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TEORIA GERAL DA PROVA

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Academic year: 2021

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TEORIA GERAL DA

PROVA

CLAUDIA SERPA

LISTA DE TRANSMISSÃO: 21 96671 -6736

CONCEITO DE PROVA

Prova é o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz e por terceiros destinados a formar a convicção judicial sobre um fato relevante produzida sob o manto do contraditório.

Classificação das provas

Prova direta

É aquela prova, que por si só demonstra o fato, pois se refere ao tema probandi. Exemplo: uma prova pericial ou depoimento de uma testemunha que viu um crime.

Prova indireta

É aquela prova, que se refere a outro fato, mas através de raciocínio lógico chegamos até o tema probandi. Exemplo: álibi

Prova plena

É a prova de certeza exigida para condenação.

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O juiz pode condenar alguém com base em

indício?

O indício é a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autoriza, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias (art. 239, CPP). O indício é elemento de prova situado no passado e que, por si só, é, em regra, hábil para se concluir sobre o fato delituoso

A prova indiciária é prova como outra qualquer e desde que o juiz fundamente a sua decisão ele pode condenar com base nessa prova. Ademais, essa prova ganha especial relevância nos crimes de colarinho branco considerando a sutileza do modus operandi.

Prova emprestada

É aquela que foi produzida em um processo e que será utilizado em outro

REQUISITOS DE VALIDADE

•Deve ter sido produzida em processo, envolvendo as mesmas partes;

•No processo anterior foi observado o contraditório;

•No processo anterior foram observadas as formalidades legais

É possível utilizar um laudo de degravação

de uma interceptação telefônica como

prova emprestada em processo não

criminal?

STJ 3ª seção MS 14140 e STF. O Estado já teve acesso ao conteúdo da conversa no processo criminal, não faz sentido o mesmo Estado ignorá-la em PAD, instaurado para apurar a participação de servidores

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Sistemas de apreciação da prova

Sistema da prova legal, prova tarifada ou certeza moral do legislador

O legislador estabelece valores prévios para as provas sem as quais o juiz não pode condenar.

A falta do exame pericial é causa de nulidade?

A tendência no STF é entender que não há nulidade desde que a materialidade seja comprovada de outra forma desde que válida, salvo nos crimes contra propriedade imaterial e na Lei de Drogas, onde o exame possui natureza de condição de procedibilidade.

ATENÇÃO

Na lei de drogas o laudo prévio é condição de procedibilidade para o oferecimento da denúncia e o laudo definitivo é condição de prosseguibilidade para prolação de sentença, porém o STF vem entendendo que a simples juntada tardia do laudo definitivo não anula o processo, pois ele é apenas confirmatório do laudo preliminar, havendo a necessidade da defesa demonstrar o prejuízo.

RHC110420

Em decisão inédita, o STJ admitiu condenação por tráfico sem apreensão e perícia na droga, entendendo que na hipótese a materialidade já estava comprovada por outros meios de prova, como por exemplo, interceptação telefônica. HC131455

O juiz pode condenar apenas com base na

confissão?

1ª orientação (majoritário – Geraldo Prado): a confissão tinha valor absoluto no sistema inquisitivo onde ela era considerada rainha das provas, com a adoção do sistema acusatório deve ser confrontada com outras provas, conforme redação expressa do artigo 197 do CPP. 2ª orientação (Polastri, Demoro): a confissão tem valor relativo como qualquer outra prova e desde que o juiz fundamente a sua decisão, ele pode condenar com base na confissão.

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É possível condenar alguém por homicídio

sem cadáver ou sem perícia?

A perícia é importante, pois além de comprovar a materialidade do crime, ela dá ao MP elementos que lhe permitem narrar o comportamento criminoso na denúncia. Desta forma, se for possível por outros modos comprovar autoria, materialidade e ao mesmo tempo fornecer esses elementos seria possível a condenação

Sistema da íntima convicção ou certeza

moral do julgador

Esse sistema subsiste apenas no Júri. Os jurados condenam ou absolvem sem necessidade de fundamentar as provas

Esse é o sistema regra. O juiz aprecia livremente a prova, devendo porém, fundamentar as suas decisões. Sistema do livre convencimento motivado ou persuasão racional

Ônus da prova

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

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De quem é o ônus da prova no processo

penal?

1ª orientação (doutrina clássica, Polastri, Frederico Marques): de acordo com o artigo 156 do CPP, o ônus da prova é dividido, ou seja, cabe a acusação comprovar autoria e materialidade e a defesa comprovar a presença de eventuais excludentes por ela alegadas.

2ª orientação (Aury Lopes Jr.): se a CRFB presume que o réu é inocente, todo o ônus da prova é da acusação, ou seja, cabe ao MP comprovar que o fato é típico, ilícito e culpável. A posição do réu no campo da prova é de assunção de riscos, ou seja, ele assume o risco de ser condenado se permanecer inerte, mas sem que tenha o ônus de comprovar qualquer coisa.

Limitação a atividade da probatória

1ª limitação: a prova do estado civil - Deve observar as restrições da legislação civil, exemplo, somente prova-se que é casado com a certidão de casamento.

2º limitação: a coisa julgada - Aquilo que é objeto de coisa julgado não pode ser rediscutido, salvo nas hipóteses de revisão criminal.

3ª limitação: nos crimes falimentares, o juiz criminal não pode discutir a validade da sentença que decretou a quebra. A natureza jurídica dessa sentença é condição objetiva de punibilidade. De acordo com o artigo 180 da Lei 11.101/05

4ª limitação: a prova ilícita ou prova defesa ou provada vedada

CADEIA DE CUSTÓDIA PROBATÓRIA

Cadeia de Custódia é o processo de documentar a história

cronológica da evidência, esse processo visa a garantir o rastreamento das evidências utilizadas em processos judiciais, registrar quem teve acesso ou realizou o manuseio desta evidência. No que diz respeito à preservação das informações coletadas a cadeia de custódia possibilita documentar a cronologia das evidências, quem foram os responsáveis por seu manuseio, garantir a inviolabilidade do material, lacrar as evidências, restringir acesso, tudo isso visando à perda da confiança do elemento (com)probatório, seja em qual área for.

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QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA

PROBATÓRIA

STJ

(a) Apesar de ter sido franqueado o acesso aos autos, parte das provas obtidas a partir da

interceptação telemática foi extraviada, ainda na Polícia, e o conteúdo dos áudios

telefônicos não foi disponibilizado da forma como captado, havendo descontinuidade nas

conversas e na sua ordem, com omissão de alguns áudios.

(b) A prova produzida durante a interceptação não pode servir apenas aos interesses do

órgão acusador, sendo imprescindível a preservação da sua integralidade, sem a qual se

mostra inviabilizado o exercício da ampla defesa.

(c) Mostra-se lesiva ao direito à prova, corolário da ampla defesa e do contraditório –

constitucionalmente garantidos -, a ausência da salvaguarda da integralidade do material

colhido na investigação, repercutindo no próprio dever de garantia da paridade de armas das partes adversas.

(d) É certo que todo o material obtido por meio da interceptação telefônica deve ser

dirigido à autoridade judiciária, a qual, juntamente com a acusação e a defesa, deve selecionar tudo o que interesse à prova, descartando-se, mediante o procedimento previsto no art. 9º, parágrafo único, da Lei 9.296/96, o que se mostrar impertinente ao objeto da interceptação, pelo que constitui constrangimento ilegal a seleção do material

produzido nas interceptações autorizadas, realizada pela Polícia Judiciária, tal como ocorreu, subtraindo-se, do Juízo e das partes, o exame da pertinência das provas colhidas. (e) Decorre da garantia da ampla defesa o direito do acusado à disponibilização da

integralidade de mídia, contendo o inteiro teor dos áudios e diálogos interceptados.

PROVAS CIENTÍFICAS

São aquelas provas baseadas em crenças sobrenaturais, detector de mentira, soro da verdade e etc. Além de duvidosas quanto ao seu resultado essas provas violam a liberdade moral do acusado, a racionalidade, a sua dignidade, por isso não podem ser utilizadas nem mesmo pró réu

OBS: ESCRITO PSICOGRAFADO E TRIBUNAL DO JURI

PROVA ILÍCITA E PROVA ILEGÍTIMA

A prova ilícita em sentido estrito é aquela que foi produzida com violação aos dispositivos materiais, exemplo, CP, CRFB.

Já a prova ilegítima é aquela que foi produzida violando dispositivos processuais, exemplo, CPP.

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PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO

Art. 157§1º - São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas (PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO), salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade (TEORIA DO NEXO CAUSAL ATENUADO) entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras (TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE).

LIMITAÇÕES À

PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO

Teoria ou Exceção da Fonte Independente – uma vez demonstrada a inexistência de nexo causal, ou seja, que não há qualquer relação de independência com a prova originariamente ilícita, os dados probatórios são admissíveis

Teoria da Descoberta Inevitável – quando for possível demonstrar que a prova seria encontrada independentemente da existência da prova ilícita Teoria do Nexo Causal Atenuado – um ato posterior

totalmente independente afasta a ilicitude originária

LIMITAÇÕES À

PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO

Teoria do encontro fortuito de provas - quando a autoridade policial, no cumprimento de uma diligência, casualmente encontra provas que não estão na linha de desdobramento natural da investigação.

Princípio da proporcionalidade – possibilidade de utilização da prova ilícita pro reo, uma vez que a prova ilícita surge para proteção de direitos fundamentais

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A inadmissibilidade de provas ilícitas é

absoluta?

Pró réu: a jurisprudência admite, seja trabalhando com o princípio da proporcionalidade ou considerando que o réu estava agindo em estado de necessidade.

Contra réu: é pacífico na jurisprudência que contra o réu não pode, pois a proibição de provas ilícitas é uma garantia individual, que não pode ser mitigada.

Para Polastri e Capez, nenhuma garantia constitucional tem valor absoluto de forma a aniquilar outra que tenha o mesmo valor. Desta forma, em crimes graves devemos ponderar entre a proibição de provas ilícitas e o direito a vida, a liberdade sexual, etc, prestigiando os últimos

PROVA DE INGRESSO – 2º SEMESTRE 2017

Roberto, que responde a uma ação penal acusado da prática de homicídio duplamente qualificado, obteve informação sobre a existência de um DVD contendo a gravação em áudio e vídeo da ação delitiva, cuja mídia digital está em poder de seu desafeto Euzébio. Premido pelas circunstâncias, por constituir o único meio para demonstrar a sua inocência, Roberto foi à residência de Euzébio, o qual se recusou a lhe fazer a entrega do DVD, assim como não permitiu o ingresso na casa, sob a evocação da inviolabilidade assegurada na Constituição. Roberto forçou a entrada e, após demorada procura, logrou êxito em encontrar o DVD. De posse deste, por seu advogado, requereu a juntada aos autos do processo. O Ministério Público postulou o desentranhamento, com espeque nos artigos 157, § 3º do CPP e 5º, incisos XI e LVI da CRFB, sob o argumento de se tratar de prova ilícita, não podendo ser utilizada no processo. ELABORE, EM ATÉ 15 LINHAS, A DECISÃO A SER ADOTADA PELO JUIZ NA POSTULAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.

PROVA DE INGRESSO – 1º SEMESTRE DE

2016

Qual a consequência jurídica da confissão do acusado derivada de prova ilicitamente obtida?

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1º SEMESTRE DE 2017 – PROVA DE

INGRESSO

Explique o fenômeno da contaminação das provas a partir dos princípios que regem o processo penal brasileiro. (máximo de 20 linhas)

PROCEDIMENTO PROBATÓRIO

Proposição: é identificação da prova pela parte; Admissão: é quando o juiz permite o ingresso dessa prova no processo penal;

Produção: é o contraditório feita pela parte contrária; Valoração: ocorre quando o juiz utiliza essa prova como fundamento da sua decisão.

É possível apreender e periciar o lixo?

Tudo que é expelido, abandonado pelo ser humano, pode ser validamente apreendido e periciado sem qualquer violação ao direito a intimidade.

É possível apreender carta/correspondência de preso?

A CRFB trata da inviolabilidade das correspondências de formas absoluta, conforme art. 5º, XII da CRFB porém o art. 41, parágrafo único da LEP autoriza da interceptação. A tendência na jurisprudência é admitir essa violação. Questões de segurança do estabelecimento justificariam a violação.

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Provas em espécie

Prova testemunhal

Testemunha é todo homem estranho ao feito e equidistante das partes, chamado ao processo para depor sobre fatos relevantes.

OBS.: Vítima não é testemunha, ela não precisa ser arrolada para ser ouvida. Nesse caso, se a vítima de um crime se recusar a comparecer, ela poderá ser conduzida coercitivamente, conforme §1º do artigo 201.

O juiz pode condenar apenas com

depoimentos de policias?

1ª entendimento: O seu depoimento não tem valor algum, pois eles são suspeitos, uma vez que eles participaram das investigações e possuem interesse que o mérito do seu trabalho seja reconhecido.

2º entendimento: Como são funcionários públicos, os seus atos tem presunção de legalidade e veracidade, que é um atributo dos atos praticados pela administração.

3º entendimento: o seu depoimento é uma prova como outra qualquer e desde que o juiz fundamente a sua decisão ele pode condenar.

Qual valor do depoimento infantil?

Existem precedentes na jurisprudência afirmando que o seu depoimento não tem valor algum, pois em razão da sua imaturidade moral e psicológica criança mente. Porém, como qualquer prova, o seu depoimento tem valor relativo ganhando especial relevância nos crimes sexuais normalmente cometido as ocultas.

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OBS: DELAÇÃO PREMIADA

Delação

A delação ocorre quando o réu confessa a prática de crime e ao mesmo tempo indica os demais colaboradores.

A delação foi regulamentada pela Lei 12.850/13 no seu artigo 4º e se realizada durante o inquérito policial poderá mitigar o princípio da obrigatoriedade, desde que ela leve ao perdão judicial, conforme §2º. Este parágrafo permite que o delegado proponha a delação e já foi decidido que é constitucional

Prova Pericial

•Exame de corpo de delito: é o exame realizado nos vestígios da infração – art. 158 CPP

Exame direto

É o exame feito nos vestígios

Exame indireto

Ele é realizado quando os vestígios despereceram e consiste na oitiva de testemunha, na forma do artigo 167 do CPP

Há necessidade de perícia para verificar se

um produto era ou não impróprio para

consumo para fins de caracterização do

crime previsto no art. 7º, IX da Lei 8.137?

A jurisprudência do STF e do STJ entendem que o simples fato de um produto ter passado do prazo de validade é suficiente para o considerarmos impróprio para consumo. Isso porque esse crime possui uma norma penal em branco, cujo complemento está no artigo 18, §6º, I do CDC. No entanto, recente julgado do STJ entendeu pela necessidade de realização de perícia para comprovar a impropriedade para o consumo do produto

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