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RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : Janeiro à Agosto de 2015

( ) PARCIAL ( x ) FINAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho): Selva Cultivada: Desenvolvimento socioeconômico e mudanças ambientais na Amazônia Pré-Colombiana.

Nome do Orientador: Denise Pahl Schaan Titulação do Orientador: Doutorado

Faculdade: Faculdade de Ciências Sociais

Instituto/Núcleo: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Laboratório: Arqueologia

Título do Plano de Trabalho: Estudo dos Artefatos do Sítio Cedro em comparação com o Sítio Porto Santarém.

Nome do Bolsista: João Vitor Correa Diniz

Tipo de Bolsa: ( x ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/ PIAD ( ) PIBIC/CNPq – AF ( ) PIBIC/PIBIT ( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador

( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( )PIBIC/PARD ( ) PIBIC/PADRC ( ) PIBIC/FAPESPA

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INTRODUÇÃO

O presente relatório refere-se ao trabalho de análise do material encontrado no salvamento arqueológico do sítio Cedro, em uma das unidades – selecionada pelo presente bolsista – caracterizada como área de piso, pertencente às escavações realizadas neste salvamento. O sítio Cedro está localizado no Km 30 da BR-230 em sua margem direita, no sentido Santarém/Rurópolis). O salvamento arqueológico do sítio Cedro esta inserido no Programa de Arqueologia e Educação Patrimonial realizado em 2011(SCHAAN, 2012b). Este programa de arqueologia teve por objetivo realizar um estudo amplo do patrimônio arqueológico localizado nas mediações do empreendimento de pavimentação das rodovias BR- 163, BR- 230 e BR- 422. Realizada no período de 11 de julho a 10 de agosto de 2011, a pesquisa de campo delimitou a área do sítio, mapeada com uso do GPS, e fez escavações ao longo de uma depressão no terreno, de solo antrópico, que se acreditou ser remanescente da estrutura de um poço pré-histórico artificial. A partir desta estrutura de poço, foram realizadas demais escavações nas proximidades onde foram identificados outros contextos, como uma das estruturas de piso que foi objeto de estudo deste relatório.

As análises sobre o sítio Porto Santarém fazem parte das escavações ocorridas ao longo Programa de Salvamento Arqueológico do Sítio PA-ST-42: Porto de Santarém, Ano II, realizado pela Universidade Federal do Pará - UFPA em cumprimento ao Convênio n° 02/2010, celebrado entre a Universidade e a Companhia Docas do Pará – CDP, em 30 de março de 2011. O convênio entre as instituições teve prazo de 12 meses. Além do trabalho das escavações, ações de educação patrimonial foram desenvolvidas, como visitas guiadas ao sítio, palestras, cursos práticos, entre outras. Houve também a realização de uma exposição fotográfica das unidades escavadas e dos artefatos coletados, com o objetivo de contar parte da história indígena da região (SCHAAN, 2012b).

Ao utilizar dos estudos arqueológicos que a UFPA desenvolveu, desde 2007, como as escavações no Sítio Porto de Santarém e no sítio Cedro, o primeiro localizado no município de Santarém e o segundo em Belterra, puderam-se perceber similaridades regionais e estilísticas que “aproximam” os sítios, mesmo suas distâncias estando a dezenas de quilômetros.

Contabiliza-se o total de 907 fragmentos de cerâmica no estudo realizado, sendo que destes 242 fragmentos foram analisados a partir de uma lista de atributos.

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A análise destes fragmentos visa investigar as possíveis relações de certos artefatos, que apresentem expressões da cultura material encontrada no Sítio Porto de Santarém, em relação ao Sítio Cedro. Levam-se, também, em consideração as possibilidades de semelhanças entre as estruturas onde se encontram estes fragmentos cerâmicos, com base nos relatórios do programa de salvamento do sítio Cedro, e do Sítio Porto Santarém.

1. DADOS PRETÉRITOS

O grupo indígena Tapajó localizava-se, no século XVI, no baixo Amazonas, na área de confluência do rio Amazonas e do rio tapajós. Nesse local foram identificados sítios arqueológicos identificados como remanescentes desta etnia. Tanto junto à foz do rio como na região de planalto ao sul tem sido estudados sítios arqueológicos que foram datados entre os anos AD 1000 e 1400, principalmente, considerados remanescentes de expansões da sociedade tapajônica, ou confederação com demais aldeias sob influência do grupo (SCHAAN, 2012).

Os indígenas que habitavam a foz do rio Tapajós foram considerados tidos pelos cronistas como “povo guerreiro” e “temido”, que atacaram os homens brancos com agressividade. Dentre estes registros, consta o relato do frei Gaspar de Carvajal, datado do ano de 1542, integrante da expedição de Orellana, que partiu de Quinto terminando na foz do rio Amazonas. Em seus escritos, o frei mencionava o volume populacional que se via na beira do rio. Com a duração de um ano, a expedição tinha por objetivo encontrar riquezas localizadas nos países de La Canela e El Dorado (CARVAJAL, 1934).

Os tapajós foram redescobertos pelos cientistas, naturalistas e depois arqueólogos, a partir do final do século XIX. Desde então tem sido estudados através de escavações e estudo de coleções de artefatos em museus.

Apesar de uma longa trajetória de estudos a respeito dessas populações, grande parte das análises cerâmicas tapajônicas foi produzida a partir de trabalhos com coleções museológicas (BARATA, 19953; GOMES, 2001, GUAPINDAIA, 1993) compostas, em sua maioria, por artefatos considerados ritualísticos, devido aos seus atributos decorativos, porém sem contexto espacial ou cronológico definidos. Enfoques de trabalhos antecessores perpassavam por variações de forma, iconografia, tecnologia, entre outros (GOMES, 2010, p.215); todavia pouco se conhece sobre a cerâmica doméstica – contexto

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o qual se acredita ter encontrado os fragmentos estudados – tendo como uma de suas possibilidades revelarem elementos da vida econômica desta sociedade, assim como relações entre estética cerâmica e utilidade dos objetos.

O solo altamente fértil conhecido por terra preta arqueológica (TPA), e a cerâmica decorada com formas zoomorfas, tem fascinado pesquisadores desde fins do século XIX. Compreender os simbolismos e funções dos vestígios materiais, tem se tornado ao longo dos anos um contínuo trabalho de construções e testes, seja devido a novas descobertas, ou a diferentes perspectivas de análise. No sítio Cedro pôde-se perceber a extensão da terra preta e da terra mulata, associadas aos tipos de estruturas encontradas em cada espaço do sítio, pois assim como espessura das camadas, e elevações no terreno, cada contexto era identificado tanto pela quantidade artefatos encontrado, quanto pelas características do solo onde eram localizados (SCHAAN, 2012b).

O salvamento do sítio indicou contextos habitacionais e sepultamentos em urnas funerárias. A cerâmica encontrada no sítio é tida como pertencente ao Horizonte Inciso

Ponteado1.

Dentre os trabalhos arqueológicos realizados sobre os tapajós, alguns autores se destacam por análises interpretativas que vão além do viés material. Destaca-se o trabalho de síntese de estudos arqueológicos realizados aos arredores de Santarém, citados por Denise Gomes (2002) em referente estudo realizado por Curt Nimuendaju, que levantou hipóteses sobre as formas de organização sociopolíticas, assim como a geografia local.

Portanto, apesar da variedade de trabalhos sobre os Tapajós, e os artefatos classificados como pertencentes à sua cultura material, ainda pouco se sabe sobre as relações que os diversos assentamentos que compunham o domínio tapajó mantinham entre si. Trabalha-se com a hipótese de que havia um sistema de relações regional, levando em consideração a existência de sítios com tipologias distintas, porém com localizações relativamente próximas como: beira do rio, encostas, sobre serras e no platô. Desta forma, ressalta-se a necessidade de estudos específicos em cada sítio para compreender melhor sua dinâmica regional (SCHAAN, 2012b).

1

Utiliza-se a releitura da denominação criada por Betty Meggers e Clifford Evans (1961), citada por Cristiane Martins (2012) em seu artigo “Contatos e fronteiras: um enfoque arqueológico”. De acordo com a autora, a cerâmica de estilo Horizonte Inciso-Ponteado é referida de acordo com sua distribuição geográfica, ao longo dos rios Orinoco e Amazonas, com presença, também, nas Guianas. Como características marcantes possuía “incisões e ponteados em faixas ao redor de

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

Foi utilizado como objeto de estudo o material cerâmico proveniente das escavações do sítio Cedro. Dentre as 13 escavações feitas no sítio, foram selecionadas para análise as unidades 1 e 4. A unidade 1 foi aberta a leste da estrutura do poço artificial, com objetivo de investigar a TPA no entorno do poço, foi escavada até os 67 cm de profundidade, e está localizada em área plana, com aclive para leste, onde o terreno é mais elevado. Já a unidade 4 correspondeu a uma ampliação feita ao lado oeste da Unidade 1; a estratigrafia manteve-se a mesma da unidade anterior, também escavada até a profundidade de 67 cm.

A escolha destas unidades para a análise da cerâmica deu-se pelo interesse no contexto descoberto pelas escavações: uma estrutura de piso, que se entende como uma possível área de convívio e moradia, e a possibilidade de estudar cerâmicas domésticas. O solo bastante compactado na maioria das camadas; presença de TPA; e as ocorrências de grande quantidade de material cerâmico em superfície estavam associadas à própria presença de terra preta antrópica reconhecendo-a como uma terra formada pela intervenção humana. A unidade 1 possui maior presença de fragmentos analisados, e com menor dispersão; a unidade 4 foi aberta a partir da ampliação da unidade 1, continuando a possível estrutura de piso. Destacam-se em seus fragmentos, a presença de decorações mais nítidas que a unidade vizinha.

Inicialmente foi feita uma triagem e seleção de fragmentos diagnósticos para análise. Foram considerados “diagnósticos” os fragmentos que possuíam formas relativamente identificáveis, assim como algum tipo de características relativas às formas e estilos, tais como bordas, bases (com ou sem decoração) e paredes (ou corpos) de cerâmicas com decoração. A análise dos atributos tecnológicos e estilísticos foi feita seguindo os atributos propostos no plano de trabalho do projeto.

Desta forma utilizaram-se duas planilhas para a realização das análises: na primeira planilha (1) classificaram-se os fragmentos a partir dos números de registro, quantidade e peso (em gramas) fragmentos agrupados em diagnósticos, não diagnósticos e micro

fragmentos2, e, por fim, sua quantidade total.

2

Por “micro fragmento” designou-se fragmentos com tamanho menor ou igual a 1,5cm devido à presença de (mesmo que discreta) de alguma decoração.

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Além da coluna com os respectivos números de registros dos fragmentos, a segunda planilha (2) é voltada apenas para a análise dos fragmentos diagnósticos classificando-os de acordo com os seguintes atributos: “forma 1” tratando-se de alguma parte componente da peça como parede, borda, base, etc.; “forma 2” caso identificada a que forma única o fragmento identificado na primeira forma possa pertencer como, por exemplo: vasos, pratos estatuetas; espessura (em cm), em casos de fragmentos de parede; a espessura (em centímetro) das fragmentos consideradas parede, ou fragmentos com partes de paredes, medidos com o auxílio de um paquímetro; duas colunas para tipos de decorações, dispostas em uma ordem que vai da decoração que ocupa mais espaço à que ocupe menos espaço; diâmetro, utilizado, apenas, para fragmentos de borda que permitissem sua medição, medidos com o ábaco e expressados em centímetros; e por fim uma coluna dedica para observações a respeito de semelhanças encontradas nas leituras, como características de formas e decorações, ou outras relevâncias destacadas pelo bolsista.

Foram utilizados fotografias, e desenhos técnicos dos fragmentos, assim como a reconstituição hipotética parcial da vasilha apresentada na figura 2. Estes desenhos foram feitos por Ana Eugênia de Mendonça, estagiária. O programa utilizado para auxiliar na reconstituição foi o CorelDRAW; por meio desta ferramenta foi possível a simulação visual da composição estética e dimensional da vasilha, permitindo interpretações a respeito de seu uso.

Em relação às referências utilizadas sobre terminologia e classificação das peças utiliza-se da Terminologia Arqueológica Brasileira para a Cerâmica de Igor Chmyz (1966);

A arte oleira dos Tapajós I e III de Frederico Barata (1953), assim como seu texto sobre Uma análise estilística da cerâmica de Santarém (1953); da classificação e catálogo feitos

por Conceição Corrêa (1965) em Estatuetas de cerâmica na cultura Santarém; dois trabalhos de Denise Gomes Cerâmica arqueológica na Amazônia (2002) e Santarém:

symbolism and Power in the tropical Forest (2001); e o catálogo de Vera Guapindaia em

seu trabalho Fontes históricas e arqueológicas sobre os tapajó de Santarém: a coleção

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3. RESULTADOS

No sítio Cedro foram abertas 13 unidades de 1 x 1 m, onde foram coletados 7.954 fragmentos de cerâmica. Ao longo dos seis primeiros meses (de agosto a dezembro de 2014) de iniciação científica, foram analisados, em laboratório, 802 fragmentos da unidade 1. Posteriormente, durante o mês de fevereiro, foi realizada a análise de 105 pertencentes à unidade 4.

No que corresponde ao Sítio Porto, as unidades abertas foram em dimensões iguais ao Sítio Cedro, 1 x 1m. O número de fragmentos cerâmicos excedeu, bastante, aos do Cedro, sendo 19.777 fragmentos. Não houve a participação nas análises dos fragmentos, ou contato com algum deles, ao longo do período de iniciação, ficando restrito ao estudo dos dois volumes do relatório final. Na busca por uma estrutura similar à trabalhada nas duas unidades do sítio Cedro, identificou-se outras duas no relatório do Sítio Porto, unidades N225 L209 e N225 L210. Essas unidades, pertencentes à área 1 sul, foram selecionadas devido às suas características similares às de uma estrutura de piso. O total de fragmentos cerâmicos descritos da unidade N225 L209 foram 444, já os da unidade N225 L210 correspondiam a 501.

3.1 – Análise de dados das Unidades 1 e 4, Sítio Cedro

Inicialmente, foi feita uma triagem dos fragmentos de cada unidade (tabela 1), separando-os em microfragmentos, fragmentos diagnósticos e fragmentos não diagnósticos.

Ao separar – de ambas as unidades – os 214 microfragmentos, restaram 693 fragmentos, que foram classificados de acordo com a presença, ou não, de características diagnósticas. Fragmentos classificados como diagnósticos foram aqueles que apresentaram características que permitam inferir algo sobre a forma ou decoração da vasilha. Sendo assim são considerados diagnósticos fragmentos de borda e bases, independente de possuírem decoração, inclusive, fragmentos de paredes decoradas ou com outras características como: carenas, fragmentos de apêndices ou apliques, etc. Do total dos 907 fragmentos analisados, 242 caracterizam-se como diagnósticos, sendo classificados de acordo com a lista de atributos da planilha exemplificada abaixo.

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Tabela 1 – Dados quantitativos da triagem dos fragmentos das Unidades 1 e 4

Planilha de análise do material diagnóstico N° de

registro Forma 1 Forma 2

Espessura (cm) Decoração 1 Decoração 2 Diâmetro (cm) Observações

Os fragmentos diagnósticos foram analisados quanto à morfologia e decorações, tomando-se como guias a bibliografia sobre a cerâmica de Santarém disponível, anteriormente citada, juntamente a registros fotográficos de materiais encontrados no Sítio Porto Santarém. Portanto, realizaram-se algumas aproximações entre partes dos vasilhames e suas respectivas formas, assim como alguns tipos de decorações. Não foi possível definir a “forma 2” para todos os fragmentos analisados. Por conseguinte, as análises das duas formas decorativas, utilizadas para a análise de cada fragmento, assemelhavam-se ao Horizonte Inciso Ponteado. Pontua-se que devido ao tamanho dos fragmentos, suas formas parecem diferenciar-se dos traços habitualmente encontrados em catálogos sobre a cerâmica tapajônica, como dos pesquisadores Frederico Barata (1950) e Denise Gomes (2002), por exemplo.

Acredita-se que o contexto de piso doméstico, das unidades 1 e 4, juntamente as dimensões de alguns fragmentos, assim como de suas possíveis formas destes fragmentos, estejam relacionados com a simplicidade de sua aparência, podendo ser

Unidade 1 Unidade 4

Fragmentos Quantidade % Peso(g) Quant. % Peso(g)

Não diagnóstico 449 56,0% 1434,4 2 1,9% 15,9

Micro 214 26,7% 159,3 0 0,0% 0

Diagnóstico 139 17,3% 1243,7 103 98,1% 988,5

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entendidas como cerâmicas de uso utilitário, devido à ausência de elementos decorativos mais detalhados, como pinturas, incisões e modelagens.

As reconstituições, inclusive, assim como a definição de tipos de artefatos cerâmicos, não foram sempre possíveis devido aos seu estado de fragmentação. Por

exemplo, se observado o tamanho do fragmento com carena3 representado pela figura 1,

assemelha-se aos pequenos recipientes ilustrados na dissertação de Vera Guapindaia (1993). Porém, pelo fato de não ter sido feita sua reconstituição hipotética, este pode

compor uma das partes de vasos maiores, como os globulares4.

Figura 1 – Fragmento carenado

Pode-se perceber no gráfico 1, que as maiores médias de diâmetros das unidades analisadas, concentram-se entre 10 a 12 cm, inferindo o tamanho de possíveis recipientes menores com funções de consumo individual de refeições ou bebidas, devido seu tamanho reduzido, oposto das vasilhas de diâmetros maiores, de formas mais rasas para possíveis usos ritualísticos (ALVES; SCHAAN, 2015).

3 Formato da parede cerâmica, que possui um ângulo agudo em sua parte central (CHMYZ, 1966). Salienta-se que apesar

deste autor referir-se à carena como uma característica de uma das partes dos vasilhames, devido ao tipo de agrupamento utilizado no relatório, esta foi organizada junto aos elementos decorativos.

4

Tipo de vaso com contorno composto, dividido em uma parte superior estreita com gargalo (carenado ou não), bojo largo, e base anelar em forma e cone (BARATA, 1953b).

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Tabela 2 – Espessuras e frequências dos fragmentos das unidades 1 e 4

Em seguida, análise feita com relação às médias das espessuras de fragmentos de parede ou com parte delas, verificou-se os maiores percentuais das espessuras variaram entre os intervalos de 0,3 cm a 0,6 cm (tabela 2).

Gráfico 2 – Médias de espessuras dos fragmentos, unidades 1 e 4

Devido ao seu elemento diagnóstico, integridade do fragmento, e por estar incluso entre os fragmentos com as maiores médias os dos gráficos acima, utilizou-se como

representação hipotética, um fragmento de borda com lábio extrovertido5 (figura 2).

Possivelmente utilizada para cozinhar ou armazenamento. 0 5 10 15 20 0,2cm 0,3cm 0,4cm 0,5cm 0,6cm 0,7cm 0,8cm 0,9cm 1cm Unidade 4 Unidade 1 Quantidades

Espessuras Unidade 1 % Unidade 4 %

0,2cm 0 0% 1 2,27% 0,3cm 9 14,52% 6 13,64% 0,4cm 17 27,42% 14 31,82% 0,5cm 14 22,58% 8 18,18% 0,6cm 9 14,52% 9 20,45% 0,7cm 6 9,68% 4 9,09% 0,8cm 2 3,23% 1 2,27% 0,9cm 4 6,45% 1 2,27% 1cm 1 1,61% 0 0% Total 62 100,00% 44 100,00%

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Figura 2 – Reconstituição hipotética de um recipiente (Desenho: Ana Eugênia de Mendonça)

Registra-se que houve a presença de uma pequena quantidade de fragmentos antropomorfos e zoomorfos, 7 deles na unidade 1, e apenas 1 na unidade 4. Dentre estes fragmentos, ocorreram: olhos, orelhas, e um possível fragmento da cabeça, com incisões imitando fios de cabelo (figura 3).

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Figura 4 – A – fragmento modelado em formato de orelha. B – fragmento decorado com incisões imitando fios de cabelo. C – fragmento com modelagem. D – fragmento com aplique modelado com incisões. E – fragmento modelado. (Desenho: Ana Eugênia de Mendonça)

As imagens de partes de estatuetas presentes nas figuras 3 e 4 assemelham-se com estatuetas analisadas por Conceição Correa (1965), quando verificou a riqueza na modelagem de elementos decorativos em relevo. Os possíveis fragmentos de cabeça estão representados nas figuras A e B; acredita-se que os fragmentos C, D e E possam representar partes de motivos zoomorfos, devido à sua modelagem (BARATA, 1953b).

Conceição Correa ao descrever características das feições presentes na cabeça das estatuetas afirma: “Quase sempre os olhos são em relevo [...] Orelhas em alguns exemplares são apenas estilizadas, enquanto noutros apresentam-se alongadas pela deformação do lóbulo para introdução de enfeite circular” (CORREA, 1965, p. 10). Com base nestas descrições, e em imagens visualizadas em catálogos anteriormente citados, acredita-se que estes fragmentos possam ser partes de estatuetas antropomorfas de base circular ou semilunares, pois apresentam as características semelhantes aos dos fragmentos representados à cima (Ibid, 1965).

Quanto a que parte da vasilha pertenciam os fragmentos (tabela 3), considerando as duas unidades, houve a predominância de fragmentos de paredes decoradas com percentual entre 43,94% e 49,02%; seguidos pelos de borda entre 41,18% e 43,94%.

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Tabela 3 – Quantidades e tipos de fragmentos diagnósticos

Dentre os fragmentos decorados (de estatuetas e vasilhas), notou-se pouca variabilidade de técnicas decorativas. Dos 139 fragmentos diagnósticos (incluindo os fragmentos de estatuetas) pertencentes à unidade 1, 90 possuiam algum tipo de decoração; e dos 103 fragmentos diagnósticos (com fragmento de estatueta) da unidade 4,

71 possuiam decorações. Apesar da forma de decoração por engobo6 vermelho ter tido a

maior frequência em ambas unidades, percebe-se que á uma complementariedade entre os valores, justificando a designação feita em relatório, a respeito das unidades pertencerem a mesma estutrura, como mostra a figura 5 do relatório do sítio Cedro.

6

Tipo de acabamento com camada terrosa, que se recobre o material cerâmico.

Quantidades

Fragmentos Unidade 1 % Unidade 4 %

Parede decorada 58 43,94% 50 49,02%

Borda 58 43,94% 42 41,18%

Borda e parede superior 7 5,30% 2 1,96%

Borda e Carena 6 4,55% 6 5,88%

Base 2 1,52% 1 0,98%

Carena 1 0,76% 1 0,98%

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Figura 5 – Croqui da feição 2, estrutura de piso Fonte: SCHAAN, 2012, p.35

Tabela 4 - Quantidade de técnicas decorativas

Quantidades Decoração Unidade 1 % Unidade 4 % Engobo vermelho 61 68,54% 58 81,69% Incisão 10 11,24% 5 7,04% Modelado 6 6,74% 7 9,86% Flange + incisão 4 4,49% 0 0,00%

Incisão + engobo vermelho 1 1,12% 1 1,41%

Flange + engobo vermelho 3 3,37% 0 0,00%

Acanelado 2 2,25% 0 0,00%

Marcas de cestaria 1 1,12% 0 0,00%

Escovado 1 1,12% 0 0,00%

Pintura marrom 1 1,12% 0 0,00%

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Algumas diferenças entre quantidades de decorações em uma unidade, em relação a outra, e quanto à presença ou ausência de certas decorações, pode evidenciar uma possível subdivisão dentro da própria estrutura de piso, como alguns artefátos específicos, de diferentes funções.

3. 2 – Análise dos dados das unidades N225 L209 e N225 L210, Sítio Porto

Foram selecionadas duas unidades de descavação do sítio Porto de Santarém para comparação com o sítio Cedro.

Figura 6 - Imagem de satélite do sítio Porto (Google Earth, 24/11/2009), com localização das áreas 1Sul (em amarelo)

Fonte: ALVES; SCHAAN, 2015, p.39

A “área 1Sul foi escavada em 2010 e 2012, sob a coordenação de Denise P. Schaan e assistência de Marcio Amaral e André dos Santos” (ALVES; SCHANN. 2015,

p.37). Situada ao sul da área administrativa do Porto, e ao norte da Área 2 (em azul na

figura 6), o tamanho de sua área total é descrita com 15.800 m². Em um terreno com declive para o sul, esta área foi encontrada coberta por vegetações rasteiras e árvores. Provávelmente esse volume de vegetação seja uma consequencia da concetração de TPA encontrada no local, juntamente ao volume de material cerâmico encontrado. A camada de TPA foi descrita como tendo cerca de 30 cm de espessura (Idem).

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Destaca-se que no relatório do Sítio Porto, a camada correspondente ao intervalo de 0-30 cm de profundidade, continha a maioria do material cerâmico, composto em sua maioria por microfragmentos de borda e corpo de vasilhas, grandes fragmentos de corpo e fragmentos de bases de vasos, com decoração recorrente de engobo vermelho (SCHANN,

2012a; ALVES; SCHANN. 2015).

A área 1 sul foi dividida em três conjuntos de escavação com várias unidades, entre estas estavam as unidade N225 L209 e N225 L210 (figura 7). Estas unidades foram selecionadas para estudo, pois são descritas, no relatório do sítio Porto, como pertencentes a uma possível estrutura de piso: “[...] iniciaram-se as escavações na N225 L209 e N225 L210 devido ao aparecimento de uma mancha escura compactada, semelhante a uma estrutura de piso” (SCHAAN, 2012a, p.180). Semelhante às descrições da estrutura encontrada no Sítio Cedro. As unidades do Sítio Porto foram abertas como extensões da trincheira 1 norte, com presença considerável de materiais cerâmicos e líticos (SCHAAN, 2012a).

Figura 7 - Trincheira 1 Norte Fonte: SCHAAN, 2012, p. 180.

A partir dos dados presentes no relatório do Sítio Porto foram possíveis contabilizar (tabela 5), entre micro e pequenos fragmentos cerâmicos, os totais de 469 fragmentos na unidade N225 L209, e 177 na unidade N225 L210. Os valores destas unidades são menores em relação aos das unidades 1 e 4 do sítio Cedro, por exemplo, a soma dos totais destas unidades representa pouco mais da metade, apenas, da unidade 1 do Cedro.

(17)

Tabela 5 – Dados quantitativos entre fragmentos cerâmicos das unidades N225 L209 e N225 L210

A respeito de fragmentos caracterizados como diagnósticos, no volume 1 do relatório final, há pouca descrições a respeito dos tipos de fragmentos encontrados nas unidades analisadas, na unidade N225 L210, há apenas uma menção à camada 0–10 cm, onde foram coletados 47 fragmentos diagnósticos, sendo que destes 14 fragmentos foram identificados como de bordas. Apesar de não informar a quantidade das decorações, afirma-se haver ocorrência de alguns fragmentos com decorações similares às encontradas no Sítio Cedro, como engobo vermelho, modelagem e incisões (figuras 8 e 9). Com relação à unidade N225 L209 não houve descrição sobre fragmentos diagnósticos, contabilizando apenas o total de 469 fragmentos (Idem).

Figura 8 – Fragmentos decorados provenientes da camada de terra preta Fonte: ALVES; SCHANN, 2015, p. 79

N225 L209 N225 L210

Fragmentos Quantidade % Quantidade %

Cerâmica 269 57,4% 88 49,7% Micro 200 42,6% 89 50,3% Total 469 100,0% 177 100,0 %

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Figura 9 – Fragmento zoomorfo decorado Fonte: ALVES; SCHANN, 2015, p. 95

Destarte, com base nestes dados, puderam-se perceber algumas aproximações entre fragmentos descritos, e elementos característicos das camadas destas unidades, tanto do Sítio Cedro, quanto do Sítio Porto. Destaca-se a presença de fragmentos de bordas com decorações simples mais simples, como indicador de recipientes ou objetos para servir, aparentemente característicos nessas estruturas onde acreditasse serem pisos domésticos. A densidade do solo, tal qual presença de densas camadas de TPA, podem denunciar também resquícios orgânicos desses possíveis ambientes de convivência doméstica.

4. OUTRAS ATIVIDADES

 Workshop de conservação preventiva em acervos etnográficos e arqueológicos, que

ocorreu entre os dias 17 a 21 de novembro, e foi produzido pelo Laboratório de Pesquisa em Reserva Técnica (LAPRET) do curso de Bacharelado em Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Participação como ouvinte;

 III Caminhos da Arqueologia na UFPA: experiências, expectativas e práticas,

promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA), e realizado nos dias 22 e 23 de setembro, no auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCHA/UFPA), participação como ouvinte;

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retomando discussões desafios da atuação interdisciplinar dos museus para sua efetiva comunicação com as comunidades em que estão inseridos, participação como ouvinte;

 4º edição do Seminário Internacional Antropologia em Foco, ocorrido entre os dias

19 a 21 de novembro, fóruns de debates sobre a interdisciplinaridade em Antropologia com relação a temas de relevância para a Pan-Amazônia, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPA, participação como ouvinte;

 Oficina internacional sobre Cerâmicas Arqueológicas da Amazônia, realizada no

Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), do dia 3 a 7 de novembro, participação como ouvinte.

 2ª Semana Acadêmica de Museologia da UFPA, realizada no Museu da

Universidade Federal do Pará, no período de 19 a 21 de maio de 2015, apresentação da comunicação: Estudo dos Artefatos do Sítio Cedro em comparação com o Sítio Porto Santarém.

5. PUBLICAÇÕES

Nenhuma publicação foi realizada até o presente momento.

6. CONCLUSÃO

Como mencionado anteriormente, a cultura material tapajônica é cercada de pesquisas e análises, que buscam compreender e justificar desde os motivos encontrados nas decorações de suas cerâmicas, até o alcance territorial de influência do seu estilo. E apesar de diversos estudos, seus catálogos representam, em grande maioria, artefatos de forma mais completa com uma alta variedade de elementos decorativos. Porem mostrou-se pertinente que houve algumas lacunas, ao longo das fontes pesquisadas, na busca por informações a respeito de materiais cerâmicos de uso cotidiano, encontrados em contexto de piso. Pois não foi possível identificar discussões mais densas a respeito destes tipos artefatos, os quais poderiam auxiliar na identificação e elementos da vida social cotidiana dos Tapajós.

Desta forma, a partir dos resultados foi possível realizar inferências. Ao começar pelo sítio Cedro, retoma-se que na unidade 1, entre os 802 de fragmentos cerâmicos encontrados, 17,3% foram de fragmentos diagnósticos; na unidade 4, do total de 105

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fragmentos de cerâmica, 98,1% eram diagnósticos. Já no sítio Porto Santarém, apesar dos dados analisados não fornecerem índices de análise iguais aos do sítio Cedro, como os percentuais de cerâmicas diagnósticas, foi possível fazer a contagem dos totais de fragmentos cerâmicos de suas unidades, com totais menores que do sítio Cedro. Na unidade N225 L209 do total de 469 fragmentos, entre micros e fragmentos maiores, 269 são descritos no relatório como cerâmicos, correspondendo a 57,4%. E na unidade N225 L210 do total de 177 fragmentos cerâmicos, seu percentual foi de 49,7%. Destaca-se que as decorações de maior frequência nos fragmentos das unidades analisadas do sítio Cedro, apareceram tanto em fotografias do sítio Porto, quanto nas descrições das unidades estudadas. Estas decorações foram incisões, engobo vermelho e modelagens.

Acredita-se que estas decorações possam aproximar, a partir da cultura material, estes dois sítios separados por quilômetros de distância, tendo os dois traços da estética cerâmica dos Tapajós. Assim como as características dos contextos em que foram localizadas as unidades, como a presença de TPA e concentração de fragmentos cerâmicos em camadas culturais. A identificação das estruturas foi importante para a elaboração de possíveis afirmações, pois ao serem descritos como estruturas de piso, possivelmente domésticos, puderam ser relacionados às quantidades de fragmentos, seus pesos, espessuras, assim como seus usos e formas que provavelmente compusessem.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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__________. 1950. A arte oleira do Tapajó I. Considerações sobre a cerâmica e dois tipos de vasos característicos. Publicações do Instituto de Antropologia e Etnologia do Pará, Belém, v.2, p. 7-47.

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CORRÊA, C. G. 1965. Estatuetas de cerâmica na cultura Santarém. Publicações do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, n. 4, p. 1-88.

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Guapindaia, Vera. 2004. Os tapajó. Arqueologia e História. Disponível em: <http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=historiadores&id=16>.

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SCHAAN, D. P. 2012a. Salvamento Arqueológico do Sítio PA-ST-42: Porto de Santarém – Ano II. Relatório Final. UFPA.

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____________ (Org.); ALVES, D. T. (Org.). Um Porto, muitas Histórias. Arqueologia no Porto de Santarém. 1. ed. Belem: Supercores, 2015. v. 1. 161p .

8. DIFICULDADES

A pesquisa desenvolveu-se sem grandes dificuldades. Contudo, apesar de uma quantidade considerável de trabalhos que tangem, ou circunscrevem tanto as temáticas técnicas, quanto etnohistóricas do sítio houve dificuldade em encontrar exemplos similares aos dos fragmentos analisados. No caso das unidades trabalhadas, do Sítio Cedro, falta de mapas e imagens mais amplas que possibilitassem uma melhor localização e proporção da estrutura encontrada, em relação às demais. Não foi possível contato direto com os materiais, ou fotografias de fragmentos das unidades do Sítio Porto Santarém, que permitissem uma melhor aproximação entre os materiais dos dois sítios. Assim como poucas informações a respeito da possível estrutura de piso, localizada na área 1 Sul, no relatório final do Sítio Porto.

____________________________________ ASSINATURA DO ORIENTANDO

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Apreciação do Orientador:

O bolsista foi orientado a analisar os fragmentos coletados em duas escavações no sítio Cedro de forma a gerar dados quantitativos e qualitativos que permitissem realizar comparações entre a cerâmica desse sítio e outros da região, como o sítio Porto de Santarém, escavado por outro projeto e cujo material (relatórios) estavam à disposição. Acredito que o relatório poderia conter mais informações sobre o material analisado, que não foi suficientemente explorado. Além disso, a revisão bibliográfica ficou aquém do esperado. A experiência, no entanto, foi válida e creio que o bolsista deve ter aproveitado o aprendizado, tendo tido a oportunidade de vivenciar uma pesquisa acadêmica. DATA: 01/08/2015 ____________________________________ ASSINATURA DO ORIENTADOR

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