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Oxigenacao No Processo de Fermentacao e Maturacao

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA

ENGENHARIA DE ALIMENTOS ENGENHARIA DE ALIMENTOS

ACOMPANHAMENTO DO OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA CERVEJA

ACOMPANHAMENTO DO OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA CERVEJA

DURANTE O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO E

DURANTE O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO E MATURAÇÃO

MATURAÇÃO

Ana Cristina de Ávila Santos

Ana Cristina de Ávila Santos

Orientadora:

Orientadora: Profª. Drª. Maria Assima Bittar GonçalvesProfª. Drª. Maria Assima Bittar Gonçalves

Trabalho de conclusão de curso Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Católica de apresentado à Universidade Católica de Goiás “UCG”, para obtenção do título Goiás “UCG”, para obtenção do título de graduado em Engenharia de de graduado em Engenharia de Alimentos.

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BANCA EXAMINADORA

BANCA EXAMINADORA

APROVADO EM____/____/______ 

APROVADO EM____/____/______ 

 ________________________________________   ________________________________________ 

Profª. Drª. Maria Assima Bittar Gonçalves Profª. Drª. Maria Assima Bittar Gonçalves

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(ORIENTADORARIENTADORA))

 _______________________________________   _______________________________________ 

Profª. Drª. Orlene Silva da Costa Profª. Drª. Orlene Silva da Costa

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(MEMBROEMBRO))

 _______________________________________   _______________________________________ 

Profª. MSc. Maria Isabel Dantas de Siqueira Profª. MSc. Maria Isabel Dantas de Siqueira

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BANCA EXAMINADORA

BANCA EXAMINADORA

APROVADO EM____/____/______ 

APROVADO EM____/____/______ 

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Profª. Drª. Maria Assima Bittar Gonçalves Profª. Drª. Maria Assima Bittar Gonçalves

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(ORIENTADORARIENTADORA))

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Profª. Drª. Orlene Silva da Costa Profª. Drª. Orlene Silva da Costa

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Profª. MSc. Maria Isabel Dantas de Siqueira Profª. MSc. Maria Isabel Dantas de Siqueira

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DEDICATÓRIA

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a to

Dedico este trabalho a todos que me ajudaram na conclusão do mesmo,dos que me ajudaram na conclusão do mesmo, aos mestres e aos orientadores, a meus pais que acreditaram e me deram muita  aos mestres e aos orientadores, a meus pais que acreditaram e me deram muita  força e dedicação, a meus amigos, em especial Flávia, Paty, Bruno e Dalita que  força e dedicação, a meus amigos, em especial Flávia, Paty, Bruno e Dalita que  estão sempre presentes ajudando a enfrentar os lados bons e ruins dos 

estão sempre presentes ajudando a enfrentar os lados bons e ruins dos  acontecimentos, e principalmente a Deus que me deu f

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AGRADECIMENTOS

O trabalho em questão não poderia deixar de contar com esta página que considero ser uma das mais especiais. Tenho muito que agradecer e a várias pessoas que muito se empenharam em me fazer chegar até aqui. Primeiramente, tenho de agradecer à minha professora orientadora, que, com muita paciência, me ensinou os passos e me indicou por onde caminhar.

Agradeço ao Sr. Claudimir Córdova Correa, Gerente do Processo da AmBev – filial Goiânia, pela oportunidade de realização do estágio, aos supervisores do estágio, Sra. Rosana Barcelos e Sr. Amauri Eustáquio Serafim e aos operadores do processo, que com sabedoria me mostraram como atuar e reagir com grandeza em meio aos vários problemas que podem surgir diante de cada desafio. Aos meus pais, amigos e irmãos agradeço pela atitude positiva que tiveram ao torcer por mim, esperando que eu atingisse os meus objetivos e realizasse os meus sonhos. E a Deus agradeço sempre, pois sem sua força divina e sua paixão incondicional nenhum de nós chegaríamos até aqui, ultrapassando os pensamentos negativos e as barreiras impostas pela vida.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...1 2. REVISÃO DE LITERATURA...3 2.1. HISTÓRICO DACERVEJA...3 2.2. TIPOS DECERVEJA...14 2.3. MATÉRIAS-PRIMAS...16 2.3.1. Água...16  2.3.2. Malte...17  2.3.3. Lúpulo...19  2.3.4. Fermento ...20  2.4. LEGISLAÇÃO...21 2.5. CLASSIFICAÇÃO DA CERVEJA...23

2.5.1. Quanto ao extrato primitivo ...24 

2.5.2. Quanto à cor ...24 

2.5.3. Quanto ao teor alcoólico...24 

2.5.4. Quanto à proporção de malte de cevada...25 

2.5.5. Quanto à fermentação...25 

2.6. PRODUÇÃO DE CERVEJA...26

2.7. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CERVEJA...27

2.8. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE CERVEJA...28

2.9. FERMENTAÇÃO-FUNDAMENTOS DO PROCESSO...29

2.9.1. Fatores que Afetam a Fermentação ...32 

2.10. MATURAÇÃO –FUNDAMENTOS DO PROCESSO...33

2.11. DEFEITOS E CONTAMINAÇÕES QUE AFETAM A QUALIDADE DA CERVEJA...35

2.12. INFORMAÇÕES GERAIS DA EMPRESA...38

2.12.1. Descrição dos produtos ...38 

2.12.1.1. Cerveja Skol Pilsen...38

2.12.1.2. Chopp Skol claro...38

2.12.1.3. Chopp Skol escuro...39

2.12.1.4. Cerveja Brahma Chopp...39

2.12.1.5. Chopp Brahma claro...40

2.12.1.6. Chopp Brahma escuro ...40

2.12.1.7. Cerveja Antarctica Pilsen...40

2.12.1.8. Chopp Antarctica claro...41

2.12.1.9. Chopp Antarctica escuro...41

3. UNIDADE EXPERIMENTAL...42

3.1. METODOLOGIA...42

3.2. PONTOS DE ACOMPANHAMENTO DO OXIGÊNIO...43

3.3. FLUGRAMA DO PROCESSO DE FERMENTAÇÃO E MATURAÇÃO...45

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5. CONCLUSÃO...51

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...52

ANEXO...54

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA1 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR BRUTO DA CERVEJA NOBRASIL. FONTE: SINDICERV

(2003)...7 FIGURA2 - GRÁFICO COM OS RESULTADOS DO ACOMPANHAMENTO DO OXIGÊNIO NAS

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LISTA DE TABELAS

TABELA1 - ADITIVOS PERMITIDOS NA FABRICAÇÃO DA CERVEJA,SEGUNDODECRETO Nº

73267 DE DEZEMBRO DE1973...22

TABELA2 - COADJUVANTES UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE CERVEJA,SEGUNDO

DECRETO Nº 73267,DE DEZEMBRO DE 1973...23

TABELA3 - CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DA CERVEJA. FONTE: SINDICERV(2003)...26

TABELA4 - OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA CERVEJA NOS PONTOS DA TRASFEGA ENTRE

FERMENTAÇÃO / MATURAÇÃO...46

TABELA5 - VALORES MÍNIMOS,MÁXIMOS E MÉDIOS ENCONTRADOS DURANTE A TRASFEGA.

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ACOMPANHAMENTO DO OXIGÊNIO DISSOLVIDO NA CERVEJA

DURANTE O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO E MATURAÇÃO

Autora: Ana Cristina de Ávila Santos

Orientador: Profª. Drª. Maria Assima Bittar Gonçalves RESUMO

Cerveja ou Chopp é a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto de malte por ação de levedura cervejeira, e as matérias-primas essenciais para a sua fabricação são a água, o malte, o lúpulo e o fermento. Outros componentes podem ser utilizados, de acordo com o tipo, a tradição ou a preferência local. Alguns controles durante o processo devem ser realizados, para que não haja alterações indesejáveis na cerveja. Tais como: temperatura, pressão, tempo de fermentação e maturação, CO2, oxigênio dissolvido, amargor, extrato, cor e pH. Segundo a literatura o alto teor de oxigênio dissolvido na cerveja causa alterações inaceitáveis do sabor e aroma da cerveja. O aparecimento de aromas acontece como conseqüência das oxidações e a concentração de precursores no mosto e na cerveja, que até um certo grau podem ser controlados mediante a aplicação de bons métodos de fabricação. Durante o processo de fermentação e maturação da cerveja foi feito o acompanhamento do oxigênio dissolvido na cerveja através de medições off-line, utilizando o Digox (aparelho medidor de oxigênio dissolvido em líquidos), através dessas medições verificou-se onde estava havendo incorporação de oxigênio na cerveja e, a partir daí, foi feito uma análise para solucionar os problemas encontrados. Conclui-se que com o acompanhamento da quantidade de oxigênio dissolvido na cerveja pode-se tomar medidas para que não haja incorporação de oxigênio e, com isso, a cerveja mantenha suas características organolépticas. O tema escolhido se deve ao fato de o oxigênio ser um vilão para a cerveja, e que deve ser controlado desde a etapa de fermentação e maturação para que a cerveja seja enviada para a etapa de filtração sem qualquer alteração de sabor e aroma.

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1. INTRODUÇÃO

A cerveja é uma bebida fermentada à base de cereais, e sua fabricação consiste essencialmente em fermentar o suco açucarado extraído de cereais maltados e aromatizado pelo lúpulo (Hough,1990).

Foi descoberta de forma empírica, quando uma massa de pão era deixada no tempo, umedecia e fermentava, originando uma bebida que foi chamada de pão líquido. Com o tempo, esta bebida foi aprimorada e hoje representa uma parcela na economia mundial (Hough,1990).

É uma bebida com características organolépticas peculiares, rica em nutrientes, sendo o seu consumo benéfico para a saúde quando feito moderadamente (História da cerveja, 2003).

Sendo o Brasil um país tropical, o mercado relativo à indústria cervejeira vem alcançando lugar de destaque, uma vez que vem aumentando a população consumidora da bebida (História da cerveja, 2003).

Durante o processo de fermentação é necessária a presença de oxigênio para que o fermento aja e transforme o mosto em cerveja. O oxigênio na fermentação é consumido rapidamente restando em torno de 0,01 a 0,02 mg/L na cerveja fermentada. Após a fermentação, a cerveja é enviada para o tanque de maturação, no qual será armazenada por alguns dias até que seja maturada. Neste trajeto da fermentação para a maturação pode haver incorporação de oxigênio, o que resultará alterações indesejáveis do produto (Aquarone et al, 1993).

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indústria cervejeira e verificar as causas e possíveis medidas preventivas para o problema. O oxigênio acima de 0,02 mg/l dissolvido na cerveja causará a oxidação do produto final. Com isso, o sabor e aroma da cerveja serão alterados de modo indesejável, o que acarretará a inaceitação do produto.

Neste trabalho consta uma revisão bibliográfica a respeito do assunto, além do fluxograma que descreve a etapas de fermentação e maturação no processo de cerveja.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. HISTÓRICO DA CERVEJA

Na Idade Média a elaboração de cerveja foi considerada uma arte e um mistério, cujos detalhes eram cuidadosamente guardados por mestres cervejeiros. Certamente era um mistério, pois a razão que justificavam as diversas etapas do processo de elaboração era desconhecida. A maior parte das etapas, como a fermentação, foram descobertas casualmente (Hough,1990).

A origem das primeiras bebidas alcoólicas é incerta, mas provavelmente tenham sido feitas de cevada, tâmaras, uvas ou mel, sendo a cerveja uma das bebidas alcoólicas mais antigas do mundo. Mas, foram os gauleses os primeiros a fabricá-la com malte, isto é, cevada germinada (Cerveja, 2003).

Produzida há mais de 6.000 anos pelos sumérios, a cerveja literalmente começou sua história como "pão líquido", uma bebida distribuída aos trabalhadores a fim de fornecer uma saudável e nutritiva fonte de líquidos. Primeiramente, o homem começou a cultivar cevada e outros grãos para fabricar cerveja e somente depois do descobrimento da cerveja, o homem percebeu como usar leveduras cervejeiras e cevada (mais tarde o trigo) para fabricar pão, tornando-se o alimento principal das civilizações ocidentais (História da cerveja, 2003).

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hoje, baseado em conhecimentos teóricos e empíricos, acumulados ao longo dos séculos através de contínuas práticas (História da cerveja, 2003).

Mesmo os mestres cervejeiros mais modernos só aplicam os conceitos teóricos aprendidos até determinado ponto. A partir daí, o que passa a valer é a experiência de cada um para poder garantir um produto de qualidade (História da cerveja, 2003).

A primeira cerveja de que se tem notícia foi fabricada há cerca de 5500 anos atrás pelos sumérios, um povo que vivia na Mesopotâmia (Oriente Médio). Além dessa civilização, também os assírios e babilônios foram exímios cervejeiros. Documentos históricos comprovam que os egípcios já fabricavam alguns tipos de cerveja como a "Cerveja dos Notáveis" e a "Cerveja de Theba". Recentemente, arqueólogos britânicos descobriram uma fábrica de 3500 anos em Armana, uma cidade egípcia localizada às margens do Rio Nilo, a 322 Km ao sul do Cairo. As escavações revelaram a existência de um salão para degustação de cerveja. Fazia-se a bebida misturando água, pão semi-cozido, malte de cevada e suco de tâmaras ou tamarindos. Tudo era depois fermentado em fogo de madeira acácia. Algumas receitas de cerveja aparecem inscritas nos antigos muros da pirâmide de Gisé (História da cerveja, 2003).

A cerveja é tão antiga quanto o pão, pois era obtida a partir da fermentação de cereais como cevada e trigo. Ela era feita por padeiros devido à natureza da matéria-prima utilizada: grãos de cereais e leveduras. A cevada era deixada de molho até germinar e, então, moída grosseiramente e moldada em bolos, aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados fermentar. Esta cerveja rústica ainda é fabricada no Egito com o nome de Bouza (Cerveja, 2003).

O lúpulo, assim como outras ervas aromáticas, tais como zimbro, hortelã e a losna, podia ser adicionado à cerveja para corrigir as diferenças observadas no sabor (Cerveja, 2003).

Na Antigüidade, o que caracterizava o processo de fabricação era a experiência e a tradição. A partir do século XIX, o fabrico da cerveja é dominado

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mosto era natural o que, normalmente, trazia prejuízos aos fabricantes. O notável cientista francês convenceu os produtores a utilizarem culturas selecionadas de leveduras para fermentação do mosto, para manter uma padronização na qualidade da cerveja e impedir a formação de fermentação acética. Pasteur descobriu que eram os microorganismos os responsáveis pela deterioração do mosto e que poderiam estar no ar, na água e nos aparelhos, sendo estranhos ao processo. Graças a esse princípio fundamental, limpeza e higiene tornaram-se os mais altos mandamentos da cervejaria. O nome de Louis Pasteur  é lembrado através do termo "pasteurização", método pelo qual os microorganismos são inativados através do calor (Cerveja, 2003).

Outros dois grandes nomes estão ligados ao desenvolvimento da fabricação da cerveja: Emil Christian Hansen  e Carl Von Linde . O primeiro, em função do desenvolvimento do microscópio, descobriu também células de levedura de baixa fermentação, pois antes eram somente conhecidas leveduras de alta fermentação. Ele isolou a célula, que foi multiplicada sob cultura pura. Como a levedura influencia fundamentalmente o sabor, esta descoberta permitiu a constância do sabor e qualidade. Carl Von Linde  desenvolveu, através da compressão, a Teoria da Geração de Frio Artificial com sua máquina frigorífica à base de amônia. Com isso, a produção de cerveja pode, desde então, ser feita em qualquer época do ano, sendo possível controlar os processos de fermentação de forma científica exata pelo entendimento da atividade dos microorganismos e reconhecimento de que diversas leveduras, por exemplo, atuam diferentemente e de que as condições do meio afetam de maneira básica a ação de uma mesma cepa (Cerveja, 2003).

Com a evolução da técnica industrial, as cervejarias passaram da fase empírica para a científica. O "Mestre Cervejeiro" conta com todos os recursos técnicos e sanitários para a elaboração de um produto tecnicamente perfeito. Um cervejeiro moderno deve ser um engenheiro, químico ou bacteriologista (Cerveja, 2003).

Segundo documentos históricos, a cerveja foi trazida ao Brasil pela coroa portuguesa, em 1808, quando D. João VI promoveu a mudança estratégica

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inveterado de cerveja, não podia se furtar a permanecer no exílio sem consumir a bebida (Aquarone et al, 1993).

Rapidamente o hábito de beber cerveja espalhou-se entre os brasileiros. Porém, a fabricação em território nacional esbarrou nos contratos de primazia inglesa para o fornecimento de cerveja ao Brasil. Durante longas décadas, marcas estrangeiras dominaram o mercado, resultado do rigor da dependência consumista estabelecido pela política de importação. Até o 2º Reinado os anúncios comerciais nos jornais referiam-se, exclusivamente, à venda de cerveja, nunca à produção (Aquarone et al, 1993).

A primeira menção oficial quanto ao fabrico foi em 1848, na cidade do Rio de Janeiro, no Jardim Botânico. Fundado por Vogelin & Bager, o estabelecimento teve vida curta. Os dados sobre a produção pioneira de cerveja em escala industrial no Brasil são controversos e sem prova de veracidade. O espanhol Carlos Rey  foi o primeiro a inaugurar, em 1853, em Petrópolis, um estabelecimento para o fabrico de cerveja em escala industrial. A ele sucederam-se outros empresários. Em 1854, o colono alemão Henrique Kremer , especialista em coberturas de casas com tabuinhas, vendeu sua propriedade e, com os recursos obtidos, fundou uma fábrica de cervejas, origem da Cervejaria Bohemia. Nas quatro décadas seguintes, o negócio progrediu de tal forma que seu dono, em 1896, Frederico Linscheid , ostentava a maior fortuna da região. Em julho de 1898, foi constituída a Companhia Cervejaria Bohemia, incorporando todos os bens da antecessora (História da cerveja, 2003).

No Brasil, apesar de encontrarmos cervejas com qualidade comparáveis às melhores do mundo e grandes cervejarias com um volume de produção bastante expressivo, o consumo per capita ainda é considerado baixo, ocupando o 5º lugar no continente latino-americano, atrás da Venezuela (75,6 litros per capita), Colômbia (49 litros), México (47 litros) e Panamá (46,2 litros) (História da cerveja, 2003).

O consumo de cerveja anual per capita no Brasil está na casa dos 40 litros, enquanto na Alemanha a média por habitante é quatro vezes maior: 150

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250 litros. Em outros países, a média de 100 litros por habitante é bastante comum. Partindo desses dados, podemos afirmar que o brasileiro, apesar do clima tropical, ainda bebe pouquíssima cerveja (História da cerveja, 2003).

A baixa renda da população certamente contribui para tal quadro. Após o plano Real, registrou-se um aumento significativo no consumo de cervejas no país. Por outro lado sabe-se, também, que as cervejarias estão investindo grandes volumes de recursos, visando ao crescimento da produção. No futuro a expectativa é de que o consumo de cerveja no Brasil aumente conforme o crescimento do poder aquisitivo. O brasileiro poderá, assim, figurar entre os maiores consumidores de cerveja do planeta (História da cerveja, 2003).

Ainda, segundo estimativa do Sindicerv (2003), embora esse consumo tenha sido incrementado nos primeiros anos de implantação do Plano Real (1994/1995), saltando de 38 litros/ano por pessoa para 50 litros/ano/habitante, o nível se mantém estável desde então, especialmente porque, ao se levar em conta o baixo poder aquisitivo de parte de seus consumidores, o preço do produto é alto. Na saída da fábrica, seu custo, de R$ 0,50 por litro, é um dos menores do mundo. Porém até chegar ao consumidor final a cerveja sofre a incidência de uma série de tributos, conforme verifica-se na Figura 1.

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Segundo Reinold  (2003), a história da cerveja no Brasil tem as seguintes datas marcantes:

§ 1808 - A cerveja chega ao Brasil, trazida da Europa pela família Real

Portuguesa. Durante a primeira metade do século XIX, a cerveja ainda era restrita a uma pequena parcela da população, quando só haviam marcas importadas.

§ 1836 - 27 de outubro - A primeira notícia sobre a fabricação de cerveja no

Brasil é de um anúncio publicado no Jornal do Comércio, Rio de Janeiro.

§ 1885 - Nasce a primeira fábrica, no bairro da Água Branca em São Paulo, a

Antarctica Paulista. Depois de uma fase dedicada à fabricação de gelo e produtos alimentícios, passa a fabricar cervejas.

§ 1888 - Um imigrante suíço, Joseph Villiger , acostumado ao sabor das cervejas

européias, resolveu abrir seu próprio negócio começando a fazer cerveja em casa. Villiger  inaugurou a "Manufatura de Cerveja Brahma Villiger  & Companhia". A manufatura foi inaugurada com uma produção diária de 12.000 litros de cerveja e 32 funcionários. A origem da palavra Brahma é uma referência ao Deus hindu.

§ 1890 - A Antarctica aumenta seu quadro de funcionários para 200 e sua

capacidade de produção é de 40 mil hectolitros/ano.

§ 1891 - Em 11 de maio, o presidente Marechal Deodoro da Fonseca, assina o

decreto oficializando a Sociedade Anônima da Antarctica.

§ 1893 - A Empresa Zerrener, Bülow & Cia assume o controle acionário da

Companhia Antarctica Paulista, tendo como sócios majoritários os Srs. Antonio Zerrener e Adam Ditrik von Bülow , fundadores da Companhia Antarctica Paulista.

§ 1894 - Uma nova sociedade deu prosseguimento à precursora iniciativa de

Joseph Villiger . No mesmo local onde havia nascido a Brahma, estabeleceu-se a empresa cervejeira Georg Maschke & Cia.

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§ 1899 - Joseph Villiger, da Brahma, adquire a "Cervejaria Bavária" e registra a

marca Franziskaner-Bräu , apelidada de "franciscana". A nova empresa aperfeiçoou a fabricação da cerveja, importou equipamentos, patrocinou bares, restaurantes e artistas.

§ 1904 - A Antarctica adquire o controle acionário da "Cervejaria Bavária". Em

12 de agosto nasceu a Companhia Cervejaria Brahma, resultante da fusão entre a Georg Maschke & Cia Cervejaria Brahma e da Preiss Häussler & Cia. Cervejaria Teutônia. A produção de chope em tonéis chega a 6 milhões de litros e a distribuição conta com 9 depósitos situados no centro do Rio de Janeiro. Neste momento, foram disponibilizadas 25.000 ações à participação pública.

§ 1911 - A Antarctica inaugura, na cidade de Ribeirão Preto no interior de São

Paulo, sua primeira filial.

§ 1916 - Visita de Santos Dumont a fábrica da Antarctica.

§ 1921 - É firmado contrato de venda da Cervejaria Guanabara à Brahma. A

Cervejaria Guanabara (antes Germânia), foi uma das mais antigas do país.

§ 1934 - No carnaval, a grande novidade foi o lançamento da cerveja Brahma

em garrafa. A Brahma Chopp passou a ser a cerveja mais consumida do país e alcançou 30 milhões de litros de cerveja produzidos.

§ 1943 - Com extrato forte e encorpado, é lançada a Brahma Extra. § 1945 - É constituída a Cerveja Polar pela Antarctica.

§ 1953 - É constituída a Cerveja Serramalte.

§ 1954 - A Antarctica inaugura sua maltaria no Jaguaré em São Paulo. A

Brahma, aos 50 anos, já tem 6 fábricas e 1 maltaria.

§ 1956 - É constituída pela Antarctica a Dubar S.A. - Indústria e Comércio de

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§ 1960 - Em 75 anos de história, a capacidade de produção de cervejas e

refrigerantes da Antarctica cresceu cerca de 100 vezes, atingindo 3,9 milhões de hectolitros/ano. A Brahma inaugura sua nova filial em Agudos, interior de São Paulo, antiga Companhia Paulista de Cerveja Vienense.

§ 1961 - O controle acionário da mais antiga cervejaria do País, a Cervejaria

Bohemia é adquirido pela Companhia Antarctica Paulista. A Bohemia foi fundada em 1853 em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

§ 1962 - A Brahma inaugura mais uma filial na cidade do Cabo, em

Pernambuco.

§ 1965 - Iniciam-se os trabalhos das primeiras revendas exclusivas Brahma,

constituídas em sua maioria por antigos funcionários da empresa.

§ 1968 - A Brahma inaugura a sua Estação Experimental de Cevada no Rio

Grande do Sul para testar as novas variedades de cevada cervejeira e estudar suas adaptações ao solo e clima da região. A Antarctica inaugura duas novas fábricas (uma em Manaus e outra em Minas Gerais).

§ 1971 - A Brahma adquire a fábrica Astra S.A. e conquista uma forte liderança

para fabricação e distribuição de seus produtos no Norte e Nordeste do Brasil.

§ 1972 - Antarctica adquire o controle acionário da Cervejaria Polar no Rio

Grande do Sul, e a Cervejaria de Manaus S.A. - Cerman. A Brahma associa-se à Fratelli Vita e introduz três marcas de bebidas associa-sem álcool: a Sukita, o Guaraná Fratelli e a Gasosa Limão. Foi nesse ano também que a Brahma Agudos lança a Brahma Chopp e a Brahma Extra em lata de folha de flandres.

§ 1973 - Antarctica adquire a Cervejaria Pérola - Caxias do Sul (RS) e a

Companhia Itacolomy - Pirapora (MG). São construídas as filiais em Goiânia (GO), Montenegro (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Viana (ES). Ainda, é criada a Sociedade Agrícola de Maués S.A. para processar sementes de guaraná e é formada a Fazenda Santa Helena, para pesquisa e plantio de guaranazeiros. 1975 - Construída pela Antarctica a sua filial no Rio Grande do Sul.

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§ 1976 - Construída pela Antarctica a sua filial em Teresina no Piauí.

§ 1977 - A Brahma lança sua linha de refrigerantes. A Antarctica amplia a sua

maltaria em São Paulo e adquire uma área de 14,32 hectares em Paulo de Frontim (PR) para pesquisa e experimentação agrícola com a cevada cervejeira.

§ 1978 - A Brahma lança em Curitiba (PR) o primeiro Curso de Cervejeiro

Prático da América Latina. A Antarctica dá início a sua primeira franquia de refrigerantes e inaugura uma Filial no Rio de Janeiro.

§ 1979 - A Antarctica inicia as suas exportações para a Europa, Estados Unidos

e Ásia.

§ 1980 - A Antarctica atinge 16,4 milhões de hectolitros/ano e adquire o controle

da Cervejaria Serramalte com suas fábricas de Getúlio Vargas e Feliz, no RS, e da Companhia Alterosa de Cervejas, em Vespasiano, em Minas Gerais. Iniciam-se as obras da fábrica associada Arosuco - Aromas, Sucos e Concentrados S.A., no Rio de Janeiro.

§ 1980 - A Brahma adquire o controle acionário das Cervejarias Reunidas Skol

Caracu S.A..

§ 1982 - A Antarctica inaugura sua unidade de recebimento, armazenagem e

beneficiamento de cevada cervejeira na cidade de Lapa no Paraná.

§ 1983 - Início da produção dos produtos Antarctica na filial de Teresina (PI). § 1984 - Firmado acordo da Brahma com a Pepsi Cola Internacional para

fabricação, comercialização e distribuição do refrigerante Pepsi Cola no Rio de Janeiro, além de operar três fábricas no Rio Grande do Sul.

§ 1985 - O jornal alemão "Frankfurter Allgemeire Zeitung" destaca a Brahma

como a 7ª empresa de cerveja do mundo. Iniciam-se as construções da fábrica da Antarctica em João Pessoa (PB).

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§ 1987 - É inaugurada pela Brahma uma unidade piloto para o desenvolvimento

de produtos no Laboratório Central no Rio de Janeiro. É adquirida a Fábrica de Refrigerantes Refinco.

§ 1988 - Inauguradas as fábricas Cebrasp - Companhia Cervejaria Brahma em

Jacareí, São Paulo e a Fábrica de Cervejas Antarctica, no Rio de Janeiro, com capacidade de produção de 3,5 milhões de hectolitros/ano. Inicia-se a produção na fábrica Antarctica de João Pessoa, na Paraíba.

§ 1989 - São construídas mais 4 unidades fabris na Antarctica: Filial

Jaguariúna/SP, Filial Canoas/RS, Filial em Cuiabá/MT e Filial Rio Grande do Norte.

§ 1990 - O Banco Garantia adquire o controle acionário da Companhia

Cervejaria Brahma. A Brahma lança o "Projeto Brahma para Reciclagem" que foi pioneiro na abordagem da reciclagem frente à comunidade.

§ 1991 - Inauguração das fábricas da Antarctica do Rio Grande do Norte e

Canoas no Rio Grande do Sul. É adquirida também uma nova área de 40,2 hectares em Lapa (PR) para incremento dos trabalhos de pesquisa com cevada cervejeira nacional.

§ 1992 - A Brahma Chopp é exportada para a Argentina.

§ 1993 - É inaugurada a filial Jaguariúna da Antarctica e constituída uma nova

filial no Ceará.

§ 1994 - A fábrica Antarctica do Rio Grande do Norte é inaugurada e a Brahma

inaugura uma filial em Lages/SC e a fábrica em Luján na Argentina, e adquire a Companhia Anônima Cervecera  Nacional na Venezuela. Mudança da Administração Central da Brahma para São Paulo.

§ 1995 - Os produtos Antarctica passam a ser fabricados em mais duas novas

fábricas: em São Luís, no Maranhão e em Cuiabá, no Mato Grosso. A Miller  Brewing Company faz uma “ joint venture ” com a Brahma para distribuir a Miller  Genuine Draft .

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§ 1996 - É inaugurada pela Brahma a maior e mais moderna Fábrica da América

Latina no Rio de Janeiro, com capacidade de 12 milhões de hectolitros. São iniciadas as construções de mais duas unidades: uma em Viamão (RS) e outra em Aracaju (SE). A Fratelli Vita adquire a Marca Marathon e passa a produzir

e distribuir um novo isotônico no mercado.

A partir de uma proposta de parceria entre a Antarctica e a Anheuser-Busch , é construída a Budweiser Brasil Ltda. A Skol fecha um contrato de licenciamento de marca com a Cervejaria dinamarquesa Carlsberg.

§ 1997 - É construída a Subsidiária Integral Antarctica U.S.A. Inc., sediada em

Miami, para possibilitar a distribuição do Guaraná Antarctica nos Estados Unidos. A Brahma adquire a concessão para fabricar, comercializar e distribuir a marca Lipton Ice Tea no mercado de bebidas não alcoólicas. A filial Brahma em Sergipe é inaugurada.

§ 1998 - A Brahma Chopp passou a ser exportada para a Europa, iniciando seu

ingresso no mercado estrangeiro pela França. A Brahma inaugura a unidade fabril de Viamão (RS).

§ 1999 - A Companhia Antarctica Paulista e a Companhia Cervejaria Brahma

comunicam a criação da Companhia de Bebidas das Américas (AMBEV), resultante da fusão de ambas.

§ 2000 - Após 9 meses de uma longa trajetória, em março de 2000 é noticiado o

que todos aguardavam: "AMBEV nasce como a 5ª maior empresa de bebidas do Mundo".

§ 2001 - Expansão do acordo de comercialização da Pepsi possibilitando a

fabricação, comercialização e distribuição de Gatorade. A AmBev adquire 95,437% do capital da Cervecería y Malteria Paysandú S/A, passando a deter 48% do mercado uruguaio de cervejas. Aumenta sua participação no mercado paraguaio com a compra de ativos da Cervecería  Internacional . O Guaraná Antarctica entra na Europa, lançado em Lisboa e em Porto Rico, por intermédio da Pepsi.

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§ 2002 - AmBev apresenta resultados financeiros de 2001. Lucro líquido de

R$785 milhões. Lançamento de dois novos produtos: Pepsi Twist (Porto Alegre) e Mountain Dew (Campinas).

2.2. TIPOS DE CERVEJA

A maior parte das cervejas produzidas até a segunda metade do século XIX eram fermentadas por leveduras que, ao final do processo, subiam até a superfície, ou seja, ocorria a fermentação superficial ou alta. É muito provável que muitos cervejeiros das primeiras épocas da história da elaboração de cerveja não se preocupavam com o valor do fermento residual e o descartavam. Por sua vez, a fermentação das próximas fabricações dependia das leveduras que contaminaram as vasilhas não suficientemente limpas. Porém, as más condições higiênicas também facilitavam a presença de leveduras e bactérias que produziam turbidez e aromas desagradáveis. Por estas razões, até há pouco tempo atrás ocorria muita variabilidade na qualidade de diferentes fabricações de cerveja e muitos cervejeiros obtinham vinagre ao invés de cerveja, devido às infecções com bactérias acidoacéticas. O lúpulo foi introduzido na Grã Bretanha no século XVI. Entre os fabricantes da cerveja tradicional, sem lúpulo, e os elaboradores da nova cerveja se estabeleceu uma dura competição que gerou alguns conflitos (Hough,1990).

A cerveja pode receber nomes regionais conforme os locais onde é fabricada, mas, de modo geral, pode ser dividida em dois grandes grupos: as tipo Ale , entre as quais se encontram a Porter  e a Stout , e as tipo Larger , entre as quais são citadas a Pilsen , a Dortmunder , a Viena , a Munique  e a Bock (Lima, 1993).

As tipo Ale  são fabricadas por meio de fermentação superficial ou “alta”. As mais comuns são claras, com sabor pronunciado de lúpulo, algumas vezes ligeiramente ácidas, com teor alcoólico de 4 a 8%. A fermentação se processa entre 20 e 25ºC, com duração de 2 a 5 dias e são armazenadas entre 4,5 e 8ºC. Existem diversos tipos de Ale, destacando-se a Porter e a Stout , que

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Stout: 

Stout: Originária da Irlanda é Originária da Irlanda é elaborada com maltes especiais, escuros,elaborada com maltes especiais, escuros, extrato primitivo de 15% e fermentação geralmente alta (

extrato primitivo de 15% e fermentação geralmente alta (Saccharomyces Saccharomyces  cerevisae 

cerevisae ). Apresenta cor escura, alto teor alcoólico e de extrato e seu sabor). Apresenta cor escura, alto teor alcoólico e de extrato e seu sabor associa o amargo do lúpulo com o adocicado do malte. As marcas irlandesas associa o amargo do lúpulo com o adocicado do malte. As marcas irlandesas Guiness, Murphy’s e Beasmish são as mais conhecidas do ti

Guiness, Murphy’s e Beasmish são as mais conhecidas do tipo stout.po stout. Porter: 

Porter:  Originária da Inglaterra é elaborada com maltes escuros e suaOriginária da Inglaterra é elaborada com maltes escuros e sua fermentação pode ser alta ou baixa, inclusive com fermentação posterior na fermentação pode ser alta ou baixa, inclusive com fermentação posterior na própria garrafa. É forte quanto ao extrato primitivo, tem alto teor alcoólico e cor própria garrafa. É forte quanto ao extrato primitivo, tem alto teor alcoólico e cor escu

escura (Aquarone et al, ra (Aquarone et al, 1993).1993). As cervejas tipo

As cervejas tipo Larger Larger  são as mais comuns em todo o mundo. Asão as mais comuns em todo o mundo. A cerveja

cerveja Larger Larger  é fabricada por fermentação profunda ou “baixa”, através deé fabricada por fermentação profunda ou “baixa”, através de processo lento. Uma vez completado, a cerveja é armazenada no mínimo por 1 a processo lento. Uma vez completado, a cerveja é armazenada no mínimo por 1 a 2 meses, entre 0 e 1ºC, para adquirir o acabamento desejado. A

2 meses, entre 0 e 1ºC, para adquirir o acabamento desejado. A Pilsen Pilsen , originária, originária da cidade de

da cidade de Pilsen Pilsen , na Checoslováquia, é obtida a partir de malte tipo, na Checoslováquia, é obtida a partir de malte tipo Pilsen Pilsen ee água de baixa dureza. O extrato primitivo (somatório de todas as substâncias água de baixa dureza. O extrato primitivo (somatório de todas as substâncias solubilizadas), que varia de 11 a 13,5%, é fermentado com levedo de baixa solubilizadas), que varia de 11 a 13,5%, é fermentado com levedo de baixa fermentação (

fermentação (Saccharomyces uvarum Saccharomyces uvarum ), resultando numa cor clara, médio teor), resultando numa cor clara, médio teor alcoólico (3 a 5 %) e médio teor de extrato. É o tipo de cerveja mais consumida no alcoólico (3 a 5 %) e médio teor de extrato. É o tipo de cerveja mais consumida no Brasil porque se adeqüa favoravelmente ao clima do país. A

Brasil porque se adeqüa favoravelmente ao clima do país. A Dortmunder Dortmunder ,, originária da cidade alemã Dortmund, onde a água é de alta dureza permanente, originária da cidade alemã Dortmund, onde a água é de alta dureza permanente, é similar ao tipo

é similar ao tipo Pilsen Pilsen , ou seja, clara, médio teor alcoólico e médio teor de, ou seja, clara, médio teor alcoólico e médio teor de extrato. A

extrato. A Viena Viena  é de coloração âmbar, sabor mediano a lúpulo, enquanto aé de coloração âmbar, sabor mediano a lúpulo, enquanto a Munique 

Munique , com 3 a 5% de álcool, tem cor mais escura, é encorpada e tem sabor, com 3 a 5% de álcool, tem cor mais escura, é encorpada e tem sabor adocicado de malte e suavemente amargo de lúpulo. A cerveja

adocicado de malte e suavemente amargo de lúpulo. A cerveja Bock Bock , originária da, originária da cidade de

cidade de Einbeck Einbeck , Alemanha, trata-se de uma cerveja forte quanto ao extrato, Alemanha, trata-se de uma cerveja forte quanto ao extrato primitivo, que é acima de 14%, e de cor escura. Possui baixa fermentação e alto primitivo, que é acima de 14%, e de cor escura. Possui baixa fermentação e alto teor alcoólico, sendo produzida somente durante a primavera e o outono teor alcoólico, sendo produzida somente durante a primavera e o outono (Aquarone et al, 1993).

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2.3. MATÉRIAS-PRIMAS 

2.3. MATÉRIAS-PRIMAS 

As matérias-primas essenciais para a fabricação da cerveja são: água, As matérias-primas essenciais para a fabricação da cerveja são: água, malte, lúpulo e fermento. Outros componentes podem ser utilizados, de acordo malte, lúpulo e fermento. Outros componentes podem ser utilizados, de acordo com o tipo, a tradição ou a preferência local (Hough,1990).

com o tipo, a tradição ou a preferência local (Hough,1990).

2.3.1. ÁGUA

2.3.1. ÁGUA

A água é um fator importante a ser considerado, e praticamente define A água é um fator importante a ser considerado, e praticamente define o local de instalação da cervejaria. Por muito tempo, sua composição foi muito o local de instalação da cervejaria. Por muito tempo, sua composição foi muito valorizada. Atualmente, se for imprópria, é possível lançar mão de correções por valorizada. Atualmente, se for imprópria, é possível lançar mão de correções por meio de produtos químicos, sendo uma condição imprescindível a de que seja meio de produtos químicos, sendo uma condição imprescindível a de que seja potável. Por esta razão, o mais importante é, sem dúvida, a quantidade, pois a potável. Por esta razão, o mais importante é, sem dúvida, a quantidade, pois a indústria cervejeira consome grandes volume

indústria cervejeira consome grandes volumes de água (Aquarone et als de água (Aquarone et al, 1993)., 1993). Outro quesito a ser considerado é o pH. Se for alcalina, poderá Outro quesito a ser considerado é o pH. Se for alcalina, poderá dissolver grandes quantidades de matérias indesejáveis das cascas e do malte dissolver grandes quantidades de matérias indesejáveis das cascas e do malte (Aquarone et al, 1993).

(Aquarone et al, 1993).

As fábricas de cerveja que tiveram maior êxito foram aquelas que As fábricas de cerveja que tiveram maior êxito foram aquelas que contavam com um abastecimento de água natural adequado ao tipo de cerveja contavam com um abastecimento de água natural adequado ao tipo de cerveja que estavam elaborando. As grandes indústrias cervejeiras tinham nessa época que estavam elaborando. As grandes indústrias cervejeiras tinham nessa época outros problemas relacionados com a água: especialmente o de se é ou não outros problemas relacionados com a água: especialmente o de se é ou não adequada para os geradores de vapor e os sistemas de lavagem automática, e se adequada para os geradores de vapor e os sistemas de lavagem automática, e se é ou não possível reverter grandes volumes de efluentes antes de ser despejado é ou não possível reverter grandes volumes de efluentes antes de ser despejado nos esgotos públicos

nos esgotos públicos (Hough,1990).(Hough,1990).

A descoberta das máquinas de vapor permitiu aumentar muito o A descoberta das máquinas de vapor permitiu aumentar muito o tamanho dos equipamentos e das fábricas de cerveja que utilizavam a força tamanho dos equipamentos e das fábricas de cerveja que utilizavam a força humana e a hidráulica para mover suas máquinas (Hough,1990).

humana e a hidráulica para mover suas máquinas (Hough,1990).

Toda a água existente na natureza (no solo, lagos, riachos, fontes), Toda a água existente na natureza (no solo, lagos, riachos, fontes), contém uma certa quantidade de sais dissolvidos, que foram absorvidos através contém uma certa quantidade de sais dissolvidos, que foram absorvidos através das camadas do solo. A quantidade e a espécie desses sais dependem das das camadas do solo. A quantidade e a espécie desses sais dependem das

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calcário, pode a presença de ácidos na água dissolver e absorver mais cálcio, calcário, pode a presença de ácidos na água dissolver e absorver mais cálcio, formando conseqüentemente, uma água dura. Entretanto, se o solo é formado por formando conseqüentemente, uma água dura. Entretanto, se o solo é formado por camadas de granito ou gneisse, que são dificilmente solúveis, a água mantém-se camadas de granito ou gneisse, que são dificilmente solúveis, a água mantém-se branda (mole). Muitas das substâncias dissolvidas na água atuam negativamente branda (mole). Muitas das substâncias dissolvidas na água atuam negativamente na qualidade da cerveja. Entre essas substâncias encontram-se diferentes sais na qualidade da cerveja. Entre essas substâncias encontram-se diferentes sais que podem resultar em sabor amargo, turvação, coloração mais escura e que podem resultar em sabor amargo, turvação, coloração mais escura e retardamento da fermentação (ABMIC, 2003).

retardamento da fermentação (ABMIC, 2003).

A qualidade da água exigida para a fabricação de cerveja é em função A qualidade da água exigida para a fabricação de cerveja é em função dos minerais nela dissolvidos, e deve, portanto, passar por um processo de dos minerais nela dissolvidos, e deve, portanto, passar por um processo de tratamento. Isto ocorre em estações de desmineralização ou abrandamento. Nas tratamento. Isto ocorre em estações de desmineralização ou abrandamento. Nas instalações de desmineralização ou abrandamento são eliminados sais instalações de desmineralização ou abrandamento são eliminados sais dissolvidos indesejáveis (ABMIC, 2003).

dissolvidos indesejáveis (ABMIC, 2003).

A água não é utilizada apenas para o processo de fabricação de A água não é utilizada apenas para o processo de fabricação de cerveja, mas também para limpeza (recipientes, tubulações); refrigeração (mosto, cerveja, mas também para limpeza (recipientes, tubulações); refrigeração (mosto, cerveja); malteação (maceração da cevada); casa de caldeira (produção de cerveja); malteação (maceração da cevada); casa de caldeira (produção de vapor); etc (ABMIC, 2003; Smith, 1996).

vapor); etc (ABMIC, 2003; Smith, 1996).

A água para cerveja precisa ser limpa e isenta de microrganismos. Por A água para cerveja precisa ser limpa e isenta de microrganismos. Por isto é necessário, com freqüência, que a água seja tratada também isto é necessário, com freqüência, que a água seja tratada também biologicamente em instalações especiais. Atualmente, a água é uma biologicamente em instalações especiais. Atualmente, a água é uma matéria-prima valiosa e cara. Através de medidas de economia, torna-se possível reduzir prima valiosa e cara. Através de medidas de economia, torna-se possível reduzir o consumo para, aproximadamente, 4 a 8 hl por hectolitro de cerveja (ABMIC, o consumo para, aproximadamente, 4 a 8 hl por hectolitro de cerveja (ABMIC, 2003).

2003).

Portanto, a água é parte fundamental na composição da cerveja, deve Portanto, a água é parte fundamental na composição da cerveja, deve ser essencialmente pura. Sua boa qualidade é diretamente ligada na qualidade ser essencialmente pura. Sua boa qualidade é diretamente ligada na qualidade final do produto (ABMIC, 2003).

final do produto (ABMIC, 2003).

2.3.2. MALTE  2.3.2. MALTE 

O termo técnico malte define a matéria-prima resultante da O termo técnico malte define a matéria-prima resultante da germinação, sob condições controladas, de qualquer cereal. Quando não há germinação, sob condições controladas, de qualquer cereal. Quando não há

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acrescenta-se o nome do cereal. Assim, tem-se malte de milho, de trigo, de centeio, de aveia e de outros cereais (Aquarone et al, 1993).

A maltagem, que é o processo de fabricação do malte, envolve o controle do umedecimento com água e posterior germinação sob condições controladas, para obter mudanças físicas e químicas desejadas, com uma perda mínima de energia pelo processo de respiração (Aquarone et al, 1993).

O cereal adequado para a maltagem, do ponto de vista econômico, é aquele utilizado em alimentação animal. No Brasil, elege-se o milho e, na Europa, a cevada. Nos Estados Unidos, ambos são utilizados (Aquarone et al, 1993).

O malte utilizado em cervejaria é obtido a partir de cevadas de variedades selecionadas especificamente para esta finalidade. A cevada é uma planta da família das gramíneas, parente próxima do trigo, e sua cultura é efetuada em climas temperados. No Brasil é produzida em algumas partes do Rio Grande do Sul durante o inverno, e na América do Sul a Argentina é grande produtora. (Aquarone et al, 1993).

Após a colheita da safra no campo, os grãos (sementes) de cevada são armazenados em silos, sob condições controladas de temperatura e umidade, aguardando o envio para a Maltaria, que é a indústria que irá fazer a transformação da cevada em malte. Este processo consiste, basicamente, em colocar o grão de cevada em condições favoráveis à germinação, deixar esta começar a ocorrer, e interrompê-la tão logo o grão tenha iniciado o processo de criação de uma nova planta. Nesta fase, o amido do grão apresenta-se em cadeias menores que na cevada, o que o torna menos duro e mais solúvel, e, no interior do grão, formam-se enzimas que são fundamentais para o processo de fabricação de cerveja. A germinação é então interrompida por secagem a temperaturas controladas, de modo a reduzir o teor de umidade sem destruir as enzimas formadas. Malte, portanto, é o grão de cevada que foi submetido a um processo de germinação controlada para desenvolver enzimas e modificar o amido, tornando-o mais macio e solúvel. Utiliza-se neste processo, estritamente, as forças da natureza, que proveu as sementes da capacidade de germinar para

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controlar as condições de temperatura, umidade e aeração do grão (História da cerveja, 2003).

A cevada é um cereal de cultivo muito antigo, utilizado em culturas neolíticas no Egito entre 6000 e 5000 anos antes de Cristo, bastante difundida por todo o mundo. É uma gramínea e pertence ao gênero Hordeum , cujos grãos, na espiga, podem ser alinhados em duas ou seis fileiras. Existem preferências por um outro tipo de cevada nos principais centros cervejeiros do mundo. Na Europa, normalmente, utiliza-se a de duas fileiras e, nos Estados Unidos, a de seis. Existem diversas espécies de cevada para cultivo de acordo com a finalidade. As espécies cervejeiras reúnem uma série de características que as tornam adequadas (Aquarone et al, 1993).

Embora existam variedades “nuas”, provenientes da Ásia, a grande maioria das variedades utilizadas em maltagem possui uma “casca” cimentada ao grão, que as protegem de danos mecânicos durante o processo de maltagem e transporte. As cascas são também importantes como agentes filtrantes, além de incorporar cor, aroma e sabor ao mosto, constituindo uma vantagem na fabricação da cerveja (Aquarone et al, 1993).

2.3.3. LÚPULO 

O lúpulo (Humulus lupulus L.) é uma trepadeira perene, cujas flores fêmeas apresentam grande quantidade de resinas amargas e óleos essenciais, os quais conferem à cerveja o sabor amargo e o aroma que caracterizam a bebida. Pode-se dizer que é o tempero da cerveja e é um dos principais elementos que os mestres cervejeiros dispõem para diferenciar suas cervejas das demais. A quantidade e o tipo (variedade) de lúpulo utilizado é um segredo guardado a sete chaves pelos cervejeiros (História da cerveja, 2003).

Trata-se de uma cultura dos climas frios do hemisfério norte, sendo os países do norte europeu e os Estados Unidos os grandes produtores. No Brasil não existem condições climáticas adequadas à produção de lúpulo, e todo o suprimento nacional é importado da Europa e Estados Unidos (História da

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O lúpulo pode ser comercializado na forma de flores secas, pó, pellets e em extrato. As duas últimas são mais adequadas por proporcionar maior densidade e, portanto, menor volume a ser transportado. Mas nada impede que a flor seja adicionada à cerveja na sua forma original, conforme colhida na lavoura (Aquarone et al, 1993).

2.3.4. FERMENTO 

É o nome genérico de microorganismos, também conhecidos por leveduras, e que são utilizados na indústria cervejeira graças à sua capacidade de transformar açúcar em álcool. As leveduras mais utilizadas em cervejaria são duas espécies do gênero Saccharomyces, S cerevisae  e S. uvarum (S. calrsbergensis) (Aquarone et al, 1993).

Outras leveduras, como as do gênero Schizosaccacharomyces, Hansenula, Pichia, Torulopsis, Cândida, Brettanomyces, assim como algumas outras espécies de Saccharomyces, estão relacionados com a deterioração da cerveja e são normalmente denominadas leveduras “selvagens”, no sentido de serem diferentes das cultivadas. Elas proporcionam sabor e aroma anormais, razão por que são consideradas como infecções perigosas e representam sério risco à qualidade da cerveja. Exames microbianos de rotina devem ser feitos para esses contaminantes, assim como para bactérias, a fim de que seja mantida a qualidade da cultura do fermento utilizado (Aquarone et al, 1993).

As fermentações têm início com cepas de leveduras puras mantidas em meio de cultura sólido ou células liofilizadas, selecionadas para o processamento específico da cervejaria. Normalmente, originam-se de cepas submetidas a seleção genética, visando obter melhores respostas às condições de fabricação, adequação às matérias-primas utilizadas, às técnicas de mosturação e fermentação, e às preferências do consumidor quanto ao sabor e ao aroma (Aquarone et al, 1993).

Embora todas as cepas façam basicamente o mesmo trabalho de transformar açúcar em álcool e gás carbônico, o sabor do produto obtido difere de

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conseqüente formação de substâncias capazes de conferir aroma e sabor ao produto, mesmo estando presentes em quantidades muito pequenas (História da cerveja, 2003).

A levedura de cervejaria de boa qualidade deve permanecer em suspensão durante a fase ativa da fermentação e então flocular e sedimentar, permitindo sem dificuldade a separação rápida da cerveja clarificada do sedimento. A velocidade de sedimentação é característica muito importante. Essa habilidade de flocular, precoce ou tardiamente, é uma propriedade genética de certos grupos de leveduras, a qual pode ser afetada, mas não controladas por influências externas entre as quais a composição do mosto (História da cerveja, 2003).

Em cervejaria, geralmente, inicia-se a fermentação com culturas puras de leveduras que são renovadas após um certo número de fermentações (de quatro a seis), entre as quais são lavadas com água acidulada ao redor de pH 2,5, com ácido fosfórico, tartárico ou persulfato de amônia, para eliminar os contaminantes. Desde que suficientemente protegidas de contaminações, as leveduras mantêm-se marcadamente constantes, sem sofrer mutações, através de muitas fermentações (História da cerveja, 2003).

2.4. LEGISLAÇÃO 

Em 1516, as autoridades introduziram as leis de pureza da cerveja que restringiam as matérias-primas aptas para sua elaboração: a cevada, água, lúpulo e levedura. Estas leis foram introduzidas gradualmente em toda a Alemanha, de tal modo que em 1918 obrigavam a todos os fabricantes de cerveja que pretendiam exportá-la. Em outros países europeus, como Noruega, Grécia e Suíça, foram criadas leis similares. Também se utilizam na elaboração de cerveja pequenas quantidades de produtos orgânicos e inorgânicos que atuam como conservantes (por exemplo, o dióxido de enxofre) (Ho ugh, 1990).

A legislação brasileira que regulamenta as especificações da matéria-prima utilizadas na fabricação da cerveja, além das da própria cerveja, está

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complementado pelo Decreto nº 73267 de 6 de dezembro de 1973 de governo federal. Desses decretos constam a definição e a classificação da cerveja quanto a especificações de tipo de fabricação, cor e teor alcoólico, padrões de qualidade, padrões de rotulagem e análises de controle (Hough, 1990).

A legislação específica sobre aditivos e coadjuvantes está contida na Lei 5823 de 14 de novembro de 1972 e no Decreto nº 73267, de 6 de dezembro de 1973. Deste decreto constam aditivos de finalidade diversa, como antioxidantes, acidulantes, corantes e conservadores, com os respectivos limites e códigos, os quais se encontram relacionados na Tabela 1, além dos coadjuvantes permitidos no processamento (Tabela 2) (Aquarone et al, 1993). Tabela 1 - Aditivos permitidos na fabricação da cerveja, segundo Decreto nº

73267 de dezembro de 1973.

Aditivo Finalidade Código Limite máximo (%)  Àcido ascórbico e seus

sais Antioxidante ATI 0,03

Ácido isoascórbico Antioxidante AIA 0,01

Ácido lático Acidulante H VII 0,10

Alginato de propilenoglicol Estabilizante CT2 0,007

Caramelo Corante - Sem limite

Dióxido de carbono Conservador - Nos limites estabelecidos por lei

Propionato de cálcio ou de

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Tabela 2 - Coadjuvantes utilizados na fabricação de cerveja, segundo Decreto nº 73267, de dezembro de 1973.

Coadjuvantes Ação Uso específico 

Albumina Clarificante Bebidas em geral

Asbestos Filtrante Bebidas em geral

Bentonita Clarificante Mosto de cereais

Carbonato de amônio Nutriente Mosto

Carvão ativado Descolorante,

Desodorizante ou ambos Mosto e bebidas em geral

Celulose Filtrante Mosto e bebidas em geral

Enzimas amilolíticas e

proteolíticas Biocatalizadores

Mosto de cereais Cervejas Fosfato de amônia

Gelatina comestível Nutriente Mosto

Ictiocola (cola de peixe) Clarificante Cervejas

Nitrogênio Protetor Bebidas em geral

Perlita Filtrante Mostos

Polivinil pinolidona

(PVP) insolúvel Clarificante Bebidas em geral Solução coloidal de

sílica Clarificante Cervejas

Tanino Clarificante Cervejas

Terra diatomácea Filtrante Mosto de cereais

Bebidas em geral

2.5. CLASSIFICAÇÃO DA CERVEJA

As cervejas podem ser classificadas através de cinco critérios (Smith, 1996):

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2.5.1. QUANTO AO EXTRATO PRIMITIVO 

Considerando o extrato primitivo, a cerveja pode ter as seguintes classificações (Smith, 1996):

• Leve: a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a 7,0% e inferior

a 11,0%, em peso;

• Comum: a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a 11,0% e

inferior a 12,5%, em peso;

• Extra: a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a 12,5% e inferior

a 14,0%, em peso;

• Forte: a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a 14,0%, em

peso.

2.5.2. QUANTO À COR 

Quanto à cor, a cerveja pode ser:

• Clara: a que tiver cor correspondente a menos de 15 unidades EBC

(European Brewery Convention );

• Escura: a que tiver cor correspondente a 15 ou mais unidades EBC (Smith,

1996).

2.5.3. QUANTO AO TEOR ALCOÓLICO 

O teor alcoólico divide as cervejas em (Smith, 1996):

• Cerveja sem álcool, quando seu conteúdo em álcool for menor que 0,5%

em volume, não sendo obrigatória a declaração no rótulo do conteúdo alcoólico;

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• Cerveja com álcool, quando seu conteúdo em álcool for igual ou superior a

0,5% em volume, devendo obrigatoriamente constar no rótulo o percentual de álcool em volume, sendo:

a. Cerveja de baixo teor alcoólico: a que tiver mais de 0,5 até 2,0% de álcool;

b. Cerveja de médio teor alcoólico: a que tiver mais de 2,0 até 4,5% de álcool;

c. Cerveja de alto teor alcoólico: a que tiver mais de 4,5 a 7,0% de álcool.

2.5.4. QUANTO À PROPORÇÃO DE MALTE DE CEVADA A quantidade de malte classifica a cerveja em (Smith, 1996):

• Cerveja puro malte - aquela que possuir 100% de malte de cevada, em

peso, sobre o extrato primitivo, como fonte de açúcares;

• Cerveja - aquela que possuir proporção de malte de cevada maior ou igual

a 50%, em peso, sobre o extrato primitivo, como fonte de açúcares;

• Cerveja com o nome do vegetal predominante - aquela que possuir

proporção de malte de cevada maior do que 20% e menor do que 50%, em peso, sobre o extrato primitivo, como fonte de açúcares.

2.5.5. QUANTO À FERMENTAÇÃO 

Quanto à fermentação, tem-se os seguintes tipos de cerveja (Smith, 1996):

• De baixa fermentação – aquela obtida pela ação do levedo que se deposita

no fundo da cuba, durante ou após a fermentação tumultuosa (Saccharomyces uvarum );

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• De alta fermentação – aquela obtida pela ação do levedo que emerge à

superfície na fermentação tumultuosa (Saccharomyces cerevisiae).

A Tabela 3 traz um resumo da classificação da cerveja de acordo com os cinco aspectos principais.

Tabela 3 - Classificação básica da cerveja. Fonte: Sindicerv (2003). TIPOS DE CERVEJA

CERVEJA ORIGEM COLORAÇÃO TEOR

ALCOÓLICO

FERMENTA ÇÃO

Pilsen República Checa Clara Médio Baixa

Dortmunder Alemanha Clara Médio Baixa

Stout Inglaterra Escura Alto Geralmente

Baixa

Porter Inglaterra Escura Alto Alta ou

Baixa

Weissbier Alemanha Clara Médio Alta

München Alemanha Escura Médio Baixa

Bock Alemanha Escura Alto Baixa

Malzbier Alemanha Escura Alto Baixa

Ale Inglaterra Clara e Avermelhada Médio ou Alto Alta

Ice Canadá Clara Alto

-2.6. PRODUÇÃO DE CERVEJA

A cevada (ou outro cereal como sorgo, milho ou arroz) é germinada e suas sementes são então tostadas para produzir o malte. O malte é moído e colocado numa tina de mistura com água e outros cereais, sob condições de tempo, temperatura, concentração e agitação controladas, onde as enzimas do malte convertem o amido em açúcares fermentáveis. O líquido resultante (mosto de cerveja) é transferido para uma caldeira de mistura onde flavorizantes -principalmente lúpulo - são adicionados e a mistura é fervida. O mosto é então decantado, refrigerado e aerado para dar-se início ao processo de fermentação, estimulada com a introdução do levedo. Tradicionalmente, nesta etapa o líquido é

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a fermentação, a cerveja é maturada, resfriada e transferida para tanques onde é mantida por até trinta dias em temperaturas em torno de 0º C. Aditivos alimentares podem ser introduzidos na cerveja tanto para alterar seu sabor e/ou aparência como para aperfeiçoar suas propriedades de durabilidade. Finalmente, a cerveja é filtrada e acondicionada em garrafas, barris ou latas sendo posteriormente pasteurizada. É importante observar que o produto final só passa a ser cerveja após a pasteurização. Então, de fato, o que se produz nas cervejarias é o chope. As cervejas sem álcool são conseguidas adicionando-se dióxido de carbono diretamente ao mosto ou removendo-se o álcool da cerveja já completamente fermentada. (Aquarone et al, 1993).

2.7. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CERVEJA

Pode-se dividir o processo de fabricação da cerveja nas seguintes etapas (FABRICAÇÃO de cerveja, 2003):

• Recepção e armazenamento do malte e adjuntos em silos, e do lúpulo em

adegas;

• Trituração do malte;

• O malte moído é misturado com água e adição do adjunto (quando

utilizado milho ou arroz) já previamente cozido;

• Clarificação do mosto, que é a separação das cascas do malte e do cereal

adjunto para se extrair só o mosto em forma líquida, mediante filtração;

• Na cocção, acrescenta-se ao mosto o lúpulo e a High  Maltose (quando

esta é utilizada como adjunto cervejeiro) e é fervido a 100ºC;

• Em seguida, o mosto é encaminhado para tinas de decantação e depois

resfriado com o auxílio de trocadores de calor;

• O sétimo passo é a fermentação, que consiste na transformação dos

açúcares fermentáveis em álcool e gás carbônico, pela ação do fermento. O tempo de fermentação varia conforme o tipo de cerveja;

• Na maturação a cerveja fermentada é armazenada, a baixa temperatura e

sob pressão, durante mais ou menos 15 dias, dependendo do tipo de cerveja.

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• A filtração confere à cerveja aquela cor cristalina típica, o brilho, a

transparência e o sabor característico. Nesta etapa que são inseridos os aditivos;

• Nesse momento já se tem a chamada cerveja crua, o chope, que já está

pronto para ser embarrilado e distribuído, pois não é pasteurizado;

• No engarrafamento, as garrafas são lavadas por máquinas automáticas e

rigorosamente inspecionadas, passando, depois de cheias, pelo pasteurizador;

• A pasteurização tem por objetivo inibir os microorganismos nocivos à sua

durabilidade. É feita a uma temperatura de 60º C por um período de 20 minutos;

• Após serem pasteurizadas, as cervejas em garrafa são rotuladas.

• Por fim, os barris de chopp, engradados plásticos com cervejas em garrafa

e caixas de cerveja em lata ou long neck são transportadas por esteiras para os caminhões de entrega na revenda (Fabricação da cerveja, 2003).

2.8. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE 

CERVEJA

C

Coozziimmeennttoo ddee aaddjuunnttooss

C Ceevvaaddaa M Maallttee M Moossttuurraa F

Fiillttrraaçããoo ddee MMoossttoo C

Coozziimmeennttoo F

Feerrmmeennttaaçããoo M

Maattuurraaçããoo F

Fiillttrraaçããoo Packa in

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2.9. FERMENTAÇÃO - FUNDAMENTOS DO PROCESSO 

O mosto aromatizado com o lúpulo, no qual se inocula a levedura, é um meio rico. Contém carboidratos, aminoácidos e outras substâncias nitrogenadas simples, sais minerais como cálcio, magnésio, sódio, potássio, ferro, zinco, cobre, manganês, cloretos, sulfatos, carbonatos e fosfatos. Também contém vitaminas como a tiamina, piridoxina, o ácido pantotênico (Hough, 1990).

A levedura necessita de açúcares simples, aminoácidos, sais e vitaminas para crescer; também precisa de ésteres, ácidos graxos não saturados e oxigênio dissolvido. Com exceção do oxigênio e alguns dos sais, o malte satisfaz todas essas necessidades. Os açúcares proporcionam energia; os aminoácidos são necessários para processos de biossíntese (especialmente de proteínas) e os sais e vitaminas desempenham importantes papéis metabólicos. A síntese da membrana exige ácidos graxos não saturados, ésteres e oxigênio (Hough, 1990).

A maior parte das substâncias presentes no mosto difundem livremente através da parede da levedura, a plasmalema, ainda que algumas (como as resinas, as proteínas e os polifenóis do lúpulo) tendam a absorverem-se sobre a superfície externa da parede celular. As que chegam à membrana plasmática a atravessam facilmente se forem lipossolúveis e mais lentamente se forem hidrossolúveis (Hough, 1990).

Uma vez no interior das células, nem todas as substâncias são usadas de imediato; algumas permanecem durante pequenos períodos de tempo. Os açúcares metabolizam-se seqüencialmente; a glicose e a frutose se consomem com grande rapidez, a maltose mais lentamente e finalmente a maltotriose (a sacarose é hidrolisada na parede celular pela invertase). Os aminoácidos se absorvem seqüencialmente; primeiro o grupo do qual fazem parte o glutamato, a asparagina e a serina, em seguida logo outro grupo em que se encontram a histidina e a leucina (Hough, 1990).

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