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A GUERRA FRIA ( )

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A GUERRA FRIA (1945-1990)

O termo Guerra Fria representa o conflito ideológico nascido em decorrência do final da Segunda Guerra Mundial por conta das redefinições processadas pelos países vitoriosos do conflito, no caso, Estados Unidos (ícone do capitalismo) e União Soviética (ícone do socialismo). É um período de muitos ajustamentos, conflitos localizados e disputas que caracterizam a rivalidade entre os dois blocos mais poderosos do planeta nesta época.

1. ANTECEDENTES

O final da Segunda Guerra apresentou as características da Guerra Fria desenhada nos encontros realizados entre as superpotências onde ficaram claras as divergências entre Estados Unidos/Inglaterra e a URSS. Essa bipolarização, com risco de guerra iminente, mas que felizmente não alcançou concretude traduziu-se em fatos que ficaram marcados no decorrer da segunda metade do Século XX, motivando guerras e movimentos revolucionários por todo o mundo e alterando consideravelmente a estrutura das nações em nome dos interesses dominantes. Desse modo, podemos definir a situação da Guerra Fria em três momentos:

TOME NOTA!

I. A Guerra Fria Clássica  de 1945 a 1950/53.

II. A Coexistência Pacífica/Distensão (Deténte)  de 1950 a 1960/68. III. A Nova Guerra Fria  de 1960 a 1980 (Era Reagan).

Durante todo este período, o regime socialista viveu uma fase de expansão iniciada com mais vigor a partir de 1947, por meio de revoluções e ação direta da influência da URSS em vários países como a China - que concluiu sua famosa Revolução dois anos depois (1949), dessa forma, deixando a Europa Oriental de ser capitalista. A influência, no entanto, não se limitou ao continente europeu: brados revolucionários varreram a América Central com a Revolução Cubana (1959) e a Ásia com a Guerra da Coréia (1950-53) e a Guerra do Vietnã (1960-1970). Para além dessas fronteiras, a Àfrica também foi alvo, após o processo de descolonização iniciado na década de 1950, de muitos governos socialistas como foi o caso de Moçambique e Angola.

O Mundo pós Segunda Guerra bipolarizou-se entre os blocos socialista e capitalista.

“Caiu uma Cortina de Ferro sobre o mundo” disse Churchill em discurso no

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Para uma considerável parte dos pesquisadores e estudiosos da História, a Guerra Fria tem seu ponto de tensão no discurso do primeiro ministro inglês Winston Churchill, onde este convocava os norte-americanos e seus aliados na Europa para uma cruzada anticomunista, assim rompendo a aliança de sucesso que havia sido formada na Segunda Guerra Mundial. Depois de denominar a Europa Ocidental como ―mundo livre‖, o chanceler britânico solicitou ajuda do presidente dos EUA, Henry Truman, no combate à expansão socialista soviética a qual ele chamou de ―países da cortina de ferro‖. Assim, o próximo passo foi ajudar economicamente e militarmente nações como a Grécia e a Turquia, evitando assim uma propagação do socialismo para o centro da Europa.

2. A GUERRA FRIA PROPRIAMENTE DITA

A Doutrina Truman pode ser considerada como a oficialização da Guerra Fria. Dentre seus desdobramentos para evitar a disseminação do socialismo, buscando derrubar a ―origem do mal‖ (teoria do dominó) está a criação do Plano Marshall (1947), que tinha por meta a ajuda econômica e financeira para a rápida reconstrução e recuperação da economia europeia. A Iugoslávia, apesar de socialista, aceitou ajuda do Plano Marshall pelas posturas militares do general Broz Tito. Em 1949, complementar ao primeiro plano, foi criado outro de caráter militar que promovia uma aliança de países do mesmo bloco econômico conhecido como Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), composta por países da Europa Ocidental, Estados Unidos e Canadá, consistindo na construção de bases militares e no fortalecimento político-militar da Europa capitalista. Os Estados Unidos, assim, se colocavam como baluartes da luta contra a propagação do bloco comunista no mundo.

Em resposta, o bloco socialista liderado pela URSS tratou de criar organizações militares e econômicas que serviram como resistência, demonstração de força e uma resposta à Doutrina Truman. No mesmo ano de 1947 surgiu o Kominform, Comitê de Informação dos Partidos Comunistas e Operários, assim unificando mais ainda o Leste Europeu. Dois anos depois, a criação do COMECON (Conselho de Assistência Econômica Mútua) tem o mesmo objetivo – contudo no bloco socialista – do Plano Marshall; porém, apenas em 1955 surge uma alternativa soviética à OTAN: conhecido como Pacto de Varsóvia tratava-se, na prática, de uma aliança militar do bloco socialista que englobava a Europa Oriental e a URSS.

A partir dos anos 40 convencionou-se chamar de Bloco Socialista o conjunto de países que receberam suporte soviético no seu processo de reconstrução nacional, aliados à Moscou. Ao longo dos anos de 1950-70, o socialismo foi adotado pela Coréia do Norte, Vietnã e Cuba. China e Iugoslávia também haviam se tornado socialistas, porém não mantiveram o alinhamento com Moscou. A URSS estava próxima o suficiente somente dos países nos quais ajudou a implantar na Europa Oriental o regime político-econômico, onde a mudança se deu de forma totalitária (―de cima pra baixo‖), diferentemente de

movimentos com ampla participação social, como no caso chinês, cubano ou da própria Rússia em 1917 durante a clássica revolução.

2.1 – DISPUTANDO UM LUGAR AO SOL

A competição entre as duas superpotências não ficou apenas nesses aspectos: até os Jogos Olímpicos e outras competições esportivas eram usados para o duelo de EUA e URSS durante a Guerra Fria. Mas a frente principal era a competição tecnológica na corrida espacial e na produção de armas nucleares. Em 1949, os soviéticos testaram com sucesso sua primeira bomba atômica, dando a partida na corrida armamentista que manteria o mundo em tensão e alerta durante décadas.

A corrida espacial foi um subproduto da exibição de armas nucleares, pois os mesmos foguetes para naves espaciais serviriam como mísseis intercontinentais. Os russos saíram na frente, lançando o primeiro satélite artificial e a primeira nave tripulada (contendo seres vivos como a cadela Laika e o major da Aeronáutica Yuri Gagarin, que percorreu a órbita do planeta e

pronunciou a clássica frase ―A Terra é Azul‖) a orbitar o planeta. Eles também deram antes um passo importante,

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CIA e KGB representaram episódios especiais durante a Guerra Fria.

A conquista da Lua representou “um pequeno passo para o Homem, mas grande passo para a

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o acoplamento de duas naves no espaço. Mas os norte-americanos ―venceram a corrida‖ ao colocar astronautas Neil Armstrong, Edwin ―Buzz‖ Aldrin e Michael Collings na Lua em 1969, atestando o sucesso da missão Apollo 11, já que os russos preferiram lanças sondas espaciais.

Outro diferencial deste período diz respeito à espionagem. A montagem de dois sistemas eficientes que buscavam perseguir, conhecer, informar e sabotar os planos do bloco adversário ficam expressos através da CIA (Cental Intelligence Agency) e da KGB (Komitet gosudarstvennoy bezopasnosti).

2.2 – DOS CONFLITOS À DÉTENTE

Os combates comumente associados ao período da Guerra Fria não dizem respeito ao enfrentamento direto das duas superpotências. No decorrer das décadas de 1950 e 1960, os Estados Unidos entraram na Guerra da Coréia e na Guerra do Vietnã para tentar deter a expansão do socialismo no sudeste asiático. Na Coréia, foi estabelecida uma fronteira que resiste até os dias atuais dividindo o país em dois pelo paralelo 38°. E no Vietnã, os norte americanos foram vencidos e abandonaram a região ainda no início dos anos 1970.

Um capítulo especial, no entanto, se processou na figura do senador norte americano Eugene McCarthy no início dos anos 1950, com a organização de comissões de investigação que resultaram no movimento conhecido como Macartismo. Era uma verdadeira ―caça às bruxas‖ onde qualquer pessoa suspeita de ligação com movimentos ou organizações consideradas de esquerda era acusada de manter atividades antiamericanas. O projeto durante muito tempo perseguiu e julgou injustamente várias pessoas, até atingir o seu criador.

Outros momentos de tensão deste período dizem respeito a invasão da Hungria e a Primavera de Praga, na Tchecoslováquia. Na Hungria (1956), o socialismo se consolidou com a presença dos tanques soviéticos. Na Tchecoslováquia (1968), o vento revolucionário promoveu uma tentativa de abertura política no seio do rígido sistema socialista implantado no país em nome do Pacto de Varsóvia, contando com tanques nas praças principais de Praga, a capital e muitas prisões e mortes, o que não evitou uma virada no pensamento e aceitação dos conceitos comunistas naquela nação.

Na América Latina, a Revolução Cubana provocou uma reação dos Estados Unidos, que ajudou a formar ditaduras pró-americanas que se espalharam até o Cone Sul durante as décadas de 1960 e 1970. A Revolução que reuniu o médico Ernesto Guevara de La Sierna, Camilo Cienfuegos e os irmãos Castro (Raul e Fidel), representaram a possibilidade real de tornar a utopia da causa revolucionária para salvar um país da opressão capitalista, no entanto, o sentido desta foi o da implantação de um governo ditatorial, aos moldes do sistema stalinista, que perdurou totalmente fechado até idos de 2008/2009, quando Fidel, depois de 50 anos, abdicou do poder em favor de seu irmão, abrindo aos poucos a rigorosidade ao país.

Outros episódios dizem respeito à Crise dos Mísseis, que representou o momento mais tenso da Guerra Fria e por muito pouco não ocasionou uma guerra atômica, uma vez que as bombas de plutônio haviam sido substituídas pelas de hidrogênio, o potencial armamentista havia aumentado consideravelmente. Em 1962, foi descoberta pelos norte-americanos a instalação de mísseis soviéticos em Cuba, na Baía dos Porcos. Imediatamente, os EUA ameaçaram retaliar com um ataque nuclear e abordaram navios soviéticos na região do Caribe. Frente à situação, a URSS recuou e retirou os mísseis do território cubano, pacificando a tensão.

Todavia, o clima de tensão seria reacendido pela França, Inglaterra e China a partir do momento em que estas nações também apresentassem seus arsenais atômicos. Em 1973, as superpotências começaram a discutir acordos para a limitação da produção desses arsenais, o que deu início à fase da diplomacia dentro da Guerra Fria conhecido como Détente, palavra francesa que significa ―relaxamento‖ ou ―distensão‖. Em 1979, quando a URSS invadiu o Afeganistão, as negociações sobre armamentos nucleares foram suspensas. Outros momentos caracterizaram esse período:

 Tratado de Moscou (1963) - Os dois países regularam a pesquisa de novas tecnologias nucleares e concordaram em não ocupar a Antártida.

 TPN (Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares) (1968) - Os países signatários (EUA, URSS, China, França e Reino Unido) comprometiam-se a não transmitir tecnologia nuclear a outros e a se desarmarem de arsenais nucleares.

 SALT I (Strategic Arms Limitation Talks - Acordo de Limitação de Armamentos Estratégicos) (1972) - Previa o congelamento de arsenais nucleares dos Estados Unidos e da União Soviética.

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Os presidentes Jimmy Carter, dos EUA (à direita) e Leonid Brejnev assinam o Plano SALT II em 1979, reafirmando a necessidade em controlar os arsenais atômicos.

2.3 – A QUESTÃO DAS DUAS ALEMANHAS

Como perdedora da Guerra, a Alemanha acabou, dentro dos planos das Conferências de Yalta e Potsdam, sendo alvo da partilha promovida pelas superpotências, ao lado de França e Inglaterra, de modo que pudesse haver a reestruturação daquela nação após o fim do Nazismo. Desse modo, a divisão em quatro zonas de influência (EUA, URSS, França e Inglaterra) determinou o futuro da Alemanha:

Incrustada na RDA, Berlim foi dividida (uma parte capitalista e outra socialista) por um muro, de 1961 a 1989 (início da reunificação alemã). O início da reunificação (out/1990) cria problemas econômicos e sociais para a ex-Alemanha Ocidental, obrigada a absorver a decadente economia do Leste.

A Alemanha Ocidental, apoiada pelo Plano Marshall, destacava-se em termos de desenvolvimento industrial e tecnológico, assim como na geração de empregos, educação, saúde e transportes, o oposto do que ocorria na Alemanha Oriental, marcada por um socialismo sem alguma planificação e uma economia bastante deficitária, contando com uma rejeição maciça daqueles que estiveram do lado Leste de Berlim. Logo, muitas pessoas desejavam passar para o outro lado do Muro, conhecido vulgarmente como ―muro da vergonha‖, mas eram impedidas através da agressão dos soldados alemães ou pela estrutura do próprio muro que foi construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele fazendo parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de atravessá-lo.

Divergências entre URSS e EUA geraram a divisão efetiva da Alemanha; o território da antiga Prússia transforma-se em República Democrática da Alemanha (sobre influência soviética) e a área ocupada pelos Aliados se transforma na República Federal da Alemanha

O Muro da Vergonha isolou Berlim em duas até 1989, quando veio abaixo reunificando a Alemanha.

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2.3 – PRINCIPAIS MUDANÇAS

A Guerra Fria produziu alguns acontecimentos que provocaram mudanças estruturais, sobretudo dentro do bloco soviético, importantes no período conhecido como Coexistência Pacífica ou da Distensão/Degelo e após o mesmo. As transformações foram minando novas esperanças e governos, especialmente na região dos Bálcãs, onde o sentimento democrático passou a ser uma aspiração de nações que passavam por ditaduras socialistas. Observe que acontecimentos foram estes:

I. O Levante de Budapeste – Hungria (1956)  os húngaros decretam, no início da década de 1950, sua neutralidade em relação ao bloco soviético, o que não é bem visto pelo Pacto de Varsóvia. Utilizando-se da força das armas e dos tanques de guerra, a URSS invadiu o território que compreende a capital húngara, Budapeste, e destituiu o governo reformista, garantindo um governante pró-soviético até 1988.

II. A Primavera de Praga – Tchecoslováquia (1968)  a ideia de um Socialismo Humanizado foi a proposta pensada pelos tchecos para a condução do reformismo no país, inspirados pelo exemplo de anos antes na Hungria. Esse reformismo, no entanto, esbarrava nas novas políticas pensadas pelos líderes soviéticos aos integrantes do bloco em termos internacionais. Evitando então correr riscos para a unidade soviética, as tropas do Pacto de Varsóvia novamente são acionadas e cruzam a fronteira da Tchecoslováquia e desmobilizam o movimento, prendendo os líderes, entre eles o presidente reformista Alexander Dubcek. III. O Movimento do Solidariedade – Polônia (1980)  as mudanças foram processadas através da questão do

chamado Socialismo Democrático, que pretendia uma passagem do capitalismo ao socialismo na Europa de modo que a URSS não intervisse no processo. Era a afirmação da ideia do Eurocomunismo, que ganhou mais força através do Sindicato Solidariedade, através de seu líder Lech Walesa. Ganhando crescimento e prestígio nacionais, a atividade de Walesa e do Solidariedade contribuíram para a aceleração da fragmentação soviética.

IV. A Queda de Ceausescu na Romênia (1989)  é derrubada uma das últimas ditaduras comunistas europeias, condenando o ditador e sua esposa à morte. No ano de 1990, surgiram novos partidos, decretou-se a anistia política e foram convocadas eleições gerais, dando início a um duro processo de transição.

V. O pluripartidarismo da Bulgária (1987)  Após o congresso do partido comunista búlgaro houve a decisão pela implantação de uma reforma política já colocada em prática nas eleições presidenciais de 1990. VI. A invasão soviética ao Afeganistão (1979-1989)  durante dez anos, os afegãos decidiram não mais

seguir a estrutura soviética de governo, alinhando-se contra o governo comunista do Pacto de Varsóvia, o que provoca a invasão de tropas que procuram continuar mantendo o acordo bilateral assinado entre os dois governos ainda em 1978. Mesmo havendo recebido armamentos pesados, como helicópteros, tanques e rifles para formação de um exército forte, os afegãos receberam apoio dos Estados Unidos para a formação de uma força mais consistente contra a opressão soviética – eis o nascimento da estrutura do Talebã.

3. A NOVA GUERRA FRIA

A década de 1980 revelou mudanças de cunho político, econômico e sociais bastante significativos para inaugurar uma nova etapa na Guerra Fria em busca de uma definição de qual dos dois blocos teria realmente a hegemonia mundial neste período. Marcados de formas diferentes, os governos soviético e americano enfrentaram, respectivamente, crises com a burocracia estatal e os escândalos de governo constantes, mas procuraram, nesta nova década, pontos de apoio para a construção de governos sólidos e capazes de manter seus aliados confiantes em suas políticas de Estado.

O caso americano é o que chama atenção inicialmente: voltado para a construção do que futuramente seria chamado de Neoliberalismo, os presidentes Ronald Reagan e George Bush definiram uma política de afastamento do Estado das principais decisões em relação à população, terceirizando responsabilidades – é o esfacelamento, gradativo, do Estado de Bem Estar Social. Passava-se, então, nos países capitalistas a uma construção de um chamado Estado Mínimo, capaz de eximir-se de responsabilidades em relação aos transportes, saúde, educação, segurança e outros, privatizando empresas estatais e excluindo as condições básicas da população, assim aumentando uma margem considerável da miséria e exclusão social.

No plano da Guerra Fria, Reagan procurou reacender a rivalidade com os soviéticos, produzindo um escudo antimísseis através do projeto Guerra nas Estrelas, o que não teve um grande apoio e sofreu algumas sanções, mas saiu do papel. Essa política encontrou um momento favorável graças às mudanças no plano soviético, com as reformas de Estado propostas por Mikhail Gorbatchev, que vai desmontando aos poucos a estrutura da URSS. No Governo George Bush, as guerras passam a ser a verdadeira tônica da nação americana, que enfrenta um grande conflito: a Guerra do Golfo, de onde sai vencedor usando um arsenal armamentista impressionantemente eficiente, não dando chances de vitória aos inimigos, como antes aconteceu no Vietnã durante o governo de

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Gerald Ford. Para garantir o sucesso das operações, foi importante a tática da Tempestade no Deserto (Desert Storm).

A política soviética neste período passa por uma instabilidade enorme, sobretudo ao aceitar estabelecer com os EUA uma coexistência pacífica ainda nos anos 1960. Essa fraqueza soviética também pode ser explicada pela rígida postura adotada frente aos seus aliados de bloco enquanto, do outro lado, a tônica do Estado de Bem Estar Social permitia uma maior liberdade para a adoção de políticas que buscassem os ideais democráticos. Assim, tanto Kruschev como Brejnev encontraram problemas que não tinham fácil solução.

Dessa forma, o fim da Guerra Fria se aproximava de forma bastante rápida. Uma nova era de mudanças estaria vindo pela frente, colocando a nação americana então como grande detentora das condições de decisão e mudança da política e economia internacionais, apesar da resistência de algumas nações em ainda estabelecer um momento voltado ao comunismo, como era o caso de Cuba, Coréia do Norte, Albânia, entre outros. A Era Neoliberal mostraria, ainda, que os Estados Unidos seriam os grandes vencedores dos grandes embates realizados ao longo do século XX, preparando o mundo, segundo sua ideologia, para a entrada no Século XXI de forma a privilegiar o Capitalismo como a maior das necessidades de estabelecimento de políticas e práticas consistentes da Democracia no mundo.

APÊNDICE: MAPAS DA ―CORTINA DE FERRO‖, OTAN E PACTO DE VARSÓVIA

FIQUE ATENTO!

A Formação do Estado de Bem Estar Social

A partir de 1950, as decisões tomadas pelos países mais ricos do Ocidente como Inglaterra, França e Estados Unidos em relação aos países em recuperação durante a saída do pós-guerra passam a deixar de serem vistos como ―caridade‖ dos seus governos para serem encarados como conquistas políticas dos cidadãos destas nações. Isso se dá devido ao fundamento existente na política de que todo cidadão merecia, segundo os princípios democráticos, ser protegido e assistido pelo Estado e este, portanto, deveria atender às necessidades humanas básicas daqueles, principalmente de proteção á saúde e ao emprego.

A prosperidade do capitalismo neste período contribuía para fortalecer essa ideia. As rendas públicas e as exportações dos países capitalistas haviam crescido e inaugurado uma nova etapa na Revolução Industrial, observando sua terceira edição, agora tendo o Estado como aliado, ampliando os recursos econômicos por meio de tributos para financiar uma política de proteção às empresas. A reversão dos impostos para que o Estado pudesse fornecer os meios necessários de assistência aos contribuintes cidadãos colaborava para o fortalecimento desse modelo previdenciário, mas o mesmo tempo apresentava como característica fundamental uma redistribuição da riqueza da nação tornando-se o eixo central de funcionamento do chamado Estado de bem estar social (welfare state).

O ―boom‖ desses governos estoura entre as décadas de 1950 e 1970, oferecendo grandiosas reformas e provocando uma tendência no aumento dos gastos públicos do Estado, que em nome do bem estar, precisaram despender de cerca de 60% de seu PIB para garantir uma seguridade social aos seus cidadãos. Assim foi na

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Bélgica, França, Itália e na antiga Alemanha Ocidental. A grandiosidade do aparelho estatal, principalmente na área previdenciária e de planejamento, tornou-se por demais grandiosa e complicada de administrar, o que provocou um aumento da burocracia e dos quadros técnicos que se enraizaram na estrutura do Estado, criando áreas de poder e campos de competência, sobretudo para defesa dos próprios interesses desse privilegiado grupo.

Os excessivos gastos públicos não foram acompanhados pelo crescimento da arrecadação, levando a uma crise fiscal e a grande crescimento do déficit público, o que também é explicado pela internacionalização da economia, com a chegada de muitas empresas multinacionais aos países, monopolizando a economia e retirando o caráter nacional construído pelas indústrias nos anos 1930 e 1940. Essa transferência de capitais, principalmente para países mais pobres, causou dependência, criação de relações urbanas de ―centro‖ e ―periferia‖, além das mesmas terem substituído a função que tradicionalmente eram responsabilidade do Estado, especialmente no que diz respeito à sua função social.

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Questões:

1. A Guerra Fria representa uma polarização entre os EUA e a URSS. A ―Doutrina Truman‖ faz parte desta Guerra e:

a) defendia o direito dos países latino-americanos de pedir ajuda ao bloco soviético. b) defendia o direito de resistir ao imperialismo norte-americano.

c) conferia à URSS o direito de invadir o território americano, sob certas circunstâncias (―autodefesa preventiva‖). d) conferir aos EUA o direito de fornecer ajuda militar e econômica a qualquer país ameaçado pelo comunismo. e) defendia a invasão de Cuba pela URSS, como forma de autodefesa.

2. Um dos fatores que contribuíram para a política de distensão entre os EUA e a URSS, com o conseqüente abrandamento da Guerra Fria, foi o (a):

a) resultado da Guerra da Coréia, que demonstrou o equilíbrio de forças entre os dois blocos. b) unificação do bloco socialista com o término das divergências entre URSS e China.

c) diminuição da área de influência do bloco socialista, após a Segunda Grande Guerra, quando essa influência ficou restrita à própria URSS.

d) recolonização da África e da Ásia e a formação de um movimento pró soviético (países ―não-alinhados‖), o que compensou os avanços norte-americanos.

e) sucesso da Conferência de Genebra (1954), que reafirmou o colonialismo francês na Indochina.

3. (FESP-PE) O ano de 1945 marca o momento exato em que a energia nuclear é usada para fins militares. As bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki encerram a Guerra no Pacífico, mas abrem uma série de problemas para o mundo. Assinale a alternativa que NÃO descreve o mundo pós-guerra

a) Pouco mais de 50 nações criam a ONU (Organização das Nações Unidas) com o objetivo de assegurar a paz no mundo, em cujo Conselho de Segurança possuem assento vitalício e poder de veto a URSS, EUA, França, Inglaterra e China.

b) A ascensão de uma nova superpotência, a URSS, traz consigo um novo tipo de conflito: a ―Guerra Fria‖ que é um combate ideológico entre duas concepções da sociedade.

c) a formação de dois blocos militares, a OTAN e o Pacto de Varsóvia, voltados para a vigilância dos países socialistas e capitalistas respectivamente.

d) A corrida espacial, como efeito da propaganda da ―Guerra Fria‖, completa o jogo ideológico que surge entre as potências no pós-guerra.

e) Nos países capitalistas, o Estado abandona o papel de planejador da economia e passa a vigiar, à distância, as relações sociais e econômicas.

4. Relacione os presidentes dos Estados Unidos com os fatos ocorridos durante seus respectivos governos: 1. Richard Nixon

2. John Kennedy 3. Franklin Roosevelt 4. George Bush 5. Harry Truman

I. Invasão da Baía dos Porcos (Cuba) II. Bomba Atômica contra o Japão III. Caso ―Watergate‖

IV. ―New Deal‖ V. Guerra do Golfo O relacionamento correto é:

a) 1-III; 2-V; 3-I; 4-II; 5-IV. b) 1-III; 2-I; 3-IV; 4-V; 5-II. c) 1-III; 2-I; 3-V; 4-II; 5-IV. d) 1-III; 2-I; 3-II; 4-V; 5-IV. e) 1-V; 2-IV; 3-I; 4-II; 5-III.

5. A Segunda Guerra Mundial deixa uma série de consequências econômicas, políticas e sociais. 0 0 No plano internacional imediato, temos o aumento do bloco socialista.

1 1 A consolidação norte-americana no mundo capitalista vê-se ameaçada pelas crises do pós-guerra e pelo avanço do socialismo.

2 2 A tentativa norte-americana de reconstrução da Europa, com o Plano Marshall, tem a função específica de empresário a longo prazo.

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3 3 A Doutrina Truman propõe a intervenção dos Estados Unidos nos países onde os seus interesses estivessem ameaçados pela expansão do socialismo.

4 4 A OTAN é a primeira organização diplomática internacional criada para ―barrar‖ o comunismo.

6. O início da década de 1990 assistiu ao processo da desagregação do mundo soviético e do ―bloco socialista‖. São acontecimentos relacionados a esse processo, exceto:

a) A ―Queda do Muro de Berlim‖. b) A ―Primavera de Praga‖.

c) Os conflitos de nacionalidades na antiga Iugoslávia. d) o desmembramento da antiga Tchecoslováquia.

e) A autodeterminação das repúblicas e a questão das nacionalidades na antiga URSS. 7. Considere as seguintes afirmativas.

I. Desde 1985 a URSS vem sendo governada por Mikhail Gorbatchev, cuja vitalidade e estilo de vida em nada lembram a gerontocracia das décadas anteriores.

II. Gorbatchev tem desenvolvido a Perestroika, política interna que visa renovar a administração e a economia soviética.

III. A glasnost, política de abertura, preocupa-se, no plano internacional, com a beligerância do governo Reagan e faz tentativas para melhorar o relacionamento diplomático com a China.

Assinale:

a) se apenas I é correta. b) se apenas II é correta. c) se apenas III é correta. d) se apenas I e II são corretas. e) se I, II e III são corretas.

8. (COVEST-93) A Guerra Fria expressou-se na bipolarização dos regimes capitalista e socialista, que saíram fortalecidos após a Segunda Guerra Mundial.

Que alternativa apresenta participação mais efetiva e duradoura dos EUA nesse período? a) na Inglaterra, onde a luta pela independência assumiu um caráter socialista.

b) na Revolução Popular Chinesa, que culminou com a proclamação da República Popular da China. c) na ocupação militar da Coréia do Sul e na Guerra do Vietnã.

d) na Índia, durante a luta liderada por Gandhi, que pregava a resistência da ―não-violência‖. e) na Grécia e na Turquia, auxiliando-os econômica e militarmente.

9. A ―coexistência pacífica‖ entre os Estados Unidos e a União Soviética sofreu um sério revés em 1962, em virtude:

a) da interferência da China comunista na pacificação do Vietnã.

b) do rompimento das negociações de Pan Mun Jon para unificação da Coréia. c) do fracasso da reunião entre Eisenhower e Stálin, em Genebra.

d) da intervenção da Rússia no processo de descolonização da África. e) da instalação de foguetes em Cuba, por decisão de Kruschev.

10. O macarthismo na década de 1950 nos Estados Unidos foi um movimento que visava: a) conceder igualdade de oportunidade às minorias negras norte-americanas.

b) afastar de cargos públicos e de posições importantes na economia e na sociedade elementos que pudessem ter simpatias pelo regime soviético.

c) levar à presidência da República o general Douglas McArthur, o comandante-em-chefe das forças aliadas no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial.

d) impedir a integração racial nos Estados do Sul dos Estados Unidos durante a presidência do general Eisenhower.

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11. (UERJ-2011)

Uma das principais mudanças no contexto internacional contemporâneo que se relaciona com as reformas propostas pelos Brics está indicada em:

a) afirmação da multipolaridade b) proliferação de armas atômicas c) hegemonia econômica dos E.U.A. d) diversificação dos fluxos de capitais

12. Após o término da Segunda Guerra Mundial, dois blocos de poder surgiram: de um lado os Estados Unidos e de outro a URSS. O resultado foi o início da chamada Guerra Fria. Com relação aos conflitos e incidentes

relacionados ao tema, assinale a alternativa incorreta. a) A Guerra da Coréia iniciada em 1950.

b) A Guerra do Vietnã.

c) A crise dos mísseis envolvendo Cuba, URSS e os EUA. d) A derrubada de Saddam Hussein.

e) O golpe de estado no Chile com a derrubada e morte de Salvador Allende.

13. Responder a questão associando os períodos das diferentes conjunturas internacionais da chamada Guerra Fria (Coluna A) com os respectivos acontecimentos históricos (Coluna B):

Coluna A

1 – Período clássico (anos 40 e 50)

2 – Período da distensão parcial (anos 60 e 70) 3 – Período da nova Guerra Fria (anos 80) Coluna B

( ) Proposição do projeto militar ―Guerra nas Estrelas‖ ( ) Execução do Plano Marshall

( ) Criação do Pacto de Varsóvia ( ) Intensificação da Guerra do Vietnã ( ) Formulação da Doutrina Truman

A numeração correta na Coluna B, de cima para baixo, é: a) 3 – 1 – 1 – 2 – 1

b) 2 – 1 – 2 – 3 – 1 c) 3 – 2 – 1 – 2 – 2 d) 2 – 1 – 1 – 3 – 1 e) 3 – 2 – 1 – 3 – 2

14. ―Construído de surpresa e em tempo recorde, na noite de 17 para 18 de agosto de 1961, o Muro de Berlim, com 160 km de comprimento e média de 3 m de altura, conheceu ontem, na prática, um fim tão fulminante quanto seu começo. Pouco depois de o governo da Alemanha Oriental anunciar que decidira abrir todas as suas fronteiras com a Alemanha Ocidental, multidões excitadas já se aglomeravam, em Berlim, nos postos de passagem entre os dois setores da cidade e cruzavam para o outro lado – nem que fosse apenas para fazer um passeio.‖ Jornal do Brasil. 10/11/1989.

A existência do chamado Muro de Berlim está vinculada a um fenômeno histórico do século XX, qual seja:

a) o conflito gerado pelo poder exercido na Alemanha pelos nazistas – visando o domínio do continente europeu, que ficou conhecido como Segunda Guerra Mundial.

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b) a formação de grandes blocos econômicos no mundo contemporâneo e o fim das fronteiras tarifárias, que ficou conhecida como globalização.

c) a divisão do mundo em áreas de influência das grandes potências e o choque político ideológico entre elas, que ficou conhecida como Guerra Fria.

d) a construção de uma barreira contra a invasão cultural norte-americana na Europa, que na Alemanha ficou conhecida como Bauhaus.

e) a luta pelo fim da dominação colonial exercida por países europeus como a Alemanha em outros continentes, que ficou conhecida como descolonização afro-asiática.

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O MUNDO EM CHAMAS – REVOLUÇÕES E CONFLITOS DA GUERRA FRIA

Durante a Guerra Fria, guerras e revoluções fizeram parte do cenário internacional como pontos de equilíbrio das ideologias capitalista e socialista. Produzindo um cenário de mortes, destruição e modificações culturais, exemplos como a Guerra da Coreia (1950-1953), a Revolução Chinesa (1949), a Revolução Cubana (1959) e a Guerra do Vietnã (1965-1975) despertaram a atenção do mundo para os pontos de tensão provocados pela corrida armamentista e ideológica da segunda metade do século XX.

1. A GUERRA DA COREIA (1950-1953)

Com o final da Segunda Guerra Mundial e a saída do Japão do território onde se localizam hoje as duas Coreias podemos observar que se produziu, na região limitada pelo paralelo 38º, um clima de instabilidade diante das ideologias surgidas após a Conferência de Yalta. Coreia do Norte e Coreia do Sul protagonizaram uma das páginas mais sangrentas da história e sem solução até os dias atuais. No norte da Coreia, a influência soviética se traduziu na implantação de um regime comunista e na proclamação da República Democrática Popular da Coreia em setembro de 1948, liderada pelo secretário-geral do Partido dos Trabalhadores Norte-coreanos, Kim Il-Sung. A península coreana foi dividida no paralelo 38, ao sul do qual os Estados Unidos apoiaram o regime nacionalista de Singman Rhee, eleito o primeiro presidente da República da Coreia (ou Coreia do Sul). Nesse ano, tropas norte-coreanas, com apoio soviético e chinês, atravessaram o paralelo 38, invadindo a Coréia do Sul e dando início a uma guerra que se estenderia até 1953. A Organização das Nações Unidas condenou a invasão, o que permitiu aos Estados Unidos enviarem tropas em socorro dos sul-coreanos. Para evitar a derrota da Coréia do Norte, a China engajou suas tropas no conflito.

A intervenção chinesa fez a situação voltar à que havia em 1949, com a Coreia do Norte e a do Sul divididas pelo paralelo 38 e adotando, respectivamente, os regimes comunista e capitalista. A partir daí, o desenvolvimento político e econômico dos dois países tomou rumos divergentes. Nem por isso um conflito foi evitado.

A participação da ONU no conflito, através das tropas do general americano Douglas MacArthur, somente complicou a situação na região, que iniciou diversos combates sem perspectiva de vencedores ainda em junho de 1950, provocando horror e medo da população, sobretudo camponesa dos dois países. Em 23 de junho de 1953 iniciou-se o processo de negociações pela paz que durou dois anos. As negociações resultaram num acordo assinado em Pan-mujon

em 27 de julho de 1953, pondo fim a um conflito que deixou como saldo cerca de três milhões e meio de mortos e outros milhares presos amontoados em campos de concentração. O fim do conflito, no entanto, não estabeleceu um definitivo tratado de paz entre as duas Coreias, que até hoje continuam divididas em uma porção norte, dedicada à produção nuclear e de sistema socialista; e uma porção sul, voltada ao capitalismo e integrante do bloco dos Tigres Asiáticos.

2. A REVOLUÇÃO CHINESA (1949)

A história da formação da República Popular da China tem origens bastante remotas, que dão conta do conflito produzindo ainda no século XIX, conhecido como Guerra do Ópio (1841). A partir da derrota da última dinastia chinesa, a Manchu, as potências imperialistas ―fatiaram como uma pizza‖ o território chinês, abrindo seus portos para a entrada de manufaturados oriundos da Segunda Revolução Industrial através do Tratado de Nanquim.

Tal processo atrasou a formação de um governo voltado às necessidades chinesas graças aos mandarins, funcionários do Estado Imperial do último imperador, Pu-Yi. No entanto, a situação começaria a tomar novos rumos a partir da chegada do século XX em sua primeira década.

O paralelo 38º foi o principal ponto de referência que colocou um limite a um país

dividido por duas ideologias marcantes do século XX.

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Em 1900, em meio à ebulição política na região, foi proclamada a República chinesa, que nada pôde fazer diante das potências estrangeiras na região. O médico Sun Yat-Sen funda o Kuomintang (Partido Nacionalista) embora tivesse em sua ideologia um modo autoritário de governar. A situação se torna complicada a partir de 1914 quando surge a Primeira Guerra Mundial e o país é invadido pelo vizinho, Japão. Ao mesmo tempo, a Revolução Russa de 1917 produz efeitos no país que serão essenciais para a formação de um quadro combativo entre dois grupos dirigentes – forma-se, em 1920, o Partido Comunista Chinês (PCC), sob a liderança de Mao Tsé Tung.

As humilhantes imposições sofridas a partir de 1919 pelo Tratado de Versalhes agravam a situação, provocando uma marcha de 3 mil estudantes em Pequim e a postura dos comunistas é a tentativa de combater os proprietários rurais e a presença estrangeira, contando, para esta luta, com o apoio da União Soviética. Em 1925, porém, há uma troca nas cadeiras do governo chinês – Chiang Kai-shek assume o comando do Kuomintang e

passa a desenvolver uma política agressiva contra os comunistas, que são derrotados diversas vezes em Xangai e Pequim, retirando-se com suas lideranças para o interior, a fim de organizar suas bases de apoio. Em 1931, estes proclamam a República Soviética da China a partir da cidade de Kiangsi, no leste do país.

A década de 1930 apresenta uma tensão forte: o Japão, vizinho e velho inimigo, invade novamente o território chinês em 1931 sob alegação da formação do Manchuko, ou seja, a criação de um Estado-satélite. Assim, o governo nacionalista começa a sofrer pressão de duas frentes – a japonesa e a comunista no interior. A partir de 1934, os desentendimentos entre nacionalistas e comunistas no interior provocam grandes guerrilhas e cerca de 100 mil comunistas organizaram uma Longa Marcha que percorreu 12.500 km e atravessou 11 províncias em busca de apoio e combatendo as posturas rígidas até então apresentadas.

A desestabilização veio em 1937 – durante cerca de 90 dias, os japoneses enviaram suas tropas para o lado oriental do país, sem que o governo chinês pudesse impedi-los. É então estabelecido um acordo temporário entre nacionalistas e comunistas a fim de combater o invasor. A eclosão da Segunda Guerra Mundial reforça este pacto, que permanece até o fim do conflito. Com a rendição do Eixo em 1945, reiniciam-se os conflitos pelo poder na China.

Os EUA, em sua tentativa de expandir as áreas de influência, acaba oferecendo ajuda a Chiang Kai-shek, buscando a eliminação do ―perigo vermelho‖, mas sem sucesso. A ideologia de Mao, por mais voltada que fosse à União Soviética, encontrava nesta ligação uma falta de apoio efetiva e uma política ambígua e hesitante, deixando de estar efetivamente ao lado dos revolucionários por conta de seus naturais problemas do pós-guerra. Mesmo assim, o chamado Exército Revolucionário de Mao continuava a avançar e penetrar o território chinês até que em janeiro de 1949, triunfalmente, os comunistas marcham sobre Pequim e tomam o governo. Os nacionalistas fogem para Formosa (Taiwan) onde instalaram a República da China, recebendo apoio econômico e militar dos Estados Unidos.

A China continental passa então por uma reformulação administrativa nos moldes soviéticos, o que lhe rende sanções econômicas por parte dos norte-americanos até a década de 1970. Mao avança sobre algumas Mao e seus partidários foram responsáveis por um dos governos mais rígidos voltados ao Comunismo

durante o século XX.

A Revolução Cultural tentou produzir um efeito positivo para o Comunismo Chinês, mas na prática representou um aumento da rigorosidade das leis e da ideologia maoísta em relação à população

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regiões consideradas neutras, como o Tibet e os chineses intervêm militarmente na Guerra da Coreia, apoiando a porção Norte do país. No entanto, as mudanças vieram de forma efetiva a partir de 1953, quando Mao passou a adotar um programa, tal qual Stalin na URSS, de Planos Quinquenais para o crescimento chinês nos campos e na indústria, sobretudo de base siderúrgica.

O governo Mao acaba por se tornar um governo de ditadura, assim como ocorreu na URSS – intelectuais da direita passam a serem perseguidos, a população é convencida de que o comunismo é uma necessidade iminente às suas condições de vida e houve um esforço no sentido de deter a burocracia partidária. A partir de 1958, as mudanças que vinham sendo implantadas sofrem o incremento de um programa conhecido como O Grande Salto Para Frente, que pretendia transformar a China de forma radical em um curto espaço de tempo. Entre suas propostas, estavam:

 A construção de um Comunismo de fato e direito;

 A formação de comunidades agrícolas com quase 20 mil membros cada uma;  A instalação de siderúrgicas improvisadas em locais sem estrutura.

O Grande Salto representou, na verdade, um retrocesso para o regime que buscava afirmação. Desorganização econômica e fome foram as principais consequências desta política restritiva de Mao. Diante desta situação, Mao decide por adotar o programa conhecido como Revolução Cultural em 1966.

Tal Revolução implantou a ideologia do Livro Vermelho, um conjunto de ensinamentos escritos por Mao e propagados diante a população, sobretudo entre a juventude universitária que deveria lutar pela manutenção da cultura, da tradição familiar e do regime que defendia os chineses e sabia o que seria melhor ao país. Tais modificações, no entanto, não diminuíram a violência, as perseguições e a quantidade de crimes cometidos pelo governo em busca de afirmação das suas ideias, provocando um agravamento da crise já existente. Os efeitos observados vão até meados após a morte de Mao, em 1976, provocando a ascensão de outro membro do PCC ao poder, Deng Xiaoping.

As reformas de Xiaoping se concentram na direção da instalação de um Socialismo de Mercado, ou seja, na produção voltada para a exportação. Politicamente, a China permaneceria comunista, mas os esforços do governo estariam concentrados em manter altas taxas de crescimento econômico. Esta política ambígua produziu um dos principais episódio que culminaram com o enfraquecimento do Socialismo durante a Guerra Fria, como o Massacre da Praça da Paz Celestial de 1989, onde estudantes e membros da população civil mostram que a China, apesar de conseguir no início do século XXI ser o maior exportador de automóveis e eletrônicos do mundo, está longe de ser uma democracia com condições favoráveis e leis estendidas à toda uma população.

3. A REVOLUÇÃO CUBANA (1959)

O movimento que envolve a participação de Cuba no cenário internacional começa logo após a chamada Guerra dos Dez Anos entre a Espanha e a Ilha localizada na América Central, apelidada de Juana por Cristóvão Colombo ainda em 1492. Com apoio dos Estados Unidos, a luta pela independência levou Cuba a se tornar um país aparentemente livre ainda em 1898. Mas este era somente o começo de um período marcado por intervenções estrangeiras e interferências diretas no modo de atuação do governo daquele país.

Em pouco tempo, os cubanos acabaram se tornando dependentes da política conhecida como Doutrina Monroe implantada pelos Estados Unidos em toda a América ainda durante o século XIX. Em 1901, uma assembleia constituinte, convocada pelo governo militar dos EUA em Cuba, redigiu a primeira constituição cubana, aprovada pelo senado norte-americano, mas somente depois de incorporar ao texto a chamada Emenda Platt, que dava aos EUA o direito de intervir na ilha "para a preservação da independência cubana e a manutenção de um governo adequado à proteção da vida, propriedade e liberdade individual".

A transformação de Cuba em protetorado norte-americano amargou as relações diplomáticas dos dois países, inclusive pelo fato de, entre 1901 e 1934 - período durante o qual a Emenda Platt esteve em vigor -, os EUA terem invadido a ilha em três ocasiões. Na última delas, uma tentativa de apressar a queda do presidente Gerardo Machado, que transformara seu segundo mandato em uma ditadura, ocorreu a ascensão ao poder de Fulgêncio Batista. A ilha passa, então, a viver os momentos históricos que antecedem a revolução de Fidel Castro.

Fidel Castro e Che Guevara se transformaram em ícones de uma sociedade oprimida pelo Capitalismo norte-americano e representantes de

uma reforma real para o Comunismo.

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Neste cenário, é importante ressaltar que Cuba passa a viver de acordo com o chamado ―modo de vida americano‖ de uma maneira bastante contraditória: a ilha transforma-se em um local de abertura de bares, cassinos, prostíbulos e centro de instalação de bancos e empresas de magnatas americanos que passam a excluir cada vez mais a população do acesso a bens de consumo e melhores condições de vida. O desemprego é grande e a moeda não tem força se comparada aos valores de outras internacionalmente. Surgem então as figuras de Ernesto Guevara de La Sierna, um médico argentino, e os irmãos Castro, Raúl e Fidel, além de outros líderes como Camilo Cienfuegos.

A luta de Fidel Castro e outros guerrilheiros era para substituição do governo de Fulgêncio Batista, pró-EUA e ditador. A tentativa de golpe fracassa (Quartel de Moncada) e Fidel é preso. Anistiado, foge para o México onde em julho de 1955 conhece Ernesto Guevara de La Sierna e fundam o ―Movimento Revolucionário 26 de julho‖. Organizando uma Guerrilha em Sierra Maestra, as forças combinadas declaram guerra ao regime de Batista, que foge para República Dominicana em janeiro de 1959.

Fidel e Guevara entram vitoriosos em 02/01/1959 em Havana (capital) e depois tomam Santiago. As forças antes formadas por 800 guerrilheiros se transformam em um exército de 30 mil homens. A CIA patrocina uma invasão à Baía dos Porcos em abril de 1961, quando Fidel já havia se declarado Primeiro-Ministro, por 1,3 mil exilados cubanos. Há igualmente um plano para assassinar Fidel, que fracassa. Fidel se declara socialista-marxista e inicia as reformas que levariam Cuba a um governo de 50 anos sobre o poder dos Comunistas.

Apesar de, inicialmente, intitular-se apenas "primeiro-ministro", Fidel Castro concentrou em suas mãos todo o poder. Em maio de 1961 afirmou que a revolução teria um caráter socialista - e apenas em dezembro do mesmo ano proclamou suas convicções marxistas-leninistas. Nas primeiras semanas que se seguiram à queda de Batista, a opinião pública e o governo norte-americano viram com simpatia o novo governo de Cuba. Contudo, a prática constante do "paredón" - a execução, por fuzilamento, de numerosos inimigos políticos, condenados sumariamente por "tribunais populares" - fez com que a cordialidade inicial desaparecesse. Finalmente, as medidas de desapropriação, que atingiram numerosas empresas norte-americanas, e a aproximação crescente do novo governo cubano à antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) deram início a contínuas antipatias com os EUA.

Em junho de 1959, foi decretada a reforma agrária e começou a expropriação dos latifúndios, entre os quais predominavam os pertencentes a empresas dos EUA, como a United Fruit Company. Os bancos e as minas também foram nacionalizados. Paralelamente ao fato de as empresas petrolíferas norte-americanas sediadas em Cuba se negarem a refinar o petróleo fornecido pela ex-URSS, a refinaria da Texaco, e outras, pertencentes a grupos norte-americanos, foram nacionalizadas em junho de 1960. No mesmo mês, os EUA suspenderam a compra do açúcar cubano, cancelando, em dezembro, a quota anual do produto, o que provocou um prejuízo de 150 milhões de dólares anuais para Cuba. Também como represália, os EUA suspenderam as exportações para a ilha, com exceção de alimentos e remédios, e impediram as viagens de turistas norte-americanos. Como resposta, Fidel nacionalizou todos os bens norte-americanos: usinas de açúcar, minas, fábricas, hotéis, etc.

Em janeiro de 1961, Eisenhower, presidente dos EUA, rompeu as relações com Cuba, e em abril, seu sucessor, John Kennedy, aprovou o plano de desembarque a ser realizado por exilados cubanos na Baía dos Porcos. A operação, no entanto, resultou em completo fracasso. Ao mesmo tempo, os dissidentes começaram a abandonar a ilha. Até 1965, saíram, clandestinamente, 350 mil cubanos. Hoje, na Flórida, região dos EUA em que os cubanos dissidentes se concentram, há cerca de 900 mil pessoas que nasceram em Cuba.

Além de enfrentar o embargo dos Estados Unidos, o presidente Fidel Castro viu a crise econômica cubana agravar-se com a redução da ajuda soviética. Desde 1985, ano da ascensão de Mikhail Gorbatchev ao poder em Moscou, os soviéticos haviam reduzido bastante o apoio financeiro a Cuba. A ajuda de Moscou foi integralmente cortada em 1991, quando a própria União Soviética deixou de existir. E, para complicar ainda mais as coisas para Fidel, o Congresso americano aprovou, em 1992, a Emenda Torricelli, apertando ainda mais o embargo comercial contra Cuba. Em janeiro de 1998, a ilha de Fidel recebeu a visita do Papa João Paulo II. Durante uma semana, o sumo pontífice celebrou missas campais e manteve reuniões com o presidente cubano. A visita teve dois objetivos principais, segundo observadores: por um lado, animar Fidel a democratizar a política interna do país. E, por outro lado, pressionar os Estados Unidos pelo abrandamento do embargo comercial imposto contra a ilha.

4. A GUERRA DO VIETNÃ (1968-1974)

Foi o mais longo conflito militar que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. Estendeu-se em dois períodos distintos: No primeiro deles, as forças nacionalistas vietnamitas, sob orientação do Viet-minh (a liga vietnamita), lutaram contra os colonialistas franceses, entre 1946 a 1954. No segundo, uma frente de nacionalistas e comunistas - o Vietcong - enfrentaram as tropas de intervenção norte-americanas, entre 1964 e 1975. o Vietnã seria momentaneamente dividido em duas partes, a partir do paralelo 17, no Norte, sob o controle de Ho Chi Minh (Comunista) e no Sul sob o domínio do imperador Bao Dai, um ―fantoche‖ dos franceses.

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Os americanos apoiam o Sul, temendo que os Nacionalistas vencessem a eleição nacional prestes a acontecer, o que fatalmente aconteceria. Assim, o Sul (capital: Saigon) proclama a independência e busca unificar o Norte (capital: Hanói) na figura do governante Ngo Dinh Diem, que passa a indispôs-se com os budistas e perseguiu violentamente os nacionalistas e comunistas, além de conviver, como bom déspota oriental, com uma administração extremamente nepótica e corrupta. Em 1956, para solidificar ainda mais o projeto de contenção ao comunismo, especialmente contra a China, o secretário John Foster Dulles criou, em Manilla, a OTASE (Organização do Tratado do Sudeste Asiático), para servir de suporte ao Vietnã do Sul.

O presidente norte-americano John Kennedy autoriza as primeiras tropas na região para apoio ao Sul e seu sucessor, Lyndon Johnson, acusa de ataque um navio americano por lanchas vietnamitas no Golfo de Tonquim. Inicia-se o desembarque em massa de soldados e os intensos bombardeios à aldeias, formando verdadeiras prisões rurais onde os camponeses ficavam confinados. A participação crescente dos EUA na Guerra e a brutalidade e inutilidade dos bombardeios aéreos - inclusive com bombas napalm - fez com que surgisse na América um forte movimento contra a guerra.

Depois de imobilizarem militarmente as forças americanas em várias situações, levando-as a serem retiradas do conflito, os norte-vietnamitas de Giap, juntamente com os vietcongs, prepararam-se para a ofensiva final. Deixaram de lado a guerra de guerrilhas e passaram a concentrar suas forças para um ataque em massa. Desmoralizado, o exército sul-vietnamita começou a dissolver-se. Haviam chegado a 600 mil soldados, mas reduziu-se apenas a um punhado de combatentes. Em dezembro de 1974, os nortistas ocupam Phuoc Binh, a 100 quilômetros de Saigon. Em janeiro de 1975 começou o ataque final. O pânico alcança os sul-vietnamitas que fogem para as cercanias da capital. O presidente Thieu embarca para o exílio e os americanos retiram o resto do seu pessoal e grupos de colaboradores nativos. Finalmente, no dia 30 de abril, as tropas nortistas ocupam Saigon e a rebatizam como Ho Chi Minh, em homenagem ao líder falecido em 1969. A unificação nacional foi formalizada em 2 de julho de 1976 com o nome de República Socialista do Vietnã, 31 anos depois de ter sido anunciada. Mais de um milhão de vietnamitas perecem enquanto que 47 mil mortos e 313 mil feridos ocorreram pelo lado americano, a um custo de US$ 200 bilhões.

APÊNDICE: Unificação coreana ainda é sonho distante

"Nós somos basicamente um povo. Compartilhamos a mesma cultura, a mesma língua e a mesma etnia." A declaração do vice-ministro-assistente da Unificação sul-coreano, Park Chan-Bong, revela o otimismo que ainda existe no país quanto à possibilidade de uma reunificação com a Coréia do Norte. O anúncio de uma retomada das negociações entre os dois países, feito no dia 5, aumentou a esperança de redução da tensão na península. Mas uma reunificação dos dois países, com um governo central e apenas um regime, continua sendo sonho distante. A desconfiança mútua ainda é grande, e o regime norte-coreano resiste a apelos de abertura política. Meio século depois da Guerra da Coréia, que deixou mais de um milhão de mortos, admite-se na Coréia do Sul que persiste o perigo de um novo conflito na região.

O líderes Kim Dae-Jung (Sul) e Kim Jong-Il (Norte)

Corrida contra o relógio

Os esforços do presidente sul-coreano, Kim Dae-jung, em se aproximar do vizinho do norte lhe renderam o Prêmio Nobel da Paz de 2000. Mas desde então os dois países continuam negociando apenas políticas de reaproximação.

A guerra química foi uma das marcas negativas observadas no Vietnã. As bombas de Napalm e Fósforo

foram responsáveis por milhares de mortes e mutilações.

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Apesar do otimismo demonstrado em entrevista à BBC Brasil, Park Chan-Bong admite que o governo sul-coreano

corre contra o relógio quando o assunto é Coréia do Norte.

Além das dificuldades na aproximação entre os dois países, o panorama político mundial depois dos atentados de 11 de setembro, nos Estados Unidos, expôs a instabilidade política na península.

Comentários do presidente americano, George W. Bush, contra a Coréia do Norte foram suficientes para reduzir o ritmo da pacificação na região.

O governo de Kim Dae Jung termina no início de 2003, e a pressão é cada vez maior para que o presidente sul-coreano consiga consolidar sua política de conciliação,

batizada de "Política do Brilho do Sol".

Por isso a recente ida do enviado especial sul-coreano Lim Dong-Won a Pyongyang foi essencial para manter vivo o otimismo no governo de Seul quanto à sua política. Apesar do histórico encontro entre Kim Dae-Jung e o líder norte-coreano, Kim Jong-Il, em 2000, há um consenso na Coréia do Sul e nos Estados Unidos de que são necessários novos avanços concretos. "A histórica 'Política do Brilho do Sol' está no seu ano final, e esperamos que ela receba um apoio estável tanto da população coreana como do exterior, para que possa continuar mesmo depois do fim deste governo", afirmou Park Chan-Bong.

Oposição à frente

Um sinal de que uma unificação da Península Coreana pode ficar ainda mais distante é a perspectiva para as eleições presidenciais na Coréia do Sul, marcadas para 19 de dezembro. O Grande Partido Nacional, principal legenda de oposição, lidera as mais recentes pesquisas. E seu líder, Lee Hoi-Chang, favorito para assumir a Presidência, tem criticado a estratégia de Kim Dae-Jung em relação à Coréia do Norte. Sua posição recebeu destaque internacional dias antes da visita do presidente americano, George W. Bush, ao país, em fevereiro passado.

Lee Hoi-Chang defendeu publicamente uma política mais dura em relação a Pyongyang, apesar de evitar dar apoio ao discurso de Bush que, semanas antes, havia classificado a Coréia do Norte como parte de um suposto "Eixo do Mal". Cenário internacional

A polêmica envolvendo o presidente Bush e o regime de Pyongyang, que o criticou duramente por causa de seus comentários, mostrou mais uma vez como qualquer política de pacificação da Coréia passa necessariamente por Washington. Os Estados Unidos ainda mantêm 37 mil soldados na Coréia do Sul - uma pequena parte deles na fronteira, na vila de Panmunjon.

Essa presença militar, além de ser uma viva lembrança da participação americana na Guerra da Coréia (1950-53), garante a Washington uma voz ativa em qualquer diálogo entre Seul e Pyongyang. Os sul-coreanos também temem os efeitos dos discursos e ações do presidente Bush em sua chamada "Guerra ao Terrorismo", mesmo quando os alvos não têm, aparentemente, ligação alguma com a Península Coreana. Para o sociólogo e presidente da Comissão de Planejamento de Políticas da Presidência da Coréia do Sul, Han Sang-Jin, a Coréia como um todo pode viver um clima de

incertezas num cenário de maior tensão internacional.

"Se o presidente Bush invadisse o Iraque, por exemplo, isso poderia criar uma tensão no mundo islâmico. E esse tipo de guerra ao terrorismo poderia se espalhar para a Península Coreana, com o apoio do próximo governo na Coréia do Sul", afirmou Han à BBC Brasil. "O presidente Kim Dae-Jung tem mantido uma visão nacional para a Península Coreana. Mas eu penso no que pode acontecer no período posterior ao governo de DJ. Isso dependerá de quem assumir o poder."

Soldados sul e norte-coreanos, em Panmunjon, na fronteira

Palavras de Bush têm afetado o diálogo entre as duas Coréias

Lim Dong-Won e Kim Jong-Il: visita deu mais esperanças FONTE: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2002/020304_coreiars1.shtml. Acesso em 26 jun. 2005.

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Questões:

1. (COVEST-98/2ªFASE) Em relação à história da China, analise as proposições abaixo:

0-0) A China, país com dimensões continentais, é uma das mais antigas civilizações do planeta. Desde os romanos o Ocidente já sabia da sua existência; mas foi a partir do século XIII que o comércio entre a China e o Ocidente tornou-se mais intenso.

1-1) A construção da Grande Muralha entre 215 e 210 a.C. se deveu ao avanço dos mongóis e do Império Romano contra o território chinês.

2-2) No início do século XX a população chinesa participou de uma guerra civil e perdeu o seu grande líder nacionalista Sun Yat-sem. Após sua morte duas lideranças políticas surgiram e estabeleceram regimes políticos contraditórios: Mao Tsé-tung, o socialista, na China continental; e Chang Kai-shek, o capitalista, na ilha de Taiwan.

3-3) Em 1966 Mao Tsé-tung liderou outra revolução na China – a revolução cultural – que buscava a modernização econômica conseguida nos dias atuais.

4-4) Em 1979 a China restabelece relações com os Estados Unidos da América do Norte; em 1980 recebe o primeiro empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) e torna-se um país capitalista com uma importante produção industrial voltada para o comércio com o Ocidente.

2. (COVEST-98) Sobre a Revolução Cubana é incorreto afirmar que:

a) Fidel Castro comandou um ataque ao Quartel de Moncada em 1953 sendo preso e só anistiado em 1955. b) Do México, Fidel Castro organizou junto com Che Guevara uma invasão a Cuba em 1956.

c) Em Cuba governava o ditador Fulgênico Batista, que sem nenhum apoio dos Estados Unidos lutou contra os revolucionários cubanos.

d) Fidel Castro e Che Guevara organizaram nas montanhas de Sierra Maestra um movimento guerrilheiro que cresceu rapidamente.

e) Em 1959, Fidel Castro implantou um novo regime de governo em Cuba: um regime socialista.

3. (UM-SP/95) Há vinte anos, terminava a Guerra do Vietnã, um dos mais importantes conflitos desde a Segunda Guerra Mundial. Leia atentamente as alternativas abaixo.

I. O uso da tecnologia sofisticada para alterar o ambiente natural, o desrespeito à vida de civis, o auxílio a um governo corrupto colaboraram para o desgaste e derrota moral norte-americana.

II. Cerca de 58 mil mortos e 300 mil feridos, o drama de veteranos que não conseguiram superar os traumas de guerra foi o saldo deixado pela luta aos EUA.

III. A opinião pública internacional e interna, ativistas, intelectuais, pacifistas e liberais questionavam não apenas a guerra, mas o ―american way of life‖.

IV. Em 1976, o Vietnã foi unificado sob o domínio comunista, dando início à reconstrução do país, passando Saigon a se denominar Ho Chi-Minh.

Responda:

a) se todas as alternativas forem corretas. b) se todas as alternativas forem erradas. c) se apenas I, II e III forem corretas. d) se apenas IV for correta.

e) se apenas I e III forem corretas.

4. (UF-UBERABA-MG) O ano de 1949 para os povos do Extremo Oriente, e mesmo para a história mundial, reveste-se de um significado especial, porque assinala:

a) a realização da Conferência de Brazzaville, que promoveu a independência das colônias européias na Ásia. b) a passagem da China para um regime socialista, com a vitória de Mao Tsé-Tung.

c) o surgimento de novas forças políticas no cenário mundial – o Terceiro Mundo – após a reunião de Bandung. d) o término das chamadas guerras de libertação que por vários anos afetaram a Indochina.

e) a emergência do Japão como grande potência em virtude de sua associação militar com os Estados Unidos. 5. (VUNESP) A intervenção norte-americana na guerra da independência política de Cuba, em 1898, resultou: a) na retirada das tropas e capitais norte-americanos que predominavam na ilha.

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b) na industrialização de Cuba, rompendo com a dependência herdada do período colonial. c) na submissão da ex-colônia ao imperialismo holandês.

d) na Emenda Platt, que reconhecia o direito dos EUA intervirem para salvaguardar seus interesses naquele país do Caribe.

e) na emancipação gradual dos negros escravos que havia naquela ilha.

6. (FGV-SP) A Grande Marcha empreendida nos anos 30 por Mao Tsé-Tung e seus seguidores foi: a) uma fuga dos contingentes comunistas que estavam sendo perseguidos pelas tropas do Kuomintang.

b) uma fuga dos seguidores de Mao que estavam sendo perseguidos pelas tropas japonesas que invadiram a Manchúria.

c) uma tentativa das tropas comunistas de cortar as linhas de abastecimento das tropas nacionalistas.

d) uma tentativa das tropas de Mao de cercar as tropas japonesas que haviam invadido a Manchúria e o norte da China.

e) a marcha empreendida pelos comunistas sobre Nankim para derrotar as tropas do Kuomintang.

7. (UFPR-2002-ADAPTADA) Nas décadas de 1970 e 1980, o cinema norte-americano produziu diversos filmes sobre a participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Muitos deles apoiavam a intervenção americana no conflito; outros, porém, criticavam essa política, manifestando posições antimilitaristas, como, por exemplo, Amargo Regresso (de H. Ashby, 1978), O Franco Atirador (de M. Cimino, 1978), Apocalypse Now (de F. F. Coppola, 1979), Nascido para Matar (de S. Kubrick, 1987) e Nascido em 4 de Julho (de O. Stone, 1989). Sobre a sociedade e a política norte-americanas das décadas de 1960 e 1970, é correto afirmar:

I) Os Estados Unidos enviaram tropas para o Vietnã em 1960, após o Congresso americano declarar formalmente a guerra, atendendo a um pedido da França, país que ainda exercia o domínio colonial da região.

II) Paralelamente ao conflito asiático, os Estados Unidos também intervieram militarmente na República Dominicana, a pretexto de combater a presença comunista nas Américas.

III) Na política interna, os movimentos pacifistas norte-americanos promoveram diversas manifestações com o objetivo de pressionar o governo para que retirasse suas tropas do conflito vietnamita.

IV) Com o Acordo de Genebra, os Estados Unidos reconheceram sua derrota militar no Vietnã, mas mantiveram ações de guerrilha em território norte-vietnamita até o final dos anos 1970.

V) Ao final de sua participação na Guerra do Vietnã, os Estados Unidos haviam sofrido, além de pesadas perdas humanas e econômicas, um desgaste na sua imagem de potência militar capaz de resolver conflitos internacionais. VI) Devido aos gastos militares e à alta dos preços do petróleo no mercado internacional, o governo e a sociedade norte-americana enfrentaram uma séria crise econômica, na década de 1970.

Assinale:

a) se somente a alternativa VI for verdadeira. b) se as alternativas I, II, III, V forem verdadeiras. c) se as alternativas I e IV forem falsas.

d) se todas as afirmativas forem verdadeiras. e) se somente II, IV, V e VI forem falsas.

8. (FATEC) A Guerra do Vietnã - símbolo da resistência do povo vietnamita - submeteu as forças militares americanas à sua mais fragorosa derrota. Para os vietnamitas, a presença americana no Sudeste da Ásia apenas substituía as forças colonialistas da:

a) França b) Inglaterra c) Holanda d) Bélgica e) Alemanha

9. (FGV-2003) Entre junho de 1950 e julho de 1953, transcorreu a chamada Guerra da Coréia, sobre a qual é correto afirmar:

a) O conflito foi provocado pelos interesses expansionistas do governo sul-coreano, que procurava estabelecer sua hegemonia político-militar na região.

b) O conflito foi provocado pela negativa japonesa em aceitar a desmilitarização imposta após a Segunda Guerra Mundial.

c) A ameaça de uma revolução socialista levou o governo da Coréia do Sul a solicitar ajuda norte-americana, o que provocou a reação do governo da Coréia do Norte.

(20)

e) O conflito teve início com a tentativa de unificação da Coréia sob iniciativa do regime comunista da Coréia do Norte, com apoio da China.

10. A Coreia se dividiu entre norte e sul:

a) após o término da 2ª Guerra Mundial e a rendição do Japão, país que dominava o território da Coreia. b) nos anos 70, durante a Guerra Fria, quando a Rússia diminuiu a influência japonesa no continente.

c) após a morte de Mao Tsé-Tung, nos anos 70, abalando a força da China, país que dominava o território da Coreia.

d) após o término da 2ª Guerra Mundial, quando os Aliados, vencedores da guerra, libertaram o território do domínio chinês.

e) logo após a Revolução Russa, quando comunistas bolcheviques optaram por separar o território entre capitalista e socialista.

11. (UFRRJ)

A foto refere-se a um dos momentos mais significativos de mudança cultural nos Estados Unidos da América, decorrente do movimento jovem em reação à Guerra do Vietnã. Esta conjuntura fica mais bem explicada ao observar-se que:

a) A Guerra do Vietnã opôs, de um lado, um pequeno país, dependente da França e, de outro, os Estados Unidos — a nação mais rica do mundo.

b) Os movimentos de liberação pessoal e social, como o Hippie, representaram uma forma de reagir à política externa do Estado, à lei e às convenções.

c) A repulsa internacional à Guerra do Vietnã deveu-se à utilização de armas atômicas contra as populações civis indefesas.

d) A Guerra foi um prolongamento da luta de independência do Vietnã, antes ocupado pela Inglaterra.

e) O movimento de contestação à Guerra significou a aceitação da militarização como única alternativa para a crise dos anos 70.

12. A intervenção dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã causou a morte de mais de 50 mil jovens americanos, deixando o Vietnã quase que completamente devastado, pela ação dos bombardeiros norte-americanos ao longo da guerra. Sobre este conflito, é INCORRETO afirmar que:

a) os americanos jogaram mais bombas no Vietnã do que em toda a Segunda Guerra Mundial, enviando um milhão e meio de soldados para a região.

b) apesar do uso maciço da mais sofisticada tecnologia bélica, os comunistas vietnamitas não se renderam, obrigando o Governo dos EUA a negociar a sua retirada.

c) contrariando a opinião pública norte-americana, o Presidente Nixon ampliou a área do conflito, bombardeando o Camboja, a fim de eliminar redutos comunistas.

d) o governo norte-americano interveio no conflito para garantir que os comunistas não tomariam o poder naquela parte do mundo.

e) o Presidente John Kennedy buscou debilitar as forças comunistas do Vietnã do Sul, ordenando intensos bombardeios.

13. Em 1887 o Vietnã passou a ser, oficialmente, uma colônia, situada na Península da Indochina e era

fornecedora de arroz, borracha e madeira para o mercado europeu, nos moldes do modelo imperialista implantado pelas grandes nações capitalistas. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi fundada a Liga para a Independência do Vietnã (Vietminh), de orientação socialista e liderada por Ho Chi Minh. Depoimento do advogado português Jorge Santos, In: RODRIGUES, Urbano Tavares (org.). "A Guerra do Vietname". Lisboa: Estampa, 1968.

(21)

A colonização referida foi efetivada no século XIX, pelo seguinte país:

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