• Nenhum resultado encontrado

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ª VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DE MARÍLIA (SP)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ª VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DE MARÍLIA (SP)"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ª VARA DA JUSTIÇA FEDERAL DE MARÍLIA (SP)

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo

Procurador da República que esta subscreve, no exercício das suas atribuições constitucionais e legais, com fulcro nos arts. 127, caput, 129, inciso III, 203, inciso V, da Constituição Federal, no art. 31 da Lei n.º 8.742/1993, no art. 6º, inciso VII, alíneas “a” e “d”, e XII da Lei Complementar n.º 75/1993, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

com pedido liminar,

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS com endereço na Rua Castro Alves n.º 460, em Marília (SP);

(2)

DOS FATOS

Com o intuito de verificar a condição de vida de deficientes que, atualmente, estão internados e praticamente residem no Hospital Espírita de Marília, localizado na Rua Dr. Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, n.º 470, servidores da Procuradoria da República em Marília estiveram no local e constataram que tais deficientes recebem um atendimento adequado por parte da referida instituição hospitalar.

Porém, foi constatado que alguns deles que fazem jus ao benefício assistencial de prestação continuada não o recebem, sendo inclusive o que se pretende corrigir com a presente ação.

Tais pessoas são:

1) ANA PIRES MENDONÇA, brasileira, portadora do RG n.º 21.687.476 SSP/SP e do CPF/MF n.º 223.107.318-89, filha de João Martin Dias e de Ana Pires de Almeida, nascida em 31 de agosto de 1948 (fls. 05 a 08);

2) ANTÔNIO DE PÁDUA BENTO, brasileiro, portador do RG n.º 39.487.310-4 SSP/SP e do CPF/MF n.º 223.172.188-00, filho de Sebastião de Bento e de Lázara de Jesus, nascido em 30 de junho de 1944 (fls. 13 a 16);

3) DELICE GONÇALVES DA SILVA, brasileira, portadora do RG n.º 39.467.322-0 SSP/SP e do CPF/MF n.º 223.172.668-80, filha de Benedito Fernandes da Silva e de Leonor da Silva, nascida em 03 de maio de 1958 (fls. 21 a 24);

4) EDNA DE ALMEIDA, brasileira, portadora da cédula do RG n.º 39.467.307-4 SSP/SP e do CPF/MF n.º 223.184.268-80, filha de José Anacleto de Almeida e de Benicia de Araújo Almeida, nascida em 23 de fevereiro de 1962 (fls. 29 a 32);

5) FABIANA APARECIDA FRANCISCO, brasileira, portadora do CPF/MF n.º 223.126.988-03, filha de Pedro Aparecido Francisco e de Paulina Américo Franco, nascida em 07 de setembro de 1985 (fls. 37 a 39);

6) GERUNDINA DA BANDEIRA, brasileira, portadora do RG n.º 39.467.306-2 SSP/SP e do CPF/MF n.º 223.183.638-62, filha de Lerindo da Silva e de Edith da Bandeira, nascida em 27 de novembro de 1974 (fls. 44 a 47);

(3)

7) IRIO FERREIRA DE JESUS, brasileiro, portador do RG n.º 39.906.392-4 SSP/SP e do CPF/MF n.º 127.323.658-07, filho de João Ferreira de Jesus e de Luzia Gotardi de Canha, nascido em 06 de abril de 1943 (fls. 52 a 55);

8) LEONOR KULHAWA, brasileira, portadora do CPF/MF n.º 223.183.118-03, filha de Charles Kulhawa e de Olívia de Oliveira Kulhawa, nascida em 19 de novembro de 1948 (fls. 60 a 63);

9) MARIA DO CARMO LOPES, brasileira, portadora do RG n.º 35.367.735-8 SSP/SP e do CPF/MF n.º 223.108.218-70, filha de Benedito Lopes e de Adelina da Silva, nascida em 04 de maio de 1947 (fls. 68 a 71);

10) MARIA REGIANE DE MORAES, brasileira, portadora do RG n.º 39.467.305-0 SSP/SP e do CPF/MF n.º 223.184.878-39, filha de José de Moraes e de Olinda Rodrigues, nascida em 17 de janeiro de 1965 (fls. 76 a 79);

11) ROSANGELA APARECIDA FARIAS, brasileira, portadora do RG n.º 39.467.304-9 SSP/SP e do CPF/MP n.º 223.182.728-08, filha de José Timóteo Martins e de Olívia Esmelinda Martins, nascida em 12 de março de 1963 (fls. 84 a 87);

12) ROSELI MARIA BASTOS, brasileira, portadora do RG n.º 39.467.320-7 SSP/SP e do CPF/MP n.º 223.184.058-83, filha de Sebastião Maria e de Regina Pereira Maria, nascida em 04 de fevereiro de 1964 (fls. 92 a 95);

13) TEREZINHA DE JESUS, brasileira, portadora do RG n.º 39.467.325-6 SSP/SP e do CPF/MP n.º 223.185.108-30, filha de Geronimo de Oliveira e de Maria Patrocínio de Jesus, nascida em 16 de maio de 1956 (fls. 100 a 103); e

14) VIRGINIA APARECIDA GRAÇA SANTOS, brasileira, portadora do CPF/MP n.º 223.185.498-85, filha de José Euclidio Santos e de Maria José dos Santos, nascida em 09 de setembro de 1954 (fls. 108 a 110).

Referidos deficientes não possuem qualquer renda, nem mesmo recebem benefício previdenciário ou assistencial, motivo pelo qual o Ministério Público Federal socorre-se da via judicial para obter a apreciação de seu pleito, mostrando documentação comprobatória e aguardando abrigo do

(4)

Poder Judiciário, a fim de que o direito constitucional ao benefício assistencial previsto no art. 203, inciso V, da Constituição Federal e art. 20, da Lei n.º 8.742/93, veja-se respeitado, nos termos do quanto abaixo se expõe.

DA LEGITIMIDADE ATIVA

O Ministério Público tem como funções precípuas a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, bem como dos interesses sociais e individuais indisponíveis, tal como disposto no art. 127 da Constituição Federal.

O art. 129, incisos III e IX, da Carta Magna de 1988, atribui ao Ministério Público, como função institucional, a promoção da ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos, além de exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade.

Acrescente-se, ainda, que ao Ministério Público cabe zelar pelo efetivo respeito aos direitos previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, entre eles o direito ao benefício de prestação continuada, tal como determinado no art. 31 da Lei n.º 8.742/93.

Ainda, o art. 6.° da Lei Complementar n.º 75/93 preceitua: "Art. 6.°. Compete ao Ministério Público da União:

(...)

VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: a) proteção dos direitos constitucionais;

(...)

d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos;

(...)

XII - propor ação civil coletiva para defesa de interesses individuais homogêneos;(...)"

No presente caso, clara é a natureza jurídica dos direitos dos beneficiários da Assistência Social. São direitos individuais homogêneos, na medida em que, apesar da divisibilidade, há circunstâncias que os une na sua origem: tais como a condição de serem deficientes e não possuírem renda ou meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua famílias.

Nessa linha, possui o Ministério Público Federal legitimidade para a defesa de tais direitos, intensificada pela repercussão social.

(5)

Essa repercussão social é manifesta, haja vista, em primeiro lugar, a natureza do dano e o interesse que há no funcionamento do sistema de Assistência Social.

Em segundo lugar, a presente ação visa a proteção de uma coletividade representada por pessoas portadoras de necessidades especiais por deficiência mental, que se encontram internados para tratamento permanente, e que não são sustentadas por seus familiares, e isso com a finalidade de fazer possível o recebimento do benefício a um maior número de pessoas que sejam comprovadamente deficientes, tudo o que, por si só, já ostenta a relevância social.

Inegável acrescentar que a proteção dos direitos individuais homogêneos no caso configura defesa de interesse social relevante, pois o benefício assistencial é considerado verba de cunho alimentar que consiste em uma garantia constitucional que independe de contribuição à Seguridade Social.

DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Primeiramente, assente-se que a Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado e tem como um de seus objetivos a "garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família", nos termos do art. 20 da Lei n.º 8.742/93, o qual repete o já disposto no art. 203, inciso V, da Constituição Federal.

Anote-se que o art. 35 da Lei n.º 8.742/93 deixa estreme de dúvidas a legitimidade passiva do INSS, estatuindo que:

"Cabe ao órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da Política Nacional de Assistência Social operar os benefícios de prestação continuada de que trata esta Lei, podendo contar com o concurso de outros órgãos do Governo Federal, na forma a ser estabelecida em regulamento".

Observe-se que ao INSS caberá a função de operacionalizar a concessão do benefício, conforme depreende-se do parágrafo único do art. 32 do Decreto n.º 1.744/95, tendo o mesmo inclusive estabelecido normas e procedimentos para a operacionalização do benefício de prestação continuada

(6)

aos idosos e portadores de deficiência por meio da Resolução INSS/PR n.º 324, de 15/12/1995.

Desta forma, decorre dos preceitos legais, sem qualquer dúvida, que a responsabilidade quanto ao salário mínimo de benefício mensal previsto constitucionalmente é do Ministério da Previdência e Assistência Social, sendo sua operacionalização dever do INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social.

DO DIREITO

Após afirmar que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independente de contribuição, a Constituição Federal de 1988 institui, no art. 203, inciso V, como um de seus objetivos e como uma garantia constitucional, a efetividade do direito maior de igualdade:

"Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independente de contribuição a seguridade social, e tem por objetivos:

(...)

V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei".

Ao estabelecer a garantia de um salário mínimo mensal aos portadores de deficiência que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família, a Constituição Federal garantiu efetividade ao princípio da isonomia (art. 5º, caput).

Regulamentando o preceito constitucional supramencionado, a legislação vigente estabelece dois casos em que será devido o benefício assistencial solicitado e desde que a pessoa não tenha condições de prover a própria manutenção ou tê-la provida por sua família:

1) para as pessoas maiores de 65 (sessenta e cinco) anos de idade (art. 34, da Lei n.º 10.741/2003); e

2) para as pessoas portadoras de deficiência (art. 20, da Lei n.º 8.742/1993).

(7)

No caso vertente, as pessoas supramencionadas são portadoras de deficiência mental, tal como demonstrado pelos atestados médicos juntados às fls. 09, 17, 25, 33, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96, 104 e 111.

Além disso a hipossuficiência econômica deles restou demonstrada nos documentos anexos (fls. 10, 18, 26, 34, 41, 49, 57, 65, 73, 81, 89, 97, 105 e 112), os quais informam que os mesmos foram internados no Hospital Espírita de Marília para tratamento permanente e não recebem qualquer ajuda financeira, seja de seus familiares ou de outras pessoas ou entidades.

Assim, o conjunto probatório existente demonstra que os deficientes preenchem os requisitos legais tanto no que tange à comprovação da deficiência como no tocante à hipossuficiência econômica, uma vez que são incapazes de prover a própria manutenção ou tê-la provida por suas famílias.

Agora, cumpre ao Judiciário, por meio do tão conhecido sistema de freios e contrapesos, corrigir a omissão do Poder Executivo e atribuir, no caso concreto, o que foi garantido constitucionalmente, sempre tendo em mente que este benefício servirá para que estes deficientes possam se manter dignamente por conta própria.

DA TUTELA ANTECIPADA

O objeto da presente ação é buscar a tutela jurisdicional para que o réu seja condenado a conceder benefício assistencial aos deficientes que encontram-se em tratamento permanente no Hospital Espírita de Marília e que não possuem condições de manter a própria subsistência ou de tê-la provida por sua família.

Porém, para que o provimento jurisdicional possua utilidade e efetividade, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, além da verossimilhança da alegação e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, necessária a concessão de tutela antecipada, nos termos do que dispõe o art. 273 do Código de Processo Civil.

O instituto da tutela antecipada trata-se da realização imediata do direito, já que dá ao autor o bem por ele pleiteado. Dessa forma, desde que presentes a prova inequívoca e a verossimilhança da alegação, a prestação jurisdicional será adiantada sempre que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.

(8)

No caso em tela, os requisitos exigidos pelo diploma processual para o deferimento da tutela antecipada encontram-se devidamente preenchidos.

Além disto, a existência do fumus boni iuris mostra-se clara, patenteado na fundamentação supra, em que se demonstra o descumprimento de princípios constitucionais e legais.

A urgência, ou periculum in mora, consiste no fato dos deficientes estarem internados no Hospital Espírita de Marília, não tendo qualquer assistência de seus familiares, necessitando assim de recursos financeiros para poderem viver dignamente.

Assim, presentes os requisitos necessários à concessão da tutela antecipada, requer o Ministério Público Federal, com espeque no art. 12 da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985, o seu deferimento, inaudita altera parte, para o fim de determinar que o INSS pague, mensalmente, a importância de um salário mínimo, a título de benefício assistencial de prestação continuada, para todos os deficientes relacionados nesta exordial.

DO PEDIDO

Após apreciada e se espera concedida a tutela antecipada requerida, ao final, requer o Ministério Público Federal seja julgado procedente o pedido da presente ação, para o fim de condenar o INSS a pagar a importância de um salário mínimo mensal, a título de benefício assistencial de prestação continuada – renda vitalícia, nos termos do art. 203, inciso V, da Constituição da República e do art. 20 da Lei n.º 8.742/93, aos 14 (catorze) deficientes indicados na presente inicial.

Requer ainda:

a) seja citado e intimado da concessão da liminar o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, na pessoa do Sr. Procurador-Chefe, no endereço já constante desta petição para, querendo, oferecer resposta, sob pena de revelia, e acompanhar a ação até o final;

b) seja deferida a produção de provas por quaisquer meios juridicamente admitidos;

c) a condenação do réu nos eventuais ônus de sucumbência cabíveis.

(9)

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para fins fiscais.

Termos em que, pede deferimento.

Marília, 28 de agosto de 2007.

JEFFERSON APARECIDO DIAS Procurador da República

Referências

Documentos relacionados

A Companhia consolidou integralmente as Demonstrações Financeiras da Gerdau S.A. e todas as empresas controladas. As Demonstrações Financeiras Consolidadas da Companhia incluem

Desta forma, no presente estudo busca-se analisar a atual classificação da cidade de Curitibanos que está localizada em Santa Catarina, que segundo Roberto Klein, pode-se definir

Para evitar danos ao instrumento ou ao dispositivo em teste, desco- necte a alimentação do circuito e descarregue todos os capacitores de alta tensão antes da medida de

A figura 5.6 mostra um caso em que apesar de gerar uma imagem sem descontinuidades visíveis, um valor insuficiente de overlap não consegue capturar as propriedades estruturais da

Segundo Laclau, todo objeto continua sendo um objeto de discurso, tendo em vista que, mesmo que sua existência seja dada por sua materialidade, ela também está marcada pelo

É importante limpar periodicamente o orifício de descarga da água da descongelação, no centro do canal do compartimento do frigorífico, para evitar o transbordamento de água para

[r]

VEZE I ODNOSI SA VATIKANOM Obaveštenje Ministarstva inostranih dela da je predstavku Antuna Piletića, sveštenika Biskupije krčke, dostavilo preko našeg poslanika u Vatikanu