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A ABORDAGEM DA GESTÃO DE PROJETOS NOS ARTIGOS DE GESTÃO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

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A ABORDAGEM DA GESTÃO DE

PROJETOS NOS ARTIGOS DE GESTÃO

DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E

INOVAÇÃO

Warlei Agnelo de Oliveira (FNH) warlei@gmail.com Cristiana Fernandes De Muÿlder (FNH) cristiana.muylder@unihorizontes.br Andressa Pereira dos Santos Assis (FNH) andressa.assis@unihorizontes.br

O objeto de estudo do presente artigo é, por meio de uma pesquisa bibliométrica exploratória, verificar como a gestão de projetos é abordada nos artigos da área de Gestão da Ciência, Tecnologia e Inovação publicados pelos Encontros Nacionaiis da Associação de Programas de Pós-graduação em Administração denominados EnANPAD, nos anos específicos de 2005, 2006 e 2007. O referencial teórico construído, baseado nos conceitos de inovação e de gestão de projetos, aponta que a gestão de inovação pode ser realizada a partir de técnicas de gestão de projetos. Com este construto, realizou-se um levantamento e análise de dados de 25 dos 133 artigos dos eventos EnANPAD 2005 a 2007 que possuíam a palavra inovação junto com o tema “gestão de projetos” e/ou variantes. Apesar da área temática GCT-C - Empreendedorismo e Negócios Inovadores, possuir um pequeno número de artigos (apenas 3 identificados), a gestão de projetos é tratada de forma intensiva nestes projetos, fazendo com que a média de citações por artigo seja maior do que na área GCT-B - Gestão de Tecnologia e Inovação, onde intuitivamente poderia se esperar. Por fim, quando se avalia a freqüência do termo “gestão de projetos” e suas variantes, notou-se que há uma polaridade, onde poucos artigos utilizam o termo de forma muito intensiva, enquanto mais da metade dos artigos analisados citam apenas uma vez o termo, tratando o assunto com superficialidade.

Palavras-chaves: Gestão de projetos, Tecnologia da Informação, Inovação.

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2 1.1

2 INTRODUÇÃO

2.1 Contextualização

A associação entre desenvolvimento econômico e inovação se acentuou a partir da Primeira Revolução Industrial, onde as inovações tecnológicas tiveram objetivos diretos de aceleração da produção, visando redução de preços e conseqüente aumento de mercado (TIGRE, 2006, p.7).

Ao final do século XX, a palavra inovação tornou-se a “religião” industrial (MATTOS, 2005, p. 6), e aumentou seu campo de utilização, expandindo-se da área de tecnologia para as áreas da administração, que objetivam claramente a sobrevivência das organizações pelo

incremento de sua competividade. Além disso, a inovação se tornou um fator também de marketing, por meio do qual as organizações buscam se diferenciar mostrando que são inovadoras, adotando também ao seu planejamento estratégico, explicitado em suas missões. E assim, essa missão de inovar não se restringe mais a um único departamento na

organização, mas se torna objeto de trabalho de todos os colaboradores.

A aceleração do ritmo competitivo fez com que as organizações se utilizassem de ferramentas de gestão para inovar, através de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Técnicas de gestão modernas que se originaram primordialmente da administração científica clássica como Gestão da Qualidade Total, Engenharia Simultânea, Seis Sigma, Gestão de Projetos entre outras podem auxiliar a inovação nas organizações oferecendo suporte metodológico aos processos de inovação.

Dentre estes processos de gestão, no que tange à gestão de projetos, Valeriano (1998, citado por MATTOS, 2005, p. 24) afirma que “a gestão da tecnologia e da inovação é feita por projetos”. Portanto, um projeto de inovação pode ser planejado, executado e monitorado através de metodologias de gestão de projetos.

O artigo busca então identificar esta associação entre metodologias de gestão de projetos aplicadas ao processo de inovação nas organizações ou à gestão da inovação, através de pesquisa bibliométrica nos artigos do Encontro da ANPAD – EnANPAD entre 2005 a 2007.

1.2 Objetivos

Este artigo tem como objetivo verificar nos artigos publicados no EnANPAD 2005, 2006 e 2007 a explicitação de metodologias de gestão de projetos relacionadas a processos de inovação.

Especificamente, pretende-se, através de pesquisa bibliométrica, verificar como os artigos da área de Gestão da Ciência, Tecnologia e Inovação tratam de explorar, em seu conteúdo, o tema gestão de projetos como técnica da gestão da inovação e qual a distribuição do assunto entre as áreas temáticas.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Os conceitos de inovação são vários e, atualmente, diversas organizações criam seu próprio conceito particular, através de seu planejamento estratégico, estampado principalmente em

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3 suas visões e missões. O que constitui precisamente a inovação é difícil de definir e ainda mais complexo é a sua medição, sendo que muitas vezes uma maneira de descrevê-la, é explicar o que não é inovação (MATTOS, 2005, p.7).

Portanto, dentre as linhas de conceituação para entender inovação, o conceito Schumpeteriano é útil para tratar da gestão tecnológica e organizacional, pois está mais diretamente focado na melhoria da competitividade de uma empresa no mercado (TIGRE, 2006, p. 72).

Para Schumpeter (1964), a inovação é representada pela atividade de transformação de um elemento já inventado em um elemento comercialmente útil, que venha a ser aceito por um mercado. Uma inovação pode ser um novo produto ou um novo processo, uso de novas matérias primas ou uma nova forma de organização (SILVA et al., 2008, p.5).

A relação entre inovação tecnológica e desenvolvimento econômico completa-se com ação empreendedora também descrita por Schumpeter (1964).

É, contudo, o produtor que, via de regra, inicia a mudança econômica, e os consumidores, se necessário, são por ele „educados‟;eles são, por assim dizer, ensinados a desejar novas coisas, ou coisas que diferem de alguma forma daquelas que têm o hábito de consumir.

Assim sendo, vem daí a questão da “destruição criadora”, onde a inovação está à serviço do desejo de se consumir coisas novas e , que para isso, é necessária a substituição de antigos produtos e hábitos (SCHUMPETER, 1964). A mudança tecnológica constitui o motor do desenvolvimento, num processo de criação destruidora (TIGRE, 2006 p. 51).

As pesquisas mais importantes sobre inovação na União Européia e Brasil monitoram a inovação sobre três aspectos:

a) Inovação de produtos: é aquele cujas características fundamentais diferem

significativamente de todos os produtos previamente produzidos pela empresa (TIGRE, 2006, p. 73);

b) Inovação de processos: refere-se a formas de operação tecnologicamente novas ou substancialmente aprimoradas, obtidas pela introdução de novas tecnologias que alterem significativamente o nível de qualidade ou custos de produção e entrega (TIGRE, 2006, p. 73);

c) Inovação organizacional: refere-se a mudanças que ocorrem na estrutura gerencial da empresa, na forma de articulação entre suas diferentes áreas, na especialização dos trabalhadores, no relacionamento com fornecedores e clientes e nas múltiplas técnicas de organização dos processos de negócios (TIGRE, 2006, p. 73).

Analisando a inovação até o terceiro quartil do século XX, Tigre (2006, p. 34) afirma que, além das revoluções nos transportes e comunicações, três sistemas de inovações contribuíram para alterar a estrutura da indústria, gerando novos modelos de firmas e mercados: a

eletricidade, o motor a combustão e as inovações organizacionais baseadas no Fordismo e no Taylorismo. Tais modelos foram adotados primeiramente nos Estados Unidos e

posteriormente na Europa, nos seguintes países: Inglaterra, Alemanha e França, sendo em menor escala nestes últimos.

O Fordismo e o Taylorismo constitui para o segundo momento do “Desenvolvimento das Principais Teorias da Administração” (ROBBINS, 1998 citado por MORAIS, 2008, p. 8), a saber:

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4 a) Antecedentes Históricos: as contribuições pré-classistas;

b) Os primeiros anos - os teóricos clássicos, com destaque para a administração científica; c) Os primeiros anos - a abordagem dos recursos humanos, abordando desde os Estudos de

Hawthorne aos teóricos da ciência comportamental;

d) Os primeiros Anos - abordagem quantitativa, vislumbrando o surgimento da Administração como ciência;

e) Anos recentes - abordagens integradoras, desde a abordagem sistêmica até Contingencial. Dentro das abordagens integradoras, a “gestão por projetos ou “gestão de projetos” se adequa a gestão da tecnologia e da inovação, posição esta indicada por diversos autores.

Segundo Valeriano (1998, p.19), a gestão da tecnologia e da inovação é feita por projetos. Já de acordo com o guia Project Management Body of Knowledge – PMBoK -, projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo (PMI, 2004). Além do conceito de projeto dado pelo PMI - Project Management Institute pode-se perceber diversos outros, convergindo para definições semelhantes, como Valeriano (1998), Kerzner (2002), ABNT (2000), entre outros.

Ainda conforme PMI (2004), o início dos trabalhos por projetos são normalmente autorizados como um resultado de uma ou mais considerações estratégicas, a saber:

a) Uma demanda de mercado; b) Uma necessidade organizacional; c) Uma solicitação de um cliente; d) Um avanço tecnológico; e) Um requisito legal.

Cleland e Ireland (2002, p.5), também corroboram para que as questões de inovação sejam conduzidas através de gestão de projetos, considerando que esta é “...o principal meio para lidar com mudanças de produtos, de serviços e de processos nas organizações

contemporâneas”.

4 METODOLOGIA

Quanto aos objetivos do artigo, trata-se de uma pesquisa exploratória, que no entendimento de Andrade (2006, p.124), “é aquela que busca maiores informações sobre um determinado assunto”. Lakatos e Marconi (1999, p. 87) citado por OLIVEIRA (2008) acrescentam ainda que em pesquisas exploratórias “empregam-se geralmente procedimentos sistemáticos ou para obtenção de observações empíricas ou para análise de dados (ou ambas, simultaneamente)”, atendendo exatamente os objetivos propostos.

Após uma revisão de literatura específica, procurou-se identificar como o tema “Gestão de Projetos” (e suas variações) é abordado junto com a palavra “inovação” nos artigos dos eventos Anpad 2005 a 2007, dentro da área “Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação”. Quanto ao procedimento para a elaboração e execução da pesquisa foi escolhida a

Bibliometria. A Bibliometria é um conjunto de leis e princípios empíricos que contribuem para estabelecer os fundamentos teóricos da Ciência da Informação (GUEDES e

BORSCHIVER, 2005 p. 2). Em 1969, Pritchard definia a bibliometria como: “a aplicação de métodos matemáticos e estatísticos a livros, artigos e outras mídias de comunicação”,

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5 Hoje, a bibliometria é uma das quatro subdisciplinas que permitem medir os fluxos da

informação, a comunicação acadêmica e a difusão do conhecimento científico: a bibliometria, a cienciometria, a informetria e a webometria (VANTI, 2002, p.1)

Santos (2003) afirma que há 2 postulados abaixo enunciados, implícitos em todos os métodos de análise bibliométrica:

“Primeiro postulado: uma obra científica é o produto objetivo da atividade intelectual criativa. Num contexto científico, uma publicação é uma representação da atividade de pesquisa de seu autor. O maior esforço deste autor é de persuadir os pares de que suas descobertas, seus métodos e técnicas são particularmente

pertinentes. O modo de comunicação escrita fornecerá, portanto, todos os elementos técnicos, conceituais, sociais e econômicos que o autor busca afirmar ao longo de sua argumentação;”

“Segundo postulado: a atividade de publicação científica é uma eterna confrontação entre as reflexões intrínsecas do autor e os conhecimentos que ele adquiriu pela leitura dos trabalhos originários dos outros autores. Desta forma, a publicação é o resultado de uma comunicação entre a razão individual e a coletiva. Assim, os pesquisadores, para consolidar suas argumentações, fazem referência aos trabalhos dos outros pesquisadores que, constituem, com esse arranjo, um certo consenso na comunidade científica. Deste fenômeno, pode-se dizer que: existe uma relação entre todos os trabalhos científicos publicados, não sendo possível, no entanto, precisar o tipo de relação: se direta ou indireta, reconhecida ou dissimulada, consciente ou inconsciente, acordada ou não.”

Com base nestes dois postulados, Rostang (1996) citado por Santos (2003) afirma que o princípio da bibliometria tem como escopo analisar a atividade científica ou técnica através de estudos quantitativos das publicações. Assim, dados quantitativos são calculados a partir de contagens estatísticas das publicações ou de elementos extraídos das mesmas. Desta forma, pode-se dizer que, a bibliometria é um termo genérico, que reúne uma série de técnicas estatísticas buscando quantificar os processos da comunicação escrita.

5 SOBRE A ANPAD

Criada em 1976, a partir da iniciativa dos oito programas de pós-graduação então existentes no Brasil, a ANPAD - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração é hoje o principal órgão de interação entre programas associados, grupos de pesquisa da área e a comunidade internacional. Aliado a sua sólida atuação, o crescimento considerável de cursos de pós-graduação ofertados fez com que a Associação reunisse mais de 80 programas associados em uma comunidade acadêmica internacionalmente reconhecida (ANPAD, 2008) A ANPAD acolhe distintas posições teóricas, configura importante espaço de debates

acadêmicos e encampa 11 divisões, sub-áreas das ciências da administração, o que privilegia a produção científica nos mais diversos ramos de interesse, sendo 11 divisões acadêmicas, dentre elas, a área de Gestão da Ciência, Tecnologia e Inovação, escolhida para esta pesquisa. Dentro desta divisão, existem atualmente 4 áreas temáticas:

a) GCT-A - Administração de Ciência & Tecnologia; b) GCT-B - Gestão de Tecnologia e Inovação;

c) GCT-C - Empreendedorismo e Negócios Inovadores; d) GCT-D - Agregação de Valor e Agronegócios.

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6 A escolha do evento EnANPAD deve-se a sua relevância e reconhecimento por se tratar do maior encontro da comunidade científica e acadêmica da área de Administração do país (ANPAD, 2008).

6 A PESQUISA 6.1 Introdução

Após a análise do referencial teórico, considera-se que há uma intrínseca relação entre processos de inovação e gestão de projetos. Assim, a pesquisa deseja verificar se os artigos apresentados na área “Gestão da Ciência, Tecnologia e Inovação” dos eventos EnANPAD de 2005 a 2007 possuem em seu conteúdo alguma abordagem relativa a gestão de projetos e qual é a abordagem predominante.

Para que esta pesquisa bibliométrica fosse realizada, foram cumpridos os seguintes passos: a) Escolha da base de dados e período;

b) Instrumentos de automação; c) Coleta e preparação de dados; d) Análise dos dados.

6.2 Escolha da base de dados e período

Foram escolhidos os eventos EnANPAD de 2005 a 2007, que totalizam 2600 artigos em CD-ROM. O período considerado deve-se a duas características importantes:

a) a quantidade significativa de artigos e;

b) o crescimento exponencial de 2004 a 2007 de filiados ao PMI – Project Management Institute – considerada a maior organização voltada para o estudo e o desenvolvimento do tema “gestão de projetos” no mundo. Estes 3 anos foram os de maior crescimento de afiliados ao PMI no mundo em toda sua história de mais de 40 anos de existência. Assim, foram realizadas pesquisas pelos 791 artigos publicados no EnANPAD 2005, 836 artigos publicados no EnANPAD 2006 e 973 artigos publicados no EnANPAD 2007, totalizando 2600 artigos no formato Acrobat Reader (extensão PDF).

6.3 Instrumentos de automação

A quantidade expressiva de artigos necessitava instrumentos de automação para eliminar a possibilidade de erros por excesso de tarefas manuais na busca interna dos arquivos. Como a base de dados a ser analisada seria de 2600 arquivos, houve a necessidade de utilizar

instrumentos de automatismo que permitissem a redução de possíveis erros causados por tarefas manuais de busca de textos através de leitores de PDF.

Assim, foi escolhido o software “Text Filterer” versão 3.1, da Edwardsoft, que possui um avançado mecanismo de busca de texto, permitindo a localização de palavras ou frases, de forma exata ou por semelhança, bem como o armazenamento de resultados em um arquivo texto, sob a forma de um banco de dados.

Após as buscas específicas através do “Text Filterer”, as análises dos dados foram realizadas em planilha eletrônica Microsoft Excel 2003 e a análise qualitativa e quantitativa do tema “Gestão de projetos” e suas variantes utilizadas foram feitas através da ferramenta de localização de palavras e termos do software “Adobe Reader 9”.

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7 6.4 Coleta e preparação de dados

A partir dos 2600 artigos dos eventos EnANPAD de 2005 a 2007, foram realizados os seguintes filtros, conforme seqüência abaixo:

a) Dos 2600 artigos, foram selecionados aqueles com formato PDF pertencentes à área de “Gestão da Ciência, Tecnologia e Inovação”, resultando então em 133 artigos escolhidos; b) Dos 133 artigos selecionados, procedeu-se a identificação de todos os artigos que

contivessem a palavra inovação com quaisquer umas das seguintes combinações do tema “gestão de projetos”, sem diferenças entre maiúsculas e minúsculas (case sensitive):

– Gestão de (ou) por projetos;

– Gerenciamento de (ou) por projetos; – Gerência de (ou) por projetos.

Tal filtro então resultou em 25 artigos selecionados que foram copiados em pasta específica para a análise.

6.5 Análise dos dados

De posse então dos 25 artigos (18,8% da base de 133 artigos), foi realizada uma análise qualitativa e quantitativa da utilização do termo “gestão de projetos” e suas variações, dividindo a utilização dos temas dentro dos seguintes contextos selecionados:

– Como conceituação: a utilização do tema para conceituar gestão de projetos;

– Como metodologia: a utilização do tema para explicitar a metodologia de gestão de projetos utilizada no artigo ou a importância da metodologia de gestão de projetos;

– Como referência bibliográfica;

– Como competência ou capacidade organizacional: a utilização do tema para explicar algum modelo, competência ou processo em gestão de projetos;

– Como comentário: a utilização do tema como simples referência ou título do artigo, sem vínculos explícitos com os outros contextos.

A TAB. 1 mostra a divisão dos arquivos por áreas temáticas dentro da divisão acadêmica “Gestão de Ciência, Tecnologia e Informação”.

Nome do arquivo

Numero de citações por

tema/palavra Número de citações por contexto

TOTAL Gestão de

projetos Inovação Concei- tuação Metodo- logia Compe- tência Biblio- grafia Comen- tário GCTC3213 26 50 2 3 21 26 GCTA927 23 8 20 3 23 GCTB1839 15 4 12 3 15 GCTB1295 12 9 2 3 6 1 12 GCTB1462 12 1 6 6 12 GCTB3130 5 88 3 2 5 GCTB2619 3 2 3 3

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8 GCTB2928 3 11 1 2 3 GCTB708 3 6 1 2 3 GCTB1669 2 12 2 2 GCTB1872 2 6 2 2 GCTB830 2 15 1 1 2 GCTB2122 1 20 1 1 GCTB2491 1 4 1 1 GCTB2742 1 19 1 1 GCTB2789 1 1 1 1 GCTB3006TC 1 79 1 1 GCTB765 1 6 1 1 GCTB959 1 70 1 1 GCTC1988 1 13 1 1 GCTC2460 1 8 1 1 GCTD1724TC 1 2 1 1 GOLA1877 1 40 1 1 GOLA2734 1 2 1 1 GOLB967 1 2 1 1 TOTAL 121 478 4 5 54 3 55 121

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 1 – Resultado analítico dos 25 artigos pesquisados

A TAB. 2 resume a distribuição dos artigos por área temática e por ano.

Área Temática Número de artigos

Número de citações % de citações sobre o total

Média de citações por artigo GP* Inovação GP* Inovação GP* Inovação

GCT-A 3 25 50 20,7% 10,5% 8,3 16,7

GCT-B 18 67 355 55,4% 74,3% 3,7 19,7

GCT-C 3 28 71 23,1% 14,9% 9,3 23,7

GCT-D 1 1 2 0,8% 0,4% 1,0 2,0

TOTAL 25 121 478 100,0% 100,0%

Fonte: Dados da pesquisa.

* GP representa o termo “Gestão de Projetos” e suas variáveis.

Tabela 2 – Resumo estatístico dos 25 artigos pesquisados

Nota-se, no TAB. 2, que há uma grande predominância de citações do termo “gestão de projetos” e suas variações e a palavra “inovação” na área temática “GCT-B - Gestão de Tecnologia e Inovação”, o que era de se esperar. Porém, a maior média de citações por artigo do termo “gestão de projetos” e suas variações está na área temática “GCT-C-

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9 média de citações da palavra “inovação” também segue a mesma proporção, como pode-se observar.

Já a TAB. 3 dá um breve resumo estatístico descritivo:

Item Gestão de projetos e

suas variantes Inovação

Número de citações 121 478

Média de citações por artigo 2,9 19,1

Artigo com maior número de citações 26 88

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 3 – Número de citações por palavra ou tema

Nota-se pela TAB. 3 que, na média, há quase 3 citações sobre o tema “gestão de projetos” por artigo. De fato, apenas em 5 artigos dos 25 o tema aparece 88 vezes, ou seja, em 25% dos artigos, há 72,7% das citações, demonstrando alta concentração.

A TAB. 4 mostra a distribuição das citações dentro dos contextos selecionados para a análise.

Contexto da utilização do tema Número de artigos Numero de citações % do total Comentários 19 55 45,5% Competência 10 54 44,6% Metodologia 3 5 4,1% Conceituação 2 4 3,3% Bibliografia 3 3 2,5% Total 121 100,0%

Fonte: Dados da pesquisa

Tabela 4 – Número de citações por contexto

Pela TAB. 4, observa-se a predominância absoluta do tema gestão de projetos sendo utilizado como referência e para demonstrar competências organizacionais, restando menos de 10% para as 3 outras categorias. Neste sentido, também há uma forte concentração do tema no contexto “competência”, onde 2 artigos possuem 59,2% das citações e, no caso do contexto “comentários”, há maior dispersão, mas com apenas 1 artigo com 21 citações neste contexto.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo teve como objetivo verificar nos artigos publicados no EnANPAD 2005, 2006 e 2007 a explicitação de metodologias de gestão de projetos relacionadas a processos de inovação, onde através de pesquisa bibliométrica, verificou-se se os artigos que tratam de inovação exploram a metodologia de gestão de projetos como técnica da gestão da inovação.

Analisando as informações coletadas nos 133 artigos selecionados, apenas 18,8% possuem o tema gestão de projetos e suas variantes em conjunto com a palavra inovação, sinalizando que o tema “gestão de projetos” e suas variantes não é abordado de forma intensiva nos artigos, apesar do referencial teórico deixar claro que a gestão da inovação pode ser realizada através de técnicas de gerenciamento de projetos.

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10 Apesar da área temática GCT-C - Empreendedorismo e Negócios Inovadores, possuir um pequeno número de artigos (apenas 3 identificados), a gestão de projetos é tratada de forma intensiva nestes projetos, fazendo com que a média de citações por artigo seja maior do que na área GCT-B - Gestão de Tecnologia e Inovação, onde intuitivamente poderia se esperar. Por fim, quando se avalia a freqüência do termo “gestão de projetos” e suas variantes, notou-se que há uma polaridade, onde poucos artigos utilizam o termo de forma muito intensiva, enquanto mais da metade dos artigos analisados citam apenas uma vez o termo, tratando o assunto com mais superficialidade.

Importante salientar que há uma limitação do estudo devido a unidade de análise adotada ter sido o EnANPAD que, mesmo sendo o mais conceituado e maior evento da área, não é capaz de refletir sozinho como o tema estudado é aplicado no ambiente acadêmico.

Sugere-se que o estudo pode ser ampliado para um maior período e outros eventos acadêmicos e ainda analisar de forma mais aprofundada, através de novas pesquisas

exploratórias, considerando se os processos de gestão de inovação estão sendo conduzidos por metodologia de gestão de projetos.

8 REFERÊNCIAS

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Referências

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