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Livro de testes P5 - Português

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

LIVRO

DE

TESTES

P5

– 5.

o

ANO

Português

MATERIAL EXCLUSIVO

Professor

(2)

ÍNDICE

Teste 1 ... 2 Teste 2 ... 12 Teste 3 ... 22 Teste 4 ... 31 Teste 5 ... 38 Teste 6 ... 46

Teste de compreensão oral 1 ... 55

Teste de compreensão oral 2 ... 57

Teste de compreensão oral 3 ... 58

Teste de compreensão oral 4 ... 59

Teste de compreensão oral 5 ... 60

Teste de compreensão oral 6 ... 61

Cenários de resposta... 62

(3)

TESTE

1

NOME: ____________________________________________________________________________________________________ TURMA: _________________ N.O: _________________

Unidades 1 e 2 – Dias de escola / Álbum de família

1.

a

PARTE

Lê o texto A, de Mónica Baldaque.

Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado a seguir ao texto.

Texto A

A menina do gato preto

Era uma vez um gato que tinha uma menina. Era um gato preto, com os olhos redondos e amarelos. A menina era magrinha, pequena, de olhos grandes e brilhantes, um pouco tristes. Chamava-se Maria.

A mãe penteou-lhe o cabelo aos caracóis, pôs-lhe um colar e disse-lhe: «Vai brincar para o quintal, mas não sujes o vestido nem

o s sapatos porque vem o teu pai almoçar e

quero-te limpinha.»

O gato saiu com Maria para o jardim e disse na sua voz rouca: «Limpinha, porquê? Afinal o pai anda sempre com uma bata suja de tintas de todas as cores! Deixa lá, Maria!

Podes saltar os canteiros e, se caíres no saibro1 vermelho ou te encostares

às folhas ferrugentas do limoeiro, não faz mal.».

O pai de Maria era pintor e pintava umas praias muito bonitas, com grandes areais claros, e o mar muito manso, e o céu transparente, com uma ou duas nuvens brancas, fininhas.

Maria olhou o gato com o seu olhar espantado e achou-o malcriado. Todos os gatos são malcriados. Altivos e respondões. E os gatos pretos são os piores. Os malteses ainda tocam piano e falam francês!

O gato correu à frente de Maria, trepou pelos galhos da japoneira e pôs- -se a olhar a rua, por cima do muro alto. Maria, que não podia sair à rua sozinha, perguntou-lhe: «O que vês?»

«Meninos que vão para a escola. Meninos que gritam, falam muito alto e atiram pedras aos vidros das casas abandonadas, e aos gatos que estão

15 20 25 5 10

(4)

debaixo dos carros. Não gosto deles. Nem tu deves gostar. Se eles te vissem com esse vestido branco, riscavam-no todo com lápis de cor e com as pétalas das sardinheiras vermelhas esmagadas.»

Maria pensou: «Ainda bem que tenho um quintal e não preciso de brincar na rua. É todo meu, e posso andar por estes caminhos, cheios de sombras, a fingir que vou a casa de uma amiga, à mercearia, ao cabeleireiro ou à praia...» O gato saltou de repente da japoneira e deu uma corrida até ao fundo do quintal. Maria correu atrás dele e tropeçou na cadeira de verga da boneca, que ficara esquecida no coradouro… Caiu sobre a erva tenra e húmida, e ao levantar-se viu o vestido branco cheio de riscos verdes… Os seus olhos encheram-se de lágrimas, pensando nas advertências da mãe, ainda há pouco.

O gato olhou Maria sem se comover e disse-lhe: «Se tivesses vestido o teu vestido verde, já não se notava nada. Porque não o vestiste? Um vestido branco é só para tirar uma fotografia, ou para o dia da comunhão, ou para estar sentada na sala a ouvir a mãe tocar piano!»

Nisto, a sineta do portão tocou. Era o pai, que chegava do atelier2.

Entrou e pegou na filha ao colo, olhou para o vestido e disse-lhe: «Que bonita pintura tem o teu vestido! Parece um campo de neve com ervinhas a espreitar!» Maria sorriu e fez uma festa na barba do pai. E o gato miou e roçou-se dengoso na perna do pintor.

Mónica Baldaque, Do outro lado do quadro, Asa

VOCABULÁRIO

1 saibro – terreno (mistura de argila e areia). 2 atelier – local onde o pintor trabalha.

Responde ao que te é pedido sobre o texto que acabaste de ler, seguindo as orientações que te são dadas.

1. Assinala com X, de 1.1. a 1.5., a opção que permite completar cada afirmação, de acordo com o sentido do texto.

1.1. O texto que leste é sobre

uma menina que tinha um gato preto. um gato preto que tinha uma menina. um pintor que gostava de gatos.

uma menina que tinha um gato trepador.

30

35

40

45

(5)

1.2. A mãe aconselhou Maria a não sujar o vestido porque era novo e muito bonito.

o pai esperava-as no atelier de pintura. era branco e sujava-se com facilidade. o pai vinha almoçar.

1.3. O gato discorda da mãe de Maria pois

acha que a menina pode sujar-se porque o vestido é velho. o pai também se sujava ao pintar os quadros.

o pai também se sujava ao pintar as casas. não gostava daquele vestido.

1.4. Maria sujou o vestido já que tentou subir à árvore. se sentou no chão do jardim. correu atrás do gato.

tropeçou no gato.

1.5. O pai e o gato mostram estados de espírito diferentes perante o vestido sujo: o gato mostra-se aborrecido, e o pai indiferente.

o gato mostra-se otimista, e o pai zangado.

o gato mostra-se rabugento, e o pai entusiasmado. o gato mostra-se derrotado, e o pai maravilhado.

2. Maria é uma das personagens principais desta história. Completa o quadro seguinte, indicando as características da menina.

Maria Características físicas

ž

__________________________________________________________

ž

__________________________________________________________

ž

__________________________________________________________

ž

__________________________________________________________ Características psicológicas

ž

__________________________________________________________

ž

__________________________________________________________ (6 pontos)

(6)

3. Identifica e descreve um dos espaços referidos no texto. ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

4. A certa altura o narrador refere que «Todos os gatos são malcriados. Altivos e respondões», linha 21.

Diz se o comportamento do gato ao longo da história confirma ou desmente esta afirmação. ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

5. Assinala com X a opção que completa a frase, de acordo com o sentido do texto. Quando chegou a casa e viu o vestido branco cheio de cores, o pai de Maria

pegou carinhosamente na filha ao colo e fez uma festa ao gato. pegou carinhosamente na filha ao colo e ignorou o gato. elogiou carinhosamente o desenho como se fosse uma pintura.

pegou carinhosamente na filha ao colo e ignorou a mancha do vestido.

6. Transcreve uma frase ou expressão do texto que comprove que o gato preto, por vezes malcriado, gostava realmente dos donos.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ (6 pontos) (4 pontos) (2 pontos) (4 pontos)

(7)

Lê e observa, agora, o seguinte cartaz do Plano Nacional de Leitura.

Texto B

7. São apresentadas 7 Excelentes razões para ler com as crianças. Lê cada uma das razões apresentadas, numeradas de 1 a 7.

Associa os diferentes números a cada um dos títulos resumo. Segue o exemplo.

N.o «7 Excelentes razões para ler com as crianças»

a) A leitura contribui para reforçar a autoconfiança. b) A leitura reforça os laços entre o leitor e o ouvinte. c) A leitura pode ser uma diversão.

d) A leitura permite a aprendizagem de palavras novas. 3. e) A leitura possibilita um maior conhecimento da realidade.

f) A leitura alarga o imaginário.

g) A leitura aumenta o conhecimento de nós mesmos e dos outros.

(8)

8. Escolhe uma das 7 Excelentes razões para ler com as crianças, apresentando dois argumentos que justifiquem a tua escolha.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

Lê, agora, o seguinte poema de Marta Elias.

Texto C

9. Ordena as frases, de 1 a 7, de acordo com a sequência pela qual as informações são apresentadas no poema.

Repara que a última frase da sequência está numerada.

7. A Maria assobia quando termina de escrever o seu nome.

A Maria brinca alegremente e cria um mundo novo com as letras. A Maria não gosta de quem copia.

A Maria tem um gatinho que mia.

A Maria sabe que o I tem muita força e energia. A Maria estuda numa academia.

A Maria faz compras numa mercearia.

(6 pontos) (6 pontos)

5

10

Com as letras, a Maria Sabe que se faz magia Brinca com muita alegria Um mundo novo ela cria Com o M, a Maria

Mora numa moradia Tem um gatinho que mia Faz compras na mercearia Junta-lhe um A, e a Maria Tem amigas e confia Estuda numa academia Não gosta de quem copia

E mais um R, e a Maria Roda, rola, rodopia Mostra a sua rebeldia Anda numa correria Agora o I, e a Maria

Não sabe bem pra onde ia Mas sabe que irradia Muita força e energia De novo o A, e ela assobia Pois já foi aonde queria Com as letras fez magia Com estas fez-se Maria.

Marta Elias, LengaLenga dos nomes, Oficina do Livro 15

20

(9)

Responde, agora, ao que te é pedido sobre o Conhecimento da Língua.

10. Ordena alfabeticamente as seguintes palavras, que se iniciam com a mesma letra.

pintor poesia pintalgar perfeito

pintar pintura paleta poema

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

11. Regista na tabela as palavras destacadas, de acordo com o número de sílabas.

«Ainda bem que tenho um quintal e não preciso de brincar na rua. É todo meu, e posso andar por estes caminhos, cheios de sombras, a fingir que vou a casa de uma amiga, à mercearia, ao cabeleireiro ou à praia...»

Monossílabo Dissílabo Trissílabo Polissílabo

12. Sublinha as quatro palavras graves presentes na lista seguinte.

a) gato d) almoçar g) pintor

b) menina e) quintal h) lágrimas

c) húmida f) vestido i) ervinhas

13. Identifica na frase a) palavras das subclasses indicadas. Transcreve essas palavras para os espaços correspondentes.

a) O pintor entrou e pegou na filha ao colo. Tinha o rosto mesmo parecido com o seu! Este olhou para aquele vestido, que parecia mesmo um dos seus quadros e disse: «Que bonita pintura tem o teu vestido! Parece um campo de neve com ervinhas a espreitar!» Maria sorriu. Um elogio como aquele era maravilhoso. Fez uma festa na barba do pai.

Pronome possessivo: _____________________________________________________________________________ Pronome pessoal: ________________________________________________________________________________ Pronome demonstrativo: ________________________________________________________________________ Determinante demonstrativo: ___________________________________________________________________ Artigo definido: ___________________________________________________________________________________ Determinante possessivo: _______________________________________________________________________ (4 pontos) (4 pontos) (3 pontos) (4 pontos)

(10)

14. Assinala com um círculo a opção que apresenta os pronomes adequados para substituir as palavras destacadas.

14.1. A Maria pediu à mãe para ir ao quintal. a) Ela pediu-lhes para ir ao quintal. b) Ela pediu-lhe para ir ao quintal. 14.2. O gato deu um conselho à menina.

a) O gato deu-lhe um conselho. b) O gato deu-o à menina.

14.3. O pai ofereceu um estojo de pintura à menina. a) O pai ofereceu-o à menina.

b) O pai ofereceu-a à menina.

15. Completa o quadro, registando corretamente os nomes presentes na frase b), de acordo com a sua subclasse.

b) O gato preto subiu rapidamente à árvore porque viu um grupo de miúdos a correr e a Maria ficou a observá-lo junto ao pomar.

Nomes próprios Nomes comuns Nomes comuns coletivos

16. Preenche, na tabela, os espaços em branco com os graus dos nomes.

Grau normal Grau aumentativo Grau diminutivo

casa gatinho rapagão bigode (3 pontos) (3 pontos) (4 pontos)

(11)

17. Estabelece a correspondência entre as duas colunas, através da letra adequada, de modo a identificares corretamente o grau dos adjetivos.

Frases Graus dos adjetivos

a) A menina tinha um vestido muito bonito. b) O pai da Maria era mais tolerante do que a

mãe.

c) O gato preto era o mais rabugento de todos. d) A pintura do vestido era lindíssima.

e) O gato preto era tão divertido como a menina.

1. Grau comparativo de superioridade 2. Grau comparativo de igualdade 3. Grau comparativo de inferioridade 4. Grau superlativo relativo de superioridade 5. Grau superlativo relativo de inferioridade 6. Grau superlativo absoluto sintético 7. Grau superlativo absoluto analítico

a) b) c) d) e)

2.a PARTE

Vais, agora, escrever um texto.

Recorda a história que leste intitulada «A menina do gato preto».

Certamente, a Maria e o gato preto viveram outras aventuras emocionantes.

Relata uma dessas aventuras, construindo uma narrativa, entre 20 a 25 linhas, com:

ž

Introdução: situação inicial, com indicação de quem?, onde?,quando?

ž

Desenvolvimento: apresentação dos problemas/conflitos e resolução dos problemas.

ž

Conclusão: situação final.

Após teres terminado a escrita, verifica se:

ž

escreveste um título;

ž

utilizaste corretamente as maiúsculas e as minúsculas;

ž

assinalaste corretamente os parágrafos;

ž

a pontuação está correta.

(20 pontos) 100 pontos (5 pontos) 30 pontos

(12)

_________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 5 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 10 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 15 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 20 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 25 _________________________________________________________________________________________________

FIM

(13)

TESTE

2

NOME: ____________________________________________________________________________________________________ TURMA: _________________ N.O: _________________

Unidades 2 e 3 – Álbum de família / Natais

1.

a

PARTE

Lê o texto A, de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Texto A

Joana tinha nove anos e já tinha visto nove vezes a árvore do Natal. Mas era sempre como se fosse a primeira vez. Da árvore nascia um brilhar maravilhoso que pousava sobre todas as coisas. Era como se o brilho de uma estrela se tivesse aproximado da Terra. Era o Natal. E por isso uma árvore se cobria de luzes e os seus ramos se carregavam de extraordinários frutos em memória da alegria que, numa noite muito antiga, se tinha espalhado sobre a Terra.

E no presépio as figuras de barro, o Menino, a Virgem, São José, a vaca e o burro, pareciam continuar uma doce conversa que jamais tinha sido interrompida. Era uma conversa que se via e não se ouvia.

Joana olhava, olhava, olhava.

Às vezes lembrava-se do seu amigo Manuel. Um dos primos puxou-a por um braço. — Joana, ali estão os teus presentes.

Joana abriu um por um os embrulhos e as caixas: a boneca, a bola, os livros cheios de desenhos a cores, a caixa de tintas.

À sua volta todos riam e conversavam.

Todos mostravam uns aos outros os presentes que tinham tido, falando ao mesmo tempo.

E Joana pensava:

— Talvez o Manuel tenha tido um automóvel. E a festa do Natal continuava.

As pessoas grandes sentaram-se nas cadeiras e nos sofás a conversar e as crianças sentaram-se no chão a brincar.

Até que alguém disse:

— São onze horas e meia. São quase horas da missa. E são horas de as crianças se irem deitar.

Então as pessoas começaram a sair. O pai e a mãe de Joana também saíram.

— Boa noite, minha querida. Bom Natal — disseram eles.

5

10

15

20

(14)

E a porta fechou-se.

Daí a um instante saíram as criadas.

A casa ficou muito silenciosa. Tinham ido todos para a Missa do Galo, menos a velha Gertrudes, que estava na cozinha a arrumar as panelas.

E Joana foi à cozinha. Era a altura boa para falar com a Gertrudes. — Bom Natal, Gertrudes — disse Joana.

— Bom Natal — respondeu a Gertrudes. Joana calou-se um momento. Depois perguntou:

— Gertrudes, aquilo que disseste antes do jantar é verdade? — O que é que eu disse?

— Disseste que o Manuel não ia ter presentes de Natal porque os pobres não têm presentes.

— Está claro que é verdade. Eu não digo fantasias: não teve presentes, nem árvore do Natal, nem peru recheado, nem rabanadas. Os pobres são os pobres. Têm a pobreza.

— Mas então o Natal dele como foi? — Foi como nos outros dias.

— E como é nos outros dias? — Uma sopa e um bocado de pão. — Gertrudes, isso é verdade?

— Está claro que é verdade. Mas agora era melhor que a menina se fosse deitar porque estamos quase na meia-noite.

— Boa noite — disse Joana. E saiu da cozinha.

Subiu a escada e foi para o seu quarto. Os seus presentes de Natal estavam em cima da cama. Joana olhou-os um por um. E pensava:

— Uma boneca, uma bola, uma caixa de tintas e livros. São tal e qual os presentes que eu queria. Deram-me tudo o que queria. Mas ao Manuel ninguém deu nada.

E sentada na beira da cama, ao lado dos presentes, Joana pôs-se a imaginar o frio, a escuridão e a pobreza. Pôs-se a imaginar a Noite de Natal naquela casa que não era bem uma casa, mas um curral de animais.

«Que frio lá deve estar!», pensava ela. «Que escuro lá deve estar!», pensava ela. «Que triste lá deve estar!», pensava.

E começou a imaginar o curral gelado e sem nenhuma luz onde Manuel dormia em cima das palhas, aquecido só pelo bafo de uma vaca e de um burro.

— Amanhã vou-lhe dar os meus presentes — disse ela. Depois suspirou e pensou:

«Amanhã não é a mesma coisa. Hoje é que é a Noite de Natal.»

Sophia de Mello Breyner Andresen, A Noite de Natal, Figueirinhas 30 35 40 45 50 55 60 65

(15)

1. Numera as afirmações seguintes, de acordo com a ordem dos acontecimentos narrados. Segue o exemplo.

a) Joana observava o presépio junto à árvore de Natal. 1

b) A menina verificou pela segunda vez os presentes que tinha recebido. c) Joana decidiu que ia dar os presentes ao amigo naquela noite. d) A determinada altura, alguém disse que era a hora da missa. e) Sozinha no quarto, Joana pensou no amigo Manuel.

f) A menina perguntou à Gertrudes se o Manuel não teria presentes. g) Um dos primos puxou Joana pelo braço para ir ver as prendas de Natal. h) Os pais de Joana saíram.

2. No início do texto, é descrita a árvore de Natal à volta da qual se reúne toda a família de Joana. Completa o quadro, de acordo com a descrição da árvore presente no primeiro parágrafo.

Características da árvore

ž

_________________________________________________________________________________________________________________________

ž

_________________________________________________________________________________________________________________________

ž

_________________________________________________________________________________________________________________________

3. Identifica o motivo que terá levado Joana a pensar no amigo Manuel, quando recebeu os presentes de Natal.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

4. Retira do texto seis palavras que te permitam formar um campo lexical relacionado com o Natal.

Campo lexical – Natal

(7 pontos)

(3 pontos)

(4 pontos)

(16)

5. Entre o momento da abertura dos presentes e a hora em que a casa fica em silêncio, são diversos os acontecimentos descritos pelo narrador (linhas 14-32).

Enumera três desses acontecimentos, mantendo a ordem de aparecimento no texto. 1.o __________________________________________________________________________________________________

2.o __________________________________________________________________________________________________

3.o __________________________________________________________________________________________________

6. Após a conversa com a Gertrudes, vários pensamentos preocupavam a Joana. Descreve o estado de espírito da personagem, indicando os motivos que o originaram. ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

7. Transcreve uma expressão textual que indique que Joana tomou uma decisão.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

8. Joana decidiu ir levar os presentes ao amigo naquela mesma noite.

Imagina que a menina tinha passado pela cozinha para levar um bolo feito pela cozinheira Gertrudes para o dia de Natal, de forma a partilhá-lo com o amigo. Resolveu também copiar a receita para oferecer à mãe do Manuel, mas quando chegou à cozinha viu que a Gertrudes a tinha desordenado, para manter o segredo do seu melhor bolo.

Numera as instruções de 1 a 8, de forma a reconstituir a receita. O último passo já está numerado.

Em seguida, junte as nozes e as passas passadas por farinha. Por último, acrescente as claras batidas em castelo.

Em segundo lugar, junte as gemas e a farinha misturada com o fermento, alternando com o leite.

8 Leve o preparado a forno moderado cerca de 1 hora em forma ou formas bem untadas e polvilhadas com farinha.

Em primeiro lugar bata a manteiga com o açúcar até ficar em creme. Bata os seis ingredientes durante 4 minutos.

Ingredientes:

ž 1 chávena e 1/2 de leite ž5 ovos

ž500 g de farinha de trigo ž200 g de passas brancas e pretas

ž400 g de açúcar ž2 colheres de sopa de fermento em pó

ž200 g de manteiga žuma pitada de sal

ž200 g de nozes picadas ž4 gotas de essência de baunilha

Bolo de Natal http://www.gastronomias.com/doces/ (adaptado) (6 pontos) (3 pontos) (7 pontos) (6 pontos)

(17)

Lê e observa, agora, a seguinte banda desenhada.

Texto B

Bill Watterson, O Indispensável de Calvin & Hobbes – Uma Antologia Calvin & Hobbes, Gradiva

9. Identifica o número de tiras e de vinhetas presentes na prancha de banda desenhada que acabaste de ler.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

(18)

10. Seleciona, em cada item, a alternativa que permite obter a afirmação adequada ao sentido da banda desenhada.

10.1. Na primeira vinheta da segunda tira, o pai de Calvin a) pede ao filho que lhe traga uma cerveja preta.

b) brinca com o filho por este ir levar uma sanduíche ao Pai Natal. c) diz ao filho para levar um copo de leite ao Pai Natal.

10.2. Quando Hobbes afirma «Ainda bem que os tigres são naturalmente prendados», quer dizer

a) que os tigres recebem prendas todos os dias. b) que os tigres oferecem muitas prendas. c) que os tigres têm muitas qualidades.

10.3. Na primeira vinheta da última tira, Calvin está a gritar porque a) quer que os pais se levantem para abrir os presentes. b) o Pai Natal não trouxe presentes para o Hobbes. c) o Pai Natal lhe trouxe os presentes que ele queria.

11. Caracteriza a relação de Calvin e Hobbes, através de dois adjetivos.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

Responde, agora, ao que te é pedido sobre o Conhecimento da Língua.

12. Lê o seguinte excerto do diálogo entre Calvin e Hobbes, transcrito da BD.

«Calvin – Psst! Acorda é Natal!

Hobbes – De certeza? Ainda está escuro.

Calvin – São quatro horas da manhã! Vamos ver se o Pai Natal já nos trouxe as prendas! Hobbes – Ena pá!

Calvin – Vamos deixar a mãe e o pai dormirem mais uma hora mas podemos ir contando os embrulhos.

Vou ligar as luzes da árvore.

Ah Ah! Olha-me estes presentes todos! Vejamos quais são para mim!

Hobbes – Este é para ti. É estranho o Pai Natal ter-se dado ao trabalho de fazer um embrulho sem nada

lá dentro.

Calvin – Engraçadinho! Este é para a mãe… Este é para mim… Este é para o pai… Ei, onde estão as tuas

prendas? O Pai Natal enganou-se!

Hobbes – Ainda bem que os tigres são naturalmente prendados.»

Bill Watterson, O Indispensável de Calvin & Hobbes – Uma Antologia Calvin & Hobbes, Gradiva (adaptado)

(6 pontos)

(2 pontos)

(5 pontos) 50 pontos

(19)

Transcreve para a coluna respetiva duas palavras presentes no diálogo, que correspondam a cada uma das seguintes classes gramaticais.

Nome Adjetivo Quantificador

numeral Determinante Interjeição

13. Observa os grupos nominais presentes na seguinte frase.

A Joana ofereceu brinquedos ao amigo Manuel.

Preenche a tabela, transcrevendo os grupos nominais de acordo com a sua constituição.

Grupo nominal Exemplos a) constituído por um nome e por determinante, e que

não faz parte do grupo verbal.

b) constituído só pelo nome, e que acompanha o verbo

no grupo verbal.

c) introduzido pela palavra «ao» e que acompanha o

verbo no grupo verbal.

14. Lê as seguintes frases e assinala aquelas que contêm um sujeito composto. a) Todos os primos de Joana receberam presentes.

b) A mãe e o pai foram à missa.

c) O Manuel era um menino com dificuldades económicas.

d) O Menino, a Virgem, São José, a vaca e o burro pareciam estar a conversar.

15. Lê a seguinte frase.

A cozinheira Gertrudes deu um conselho a Joana.

Completa os espaços com os elementos da frase que correspondem às funções sintáticas indicadas. Sujeito: ___________________________________________________________________________________________ Predicado: ________________________________________________________________________________________ Complemento direto: ____________________________________________________________________________ Complemento indireto: __________________________________________________________________________ (3 pontos) (6 pontos) (4 pontos)

(20)

16. Identifica a função sintática presente na expressão destacada.

«– Gertrudes, isso é verdade? »

____________________________________________________________________________________________________

17. Estabelece a correspondência entre as duas colunas, associando um número a uma letra, de modo a identificar a função da pontuação destacada em cada uma das frases.

a) — O que é que eu disse?

b) — Disseste que o Manuel não ia ter presentes

de Natal porque os pobres não têm presen-tes.

c) — Está claro que é verdade. Eu não digo

fan-tasias: não teve presentes, nem árvore do Natal, nem peru recheado, nem rabanadas.

d) «Que triste lá deve estar!», pensava. e) — Gertrudes, isso é verdade?

1. Indica o início da fala da personagem. 2. Introduz uma frase de tipo interrogativo. 3. Separa o vocativo.

4. Introduz uma enumeração.

5. Indica o pensamento das personagens.

a) b) c) d) e)

18. Preenche o quadro, assinalando com X o tipo e a forma das frases.

Frase Tipo Forma

a) «Que frio lá deve estar!» b) Gertrudes, isso é verdade?

c) Mas agora era melhor que a menina se fosse deitar. d) Eu não digo fantasias: não teve presentes.

(2 pontos)

(5 pontos)

(5 pontos) 30 pontos

(21)

2.a PARTE

Vais, agora, escrever um texto.

Escolhe apenas uma das alternativas apresentadas e realiza a atividade. Escreve um texto de 15 a 20 linhas.

a) Joana cumpriu a sua promessa e foi levar os presentes ao amigo.

Imagina como seria a casa de Manuel. Escreve um texto em que apresentes a descrição desse espaço, a partir do ponto de vista de Joana.

Segue as instruções:

1.o passo

Faz um plano do teu texto: descreve o espaço; as suas características; os objetos; as pessoas que nele habitam.

2.o passo

Escreve o texto seguindo o teu plano.

3.o passo

Revê cuidadosamente o teu texto, prestando atenção aos seguintes aspetos: ortografia, acentuação, pontuação, construção das frases, apresentação das ideias.

b) Faz o resumo do excerto do texto que se inicia em «Um dos primos puxou-a pelo braço» e termina em «E Joana foi à cozinha», linhas 12-34.

O texto resumido deve ter entre 70-85 palavras. Segue as instruções:

1.o passo

Enumera os vários acontecimentos.

2.o passo

Escreve o resumo, seguindo as informações que registaste.

Usa uma linguagem objetiva (usa a 3.a pessoa e frases declarativas; não dês nenhuma

opinião nem acrescentes nenhuma informação).

3.o passo

Revê o teu resumo.

(20 pontos) 100 pontos

(22)

_________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 5 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 10 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 15 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 20 _________________________________________________________________________________________________

FIM

(23)

TESTE

3

NOME: ____________________________________________________________________________________________________ TURMA: _________________ N.O: _________________

Unidades 4 e 5 – Dois dedos de conversa / Histórias em viagem

1.

a

PARTE

Lê o texto A, de António Torrado. Em caso de necessidade consulta, o vocabulário apresen-tado a seguir ao texto.

Texto A

O avô Pedro não vive em Louredo. Mora em Matos, um lugar bem distante do nosso.

Há muito tempo que a mãe andava a dizer que precisava de lhe fazer uma visita. Mas há sempre tanto trabalho, tantas canseiras, que a visita foi sendo adiada. Hoje, logo de manhãzinha, pusemo-nos a caminho, a mãe com o Vítor ao colo, o Zé, a Fernanda e eu.

Foi uma caminhada longa, sempre a subir por caminhos estreitos e pedregosos. Andámos a pé bastante tempo. Íamos mais ou menos a meio e o Zé começou a choramingar. Os sapatos apertavam-lhe os pés. Para seguirmos viagem teve de ir descalço, não houve outro remédio.

Matos é um lugar pequenino. Fica num cimo, junto de penedos. Vê-se mesmo em frente a serra do Marão, que é muito extensa, bem diferente daquela manchazinha que aparece no mapa da escola.

Como sempre, o avô Pedro estava à varanda, sentado num banquinho,

a apanhar sol. Por isso tem a cara e o pescoço tão tisnados1. Tinha, como é

costume, a barba, branca

– Olá, passarões! – disse quando nos viu.

– A sua bênção, avozinho – dissemos em coro, como a mãe se farta de nos recomendar.

– Que Deus vos abençoe e vos crie para a boa sorte – disse ele.

A Fernanda e a mãe foram dar uma arranjadela àquela casa velha e desarrumadíssima, com o soalho cheio de lixo, nódoas e caganitas de rato, a roupa espalhada pelos cantos, e a cama por fazer, com os cobertores enrodilhados. Penso que o avô só se deita entre os lençóis esticadinhos e a cheirar bem quando a mãe lá vai...

– Podia ser mais cuidadoso, meu pai. Se lhe acontece qualquer coisa grave e os vizinhos aparecem, o que é que vão dizer?!... – barafustou a mãe.

– Ai, o fogão está tão sujo, ó avô! Há quanto tempo não o limpa? – perguntou a Fernanda. 5 10 15 20 25

(24)

E ele a piscar-nos um olho e a sorrir:

– Deixa cá pensar... Foi... Sim, foi no dia de São Nunca à tardinha!

O avô Pedro está velhinho, não tem cuidado com a limpeza, mas nós gostamos muito dele. Há tempos a mãe pensou levá-lo para nossa casa. Se ele morasse em Louredo, sempre se distraía mais, comia melhor, andava limpo. Mas ele não concordou:

– Ora, ora... Cada mocho no seu souto! Não adianta começares com essa conversa. Se quiseres que acabe depressa, tira-me desta casa!

– Mas aqui sozinho...

– Quem te disse tal disparate? Eu nunca estou sozinho! Basta fechar os olhos por um instante e de repente esta casa fica cheia de gente. Vejo a minha mulher, converso com ela, vejo os meus filhos ainda pequenitos a brincar por esses cantos... A casa está sempre cheia de conversas, de barulho. Eu nunca estou sozinho!

É claro que o avô Pedro sonha com coisas passadas há muito tempo! Às vezes, ouvimo-lo falar sozinho, ou a rir. Uma vez, chorava. E nós, aflitos:

– Que foi, avozinho?

– Então ainda não sabeis da triste novidade?! Venho agora mesmo da

corte2 das vacas. E sabeis o que vi? A vitela está esticada no estrume, fria

como pedra. A vitela grande, a filha da Cabana, a vaca maior, está morta. E eu a pensar fazer um bom dinheiro dela... Depois havia de comprar um

arado3 novo, o que temos está tão desconjuntado... e mercava roupas para

as crianças, e uns socos4 para mim... Eu a pensar dar um jeito à vida, e

agora?!...

Ficámos calados. Lembro-me que, nesse dia, o avô estava sentado à varanda, era um dia de sol, e ele parecia bem arranjado, com a camisa e as calças lavadas que a mãe o obrigara a vestir. E calçava uns socos novos, de pau de amieiro, que o pai comprara na feira.

Mas o avô Pedro também sabe muitas adivinhas. Quando começa, nunca mais acaba, parece um fieiro de água a correr...

Nós, é claro, raramente acertamos, mas gostamos de ouvir. O avô, é certo e sabido, termina perguntando ao Zé:

– Ó melrinho, diz lá de que cor era o cavalo branco da tia Benedita? Pensa bem, olha que não é o cavalo branco do Napoleão...

E o Zé, embatucado:

– Se fosse o do Napoleão, já sabia!

António Mota, O rapaz de Louredo, Gailivro

VOCABULÁRIO

1 tisnado – queimado, moreno. 3 arado – instrumento para lavrar os campos. 2 corte – curral. 4 socos – chinelos de pau, socas.

30 35 40 45 50 55 60 65

(25)

1. Uma história começa quase sempre pela apresentação de uma situação inicial, a que se seguem o desenvolvimento e o desfecho ou conclusão. Das frases dadas, assinala com um círculo aquela que não faz parte da situação inicial desta história.

a) O avô Pedro não vivia em Louredo.

b) O lugar onde habitava era bastante distante da aldeia onde vivia o narrador. c) A casa do avô estava muito desarrumada.

d) A mãe andava há muito tempo a dizer que era preciso visitá-lo. e) A visita foi diversas vezes adiada devido à quantidade de trabalho.

f) Logo que começou o dia, o narrador, a mãe e os irmãos iniciaram o percurso rumo a Matos.

2. De acordo com a leitura do texto, indica quais as afirmações falsas e quais as verdadeiras e apresenta uma alternativa verdadeira para as frases falsas.

a) A caminhada até à casa do avô Pedro foi difícil mas curta. b) O Zé teve de descalçar os sapatos porque lhe apertavam os pés. c) Já iam no fim do percurso quando o Zé começou a choramingar.

d) Ao contrário do que era habitual, o avô estava à varanda sentado num banquinho. e) A desarrumação da casa devia-se ao facto de o avô já ser bastante idoso.

f) Em determinada ocasião o avô começou a chorar porque tinha encontrado uma das suas vitelas morta. ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

3. Identifica os interlocutores do primeiro diálogo.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ (4 pontos) (12 pontos) (4 pontos)

(26)

4. A determinada altura o avô afirma: «Eu nunca estou sozinho!» (linha 43) O que queria o avô dizer com estas palavras?

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

5. Transcreve do texto uma frase que comprove o facto de o narrador ser também personagem da história.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

6. Caracteriza através de dois adjetivos a relação entre o narrador e o avó. Justifica a tua escolha.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

7. Ao longo do texto o narrador caracteriza indiretamente o avô.

Escreve à frente de cada característica uma expressão ou uma frase, retirada do texto, que confirme que o avô era uma pessoa:

ž

idosa _________________________________________________________________________________________

ž

carinhosa ____________________________________________________________________________________

ž

sonhadora ___________________________________________________________________________________

ž

divertida _____________________________________________________________________________________ (3 pontos) (4 pontos) (4 pontos) (4 pontos)

(27)

O narrador vivia numa zona do país muito bonita e percorria longos percursos a pé.

O texto que se segue foi retirado de um folheto de percursos pedestres da zona de Soalhães, concelho de Marco de Canavezes. O folheto apresenta um percurso a pé. Lê o folheto, utilizando a legenda abaixo para interpretares os símbolos, e realiza, depois, a tarefa indicada.

Texto B

8. Tendo em conta a informação do texto e da legenda, indica quais as afirmações falsas e quais as verdadeiras.

http://pedestrianismo.blogspot.com/2010/10/passeio-pedestre-pedras-moinhos-e.html

(15 pontos) 50 pontos

(28)

Afirmações V/F a) O folheto é da responsabilidade de uma única entidade.

b) Durante o percurso, é possível visitar vários moinhos de água. c) Na zona de Pedras Brancas pode avistar-se gado.

d) Perto de Almofrela há uma pista de BTT. e) O percurso inicia-se e termina em Soalhães.

f) Ao longo da caminhada, encontram-se quatro capelas.

g) Para almoçar no parque de merendas, é necessário chegar à zona de Quintela. h) No percurso de regresso, poder-se-ão avistar raposas.

i) No percurso de regresso, não se passa por Pedras Brancas. j) Esta rota permite avistar aves diversas.

Responde, agora, ao que te é pedido sobre o Conhecimento da Língua.

9. Lê o seguinte excerto do diálogo, retirado do texto A.

«– Olá, passarões! – disse quando nos viu.

– A sua bênção, avozinho – dissemos em coro, como a mãe se farta de nos recomendar.

– Que Deus vos abençoe e vos crie para a boa sorte – disse ele. »

Achas que o princípio da cortesia foi respeitado pelos interlocutores? Justifica a tua resposta.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

10. Completa o quadro de acordo com o exemplo.

Infinitivo Radical Tema Vogal temática Conjugação

Pensar pens pensa a 1.a

Sonhar Escrever Sorrir

(4 pontos)

(29)

(6 pontos) (5 pontos)

30 pontos 11. Completa o crucigrama com as formas verbais que te são pedidas, a partir dos seguintes

verbos.

12. Forma uma nova palavra, a partir de cada palavra dada, utilizando os sufixos e o prefixo que se encontram dentro do retângulo. Podes usar cada um dos elementos apenas uma vez.

-ada -ar -dade -oso

des-caminho ___________________ trabalho ___________________

arrumado ___________________ gosto ___________________ novo ___________________

13. Escreve quatro palavras compostas a partir dos verbos e nomes apresentados.

Verbos Nomes

guardar passar joia sol

girar parar tempo raio

Palavras compostas V E R B O S 1. 2. 3. 4. 5. 6.

1. Verbo gostar – Pretérito imperfeito do indicativo, 1.a pessoa do plural.

2. Verbo sonhar – Pretérito perfeito do indicativo, 1.a pessoa do singular.

3. Verbo escrever – Presente do indicativo, 2.a pessoa do singular.

4. Verbo lembrar – Pretérito perfeito do indicativo, 1.a pessoa do singular.

5. Verbo rir – Futuro do indicativo, 1.a pessoa do plural.

6. Verbo pensar – Pretérito perfeito do indicativo, 2.a pessoa do plural.

(30)

2.a PARTE

Vais, agora, escrever um texto.

Após a visita à casa do avô, em Matos, o narrador voltou para Louredo, continuando a ajudar a mãe no duro trabalho do campo. Passado algum tempo, resolve então escrever ao avô, contando-lhe como está a decorrer a vida familiar e dizendo-lhe o quanto gosta dele.

Na carta, o neto tenta convencê-lo a vir visitá-lo nos seus anos.

Imagina que és o narrador e escreve a carta ao avó Pedro. Escreve um texto de 20 a 25 linhas, na página seguinte. Deves respeitar o modelo da carta familiar:

ž

Local/Data

ž

Fórmula de saudação

ž

Corpo da carta: – introdução; – desenvolvimento; – conclusão

ž

Fórmula de despedida

ž

Assinatura (20 pontos) 100 pontos

(31)

_________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 5 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 10 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 15 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 20 _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 25 _________________________________________________________________________________________________

FIM

(32)

TESTE

4

NOME: ____________________________________________________________________________________________________ TURMA: _________________ N.O: _________________

Unidades 5 e 6 – Histórias em viagem / Quem me avisa...

1.

a

PARTE

Lê o texto A, de Jaime Cortesão.

Texto A

Ora mais tarde, quando o senhor rei D. Afonso Henriques andava conquistando aos moiros as boas terras portuguesas, houve certo fidalgo, chamado Dom João Froiaz, que habitava no Minho um formoso castelo para as bandas do Mar.

Era o fidalgo grande amante de caçadas e correrias pelas selvas. E quanta vez tendo partido para a caça antes do amanhecer, só noite feita regressava ao palácio! Uma bela manhã Dom João Froiaz, ainda o sol não se erguera,

partiu com os seus monteiros1 a caçar. Encaminhara-se o fidalgo para a

beira-mar a uma cerrada selva só dele conhecida e onde, num apertado vale entre dois montes, se despenhava uma ribeira fria. Mais uma vez, dobrada a encosta dum ou doutro lado com cautela, conseguira apanhar de surpresa veado ou corça, que viera matar a sede às águas frescas.

O sol nascera enfim. Luzia ao longe o mar. Mas no fundo dos vales que iam dar à costa, grandes rolos de névoa desprendiam-se a custo e pouco a pouco dos braços verdes do arvoredo. Duas boas horas correra o

cavaleiro pela brenha orvalhada2 e nem sombra de caça aparecera. Dom

João Froiaz lembrou-se então de ir àquela garganta3 entre os dois montes,

por onde as águas desciam até unir-se ao mar. É certo, pensava ele, que só à tarde usavam os veados, quando fatigados das corridas, ou dos dias mais quentes, iam lá matar a sede. Mas, pois, até aquela hora, por onde andara

a caça não surgira, resolveu-se a procurá-la nas abas4 da ribeira.

— Mais devagar! Calai os cães! Tende-vos na descida! – dizia o cavaleiro

para os homens, mas ouviu no silêncio da selva chalrar5 as águas que iam

de pedra em pedra. — Talvez que na margem da ribeira esteja bebendo algum veado!

Cautelosos e apoiando-se nos troncos, os homens desciam pela encosta. Mas apenas se ouvia mais esperta e fresca a voz das águas ou ramo solto que tombava. Já o cavaleiro e os seus homens, tendo chegado junto à beira-mar, desanimavam. Mas eis que um deles, o que ia à frente, estaca, e voltando atrás transtornado pelo espanto, exclama com voz surda:

5 10 15 20 25 30

(33)

— Chus! Calai-vos! Senhor, estranha caça tendes!

Lá no fundo, a trinta passos do mar, que não mais, via-se, de meio corpo na ribeira, que ali se misturava com as águas salgadas, e a cabeça sobre as plantas da margem, uma mulher deitada.

Era uma mulher marinha, uma filha do Mar, que dormindo se esquecera no sossego doce da manhã.

Já Dom Froiaz caladamente erguera o braço, dando sinal aos homens para fazerem alto. Depois deitou-se do cavalo abaixo. E, pé ante pé, com as maiores cautelas, dirigiu-se ao lugar onde a mulher marinha adormecera.

Eis que, a meio caminho, um ramo estalou sobre os seus pés. A mulher acordou; olhou à sua volta; e mal que viu o cavaleiro levantou-se de salto e abalou de corrida em direção ao mar. Mas as mulheres marinhas correm melhor nas ondas do que sobre o chão. E Dom Froiaz, mais ligeiro do que os gamos da mata, foi-lhe no encalço e já quando ela molhava os pés nas ondas conseguiu deitar-lhe os braços e arrastá-la consigo para terra. De cabeleira solta e mal coberta com o seu vestido de algas, a filha do Mar esbracejava inutilmente entre as possantes mãos de Dom Froiaz.

Mas – coisa estranha – nem a palavras de queixa se lhe ouvia!

Por fim deixara de lutar. Contentes, os monteiros riam. Dom Froiaz subiu

para o cavalo, e, com auxílio dos seus homens, ergueu-a sobre a sela6. E,

sem tardar, maravilhado e satisfeito com tão nova caça.

Jaime Cortesão, O romance das ilhas encantadas, Veja

VOCABULÁRIO

1 monteiros – caçadores. 4 abas –margens. 2 brenha orvalhada – mata húmida. 5 chalrar – «cantar».

3 garganta – vale profundo entre as rochas. 6 sela – assento onde se senta o cavaleiro.

Responde ao que te é pedido sobre o texto que acabaste de ler, seguindo as orientações que te são dadas.

1. Tendo em conta o artigo de dicionário que se segue, diz que significado pode ter a palavra fidalgo no texto que leste.

fidalgo n. m. 1. Indivíduo que tem foros ou títulos de nobreza. 2. Pop. Indivíduo bem vestido. 3. Aquele que vive dos seus rendimentos. 4. Ictiol. Género de peixes do norte do Brasil. adj. 5. Nobre; digno; bizarro; generoso.

http://www.priberam.pt/ 35 40 45 50 (4 pontos)

(34)

2. Identifica o local onde habitava o fidalgo Dom João Froiaz.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

3. Numera as afirmações seguintes de 1 a 7, de acordo com a ordem dos acontecimentos narrados. Repara que a primeira já está numerada.

a) O sol nasceu e o mar luzia ao longe.

b) Os homens desceram a encosta apoiados nos troncos.

c) O cavaleiro correu durante duas horas mas não aparecia caça.

d) O cavaleiro e os seus homens avistaram uma mulher marinha adormecida.

1 e) O fidalgo partiu para a caça ainda antes do amanhecer. f) O cavaleiro mandou os homens calarem os cães.

g) Dom João Froiaz dirigiu-se para a beira-mar em direção a uma cerrada selva.

4. Por que razão Dom Froiaz decidiu dirigir-se àquele vale profundo?

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

5. Completa as frases seguintes, assinalando com X a opção correta, de acordo com o texto. 5.1. A mulher marinha acordou devido

a) ao grito dos homens que desciam a encosta. b) ao grito do homem que disse «—Chus! Calai-vos!».

c) ao barulho de um ramo que estalou debaixo dos pés de um dos monteiros. d) ao barulho de um ramo que estalou sobre os pés do cavaleiro Dom Froiaz. 5.2. A mulher marinha, ao ser apanhada,

a) esbracejou e gritou, insultando o cavaleiro. b) esbracejou e emitiu uma única palavra de queixa. c) esbracejou e não emitiu uma única palavra de lamento. d) manteve-se imóvel, deixando-se ser arrastada por Dom Froiaz.

6. A partir dos elementos que o texto fornece, caracteriza Dom João Froiaz através de dois adjetivos. Justifica a tua escolha.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ (3 pontos) (9 pontos) (4 pontos) (4 pontos) (4 pontos)

(35)

7. Transcreve do texto uma frase que permita caracterizar fisicamente a filha do Mar. ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

8. Assinala a opção adequada.

O recurso expressivo presente na expressão «filha do Mar» é uma a) metáfora.

b) comparação. c) enumeração. d) personificação.

9. Atribui um título a esta narrativa.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

Lê, agora, o seguinte artigo sobre os golfinhos retirado da revista Visão Júnior.

Texto B Vem dançar com os golfinhos

PODES MIMÁ-LOS, DESAFIÁ-LOS PARA UMA VALSA, OU CRAVAR-LHES UMA BOLEIA DE BARBATANAS. MAS ANTES PRECISAS DE OS CONHECER.

Segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Meninas e meninos, eis os Tursiops truncatus.

Se quiseres convidar um golfinho para dançar não percas tempo com palavras. Levanta a mão, indica-lhe o ritmo e espera que ele te siga. Mas certifica-te de que estás a utilizar os gestos certos.

O melhor a fazer é prestar muita atenção às explicações dos treinadores. Afinal, foram eles que ensinaram estes simpáticos mamíferos durante cerca de um ano. É o tempo médio para cada golfinho aprender os «passos» do programa de interação do Zoomarine, em Albufeira. Este projeto existe há três anos e foi criado para pôr as pessoas a conviver com os golfinhos.

(3 pontos)

(2 pontos)

(3 pontos)

5

(36)

Quem quiser experimentar, tem de se inscrever no Zoomarine alguns dias antes.

A «dança» aquática dura só meia-hora e custa 125 euros, mas os que entram nela garantem ser 30 minutos inesquecíveis. «É um espetáculo», confirma Sara, 11 anos, depois de um início de tarde na companhia dos golfinhos. «Pus o braço no ar e eles vieram logo ter comigo», conta, eufórica. «A seguir começaram a girar.» O resultado foi uma bem sucedida parceria de valsa.

Além da dança, podes aproveitar uma boleia de barbatanas: «Empurraram- -me com o focinho», descreve Miguel, 11 anos, ainda emocionado. «Só tive que me deixar levar.» E assim foi... até onde os «novos amigos» quiseram.

Na piscina, a temperatura não deve ir além dos 18 graus para estar mais próxima do habitat natural dos golfinhos. Mas perante tanta animação «a água fria aguenta-se bem», garante o André, 11 anos. Difícil mesmo é controlar o entusiasmo. «São animais muito divertidos.»

Podem-se distribuir beijinhos e festinhas, que os golfinhos se ajeitam para receber, mas é preciso ter cuidado. A pele destes mamíferos é muito sensível. Dentro do tanque, nada de pulseiras e objetos que os possam magoar. Estes animais adoram estar acompanhados. Andam em grupo e dificilmente sobrevivem sozinhos.

http://aeiou.visao.pt/vem-dancar-com-os-golfinhos

10. Preenche o quadro com as informações retiradas do artigo de forma a esquematizá-lo.

Modo de dar uma instrução aos golfinhos Tempo médio de aprendizagem

Local onde se encontram Temperatura da água Característica física

Características comportamentais Nome científico

Responde, agora, ao que te é pedido sobre o Conhecimento da Língua.

11. Preenche os espaços em branco com preposições de forma a completares as frases.

A filha ____________ mar parecia estar ____________ medo e correu ____________ direção à água ____________ se lançar nas ondas.

15 20 25 30 (2 pontos) (14 pontos)

(37)

12. Lê o que está escrito no retângulo.

um dos caçadores que estava muito espantado com a descoberta disse para o fidalgo espantosa caçada D. Froiaz realmente nunca vi caça tão bela respondeu o nobre

Reescreve o excerto que acabaste de ler, usando corretamente os recursos adequados: pa-rágrafo, pontuação, letra maiúscula/minúscula.

____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________

13. Sublinha os adjetivos presentes nas frases seguintes. a) Os caçadores desciam a encosta de um modo lento. b) A água corria de forma rápida pelas rochas.

13.1 Utiliza o sufixo –mente e transforma os adjetivos que sublinhaste em advérbios. _______________________________________________________________________________________________ 13.2 Transforma as frases, substituindo os adjetivos pelos advérbios que formaste.

_______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 13.3 Como classificarias os advérbios, de acordo com o seu significado? Assinala a(s) alínea(s)

correta(s). a) modo b) tempo c) dúvida d) intensidade e) afirmação

14. Constrói uma família de quatro palavras a partir de MAR.

(2 pontos) (2 pontos) (2 pontos) (2 pontos) (4 pontos) MAR (10 pontos)

(38)

15. Constrói duas frases, usando as duas formas verbais no modo condicional presentes nos retângulos.

falaria adormeceria

2.a PARTE

Vais, agora, escrever um texto.

Recorda o excerto que leste de O romance das ilhas encantadas de Jaime Cortesão, texto A.

Imagina que D. Froiaz levou para o seu castelo a filha do Mar. Encantado com a sua beleza, o fidalgo tenta acalmar a tristeza da jovem, que se sentia presa, e convida-a para um baile, pois quer apresentá-la aos seus convidados.

Planifica o convite

Faz uma lista das informações que deve conter.

1 __________________________________________________________________________________________________ 2 __________________________________________________________________________________________________ 3 __________________________________________________________________________________________________ 4 __________________________________________________________________________________________________ 5 __________________________________________________________________________________________________ 6 __________________________________________________________________________________________________ 7 __________________________________________________________________________________________________ Escreve o convite

Escreve o texto do convite, selecionando a forma de tratamento adequada.

FIM

(6 pontos)

(20 pontos) 100 pontos

(39)

TESTE

5

NOME: ____________________________________________________________________________________________________ TURMA: _________________ N.O: _________________

Unidade 7 – Apanha-me um poeta

1.

a

PARTE

Lê o poema de Matilde Rosa Araújo.

Texto A Balada das vinte meninas friorentas

Vinte meninas, não mais,

Eu via ali no beiral1:

Tinham cabecinha preta E branquinho o avental. Vinte meninas, não mais, Eu via naquele muro: Tinham cabecinha preta, Vestidinho azul escuro. As minhas vinte meninas, Capinhas dizendo adeus, Chegaram na primavera E acenaram lá dos céus. As minhas vinte meninas Dormiam quentes num ninho Feito de amor e de terra, Feito de lama e carinho. As minhas vinte meninas Para o almoço e o jantar Tinham coisas pequeninas, Que apanhavam pelo ar. Já passou a primavera Suas horas pequeninas:

E houve um milagre nos ninhos. Pois foram mães, as meninas!

Eram ovos redondinhos Que apetecia beijar:

Ovos que continham vidas E asinhas para voar.

Já não são vinte meninas Que a luz do Sol acalenta. São muitas mais! muitas mais! Não são vinte, são oitenta! Depois oitenta meninas Eu via ali no beiral: Tinham cabecinha preta E branquinho o avental. Mas as oitenta meninas, Capinhas dizendo adeus, Em certo dia de outono Perderam-se pelos céus.

Matilde Rosa Araújo, Verso Aqui Verso Acolá, organização de Natércia Rocha, Plátano

VOCABULÁRIO

1 beiral – beira do telhado.

5 10 15 20 25 30 35 40

Referências

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