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TUTORIA PRESENCIAL NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA EM GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA: REFLEXÕES DE UMA ATUAÇÃO

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Academic year: 2021

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E DIVERSIDADE NA ESCOLA: REFLEXÕES DE UMA ATUAÇÃO

MARINHO, Joselídia de Oliveira1 - SME/NATAL/RN LOPES, Conceição Aparecida Oliveira2 - SME/NATAL/RN Grupo de Trabalho - Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Este relato emerge da nossa experiência como Tutoras Presenciais no Curso de Formação Continuada em Gênero e Diversidade na Escola, na modalidade à distância, promovido pela Secretaria de Educação à Distância (SEDIS), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vinculado ao Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), tendo como público alvo os (as) professores (as) da Rede Municipal de Ensino do Polo Natal-RN. Constitui-se objetivo desse trabalho apresentar algumas reflexões acerca das experiências teóricas e metodológicas vivenciadas, a partir dos aspectos particulares da EAD- Educação à Distância, e das relevantes e instigantes temáticas sobre as relações de gênero, as relações étnico-raciais e a diversidade de orientação sexual, que fazem parte do contexto educacional. Apresentaremos os processos vivenciados desde os primeiros contatos com os cursistas: como aconteceram os encontros presenciais; quais foram as maiores dificuldades enfrentadas pela tutoria presencial e a resolução de tais problemas. Estes são alguns dos pontos que iremos abordar neste relato, que pretende, acima de tudo, expressar as nossas impressões pessoais, empreendendo uma reflexão sobre o andamento do curso GDE, sobre o processo de desenvolvimento dos cursistas, partindo dos seus conhecimentos prévios, passando pela evolução de suas ideias e de seus conhecimentos adquiridos, até a sua formação, e, principalmente, sobre a nossa atuação enquanto tutoras presenciais, que pertencemos à mesma rede de ensino, deparando-nos cotidianamente com as mais diversas e difíceis situações de discriminação, seja social, de raça, cultura, credo, gênero e/ou sexualidade. Espera-se que as ideias, ora apresentadas, possam fomentar reflexões sobre as contribuições da tutoria presencial, num curso de formação de professores que tem por princípio a ambiência virtual. E que o compartilhamento dessa experiência possa gerar novos questionamentos e análises que subsidiem outras etapas do Curso de Formação em Gênero e Diversidade.

1 Tutora Presencial GDE, professora-formadora e assessora pedagógica do Departamento de Educação Infantil

da Secretaria Municipal de Educação de Natal - RN. Mestranda em Educação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E-mail: joselidiamarinho@hotmail.com.

2 Professora-formadora e assessora pedagógica do Departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal

de Educação de Natal - RN. Mestre em Educação, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com pesquisa em educação inclusiva. E-mail: aparecidaolopes@yahoo.com.br.

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Palavras-chave: Normas de publicação. Anais de eventos. Publicação.

Introdução

Quando pensamos em educação à distância, logo vem à tona a ideia de aprendizagem por meio das novas tecnologias de informação e comunicação - TIC, cujas potencialidades comunicacionais apontam para novos tipos de aprendizagem mais abertas e mais flexíveis. Sabemos que a educação está se transformando tanto em termos de finalidades sociais, quanto no que diz respeito a estratégias e modalidades, notadamente com a introdução de meios técnicos e com a tendência a uma maior flexibilidade de acesso, currículos e metodologias.

A educação à distância surge neste quadro de mudanças como mais um modo regular de oferta de ensino, perdendo seu caráter supletivo, paliativo ou emergencial, e assumindo funções de crescente importância, principalmente no ensino pós-secundário, seja na formação inicial (ensino superior regular), seja na formação continuada, cuja demanda tende a crescer de modo exponencial. A partir das atividades realizadas interativamente com outras realidades e grupos sociais via redes, a escola deixa de ser uma instituição fechada para transformar-se em um espaço de trocas- informações e conhecimentos (KENSKI, 2005).

O curso de Gênero e Diversidade na Escola - GDE, promovido pela Secretaria de Educação à Distância- SEDIS, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN, foi ofertado aos professores (as) da Educação Básica, da Rede Pública de Ensino de Natal - RN, tendo como objetivo ampliar o debate e o aprimoramento da formação em torno do respeito à diversidade e o combate às desigualdades no contexto das instituições de ensino.

O GDE se configura como curso de aperfeiçoamento, organizado em 200 horas/aula, estruturado em módulos: Diversidade; Gênero; Sexualidade e Orientação Sexual; Relações Étnico-raciais. Tendo em vista as particularidades funcionais de um curso à distância, foi constituído pela figura do tutor, enquanto um colaborador direto com os cursistas, mediador dos processos educativos, no qual sua ação tutorial requer conhecimentos, estratégias e competências que lhe são específicas.

Nesse entendimento, o curso integra conhecimento científico, à luz das ciências sociais e humanas, às ferramentas da tecnologia, ancorado na temática geral gênero e

diversidade na escola, a partir da análise do contexto educacional nas quais as práticas se

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ações pedagógicas, cotidianas no combate a toda forma de discriminação e desigualdade, nos diversos contextos/ grupos sociais (família, escola e trabalho), tem relevância social, política e educacional. Todavia, a sua efetivação não depende, apenas, de um projeto educativo e das ferramentas tecnológicas. Mas, também, exige impulsionar a autonomia e a emancipação dos alunos/cursistas na perspectiva do controle da própria aprendizagem.

Do processo seletivo aos primeiros contatos com os cursistas

Iniciamos nossa caminhada, como tutoras do GDE, cientes da grande responsabilidade enquanto facilitadoras, formadoras, numa atividade genuinamente docente e, ao mesmo tempo, assumindo uma atitude de parceria para com os cursistas, que eram professores da Educação Básica. Nesse percurso formativo, cursistas e tutores fazem parte de um processo de debate de temas relevantes na agenda nacional, com questões tão comuns do cotidiano, que envolvem crenças, valores, preconceitos, atitudes. Sendo necessário transpor as barreiras que inviabilizam a construção de uma cultura de respeito a diversidade e o combate às desigualdades.

O papel do tutor, de uma forma geral, se configura como tendo a função de intermediar, facilitar, ajudar no contato dos professores formadores, vinculados a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com os cursistas; auxiliando-os no que for preciso para o êxito do processo de formação. Sendo assim, cada modalidade de tutoria possui suas atividades específicas e exigências de competências para o funcionamento do curso. O tutor presencial, objeto de nossa discussão, tem uma carga horária de 20h semanais no polo de apoio presencial e possui as seguintes atividades permanentes:

a) acompanhar presencialmente os professores- cursistas, orientando presencialmente a execução do cronograma, lembrando datas importantes, como início dos módulos, entrega de atividades, fóruns, chats, etc;

b) orientar os/as professores(as) cursistas no acesso ao ambiente de aprendizagem do curso, seja no acesso propriamente dito ou na operação das ferramentas do Moodle que o curso utiliza;

c) orientar também em relação à metodologia do curso: a utilização do livro de conteúdo; as atividades no Moodle e seu significado quanto à sensibilização para as temáticas apresentadas nos módulos e as desejáveis mudanças de atitude nos espaços/tempos do ambiente escolar;

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d) criar e manter um espaço informativo para o curso no polo, com horários dos/as tutores(as), cronograma de atividades, etc.

Outra tarefa desenvolvida pelos(as) tutores(as) presenciais é a de organização dos encontros presenciais, que faz parte da estrutura do curso, através do contato direto entre professores formadores, cursistas e tutores, no qual possibilita a discussão e problematização das temáticas inerentes ao curso e que, são reveladas na cotidianidade das instituições sociais, em particular, as escolas.

Consideramos que o tutor presencial é privilegiado com relação aos demais componentes (coordenação, tutores à distância e professores formadores) no que diz respeito aos contatos pessoais, num curso de Educação à Distância - EAD, devido a sua proximidade aos cursistas, passa a conhecer suas resistências iniciais, anseios e dúvidas.

No inicio do curso, há necessidade que o tutor realize atividades especificas de orientação aos cursistas, nas suas primeiras aproximações com a ambiência virtual, pois alguns destes, ainda não conhecem muito bem o ambiente de estudo e se deparam com várias dificuldades que pode causar desestímulo levá-los à desistência e abandono do curso. Dentre essas orientações básicas, temos:

a) orientar os/as professores(as) cursistas no acesso ao ambiente de acordo com as suas necessidades de aprendizagem no decorrer do curso;

b) verificar os logins, senhas e e-mails dos/as professores(as) cursistas; c) atender presencialmente os cursistas, sempre que solicitado;

d) organizar encontros presencias para discussões sobre as temáticas, promovendo dessa forma uma maior interação do grupo.

Entendemos que para o desempenho dessas atribuições, é necessário ao tutor: clareza nas concepções de aprendizagens; estabelecimento de relações empáticas com os seus interlocutores; partilha de significados; construção de uma forte instância de personalização; mediação na construção do conhecimento. No entanto, sem perder de vista que as capacidades não ocorrem ao acaso, mas são derivadas de um processo de formação.

Nos primeiros momentos do curso, houveram relatos dos cursistas em relação às suas dificuldades com a ambiência virtual, quanto aos acessos e postagem dos trabalhos, por falta de intimidade e ou habilidade com as tecnologias digitais e, o que os levou a buscar auxílio no polo de apoio presencial.

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Diante dessa situação, os coordenadores, professores e tutores de todos os polos do RN, reuniram-se com o objetivo de dialogar e definir encaminhamentos para tentar dirimir tais dificuldades apresentadas. Assim, foram definidas as seguintes estratégias de ação: contactar os cursistas que apresentavam dificuldades para atendimento individual; realizar encontros presenciais para estudos das temáticas e promover debates sobre as situações-problemas vivenciadas no cotidiano do curso, a partir das expectativas de aprendizagem, discussão em pequenos grupos e socialização das ideias em grande grupo.

Com o decorrer do curso, foram várias as ações com intuito de instigar a assiduidade na realização das atividades, tais como: contatos via telefone, e-mails e até um “plantão de atendimento” com a presença também das professoras formadoras objetivando auxiliar os cursistas, na elaboração das atividades avaliativas (memorial, projeto de intervenção e autoavaliação). Tal iniciativa foi muito produtiva, pois tivemos a presença de um número considerável de cursistas que tiveram a oportunidade de sanar as dúvidas e reacender a discussão e o interesse pelos conteúdos estudados.

No último encontro presencial, foram apresentados os projetos de intervenção, alguns estando em plena realização nas escolas, outros previstos para efetivação durante o ano letivo. Apesar das dificuldades dos cursistas na discussão de algumas temáticas, principalmente relacionada a diversidade sexual, entendemos que houve empenho na realização dos projetos. Portanto, fica notório que alguns cursistas gerenciaram o seu tempo para estudar o material do curso e demonstravam o desejo de avançar cada vez mais, quando explicitavam através de seus relatos e de suas discussões entre os grupos, a importância do curso para a sua prática docente.

Através dos relatos apresentados nos encontros presenciais foram evidenciadas histórias como, a de professores que se deparavam cotidianamente com situações de discriminação dentro da sala de aula. As situações expressadas, possibilitaram a busca de apoio para a criação de novas possibilidades de enfrentamento das mesmas. O compartilhamento dessas experiências foram enriquecedoras tanto para os cursistas, como também, para os professores - formadores e tutores -, tanto presenciais quanto à distância.

Desse modo, buscou-se reconstruir conceitos, instigando o questionamento do certo e ou errado, feio e ou bonito, normal e ou anormal, num processo lento, demorado, com frutos a serem colhidos talvez apenas, a médio e ou a longo prazo. Promovendo o respeito às

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diferenças, no combate às desigualdades, possibilitando a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva, onde

a diversidade é imanente à vida em coletividade. O respeito a esta condição é uma tarefa que se dá tanto no plano simbólico, com o esforço de reflexividade das palavras,dos conceitos e da desconstrução do pré-construído, quanto pela ação orientada por esse processo de rupturas cognitivas. O combate às desigualdades é o ideal emancipatório que nossas práticas individuais e coletivas devem, por orientação moral, política e intelectual, ter como horizonte construído na prática social da qual escola não está dissociada. (BRASIL, 2009, p. 14).

Para nós, tutoras presenciais do Polo Natal, existiu mais um ponto diferencial no curso GDE, o fato de também fazermos parte da mesma rede de ensino dos professores - cursistas. Tal fato nos possibilitou vivenciar duplamente as dificuldades enfrentadas pelos mesmos, e, assim também, melhor compreender as problemáticas envolvidas nesse processo de reconstruções de conceitos.

Os encontros foram bastante produtivos e estimulantes, uma vez que oportunizou trocas de ideias, opiniões e experiências compartilhadas, além dos esclarecimentos e contatos diretos com os professores, que é algo muito importante para um bom desenvolvimento do curso. Percebeu-se que a própria interação fez com que o GDE se tornasse mais “real” e, consequentemente, significativo para todos. Possibilitando aos participantes, a construção de conhecimentos de ordem conceitual, procedimental e atitudinal, ao longo do desenvolvimento da atividade tutorial.

Diante do exposto, no dia a dia do GDE constatamos: compartilhamento de conhecimentos; interatividade nos fóruns de discussões; projetos de trabalho de intervenção contextualizados; pouca familiaridade dos cursistas com o ambiente moodle; dificuldades do cursista de auto-gerenciar sua aprendizagem; processo inicial de construção de uma cultura profissional de respeito ao outro no combate a desigualdade e a toda forma de discriminação.

Considerações Finais

Partindo do principio de que o GDE se constitui numa excelente oportunidade do professor da Educação Básica avançar nos seus conhecimentos sobre questões tão pertinentes na atual sociedade. Consideramos que foi propiciado à reflexão crítica sobre determinadas atitudes, valores, crenças; evolução de ideias quando confrontamos os registros dos conhecimentos prévios com os dos conhecimentos adquiridos, logo notamos a tentativa de uma mudança de postura a nível pessoal e profissional.

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Temos clareza que tais mudanças não ocorrem de forma imediata, pois está relacionada com os aspectos sociais, históricos e culturais e na prática docente tem haver com a história de vida de cada um, com as relações interpessoais no trato dessas questões discutidas no curso, e exige tempo, planejamento, estudo, reflexão crítica, condições de trabalho entre tantos outros aspectos.

Entendemos, que o GDE proporcionou as tutoras e cursistas avanços significativos na formação, a partir da estrutura do curso e das temáticas desafiadoras e instigantes. São aspectos relevantes para o desenvolvimento profissional do professor da Educação Básica.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Gênero e diversidade na escola: formação de

frofessoras/es em gênero, orientação sexual e relações étnico raciais. Livro de conteúdos. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília, DF: SPM, 2009a.

______. Ministério da Educação. Humanas: respeitar as diversidades e combater as desigualdades. Fortaleza: Expressão, 2009b.

Referências

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