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Ensino de Jornalismo: uma perspectiva a partir de aspectos da formação na região Centro-Oeste

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Ensino de Jornalismo: uma perspectiva a partir de

aspectos da formação na região

Centro-Oeste

Catarine Moscato Sturza1

Resumo

Neste artigo são apresentadas reflexões sobre a formação universitária em jornalismo. Dilemas como o fim da obrigatoriedade do diploma para exercício profissional desde junho de 2009 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e a dicotomia teoria versus prática são levantados para melhor discussão do tema. Na sequência é exposta a pesquisa de mestrado “Implicações do fim da obrigatoriedade do diploma na formação dos jornalistas: um estudo de caso na Região Centro-Oeste”, que faz um levantamento dos cursos nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, além do Distrito Federal.

Palavras-chave: Jornalismo. Profissão. Ensino. Formação. Centro-Oeste.

Introdução

Muito se discute no âmbito acadêmico quanto ao tipo de jornalista que está sendo formado na universidade, e como esse ensino influencia no seu aprendizado, principalmente após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 17 de junho de 2009 que colocou fim a exigência do diploma de jornalismo. O argumento utilizado como base pelos ministros é que a exigência do diploma comprometeria a liberdade de expressão e do pensamento, tendo em vista que a

1 Jornalista, aluna do Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Bolsita Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), integrante do Grupo de Pesquisa em Ciberjornalismo (Ciberjor). E-mail: catarinesturza@yahoo.com.br.

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informação é um direito social, garantido pelo inciso XIV, artigo 5º da Constituição do Brasil (1988): “é assegurado a todos o acesso à informação”.

Para melhor compreender esta atividade o contexto teórico, aqui apresentado, tem por fim levantar alguns aspectos relacionados à formação universitária em Jornalismo. O texto está dividido em duas partes: “Ensino de Jornalismo: história e alguns dilemas” e “Abordagem e caracterização da população da pesquisa”.

A primeira parte, além de um resgate sobre o ensino de jornalismo no mundo e no Brasil, são apresentados dilemas da formação como o fim da obrigatoriedade do diploma para exercício profissional e a dicotomia teoria

versus prática.

Na segunda e última parte é exposta a pesquisa empírica de mestrado “Implicações do fim da obrigatoriedade do diploma na formação dos jornalistas: um estudo de caso na Região Centro-Oeste” que fomenta reflexões a partir de levantamento dos cursos de Jornalismo nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, além do Distrito Federal e aplicações de questionários junto aos alunos concluintes de 2013, que entraram no curso um ano após a queda do diploma no país.

1. Ensino de Jornalismo 1.1 História

A primeira instituição a criar o ensino universitário para o jornalismo no mundo foi a Universidade de Breslau na Alemanha em 1806. No continente americano a primeira iniciativa partiu do Washington College em 1869, na Virginia, Estados Unidos. José Marques de Melo (2004) comenta que “o curso europeu tinha perfil academicista, orientando-se no sentido de alavancar uma “ciência da imprensa”. Por sua vez, o curso norte-americano era mais modesto,

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pretendendo simplesmente “aperfeiçoar tipógrafos”, ou seja, ampliar seu conhecimento no âmbito das artes e das ciências” (p. 75).

Em Paris nascia a Escola Superior de Jornalismo criada pelo jornalista francês Albert Batailer em 1899, que naquela época tentava parceria com o jornal local Le Figaró.

Um dos pioneiros a incentivar o ensino de jornalismo no mundo foi Joseph Pulitzer que em 1904 publicou a obra The College of Journalism, traduzido para o português por Jorge Meditsch e Eduardo Meditsch “A Escola de Jornalismo” em 2009. No livro o autor norte-americano comenta que a escola superior de jornalismo é importante tanto quanto à faculdade de medicina e direito. Para ele o objetivo é “formar melhores jornalistas, que farão melhores jornais, que irão servir melhor a população. Ela irá transmitir conhecimentos não para seu próprio benefício, mas para serem usados para servir o público” (PULITZER, 2009, p. 54).

O jornalista doou 2 milhões de dólares, na época, a Universidade de Columbia e a Universidade de Missouri para educar os estudantes. E em 1908 nascia o curso de Jornalismo da Universidade de Missouri com objetivo de manter laboratórios para a prática jornalística. Em 1912 foi fundado o curso de Columbia, referência em formação jornalística.

Joseph Pulitzer (2009) propunha que a formação humanística do jornalista devia ser privilegiada. Para ele as escolas deveriam ter em suas estruturas curriculares disciplinas como: Direito, Economia, Ética, Legislação, Sociologia, História, Literatura, Línguas Estrangeiras, entre outras.

A abertura das primeiras escolas de Jornalismo no Brasil veio apenas meio século depois das iniciativas europeias e norte-americanas. O curso pioneiro funcionou por pouco tempo de 1935 a 1939 na Universidade do Distrito Federal.

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A implantação oficial dos primeiros cursos de jornalismo foi a partir da regulamentação pelo Decreto nº 22.245, de dezembro de 1946, assinado pelo general-presidente Eurico Gaspar Dutra. E nascia então a Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, em 1947 em São Paulo. Em homenagem ao jornalista Cásper Libero (1889-1943) a instituição seguia os moldes do que havia nos Estados Unidos e Europa.

O curso mais antigo em funcionamento no Norte e Nordeste é o da Universidade Católica de Pernambuco de 1961.

Em 1966, foram criados os cursos de Jornalismo da Universidade de Brasília, e em 1968, do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal de Goiás (primeiros da região Centro-Oeste do país). A Região Sudeste concentra a maioria das escolas de jornalismo, seguida pela região Sul, Nordeste, Centro-Oeste e a Região Norte, com o menor número delas.

Um dos pioneiros do jornalismo no país foi o catarinense Gustavo de Lacerda, fundador da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Victor de Sá (1955) descreve a intenção dos sucessores do jornalista Gustavo de Lacerda:

A Escola de Jornalismo, que não queria ser oficial, que não faria doutores nem bacharéis, mas que se propunha unicamente a propinar a seus alunos o ensino das matérias julgadas essenciais à prática da profissão, cuidando da cabeça e das mãos dos estudantes, com a teoria da ciência necessária e a prática das artes de gravar. Ao lado do programa das aulas do curso teórico propriamente dito, a Escola ministraria o ensino prático. Seria, então, fundado o jornal para os alunos e na redação e nas oficinas dessa folha iriam os estudantes desenvolver praticamente a sua força na sintaxe e na ortografa da língua. O jornal seria a escola de aplicação, onde os alunos completariam os seus estudos, redigindo reportagens, que poderiam ser mundanas, artísticas, policiais ou sociais, escrevendo artigos de política e finanças, com orientação própria ou ditada pelo professor, fazendo crítica de música, pintura, teatro e letras, conforme o adiantamento no Curso regular da Escola (p. 220).

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Outros dois autores de referência para o ensino de Jornalismo no país foram Luiz Beltrão, na cidade de Recife, e Pompeu de Souza em Brasília. Luiz Beltrão de Andrade Lima nascido em 1918 na cidade de Olinda, capital do Pernambuco, dedicou sua vida a atividade jornalística e a renovação da formação universitária, assim como Roberto Pompeu de Sousa Brasil (1914-1991), um dos fundadores da Universidade de Brasília.

Para a melhor formação de profissionais na área em 1969 foi elaborado o currículo mínimo do curso de jornalismo no país. Celso Kelly, técnico formado pelo Ciespal (Centro Internacional de Estudios Superiores de Comunicación

para América Latina) delimitava um currículo comum aos cursos de

Comunicação Social, com disciplinas específicas para cada habilitação, seja Jornalismo, Publicidade e Propaganda ou Relações Públicas, entre outras.

Em 1996 o Governo Federal sancionou a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional que extinguia os currículos mínimos. Os cursos de jornalismo tinham liberdade para criar suas próprias estruturas curriculares.

Em 2001 o Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação (MEC) recebeu as Diretrizes Curriculares Nacionais. E em 18 de setembro de 2009 o ministro Fernando Haddad, acompanhado pela Diretora do Ensino Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci acolheu o relatório final das Novas Diretrizes Curriculares para o Curso de Jornalismo, que foi aprovado em 20 de fevereiro de 2013 e homologado no Diário Oficial da União em 12 de setembro de mesmo ano. As adequações as normas devem ser feitas em até dois anos.

1.2 Alguns dilemas

Em 17 de outubro de 1969 houve a regulamentação da profissão de jornalista pelo Decreto Lei nº 972, que dispõe, mediante apresentação, entre

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outros documentos, do diploma de curso superior em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo.

Em decisão de 17 de junho de 2009 (referente ao recurso 511.961 interposto pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo e pelo Ministério Público Federal), por 8 votos a 1, os ministros do STF derrubaram a obrigatoriedade do diploma. Votaram contra a exigência do diploma o relator Gilmar Mendes e os ministros Carmem Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello. O único ministro que defendeu a necessidade do diploma para exercício profissional foi Marco Aurélio de Melo.

Na prática, o argumento utilizado como base foi que a exigência do diploma comprometeria a liberdade de expressão e do pensamento, tendo em vista que a informação é um direito social, garantido pelo inciso XIV, artigo 5° da Constituição brasileira, “é assegurado a todos o acesso à informação” (CONSTITUIÇÃO DO BRASIL, 1988).

Entidades contribuem para o debate sobre o Jornalismo, e contra o fim da obrigatoriedade do diploma, como a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo (FNPJ), a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e a Asociación

Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación (Alaic).

Essas transformações como a não obrigatoriedade do diploma e o advento das novas tecnologias implicam em uma nova forma de pensar o jornalismo, e isso cabe às escolas de jornalismo.

As universidades brasileiras, principalmente, as públicas, promovem uma reformulação no Projeto Pedagógico e também nas estruturas curriculares, para se adaptar às novas condições postas pelo mercado de trabalho e pelas normas que orientam a educação superior no Brasil.

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Como se vê até hoje, o curso de Jornalismo enfrenta vários dilemas, como a antiga polêmica teoria versus prática.

Joseph Pulitzer (2009) propunha que a formação humanística do jornalista devia ser privilegiada. Para ele as escolas deveriam ter em suas estruturas curriculares disciplinas como: Direito, Economia, Ética, Legislação, Sociologia, História, Literatura, Línguas Estrangeiras, entre outras.

Para Meditsch (2007) o problema da formação universitária nas escolas de jornalismo atualmente é que “ao invés de partir dos problemas da prática para buscar respostas na teoria e devolver soluções à prática, parte da teoria, quando muito faz uma visita empírica à prática e volta a se refugiar na teoria” (p. 51).

O próprio curso da Cásper Libero em seu início permaneceu na teoria. De acordo com Hime (2005) em seu testamento Líbero determinou a criação de uma escola de jornalismo fundamentada nas Ciências Humanas, particularmente “português, prosa, estilo, literatura, eloquência, história e filosofia”. Esse excesso de teoria fez com que os alunos entregassem em 1956 um abaixo-assinado no qual pediam mais atividade prática:

As aulas que nos são ministradas, com raras exceções, além de se restringirem a um caráter eminentemente teórico, pecam pela deficiência. Jamais nos foi proporcionado um mínimo de aprendizado prático, indispensável para o exercício da profissão de Jornalista (...) O art. 4º do decreto número 28.923 de 1º de dezembro de 1950, lei em vigor para os cursos de jornalismo, determina a obrigatoriedade de estágios em redação, oficinas, organizações jornalísticas e radiofônicas, para o desenvolvimento de conhecimentos práticos dos alunos. Tal obrigatoriedade legal não está sendo cumprida pela Diretoria da Escola, uma vez que até o momento ao atual corpo discente não foi oferecido qualquer estágio (MELO, 1974, p. 23-24).

As transformações tecnológicas ocorridas nas últimas décadas implicam em uma nova forma de pensar o jornalismo, e isso cabe as escolas de

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jornalismo. Em 1969 Beltrão já afirmava: “Não se ensina jornalismo sem a prática do jornalismo”.

Pereira (2011) se baseia na perspectiva de Paulo Freire para levantar a questão teoria versus prática no ensino de jornalismo. Segundo o autor Freire se apoia no conceito de práxis, pelo qual teoria e prática interagem de forma constante:

Mas, se os homens são seres do quefazer é exatamente porque seu fazer é ação e reflexão. É práxis. É transformação do mundo. E, na razão mesma em que o quefazer é práxis, todo fazer do quefazer tem de ter uma teoria que necessariamente o ilumine. O quefazer é teoria e prática. É reflexão e ação. Não pode reduzir-se, […], nem ao verbalismo, nem ao ativismo (FREIRE, 2005, p. 141-142).

De acordo com Jayme Paviani, “não significa ‘saber tudo’, mas possibilidade de compreensão da época em que vivemos e a compreensão de nós mesmos e dos outros. É a educação da sensibilidade e da inteligência, formação da vontade e da capacidade de decidir” (PAVIANI, 2008, p. 123).

2. Abordagem e caracterização da população da pesquisa

Trata-se de um estudo qualitativo/descritivo referente à pesquisa de mestrado “Implicações do fim da obrigatoriedade do diploma na formação dos jornalistas: um estudo de caso na Região Centro-Oeste”.

A 1ª fase da pesquisa foi o levantamento dos cursos de jornalismo na Região Centro-Oeste do país. Para compor essa fase foram utilizadas duas formas de busca, o E-Mec (busca interativa de Instituições de Educação Superior e Cursos Cadastrados2) do portal do Ministério da Educação e procura

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em sítios de ensino no Centro-Oeste. Por fim, foram levantados 23 cursos, como mostra tabela abaixo:

Tabela 1 – Cursos de Jornalismo no Centro-Oeste

Estados IES Nomenclatura do curso

Mato Grosso do Sul

UFMS Com. Social - Habilitação Uniderp Com. Social - Habilitação UCDB Com. Social - Habilitação Estácio de Sá Com. Social - Habilitação Unigran Com. Social - Habilitação AEMS Com. Social - Habilitação

Mato Grosso

UFMT Com. Social - Habilitação UNIC Com. Social - Habilitação Unemat Com. Social - Habilitação UniRondon Com. Social - Habilitação

Goiás

UFG Com. Social - Habilitação PUC-GO Jornalismo

ALFA Jornalismo

Faculdade Araguaia Jornalismo Ies River (Objetivo) Com. Social - Habilitação

FASAM Jornalismo

Distrito Federal

UNB Com. Social - Habilitação UCB Com. Social - Habilitação UniCeub Com. Social - Habilitação

IESB Jornalismo

Uniero Jornalismo

Icesp Jornalismo

Faculdade Alvorada Com. Social - Habilitação Fonte: organização da autora

A tabela mostra que há 23 cursos de Jornalismo no Centro-Oeste do país, destes 7 com nomenclatura em “Jornalismo” e 16 como ”Comunicação Social – habilitação em Jornalismo”.

Para uma melhor análise e estudo o foco se deu nas Instituições de Ensino Superior (IES) de maior número de alunos totais em cada estado (Tabela

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2). A partir de contato com cada universidade foi levantado esse total para então a escolha das IES a serem analisadas, uma pública e uma privada, para cada estado e o Distrito Federal:

Tabela 2 – IES analisadas

Estados IES Nomenclatura do curso

Mato Grosso do Sul

UFMS Com. Social - Habilitação UCDB Com. Social - Habilitação Mato Grosso

UFMT Com. Social - Habilitação UNIC Com. Social - Habilitação Goiás

UFG Com. Social - Habilitação PUC-GO Jornalismo Distrito Federal

UNB Com. Social - Habilitação UniCeub Com. Social - Habilitação Fonte: organização da autora

A amostra é composta por 8 cursos em 3 estados, além do Distrito Federal. Dentre as instituições analisadas a mais antiga é Universidade de Brasília (UNB) de 1966, seguida do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) de 1972, Universidade Federal de Goiás (UFG) de 1975, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) de 1989, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de 1990, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) de 1999 e Pontífica Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) de 2007.

Uma peculiaridade é que no Mato Grosso do Sul, apesar da instituição de maior quantidade de alunos ser a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), não houve turmas nos últimos 3 anos em jornalismo, déficit que fez com que a escolha passasse para a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Outro dado é que a Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande – MS fechou o curso de Jornalismo em 2013.

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Entre as instituições investigadas a maioria, 7 de 8 instituições contam com 8 semestres de graduação, a não ser a UniCEUB que pede 7 semestres.

A 2ª fase foi aplicação de questionários nas instituições dos 3 estados, mais Brasília, com alunos que concluíram em 2013, ou seja, alunos que entraram em 2010 – um ano após o fim da obrigatoriedade do diploma. Neste caso, 8 de um total de 23 universidades/faculdades. Os dados do total de alunos foram obtidos junto aos próprios coordenadores de cada IES.

A tabulação e interpretação dos resultados servirão de análise para revelar o perfil desses futuros profissionais e quais suas perspectivas para/com o mercado regional, além de mostrar a situação da dicotomia teoria versus prática na região.

Por fim, se pretende analisar o projeto pedagógico de cada IES para revelar alguns dados da formação universitária na Região Centro-Oeste, a partir de aspectos como: histórico, justificativa, competências, objetivos, áreas de atuação, responsabilidade social, corpo docente, infraestrutura, perfil, estruturas curriculares, entre outros.

O estudo não pretende encontrar soluções a realidade imposta pela queda do diploma, nem tão pouco esgotar o assunto, mas mapear e levantar novos pontos que venham a contribuir na discussão para a elaboração da dissertação final.

Algumas considerações

O Jornalismo tem passado por transformações históricas ao longo dos anos, e a cada nova mudança um novo profissional é repensado e seu papel discutido.

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As Instituições de Ensino Superior têm como compromisso social gerar novos conhecimentos e qualificar o aluno para o mercado de trabalho atual, que exige várias habilidades, e principalmente oferecer subsídios para uma concepção capaz de favorecer um verdadeiro ensino teórico/pratico para os estudantes.

A decisão do STF trouxe outra discussão a esfera acadêmica, a adequação do ensino teórico/prático quanto as constantes mudanças do Jornalismo, onde universidades começaram a repensar essa formação nas estruturas curriculares dos cursos de Jornalismo, com mudanças também no Projeto Pedagógico.

A análise a ser realizada pretende relacionar os principais fatores internos e externos que têm reflexos na formação de jornalistas e na qualidade destes profissionais de cada estado. São 7 cursos com nomenclatura específica em “Jornalismo” e 16 que ainda caminham com o jornalismo como uma “habilitação da Comunicação”.

Com base nesses dados preliminares das instituições se conclui que depois da queda do diploma houve algumas mudanças na região. Algumas instituições fecharam suas portas como é o caso da Estácio de Sá de Campo Grandes/MS.

A pesquisa está em fase de análise e a partir dos dados tabulados será observado o perfil desses jornalistas que brevemente se defrontarão com a realidade colocada no mercado regional, além de expressar aspectos do ensino de jornalismo no centro do país.

Referências Bibliográficas

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Referências

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