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Modelo de identificação de dano estrutural baseado na variação das características modais de uma estrutura

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Modelo de identificac¸˜ao de dano estrutural baseado na variac¸˜ao das caracter´ısticas modais de uma estrutura

Fl´avio de Souza Barbosa flavio@numec.ufjf.br

NUMEC - N´ucleo de Pesquisa em M´etodos Computacionais em Engenharia Universidade Federal de Juiz de Fora

Juiz de Fora - MG - Brasil

Carlos Cristiano Hasenclever Borges cchb@lncc.br

Laborat´orio Nacional de Computac¸˜ao Cient´ıfica Petr´opolis - RJ - Brasil

Alexandre Abrah˜ao Cury acury@numec.ufjf.br

NUMEC - N´ucleo de Pesquisa em M´etodos Computacionais em Engenharia Universidade Federal de Juiz de Fora

Juiz de Fora - MG - Brasil Resumo.

Sistemas estruturais est˜ao sujeitos a um processo de deteriorac¸˜ao que se d´a por combinac¸˜ao de falhas de projeto, cargas n˜ao esperadas, problemas construtivos ou degradac¸˜ao gradual e natural ao longo da vida ´util da estrutura. Este processo de deteriorac¸˜ao gera regi˜oes danifi-cadas cujas principais caracter´ısticas s˜ao perdas localizadas na rigidez da estrutura.

A avaliac¸˜ao destas perdas localizadas de rigidez pode ser realizada atrav´es da an´alise da evoluc¸˜ao das freq¨uˆencias naturais e modos de vibrac¸˜ao da estrutura, conforme se observa em diversas publicac¸˜oes que abordam este tema.

Inicialmente, este trabalho analisa a sensibilidade das caracter´ısticas vibracionais de uma estrutura em relac¸˜ao `a variac¸˜ao geom´etrica e quantitativa de danos, atrav´es de simulac¸˜oes computacionais via M´etodo dos Elementos Finitos (MEF). Avalia-se o efeito da localizac¸˜ao e magnitude de danos na variac¸˜ao das freq¨uˆencias naturais de uma estrutura, obtendo-se um per-fil da sensibilidade de dados vibracionais. Em uma segunda etapa, verificam-se a eficiˆencia e a robustez de uma t´ecnica de detecc¸˜ao de danos em estruturas baseada na energia de deformac¸˜ao

`a flex˜ao dos modos pr´oprios de vibrac¸˜ao atrav´es de experimentos num´ericos. Palavras-chave: Identificac¸˜ao de Danos, An´alise Dinˆamica, Simulac¸˜ao Num´erica

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1. INTRODUC¸ ˜AO

Sistemas estruturais est˜ao sujeitos a um processo de deteriorac¸˜ao que se d´a por combinac¸˜ao de falhas de projeto, problemas construtivos ou degradac¸˜ao gradual e natural ao longo da vida ´util da estrutura. Este processo de deteriorac¸˜ao gera regi˜oes danificadas cujas principais carac-ter´ısticas s˜ao as perdas localizadas na rigidez da estrutura.

Obviamente, estruturas deterioradas tˆem um impacto econˆomico e social significativo, pois podem representar a interdic¸˜ao de uma ponte ou a interrupc¸˜ao do funcionamento de uma plataforma de explorac¸˜ao de petr´oleo, dentre outros problemas. Por estes motivos, a detecc¸˜ao de danos em sistemas estruturais tornou-se um desafio, atrav´es do qual se procura estabelecer t´ecnicas experimentais e anal´ıticas mais adequadas e precisas para uma melhor avaliac¸˜ao do estado de conservac¸˜ao estrutural.

Por n˜ao afetarem estruturalmente as construc¸˜oes, os processos n˜ao-destrutivos est˜ao sendo desenvolvidos e ganhando cada vez mais confiabilidade com os resultados alcanc¸ados, desta-cando-se aqui os m´etodos de detecc¸˜ao de danos atrav´es de an´alise dinˆamica estrutural (Doebling et al, 1996).

A avaliac¸˜ao de dano em estruturas por meio de dados vibracionais medidos tem recebido consider´avel atenc¸˜ao devido as suas aplicac¸˜oes pr´aticas (Doebling et al, 1996) e (Barbosa et al, 2001). O problema envolve a detecc¸˜ao e localizac¸˜ao de danos, a determinac¸˜ao do n´ıvel de dano em um local determinado previamente ou, de uma forma mais completa, a localizac¸˜ao e avaliac¸˜ao do n´ıvel de dano presente em uma determinada estrutura.

Inicialmente, este trabalho analisa a sensibilidade das caracter´ısticas vibracionais de uma estrutura em relac¸˜ao `a variac¸˜ao geom´etrica e quantitativa de danos, atrav´es de simulac¸˜oes com-putacionais via M´etodo dos Elementos Finitos (MEF). Avalia-se o efeito da localizac¸˜ao e mag-nitude de danos na variac¸˜ao das freq¨uˆencias naturais de uma estrutura, obtendo-se um perfil da sensibilidade de dados vibracionais. Em uma segunda etapa, verificam-se a eficiˆencia e a robustez de uma t´ecnica de detecc¸˜ao de danos em estruturas baseada na energia de deformac¸˜ao `a flex˜ao dos modos pr´oprios de vibrac¸˜ao atrav´es de experimentos num´ericos.

2. METODOLOGIA

2.1 Modelagem computacional

Analisa-se neste trabalho uma viga bi-apoiada que tem seu comportamento dinˆamico avali-ado numericamente utilizando o MEF aplicavali-ado a uma discretizac¸˜ao por elementos de p´ortico plano.

O(s) dano(s) foi(ram) introduzido(s) na modelagem atrav´es de reduc¸˜ao do m´odulo de elas-ticidade do material constituinte do(s) elemento(s) considerado(s) danificado(s).

O estudo do efeito do dano ´e realizado de duas formas, caracterizando as duas etapas do trabalho: pela an´alise direta da evoluc¸˜ao das freq¨uˆencias naturais da estrutura discretizada e pela aplicac¸˜ao do M´etodo do Indicador de Dano (MID) (Cornwell et al, 1999) aos modos pr´oprios de vibrac¸˜ao da estrutura. Estas duas an´alises s˜ao abordadas nas sec¸˜oes que seguem.

2.2 Influˆencia dos danos na evoluc¸˜ao das freq ¨uˆencias naturais de uma estrutura

As propriedades dinˆamicas inerentes aos sistemas estruturais sem amortecimento, a saber, as freq¨uˆencias naturais e modos de vibrac¸˜ao, ficam definidas pelo problema de autovalor (Zienkiewicz et al, 2000) e (Clough et al, 1993) descrito pela equac¸˜ao a seguir.

(K − w2

(3)

onde K ´e a matriz de rigidez da estrutura; M ´e a matriz de massa da estrutura; wi s˜ao as

freq¨uˆencias naturais em (rad/s) associadas aos modos de vibrac¸˜aoφien ´e o n´umero de modos

considerados na an´alise da estrutura.

Assumindo-se que a introduc¸˜ao de danos na modelagem (ver sec¸˜ao 2.1) afeta diretamente a matriz de rigidez da estrutura sem alterar a matriz de massa do sistema, a variac¸˜ao nos dados vibracionais pode, ent˜ao, servir como indicativo na avaliac¸˜ao da variac¸˜ao da rigidez estrutural causada por um processo de danificac¸˜ao.

Por meio de um procedimento sistem´atico, avalia-se a variac¸˜ao nas freq¨uˆencias naturais de uma estrutura danificada em relac¸˜ao `a posic¸˜ao e ao n´ıvel da ocorrˆencia do dano numa estru-tura. Inicialmente, avalia-se a influˆencia da posic¸˜ao do dano mantendo-se o n´ıvel constante e, posteriormente, faz-se a an´alise da influˆencia no grau de danificac¸˜ao, mantendo-se constante a posic¸˜ao onde ocorre o dano. Com isso, tem-se um perfil da sensibilidade de dados vibracionais em relac¸˜ao tanto `a localizac¸˜ao, quanto ao n´ıvel de dano de uma estrutura, o que permitir´a uma melhor an´alise de t´ecnicas de avaliac¸˜ao de dano baseadas em dados vibracionais.

2.3 M´etodo do Indicador de Dano - MID - para vigas

Este m´etodo j´a foi utilizado no campo da Engenharia (Cornwell et al, 1999), (Alvandi et al, 2002) e da biomecˆanica (Vilela et al, 2003) e ´e aplicado aos resultados obtidos de uma identificac¸˜ao modal, quer seja de uma modelagem via MEF, quer seja de valores extra´ıdos de medic¸˜oes. ´E baseado na an´alise da variac¸˜ao da energia de deformac¸˜ao `a flex˜ao dos modos pr´oprios da estrutura antes e ap´os alguma variac¸˜ao de rigidez de algum elemento estrutural. Normalmente, estas variac¸˜oes de rigidez advˆem do o sugimento de danos e/ou fissuras.

Para uma viga de comportamento el´astico tem-se: U = 1 2 Z L 0 EI(x)µ ∂ 2 v ∂x2 ¶2 dx (2)

ondeU ´e a energia de deformac¸˜ao, EI(x) a rigidez a flex˜ao, L o comprimento e v o desloca-mento transversal da viga. Considerando-se oi-´esimo modo pr´oprio de vibrac¸˜ao da estrutura, a energia de deformac¸˜ao associada se escreve:

Ui = 1 2 Z L 0 EI(x)µ ∂ 2 φi ∂x2 ¶2 dx (3)

A energia de deformac¸˜ao para um elementoj de uma viga discretizada se escreve tornando-se a integral descrita na Eq.(3) no dom´ınio do elemento:

Uij = 1 2 Z aj+1 aj EI(x)µ ∂ 2 φi ∂x2 ¶2 dx (4)

ondeajeaj+1s˜ao os limites do elementoj. Definindo-se a frac¸˜ao entre a energia de deformac¸˜ao

da viga e a energia de deformac¸˜ao do elementoj, escreve-se:

Fij = Uij Ui (5) sendo ne X i=1 Fij = 1 (6)

(4)

onden ´e o n´umero de modos utilizados.

As express˜oes podem ser escritas de forma an´aloga para o caso de uma viga danificada: F∗ ij = U∗ ij U∗ i (7) U∗ i = 1 2 Z L 0 EI∗(x)µ ∂ 2 φ∗ i ∂x2 ¶2 dx (8) U∗ ij = 1 2 Z aj+1 aj EI∗(x)µ ∂ 2 φ∗ i ∂x2 ¶2 dx (9)

onde o sobrescrito (∗) denota o caso danificado.

Para casos de pequenos danos a aproximac¸˜ao de primeira ordem fornece: F∗

ij = Fij+termos de ordem superior (10)

Obt´em-se ent˜ao, dividindo-seF∗

ij porFij e desprezando os termos de ordem superior:

1 = U ∗ ij/Ui∗ Uij/Ui = Raj+1 aj EI ∗ j(x) ³2φ∗ i ∂x2 ´ dx/RL 0 EI ∗(x)³∂2φ∗i ∂x2 ´ dx Raj+1 aj EIj(x) ³ ∂2φ i ∂x2 ´ dx/RL 0 EI(x) ³ ∂2φ i ∂x2 ´ dx (11)

Utilizando-se o teorema do valor m´edio generalizado para uma func¸˜ao f cont´ınua e uma func¸˜aog n˜ao negativa e integr´avel, tem-se:

x ∈ [a, b] /ˆ Z b a f (x)g(x)dx = f (ˆx) Z b a g(x)dx (12)

Aplicando este teorema na Eq. (11) tem-se:

1 = U ∗ ij/Ui∗ Uij/Ui = ˆ EI∗ j Raj+1 aj ³2φ∗ i ∂x2 ´ dx/ ˆEI∗RL 0 ³2φ∗ i ∂x2 ´ dx ˆ EIj Raj+1 aj ³ ∂2φ i ∂x2 ´ dx/ ˆEIRL 0 ³ ∂2φ i ∂x2 ´ dx (13)

Considerando-se um dano pequeno e localizado, pode-se simplificar a Eq. (13) por: ˆ EIj ˆ EI∗ j = Raj+1 aj ³2φ∗ i ∂x2 ´ dx/ RL 0 ³2φ∗ i ∂x2 ´ dx Raj+1 aj ³ ∂2φ i ∂x2 ´ dx/ RL 0 ³ ∂2φ i ∂x2 ´ dx (14)

Considerando-se o valor m´edio para o n´umero de modos naturais utilizados obt´em-se:

βj = ˆ EIj ˆ EI∗ j = 1 n n X i=1 Raj+1 aj ³2φ∗ i ∂x2 ´ dx/ RL 0 ³2φ∗ i ∂x2 ´ dx Raj+1 aj ³ ∂2φ i ∂x2 ´ dx/ RL 0 ³ ∂2φ i ∂x2 ´ dx (15)

ondeβj ´e o indicador de dano do elementoj. Para se dar um tratamento estat´ıstico aos valores

obtidos paraβ, pode-se definir a vari´avel Zj como sendo:

Zj =

βj−β

σβ

(16) ondeβ e σβ s˜ao, respectivamente, o valor-m´edio e o desvio-padr˜ao deβ.

(5)

3. APLICAC¸ ˜AO

A aplicac¸˜ao da metodologia apresentada demanda a implementac¸˜ao computacional de 2 (dois) programas:

• din2004.m - programa desenvolvido para an´alise modal de p´ortico plano;

• dano.m - implementac¸˜ao computacional das Eq. (15) e Eq. (16) (equac¸˜oes do MID). Ambos os programas foram desenvolvidos em ambiente MATLAB.

O programa “din2004.m” fornecer´a os dados necess´arios para a primeira parte do trabalho, em que se estuda a sensibilidade das caracter´ısticas modais frente ao efeito do dano, bem como servir´a de suporte na determinac¸˜ao das formas modais utilizadas como dados de entrada do programa dano.m.

Conforme j´a ressaltado na metodologia, analisa-se neste trabalho uma viga bi-apoiada dis-cretizada em elementos de p´ortico plano mostrada na Fig. 1.

PONTOS NODAIS

0.5m

12 m

ELEMENTO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Figura 1: Viga bi-apoiada discretizada em elementos de p´ortico plano

A Figura 2 mostra as caracter´ısticas geom´etricas da sec¸˜ao transversal bem como as carac-ter´ısticas f´ısicas do material que constitui a viga.

Perfil I 15" x 63,3

Módulo de Elasticidade = 210 GPa Área da Seção Transversal = 80,6 cm² Momento de Inércia = 18580 cm Massa Específica = 7850 kg/m³ d = 38,10 cm b = 14,00 cm t = 1,58 cm t = 1,04 cm 4 f w f

t

f

d

b

f

t

w

t

f

Figura 2: Caracter´ısticas geom´etricas da sec¸˜ao transversal da viga

As freq¨uˆencias naturais obtidas para a viga analisada atrav´es da Eq. (1) variam a medida em que se modifica o elemento danificado na modelagem computacional. Para um dano provocado de 2,5% (reduc¸˜ao de 2,5% do m´odulo de elasticidade do material constituinte do elemento danificado), pode-se construir o gr´afico mostrado na Fig. 3, no qual no eixo horizontal tem-se o elemento onde foi provocado o dano e no eixo vertical tem-se a raz˜ao entre a freq¨uˆencia natural obtida para a estrutura danificada (W di) e a freq¨uˆencia natural para a estrutura s˜a -Wi - (sem

elementos danificados). Este procedimento foi aplicado `as 3 primeiras freq¨uˆencias naturais da viga, resultando nas 3 s´eries mostradas na Fig. 3. Em func¸˜ao da simetria do problema, apresentam-se os resultados apenas para a metade da viga.

A partir destas an´alises preliminares ´e poss´ıvel avaliar quais as regi˜oes mais sens´ıveis `a presenc¸a de danos e quais as freq¨uˆencias naturais mais afetadas. Neste caso fica claro que o dano no elemento 12 influencia de forma mais efetiva `a primeira e `a terceira freq¨uˆencias naturais. Identifica-se tamb´em que a segunda freq¨uˆencia natural ´e a mais influenciada pela presenc¸a de dano nos elementos 6 e 7.

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0 2 4 6 8 10 12 0.9988 0.999 0.9992 0.9994 0.9996 0.9998 1 Elementos Wdi / Wi Freqüência 1 Freqüência 2 Freqüência 3

Figura 3: Relac¸˜ao entre as freq¨uˆencias danificadas e naturais da viga

Sabendo-se que os elementos 1 e 12 s˜ao, respectivamente, aqueles que mais e menos influ-enciam a primeira freq¨uˆencia natural da viga, faz-se agora uma an´alise quantitativa, variando-se o n´ıvel de dano para estes elementos. Na Figura 4 tem-se a evoluc¸˜ao da primeira freq¨uˆencia na-tural da viga a medida em que o dano nos elementos1 (Fig. 4a) e 12 (Fig. 4b) variam entre zero (estrutura s˜a) e 5%. A Figura 4c mostra os gr´aficos da Fig. 4a e Fig. 4b juntos. Estas figuras deixam claro que as freq¨uˆencias naturais da estrutura variam relativamente pouco quando se au-menta o n´ıvel de danos provocados, o que pode dificultar uma relac¸˜ao direta com as freq¨uˆencias naturais, sobretudo para o caso de dados vibracionais extra´ıdos de an´alises experimentais, no qual pequenas variac¸˜oes de freq¨uˆencias podem ser atribu´ıdas a problemas inerentes `as medic¸˜oes. Curvas an´alogas `as da Fig. 4 podem ser obtidas para as demais freq¨uˆencias naturais.

Uma vez obtido o perfil de sensibilidade das caracter´ısticas modais da estrutura analisada frente ao efeito do dano, passa-se, agora, para uma an´alise via MID.

O MID foi aplicado `a viga mostrada na Fig. 1, inicialmente, em 3 situac¸˜oes distintas: • Estrutura com dano de 2,5% no elemento 1;

• Estrutura com dano de 2,5% no elemento 12; • Estrutura com dano de 2,5% nos elementos 1 e 12.

Utilizando-se apenas os resultados obtidos para o primeiro modo de vibrac¸˜ao (obtido com maior exatid˜ao), apresenta-se o gr´afico da Fig. 5, no qual se observa que o MID detectou todos os elementos onde foram provocados os danos, mesmo o elemento 1, verificado como sendo aquele que menos influencia na variac¸˜ao da primeira freq¨uˆencia natural quando o mesmo est´a submetido a dano.

Aplicando-se o MID ao modelo da Fig. 1 e variando-se o n´ıvel de dano entre 0 e 5% no elemento 1 (Fig. 6a), no qual se tem a menor sensibilidade para a primeira freq¨uˆencia natural, obteve-se valores deβ crescentes com o n´ıvel de dano no elemento. A mesma an´alise foi feita com o elemento 12 (mais sens´ıvel para a primeira freq¨uˆencia natural), obtendo-se o gr´afico da Fig. 6b, em que tamb´em se obteve uma relac¸˜ao linear entre o dano provocado e a amplitude de β.

(7)

0 1 2 3 4 5 53.8222 53.8223 53.8224 53.8225 53.8226 53.8227 53.8228 53.8229 53.823 Progressão do Dano (%) Freqüência (rad/s)

(a) Dano no elemento 1

0 1 2 3 4 5 53.7 53.72 53.74 53.76 53.78 53.8 53.82 53.84 Progressão do Dano (%) Freqüência (rad/s) (b) Dano no elemento 12 0 1 2 3 4 5 53.7 53.72 53.74 53.76 53.78 53.8 53.82 53.84 Progressão do Dano (%) Freqüência (rad/s) Elemento 12 Elemento 1

(c) Dano nos elementos 1 e 12

Figura 4: Variac¸˜ao da 1afreq¨uˆencia natural devido `a progress˜ao de danos nos elementos 1 e 12

0 5 10 15 20 25 −1 0 1 2 3 4 5 Elementos Z Dano em 1 Dano em 12 Dano em 1 e 12

(8)

Estas an´alises mostram que os valores de β obtidos no MID podem se relacionar direta-mente n˜ao s´o com a posic¸˜ao do dano, como tamb´em com seu grau de intensidade.

Finalizando as an´alises via MID, faz-se mais trˆes testes buscando verificar a robustez do m´etodo:

• Viga com dano de 0,5% nos elementos 2, 7, 11, 15, 19 e 23 (Fig. 7a). O resultado obtido para Z (Eq.16) nesta an´alise ´e mostrado na Fig. 7b;

• Viga com dano de 0,5% nos elementos 9 e 23 e com dano de 1,0% nos elementos 2 e 16 (Fig. 8a). O resultado obtido para Z (Eq.16) nesta an´alise ´e mostrado na Fig. 8b;

• Viga com dano de 0,5% nos elementos 2, 3, 4, 11, 12, 13, 21, 22 e 23 (Fig. 9a). O resultado obtido para Z (Eq.16) nesta an´alise ´e mostrado na Fig. 9b;

De uma forma geral, observa-se nestes testes que o MID n˜ao s´o localizou os elementos danificados, como tamb´em obteve valores de Z (Eq.16) proporcionais ao n´ıvel de dano provo-cado. 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 1 1.01 1.02 1.03 1.04 1.05 1.06 1.07 1.08 1.09 Progressão do Dano (%) β

(a) Progress˜ao do dano no elemento 1

0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 1 1.005 1.01 1.015 1.02 1.025 Progressão do Dano (%) β

(b) Progress˜ao do dano no elemento 12

Figura 6: Progress˜ao do dano nos elementos 1 e 12

4. CONCLUS ˜OES

A an´alise sistem´atica indicou que a mudanc¸a dos valores dos dados vibracionais est´a rela-cionada com a localizac¸˜ao de ocorrˆencia do dano na estrutura. Conjuntamente, para os n´ıveis de dano analisados, a an´alise direta da variac¸˜ao dos dados vibracionais pode ser pouco relevante, dificultando a avaliac¸˜ao do dano estrutural.

Testes foram feitos em um modelo de detecc¸˜ao de dano que se baseou na an´alise da variac¸˜ao da energia de deformac¸˜ao de flex˜ao do primeiro modo de vibrac¸˜ao da estrutura sem dano e danificada. O m´etodo mostrou-se bastante robusto, obtendo a localizac¸˜ao e uma id´eia da quantificac¸˜ao do dano estrutural em qualquer parte da estrutura, mesmo em regi˜oes que pouco afetam as caracter´ısticas modais.

(9)

2 7 11 15 19 23

(a) Croquis da viga

0 5 10 15 20 25 −1.5 −1 −0.5 0 0.5 1 1.5 Elementos Z (b) Representac¸˜ao do dano

Figura 7: Aplicac¸˜ao de dano de 0,5% nos elementos 2, 7, 11, 15, 19 e 23 da viga

2 9 16 23

(a) Croquis da viga

0 5 10 15 20 25 −1 −0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 Elementos Z (b) Representac¸˜ao do dano

Figura 8: Aplicac¸˜ao de dano de 0,5% nos elementos 9 e 23 e 1,0% nos elementos 2 e 16 da viga

2 3 4 11 12 13 21 22 23

(a) Croquis da viga

0 5 10 15 20 25 −2 −1.5 −1 −0.5 0 0.5 1 1.5 2 Elementos Z (b) Representac¸˜ao do dano

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Agradecimentos

Os autores agradecem ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient´ıfico e Tec-nol´ogico), `a FAPEMIG (Fundac¸˜ao de Amparo `a Pesquisa do Estado de Minas Gerais) e `a UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) pelo aux´ılio financeiro e ao LNCC (Laborat´orio Na-cional de Computac¸˜ao Cient´ıfica) pelo suporte de softwares.

REFER ˆ ENCIAS

Alvandi, A., Cremona, C., 2002, “Reliability of bridge integrity assessment by dynamica test-ing”, First European Workshop on Structural Health Monitoring, Ecole Normale Sup´erieure de Cachan.

Barbosa, H.J.C, Borges, C.C.H., 2001, “A Genetic Algorithm for Damage Identification in Framed Structures Using Vibration Data”, IX International Symposium on Dynamic Problems of Mechanics, pp 47-52, Florian´opolis, SC..

Clough, R.W., Penzien, J., 1993, “Dynamic of Structures”, McGraw-Hill.

Cornwell, P.J., Doebling, S.W., Farrar, C.R., 1999, “Application of the Strain Energy Damage Detection Method to Plate-Like Structures”, Journal of Sound and Vibration, vol.224, n.2, pp.359-374.

Doebling, S.W., Farrar, C.R., Prime, M.B., Shevitz, D.W., 1996, “Damage identification and health monitoring of structural and mechanical systems from changes in their vibration char-acteristics: a literature review”, Technical Report LA-1307-MS, Los Alamos National Labo-ratory, New Mexico.

Vilela J., Ribeiro H. C., Guevara-Jr. N.O., Barbosa F. S., Barra L. P. S., 2003, “Investigac¸˜ao do processo de ´osseo-integrac¸˜ao de implantes dent´arios atrav´es de respostas dinˆamicas”, XXIV CILAMCE Iberian Latin American Congress on Computational Methods, Ouro Preto, MG Brasil.

Referências

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