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São Paulo - SP. Outubro de 1998

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31a Reunião Anual de Pavimentação São Paulo - SP

Outubro de 1998

Utilização do Ground Penetrating Radar na Avaliação de Pavimentos

Fernando Pugliero Gonçalves Jorge Augusto Pereira Ceratti

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RESUMO

Apresenta-se neste trabalho o potencial oferecido pelo Ground Penetrating Radar (GPR) como ferramenta auxiliar na avaliação não destrutiva de pavimentos em nosso meio. Os resultados obtidos nos levantamentos realizados apontam a possibilidade de se complementar e/ou aprimorar a metodologia atualmente disponível para avaliação de pavimentos no Brasil através do uso do GPR. Principalmente, no que se refere a identificação das espessuras das camadas que constituem a estrutura do pavimento. Além disso, a viabilidade técnico-econômica de utilização do GPR, se mostra, sem dúvida, compatível com a realidade dos órgãos rodoviários brasileiros.

1. INTRODUÇÃO

Os pavimentos sofrem um processo de degradação estrutural contínuo desde sua abertura ao tráfego, o qual tem efeitos econômicos importantes. Dessa forma, investimentos adicionais na tecnologia envolvida nas etapas de projeto, de construção e de manutenção dos pavimentos tenderão a trazer benefícios econômicos significativos para a sociedade como um todo, a uma taxa de retorno elevada. Nesse contexto, ao longo desse trabalho procura-se, fundamentalmente, discutir a aplicabilidade prática do GPR (Ground Penetrating Radar) como ferramenta auxiliar à avaliação de pavimentos. Levando-se em conta que, no Brasil, sem dúvida, uma das maiores preocupações dos projetistas e dos responsáveis pela Gerência da Manutenção dos Pavimentos é o fato de, atualmente, não se dispor de informações confiáveis acerca do histórico dos pavimentos (idade, espessura das camadas, intervenções realizadas, tipo e condições dos materiais constituintes). Sendo, relativamente comum, em rodovias de tráfego pesado, se encontrar espessuras de revestimento elevadas, em decorrência dos sucessivos recapeamentos efetuados ao longo da vida de serviço dos pavimentos.

O GPR, como apontado por Sauck (1997), vem sendo utilizado em vários campos da engenharia (ex.: investigação de tubulação soterrada, estudos de barragens e perfis estratigráficos, identificação do nível do lençol freático, caracterização de zonas fraturadas em maciços rochosos). No caso da engenharia de pavimentos a sua aplicação abrange, até o momento, domínios específicos, tais como (Uddin e Hudson, 1994; Maser et al., 1994; Mescher et al., 1996; NCHRP synthesis 255, 1998):

• Identificação das espessuras das camadas do pavimento; • Verificação das condições dos materiais das camadas;

• Investigação da presença de vazios sob placas de concreto cimento.

Diversos estudos realizados nos últimos anos demonstram o potencial do GPR, como ferramenta auxiliar às atividades de gerência dos pavimentos. Maser e Scullion (1992) e Maser et al. (1994) mostram a possibilidade de se utilizar o GPR como equipamento para identificação das espessuras das camadas do pavimento. Sendo, que o trabalho apresentado por Maser et al. (1994) inclui a avaliação dos resultados obtidos com o GPR e da metodologia de interpretação adotada em 46 diferentes seções de pavimentos localizadas em 12 estados americanos. Nessa pesquisa, os resultados derivados dos levantamentos com o GPR foram correlacionados com àqueles obtidos através da extração de corpos de prova, mostrando uma acurácia de ± 7,5 % para camadas de revestimento asfáltico e de ± 12 % para as camadas granulares de base.

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Rmeili e Scullion (1997) apresentaram um extenso estudo acerca da confiabilidade e precisão do GPR para auxiliar na caracterização das condições oferecidas pelas camadas de revestimento asfáltico. Sendo que, nesse trabalho foram comparados os resultados obtidos a partir da interpretação dos levantamentos com o GPR com aqueles fornecidos a partir de corpos de prova extraídos do pavimento. Também, Uddin e Hudson (1994), realizaram pesquisas com o propósito de avaliar o potencial dos equipamentos de GPR disponíveis à época para a identificação da presença de vazios sob placas de concreto cimento. Os resultados práticos obtidos indicam que o GPR demonstra ser bastante promissor para sua utilização como ferramenta auxiliar em Sistemas de Gerência de Pavimentos.

Ainda, com relação a aplicação de equipamentos de GPR na área de engenharia de pavimentos, destaca-se o trabalho apresentado pelo Transportation Research Board - NCHRP synthesis 255 (1998) o qual, inclui uma extensa bibliografia acerca do assunto e descreve o estado atual de utilização do GPR nos meios rodoviários americano e canadense. No que se refere ao avanço no desenvolvimento de equipamentos de GPR, Mescher et al. (1996), analisam o desempenho e as vantagens oferecidas por um equipamento concebido exclusivamente para utilização em estruturas de pavimentos. Sua configuração inclui o uso de uma antena transmissora e de duas antenas receptoras. De acordo com os autores, as inovações de hardware e software implementadas permitem a obtenção de excelentes resultados. Além disso, o equipamento possibilita a utilização de antenas com freqüência de até 2.5 GHz.

Vale destacar que, atualmente em nosso meio, a avaliação da condição estrutural dos pavimentos é baseada, fundamentalmente, no registro de defeitos de superfície, na abertura de poços de sondagem, para a identificação da natureza e das espessuras dos materiais das camadas do pavimento e na realização de provas-de-carga para medida de parâmetros de resposta da estrutura às cargas de roda em movimento (levantamentos deflectométricos). Outro aspecto importante, é o fato que o procedimento usual em algumas normas, de se realizar avaliações destrutivas a intervalos pré-fixados (como a cada 1 ou 2 km) conduz a um esforço desnecessário e pouco eficaz em termos de consumo de tempo e recursos.

2. PRINCÍPIOS DE OPERAÇÃO DO GPR

O GPR consiste de um tipo especial de radar [(ra(dio)+d(etecting)+a(nd)+r(anging)] desenvolvido para a detecção e locação de estruturas e artefatos enterrados. Um aspecto importante a ser destacado é que o GPR por si só não avalia ou quantifica os alvos detectados. Estas etapas, são de responsabilidade do interpretador o qual, atualmente, de maneira interativa, pode contar com o apoio de programas de computador desenvolvidos com propósitos específicos de auxílio à interpretação dos dados levantados.

Os equipamentos de GPR operam pela transmissão de ondas eletromagnéticas de curta freqüência, permitindo um levantamento contínuo ao longo da profundidade em estudo (ex.: interior do pavimento ou solo). No caso da avaliação de pavimentos utiliza-se antenas adaptadas a um veículo, utiliza-sendo que os pulsos eletromagnéticos emitidos refletem, retornando com um tempo e amplitude que estarão relacionados com a localização e natureza (propriedades eletromagnéticas) dos materiais constituintes da estrutura (ex.: ar/asfalto ou asfalto/base). Na Tabela 1 são apresentados exemplos de

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propriedades eletromagnéticas típicas de alguns materiais. Portanto, a detecção de uma interface entre dois materiais distintos pelo GPR depende, fundamentalmente, da reflexão da onda incidente na mesma. A amplitude da onda de radar refletida na interface está relacionada com as constantes dielétricas dos dois materiais. Esta relação é chamada de coeficiente de reflexão (ρ) e pode ser expressa da seguinte forma (NCHRP Synthesis 255, 1998 ): ρ ε ε ε ε (1 2)− = − + 1 2 1 2 (1) sendo:

ε1 = constante dielétrica do meio 1

ε2 = constante dielétrica do meio 2

No caso da interface ser entre duas camadas asfálticas, a similaridade entre as constantes dielétricas dos materiais tornam a detecção da interface mais difícil. Já no caso de um revestimento asfáltico sobre um solo ou material granular de base, as constantes dielétricas são suficientemente diferentes facilitando a detecção da interface. A Figura 1 mostra, de maneira esquemática, o princípio de funcionamento do GPR em levantamentos envolvendo seções de pavimentos.

R1 ANTENA TRANSMISSORA Subleito Base Rev. Asfáltico R3 R2 ANTENA RECEPTORA Ar Tempo

Figura 1 - Emissão e reflexão de ondas eletromagnéticas nas interfaces do pavimento

Em levantamentos realizados com o GPR a determinação das espessuras das camadas do pavimento pode ser feita a partir da amplitude e do tempo correspondentes ao pico das reflexões que ocorrem nas interfaces existentes entre as camadas. A Figura 2 mostra a forma típica do sinal capturado quando de levantamentos realizados em uma seção de pavimento flexível em concreto asfáltico (Maser e Scullion, 1992).

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Figura 2 - Sinal típico obtido em levantamentos com o GPR em estruturas de pavimentos flexíveis

Uma vez identificado o tempo de propagação da onda eletromagnética no meio em estudo, pode-se, então, convertê-lo em espessura ou profundidade. Locando-se, dessa forma, a interface de interesse. Para tanto, é necessário que se conheça a velocidade de propagação da onda no interior da camada. A determinação da espessura da camada é realizada através da seguinte fórmula:

h = v t 2

× (2)

sendo:

h = espessura da camada;

v = velocidade da onda eletromagnética no meio; t = tempo de propagação.

Nessa fórmula, o motivo do tempo ser dividido por dois deve-se ao fato de que o mesmo corresponde ao intervalo entre a transmissão da onda eletromagnética até a interface de interesse e o seu retorno à unidade receptora. O cálculo das espessuras das camadas do pavimento a partir da equação 2 presume que as camadas sejam homogêneas e que suas constantes dielétricas sejam conhecidas. A velocidade de propagação da onda de radar no meio depende das propriedades eletromagnéticas dos materiais. Sendo que, a sua magnitude é função, principalmente, das propriedades dielétricas presentes. A velocidade da onda pode ser calculada da seguinte maneira:

v = c

r

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sendo:

c = velocidade da luz (300mm/ns)

εr = constante dielétrica relativa

Tabela 1 - Propriedades eletromagnéticas típicas (NCHRP Synthesis 255, 1998 )

Material Constante dielétrica relativa Condutividade elétrica (mS/m) Velocidade (m/ns) Atenuação (dB/m) Ar 1 0 0.30 0 Água 81 0.05 0.033 0.1 Água do mar 80 3 x 104 0.015 103 Areia seca 3 - 5 0.01 0.15 0.01 Areia saturada 20 - 30 0.1 - 1.0 0.06 0.03 - 0.3 Siltes 5 - 30 1 - 100 0.07 1 - 100 Argilas 5 - 40 2 - 1000 0.06 1 - 300 Granito 4 - 6 0.01 - 1 0.13 0.01 - 1 Concreto asfáltico 3 - 6 0.5 - 1.5 0.12 0.05 - 0.5 Concreto cimento 6 - 11 1 - 3 10 0.5 - 1.5

A amplitude da onda de radar incidente no pavimento pode ser determinada pela medição da reflexão da onda eletromagnética em uma placa metálica disposta na superfície do pavimento, devido ao fato da placa refletir 100 % do sinal emitido (procedimento descrito pela ASTM D 4748-87). Levando-se em conta que a constante dielétrica do ar é 1, pode-se determinar a constante dielétrica do asfalto da seguinte maneira: εa m m 2 A A A A = + −       (4)

onde A é a amplitude da reflexão no asfalto e Am é a amplitude da reflexão na placa metálica. Uma análise similar pode ser usada para o cálculo da constante dielétrica do material de base. O resultado dessa relação é:

(

)

(

)

εb εa 2 2 2 F R F R = − +       (5) sendo: F 4 1 a a = − ε ε

R2 = relação entre a amplitude no topo da camada de base e a amplitude no topo da camada asfáltica

Vale destacar que a formulação acima é baseada em duas hipóteses importantes: • as camadas são homogêneas;

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A primeira hipótese é violada quando as camadas asfálticas não são uniformes. Nesse caso, ocorrem reflexões intermediárias no interior das camadas e o uso da equação 2, por exemplo, para determinação da espessura total de revestimento será incorreto (ex.: presença de recapeamentos). Isto, no entanto, pode ser corrigido dividindo-se a espessura do revestimento existente em múltiplas camadas. Já a segunda hipótese é geralmente verdadeira em se tratando de materiais asfálticos. Entretanto, o mesmo não ocorre para os materiais que comumente constituem as demais camadas do pavimento, devido, principalmente, às presenças de umidade e/ou de condutividade elevada (ex.: caso de materiais argilosos). Fatores estes, que provocam perdas e distorções no sinal emitido pelo radar devido a sua absorção e/ou atenuação.

Uma forma de se aumentar a confiabilidade dos resultados obtidos com o GPR nas demais camadas do pavimento é através da determinação do teor de umidade presente nessas camadas. Maser e Scullion (1992) aplicaram o método CRIM (Complex Refractive Index Method) para determinação do teor de umidade em camadas de base. Tal procedimento está descrito na seqüência e inclui a identificação da constante dielétrica da mistura da seguinte maneira:

εm =

vi εi (6)

sendo:

εm = constante dielétrica relativa da mistura

v = fração correspondente ao volume do componente i

εi = constante dielétrica relativa do componente i

Os componentes do material de base são partículas sólidas, água e ar. As constantes dielétricas da água e do ar podem ser assumidas como 81 e 1, respectivamente. Para se determinar o teor de umidade é preciso, no entanto, que sejam conhecidos o peso específico seco e a constante dielétrica dos sólidos. Uma vez definidos esses valores, o teor de umidade pode ser calculado através da seguinte relação:

(

)

(

)

teor de umidade 1 1 1 22.2 b d s s b d s s = − − − − − − ε γ γ ε ε γ γ ε (7) sendo:

εb = constante dielétrica da base

εs = constante dielétrica da porção sólida

γd = peso específico aparente seco

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3. DESCRIÇÃO DOS LEVANTAMENTOS REALIZADOS

O propósito principal do estudo realizado foi o de se avaliar a aplicabilidade prática do GPR em nosso meio, tanto em Sistemas de Gerência de Pavimentos como em projetos de engenharia de restauração. Tendo-se em vista o caráter investigativo do estudo, inicialmente, foram efetuados levantamentos em seções-teste de pavimentos existentes na Área de Pesquisas e Testes de Pavimentos-UFRGS/DAER. Nesse estudo, pode-se estabelecer parâmetros para configuração do sistema de aquisição de dados do equipamento. Na seqüência, foram realizados levantamentos contínuos ao longo de faixas de rolamento de estruturas de pavimentos flexíveis em concreto asfáltico. Sendo, que as seções de pavimento em estudo envolvem diferentes configurações estruturais, tanto no que se refere a espessura das camadas existentes como aos seus materiais constituintes.

A vantagem principal em se utilizar as pistas experimentais do Campus do Vale da UFRGS reside no fato de se conhecer as espessuras e os materiais constituintes das camadas. Nesse caso, devido as pequenas extensões dos levantamentos realizados, o deslocamento da antena de radar na superfície do pavimento foi realizado manualmente. Os elementos principais que constituem o equipamento utilizado nesse estudo são: unidade de controle, sistema de aquisição de dados (incluindo microcomputador e software de aquisição), antenas e cabos de fibra ótica.

No caso dos levantamentos contínuos realizados, o equipamento foi adaptado em um veículo, possibilitando, dessa maneira, a agilização no processo de aquisição de dados (Figura 3). Sendo que, a velocidade de percurso empreendida durante os levantamentos foi de aproximadamente 30 km/h. A aquisição de dados foi realizada de forma automática com o equipamento RAMAC e analisados no software que acompanha o equipamento (versão 2.28). Tendo-se em vista a profundidade de interesse para análise utilizou-se a antena com freqüência de emissão de 1.0 GHz.

Figura 3 - Esquema configurado para realização dos levantamentos contínuos Durante a fase inicial dos trabalhos foram realizados os seguintes levantamentos preliminares com vistas a identificação da velocidade de propagação da onda nos meios constituintes da estrutura do pavimento:

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• Levantamentos de alta resolução efetuados sobre os locais de sondagem nos sentidos transversal e longitudinal à via. Tais levantamentos foram realizados sem a utilização do veículo rebocador ;

• Levantamento CMP (Common Mid Point), visando a identificação das velocidades de propagação da onda de radar nos diferentes meios que constituem a estrutura do pavimento. Neste método, efetua-se o afastamento das antenas transmissora e receptora em intervalos regulares a partir de um ponto fixo. Mede-se a variação nos tempos das reflexões, como ilustrado de maneira esquemática na Figura 4.

B A Tempo θC onda direta na superfície t = x / v onda refletida onda crítica refratada onda direta onda direta na superfície Ar Camada 1 Camada 2 senθC = v1 / v0 θC = ângulo crítico

afastamento das antenas

onda direta t = x / c onda crítica refratada onda refletida t = (x2 + 4d2)1/2 / v xc Afastamento (x) A = posição inicial B = afastamento

Figura 4 - Representação esquemática do levantamento CMP

Os levantamentos tipo CMP foram efetuados nos pontos onde haviam sido realizadas sondagens no pavimento (Figura 5). Isso, possibilitou que se fizesse uma calibração dos resultados oferecidos pelos perfis de sondagem com os dados obtidos a partir dos levantamentos com o GPR. Sendo, para tanto, identificados os refletores característicos das interfaces nas diferentes camadas do pavimento. O processamento das informações coletadas no campo foi realizado através da utilização de um programa computacional, desenvolvido com propósitos específicos para auxiliar nas etapas de análise e interpretação de dados obtidos a partir de levantamentos realizados com equipamentos de GPR. Na Figura 6 está representada a aparência típica do sinal definido após o tratamento preliminar dos dados obtidos em levantamentos contínuos.

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Figura 5 - Forma típica do sinal obtido nos levantamentos CMP

Figura 6 - Resultados obtidos após tratamento preliminar – levantamento contínuo

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Na seqüência, são apresentados alguns resultados derivados dos levantamentos realizados em seções de pavimentos flexíveis em concreto asfáltico. Vale destacar que o processamento das informações coletadas no campo foi realizado através da utilização do programa computacional que acompanha o equipamento, desenvolvido com propósitos específicos para auxiliar na análise de levantamentos efetuados com o GPR. A determinação das espessuras relativas às interfaces foi feita a partir do tempo de propagação de onda eletromagnética (Freq. de 1.0 GHz) no pavimento e da velocidade de propagação de onda. Na Tabela 2 são mostradas as espessuras das interfaces definidas a partir de levantamentos realizados em pontos específicos sobre a pista de rolamento (levantamentos CMP).

Tabela 2 - Resultados em pontos específicos do levantamento

seção refletor tipo de

material profundidade (cm) tempo (ns) veloc. (mm/ns) hcalc. (m) loc. interface (cm) 1 CBUQ 9,50 1,4 125 0,0875 8,7500 2 PMQ 17,0 3,5 90 0,0945 18,2000 S1 3 macadame 40,0 8,4 85 0,2083 39,0250 4 saibro 50,0 11,4 83 0,1245 51,4750 1 CBUQ 10,0 1,5 129 0,0968 9,6750 2 PMQ 30,0 6,4 96 0,2352 33,1950 S2 3 macadame 50,0 9,3 104 0,1508 48,2750 4 areia 62,0 11,7 100 0,1200 60,2750 5 saibro 70,0 13,5 100 0,0900 69,2750 1 CBUQ 8,50 1,3 125 0,0813 8,1250 2 PMQ 18,0 3,6 99 0,1139 19,5100 S3 3 macadame 38,0 8,3 89 0,2092 40,4250 4 saibro 60,0 12,8 74 0,1665 57,0750 5 argila 75,0 16,9 73 0,1497 72,0400 1 CBUQ 10,5 1,5 119 0,0893 8,9250 2 PMQ 15,0 2,7 99 0,0594 14,8650 S4 3 macadame 27,0 5,3 92 0,1196 26,8250 4 areia 45,0 10,2 81 0,1985 46,6700 5 saibro 75,0 17,8 80 0,3040 77,0700 1 CBUQ 8,50 1,4 123 0,0861 8,6100 2 CBUQ 20,0 3.6 105 0,1155 20,1600 S5 3 solo cimento 40,0 7,8 94 0,1974 39,9000 4 solo cimento 50,0 10,1 91 0,1047 50,3650 5 saibro 75,0 17 76 0,2622 76,5850 1 CBUQ 8,0 1,3 123 0,0800 7,9950 2 CBUQ 20,0 3,7 110 0,1320 21,1950 S6 3 solo cimento 30,0 4,9 97 0,0582 27,0150 4 saibro 50,0 10,3 78 0,2106 48,0750 5 argila 70,0 16,8 77 0,2503 73,1000 1 CBUQ 8,50 1,3 129 0,0839 8,3850 2 CBUQ 20,0 3,6 104 0,1196 20,3450 S7 3 argila 30,0 6,4 89 0,1246 32,8050 4 argila 45,0 9,5 85 0,1318 45,9800 5 areia 70,0 15,2 79 0,2252 68,4950 1 CBUQ 9,0 1,4 125 0,0875 8,7500 2 macadame 20,0 3,5 101 0,1061 19,3550 S8 3 saibro 35,0 6,4 98 0,1421 33,5650 4 saibro 45,0 8,6 96 0,1056 44,1250 5 areia 60,0 12,1 89 0,1558 59,7000

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No que se refere a interpretação dos dados coletados nos levantamentos contínuos, fez-se, inicialmente, a locação das interfaces revestimento asfáltico/base granular e base/subleito. Na Figura 7 são apresentados alguns gráficos, os quais mostram resultados típicos obtidos a partir da interpretação de alguns levantamentos contínuos realizados sobre faixas de tráfego de estruturas de pavimentos flexíveis em concreto asfáltico. Pontos no perfil (m) P o s iç ã o d o s r e fl e to re s ( m ) 0.24 0.3 0.36 0.42 0.48 0.54 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 Interface 1 (GPR) h1 (sondagem) Interface 2 (GPR) h2 (sondagem) Revestimento Asfáltico Camada Granular (a) Pontos no perfil (m) P o s iç ã o d o s R e fl e to re s ( m ) 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Interface 1 (GPR) Interface 2 (GPR) h1 (sondagem) h2 (sondagem) Camada Granular Revestimento Asfáltico (b)

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Pontos no perfil (m) P o s iç ã o d o s r e fl e to re s ( m) 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 Interface 1 (GPR) h1 (sondagem) Interface 2 (GPR) h2 (sondagem) Camada Granular Revestimento Asfáltico (c)

Figura 7 - Posição dos refletores na estrutura do pavimento - levantamento contínuo

5. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Neste trabalho fez-se a apresentação dos resultados preliminares obtidos em levantamentos realizados com o GPR em estruturas de pavimentos flexíveis. O objetivo do estudo desenvolvido foi avaliar a aplicabilidade prática desse tipo de equipamento como ferramenta auxiliar à avaliação não destrutiva de pavimentos em nosso meio. No que se refere a adequação do esquema configurado para aquisição de dados em levantamentos contínuos pode-se, confirmar o funcionamento e operacionalidade prática do conjunto estabelecido. No entanto, perduram alguns aspectos a serem investigados de maneira mais aprofundada, tais como: influência da velocidade de percurso e do espaçamento de amostragem na resolução dos dados adquiridos e a importância da interferência de refletores externos na qualidade do sinal coletado. Outro ponto importante é a definição da capacidade oferecida pelo equipamento na identificação de pequenas espessuras de camadas asfálticas. Tal estudo, está sendo realizado com base no banco de dados concebido a partir dos levantamentos efetuados nas seções experimentais da Área de Pesquisas e Testes de Pavimentos-UFRGS/DAER, as quais incluem diversos perfis transversais e longitudinais obtidos com diferentes configurações de aquisição de dados. Vale destacar que, atualmente, o revestimento existente nas referidas seções-teste constitui-se de tratamento superficial com 2,5 cm. Nesse estudo, portanto, deverá ser possível avaliar-se de maneira quantitativa a capacidade (acurácia e repetibilidade) do equipamento. Com respeito aos levantamentos realizados até o momento, as seguintes conclusões podem ser estabelecidas:

• Foram determinados perfis de velocidade correspondentes aos diferentes meios que constituem as estruturas analisadas;

• Fez-se a identificação de refletores característicos correspondentes às interfaces revestimento asfáltico/camadas granulares e camadas granulares/subleito ao longo dos perfis levantados. Sendo que, as espessuras

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determinadas foram estabelecidas com base nas velocidades de propagação da onda de radar nos diferentes meios estratigráficos. Tais velocidades, foram definidas a partir dos levantamentos CMP realizados em pontos coincidentes com a sondagem previamente efetuada.

Pode ser observado portanto, que os resultados derivados da interpretação dos levantamentos realizados com o GPR, nesse estudo, demonstram a possibilidade de utilização prática desse tipo de equipamento como ferramenta auxiliar à avaliação de pavimentos. As informações acerca das espessuras das camadas do pavimento definidas pelo GPR podem ser utilizadas como elemento auxiliar nas seguintes atividades de gerência e projeto de pavimentos:

• Inventário de pavimentos em nível de rede;

• Retroanálise de levantamentos realizados com o FWD;

• Controle de qualidade da execução de espessuras das camadas de pavimento.

Além disso, outro ponto de investigação para utilização do GPR na área da pavimentação é a possibilidade de identificação da camada do pavimento que mais está contribuindo para a ocorrência de deformações plásticas na estrutura ao longo de sua vida de serviço. Isto pode ser alcançado a partir do acompanhamento da variação de espessura das camadas ao longo do tempo. Neste sentido, a interpretação dos levantamentos realizados nas seções-teste submetidas a solicitação de cargas pelo simulador de tráfego instalado na Área de Pesquisas e Testes de Pavimentos-UFRGS/DAER em muito poderá contribuir para a identificação da eficácia desse tipo de aplicação do GPR no domínio da pavimentação.

6. AGRADECIMENTOS

Ao Departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao qual pertence o equipamento utilizado nos levantamentos realizados.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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