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PERFIL DA APTIDÃO MOTORA EM IDOSOS DA UNIVERSIDADE DA EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO SC

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PERFIL DA APTIDÃO MOTORA EM IDOSOS DA UNIVERSIDADE DA EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO – SC

Autor: Simone da Luz Rodrigues.

Orientado: Fabiana Durante de Medeiros e-mail: mone_fisio@hotmail.com

O trabalho foi apresentado em 06/11/2006 RESUMO

O desenvolvimento motor do idoso está ligado a modificações fisiológicas, anatômicas e psicológicas do processo de envelhecimento. Assim este trabalho tem como finalidade analisar o perfil geral da aptidão motora dos idosos da Universidade da Experiência – Tubarão, SC – através de uma pesquisa descritiva-exploratória. Foram avaliados 30 idosos (4 do gênero masculino e 26 do gênero feminino) com idades compreendidas entre 60 e 79 anos. Para a realização dos testes motores utilizou-se a Escala Motora para a Terceira Idade “EMTI” (ROSA NETO, 2002). Na análise dos dados foi utilizado o programa Epi-Info 6.0 empregando-se a estatística descritiva. As áreas da motricidade humana foram verificadas individualmente apresentando os seguintes resultados: motricidade fina “normal médio”, motricidade global “muito inferior”, equilíbrio “normal médio”, o esquema corporal “muito superior”, organização espacial “muito superior” e organização temporal “muito superior”. Os resultados mostraram que os idosos apresentaram aptidão motora geral considerada num padrão “normal médio”. Sendo assim, os maiores déficits em relação a média das outras áreas foi a motricidade global e o equilíbrio. Concluiu-se que com o avançar da idade, as degenerações dos vários órgãos e sistemas vão acentuando a aptidão motora.

Palavras-chave: Idosos; Aptidão motora; Escala motora. ABSTRACT

The elderly people’s motor development is linked to physiologic, anatomic and psycologic changes of aging process. This study has the purpose to analyze general profile of motor ability of elderly individuals of Universidade da Experiência – Tubarão-SC – through a descritive-exploratory research . 30 elderly subjects were evaluated (4 male and 26 female), with ages between 60 and 79 years old. The instrument used to colect dates was the Motor Scale to Third Age “MSTA” (ROSA NETO, 2002). During the analyze of dates it was used Epi-Info 6.0 program using descritive statistics. The general motor ability had “normal medium” classification. The areas of human motricity were individualy evaluated showing these results: “medium normal” acute motricity; “very lower” global motricity; “medium normal” balance; “very higher” corporal scheme; “very higher” space organization; and “very higher” temporal organization. The results showed that elderly subjects had general motor ability that was considered as “medium normal”standart. So, the most part of deficits, if related to the other areas, was global motricity and balance. It was concluded that with aging, degenerations of many organs and systems keep increasing motor ability.

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INTRODUÇÃO

O número de pessoas idosas vem aumentando em quase todos os países, levando á mudanças na pirâmide demográfica, principalmente no Brasil. O crescimento dessa população se caracteriza pelo aumento da longevidade e baixas taxas de fecundidade. Sendo que, a cada dia que passa, o Brasil é considerado um país de população idosa, devido aos avanços da medicina e melhoria nas condições gerais de vida, que contribuíram para elevar a expectativa de vida dos brasileiros.

Sabe-se que, com o passar dos anos, o corpo sofre inúmeras alterações que podem levar à perda da capacidade funcional. Segundo Carvalho e Papaléo Netto (2000), o envelhecimento é um processo que ocorre de maneira completa no indivíduo, envolvendo alterações funcionais, morfológicas, sociais e psicológicas. Sendo que essas alterações, que ocorrem no sistema locomotor, envolvem músculos, ossos e articulações, que levam a uma diminuição da capacidade funcional, consequentemente leva a uma diminuição do tônus, perda da força e diminuição da massa óssea, acentuando a osteoporose.

Desenvolvimento e envelhecimento são processos concorrentes e ambos são afetados por uma complexa combinação de variáveis que atuam ao longo de toda a vida. Características como a possibilidade de mudar para adaptar-se ao meio (novas aprendizagens) e a capacidade de reagir e recuperar-se dos efeitos explosivos dos eventos estressantes (doenças, traumas físicos e psicológicos) são abolidas com a diminuição da plasticidade comportamental e da resistência, tais características, decorrentes do envelhecimento, podem ser minimizadas pela reserva do organismo, dependendo do grau de plasticidade individual prevista na influência conjunta de variáveis genéticas, biológicas, psicológicas e socioeconômicas (NERI, 2001; POETA, 2002).

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Embora, o envelhecimento não seja sinônimo de doença, deve-se levar em conta que com a idade aumenta-se o risco de comprometimento motor e perda da qualidade de vida, a avaliação motora dos idosos com o acompanhamento do profissional fisioterapeuta se torna essencial para estabelecer uma prevenção, um diagnóstico, um prognóstico e um julgamento clínico adequado para que se obtenha tratamentos e cuidados necessários com os idosos.

Sendo assim, a Escala Motora para a Terceira Idade “EMTI” (ROSA NETO, 2002) é uma escala, desenvolvida por Francisco Rosa Neto na Universidade de Zaragoza (Espanha), no qual provém de testes motores aplicados individualmente para avaliar o desenvolvimento motor de idosos.

Com o processo de envelhecimento natural, o corpo do idoso vem sofrendo alterações físicas e motoras comprometendo a realização de suas atividades. Então, através desta escala motora pode-se avaliar os possíveis comprometimentos motores que estejam prejudicando o idoso em suas atividades de vida diária.

A Universidade da Experiência é um curso de extensão voltado às pessoas acima de cinqüenta anos, visa proporcionar-lhes uma nova aprendizagem, um novo sonho buscando renovar o seu dia-a-dia através de atividades físicas, disciplinas, seminários, cursos oficinas, vivencias, lazer com orientação especializada.

Este estudo teve como questão ética proteger a privacidade de cada idoso, objeto da pesquisa, no qual foi aprovado conforme a legislação federal brasileira pela Comissão de Ética em Pesquisa – CEP UNISUL, no registro (código): 06.138.4.08.III.

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Nesta perspectiva, visando discorrer sobre o tema delimitado, este presente estudo tem como principal objetivo analisar o perfil da escala motora geral dos idosos da Universidade da Experiência da UNISUL – Campus de Tubarão-SC. Tendo como objetivos específicos: identificar as áreas de classificação (AMG, AM1, AM2, AM3, AM4, AM5 e AM6) dos resultados obtidos pela escala motora, identificar a média geral das variáveis de motricidade fina e global, organização espacial e temporal, equilíbrio e esquema corporal.

MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa foi de campo descritiva e contou com uma população de 38 idosos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, matriculados numa instituição privada a Universidade da Experiência do campus de Tubarão/SC. A amostra foi constituída por 30 idosos, sendo 4 do gênero masculino ( 13,3%) e 26 do gênero feminino (86,7%) com idade compreendida entre 60 e 79 anos, que respeitaram os critérios de inclusão: estar matriculados na instituição, ter idade igual ou superior a 60 anos, podendo apresentar ou não qualquer alteração ou enfermidade e ter condições de realizar os testes motores. E como, critério de exclusão: o idoso que se recusar a participar da pesquisa.

Foi utilizada a Escala Motora para a Terceira Idade “EMTI” (ROSA NETO, 2002) para avaliar a aptidão motora dos idosos através da realização de testes de motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal e o Kit EDM que segue com um manual, folha de resposta, instrumentos para aplicação dos testes, programa de informática.

Os dados foram armazenados no programa de informática da “Escala Motora para a Terceira Idade” EPI-INFO versão 6.0 (MERINO, 1996), para a

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através da estatística descritiva, mediante análises das distribuições de freqüências simples e percentuais, variâncias, desvio padrão, valor mínimo e máximo, mediana e média com o intuito de avaliar o padrão motor e também para a obtenção dos

gráficos e tabelas da amostra analisada. E, para o tratamento, foi utilizado o teste Coeficiente de Spearman como meio estatístico de avaliação dos dados obtidos na pesquisa.

RESULTADOS

Os dados referentes á aptidão motora geral dos idosos da Uniexperiência são apresentados na tabela 1. Esta tabela esta representando as variáveis avaliadas através da “EMTI” – Rosa Neto, 2002 mediante análises das distribuições de freqüências simples e percentuais, variâncias, desvio padrão, valor mínimo e máximo, mediana e média.

TABELA 1: Aptidão motora (grupo geral) Variáveis Média Desvio

padrão Variância mínimo Valor máximo Valor Mediana Motricidade fina Motricidade global Equilíbrio Esquema corporal Organização espacial Organização temporal 108,8 72,0 97,2 111,6 116,4 125,6 13,0 29,0 31,0 27,7 17,0 9,3 168,1 844,1 966,8 766,2 289,5 86,7 84 24 24 60 84 96 132 132 132 132 132 132 108,0 78,0 108,0 132,0 120,0 132,0

De acordo, as áreas específicas tiveram classificação: para a motricidade fina (IM1), a média obtida foi de 108,8 pontos, apresentando um desvio padrão de 13; variância de 168,1; valor mínimo e máximo de 84 e 132 e uma mediana de 108, sendo assim classificada como “normal médio”. A motricidade global (IM2) foi a que obteve menor média 72,0 pontos, apresentando um desvio padrão de 29; variância de 844,1; valor mínimo e máximo de 24 e 132 e uma mediana de 78,

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correspondendo a um nível “inferior”. Quanto ao equilíbrio (IM3) atingiu-se uma média de 97,2 pontos, apresentando um desvio padrão de 31; variância de 966,8; valor mínimo e máximo de 24 e 132 e uma mediana de 108, classificada como “normal médio”. O esquema corporal (IM4) obteve-se uma média de 111,6 pontos, apresentando um desvio padrão de 27,7; variância de 766,2; valor mínimo e máximo de 60 e 132 e uma mediana de 132, sendo classificado como “normal alto”. Com relação a organização espacial (IM5), os idosos atingiram uma média de 116,4 pontos, apresentando um desvio padrão de 17; variância de 289,5; valor mínimo e máximo de 84 e 132 e uma mediana de 120, classificada como “normal alto”, e a organização temporal (IM6) atingiu uma média de 125,6 pontos, apresentando um desvio padrão de 9,3; variância de 86,7; valor mínimo e máximo de 96 e 132 e uma mediana de 132, sendo classificada com um nível “superior”.

Em relação ás áreas avaliadas e a sua classificação como muito superior (>130), superior (120-129), normal alto (110-119), normal médio (90-109), normal baixo (80-89), inferior (70-79) e muito inferior (<70), a tabela abaixo mostra estas áreas de acordo com a classificação relacionando o número de idosos que conseguiram atingir esta classificação durante a avaliação realizada.

TABELA 2: Classificação dos resultados obtidos na “EMTI” Variáveis Muito

superior Superior Normal alto Normal médio Normal baixo Inferior Muito inferior

AMG -- 7 5 14 4 -- -- IM1 4 4 -- 19 3 -- -- IM2 2 1 -- 4 8 2 13 IM3 5 5 -- 8 3 5 4 IM4 16 3 -- 4 2 -- 5 IM5 15 -- -- 13 2 -- -- IM6 18 9 -- 3 -- -- --

Analisando a tabela 2, pode-se observar que a aptidão motora geral (AMG) foi classificada como “normal médio” na maioria dos idosos. A IM1 que é a

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área da motricidade fina apresentou um índice maior em “normal médio”. A IM2 que é a área da motricidade global foi considerado um nível “muito inferior”. Já a IM3 que é a área do equilíbrio obteve um nível de classificação “normal médio”. A IM4 que corresponde á área do esquema corporal obteve um nível muito superior. A área de organização espacial (IM5) e a área de organização temporal (IM6) também apresentaram um nível muito superior.

A classificação dos resultados obtidos na Escala motora estão representadas na tabela 3.

Tabela 3: Classificação da Escala Motora

Classificação Freqüência Percentual (%)

Muito superior --- --- Superior 6 20% Normal alto 5 16,7% Normal médio 15 50% Normal baixo 4 13,3% Inferior --- --- Muito inferior --- --- Total 30 100%

Na tabela 3, observa-se que 50% da amostra, atingiram um nível de classificação motora “normal médio”, o que significa que os resultados dos testes realizados atingiram de 90-109 pontos, 20% atingiram o nível da classificação motora superior, que corresponde a uma pontuação entre 120-129, 16,7% atingiram um nível “normal alto”, que corresponde a uma pontuação entre 110-119 e 13,3% da amostra apresentaram o nível “normal baixo”, que corresponde a uma pontuação entre 80-89.

DISCUSSÃO

Através dos testes motores da “EMTI” (Rosa Neto, 2002), do qual foram avaliadas as habilidades motoras individuais, de cada idoso, revelando as Idades

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Motoras no que se refere à motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e organização temporal. Para o autor desta escala, a Idade Motora representa a média da capacidade individual do idoso em todas as habilidades motoras, mostrando um desenvolvimento motor normal ou atípico.

A média da aptidão motora geral apresentada na tabela 1 coincidiu com os resultados de Rosa Neto; Vieira e Teixeira et al. (2001), realizado com idosos ativos residentes na grande Florianópolis, que apontam uma média da aptidão motora geral (AMG = 93,6 pontos) classificada como “normal médio” na “EMTI”.

Em relação a tabela 1, observa-se que os aspectos motores mais atingidos neste estudo foi a motricidade global e o equilíbrio, sendo que estas áreas dependem de capacidades físicas como a força e tônus muscular, que com o processo de envelhecimentos ficam alterados exigindo mais esforços do corpo. Nota-se que as áreas de motricidade fina, esquema corporal, organização espacial e organização temporal apresentaram escores maiores em relação as outras áreas. Assim pode-se dizer que estas áreas são menos limitadas com o envelhecimento em comparação com os aspectos que exigem uma maior movimentação do corpo e de acordo com Gallahue e Ozmun (2005), certas exigências da tarefa podem sobrecarregar demasiadamente os sistemas fisiológicos que se deterioram com o envelhecimento.

Fonseca (1995) diz que a motricidade fina compactua com a visão para a elaboração construtiva e para uma transformação, propondo um instrumento privilegiado da evolução cerebral. Os resultados abaixo do normal nessa área podem refletir alterações no sistema visuomanual, alterações no sistema nervoso e importantes complicações ósteo-musculares. Transformações relacionadas á idade

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nos sistemas de informação sensorial podem também ter influências sobre o comportamento motor do idoso principalmente nos canais visuais (ECKERT, 1993).

Segundo Negrine (1987) a orientação espacial determina a direcionalidade, e esta tem culminância as noções de direita e esquerda no próprio corpo.

O mesmo autor citado acima diz que a organização temporal apresenta dois níveis de significação diferente: o primeiro que é o nível de percepção imediata, não redutível a um outro mecanismo que pressuponha uma organização espontânea de fenômenos sucessivos; e o segundo que é o nível da representação mental, permitindo-lhe “a partir do momento em que se situa, abraçar as perspectivas temporais passadas e futuras que constituem seu horizonte temporal”.

Já a tabela 2 mostra que a organização global foi a que obteve uma classificação de nível mais baixo. A motricidade fina e o equilíbrio fora classificados como “normal médio”, ou seja, estão dentro da normalidade.

De acordo com Rosa Neto; Vieira e Teixeira (2001) a organização global é responsável pela regulação do equilíbrio e da atitude do individuo, desempenhando um papel muito importante na melhora dos comandos nervosos e afinamentos das percepções e sensações. Segundo Fonseca (1995) a tonicidade garante as atitudes, as posturas, as emoções, de onde emergem todas as atividades motoras humanas. Sendo que uma das mudanças mais marcantes durante o processo de envelhecimento é o declínio da capacidade de movimento.

No estudo realizado por Poeta (2002) no qual avaliou 17 idosos, com idade entre (61 e 91), residentes da Associação Irmão Joaquim também apresentaram as seguintes áreas com maiores valores comparando se com as

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outras áreas que são: o esquema corporal, a organização espacial e a motricidade fina, porem ainda assim, essas áreas apresentaram declínios.

Estudos recentes mostram que as áreas de motricidade global e equilíbrio são as que mais apresentam déficits. Oliveira (1997) avaliou 30 idosos participantes de atividade física do Grupo de Estudos da Terceira Idade, sendo que os índices motores foram classificados como: a motricidade fina obteve um índice “normal alto”, a motricidade global “normal baixo”, equilíbrio “normal médio”, esquema corporal “superior”, organização espacial “normal médio” e organização temporal”normal alto”.

Poeta (2002) em seu estudo, teve como classificação das áreas motoras os seguintes níveis: motricidade fina “normal médio”, motricidade global “inferior”; equilíbrio “normal baixo”; esquema corporal “normal médio”; organização espacial “normal médio” e organização temporal “normal médio”.

O equilíbrio também apresentou um resultado baixo em relação a outras áreas. De acordo com Oliveira (1997) o equilíbrio reflete a integridade do sistema vestibular proprioceptivo e cerebeloso, que sofre desgaste de função com a idade. Então pode-se dizer que a falta de equilíbrio poderá trazer transtornos em determinadas habilidades.

Poeta (2002) em seu estudo já citado obteve a área de equilíbrio como a segunda área que dentre os aspectos motores apresentou a maior déficit. Mazo et al. (2001) afirmam que o equilíbrio diminui com o avanço da idade devido a diminuição da massa muscular, alterações no sistema nervoso e doenças neurológicas. Porem, a atividade física proporciona melhores condições de equilíbrio. Segundo Gallahue e Ozmun (2001), níveis adequados de força muscular

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na parte inferior e na parte superior das pernas são importantes para a manutenção do equilíbrio para evitar quedas resultantes do distúrbio de equilíbrio.

A coordenação global e o equilíbrio corporal são especificamente influenciados pela atividade neuromotora (ECKERT, 1993). No caso do componente neuromotor, as alterações decorrentes do processo natural do envelhecimento parecem estar relacionadas á redução progressiva das fibras musculares (MATSUDO et al., 2000). Estudos recentes denotam a importância de instrumentos diagnósticos e de acompanhamentos para pacientes com transtornos no equilíbrio corporal, tendo em vista a complexidade desta área motora (GENTILI et al, 2003 apud ROSA NETO 2004).

Em relação as áreas motoras avaliadas, houve uma prevalência de valores muito inferiores relativos a motricidade global e o equilíbrio nos estudos de Bona, Poeta e Coelho (2002).

Também, em todos os trabalhos realizados por Rosa Neto (2002) o equilíbrio e o esquema corporal formam a terceira área dos aspectos motores que apresentou maior déficit.

Nota-se na tabela 3 que os idosos da Universidade da Experiência tiveram uma classificação consideravelmente adequada, ou seja, eles são considerados uma população ativa sendo que na escala motora obteram uma classificação de aptidão motora geral “normal médio”.

No estudo realizado por Poeta (2002), obteve-se um maior percentual no nível normal médio de 48,0%, sendo que os outros níveis de classificação tiveram como percentual “superior” 6,7%, “normal alto” 10,7%, “normal baixo” 14%, “inferior” 13,3% e muito “inferior” 7,3%.

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CONCLUSÃO

Este estudo, realizado com os alunos da Uniexperiência da UNISUL – Campus Tubarão-SC, objetivou analisar o perfil geral da Escala Motora utilizando a Escala Motora para a Terceira Idade – “EMTI” como forma de avaliar o desenvolvimento motor.

Com o passar dos anos as pessoas idosas vão ficando mais debilitada para a realização das atividades da vida diária devido ao processo de envelhecimento natural e irreversível que ocorre com o corpo do ser humano.

Então devido a este processo de envelhecimento, a “EMTI” tem como finalidade traçar o perfil motor dos idosos através de uma bateria de testes aplicados individualmente.

Em relação as áreas motoras motricidade global e o equilíbrio, são as áreas que exigem maior mobilidade do corpo para a realização dos exercícios. Portanto, o resultado obtido em relação à motricidade global pode ser decorrente ao processo de envelhecimento que causa alterações físicas, neurológicas, psicossociais limitando os aspectos motores. O fato dos idosos da Universidade da Experiência ser indivíduos ativos pode prolongar as possibilidades de melhora na qualidade de vida deles, em todos os aspectos.

Vale ressaltar que para alguns idosos os testes foram mais difíceis de realizar, devido às doenças degenerativas que ocorrem durante o envelhecimento, à idade e a individualidade de cada um deles.

Através desta pesquisa, foi possível constatar que, o perfil geral da Escala Motora dos idosos estudados, teve um nível de classificação dentro das normalidades. Por conseguinte, se mostra importante dar continuidade a este trabalho, pelo fato do processo de envelhecimento ocasionar alterações na aptidão

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física e motora da população idosa. Sendo que a atividade física realizada pelos idosos pode ter sido um fator importante para o desenvolvimento motor dos idosos pelo fato de a mesma obter vários benefícios principalmente no condicionamento físico.

A fisioterapia tem um papel muito importante no desenvolvimento motor dos idosos após a aplicação dessa escala motora, podendo atuar diretamente no problema encontrado, não permitindo assim uma extensão no atraso do desenvolvimento motor proporcionando uma qualidade de vida melhor, conseqüentemente uma melhor mobilidade para a realização de atividades.

Sugere-se que novos estudos envolvendo esta ferramenta nos indivíduos da terceira idade, sejam realizados, a fim de confirmar os resultados obtidos e promover a prevenção, para que os idosos conquistem uma melhor qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

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CARVALHO FILHO, E. T.; PAPALÉO NETTO, M. Geriatria: fundamentos, clínica e terapêutica. São Paulo: Atheneu, 2000.

COELHO, A. R. Perfil da aptidão motora dos idosos residentes na SERTE na Unidade de Florianópolis. 2002. 64 f. Monografia (Graduação em Educação Física) - Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos da universidade do Sul de Santa Catarina, Florianópolis.

ECKERT, H. M. Desenvolvimento motor. São Paulo: Manole, 1993.

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GALLAHUE , D. L.; OZMUN, J. C.. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005.

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ROSA NETO, et al. Características motoras dos idosos com Parkinson. Revista Brasileira Ciência e Movimento, v.12, n.1, p. 13-18, 2004.

MATSUDO, S. M. et al. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 8, n. 4, p. 21-32, 2000.

MAZO, G. Z.; LOPES, M. A.; BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso: uma concepção gerontologica. Porto Alegre: Sulina, 2001.

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POETA, L. S. Aptidão motora de idosos residentes na Associação Irmão

Joaquim de Florianópolis. 2002. 62 f. Graduação em Educação Física, Fisioterapia e Desportos da Universidade do Estado de Santa Catarina Florianópolis.

ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002. ROSA NETO, F.; VIEIRA, G. F.; TEIXEIRA, C. A. A. Estudo de parâmetros motores na terceira idade. Resumo publicado no II Congresso Internacional de Motricidade Humana, 2001.

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