im portância fundam ental da dim ensão histórica e particular da linguagem do indivíduo, o que im plicará no caráter genético da com preensão psicanalítica. D isso nos ocuparem os m ais adiante.

Voltem os agora

à

tese de que a linguagem se produz através das situações de interação. Não é difícil im aginar que a prim eira situação de interação da criança se dá, salvo exceções, com a m ãe. A m ãe é seu prim eiro objeto de am or, é quem lhe satisfaz as necessidades de nutrição e afeto, é quem lhe dispensa os cuidados básicos para sua

sobrevivência.

Desde Freud, sabe-se da im portância ím par dessa prim eira relação que deixa traços indeléveis no indivíduo por todo seu desenvol-vim ento.

Não é nosso objetivo, tendo em vista a especificidade deste trabalho,

apro-fundarm o-nos na relação m ãe x criança. Nela nos deterem os som ente enquanto

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 0 4 Revista de Psicologia, Fortaleza, V. 6 (2): 103-109, JuJ./Dez., 1988

ela ilum ine o cam inho percorrido por Lorenzer com relação á form a de produção

da linguagem .

Nesse m om ento precisam os recorrer

él

form ação do sírnbolo e do c lic h é den-tro do pensam ento de Lorenzer. Segundo ele o clichê designa um a situação de interação, um a cena. Assim , a criança em presença da m ãe que pronuncia a pala-vra "M ãe" registra que "m ãe" não designa som ente a pessoa da m ãe, m as refere-se à própria cena de interação dela, criança, com a m ãe. Constrói-se assim o clichê que designa um a im agem , um a disposição cênica.

À

m edida em que a criança se desenvolve, os vários clichês construídos a partir de situações de interação vão se transform ando em sím bolos lingüísticos. O que dizer dessa for-m ação de clichés? Penso que com o cada clichê se produz através das interações particulares e específicas que se dão na vida de cada indivíduo, os clichés são, por sua própria natureza, específicos e particulares a cada pessoa. Noutras pala-vras, é o que Lorenzer diz quando afirm a que os clichés constituem um a lingua-gem privada. No processo norm al de desenvolvim ento da criança os

clichés

tor-nam -se sím bolos, ou seja, deixam de representar um a disposição cênica, perdem a sua privacidade enquanto linguagem , o que vai perm itir a inserção do indivíduo na cadeia de significados da sociedade

à

qual pertence, possibilitando sua partici-pação num a linguagem pública. Donde se conclui que a utilização adequada dos sím bolos lingüísticos pertencentes a determ inada sociedade é condição de garan-tia para a com unicação de seus cidadãos. A afirm ação contrária em relação aos clichés tam bém parece verdadeira, isto é, a linguagem privada conduz a um a não com unicação e, em últim a instância, caracteriza a neurose.

3. Para que possam os m elhor com preender o alcance das distorções da lingua-gem através do uso de clichés, convém apresentar as características atr ibufdas por Lorenzer ao clichê. Segundo ele:

No cliché há igualdade entre sím bolo e objeto. Grosso m odo, pode-se dizer que é com o se a palavra "gato" m iasse.

Há no cliché o autom atism o da ação: com pulsão a atuar expressa com o com -pulsão a repetir. O cliché não passa pelo processo do pensam ento, ou seja, o indivíduo repete sem dar-se conta de que está repetindo.

Irreversibilidade do cliché: com o não há tem po no inconsciente, não é possr vel estabelecer-se diferenças. O diferente transform a-se no igual. O cliché n o sofre o efeito de outras representações, um a vez que, no incon-sciente, as repr sentações atuam com o se as outras não existissem . Elas têm caráter

aluclnató

rio.

Em contrapartida Lorenzer afirm a que no sím bolo: Há autonom ia entre sím bolo e objeto;

Pode-se introduzir a reflexão, o pensam ento; Existe felixibilidade, adaptação e reversibilidade.

Os sím bolos são conscientes enquanto os clichés são incon ci nt dos sím bolos lingü ísticos perm ite a inserção do sujeito no m io 11I III

gem de clichê im pede a com unicação adequada, com o r .C J llIp r " d I I

questão da saúde e da neurose sob a ótica de Lorenzer?

(3)

Tudo nos leva a crer que, se Lorenzer considera a linguagem com o produ I da at,ravés e dentro das relações de interação, não se poderia pensar o tndIV(c!t11l

s~u~a~el fora do contexto social. Arriscam os dizer que participar da ca

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

t iIdi slg.nlfl~ados hum anos é conquista da linguagem pública, com um e isso 11111111

pnrnerra análise, significaria índice de saúde. (Não estam os disc~tindo ~ 11111 m ento valores, regras de condutas, sanções ou aprovações de determ inada ()(I

d~de, no. se~ti,do de serem ou não potencializadoras de conflitos e desajust l i '

nl~el ~o in d iv íd u o . Parece-nos que a teoria de Lorenzer perm ite que se pen q l\ l

o indivíduo participante da linguagem pública de sua sociedade pode estab I! cI I

com ela e suas instituições conflitos de gênese social).

O que dizer então da neurose?

Pode-se pensar a neurose com o um a pseudolinguagem pública. O que s r>1 sa de ~ato na neurose é um a regr~ssão do sím bolo ao clichê, e a transform ação di u~a linguagem com um num a linguagem particular. O neurótico cria rnetáfor I

privadas.

. Por que, en~ão dissem os que a neurose pode ser pensada com o um a ps udo linguagem ~ub.li~a? Porque ~e fato os clichês utilizados pelo neurótico, apesar dI terem um siqnificado exclUSIVO para ele, participam da Iíngua corrente As r>III vras "clichés" são conhecidas de outras pessoas, fazem parte do vocabulário (.fi

""?'.

de. ~m a I(ngu~. O que Ihes confere o estatuto de clichê é a privacidad (11

s~u slgnlfl.ca~.~. ~sslm , o c.lichê é a am pliação ou a restrição do signficado elo

s ím b o lo lin q ü rs tic o . Se assrrn podem os dizer, é a natureza arnbrqua do chi I que aparentem ente aponta para um a significação geral com um e todavia en o' bre um sentido particular para o sujeito, o que com prom ete a com unicação 0111 os outros. Por conta dessa am biguidade, pode-se cham ar o cliché do pseudohn guage~. Ness~ ~~ntido, é possível pensar a neurose com o exclusão da linquaqern com o im possibilidade de com unicação. Nela dá-se a repressão de conteúdo cl! ordem sexual associados a um a cena originária. Essa cena refere-se invariavelrm fl

te ,a um a situação de interação. Apesar de recalcados ao inconsciente, esses con teudos pass~m a expressar-se por m eio de clichês que os nom eiam e que d v 111 ser apreendidos e decifrados na situação analítica. Nas palavras de Lorenzer "o conteúdos reprim idos não apenas são excluídos da com unicação ... m as são 11I corpora~os. subrepticiam ente num a form a confusa para a qual querem os u .11 expressao linguagem privada pseudo com u nicativa (Lorenzer, 1977, p. 1 1 3 )

. Opera-se .um a com unicação confusa entre o neurótico e os outros. Sua cupu cidade reflexiva está afetada, um a vez que os representantes sim bólicos rei lo nados

à

cena recalcada foram exclu ídos da consciência e passaram a atu r ell m odo inconsciente. Tornaram -se eficazes com o clichês. Estes são condensaçõ I

d~slocam entos _de significados inconscientes. Pode-se dizer que os c lic h é ,10

n ú c le o s onde sao falseados todos os signos que estejam relacionados aos cont li

dos da cena recalcada.

Conclui-se que a linguagem privada do neurótico está trasvestida de lingu gem pseudocotidiana. ~ um a falsa linguagem .

O que é necessário para o falseam ento de nom es ou form ação de chch

?

106

Revista de Psicologia, Fortaleza, V. 6 (2): 103-109, Jul./Dcz., 1 9 K H

11.\ Lorenzer algum as condições devem ser preenchidas:

Instalação de um conflito, seguida de repressão que conduz

à

"dessim

boli-zação"

do sím bolo;

Perturbação na ordem sim bólica reclam ando a necessidade de preencher lacunas, ou seja, a integração do que fora excluído da com unicação

lin-gü ística;

Finalm ente, integração em um nível sim bólico inferior, que corresponde a um estatuto geneticam ente regressivo do eu, de onde vão surgir novos

sig-nificados deslocados e condensados.

I nstalada a neurose, com sofrim ento para o paciente, a terapia psicanalítica IIi um instrum ento de dissolução da linguagem privada. Possibilitaria nom ear e d uar a cena originária, fazendo-a perder seu conteúdo conflitante recalcado, til volvendo aos clichês a condição de sím bolos socialm ente com partilhados. (1I0SS0 m odo, "curar-se" da neurose é sair do confinam ento de si para m

isturar-I , m ultidão.

M as o que é a praxis psicanalítica para Lorenzer? A psicanálise deve partir Ih hipóteses explicativas para a conduta do indivíduo? Ou deve rejeitá-Ias em

111 notício de um a postura que entenda a linguagem do paciente com o um a

pro-du ão sua repleta de sentido a ser decifrado?

Refletir essas questões é o nosso próxim o passo.

4. Para Lorenzer, acim a de qualquer discussão, a psicanálise abarca a com pre-I" ão. E com preensão sem pre im plica em intenção. A psicanálise utiliza a

lingua-II m natural, cuja natureza é teleológica. Teríam os então com o im plicação que o nb] to da psicanálise seria de natureza intencional? Lorenzer vai m ostrar que a

11 IC nálise realiza um a com preensão genética, histórica, e portanto insere-se no

dom fnio da intenção. Vai cham ar de dim ensão intencional à com unicação de

um "alm a a outra".

Contrapondo-se aos teóricos que véem na psicanálise um a ciência explicati-vI , orno é o caso de Loch, citado por Lorenzer (1 ) e a quem este dedica severas

I Irucas, nosso autor posiciona-se em favor de um a psicanálise com preensiva. I 1,1 requer em prim eiro lugar que analista e analisando participem da m esm a lom unidade linqürstica a fim de que o analista possa ter um a com preensão lógica d,1 om unicação do paciente, um a com preensão do falado. Atento ao discurso do n.rli ndo o analista descobriria quando o que lhe é relatado parece não fazer I ntldo. Aparente paradoxo, é o não sentido que revela o sentido (A). Essa des-loh rta é fundam ental porque o sím bolo lingüístico nesse caso denunciaria um I nndo privado ao paciente. Estaríam os portanto diante do clichê. Clichê, sím -11010 "dessim bolizado", subm etido à repressão. Com o já vim os que o clichê refe-II ( um a disposição cênica, faz-se necessário constituir todas as cenas que este .111.11 designa para que se possa finalm ente chegar

à

cena inicial que ele

represen-I represen-I, 1 na prim ária.

( I) I or nzer discute e critica a posição de Loch em seu livro "EI lenguage destru Ido e Ia r onatruccion psicanalltica. Buenos Aires: Am m orrotu. 1977.

(4)

A com preensão

psicanalítica

passa necessariam ente

pela com preensão

lógica

e pela com preensão

genética, que visa ao aum ento

histórico pessoal do paciente

onde iniciou-se a gênese do sintom a.

Lorenzer diz que a com preensão

genética

envolve a revivência de m odelos de interação.

Ele está se propondo

a

cornpreen-der o falante. A revivência possibilitaria algo com o "colocar-se no lugar do outro

para sentir o que o outro sentiu".

A fala recalcada, aparentem ente

sem sentido,

encobre

o sentido

da vida do paciente.

Com preender

o falante é apreender

os

nexos de sentido

do discurso condensado

e deslocado do paciente que rem ete às

suas experiências vitais. Com preender

a história singular do analisando, no

esque-m a de Lorenzer,

requer a revivência das situações de interação

do analisando

que, em últim a análise, têm raízes na história coletiva.

Para a com preensão

genética do analisando

form ar-se-ia

no analista

um a

espécie de "intuição",

- term o m ais tarde substituído

por Lorenzer por

"apreen-são da intenção do outro"

-

que lhe forneceria

pistas para a interpretação.

M as

com o ter certeza de que um a interpretação

está correta, de que se "apreendeu

a

intenção do outro",

enfim , com o obter conhecim ento

da psiquê do outro?

Pare-ce que estam os tratando

de questões que rem etem

à busca de evidências da com

-preensão.

Com o a Lorenzer

não interessa perseguir a veracidade

dos fatos relatados

pelo paciente,

a evidência da com preensão

psicanal ítica não se fundam enta

em

dados objetivos. O que assegura a com preensão

do analista se não há evidências

externas da com preensão?

l.orenzer quer m ostrar que o conteúdo

da psiquê do

outro

é apreendido

com o nexo de sentido.

Nesse processo, onde o factual não

im porta, a com preensão

lógica é o passo inicial para a com preensão

genética. O

analista experim enta

o fecham ento

de um a gestalt lingüística, cuja evidência lhe

é dada pela vivência de um a espécie de alívio. Não estarem os

nesse m om ento

diante

de um processo sem elhante

a um a vivência fenom enológica?

Não é a vi·

vência interna

de com preensão

que inform a

ao analista estar m ais próxim o da

psiquê do analisando?

Som os inclinados a pensar num a resposta afirm ativa para

estas questões. M as o que nos interessa agora é ratificar ..a im portância

da com

pre-ensão lógica -

o que pressupõe

o m esm o universo

lingü ístico entre analista e

analisando

-

evidenciada

por um gestalt

lingüística

experim entada

com alívio

por parte do analista. Seque-se a revivência de m odelos da situação infantil e da

situação atual na relação transferencial.

Situação

atual, situação

infantil e

situa-çãotransferencial

são repetições de um a m esm a cena.

Em se tratando

do

cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

c lic h é ,

a cena prim ária recalcada ao inconsciente

repete-se com pulsivam ente

até que seu significado seja resgatado. O clichê evolui à

con-dição de sím bolo quando

se diferencia da cena prim ária e passa a nom ear signifi·

cados da com unidade .lingü ística. Para tanto

o analista precisa levar em

conside-ração a presença do recalque que disfarçou

o conteúdo

da fala do analisando, e

entender

essa fala com o um a produção do sujeito. Para desfazer o recalque é

pre-ciso construir

-

através de sucessivas interpretações

que sem pre se rem etem

a

outras situações de interação - a cena originária.

O procedim ento

anal ítico é um a com preensão

em pequenos

passos onde,

gradativam ente,

analista e analisando vão dissolver as m etáforas privadas

incons-1 0 8 Revista de Psicologia, Fortaleza, V. 6 (2): 103-109, Jul./Dez., 1988

f:3CH-PERIODICO<"

. I

om

par-cientes deste últim o, devolvendo· se à condição de sím bolos socia m ente ~ud

su-tilhados.

Esse trabalho só se torna possível porque. Lo.renzer, .tal com o Fr

'

põe a identidade da gram ática consciente à gram ática m cons~len~e.

'a

é

po-Ser analisado é reaprender

a falar com sentido com partdllha( o'boul se)o'm uns.

.

.cando-se através

e s m o os c

der com preender

a SI e aos outros cornuru

I

d

d

própria história,

é

esta-É

viver um processo de resgate das lacunas reca ~a .as . a.

.

orno diz

I· -

de sentido

para as experiências vitais históricas, enfim , c

belecer

Igaçoes

.,

.

Gabbi Jr.

(1 9 8 8 )

é reescrever a própria biografia.

R E F E R Ê N C IA S B IB L lO G R A F IC A S

. - d B 'Ieira das

F REUD, S. _ Projeto para um a :sicoIOgia. Científica. In: E~IÇ;O Standar raSl

ObrJas COom FPletEas~:f=;:U:~ ~:::a dt:~lai:e~~~:r:~~~~ ~~7s~· bj~ti~idade. In: Ide, publicação

GABBI, r. . . m .' . - P I 15' 25-7 1988

da Sociedade Brasileira de pSlcanallse. de São . au:, SI . b I ' Buen~s Aires, ArTlorrartu,

LORENZE R, A. Critica dei Concepto PSlcoanalltlco e m o o,

1976 II . B enos Aires,

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LORENZER, A. EI Lenguage e ru o

Am orrortu, 1977.

Referências

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