Trabalhando com
PENSAMENTOS
AUTOMÁTICOS
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PENSAMENTO AUTOMÁTICO (PA)
Base do tratamento na TCC
Promove a flexibilidade Cognitiva
Fases sobrepostas:
1) Identificação Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PAD)
2) Modificação Pensamentos Automáticos Disfuncionais (PAD)
Técnicas para identificar o
PAD:
Reconhecimento das mudanças de humor
Psicoeducação
Descoberta Guiada
Registro de Pensamentos
Exercícios de Imagem Mental Exercícios de “Role Play”
Uso de Inventários
RECONHECIMENTO DAS
MUDANÇAS DE HUMOR
“A emoção é a estrada real para a cognição” (Beck, 1989)
Padrões de pensamentos ligados à expressão
emocional intensa, carregada oportunidades ricas para trazer à tona alguns PA e ESQUEMAS importantes a serem trabalhados em terapia.
Além disso há um impacto significativo na memória. A carga emocional propicia maior lembrança dos
eventos a serem trabalhados.
Video 4 – TCC para Doenças Graves
IMPORTANTE IDENTIFICAR OS ESTADOS DE HUMOR
As emoções = importância primária = TC.
Meta importante TC alívio de sintomas (redução no nível de aflição = quando ele modifica PA disfuncional). A emoção negativa intensa é dolorosa disfuncional
quando interfere na capacidade do paciente de pensar claramente, resolver problemas, agir efetivamente ou obter satisfação.
Os pacientes com um transtorno psicológico,
frequentemente experimentam uma intensidade de emoção que é excessiva ou inapropriada à situação. Podem sentir-se cansados (não reconhecer depressão)
ou sentirem-se nervosos (não reconhecerem ansiedade).
Também a raiva, a vergonha e a culpa são estados de humor problemáticos comuns a muitas pessoas.
PSICOEDUCAÇÃO
Ensinar ao paciente, se possível com exemplos próprios, a origem dos PAN.
Explicar como o pensamento influencia a emoção e o comportamento
Vídeo 1 – TCC sessões breves
Durante esta aula
Você pode perceber
alguns níveis no seu pensamento. Você pode
estar tendo alguns pensamentos avaliativos
rápidos... Não decorrentes de deliberação ou
raciocínio...
Esses pensamentos são chamados de
PA
, pois
eles parecem
surgir automaticamente
, de repente,
e são, com frequência, bastante
rápidos e breves
.
Você pode aprender a
identificar seus PA
prestando atenção às suas
mudanças de afeto
.
Tendo identificado seu PA, você pode avaliar a
validade dos seus pensamentos.
Em termos cognitivos, quando pensamentos
disfuncionais são sujeitos à reflexão racional,
nossas emoções, em geral, mudam.
Vamos entender de onde vem os PA’s...
Ei, isso faz sentido... Finalmente uma aula
interessante! Ah! Isso é ridículo... Nunca vai funcionar... Essa aula tá muito chata! Que desperdício de dinheiro... Eu preciso mesmo aprender tudo isso? E se eu não conseguir? Isso é difícil demais... Eu nunca vou aprender essa TCC... Arrrgh... essa aula *$%@#*...
CC são entendimentos que são tão fundamentais e profundos, que as pessoas frequentemente não os articulam, sequer para si mesmas.
São idéias consideradas (pela pessoa) como verdades absolutas, é o nível mais fundamental de crença; elas
são globais, rígidas e supergeneralizadas.
Isso é difícil demais... E nunca vou aprender essa
TCC...
COMO IDENTIFICAR
AS
CRENÇAS ?
Desde a infância, as pessoas desenvolvem determinadas crenças sobre si mesmas, outras pessoas e seus mundos.
Isso é difícil demais... Eu
nunca vou aprender essa
TCC...
CRENÇA CENTRAL = “Eu sou incompetente”
CC = é ativada na aula = autocrítica = interpretação da situação negativada.
VIÉS CONFIRMATÓRIO = desconsiderada e desconta as evidências contrárias à CC.
MANUTENÇÃO DA CC = mesmo que seja imprecisa, não verdadeira, disfuncional.
As CC influenciam o desenvolvimento de uma classe intermediária de crenças: atitudes, regras e suposições.
As CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS (CI) influenciam como a pessoa pensa, sente e se comporta.
ATITUDE
REGRA
SUPOSIÇÃO “é horrível ser incompetente” “Eu devo estudar muito, o tempo todo” “Se eu estudar o mais que puder, posso ser capaz de ser tão bom como os meuscolegas”
DESCOBERTA GUIADA
Utilize suas habilidades de empatia.
Coloque-se no lugar do paciente e pense
como ele pode estar pensando.
Essa prática leva a uma maior competência do
terapeuta.
Faça questionamentos que estimulem a EMOÇÃO =
Elas balizam seu caminho.
Seja específico = Situações específicas (discussão de
tópicos gerais leva a relato de cognições difusas).
Focalize em eventos recentes.
Mantenha-se em uma linha de perguntas e um único tópico.
Vá fundo e questione:
”Quais outros pensamentos você teve na situação?”
”Vamos tentar nos manter nisso um pouco mais?” ”Você se lembra de mais algum pensamento que
pudesse estar passando por sua cabeça?”
Conte com a formulação de caso para saber que
caminho tomar.
Pode dirigir o questionamento mesmo no início.
O conhecimento dos diagnósticos diferenciais ajudam
na formulação de perguntas para dirigir os pacientes aos seus focos problemáticos.
Vídeo 13 – TCC para problemas graves
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IMAGENS
MENTAIS
Utilizada quando o paciente tem
dificuldade de identificar pensamentos
automáticos.
Utilização de perguntas que estimulem
imagens vívidas de uma situação ocorrida.
Necessita de preparação para ser eficaz.
15COMO AJUDAR OS PACIENTES
NESTA TÉCNICA
Explique
Use um tom de voz incentivador
e que mostre acolhimento, demonstrando a
utilidade e segurança do método.
Peça que tente lembrar o que se passava
em sua cabeça antes do incidente:
“O que o levou pra essa situação?”
”O que se passava em sua mente enquanto
estava na situação?”
”Como estava se sentindo antes da
interação começar?”
COMO AJUDAR OS PACIENTES NESTA
TÉCNICA
Faça perguntas do tipo: “Quem estava lá?”
“Como era o lugar?”
“Como a outra pessoa apareceu?”
“Você se lembra de algum som ou cheiro naquele momento?” “O que você estava vestindo?”
“O que mais você consegue lembrar da cena antes que tenha sido dito qualquer coisa?”
Conforme a cena for sendo descrita, utilize perguntas
estimulantes que intensifiquem a imagem e ajudem o paciente a ir mais fundo e lembrar dos pensamentos automáticos.
“ROLE PLAY”
(Dramatização)
O terapeuta encena o papel de uma figura
significativa do paciente e dramatiza uma
cena = que está relacionada com a causa
problema.
Num segundo momento eles trocam de
papel.
O objetivo é trazer à tona
PAD
s.
IMPLICAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO ROLE PLAY NA RELAÇÃO TERAPÊUTICA
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Como o “role-play”, nesta situação específica, com essa figura
importante da vida do paciente, afetaria a relação terapêutica?
O teste de realidade do paciente é forte o suficiente para ver essa
experiência como uma dramatização e retornar ao trabalho depois do “role-play”?
Esse “role-play” tocaria em questões relacionais de longo tempo ou
seria focado em um evento mais restrito?
“ROLE PLAY”
(D
RAMATIZAÇÃO
)
INVENTÁRIOS PARA
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
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BDI - Escala de Depressão (Beck Depression Inventory) (Mede a intensidade da depressão)
BAI - Escala de Ansiedade (Beck Anxiety Inventory) (Mede a intensidade da ansiedade)
BHS - Escala de Desesperança (Beck Hopelessness Scale) (Medida de pessimismo –indícios sugestivos risco de suicídio)
BSI - Escala de Ideação Suicida (Beck’s Suicidal Ideation Scale)
(Detecta a presença de ideação suicida – mede extensão da motivação e planejamento)
LISTA DE PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
Marque um X ao lado de cada pensamento automático negativo que você tenha tido nas 2 últimas semanas (Wright, 2008)
__ Eu deveria estar me dando melhor na vida. __ Ele/ela não me entende.
__ Eu o/a decepcionei
__ Eu simplesmente não consigo achar mais graça em nada. __ Por que sou tão fraco(a)?
__ Eu sempre estrago as coisas. __ Minha vida está sem rumo. __ Não consigo lidar com isso. __ Estou fracassando.
__ Isso é demais para mim. __ Não tenho muito futuro.
__ As coisas estão fora de controle. __ Estou a fim de desistir
__ Com certeza, alguma coisa ruim vai acontecer. __ Alguma coisa deve estar errada comigo.
Modificação
Pensamentos
Automáticos Disfuncionais (PAD)
Uso do RPD
Identificação de Erros Cognitivos Questionamento Socrático
Exame das Evidências
Geração de Alternativas Racionais Ensaio Cognitivo
Cartões de Enfrentamento
REGISTRO DE PENSAMENTOS
DISFUNCIONAIS (RPD)
No papel ou no computador
Dá início ao empenho espontâneo de
rever ou corrigir cognições desadaptativas
Pode ser um trampolim para intervenções
mais específicas do terapeuta para
modificar PANs
Apresentado na fase inicial do tratamento
de modo simples
No início, usar apenas duas ou três
colunas, primeiro na sessão e depois
como tarefa de casa
O RPD incentiva o paciente a:
1. Reconhecer seus pensamentos automáticos
2. Identificar erros cognitivos,
examinar as evidências,
gerar alternativas racionais
3. Observar resultados positivos em seus esforços para modificar seus
pensamentos
Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD) Situação Pensamento Automático Emoção Resposta Racional Resultado Preparand o-se para ir a uma festa Não vou saber o que dizer – 90% Ansioso 80% Tenso 70% Maximizando – Leio muito e ouço as notícias no
rádio.Tenho praticado como bater papo. Tenho algo a dizer.Só preciso começar a falar (90%) Ansioso 40% Tenso 40% Fui à festa e fiquei lá por mais de 1 hora. Eu estava nervoso, mas me saí bem
Situação Pensamentos Automáticos Emoção Resposta Racional Resultado 1-Evento que levou à emoção desagradável 2-Fluxo de Pensamentos 3-Sensações fisiológicas Escreva os pensamentos Automáticos que precederam as Emoções Grau de crença no PA 0 a 100% Especifique Triste, ansioso Com raiva Grau de emoção, de 0 a 100% Identifique os erros cognitivos Escreva a resposta racional ao PA Grau de crença na resposta racional, de 0 a 100% Especifique o grau das emoções e PA subsequentes de 0 a 100% Descreva as mudanças no comportamento
Debate Socrático
Quais são as evidências que apóiam essa
idéia?
Quais são as evidências contra essa idéia?
Existe uma explicação alternativa?
Qual é o pior que poderia acontecer?
Eu poderia superar isso?
Debate Socrático
O que é o melhor que poderia acontecer? Qual é o resultado mais realista?
Qual é o efeito da minha crença no pensamento automático?
O que eu deveria fazer em relação a isso?
O que eu diria (a um amigo) se ele ou ela estivesse na mesma situação?
Video 2: Modificando Pensamentos
Ensaio Cognitivo
1. Pense sobre a situação com antecedência
2. Identifique possíveis PADs e comportamentos
3. Modifique os PADs fazendo RPD ou outra técnica
da TCC
4. Ensaie o modo mais adaptativo de pensar e se
comportar em sua mente
5. Implemente a nova estratégia
Cartões de Enfrentamento
1. Escolha uma situação que seja
importante para o paciente
2. Planeje intervenções na terapia com o
objetivo de produzir um
cartão de enfrentamento
3. Avalie se o paciente está pronto para
implementar estratégias com um cartão de enfrentamento.
Não tente fazer muita coisa rápido demais. Comece com uma tarefa administrável
Cartões de Enfrentamento
4. Seja específico na definição da
situação e dos passos a serem seguidos para lidar com o problema
5. Filtre as instruções até a sua essência. Instruções facilmente memorizadas tem maior probabilidade de se solidificar
6. Seja prático. Sugira estratégias que
tenham alta probabilidade de sucesso 7. Defenda o uso frequente do cartão em
Exemplo de Cartão de Enfrentamento
Situação:
Executivos da empresa estão
chegando para fazer um
levantamento de nossos
problemas de produção
Estratégias de enfrentamento:
Lembrar a mim mesmo
- Estamos muito próximos de atingir nossa
meta de produção.
- Outros grupos de trabalho em minha
fábrica estão piores do que nós.
- Eles não estão preocupados comigo. - A pressão cairá sobre meus chefes.
- Eles só vão fazer uma ou duas perguntas. Eles não vão me interrogar.
EXERCÍCIO PRÁTICO
(RPD - DIAGRAMA
5 PARTES)
Escolha um colega para fazer o papel de
paciente e você terapeuta.
Utilize a mudança de humor para
identificar um pensamento automático
disfuncional (PAD)
Agora troque de papel: seu colega vira
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Nome: ________________________________________________ Data ____ / ____ / ____
SITUAÇÃO:
Adaptado de: Conceitualização de Casos Colaborativa (Padesky & Cols) ARTMED:2010
DIAGRAMA 5 PARTES
Neste final de semana saí para fazer compras com minha esposa e paramos num café para comer alguma coisa. Pensei ter visto uma marca de batom na xícara de café e então me senti muito mal, muito preocupado e ansioso.
Eu me senti inquieto, nervoso e tenso... Minhas mãos
começaram a suar muito... Meu coração acelerou... Eu me senti muito mal...
Eu sabia que não poderia tomar café naquela xícara, mas
pensei que minha mulher ficaria brava comigo por eu não ser capaz nem mesmo de tomar alguma coisa sem que isso seja um problema...
Por fim, eu fingi beber naquela xícara e, quando ela foi ao
banheiro, passei a minha xícara para uma mesa vazia... Aí me livrei da xícara e me senti melhor...
Eu tive muito medo de que pudesse ser sangue ou saliva
naquela xícara e eu contraísse o HIV...
Se eu bebesse naquela xícara eu sei que iria me
contaminar...
Exercício RPD - DIAGRAMA 5 PARTES
Terapia Cognitivo-comportamental Judith Beck. ARTMED, 2013 Aprendendo a TCCl – Um Guia I Ilustrado
Jesse H. Wright, Monica R. Basco e Michael E. Thase. ARTMED, 2008
TCC na Prática psiquiátrica. Paulo Knapp e cols.
ARTMED, 2004
Manual de Técnicas em Terapia Cognitiva. Rian