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Diagnóstico de Parasitoses Intestinais em Estudantes da Região de Ponta Grossa PR

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Academic year: 2021

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ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA

( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO

( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE

( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE ENTEROPARASITOSES EM ESTUDANTES DE ZONA RURAL E ZONA URBANA DA REGIÃO DE PONTA GROSSA

Fernanda Silva Ribas 1 Júlio César Miné 2 Juliane Alves de Souza 3 Priscilla Salles de Brito 4

Resumo: As parasitoses entéricas representam problema de saúde pública principalmente em países em

desenvolvimento, cujas condições sanitárias são deficientes. Essas doenças causam desnutrição e deficiências no desenvolvimento físico e cognitivo, principalmente na população infantil. Esse trabalho oportunizou vivências na prática do diagnóstico laboratorial das parasitoses humanas aos acadêmicos da disciplina de Estágio Supervisionado em Análises Clínicas do Curso de Farmácia da UEPG que puderam também avaliar as características do parasitismo intestinal entre crianças de escolas municipais situadas na zona urbana de Ponta Grossa e na zona rural Carambeí. Por meio de metodologias de concentração dos parasitos, realizaram-se os Exames Parasitológicos de Fezes (EPFs), laudos foram gerados e entregues aos responsáveis dessas crianças. Observou-se que nas escolas da zona urbana de Ponta Grossa 13,13% dos estudantes estavam parasitados principalmente por espécies não patogênicas. Embora a frequência de estudantes parasitados da zona rural de Carambeí seja semelhante (14,02%), notou-se que as espécies patogênicas foram mais prevalentes entre eles. Isso demonstra que as enteroparasitoses ocorrem entre a população infantil e que na zona rural, em decorrência, talvez, de condições sanitárias mais deficientes que na zona urbana, as espécies patogênicas são mais incidentes, sendo importantes as intervenções em educação em saúde proporcionadas pelos projetos extensionistas.

Palavras-chave: Crianças. Parasitos Intestinais. Zona Rural. Zona Urbana.

NOME DO PROJETO

Diagnóstico de Parasitoses Intestinais em Estudantes da Região de Ponta Grossa – PR

1 Extensionista Bolsista PIBEX; Acadêmica do Curso de Farmácia da UEPG; fernanda_s_ribas@hotmail.com. 2 Supervisor do Projeto; Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas (DECLIN/UEPG); juliomine@gmail.com. 3 Supervisora do Projeto; Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas (DECLIN/UEPG);

juliane_julian@hotmail.com.

4 Coordenadora do Projeto; Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas (DECLIN/UEPG);

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PÚBLICO-ALVO

Acadêmicos do 5º ano do Curso de Farmácia (estagiários do Laboratório Universitário de Análises Clínicas – LUAC/UEPG) e estudantes de escolas públicas do município de Ponta Grossa e região na faixa etária de 0 a 12 anos.

MUNICÍPIOS ATINGIDOS

O referido projeto de extensão universitária atende estudantes em idade escolar dos municípios de Ponta Grossa e Carambeí.

LOCAL DE EXECUÇÃO

O projeto foi executado em quatro Escolas Municipais (três localizadas em zona urbana de Ponta Grossa e uma localizada em zona rural de Carambeí), e os exames foram realizados no Laboratório Universitário de Análises Clínicas – LUAC/UEPG.

JUSTIFICATIVA

As doenças parasitárias intestinais são causadas por protozoários e helmintos cuja via de transmissão aos seres humanos está vinculada a ingestão de água e/ou alimentos contaminados e que podem trazer danos fisiopatológicos principalmente em crianças. Segundo a Organização Mundial de Saúde, há mais de 3,5 bilhões de pessoas infectadas por parasitos entéricos pelo mundo (WHO, 2017). Isso denota um importante problema de Saúde Pública e, no Brasil, não é diferente já que estudos pontuais em todas as regiões do país mostram prevalências consideráveis de indivíduos parasitados, embora ainda tenhamos dificuldades e negligencia na realização de inquéritos parasitológicos (BASSO et al., 2008).

Souza et al. (2016) acreditam que haja uma maior prevalência de parasitoses em áreas rurais visto que nestes locais há uma dificuldade de acesso ao saneamento básico onde é comum o uso de fossas para a destinação dos dejetos. Porém, sabe-se que existem outros fatores relevantes para a disseminação parasitária, como hábitos individuais e aglomeração populacional, o que faz com que a área urbana seja também um potencial meio de contaminação (MAIA; HASSUM; VALLADARES, 2015).

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No Paraná a prevalência de crianças parasitadas encontrada em regiões rurais dos municípios de Jataizinho e Guarapuava foi de 68,2% e 60,5%, respectivamente (LOPES et al, 2006; PITTNER et al, 2007). No entanto, a prevalência de parasitoses intestinais em crianças é menor, porém, ainda considerável, quando as avaliações são realizadas em região urbana, como nos estudos nos municípios de Cambé e Ponta Grossa, cujas prevalências foram, respectivamente, 23,2% e 21,1% (LOPES-MORI et al, 2016; MEIGA et al, 2018).

Diante do exposto, por meio desse trabalho, foram oportunizadas práticas na vivência profissional do farmacêutico bioquímico que atua na área de Análises Clínicas por meio do diagnóstico laboratorial das parasitoses humanas, e ainda, avaliar as características do parasitismo intestinal entre crianças que estudam em escolas municipais situadas na zona urbana de Ponta Grossa e na zona rural Carambeí.

OBJETIVOS

São objetivos desse projeto para além da realização do diagnóstico de parasitoses intestinais em estudantes de Escolas Públicas Municipais de Ponta Grossa e Carambeí que oportuniza aos acadêmicos matriculados na disciplina de Estágio Supervisionado em Análises Clínicas do Curso de Farmácia da UEPG a prática do diagnóstico laboratorial das parasitoses humanas, avaliar as características do parasitismo intestinal entre estudantes de zona rural e zona urbana.

METODOLOGIA

No período compreendido entre 2018 e 2019 quatro Escolas Municipais que atendem estudantes de 1 a 12 anos, sendo três escolas em zona urbana de Ponta Grossa e uma escola na zona rural do município de Carambeí, foram convidadas a participar do referido projeto de extensão universitária. Para isso foram realizadas reuniões com os estudantes, familiares, professores e funcionários dessas escolas para que participassem do projeto. Num primeiro encontro foi explicada aos ouvintes a importância de suas participações voluntárias no projeto. Para cada aluno foi entregue um coletor universal e a maneira correta de realizar a coleta das fezes foi explicada, marcaram-se os dias de entrega dos coletores na escola para que se levasse à UEPG para análise. Após os exames ficarem prontos, os laudos dos Exames Parasitológicos de Fezes (EPFs) foram gerados e entregues nas escolas participantes e ações

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de educação em saúde voltadas à profilaxia das doenças parasitárias foram realizadas nas escolas.

As amostras de fezes dos estudantes foram analisadas pelos alunos do 5° Ano do Curso de Farmácia sob a supervisão dos docentes responsáveis pelo setor de Parasitologia Clínica da disciplina de Estágio Supervisionado em Análises Clínicas no LUAC/UEPG. As análises foram realizadas por meio de dois métodos de concentração: Método de Faust e cols. que detecta ovos leves de helmintos e cistos e oocistos de protozoários e tem por princípio a centrifugo-flutuação das fezes em solução saturada de sulfato de zinco; Método de Hoffman, Pons e Janer que concentra os ovos pesados de helmintos e eventualmente as larvas além dos cistos dos protozoários por sedimentação espontânea. Duas lâminas de cada metodologia foram analisadas microscopicamente.

RESULTADOS

Nos anos de 2018 e 2019, quatro escolas públicas municipais foram convidadas a participar do projeto “Diagnóstico de Parasitoses Intestinais em Estudantes da Região de Ponta Grossa – PR”. Uma das escolas situa-se em área rural do município de Carambeí, que atende estudantes cuja média de idade foi de 6,7 anos. Estes encaminharam 107 amostras fecais para análise, sendo 51 (47,66%) de estudantes do sexo masculino e 51 (47,66%) de estudantes do sexo feminino (cinco amostras não tinham identificação). Dessas, 15 (14,02%) apresentaram-se positivas para a presença de enteroparasitos. As outras três escolas estão situadas na zona urbana de Ponta Grossa e, juntas, encaminharam 99 amostras de fezes para análise, das quais 45 (45,45%) eram de estudantes do sexo masculino e 53 (53,53%) de estudantes do sexo feminino (uma amostra não tinha identificação), cuja média etária foi de 7,3 anos. Observou-se positividade para parasitos intestinais em 13 (13,13%) amostras.

As frequências das espécies de enteroparasitos encontradas nos exames estão dispostas no Quadro 01 a seguir.

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Quadro 1 – Frequência de Enteroparasitos em Estudantes de Zona Rural e Urbana da região de Ponta Grossa – PR, 2016-2019.

Espécies de Enteroparasitos

Zona Rural Zona Urbana

Nº de casos % em relação aos

positivos Nº de casos % em relação aos positivos Ascaris lumbricoides 4 26,66 1 7,69 Enterobius vermicularis - - 1 7,69 Endolimax nana 1 6,66 3 23,07 Entamoeba coli 10 66,66 8 61,53 Giardia duodenalis 6 40,00 2 15,38

Fonte: Projeto de Extensão - Diagnóstico de Parasitoses Intestinais em Estudantes de Ponta Grossa – PR

Embora a frequência de estudantes parasitados da zona rural de Carambeí seja semelhante a da zona urbana de Ponta Grossa, pode-se notar que as espécies patogênicas foram mais prevalentes na zona rural e que as espécies não patogênicas são mais frequentes na zona urbana. Isso demonstra que as enteroparasitoses ocorrem entre a população infantil e que na zona rural, em decorrência, talvez, de condições sanitárias mais deficitárias que na zona urbana, as espécies patogênicas são mais incidentes, sendo importantes as intervenções em educação em saúde proporcionadas pelos projetos de extensão universitária.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Além dos acadêmicos terem tido a oportunidade de desenvolver um trabalho que os aproximam de suas práticas profissionais junto à comunidade, os resultados gerados auxiliam no entendimento das diferenças observadas entre as espécies de parasitos que mais afetam as crianças conforme a localidade de estudo. O problema das doenças parasitárias intestinais não está resolvido, muito embora exista acesso a boas condições de saneamento e ao EPF e possibilidade de tratamento, quando necessário, de forma gratuita nas cidades de Ponta Grossa e Carambeí.

APOIO

Fundação Araucária – Programa Institucional de Bolsas de Extensão Universitária – PIBEX 2019-2020.

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REFERÊNCIAS

BASSO, R. M. C. et al. Evolution of the prevalence of intestinal parasitosis among schoolchildren in Caxias do Sul, RS. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 41, n. 3, p. 62-66, 2008.

LOPES, F. M. R. et al. Occurrence of enteroparasitosis in schoolchildren of the municipal district of Jataizinho, State of Paraná, Brazil. Acta Scientiarum Health Sciences, Maringá, v. 28, n. 2, p. 107-111, 2006.

LOPES-MORI, F. M. R. et al. Fatores associados a enteroparasitoses em escolares da rede municipal de ensino de Cambé. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v.37, n. 1, p. 15-24, 2016.

MEIGA, M. Z. et al. Frequency of enteroparasites in individuals in the municipality of Ponta Grossa - PR (2010-2016). O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 744-761, 2018.

MAIA, C. V. A; HASSUM, I. C.; VALLADARES, G. S. Parasitoses intestinais em usuários do SUS em Limoeiro do Norte, Ceará, antes de expansão de sistema de esgotamento sanitário. Holos, v. 2, p.98-98, 2015.

PITTNER, E. et al. Enteroparasitoses em Crianças de uma Comunidade Escolar na Cidade de Guarapuava, PR. Revista Salus, Guarapuava, v. 1, n. 1, p. 97-100, 2007.

SOUZA, A. C. et al. Perfil Epidemiológico das Parasitoses Intestinais e Avaliação dos Fatores de Risco em Indivíduos Residentes em um Assentamento Rural do Nordeste Brasileiro. Revista Conexao UEPG, v. 12, n. 1, p.26-37, 2016.

WHO. Fourth WHO report on neglected tropical diseases: integrating neglected tropical diseases into global health and development. France: World Health Organization; 2017.

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