• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA"

Copied!
47
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DE GASODUTOS:

IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

Sara Bianco

ORIENTADOR: Prof. Dr. Fábio Souto de Almeida

TRÊS RIOS - RJ

JUNHO – 2019

(2)

2

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE - DCMA

PLANEJAMENTO, IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DE GASODUTOS:

IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

Sara Bianco

Monografia apresentada ao curso de Gestão Ambiental, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Gestão Ambiental da UFRRJ, Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

TRÊS RIOS - RJ

JUNHO – 2019

(3)

3 Bianco, Sara, 1993-

Planejamento, implantação e operação de gasodutos: impactos ambientais e medidas mitigadoras/ Sara Bianco - 2019.

47f.: 3 tabs.

Orientador: Fábio Souto de Almeida.

Monografia (bacharelado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto Três Rios.

Bibliografia: f. 42-47.

1. degradação ambiental - dutos de gás - empreendimentos lineares – Monografia. . I. Sara, Bianco. II. Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto Três Rios. III. Título

(4)

4

(5)

5

Dedicatória

“Dedico esse trabalho, a toda minha família, em especial aos meus pais Antônio Henrique e Mirian, por terem sempre me apoiado, com tanto amor e carinho.”

(6)

6 AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente aos meus pais, Mirian e Antônio Henrique, pela oportunidade que me deram. Pelas dificuldades que enfrentaram para eu poder me formar, pelas noites sem dormir preocupados comigo ou me ajudando a estudar, pelas horas me ouvindo, por me socorrer sempre que eu precisei e pelo apoio que sempre me dão. Não teria conseguido sem vocês, essa vitória é tão minha, quanto de vocês. Amo vocês.

Agradeço a minha família, em especial a minha avó Lydia, que esteve me apoiando, me ajudando e me guiando por todos esses anos. Agradeço aos meus tios, Denise, Reginaldo, Andrea e Celso, e ao meu irmão, Matheus, por não me deixarem desistir, por cada palavra de consolo e incentivos que me deram, não sei como seria sem vocês. Obrigada as minhas primas, Julia e Manoela, por sempre me fazerem sorrir. Vocês são um exemplo de família. As minhas amigas, Ingrid e Maria Fernanda, por sempre terem estado ao meu lado, no meio dos meus choros e alegrias, por cada momento, por cada bronca, por cada sorriso e abraço, por cada preocupação e incentivo, obrigada por não terem deixado eu largar tudo, e por não terem me deixado, encontrei em vocês o que faltava, ganhei duas irmãs, amo vocês. Ao G e Renan, por todo amor e carinho que tem por mim. A Lívia, Ivyn e agregados, obrigada por todos os anos me ajudando a evoluir, obrigada por não me deixarem sozinha e por todos os anos de amizades, vou levar vocês pra sempre comigo.

Obrigada ITR, professores, coordenadores e técnicos, pela oportunidade de fazer um curso tão incrível. Obrigado especial ao meu orientador Fábio Souto, por ser uma pessoa tão maravilhosa, um orientador atencioso e por ter confiado em mim. Agradeço também as professoras, Olga Gomes e Fabiola Garrido, vocês são as melhores.

Bom, agradeço a todos que de uma forma ou outra participaram da minha jornada, vocês me ajudaram a evoluir, e me tornar a pessoa que sou hoje. Obrigada.

(7)

7 “A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância.”

(8)

8

RESUMO

Com o crescimento populacional amplia-se a demanda por energia, sendo as fontes não renováveis, como o gás natural, as mais utilizadas. A sua distribuição é feita através dos gasodutos, que são empreendimentos comuns atualmente no Brasil, inclusive nas regiões Sul e Sudeste. Este trabalho teve como objetivo estudar os impactos ambientais provocados por gasodutos no Brasil, analisando suas causas e efeitos. As informações foram retiradas de dez Estudos de Impacto Ambiental produzidos para atender as exigências relativas ao licenciamento ambiental de implantação e operação de gasodutos no Brasil. Foram listados os impactos ambientais previstos para as fases de planejamento, implantação e operação de gasodutos, agrupados em meio físico, biótico e socioeconômico. Também foram obtidas a natureza (impactos negativos ou positivos) e a magnitude dos impactos, que é classificada em pequena, média ou grande. Também foi definida a sua frequência absoluta e relativa. Foram identificados 82 impactos ambientais, sendo eles, 43 socioeconômicos, 29 físicos e dez bióticos, 63 de natureza negativa, 17 positivos e dois com as duas naturezas. Em relação à magnitude, 25 foram classificados como de pequena magnitude, 30 como de média, 14 como de grande e 30 foram classificados como de mais de uma magnitude. Na fase de implantação foram encontrados 61 impactos ambientais, no planejamento 14 impactos e na operação foram observadas 44 alterações ambientais diferentes. Os gasodutos provocam um número maior de impactos ambientais negativos que positivos, sendo o meio socioeconômico e o meio físico os mais afetados. Dentre as fases do empreendimento, a de implantação foi a que mais apresentou impactos ambientais. Para que esses impactos negativos não provoquem expressiva degradação ambiental, são recomendadas nos Estudos de Impacto Ambiental diversas medidas mitigadoras, incluindo ações preventivas e corretivas, para diminuir a degradação ambiental causada pelos gasodutos.

(9)

9

ABSTRACT

Populational growth has increased the demand for energy, and non-renewable sources have been mostly used for meeting this requirement. Natural gas, one of such sources, is distributed through currently used gas pipelines, many are located in the Southern and Southeastern regions of Brazil. This monograph addresses a study of the environmental impacts caused by gas pipelines in Brazil by means of analyses of their causes and effects. Information was obtained from ten studies on environmental impacts conducted towards meeting the legislations of the environmental licensing of implantation and operation of gas pipelines in Brazil. The environmental impacts predicted for the phases of planning, implantation and operation of gas pipelines, grouped into component of the affected environment (physical, biotic and socioeconomic) were listed and classified as negative or positive, whereas their magnitude was defined as small, medium, and large. Their absolute and relative frequencies were also defined. In total, 82 environmental impacts were identified, of which 43 are socioeconomic, 29 are physical, and 10 are biotic. Regarding their nature, 63 were considered negative, 17 were classified as positive, and two were considered both. Their magnitude was classified as small in 25 impacts, medium in 30, large in 14, and comprised more than one classification in 30. In the implantation phase 61 impacts were detected, whereas 14 and 44 were observed in the planning an operation phases, respectively. The implantation phase led to most environmental impacts. The gas pipelines have shown to cause more negative impacts than positive ones, which requires a correct implementation of mitigating measures, recommended in Environmental Impact Study, for reducing such damages and avoiding an expressive environmental degradation.

(10)

10

LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

ANP – Agência Nacional de Petróleo APP – Área de Preservação Permanente BEM – Balanço Energético Nacional

COMGÁS – Companhia de Gás de São Paulo

COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente DLN – Departamento de Legislação e Normas

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral EDA – Estudo de Dispersão Atmosférico

EIA - Estudo de Impacto Ambiental EPE – Empresa de Pesquisa Energética GM – Gasoduto Marítimo

GM/T – Gasoduto Marinha e Terrestre GNC - Gás Natural Comprimido GNL – Gás Natural Liquefeito GNV – Gás Natural Veicular

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional PAC – Plano de Construção Ambiental

PAE – Plano de Ação de Emergência

PGAO – Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras PGR – Plano de Gerenciamento de Risco

RDGN – Rede de Distribuição de Gás Natural RETAP – Rede Tubular de Alta Pressão RIMA – Relatório de Impacto Ambiental SMA – Secretaria do Meio Ambiente

TGNL – Terminal Offshore de Gás Natural Liquefeito UC – Unidade de Conservação

(11)

11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização geográfica dos gasodutos cujos estudos ambientais foram utilizados na presente pesquisa no Estado do Mato Grosso do Sul e nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil...19

(12)

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de planejamento de gasodutos...22 Tabela 2. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de implantação de gasodutos...24 Tabela 3. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de operação de uma atividade de gasoduto...35

(13)

13

Sumário

1. INTRODUÇÃO ... 14 1.1 OBJETIVO GERAL ... 16 1.1.1 Objetivos Específicos ... 16 2. MATERIAIS E MÉTODOS ... 17 2.1. ÁREA DE ESTUDO... 17 2.2. METODOLOGIA ... 19 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 20 3.1. FASE DE PLANEJAMENTO ... 20 3.2. FASE DE IMPLANTAÇÃO ... 23

3.2.1 Fase de Implantação – Meio Socioeconômico ... 28

3.2.2 Fase de Implantação – Meio Biótico ... 29

3.2.3 Fase de Implantação – Meio Físico ... 32

3.3. FASE DE OPERAÇÃO ... 33

3.3.1 Fase de Operação – Meio Socioeconômico ... 34

3.3.2 Fase de Operação – Meio Biótico ... 38

3.3.3 Fase de Operação – Meio Físico ... 39

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

(14)

14

1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional, a industrialização e o aumento da frota de veículos automotores estão entre os fatores que vem causando o aumento da demanda por energia (Viana 2015). Porém, observa-se que o baixo consumo de energia está relacionado a uma menor expectativa de vida e a altas taxas de analfabetismo e mortalidade infantil (Goldemberg 1998). Assim, a baixa disponibilidade energética pode causar agravos à população e afetar a qualidade de vida, pois o consumo de energia é necessário, por exemplo, para a geração de bens e serviços, o transporte de cargas e pessoas e o desenvolvimento científico e tecnológico.

As fontes de energias são classificadas em renováveis, como a biomassa, a energia hidráulica, a eólica e a solar, e não renováveis, exemplo do carvão mineral, do petróleo e do gás natural (EPE 2019). Dados do balanço energético nacional (BEN 2017) indicam que 42,9% da oferta interna de energia no Brasil é referente a fontes renováveis, principalmente hidráulica e biomassa, e a maior parte (57,1%) é devido a fontes não renováveis – petróleo e derivados (36,4%), gás natural (13%), carvão mineral (5,7%), urânio (1,4%) e outras fontes não renováveis (0,6%) (EPE 2018).

A matriz energética brasileira vem se diversificando, aumentando a produção de energia a partir de fontes renováveis (Ferraz & Codeceira 2017). Mas o gás natural ainda é expressivamente relevante na atualidade, sendo composto por hidrocarbonetos, principalmente metano (CH4), mas também por etano (C2H6) e propano (C3H8) (ANP 2019a).

Esse gás vem sendo obtido no Brasil em reservatórios geológicos e é amplamente utilizado como combustível para veículos automotores, originando o Gás Natural Veicular (GNV) (ANP 2019a).

A distribuição do gás natural da fonte até os consumidores é feita por gasodutos, atividade essa que se trata de um “monopólio natural”, que geralmente ocorre quando existem grandes plantas industriais com custos baixos, dificultando o surgimento de concorrentes (Costa 2005). Contudo, o prestador do serviço de transporte do gás natural deve ser regulado. No Brasil, essa regulação é realizada pela Agencia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) (ANP 2019b). Esses empreendimentos lineares são comuns atualmente, principalmente nas proximidades das regiões onde está sendo realizada a extração do gás. Existem dezenas de gasodutos em operação no Brasil, atingindo mais de 9000 km de extensão (Petrobras 2019). Os gasodutos estão localizados principalmente nos estados

(15)

15 brasileiros banhados pelo Oceano Atlântico, incluindo os das regiões Sudeste e Sul (Petrobras 2019). Devido à sua natureza, o planejamento, a implantação e a operação de gasodutos podem gerar alterações ambientais expressivas, sendo necessário utilizar mecanismos para minimizar os danos.

No sentido de reduzir a degradação ambiental causada pelos empreendimentos, o licenciamento ambiental brasileiro adota uma postura preventiva ao exigir que diversos empreendimentos apresentem estudos discriminando as possíveis alterações ambientais decorrentes de suas atividades (IBAMA 2016). Para os empreendimentos que possam causar significativa degradação ambiental, a licença somente será concedida após a confecção do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) (Almeida

et al. 2017, Brasil 1981). De acordo com o Art. 2º da Resolução do Conselho Nacional do

Meio Ambiente CONAMA 01 de 1986 (Brasil 1986), para a instalação e operação dos dutos do gás natural é necessário produzir previamente o Estudo de Impacto Ambiental, por ser um empreendimento potencialmente causador de danos ambientais significantes (Brasil 1986). Nesses estudos, além de discriminar os impactos ambientais que ocorrerão nas fases de planejamento, implantação e operação, também é necessário citar medidas para mitigar as alterações ambientais negativas previstas (Brasil 1986, Pinto 2018).

Inúmeros problemas ambientais estão associados com a obtenção e o uso de energia (Martins et al. 2015). Assim, nesse trabalho são analisados os impactos ambientais previstos em EIAs para o licenciamento de gasodutos e as medidas para mitigar os impactos negativos. Isso é importante para fundamentar futuros estudos ambientais, buscando que sejam mais precisos, gerando prognósticos mais detalhados e reais das condições futuras da área de influência do empreendimento, para melhor embasar o processo decisório de licenciamento. O presente trabalho também pode auxiliar na melhor proposição de medidas úteis para mitigar as alterações ambientais negativas provocadas pelos gasodutos.

(16)

16 1.1 OBJETIVO GERAL

Estudar os impactos ambientais causados por gasodutos no Brasil, analisando suas causas e efeitos.

1.1.1 Objetivos Específicos

 Listar as alterações ambientais provocadas por gasodutos nas fases de planejamento, implantação e operação.

 Avaliar os impactos ambientais em função da sua natureza, magnitude e frequência.

 Estudar os compartimentos do meio ambiente (meio físico, biológico e socioeconômico) impactados pelos gasodutos.

 Analisar as ações mitigatórias recomendadas para os impactos ambientais encontrados.

(17)

17

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. ÁREA DE ESTUDO

No presente trabalho foram utilizados dados de Estudos de Impacto Ambiental confeccionados para a obtenção da licença prévia de gasodutos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, além de um projeto no Estado do Mato Grosso do Sul. As regiões Sul e Sudeste comportam 40 gasodutos (ANP 2018).

A região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) é a menor do Brasil em extensão (576.743,308 km²) e apresenta 29.949.824 habitantes (IBGE 2019). Apresenta a agropecuária como importante para a sua economia, mais também possui polos industriais. Nessa região ocorrem ecossistemas do Bioma Mata Atlântica e Pampa. Além dos estados da região Sul, o Sudeste também é banhado pelo Oceano Atlântico, possuindo rica biodiversidade marinha e variados ecossistemas costeiros, como mangues e restingas. O Sudeste (Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) é a região brasileira mais populosa (88.300.798 habitantes), com território de 924.565,469 km² (IBGE 2019). No Sudeste ocorrem os Biomas Cerrado e Caatinga, mas a maior parte do território da região está sob o domínio do Bioma Mata Atlântica. Essa região é marcada pelas atividades industriais, acumulando 54% do PIB brasileiro, mas também apresenta importantes pontos turísticos e nela está localizado o maior campo de exploração de petróleo. O Estado de Mato Grosso do Sul tem população estimada em 2.748.023 habitantes e extensão de 357.145,535 km² (IBGE 2018), possuindo áreas de Cerrado e Pantanal.

Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes Estudos de Impacto Ambiental (Figura 1):

1. Rede de distribuição de Gás Natural (RDGN) – Rio Grande: esse empreendimento está localizado no município de Rio Grande, região litorânea do Estado do Rio Grande do Sul. A população é estimada em 207.036 habitantes (IBGE 2019), apresenta elevada atividade industrial, a Refinaria de Petróleo Riograndense e o porto com a quarta maior movimentação de cargas do Brasil (IBGE 2019).

(18)

18 2. Gasoduto Cacimbas-Vitória: apresenta 130 km de extensão, ligando os municípios de Vitória e Linhares, Estado do Espirito Santo. Linhares apresenta 141.306 habitantes, está localizada no litoral do Espirito Santo e é grande produtor de petróleo e gás natural, apresentando ainda importantes atividades agropecuárias (EIA Cacimbas-Vitória 2003, IBGE 2019, Prefeitura de Linhares 2019). A economia do município de Vitoria está associada a atividades industriais, ao comércio e ao turismo, possuindo 355.875 habitantes (IBGE 2019).

3. Gasoduto Caraguatatuba – Taubaté: Caraguatatuba localiza-se no litoral do Estado de São Paulo, apresenta 88.815 habitantes e apresenta atrativos naturais que atraem turistas (IBGE 2019). Taubaté possui expressivas atividades agropecuárias, sendo ainda importante polo industrial e comercial, apresenta uma população estimada em 305.174 habitantes (IBGE 2019).

4. Ampliação da rede de distribuição de gás natural do município de Curitiba: Curitiba é a capital do Estado do Paraná e apresenta 1.908.359 habitantes (IBGE 2019).

5. Projeto de reforço estrutural de suprimento de gás da baixada Santista: localizada no litoral do Estado de São Paulo, a 72 km de distância da capital do Estado, possui 432.957 habitante e um importante porto (IBGE 2019). Cubatão está a 58 km de distância da capital do Estado, apresenta um importante polo industrial e população de 129.760 habitantes (IBGE 2019).

6. Reforço RETAP – Rede Tubular de Alta Pressão: Piratininga, Estado de São Paulo, apresenta população de 12.072 habitantes e a economia local é baseada em atividades agrícolas e industriais (IBGE 2019). Já São Bernardo do Campo possui população de 833.240 habitantes (IBGE 2019).

7. Projeto Verde Atlântico Energias – Baixada Santista: o gasoduto atravessa os municípios de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, São Vicente e Cubatão, todos do Estado de São Paulo. As atividades econômicas abrangem o turismo, o comércio e a produção industrial.

8. Gasoduto Rota 3 - Campo de Franco, na Bacia de Santos, ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro - COMPERJ, em Itaboraí (RJ): Itaboraí e Maricá localizam-se no litoral do Estado do Rio de Janeiro. Itaboraí apresentam 238.695 habitantes e Maricá um total de 157.789 habitantes (IBGE 2019). A Bacia de Santos possui área total de 350 mil quilômetros quadrados, e se estende de Cabo Frio (Rio de Janeiro) até Florianópolis (Santa Catarina), sendo a maior bacia sedimentar marítima brasileira (Petrobras 2019).

(19)

19 9. Estudo de Impacto Ambiental para o trecho brasileiro do gasoduto Bolívia – Brasil: o gasoduto tem extensão de 2.315 km no território brasileiro, passando pelos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, atravessando 173 municípios.

10. Atividade de Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos - Etapa 2: os dados coletados são de parte de um conjunto de projetos que desenvolve a produção e escoamento de petróleo e gás natural da Bacia de Santos, consistindo de 15 trechos de gasodutos marítimos (Petrobrás 2019).

Figura 1. Localização geográfica dos gasodutos cujos estudos ambientais foram utilizados na presente pesquisa no Estado do Mato Grosso do Sul e nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil.

2.2. METODOLOGIA

Nesse estudo foram listados os impactos ambientais previstos para afetar as áreas de influência dos gasodutos, conforme mencionados nos dez EIAs citados acima. São denominados como impactos ambientais quaisquer alterações nos componentes do meio ambiente que tenham sido derivadas de atividades antrópicas (Almeida et al. 2017).

(20)

20 As análises das alterações ambientais foram baseadas na proposta metodológica de Landes (2016), também utilizada por Pinto (2018). Os impactos foram estudados por fase do empreendimento: planejamento, implantação e operação. Além disso, foram agrupados em função do componente do meio que será afetado: meio físico, engloba os recursos hídricos, o solo, a atmosfera e os componentes geológicos; meio biológico, inclui a biodiversidade; e o meio socioeconômico, engloba a população, sua cultura e economia (Brasil 1986).

Também foram obtidos dos estudos ambientais a natureza dos impactos e a magnitude. A natureza pode ser benéfica/positiva ou adversa/negativa (Rio de Janeiro 1997). A magnitude é relacionada à extensão e dimensão da alteração ambiental, sendo apontada com viés subjetivo como pequena, média ou grande (Rio de Janeiro 1997). A frequência absoluta indica o número de estudos nos quais o impacto provocado pelos gasodutos foi citado e a frequência relativa é a porcentagem de estudos em que a alteração ambiental foi prevista.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados um total de 82 impactos ambientais, sendo 17 positivos, 63 negativos e dois classificados como positivos e negativos. O número de impactos ambientais negativos é cerca de quatro vezes maior do que o número de impactos positivos, o que demonstra que a construção e a operação de um gasoduto devem ser planejadas adequadamente e os seus impactos avaliados minuciosamente no Estudo de Impacto Ambiental. É comum que os empreendimentos licenciados com Estudos de Impacto Ambiental apresentem um número expressivamente maior de alterações ambientais negativas que positivas (Pinto 2018, Alvim 2017). Em relação à magnitude, 25 impactos ambientais foram classificados como de magnitude pequena, 30 média, 14 grande e 13 obtiveram mais de um tipo de magnitude. Em outros estudos foi observada a tendência da classificação dos impactos positivos como de magnitude grande e as alterações negativas como de menores magnitudes (Landes 2016), porém esse viés não foi observado no presente estudo. Os empreendimentos ocasionaram mais alterações no meio socioeconômico (43 impactos), que no físico (29 impactos) e no biótico (dez impactos).

(21)

21 Na fase de planejamento foram encontrados 14 impactos ambientais, sendo 11 deles negativos e três positivos (Tabela 1). Foi observado que três impactos ambientais foram classificados como de magnitude pequena, oito como de magnitude média, um de magnitude grande e dois impactos foram classificados com mais de uma magnitude. A magnitude de um impacto pode variar de um EIA para outro, mesmo sendo o mesmo impacto, pois a sua classificação depende da avaliação subjetiva do profissional que está desenvolvendo essa parte do estudo, das características do empreendimento e da área em que estará sendo impactada. Durante a fase de planejamento, não é comum que sejam afetados outros meios além do socioeconômico (Alvim 2017), porém nesse estudo foram encontrados quatro impactos no meio físico, dois no meio biótico e oito no meio socioeconômico.

Conforme o planejamento do gasoduto é realizado são gerados alguns impactos, como a geração de expectativa na população pela divulgação do empreendimento, podendo causar angustia na população local, por temerem que ocorra algum impacto ambiental negativo expressivo, incluindo o aumento no tráfego de automóveis, acidentes com os moradores ou algum tipo poluição (EIA RETAP 2011). Para que não haja essa ansiedade na comunidade local, o empreendedor como forma de ação mitigatória poderá fazer a adequada divulgação do empreendimento, antecipando os possíveis impactos e informando que as alterações ambientais negativas que possam ocorrer durante as fases de construção e operação do gasoduto serão controladas, além de esclarecer as dúvidas da população (EIA RETAP 2011). A desapropriação e aquisição de terrenos é um impacto socioeconômico. As propriedades em que o duto passa devem ser avaliadas e, como medida compensatória, é feito um acordo de indenização da faixa de servidão entre o proprietário e o empreendedor, para compensar pelas restrições de uso da área que serão estabelecidas onde o duto for instalado (EIA Gasoduto Rota 3 2014). A interferência em terras e populações indígenas também é um impacto socioeconômico. Mesmo sendo um impacto de magnitude média, sempre que possível, as atividades para implantação e operação devem ser realizadas fora das terras indígenas e não deve-se permitir a perambulação dos funcionários além da faixa de construção. Deve ser levado em consideração o sentimento de ameaça ao equilíbrio socioambiental ou interferências na realidade local. Como ação mitigatória é recomendado a inclusão de programas de comunicação social e educação ambiental no treinamento dos trabalhadores, com orientações voltadas a questões indígenas, sempre mantendo contato com os líderes da aldeia para esclarecimento de dúvidas e apresentação do empreendimento (EIA Cacimbas-Vitoria 2003).

(22)

22 Tabela 1. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de planejamento de gasodutos.

Meio

Afetado Impacto Ambiental

Estudos Ambientais

Frequência Relativa (%)

Frequência

Absoluta Natureza Magnitude

S oc ioe con ômi co

Geração de expectativa na população 5 - 6 - 7 - 8 - 10 50% 5 N M

Aumento da oferta de empregos 2 - 3 20% 2 P M

Pressão sobre a infraestrutura de Serviços

Essenciais 2 10% 1 N M

Interferência sobre os modos de vida das

populações 2 10% 1 N M

Dinamização da economia local 3 10% 1 P M

Desapropriações e aquisições de terrenos para o

estabelecimento da faixa da servidão 8 10% 1 N P

Mobilização da sociedade civil 10 10% 1 P M

Interferência em terras e populações indígenas 2 10% 1 N M

F

ís

ic

o

Alteração na rede de drenagem 2 - 3 20% 2 N P - M

Início ou aceleração de processos erosivos 2 - 3 20% 2 N P - M

Interferência em áreas com autorização e

concessões minerais 2 10% 1 N P

Restrições ao uso do solo 2 10% 1 N M

Bi

óti

co Perturbação da fauna 2 10% 1 N P

(23)

23 3.2. FASE DE IMPLANTAÇÃO

Na fase de implantação foram encontrados 61 impactos ambientais, causando alterações no meio físico (16 impactos), socioeconômico (33 impactos) e biótico (12 impactos), sendo 52 impactos negativos, sete positivos e dois positivos e negativos (Tabela 2). A maioria dos impactos ambientais foi classificada como possuindo magnitude pequena (21 impactos), 18 impactos receberam magnitude média, sete foram classificados como de magnitude grande e 15 com mais de uma magnitude. Entre os impactos mais frequentes durante a fase de implantação foram observados o desencadeamento de processos erosivos, a redução da cobertura vegetal, a perturbação da fauna, a pressão em serviços públicos e equipamentos sociais, a dinamização econômica no local e o aumento da oferta de empregos.

Durante a fase de implantação de um gasoduto é comum que ocorra o aumento da oferta de empregos, pela demanda por mão de obra para as atividades necessárias para o empreendimento. A perturbação da fauna e flora ocorre pelos ruídos emitidos durante as obras, pela possível supressão da vegetação e também pelo aumento de pressão de caça, devido aos trabalhadores e pelos gasodutos facilitarem o trânsito de caçadores. Além disso, a implantação dos gasodutos pode ocasionar alterações no setor de turismo, pela degradação da paisagem, por exemplo, e a dinamização da economia local, por atrair pessoas para as localidades onde o empreendimento irá ocorrer e pelo surgimento de novos empreendimentos. O aumento da população local pode provocar ainda a pressão em serviços públicos e equipamentos sociais. O desencadeamento de processos erosivos irá ocorrer pelas escavações e movimentação do solo, necessárias para a implantação dos gasodutos, pela abertura de vias de acesso e possíveis supressões da vegetação. É importante ressaltar que parte dos impactos constatados para a fase de implantação dos gasodutos são temporários, pois irão cessar após o fim dessa fase do empreendimento (Rio de Janeiro 1997).

(24)

24 Tabela 2. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de implantação de gasodutos.

Meio

Afetado Impacto Ambiental Estudos Ambientais

Frequência Relativa

(%)

Frequência

Absoluta Natureza Magnitude

Bi

óti

co

Redução da Cobertura Vegetal 1 – 2 - 3 - 4 – 5 - 6 - 7 - 8 - 9 90% 9 N P – M - G

Perturbação da fauna 1 - 2 - 5 - 7 - 8 - 9 - 10 70% 7 N P

Alteração nas comunidades aquáticas 5 - 7 - 8 - 9 - 10 50% 5 N P

Interferência em Unidades de Conservação e

Outras Áreas Protegidas 1 -5 - 6 - 7 - 8 50% 5 N P - M

Redução de Habitats da Fauna 4 - 6 - 7 - 10 40% 4 N G

Introdução de espécies exóticas 8 - 10 20% 2 N M -G

Alteração da paisagem 1 - 7 20% 2 N P - M

Aumento da pressão de caça 7 - 9 20% 2 N P

Pressão sobre a biota 3 10% 1 N M

Favorecimento da proliferação de vetores 4 10% 1 N P

Perda de espécimes da fauna terrestre 7 10% 1 N M

Risco de abalroamento de cetáceos e quelônios 8 10% 1 N P

S oc ioe con ômi co Interferência/pressão em infraestruturas,

Serviços públicos e equipamentos sociais 2 – 3 - 4 - 5 – 6 - 7 - 8 - 9 - 10 90% 9 N P - M

Aumento da Oferta de Emprego 2 - 3 - 4 - 6 - 8 - 9 - 10 70% 7 P M

(25)

25 Continuação: Tabela 2. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de implantação de gasodutos.

Meio

Afetado Impacto Ambiental

Estudos Ambientais Frequência Relativa (%) Frequência

Absoluta Natureza Magnitude

S oc ioe con ômi co

Possibilidade de Interferências sobre o Patrimônio

Arqueológico 2 - 3 – 6 - 8 - 9 50% 5 N G

Alteração do uso do solo 3 - 5 - 8 – 9 - 10 50% 5 N P - M

Aumento de arrecadação fiscal 5 - 7 - 8 - 9 40% 4 P M

Interferência na rota de navegação 6 - 7 - 8 - 10 40% 4 N P

Geração de Expectativas da população do entorno 4 - 5 - 10 30% 3 N M

Interferências das obras com o trânsito existente 4 - 1 - 8 30% 3 N P

Interferência na atividade pesqueira 5 - 7 - 8 30% 3 N G

Alteração do setor de turismo 7 - 8 - 10 30% 3 P/N M

Interferência sobre os modos de vida das populações 2 - 8 20% 2 N M - G

Mobilização e desmobilização de mão de obra 5 - 7 20% 2 P/N M - G

Interferência no cotidiano da população local 3 - 6 20% 2 N M

Aumento do tráfego de veículos, de ruídos e de poeiras 3 - 9 20% 2 N P - M

Pressão sobre a infraestrutura portuária 8 - 10 20% 2 N P - M

Interferências sobre a infraestrutura hidráulica, energética

e viária existente 8 - 9 20% 2 N M

Perturbação da população do entorno 4 - 7 20% 2 N M - G

Afluxo da força de trabalho 2 10% 1 N P

Interferências com terras e populações indígenas 2 10% 1 N P

(26)

26 Continuação: Tabela 2. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de implantação de gasodutos.

Meio

Afetado Impacto Ambiental Estudos Ambientais

Frequência Relativa (%)

Frequência

Absoluta Natureza Magnitude

S oc io ec on ômi co Desapropriação e realocação 7 10% 1 N G

Interferências sobre o patrimônio cultural e natural 7 10% 1 N M

Mobilização da Sociedade Civil 10 10% 1 P M

Pressão sobre a infraestrutura de disposição final de

resíduos sólidos 8 10% 1 N P

Incremento das atividades de comércio e serviços 8 10% 1 P P

Interferência sobre o cotidiano da população

(poluição) 8 10% 1 N M

Alteração do quadro demográfico 9 10% 1 N G

Melhoria dos acessos vicinais para a execução das

obras 9 10% 1 P P

Aumento do custo de vida 10 10% 1 N M

Fortalecimento da Indústria Petrolífera e Naval 10 10% 1 P G

Aumento da especulação imobiliária 10 10% 1 N P

Alteração do quadro de saúde pela vinda de população

(27)

27 Continuação: Tabela 2. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de implantação de gasodutos.

Meio

Afetado Impacto Ambiental Estudos Ambientais

Frequência Relativa (%)

Frequência

Absoluta Natureza Magnitude

F

ís

ic

o

Desencadeamento de processos erosivos 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9 90% 9 N M Interferências com áreas de autorização e

concessões minerárias 2 - 3 - 8 - 7 - 9 50% 5 N P

Alteração da qualidade do ar 1 - 4 - 5 - 6 - 8 50% 5 N P

Alterações nos níveis de ruído 1 - 5 - 6 - 9 40% 4 N P

Alteração da qualidade da água superficial 5 - 6 - 8 - 10 40% 4 N P - M

Alteração na qualidade do solo 1 - 5 - 8 30% 3 N P

Alteração na qualidade da água - porção marinha 7 - 8 20% 2 N P - M

Desagregação e suspensão de sedimento no trecho

submerso 8 - 10 20% 2 N P - G

Alteração da morfologia de fundo do assoalho

marinho 8 - 10 20% 2 N P - M

Alteração da rede de drenagem 2 - 3 20% 2 N P

Alteração da qualidade dos recursos hídricos 4 - 7 20% 2 N M

Geração de resíduos sólidos e efluentes líquidos 4 10% 1 N P

Alteração na qualidade ambiental devido à

disposição inadequada dos resíduos sólidos 6 10% 1 N M

Riscos de contaminação das aguas e do solo por

derrames acidentais 6 10% 1 N M

Instabilização de encostas por causa das obras 9 10% 1 N P

Carreamento de sólidos / Assoreamento da rede de

(28)

28 3.2.1 Fase de Implantação – Meio Socioeconômico

Nessa fase do empreendimento foram encontrados mais impactos no meio socioeconômico, do que no físico e no biótico. Os impactos positivos mais encontrados nesse meio foram a dinamização da economia local e o aumento da oferta de emprego, ambos encontrados em 70% dos estudos. Como são impactos benéficos, foram realizadas apenas recomendações pelos profissionais que elaboraram os estudos ambientais. Para a dinamização da economia local é recomendado que privilegie o comércio, serviços e contratações locais, para que assim possa garantir esse efeito na localidade onde o empreendimento está instalado (EIA Cacimbas-Vitoria 2003). Para o aumento da oferta de empregos é sugerido que, para que esse impacto seja potencializado, sejam feitos cadastros de mão-de-obra disponível e, quando forem feitas as contratações locais, expandir para trabalhadores de comunidades próximas (EIA Cacimbas-Vitoria 2003).

O impacto mais encontrado na análise dos EIAs foi a interferência/pressão em infraestrutura, serviços públicos e equipamentos sociais, observado em 90% dos estudos. Pode ocorrer em municípios que possuem uma rede de serviços bastante simples e, com a chegada de novos trabalhadores, ou elevação da renda familiar, pode pressionar a infraestrutura local, como a relativa à saúde, hospedagem, saneamento básico e alimentação, por exemplo (EIA Cacimbas-Vitoria 2003). Para minimizar esses problemas é recomendado a contratação de mão de obra local, implantação de infraestrutura para o atendimento à população e trabalhadores, além da negociação com o poder público local, para achar alternativas para reduzir essa pressão. Também é recomendado que sejam adotadas medidas conforme a Portaria nº 3214 de 1978 (Brasil 1978), normas de segurança de trabalho e execução do Plano de Construção Ambiental – PAC (EIA Cacimbas-Vitoria 2003).

A possibilidade de interferências no patrimônio arqueológico é um impacto negativo, sendo ocasionada pelas escavações. Para isso, é recomendado que seja feito um acompanhamento das obras, desenvolvendo pesquisas detalhadas que indiquem onde ocorrem vestígios de ocupação pretérita (EIA Cacimbas-Vitoria 2003). Além disso, pode-se elaborar um programa de pesquisa arqueológica, conforme estabelecido pela Portaria 07 de 1988 (Brasil 1988) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e seguindo a Lei 3924 de 1961 (Brasil 1961), e ações de monitoramento e resgate do material encontrado durante a obra (EIA Cacimbas-Vitoria 2003).

(29)

29 A alteração no setor de turismo é um impacto de média magnitude. Por ser um empreendimento relativamente grande, passa por várias cidades, sendo umas litorâneas e outras não. Alguns dutos ficam localizados em rodovias, não interferindo com o turismo local. Em pontos litorâneos, para os dutos que passam na areia da praia, só vai haver restrições durante as obras, após o termino poderá ser usada toda a extensão da faixa. As interferências causadas à atividade turística podem ser mitigadas com medidas e sistemas de controle na fase de obras, diminuindo o incômodo ao turista (EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016). Para potencializar o turismo local, pode-se qualificar os cidadãos locais para trabalharem com turismo, para alavancar essa atividade (EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016).

A alteração no quadro de saúde da população local pode ser causada pela chegada de novos trabalhadores, podendo assim alterar a saúde dos moradores próximos à área do gasoduto. Esse é um impacto que apareceu em 10% dos estudos. Como medida mitigatória é recomendada a contratação de mão-de-obra local, que sejam feitos exames médicos durante o recrutamento e ao longo da obra, tratamento adequado da água, resíduos e esgoto nas obras, e educação ambiental e sanitária para os funcionários (EIA Gasoduto Brasil-Bolívia 1997).

3.2.2 Fase de Implantação – Meio Biótico

Nos ambientes continentais, existe o impacto de redução da cobertura vegetal e perturbação da flora e sua natureza é negativa. Esse impacto é encontrado nos lugares onde ocorre a construção do projeto. É realizada uma limpeza e a preparação do local, implicando na retirada da cobertura vegetal nativa, com posterior escavação do solo para o assentamento da tubulação. É encontrado especialmente na área diretamente afetada e no canteiro de obra. As medidas de controle são necessárias para que seja evitada a supressão de remanescentes ao entorno das áreas autorizadas. A supressão deve ser controlada e compensada conforme a legislação, no âmbito do Programa de Compensação Ambiental (EIA Rio Grande 2016, EIA Projeto Atlântico Energias 2016), no qual é fixado um valor de compensação ambiental, e definido o local da destinação pelo órgão licenciador (ICMBIO 2019).

A perturbação na fauna é um impacto encontrado em 70% dos estudos, sendo negativo e de magnitude pequena. Esse impacto pode ser ocasionado por diferentes fatores, como a redução de vegetação, diminuindo o habitat para a fauna, stress com o trânsito de pessoas e

(30)

30 equipamentos e a mortalidade dos animais, mesmo que em pequena quantidade, caso algum animal caia e fique preso na vala aberta. A emissão de ruídos pode causar a fuga, interferindo na composição e estrutura da comunidade biótica e em interações ecológicas. O aumento da pressão da caça pode ocorrer, levando em consideração a possibilidade de que alguns trabalhadores que estejam envolvidos na obra pratiquem a caça. São recomendadas algumas medidas, como, monitoramento do deslocamento da fauna, para a proteção dos animais ameaçados, treinamento e educação ambiental, para que os trabalhadores envolvidos se conscientizem de que não devem caçar e da importância da retirada dos animais das proximidades das obras (EIA Cacimbas-Vitória 2003).

Interferências em unidades de conservação e outras áreas protegidas é um impacto negativo que foi encontrado em metade dos estudos analisados. Para que possa ser feita a implantação do gasoduto são necessárias ações de limpeza e preparação de terreno, fazendo a retirada de vegetação, movimentando terra, corte de morros e aterros. Algumas das obras passam dentro de áreas protegidas, como unidades de conservação e áreas de preservação permanente. As medidas de controle e programas associados são diferentes para cada área protegida, em função de normas específicas:

Deverão ser integralmente atendidas as disposições da Informação Técnica do Departamento de Legislação e Normas - DLN 20/2016, da Fundação Florestal, relativa, dentro outras, à possíveis melhorias de projeto necessárias à redução dos potencias impactos do projeto sobre as Unidades de Conservação - UC mais próximas e vulneráveis. Também destaca-se a necessidade de atendimento da Resolução Secretaria do Meio Ambiente - SMA nº85/12 (São Paulo 2012) e das Resoluções Conama nº 428/10 (Brasil 2010) e 473/15 (Brasil, 2015), que dispõem, no âmbito do licenciamento ambiental, sobre a autorização dos órgãos responsáveis pela administração de UC, de que trata 3º, do artigo 36, da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000 (Brasil 2000), e dá providências correlatas (EIA – Verde Atlântico Energias 2016).

Para a remoção da vegetação das Áreas de Preservação Permanente (APP), por ser um impacto não mitigável, deverão então ser implementadas medidas compensatórias (São Paulo 2017; EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016). Nesse caso, podem ser realizados reflorestamentos em outros locais ou o financiamento de projetos de unidades de conservação, por exemplo.

(31)

31 No caso do empreendimento afetar ambiente marinho ou cursos d’água, pode ocorrer o impacto negativo alteração da comunidade aquática. Pode ocorrer em função de obras como a da instalação de um gasoduto marinho, associado ao processo de dragagem, para aprofundar o canal de navegação, ao píer e a implantação de quebra-mar (EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016). Para minimizar esse impacto, durante a instalação do gasoduto marítimo, a dragagem será realizada em um curto intervalo de tempo, para reduzir a magnitude do impacto. É interessante que ocorra o monitoramento da qualidade da água durante a execução das obras, conforme os padrões observados na Resolução Conama nº 357/05 (Brasil 2005), e o monitoramento também da biota aquática, analisando as eventuais interferências. Na parte continental podem ser realizadas medidas de controle de erosão e acompanhamento de alteração nas águas superficiais, para reduzir impacto sobre o ecossistema aquático (EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016).

O impacto negativo introdução de espécies exóticas foi encontrado em estudos localizados na Bacia de Santos. A introdução dessas espécies é realizada em função de incrustações nos cascos das embarcações e de água de lastro, durante o transporte entre o ponto de apoio até a área de instalação dos dutos (EIA Gasoduto rota 3 2014). Nesse caso para que se minimize esse impacto existe uma norma para ser seguida (NORMAM – 20/DPC), que é o gerenciamento de água de lastro (EIA Gasoduto rota 3 2014).

Mesmo a caça de animais silvestres sendo uma atividade ilegal, ainda ocorre em muitas regiões brasileiras. O aumento da pressão da caça, até mesmo dentro de unidades de conservação, é um impacto de ocorrência bastante provável. Com o aumento da população é esperado que haja maior pressão na caça, sendo os mamíferos e aves os mais afetados (EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016). Esse impacto é negativo, de magnitude pequena e foi encontrado em 20% dos estudos. Para a mitigação desse impacto são realizadas ações ambientais específicas, são propostos Programas de Educação Ambiental e Plano de Gerenciamento Ambiental das Obras (PGAO), visando conscientizar a população ligada direta e indiretamente à obra do gasoduto. Deve-se preparar também ações de monitoramento do impacto da pressão da caça (EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016).

(32)

32 3.2.3 Fase de Implantação – Meio Físico

O impacto de desencadeamento de processos erosivos, foi encontrado em 90% dos estudos, é de natureza negativa e de média magnitude. É comum que ocorra esse processo erosivo com a movimentação do solo associada a declividade do local da obra. Assim, onde a declividade é maior, o processo erosivo é mais forte. Para que o solo tenha uma maior estabilidade, e assim um ocorra um controle melhor desse processo, são recomendadas algumas medidas, incluindo identificar, caracterizar e monitorar os possíveis processos erosivos e, a partir disso, propor medidas para que haja uma contenção nas erosões, conforme as características observadas (EIA Rota 3 2014). Métodos físicos, com obras de alvenaria, e biológicos, com o aumento da cobertura vegetal para proteger e manter a estabilidade do solo, podem ser utilizados.

Interferência sobre áreas de concessão de direitos minerários é um impacto ambiental de natureza negativa e de pequena magnitude. Em 50% dos estudos foi encontrado esse impacto, assim, foi identificada a presença de áreas com Autorização de Pesquisa e Concessão de Lavra, requeridas ou expedidas pelo Departamento Nacional de Produção Minerária (DNPM) em locais onde vai haver a obra do gasoduto. Quando isso ocorre é recomendado que o empreendedor faça o pedido ao DNPM de bloqueio da área onde o duto vai passar, o mais rápido possível. A medida adotada contra esse impacto é compensatória, já que não é possível desenvolver atividades minerárias na área, então deve-se observar as legislações específicas no processo de licenciamento, com o DNPM responsável e, sendo necessário, ressarcir o proprietário da área (EIA Rota 3 2014).

A alteração da qualidade do ar é um impacto, negativo, encontrado em 50% dos estudos e de magnitude pequena. É um impacto causado pela construção do canteiro de obra e áreas de apoio, como também pela a supressão da vegetação, terraplanagem, limpeza da área, movimentação de veículos e máquinas e a abertura do acesso viário. Com a movimentação da terra e a emissão de gases dos veículos e máquinas a qualidade do ar é alterada. Como medidas de controle, pode ser realizada a umectação das vias de acesso, com caminhões pipas em locais onde for realizada supressão de vegetação, controle de velocidade nas áreas de terra, os caminhões que carregam terra e brita devem ser cobertos, os veículos e maquinas devem ser lavados para que não caia mais sedimentos nas vias, e é feita a manutenção e

(33)

33 revisão nos veículos e equipamentos, como uma medida de prevenção de emissão de poluentes (EIA Reforço do Gasoduto Baixada Santista 2018).

A alteração na rede de drenagem é um impacto negativo de magnitude pequena, encontrado em 20% dos estudos trabalhados. Essas alterações ocorrem devido a realização da terraplanagem e movimentação da terra, que são necessárias para melhorar ou abrir vias de acesso. Se nenhuma medida for adotada, é possível que ocorra processos erosivos, levando sedimento para os cursos d’água, ocasionando assoreamento e afetando a qualidade da agua. Durante toda a fase de implantação deverá ocorrer monitoramento nessas vias, principalmente após as chuvas. Como medida mitigatória, é recomendada que as grandes travessias sejam projetadas visando reduzir os efeitos negativos sobre a drenagem, através do levantamento do curso d’agua das travessias, caracterizando as condições dos leitos e margens. A cobertura de vegetação sobre o solo pode funcionar como proteção, evitando a exposição do solo. Deve-se evitar processos de erosão ou transporte de sedimentos, evitar modificar o escoamento normal do curso d’agua, realizar inspeções nas travessias sempre que possível e implantar o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (EIA Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté 2006).

A alteração na morfologia do fundo do assoalho marinho é um impacto ambiental negativo, encontrado em 20% dos estudos, sua magnitude varia em pequeno e médio. Para esse impacto deve ser realizado o controle das interferências que ocorrerão antes e depois das instalações dos gasodutos. Devem ser monitorados os parâmetros físicos e químicos da água, a caracterização da qualidade de sedimentos e a microfauna bentônica, sendo realizadas medidas corretivas quando necessárias (EIA Rota 3 2014).

3.3. FASE DE OPERAÇÃO

Nessa fase foram encontrados 44 impactos ambientais, ocorrendo no meio físico (11 impactos), socioeconômico (24 impactos) e biótico (nove impactos), com 29 negativos e 15 positivos (Tabela 3). Diversos benefícios advindos de grandes empreendimentos surgem apenas na fase de operação, acarretando em impactos positivos não observados nas fases de planejamento e operação (Bento 2018). A magnitude foi classificada em pequena (12 impactos), média (17 impactos), grande (nove impactos) e seis foram classificados com mais de uma magnitude. O vazamento de gás e explosão e a redução das emissões atmosféricas das

(34)

34 indústrias com a utilização de gás natural são exemplos de aspectos ambientais que foram citados como impactos ambientais.

3.3.1 Fase de Operação – Meio Socioeconômico

Entre os impactos ambientais mais frequentes na fase de operação estavam a restrição do uso do solo e ocupação do solo local, dinamização da economia, interferência da atividade pesqueira e exposição da população ao risco de acidente. A interferência no uso e ocupação do solo na faixa do gasoduto aparece em 70% dos estudos e é um impacto negativo. Deve ser realizada a manutenção da faixa do gasoduto, sendo permitido a continuidade do uso, caso seja um jardim, uma pastagem ou área de cultivo. A restrição é apenas para árvores de grande porte e o sistema radicular do que for plantado não pode ultrapassar a profundidade de 40 cm, como também é limitado o tráfego de veículos pesados, construções de edificações, dentre outras atividades que podem colocar a tubulação em risco. A população local deve ser alertada sobre as atividades permitidas ou não na área dos dutos e deve-se aplicar a compensação ambiental (EIA Reforço RETAP 2010).

A dinamização da econômica é um impacto positivo, de média magnitude, encontrado em 40% dos estudos. Na fase de operação o gasoduto atrai outros empreendimentos, empresários e novos habitantes para a localidade, que dependem dessa matriz energética, ajudando a dinamizar a economia. Por ser um impacto positivo, é feito uma medida potencializadora, com um Programa de Comunicação Social (EIA Reforço do Gasoduto da Baixada Santista – 2018, EIA Reforço RETAP 2010).

A exposição da população ao risco de acidente é um impacto negativo, de pequena magnitude e ocorre em 40% dos estudos. Esse impacto ocorre pelo gás natural ser inflamável. Como medida preventiva, o perigo deve ser comunicado à população e deve ser elaborado um Plano de Ação de Emergência (PAE) (EIA Reforço RETAP 2010).

A interferência na atividade pesqueira é um impacto de magnitude média e negativo, encontrado em 40% dos estudos analisados. Para mitigar essa interferência pode ocorrer a comunicação entre o empreendedor e os pescadores, informando sobre os procedimentos de navegação e segurança a serem seguidos durante a operação dos gasodutos (EIA Rota 3 2014).

(35)

35 Tabela 3. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de operação de uma atividade de gasoduto.

Meio

Afetado Impacto Ambiental

Estudos Ambientais Frequência Relativa (%) Frequência

Absoluta Natureza Magnitude

Bi

óti

co

Interferências pontuais sobre a fauna local 1 - 5 - 7 30% 3 N P

Interferência em Unidades de Conservação e Outras Áreas

protegidas 5 - 8 20% 2 N P

Alteração nas comunidades aquáticas 5 - 7 20% 2 N P - G

Introdução de espécies exóticas 8 - 10 10% 2 N P - G

Proteção à Área de Proteção Permanente 1 10% 1 P G

Colonização de comunidades biológicas incrustantes 8 10% 1 N M

Pressão sobre a biota 3 10% 1 N M

Alteração nos remanescentes florestais 3 10% 1 N M

Surgimento de habitat de fundo consolidado pela instalação

de estruturas submersas 7 10% 1 P P S oc ioe con ômi co

Restrição de uso e ocupação do solo local 2 - 3 - 5 - 6 - 7 -

8 - 10 70% 7 N P – M

Dinamização da economia 5 - 6 - 7 - 10 40% 4 P M

Interferência na atividade pesqueira 5 - 7 - 8 - 10 40% 4 N M

Exposição da população ao risco de acidentes 6 - 7 - 8 - 9 40% 4 N P

Interferência sobre os Modos de Vida das Populações 2 - 3 - 7 30% 3 N M

Aumento da disponibilidade de gás natural 3 - 7 - 9 30% 3 P G

(36)

36 Continuação: Tabela 3. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de operação de uma atividade de gasoduto.

Meio

Afetado Impacto Ambiental

Estudos Ambientais

Frequência Relativa (%)

Frequência

Absoluta Natureza Magnitude

S oc ioe con ômi co

Aumento da receita tributária com incremento da

economia local e estadual 1 - 7 20% 2 P M

Melhoria no Fornecimento de Energia 4 - 6 20% 2 P G

Aumento da arrecadação fiscal 5 - 7 20% 2 P P – M

Interferência/pressão em infraestruturas, Serviços públicos

e equipamentos sociais 9 - 10 20% 2 N P – M

Aumento da disponibilidade de combustível 2 10% 1 P M

Vazamento de gás e explosão 4 10% 1 N G

Melhoria da qualidade do ar e, redução de doenças

respiratórias 6 10% 1 P G

Aumento da capacidade de escoamento de gás produzido

na Bacia de Santos 8 10% 1 P G

Alteração no quadro de saúde pela vinda de população

externa 9 10% 1 N M

Aumento da especulação imobiliária 10 10% 1 N P

Mobilização da Sociedade Civil 10 10% 1 P M

Aumento do custo de vida 10 10% 1 N M

Interferência mas atividades de turismo e lazer 10 10% 1 N M

Fortalecimento da Indústria Petrolífera e Naval 10 10% 1 P M

Alteração do tráfego marítimo 10 10% 1 N P

Pressão sobre a infraestrutura portuária 10 10% 1 N M

(37)

37 Continuação: Tabela 3. Impactos ambientais previstos, estudos ambientais, frequência relativa, frequência absoluta, natureza e magnitude na fase de operação de uma atividade de gasoduto.

Meio

Afetado Impacto Ambiental

Estudos Ambientais

Frequência Relativa (%)

Frequência

Absoluta Natureza Magnitude

F

ís

ic

o

Alteração nos níveis de ruído 5 - 7 20% 2 N P - M

Alteração da qualidade do ar 5 - 7 20% 2 N M

Redução das emissões atmosféricas das indústrias com a

utilização do gás natural 4 - 9 20% 2 P G

Alteração da qualidade da água superficial 5 10% 1 N M

Emissão de campos elétricos e magnéticos 7 10% 1 N P

Alteração na qualidade das águas marinhas 7 10% 1 N P

Desencadeamento e intensificação de processos de dinâmica

superficial 7 10% 1 N M

Alteração da hidrodinâmica marinha e da sedimentação

praial 7 10% 1 N P

Alteração da morfologia do fundo do assoalho marinho 8 10% 1 N P

Interferência sobre áreas de concessão de direitos minerários 8 10% 1 N P

(38)

38 O vazamento de gás e explosão foi encontrado em 10 % dos casos, com magnitude grande e natureza negativa. Pode ocorrer em função de falhas na rede de distribuição de gás, ou interferência, como escavações. Para mitigar esse impacto pode ser utilizada a sinalização, indicando a presença dos dutos, um canal de atendimento da aos usuários, uma equipe capacitada para emergências e executar a obra conforme as normas de segurança (EIA Ampliação Gasoduto Curitiba 2017).

O aumento do custo de vida está em 10% dos estudos, com natureza negativa e magnitude média. É ocasionado pela divulgação do empreendimento, e demanda de bens e serviços, maior circulação de pessoas, aumento no comércio e serviços ofertados, provocando maior especulação imobiliária (EIA Etapa 2 Bacia de Santos 2014). Para esse impacto, não foi encontrada medida mitigadora ou compensatória.

3.3.2 Fase de Operação – Meio Biótico

A interferência pontual na fauna local é um impacto encontrado em 30% dos casos analisados, de magnitude pequena e natureza negativa. É ocasionado pela retirada da vegetação, reduzindo o habitat, e o afugentando os animais, podendo causar consequências posteriores. A circulação dos veículos e embarcações para o transporte de funcionários e equipamentos aumenta a incidência de ruídos e vibrações, ocasionando o afugentamento de animais da localidade. As ações mitigatórias são medidas de controle da supressão vegetal, fazendo o resgate da fauna existente, educação ambiental, para que haja respeito e cuidado com a fauna durante a fase de operação, monitoramento dos grupos considerados bioindicadores e a compensação ambiental (EIA Reforço do Gasoduto Baixada Santista 2018).

A alteração na comunidade aquática, encontrado em 20% dos trabalhos, é um impacto de natureza negativa e a magnitude foi classificada como pequena e grande. Durante a fase de operação os ruídos e vibrações, emitidos pela navegação de navios, afugenta os animais aquáticos para áreas adjacentes, ocasionando o aumento pela competição por recursos na área onde as populações aumentam. O aumento de circulação de navios pode provocar a chegada de espécies invasoras, podendo causar a perda da biodiversidade aquática nativa, e também colocar em risco a saúde humana, pela introdução de vetores de doenças. Durante a fase de operação está previsto o bombardeamento de água estuarina para o aquecimento e

(39)

39 regaseificação do Gás Natural Liquefeito, podendo ocasionar a sucção de organismos aquáticos, Quando liberada, a água está ligeiramente mais fria, alterando a composição e a estrutura das comunidades biológicas. Como ação mitigadora são recomendadas o monitoramento da qualidade da água e comunidades aquáticas e controle de espécies exóticas (EIA Reforço do Gasoduto Baixada Santista 2018).

O surgimento de habitats de fundo pela instalação de estruturas submersas é um impacto positivo, de magnitude pequena, é foi encontrado em 10% dos estudos. A estrutura do gasoduto na parte marinha é usada como habitat para colonização de comunidades bentônicas e nécton. Por ser um impacto positivo, não existe medida mitigatória, mas em um EIA foi indicado o Subprograma de Monitoramento da Biota Aquática, para acompanhar as variações nas comunidades bióticas aquáticas (EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016). Esse impacto ser considerado como positivo é questionável, pois o surgimento de novos habitats pode provocar desequilíbrios nas comunidades bióticas.

3.3.3 Fase de Operação – Meio Físico

A redução das emissões atmosféricas das indústrias com a utilização do gás natural é um impacto positivo, de grande magnitude e foi encontrado em 20% dos estudos analisados. A queima do gás natural comparada com outras fontes de energia provoca uma emissão bem menor de poluentes atmosféricos, proporcionando para a região uma melhor qualidade no ar (EIA Ampliação Gasoduto Curitiba 2017).

A alteração na qualidade do ar, na fase de operação, é diferente da fase de implantação, as emissões nessa fase são encontradas na estação de recebimento do gás natural e operações no terminal. Para mitigar podem ser utilizadas as melhores tecnologias e ocorrer o monitoramento da qualidade do ar, aplicando-se medidas corretivas caso ocorram problemas (EIA Reforço Gasoduto Baixada Santista 2018).

A alteração no nível de ruído é um impacto negativo de magnitude média, e constatado em 20% dos estudos. Na fase de operação só ocorre pressão sonora na estação de recebimento do gás natural na área industrial e não apresenta incomodo à população. Como ação mitigatória, é feita a manutenção periódica do maquinário (EIA Reforço Gasoduto Baixada Santista 2018).

(40)

40 A alteração na hidrodinâmica marinha e da sedimentação praial, é um impacto negativo, de magnitude pequena, que foi encontrado em 10% dos estudos analisados, e está associado à atividade do quebra-mar para a atracação e amarração dos navios, e para transferência e descarregamento de gás. Interferindo na circulação hidrodinâmica marinha, e possível processos de erosão e sedimentação praial (EIA Projeto Verde Atlântico Energias 2016).

A manutenção do duto é um aspecto ambiental, mas foi encontrado em 10% dos estudos, é de magnitude média e natureza negativa. É necessário realizar a manutenção na faixa de servidão. O solo na faixa de servidão pode ser utilizado a uma profundidade de até 40cm, podendo ser cultivado, mas não com árvores. Os serviços de manutenção incluem a roçada periódica e a sinalização da aérea (EIA Reforço RETAP 2010).

(41)

41

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante as fases de planejamento, implantação e operação de um gasoduto ocorre um número maior de impactos ambientais negativos que positivos. Para que esses impactos negativos não provoquem expressiva degradação ambiental, são recomendadas medidas mitigatórias nos estudos ambientais que, se forem implementadas corretamente, podem diminuir a degradação ambiental causada pelos gasodutos. Dentre as fases do empreendimento, a de implantação foi a que mais apresentou impactos ambientais. As magnitudes desses impactos encontrados durante todas as fases são, em sua maioria, pequena e média, sendo o socioeconômico o meio mais afetado.

Vale ressaltar que, dentre todos os impactos, os seguintes estão entre os mais relevantes: a redução da cobertura vegetal; o desencadeamento de processos erosivos; e a interferência/pressão em infraestrutura, serviços públicos e equipamentos sociais. A geração de expectativa na população é um impacto negativo, mas se houver uma medida mitigatória correta ela pode provocar a dinamização da economia local e o aumento da oferta de emprego, sendo eles, impactos positivos. Assim, com o correto planejamento e aplicação das medidas mitigadoras e maximizadoras, é possível ampliar os benefícios dos gasodutos e minimizar os problemas que podem ser ocasionados por esses empreendimentos.

(42)

42

5. REFERÊNCIAS

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (2019a) Disponível: <http://www.anp.gov.br/gas-natural>. Acessado em 22 de abril de 2019.

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (2019b) Disponível:

<http://www.anp.gov.br/movimentacao-estocagem-e-comercializacao-de-gas-natural/transporte-de-gas-natural>. Acessado em 05 de maio de 2019.

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (2018) Disponível:

<http://www.anp.gov.br/publicacoes/anuario-estatistico/anuario-estatistico-2018#Se%C3%A7%C3%A3o%202>. Acesso em: 14 de Maio de 2019.

Almeida FS, Garrido FSRG, Almeida AA (2017) Avaliação de impactos ambientais: uma introdução ao tema com ênfase na atuação do Gestor Ambiental. Diversidade e Gestão 1: 70-87.

Alvim MMA (2017) Análise dos impactos ambientais e medidas mitigadoras no planejamento, implantação e operação das rodovias no Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Gestão Ambiental), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 40p.

Bento LDP (2018) Impactos ambientais em aterros sanitários. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Gestão Ambiental), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 46p.

Brasil – República Federativa do Brasil (1961) Lei nº 3.924 de 26 de Julho de 1961.

Disponível em: <

http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Lei_3924_de_26_de_julho_de_1961.pdf>. Acesso em: 20 de Maio de 2019.

Brasil – República Federativa do Brasil (1978) Portaria nº 3.214, de 08 de Junho de 1978.

Disponível em:

<http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/ORGAOS/MTE/Portaria/P3214_78.html>. Acesso em: 20 de Maio de 2019.

Referências

Documentos relacionados

Assim, o objetivo do trabalho foi analisar a percepção ambiental dos moradores do bairro Habitat, no município de Três Rios – RJ, enquanto atores sociais atingidos por

Devido à falta de estudos voltados para a família Cactaceae na Microrregião de Três Rios e alinhado as diretrizes do Plano de Ação Nacional para Conservação das

Os parâmetros da comunidade de peixes conhecidos por responderem aos impactos antrópicos como destruição de habitats e sobrepesca (número de espécies, número de

Obteve-se o número de focos de calor identificados por satélite em cada mês do ano nas áreas das unidades de conservação federais presentes no Estado do Rio de Janeiro,

Para o estudo da distribuição geográfica e ecológica de formigas poneromorfas no sudeste do Brasil, foram coletados dados no período de janeiro a abril de 2016, através de uma

Tais estudos, além da expertise da autora, foram utilizados como base para a indicação das atividades necessárias para a implantação e operação das usinas e consequentemente

(Myrtaceae), classificada pelo CNCFlora (2012.2) como Vulnerável e pela Lista Vermelha da flora do estado de São Paulo como Em Perigo (SMA-SP 2004), neste trabalho foi

As áreas rasas da BIG que merecem maior destaque em termos de importância numérica para os Engraulidae são as praias do Retiro, Praia Grande, Corumbê, Jabaquara e