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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA UFU INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA ILEEL REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO NA HISTÓRIA DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

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Academic year: 2021

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU

INSTITUTO DE LETRAS E LINGUÍSTICA – ILEEL

REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO NA HISTÓRIA DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Orientanda: Ana Clara Albuquerque Bertucci

Orientadora: Profª Drª Marisa Martins Gama-Khalil

Plano de trabalho apresentado ao Programa de Bolsas Institucionais de Iniciação Científica – PIBIC - FAPEMIG

Uberlândia

Setembro / 2016

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2 SUMÁRIO 1. Introdução ... pg. 3 a 5 2. Justificativa ... pg. 5 e 6 3. Objetivo ... pg. 6 4. Metogologia ... pg. 6 5. Cronograma de execução ... pg. 6 e 7 6. Bibliografia ... p. 7 e 8

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1. INTRODUÇÃO:

A pesquisa consiste na análise da história fantástica Alice no País das

Maravilhas, do escritor Lewis Carroll (2009), sobre a perspectiva espacial, tendo como

fundamentação as leituras de textos teóricos de André Jolles, Remo Ceserani, Tzvetan Todorov, Gaston Bachelard, Michel Foucault, Filipe Furtado, e outros.

Todorov (Introdução à Literatura Fantástica, 2014), foi responsável por organizar os estudos sobre o fantástico. Contudo, em sua organização ele preferiu adotar a perspectiva do gênero, distinguindo o fantástico dos seus gêneros vizinhos, o maravilhoso e o estranho. Ele afirma que caberá ao leitor a integração do texto que se lê em determinado gênero. O que determina que um texto seja fantástico é a hesitação que ele causa no leitor implícito e nas personagens da trama. Já o maravilhoso não abrigaria a hesitação e o estranho a aceita para desfazê-la ao final.

É necessário considerar o que Jacques Finné (2002) considera como fantástico, O feérico é um universo maravilhoso que se junta o mundo real, sem lhe trazer dano nem lhe destruir a coerência. O fantástico, ao contrário manifesta um escândalo, um estilhaçamento, uma irrupção insólita, quase insuportável no mundo real.

Desse modo, compreendemos que, ao não sabermos se foi fruto de um sonho toda a narrativa, ou se realmente foi um fato real, se considerará na irrupção insólita, em que se configura como improvável no mundo real, mas se comporta como tal.

A trama do nosso objeto de pesquisa, Alice no País das Maravilhas, é complexa, pois abriga o maravilhoso, contudo Alice em algumas passagens esboça sua hesitação ao deparar com seres que diferem dos que habitam o seu mundo prosaico, como vemos no trecho: “(...) nem Alice achou assim tão esquisito ouvir o Coelho dizer consigo mesmo: “Ai, ai! Ai, ai! Vou chegar atrasado demais!””, (2009, p.13).

E mais, ao final da narrativa literária de Lewis Carrol, há a sugestão de que Alice estivera sonhando, contudo o que mais se afigura é um embaralhamento de mundos, pois a irmã é que passa a sonhar o mesmo sonho de Alice.

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4 Podemos concluir que talvez haja uma dupla realidade mágica na qual Alice vivera suas aventuras - o País das Maravilhas. Desse modo, cabe a discussão sobre a mistura das realidades, problematizando-se, talvez, a ideia de realidade e sonho simultaneamente.

Devido a essa instabilidade entre o maravilhoso e o fantástico, o projeto procura não encaixar o livro analisado fixamente em um gênero, já que ambos são fundamentais e extremamente necessários para a compreensão da narrativa, mas em perceber que estratégias estáticas e ficcionais são usadas para o trabalho com o insólito na narrativa de forma a desencadear efeitos de sentido, como, no fim, entender e considerar se foi um sonho ou mera realidade.

Procuraremos adotar no trabalho, assim, não a perspectiva do gênero, mas a do modo fantástico, como a defendida por Remo Ceserani e por Filipe Furtado. O modo fantástico abrigaria várias modalidades, como o fantástico, o maravilhoso, o estranho, a ficção científica e outras formas, tendo como ponto agregador a fenomenologia metaempírica. Esta, na visão de Filipe Furtado, se caracteriza por estar:

para além do que é verificável ou cognoscível a partir da experiência, tanto por intermédio dos sentidos ou das potencialidades cognitivas da mente humana, como através de quaisquer aparelhos que auxiliem, desenvolvam ou supram essas faculdades. (FURTADO, 1980, p. 20).

Ao longo de sua obra, Todorov cita Marcel Schneider em La Littérature

fantastique em France: “O fantástico explora o espaço interior; tem uma estreita relação

com a imaginação, a angústia de viver e a esperança de salvação” (1964, p. 148-149.). Nesse sentido, o espaço em Alice no País das Maravilhas, seria o próprio País das Maravilhas, em que se consiste, no jardim encantador e o bosque que é almejado ao longo do livro por Alice. Mas, é necessário que se compreenda a vinculação do espaço interior e do espaço exterior que deve ser correlacionado. Em Alice no País das

Maravilhas, essa amarra é tão bem desenvolvida que a própria personagem se sente

confusa,

“Quem é você?” perguntou a Lagarta.

Não era um começo de conversa muito animador. Alice respondeu, meio encabulada: “Eu... eu mal sei, Sir, nesse momento... pelo menos sei quem eu era quando me levantei esta manhã, mas acho que já passei por várias mudanças desde então.”

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5 “Que quer dizer com isso?” esbravejou a Lagarta. “Explique-se”

“Receio não poder me explicar”, respondeu Alice, “porque não sou eu mesma, entende?” (CARROLL, 2009, p. 55)

A relação com o imaginário é fundamental, já que o tempo todo se faz alusão ao sobrenatural em Alice no País das Maravilhas,

Esticou-se na ponta dos pés e espiou sobre a borda do cogumelo e deu olhar encontrou imediatamente o de uma grande lagarta azul, sentada o topo, de braços cruzados, fumando tranquilamente um comprido narguilé, sem dar a mínima atenção a ela ou a qualquer outra coisa. (2009, p. 54).

Em relação à angústia, é visível na parte em que Alice está a jogar croqué com a Rainha e o Rei,

Alice começou a se sentir muito apreensiva. Era verdade que até agora não tivera nenhum conflito com a Rainha, mas sabia que isso podia acontecer a qualquer instante; “e nesse caso”, pensou, “que seria de mim? Eles são tão horrivelmente chegados a decapitar as pessoas aqui; o que me admira é que ainda sobre alguém vivo!”, (2009, p. 99).

Para o estudo do fantástico, servirão de suporte os estudos de Furtado (1980, 2010), Todorov (2004), Tokien (2006), Ceserani (2006), Finné (2002), Gama-Khalil (2013). Como base da pesquisa sobre o espaço, serão articuladas as noções de heterotopia, utopia e atopia, de Michel Foucault (2001), e o jogo entre os espaços interiores e exteriores exposto por Gaston Bachelard (1996). Andre Jolles (1976) será importante ao nosso estudo no que se refere às formas simples, especialmente os aspectos relacionados ao maravilhoso deflagrado pelo conto.

2- JUSTIFICATIVA:

Justifica-se que a finalidade deste projeto é analisar Alice no País das Maravilhas, considerando outra perspectiva da obra a partir das espacialidades que a mesma apresenta. E, nesse sentido, o universo da realidade e o dos sonhos serão pesquisados por meio de um olhar que observará de que forma ocorrem suas construções. Pesquisaremos, pois, se os espaços apresentados ficcionalmente são fundamentais para os efeitos de sentido que a obra desencadeia.

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6 Consideraremos que a narrativa de Lewis Carroll oscila ficcionalmente entre o maravilhoso e o fantástico, chegando mesmo a sugerir-se com aspectos do estranho, devido aos aspectos desenvolvidos na Introdução; desse modo, entenderemos os objetos (personagens e, claro, o espaço ficcional) como fundamentais para que se componha toda a obra e é o que adequará a mesma para que se encaixe nesse gênero.

3- OBJETIVOS:

Os nossos objetivos se baseiam em:

a. Analisar os espaços ficcionais que compõe a narrativa Alice no país das

Maravilhas e a sua relação com o fantástico.

b. Observar como os espaços ficcionais colaboram para a construção do modo fantástico, partindo do pressuposto de que tudo era real e não fruto de um sonho.

c. Explicitar os elementos constituintes da literatura fantástica, bem como do espaço, na obra de Lewis Carroll, compreendendo que as vivências de Alice não são partes de um sonho e, sim, uma realidade convicta.

4- METODOLOGIA:

4.1 Realização de leituras previamente apontadas pela orientadora.

4.2 Pesquisas Bibliográficas

4.3 Análise qualitativa dos dados selecionados

4.4 Encontros semanais entre orientadora e orientanda, para a discussão de leituras realizadas e avanços obtidos na pesquisa.

4.5 Participação em seminários afins para a apresentação de trabalhos relacionados à pesquisa.

4.6 Elaboração de um artigo apresentando os resultados finais da pesquisa.

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7 Mar. 2017 Abr. 2017 Mai. 2017. Jun. 2017 Jul. 2017 Ago. 2017 Set. 2017 Out. 2017 Nov. 2017 Dez. 2017 Jan. 2018 Fev. 2018 Leituras Teóricas X X X X X X X X X X X X Categorização dos textos do acervo X X Leitura e análise dos textos do acervo X X X X X X Apresentação da pesquisa em andamento em eventos da área X X X X X X X X X Ampliação da análise X X X Encontros com a orientadora X X X X X X X X X X X X Finalização da análise/ Redação do relatório final X X 6- BIBLIOGRAFIA: Base literária:

CARROLL, Lewis. Alice no país das Maravilhas. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2010.

Base teórica:

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

CESERANI, Remo. Procedimentos formais e sistemas temáticos do fantástico. In: O

fantástico. Trad. Nilton Tripadalli. Curitiba: Ed. UFPR, 2006, p. 67-88.

FINNÉ, Jacques. Ensaio sobre a organização do sobrenatural. Tradução Fábio Lucas Pierini. Xerox, 2002.

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8 FOUCAULT, Michel. Linguagem e literatura. In: MACHADO, Roberto. Foucault: a

filosofia e a literatura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

FOUCAULT, Michel. Outros espaços. In: Ditos & Escritos III - Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.

FURTADO, Filipe. A construção do fantástico na narrativa. Lisboa: Livros Horizonte, 1980.

FURTADO, Filipe. Fantástico (Modo). In: E-dicionário de termos literários de Carlos Ceia.

http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=188&It

emid=2; Acesso: setembro 2010.

GAMA-KHALIL, Marisa Martins. A literatura fantástica: gênero ou modo?. Terra Roxa e outras terras: Revista de Estudos Literários. Londrina, vol. 26, dez./2013. p.18-31. .

JOLLES, André. Formas simples. São Paulo: Cultrix, 1976.

LINS, Osman. Lima Barreto e o espaço romanesco. São Paulo: Ática, 1976.

SOUZA, Roberto Acízelo de. Iniciação aos Estudos Literários. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. 3 ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.

VAX, Louis. A arte e a literatura fantásticas. Lisboa: Arcádia, 1974.

TOLKIEN, J. R. R. Sobre histórias de fadas. Trad. Ronald Kyrmse. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2006.

Referências

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