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V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A

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Academic year: 2021

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Trilha dos Sentidos nas aulas de Ciências: atividade do

PIBID/ESALQ- USP

Vânia Galindo Massabni, Laura Almeida Penalva, Dayson Fernando Ribeiro Brandão, Maurício Vulcano, Lívia Moreira de Camargo Barreto, Andreza Gevartosky, Nijima Novello

Rumenos, Stefania Rosalen, Maria Angélica P. Pipitone USP/ESALQ

Apoio: CAPES Eixo 3: Ciências Agrárias/Apresentação de Pôster

RESUMO

As aulas de Ciências nas escolas, em geral, são teóricas e nem sempre despertam o interesse do estudante, nem facilitam sua aprendizagem. Assim, o presente trabalho, desenvolvido pelos bolsistas do PIBID/ESALQ- USP em uma escola de Piracicaba- SP, tem como objetivo que o aluno compreenda a Ciência de forma interdisciplinar, relacionando conhecimentos da área às vivências possibilitadas por atividades práticas, despertando também a consciência social. Planejaram-se aulas no laboratório com uma Trilha dos Sentidos, nas quais os cinco sentidos do corpo humano foram associados às características vegetais e também a inclusão de pessoas com dificuldades visuais. Foram também realizadas atividades de percepção do ambiente, em área verde que receberá um jardim, de modo que os sentidos foram trabalhados em dois espaços: no laboratório e em uma área verde da escola. Os resultados indicam que a docente supervisora buscou incorporar a Trilha às suas aulas regulares. Por sua vez, os alunos da escola se mostraram curiosos com a trilha, sendo surpreendidos com as sensações quando vendados, o que tem gerado perguntas e interesse nas demais aulas. Finalmente, preparar atividades práticas, refletir sobre o uso do laboratório e conviver com alunos na escola têm sido fundamental em nossa formação como professores.

INTRODUÇÃO

As aulas de Ciências nas escolas, em geral, são teóricas e nem sempre despertam o interesse do estudante. são raras nas escolas.

As atividades práticas são raras na escola, embora colaborem tanto para o interesse quanto para o aprendizado de Ciências. Aulas em laboratório podem estar relacionadas ao “fazer ciência” para o aluno, pois lembram a ele a atividade do cientista, pelo contato com

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vidrarias, experimentos e também pela vivência em um ambiente relacionado a pesquisa científica. Embora esta visão de Ciência possa estar calcada em estereótipos sobre quem é o cientista e onde se faz ciência, o laboratório exerce fascínio entre os estudantes, aspecto que não pode ser desprezado ao se trabalhar em disciplinas relacionada às Ciências, como na própria disciplina de Ciências o Ensino Fundamental.

Segundo os PCN (Brasil, 1997), o ensino de Ciências requer procedimentos de ensino que envolvam a investigação, a comunicação e o debate de fatos e ideias, como a experimentação, a comparação, o confronto entre suposições e dados obtidos, entre outras. Além disto, os PCN sugerem que o docente deve abordar a relevância social do conteúdo, discutindo valores e formas de relacionamento na sociedade. Por esta razão, o presente estudo buscou abordar a inclusão da pessoa com necessidades especiais no ensino de Ciências, elaborando uma trilha em que os alunos não viam os objetos. “Trilhas do Sentido” são utilizadas em Jardins Sensoriais, presentes em alguns Parques Ecológicos ou Jardins abertos à visitação pública, com a ideia de conscientizar os visitantes. Muitos contam com monitores com cegueira para guiar no espaço destinado aos sentidos.

Atividades práticas são bem sucedidas se planejadas de forma que façam sentido ao estudante e se integrem ao conhecimento a ser aprendido no currículo escolar. Significa relacionar a teoria à prática, sem ficar apenas no plano da atividade vivida sem a necessária reflexão e compreensão do que foi vivido ou visto. Desta forma, é preciso que o futuro professor se aproprie de formas de lidar com os alunos nestes ambientes e mais ainda, possua inspiração que gere um planejamento com objetivos didáticos para aprender a ensinar em laboratórios e áreas verdes, com atividades que valorizem a vivência do estudante. Esta valorização é um dos propósitos do PIBID/ESALQ.

Dificilmente maior uso de atividades práticas ocorrerá se os novos professores não aprenderem como podem aproveitá-las.

O objetivo deste trabalho é apresentar a Trilha dos Sentidos, trabalho desenvolvido pelos bolsistas do PIBID/ESALQ- USP em uma escola de Piracicaba- SP. O objetivo da trilha é que, ao final da aula, o aluno compreenda a Ciência de forma interdisciplinar, relacionando conhecimentos da área às vivências possibilitadas por atividades práticas, despertando também a consciência social.

As aulas foram planejadas com antecedência, em reuniões do PIBID com participação da professora supervisora em todo o processo, da preparação ao desenvolvimento. Na Trilha dos Sentidos, os cinco sentidos do corpo humano foram associados às características vegetais e também a inclusão de pessoas com dificuldades

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visuais. Foram também realizadas atividades de percepção do ambiente, em área verde que receberá um jardim, de modo que os sentidos foram trabalhados em dois espaços: no laboratório e em uma área verde da escola.

MATERIAIS E MÉTODOS OU DESENVOLVIMENTO

Foram elaborados planos de aula para duas versões da Trilha (2013 e 2014). A Trilha consistiu em aulas práticas em laboratório para tratar dos sentidos (tato, olfato, paladar, audição e visão), já abordados em teoria pela professora supervisora do PIBID. Tais aulas foram complementadas por vídeo sobre inclusão (em 2013) e aula ao ar livre em espaço verde da escola (em 2014).

As aulas foram realizadas na escola Elias de Mello Ayres, em Piracicaba- SP, em dois anos consecutivos, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, durante as aulas de Ciências.

Nas regências, utilizou-se a bancada em U do laboratório para circulação em fila dos alunos vendados, na qual estavam dispostas várias plantas, preparadas para sentir o sabor (chás), aroma (folhas como a do hortelã e de outros temperos pra cheirar) e texturas (pode ser folhas com pêlos ou cerosas, além de objetos). Ao longo da trilha, os alunos testavam os materiais, visando sua identificação sem o uso da visão.

Para iniciar a trilha, os alunos eram vendados pelos licenciandos, que os traziam desde a porta do laboratório para que não vissem o que estava disposto. Neste momento, os alunos já percebiam como nos concentramos no sentido da visão para nos locomover e como é difícil ‘confiar’ que outra pessoa nos mostre o caminho, mesmo sendo o local bem conhecido dos alunos. Em ambos os anos em que a Trilha foi realizada, os materiais eram previamente escolhido para despertar um (ou dois) dos cinco sentidos humanos e eram colocados na bancada. Cabia ao licenciando guiar o aluno na Trilha, sendo dividida entre eles para orientação no primeiro ano (2013) e realizada por apenas um licenciando no segundo ano (2014). Como foram realizadas por alunos bolsistas PIBID diferentes, foram respeitadas a autonomia e individualidade de cada grupo na elaboração da trilha nos anos de 2013 e 2014, de modo que, com o mesmo objetivo, a trilha de um ano ficou um pouco diferente da do outro ano. No ano de 2013, o laboratório da escola foi preparado de forma que uma corda guiava os alunos, de cinco em cinco, em média, os quais iam sendo chamados da sala de aula, que durou mais tempo e foi individualizada (por aluno).

Ao final da Trilha, era discutida a importância/dependência do sentido da visão e a questão das pessoas especiais com ausência de visão e sua inclusão social.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados indicam que a docente supervisora buscou incorporar a Trilha às suas aulas regulares. Por sua vez, os alunos da escola se mostraram curiosos com a trilha, sendo surpreendidos com as sensações quando vendados, o que tem gerado perguntas e interesse nas demais aulas, de forma que os licenciandos percebem a importância do trabalho realizado.

No espaço verde da escola, ao lado do estacionamento, antes sem nenhum uso didático e praticamente abandonado pela escola, foi realizada uma aula para a percepção do local. Dos sentidos, destacou- se a visão, pois foi solicitado que os alunos observassem o local, os quais perceberam existir árvore frutífera (pitanga), árvores que faziam sombra, deixando um ambiente agradável, entre outras. Características do tronco – pelo tato – foram notadas. Foi ainda observado o gramado e o solo em declive, quase sem proteção, que propicia a erosão. A sensação foi de bem estar, por se estar de um local mais fresco, a qual foi relacionada ao conforto térmico e a questões como umidade do ar, tipo de relevo e de solo presente na área. Os alunos gostaram e participaram bastante, ávidos por terem aulas em diferentes espaços e por saber que lá abrigará um jardim; este foi o início do trabalho no espaço que sediará o Jardim Sensorial Didático da escola, implantado pelo PIBID/ESALQ. Para ilustrar como foi a Trilha dos Sentidos apresenta-se o planejamento da atividade realizada em 2014.

Planejamento da Trilha dos Sentidos (2014)

Autor deste planejamento: Dayson Fernando Ribeiro Brandão Tema: Nossos sentidos e o jardim sensorial.

Público alvo: Alunos do ensino fundamental da Escola Mello Ayres (9º ano). Duração das regências: 3 intervenções, perfazendo um total de 150 minutos.

Objetivo: Espera-se que, ao final das intervenções, os alunos estejam aptos a compreender a importância e função de um jardim sensorial.

Conteúdo: O conceito de jardim sensorial e sua função no contexto social. Recursos: Giz branco, lousa, projetor multimídia, plantas e frutas.

Metodologia:

Aula 1: Os primeiros 15 minutos de aula foram dedicados à introdução do tema. Em um dialogo com os alunos, discutimos sobre quais são os nossos sentidos e as partes do nosso corpo aos quais eles estão associados, e sobre a importância dos nossos sentidos no

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dia-a-dia. Enquanto isso, eram anotadas as repostas na lousa. Em seguida, perguntava-se aos alunos se eles conheciam o assunto “jardim sensorial”, desconhecido da população, uma vez que jardins sensoriais existem em pouquíssimas cidades no Brasil. Explicou-se, então, a definição e a importância dos jardins sensoriais.

Aulas 2 e 3: Os alunos foram ao anfiteatro da escola e viram dois vídeos (10 minutos) sobre jardim sensorial, nos quais pessoas vendadas participavam de uma trilha em que eram conduzidos por guias que diziam aos participantes como eles deviam sentir as plantas. Em seguida, os alunos foram sendo liberados, individualmente, para o Laboratório de Ciências, para participarem da “Trilha dos Sentidos”, cuja ideia foi simular o que aconteceria em um Jardim Sensorial. A trilha começava com um estímulo para a audição, com três arquivos de áudio: um de chuva, um de canto de pássaros numa floresta e o último de trânsito (buzinas e motores). Após, o aluno tocava plantas com folhas de texturas distintas (lisa, sedosa e áspera), estimulando o tato. Em seguida, o aluno era convidado a experimentar pedaços de frutas (maçã, banana e tangerina), estimulando o seu paladar. Mais adiante, o aluno encontrava plantas aromáticas (hortelã e manjericão), trabalhando o olfato. Na última etapa da trilha, plantas com folhas e flores de diversas cores estimulavam a visão. A venda era então retirada e a experiência discutida.

Ao longo do percurso, é necessário manter diálogo com os alunos, para que ele seja conduzido com segurança e também para que responda perguntas sobre que estímulos ele está sentindo, aumentando sua percepção e concentração no uso dos seus sentidos. Durante a trilha, os alunos eram questionados se o estímulo que eles estavam sentindo era agradável ou desagradável e se eles conseguiam reconhecer o objeto (planta, fruta, áudio) pelo estímulo naquele determinado sentido.

CONCLUSÕES ou CONSIDERAÇÕES FINAIS ou IMPLICAÇÕES

A Trilha dos sentidos tem colaborado no sentido de trabalhar o tema e também de incentivar a construção de um jardim na escola, o Jardim Sensorial Didático. Finalmente, preparar atividades práticas, refletir sobre o uso do laboratório e conviver com alunos na escola têm sido fundamental em nossa formação como professores.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências. Brasília: MEC/SEF, 1997.

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