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ANÁLISE DE INDICADORES SÓCIO- ECONÔMICOS DO ESTADO DO TOCANTINS

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Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados Centro de Documentação e Informação

Coordenação de Biblioteca http://bd.camara.gov.br

ANÁLISE DOS INDICADORES

SÓCIO-ECONÔMICOS DO ESTADO DO TOCANTINS

Luciana da Silva Teixeira

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ESTUDO

ESTUDO

Câmara dos Deputados Praça 3 Poderes Consultoria Legislativa Anexo III - Térreo Brasília - DF

ANÁLISE DE INDICADORES

SÓCIO-ECONÔMICOS DO ESTADO DO TOCANTINS

Luciana da Silva Teixeira

Consultora Legislativa da Área IX Política e Planejamento Econômicos, Desenvolvimento Econômico, Economia Internacional ESTUDO

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ÍNDICE

I. Introdução ...3

II. Esperança de vida ao nascer...4

III. Percentual de crianças de 7 a 14 anos de idade fora da escola ...5

IV. Percentual de pessoas que vivem em domicílio com água encanada...7

V. Percentual de pessoas que vivem em domicílios com energia elétrica...8

VI. Renda per capita...9

VII. Percentual de crianças em domicílios com renda per capita inferior a R$ 75,50...10

VIII. Percentual de pessoas ocupadas com 10 anos ou mais de idade ...11

IX. Índice de Desenvolvimento Humano...13

X. Considerações finais ...14

© 2004 Câmara dos Deputados.

Todos os direitos reservados. Este trabalho poderá ser reproduzido ou transmitido na íntegra, desde que citado o autor e a Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. São vedadas a venda, a reprodução parcial e a tradução, sem autorização prévia por escrito da Câmara dos Deputados.

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ANÁLISE DE INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

DO ESTADO DO TOCANTINS

Luciana da Silva Teixeira

I. INTRODUÇÃO

tualmente, estão em tramitação no Congresso Nacional treze projetos que visam a criação de estados. A relevância econômica, social e política dessas iniciativas exige que os debates em torno desses projetos e sobre as questões relacionadas à redivisão territorial do Brasil sejam respaldados por estudos aprofundados sobre seus custos e benefícios.

O presente estudo tem por objetivo contribuir para esses debates e oferecer subsídios para a tomada de decisões pela esfera pública. Com essa motivação, será analisado o desempenho sócio-econômico do Estado do Tocantins, criado em outubro de 1988, pioneiro na luta pela autonomia.

Para tanto, foram selecionados indicadores e analisadas suas trajetórias imediatamente antes da criação do novo estado e os mesmos foram comparados com dados referentes ao ano posterior à sua emancipação. Considerou-se que, nos primeiros anos da década de 90, os impactos sócio-econômicos da emancipação de Tocantins ainda não tinham se manifestado e que, em 2000, essas influências já se faziam presentes. Os dados utilizados foram sistematizados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base, majoritariamente, em pesquisas do IBGE.

No início da década de 90 – anos de referência para o estudo – informações municipais ainda eram bastante escassas. Quando disponíveis, grande parte das séries de indicadores econômico-sociais não atendiam aos requisitos necessários para atender aos objetivos a que se propõe o estudo. Levando essas questões em consideração, as variáveis analisadas neste estudo são as seguintes:

ƒ esperança de vida ao nascer;

ƒ percentual de crianças de 7 a 14 anos de idade fora da escola; ƒ percentual de pessoas em domicílios com água encanada; ƒ percentual de pessoas em domicílios com energia elétrica;

A

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ƒ renda per capita;

ƒ percentual de crianças em domicílios com renda per capita inferior a R$ 75,50;

ƒ percentual de pessoas ocupadas com 10 anos de idade ou mais; ƒ Índice de Desenvolvimento Humano.

A escolha da abrangência municipal, e não estadual, dos indicadores se deveu a dois motivos. Primeiramente, como o Estado do Tocantins não existia até 1988, a única forma de comparar a situação sócio-econômica da região em período anterior à sua emancipação é por meio do diagnóstico da situação nos municípios que hoje compõem o Estado. Em segundo lugar, como alguns indicadores referentes aos primeiros anos da década de 90 estão disponíveis apenas para parcela dos 139 municípios de Tocantins, dados estaduais não se encontram consolidados e, por isso, utilizaram-se dados municipais.

A fim de se analisar a situação sócio-econômica do Estado de forma dinâmica, foram calculadas as taxas de crescimento das variáveis selecionadas para cada município, entre 1991 e 2000, e encontrada a média dessas taxas para os indicadores pesquisados. Essas taxas médias de crescimento de indicadores municipais foram então comparadas, por meio de gráficos, com as taxas de crescimento nacionais desses mesmos indicadores. No caso em que informações para a região Norte estavam disponíveis, também se utilizaram esses dados para se traçar um paralelo entre a realidade do Tocantins e a do restante da região à qual o Estado pertence.

Por fim, cabe esclarecer que o estudo não pretende ser exaustivo. Trata-se apenas de analisar o comportamento de algumas variáveis sócio-econômicas em dois pontos no tempo. A análise pode, portanto, estar sujeita a influências sazonais. Além disso, as relações de causalidade entre as variáveis explicativas e a variável dependente (neste caso, o desempenho sócio-econômico do Estado) são complexas e difíceis de serem isoladas. Sendo assim, os resultados alcançados pelo estudo são apenas indicativos do cenário econômico e social do Estado do Tocantins.

II. ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER

Mantido o padrão de mortalidade existente, a esperança de vida ao nascer indica o número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado.

Esse indicador oferece uma estimativa do tempo de vida médio da população e, de acordo com o Ministério da Saúde, representa uma medida sintética da mortalidade, não estando afetada pelos efeitos da estrutura etária da população, como acontece

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com a taxa bruta de mortalidade. O aumento da esperança de vida ao nascer sugere melhoria das condições de vida e de saúde da população.

Observa-se, na tabela abaixo, que, a esperança de vida ao nascer era, em 1991, de 59,3 anos, em Tocantins, enquanto a média nacional era 5,5 anos superior à do Estado. Em 2000, a estimativa do tempo de vida médio da população tocantinense sobe para quase 64 anos e, para o Brasil, a média é de 68,6 anos.

No período analisado, a taxa de crescimento dessa variável foi de 7,7%, em Tocantins, e de quase 6%, para todo o Brasil. Portanto, a média de anos de vida dos habitantes de Tocantins tem se aproximado paulatinamente da média brasileira.

III. PERCENTUAL DE CRIANÇAS DE 7 A 14 ANOS DE IDADE FORA DA ESCOLA

Esse indicador reflete o grau em que se processou a universalização do ensino infantil e fundamental. Guarda relação, também, com o número de crianças que trabalham, ao invés de freqüentarem a escola, em determinada região geográfica.

7,78 5,99 0 2 4 6 8 Tx. de crescim ento Municípios Tocantins Brasil

Esperança de vida ao nascer - Tx. de crescimento 1991/2000

Ano Média municipal - TO Média Nacional

1991 59,29 64,73

2000 63,90 68,61

Fonte: IPEA

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No início da década de 90, o percentual de crianças de 7 a 14 anos de idade fora da escola era de 33,5%, em média, nos municípios de Tocantins. Portanto, a esse respeito, o desempenho do Estado estava aquém da performance da região Norte (30,8%) e era substancialmente inferior ao do Brasil (20,6%).

Nota-se que, em 2000, esse indicador sofreu uma sensível melhora em todas as esferas federadas estudadas. A redução do percentual de crianças de 7 a 14 anos de idade fora da escola nos municípios de Tocantins pesquisados foi tão expressiva que, apesar de ter iniciado sua trajetória em patamar superior ao observado na região à qual pertence, conseguiu, em 2000, suplantar e registrar percentual inferior a essa região.

A taxa de crescimento dessa variável para a média dos municípios de Tocantins é ligeiramente superior à taxa de crescimento brasileira (76% e 73%, respectivamente) e consideravelmente maior do que a redução do percentual de crianças fora da escola observada na região Norte, no mesmo período.

-75,98 -63,77 -73,37 -80 -75 -70 -65 -60 -55 Tx de cresciment o Municípios Tocantins

Região Norte Brasil

% de crianças de 7 a 14 anos fora da escola - T x de crescimento 1991/2000

Em % Anos Média municipal - TO Região Norte Brasil

1991 33,56 30,80 20,58

2000 8,06 11,16 5,48

Fonte: IPEA e MEC

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IV. PERCENTUAL DE PESSOAS QUE VIVEM EM DOMICÍLIO COM ÁGUA ENCANADA

Informações do Atlas de Saneamento, que utiliza dados de 2000, mostram que quase 98% dos municípios brasileiros já têm rede de abastecimento de água. No entanto, 40,6 milhões de pessoas continuam sem acesso à água encanada.

Essa variável expressa o percentual de pessoas que vivem em domicílios com água canalizada para um ou mais cômodos, proveniente de rede geral, de poço, de nascente ou de reservatório abastecido por água das chuvas ou carro-pipa. Indica, assim, o estágio de desenvolvimento da infra-estrutura necessária para o acesso à água e sua melhoria tem, conseqüentemente, repercussões positivas para a saúde da população beneficiada.

Em 1991, apenas três anos após a autonomia de Tocantins, apenas 17,5% das pessoas integrantes de domicílios do Estado tinham acesso à água encanada. Dez anos depois, período suficiente para que investimentos realizados na década de 90 maturassem, quase 40% dos lares dos municípios tocantinenses usufruíam desse benefício.

Apesar do incremento do número de lares com água encanada em Tocantins, observa-se, pelo gráfico abaixo, que essa cobertura é significativamente inferior à média brasileira, nesse mesmo período. Enquanto, em 1991, 71% dos domicílios brasileiros possuíam água encanada, em 2000, esse percentual se eleva para um pouco mais de 80%. Portanto, ainda no século XXI, o percentual de pessoas que usufruem desse benefício no Tocantins é metade do percentual observado no Brasil.

Entretanto, a análise da taxa de crescimento dessa variável, entre os anos de 1991 e 2000, mostra uma outra realidade. O esforço em prover os lares com água encanada foi bem maior no Tocantins do que na média brasileira. Nestes anos, a taxa de crescimento desse indicador foi de mais de 120% em Tocantins, enquanto que no Brasil houve um incremento de cerca de 13%.

Em % Ano Média municipal - TO Média nacional

1991 17,59 71,52

2000 39,85 80,75

Fonte: IPEA

% de pessoas que vivem em domicílios com água encanada

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V. PERCENTUAL DE PESSOAS QUE VIVEM EM DOMICÍLIOS COM ENERGIA ELÉTRICA

A tabela a seguir mostra que o percentual de pessoas que viviam em domicílio com energia elétrica, nos municípios do Estado do Tocantins, em 1991 apenas 36% -salta, em 2000, para quase 65%. Também para essa variável, observa-se que, no Brasil, já em 1991, cerca de 85% das pessoas viviam em domicílios com energia elétrica e que, em 2000, esse percentual subiu para 93,5%.

126,55 12,91 0 20 40 60 80 100 120 140 Tx. de crescimento Municípios Tocantins Brasil

% de domicílio com água encanada - Tx de crescimento 1991/2000

Em %

Ano Média municipal - TO Média nacional

1991 35,94 84,88

2000 64,74 93,48

Fonte: IPEA

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Analogamente à análise da variável anterior, houve, neste mesmo período, um crescimento espetacular do percentual de pessoas que vivem em domicílios com energia elétrica nos municípios do Estado do Tocantins. O crescimento dessa variável, entre os anos de 1991 e 2000, neste Estado, foi de mais de 80%. No Brasil, essa taxa foi de 10%. Observa-se que, na década de 90, empreendeu-Observa-se grande esforço no Tocantins para diminuir o hiato social deste Estado em comparação ao restante do País.

VI. RENDA PER CAPITA

Conforme pode-se verificar na tabela abaixo, a renda per capita mensal do Tocantins, em reais de 2000, era de apenas R$ 88,39, em 1991, elevando-se para R$ 115,70, em 2000. A renda per capita mensal média brasileira, em 1991 e 200, foi de R$ 230,30 e R$ 297,23, respectivamente. A renda per capita mensal dos municípios do Estado representa, portanto, menos de 40% da média brasileira. 80,13 10,13 0 20 40 60 80 100 Tx de cresci m e nto Municípios Tocantins BRASIL

% de pessoas que vivem em domicílios com energia elétrica - Tx de cresc.

1991/2000

Em R$ de 2000 Ano Média municipal - TO Média nacional

1991 88,39 230,30

2000 115,70 297,23

Fonte: IPEA

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Apesar de se encontrar em patamares baixos em relação à média do País, depreende-se, pela análise do gráfico a seguir, que a taxa de crescimento da renda per capita mensal no Tocantins tem sido levemente superior à média brasileira. Nos municípios de Tocantins, o crescimento dessa variável, comparando-se o ano de 1991 e 2000, foi de 31%; no Brasil, de 29%. Isso demonstra o dinamismo da economia tocantinense ao longo desse período.

VII. PERCENTUAL DE CRIANÇAS EM DOMICÍLIOS COM RENDA PER CAPITA INFERIOR A R$ 75,50

Esse dado, elaborado pelo IPEA, consiste na proporção dos indivíduos com idade de zero a 14 anos que têm renda domiciliar per capita inferior à linha de pobreza de R$75,50 (1/2 salário mínimo de agosto de 2000).

A tabela a seguir mostra que, em 1991, quase 80% das crianças de Tocantins estavam nesta situação. Transcorrida uma década, houve uma redução desse percentual de aproximadamente dez pontos percentuais, passando para um pouco mais de 70% das crianças em tal condição.

Em comparação com a média brasileira, nota-se que o Estado do Tocantins encontra-se em situação bastante desfavorável. Em 1991, cerca de 50% das crianças viviam em domicílios com renda per capita menor que R$ 75,50. Dez anos mais tarde, esse percentual caiu para aproximadamente 45%. Portanto, a esse respeito, Tocantins encontra-se 30 pontos percentuais acima do restante do País, ou seja, há no Estado quase um terço a mais de crianças em situação de pobreza.

30,9 29,06 28 29 30 31 Tx . de crescimen to Municípios Tocantins Brasil

Renda per capita mensal- Tx. de crescimento 1991/2000

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Os dados também mostram que o esforço de Tocantins para reduzir o percentual de crianças que vivem em lares com renda per capita inferior a R$ 75,50 foi praticamente igual àquele alcançado na média do País. Sendo assim, o hiato entre Tocantins e o País, em média, se manteve inalterado, no que diz respeito essa variável.

VIII. PERCENTUAL DE PESSOAS OCUPADAS COM 10 ANOS OU MAIS DE IDADE

Dados geograficamente abrangentes referentes ao mercado de trabalho são extremamente escassos. As últimas informações detalhadas sobre emprego para todos os municípios brasileiros são de 1975. Desde então, são realizadas pesquisas que refletem a situação do mercado de trabalho nas seis maiores regiões metropolitanas no Brasil. Dados do Ministério

Em % Média municipal - TO Média nacional

1991 78,73 51,30

2000 71,69 45,99

Fonte: IPEA

% crianças em domicílios com renda per capita menor que R$75,50

-8,93 -10,36 -15,00 -13,00 -11,00 -9,00 -7,00 -5,00 -3,00 -1,00 1,00 Tx. de crescimento Municípios Tocantins Brasil

% de crianças em domicílios com renda per capita inferior a R$ 75,50 - Tx. de

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do Trabalho – RAIS e CAGED – registram apenas o emprego formal e estão disponíveis para um número muito reduzido de municípios, impedindo generalizações.

Apenas recentemente, foi divulgada nova pesquisa do IBGE sobre emprego que possui abrangência nacional. Sendo assim, o estudo se utilizou de dados censitários (Censo Demográfico de 1991 e 2000, IBGE).

A variável sobre mão-de-obra, analisada neste estudo, refere-se às pessoas ocupadas em determinado ano. Considera-se ocupada a população economicamente ativa que trabalhou nos doze meses anteriores à data de referência do Censo. Para isolar o efeito do crescimento populacional, considerou-se o número de pessoas ocupadas com 10 anos ou mais de idade em relação à população total da região considerada.

A tabela a seguir mostra que, em 1991, 32% da população do Tocantins, 31% da população da região Norte e 38% dos brasileiros encontravam-se ocupados. Em 2000, esses percentuais se elevam para 36%, 34% e 39% no Estado do Tocantins, na região Norte e no Brasil, respectivamente.

A taxa de crescimento do percentual de pessoas ocupadas com 10 anos ou mais cresceu 12% em Tocantins, 8% na região Norte e 3% no Brasil. Esse fato aponta para um maior dinamismo no mercado de trabalho, no que diz respeito à população ocupada em Tocantins, no período considerado, em comparação com a região Norte e com o Brasil.

Em %

Ano Tocantins região Norte Brasil 1991 32 31 38 2000 36 34 39

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991, 2000

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IX. ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

O Índice de Desenvolvimento Humano é calculado pela média simples de três subíndices, referentes às dimensões de Longevidade (IDHM-L), Educação (IDHM-E) e Renda (IDHM-R).

O IDH é um indicador do nível de atendimento das necessidades humanas básicas. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) estabeleceu três principais categorias: sociedades com IDH entre 0 e 0,5 são consideradas de baixo desenvolvimento humano; entre 0,5 e 0,8, de médio desenvolvimento humano; e entre 0,8 e 1, de alto desenvolvimento humano.

No ano de 1991, o Tocantins apresentava um IDH de 0,56, o que coloca o Estado praticamente no limite para ser considerado de médio desenvolvimento humano. Em 2000, houve uma sensível melhora nesse indicador, que passou para 0,66. A elevação do IDH mostra que houve significativos progressos dos municípios do Tocantins no que diz respeito ao atendimento às condições básicas de vida.

Quanto ao Brasil, observa-se que, já no início da década passada, o IDH era superior àquele registrado pelo Tocantins dez anos depois (0,7). Em 2000, o IDH subiu para 0,766. 12 8 3 -5 10 15 Tx. de crescimento

Tocantins região Norte Brasil

% de pessoas ocupadas de 10 anos ou mais de idade

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É relevante registrar que, em que pese ter partido de nível bastante inferior, o IDH dos municípios de Tocantins registrou uma melhora marcante, diminuindo, portanto, as desigualdades sociais entre o Estado e o restante do País. Enquanto que, no Brasil, o IDH registrou uma taxa de crescimento, considerado o ano de 1991 em relação a 2000, de cerca de 9,5%, em Tocantins a taxa de crescimento dessa variável foi o dobro da brasileira, situando-se em torno de 18%, no mesmo período.

X. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo tratou de analisar alguns aspectos relacionados a quatro diferentes classes de indicadores: aqueles relacionados à saúde (esperança de vida ao nascer); à educação (% de crianças de 7 a 14 anos fora da escola); à infra-estrutura social (percentual de pessoas em domicílios com água encanada e com energia elétrica); à renda e à pobreza (renda per

capita, percentual de crianças em domicílios com renda per capita inferior a R$ 75,50) e ao emprego

(pessoas ocupadas com dez anos ou mais de idade). Além disso, escolheu-se um indicador-síntese - o Índice de Desenvolvimento - que reúne informações sobre saúde, renda e educação.

Na área da saúde, o indicador selecionado sugere que houve, no período considerado, consistentes melhorias nas condições de saúde da população tocantinense. Essa análise, no entanto, é bastante limitada, tendo em vista que leva em consideração apenas o indicador “esperança de vida ao nascer “ em dois pontos do tempo (1991 e 2000). Não restam dúvidas, no entanto, que o aumento da expectativa de vida ao nascer em Tocantins resulta da melhoria nas condições de sua vida da população, fato, aliás, repercutido no melhor IDH verificado.

Quanto à educação, observa-se que houve significativa evolução da variável pesquisada, o que mostra empenho em se ampliar o acesso à escola. O desempenho de Tocantins, neste aspecto, foi similar à média do País e superior ao da região Norte.

Ano Média municipal - TO Média nacional

1991 0,56 0,70

2000 0,66 0,766

Fonte: IPEA

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No tocante à infra-estrutura social, representada no estudo pelos indicadores “percentual de pessoas que vivem em domicílios com água encanada” e “percentual de pessoas em domicílios com energia elétrica”, verifica-se que houve consideráveis melhorias em sua cobertura. Essas redes foram expandidas no Tocantins em proporções bastante superiores à média brasileira. Depreende-se dos dados apresentados que o desempenho do Estado se destacou fortemente no que diz respeito a essas variáveis.

Os dados sobre renda e pobreza sugerem que o esforço nesse campo não foi tão consistente quanto aquele implementado nos campos da saúde, educação e infra-estrutura social. As taxas de crescimento da renda per capita e do percentual de crianças em domicílios com renda per capita inferior à R$ 75,50, nos municípios do Tocantins, são praticamente iguais às taxas de crescimento dessas variáveis para o Brasil. Isso implicou na manutenção da desigualdade de renda e de pobreza, entre 1991 e 2000, observada em Tocantins em relação ao Brasil.

Em que pesem as limitações quanto à disponibilidade de informações acerca do mercado de trabalho fora das grandes regiões metropolitanas, a análise da variável censitária sobre o número de pessoas ocupadas, dividida pela população total da região geográfica considerada, mostrou que o Estado do Tocantins registrou taxa de crescimento dessa variável, de 1991 em relação a 2000, superior a do Brasil e da região Norte.

O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH - que traz a síntese dos indicadores de renda, saúde e educação, revela que o Tocantins impetrou grandes esforços, ao longo da década de noventa, para reduzir o hiato social que o separava da média de condições de vida do povo brasileiro.

Em síntese, as transformações mais marcantes observadas nas variáveis estudadas estão relacionadas à saúde, educação e infra-estrutura social. Esse fato coincide com o aumento das transferências tributárias da União aos governo subnacionais e, em particular, à região Norte e ao Tocantins, ao iniciado na década de 90.

Observa-se que, em 1991, 2,3% do PIB brasileiro era destinado a Estados e Municípios, a título de transferência tributária1 e, em 2000, esse percentual passou a

representar 3,27% do PIB do País. Quanto à região Norte, verifica-se também que as transferências em 1991 e 2000, foram equivalentes a parcela cada vez maior do PIB da região: 7,3% e 11,17%, respectivamente. Também é possível constatar que esses recursos significam grande e crescente parcela do PIB de Tocantins: em 1991, 24% e, em 2000, 36%. Esses dados mostram a importância das transferências tributárias para os orçamentos desses entes federados.

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Isso pode indicar que o maior volume de transferências constitucionais produz maior impacto sobre os aludidos indicadores sociais. As demais variáveis – de renda, pobreza e emprego – que não estão tão correlacionadas com essas transferências, não sofreram progressos tão expressivos no período analisado.

Referências

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