• Nenhum resultado encontrado

Caracterização por estudo anátomo-radiográfico da posição patelar em pacientes portadores de dor no joelho

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Caracterização por estudo anátomo-radiográfico da posição patelar em pacientes portadores de dor no joelho"

Copied!
27
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de Fevereiro de 1808

Monografia (MED-B60)

Caracterização por estudo anátomo-radiográfico da posição

patelar em pacientes portadores de dor no joelho

Bruno Adelmo Ferreira Mendes Franco

Salvador (Bahia)

Agosto, 2016

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia (MED-B60)

Caracterização por estudo anátomo-radiográfico da posição

patelar em pacientes portadores de dor no joelho.

Bruno Adelmo Ferreira Mendes Franco

Professor orientador: Gildásio de Cerqueira Daltro

Co-orientador: David Sadigursky

Monografia apresentado à Coordenação do

Componente Curricular MED-60, como

pré-requisito parcial à avaliação desse conteúdo

curricular da Faculdade de Medicina da Bahia

da Universidade Federal da Bahia.

Salvador (Bahia)

Agosto,2016

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha catalográfica (elaborada pelo Bibl. ??, instituição?)

1ª Iinha: Número de Cutter//*(Último sobrenome, Nome do aluno)

2ª linha e seguintes:(Título do trabalho)/(Nome completo do Autor. -(Cidade): (Letras iniciais do nome, último sobrenome), (ano).

Em outra linha: (número de páginas iniciais numeradas com algarismos romanos**), (número de páginas numeradas com algarismos arábicos, seguido de p.) (ESPAÇO) il. (se o trabalho tem

ilustrações, fotos, ou desenhos).

Nalinha seguinte: Monografia (especifique a que curso se refere), [cite qual(is) vinculação(ões) institucional(is).

Na linha seguinte: Palavras-chaves: (até quatro). 1. ...; 2. ...; 3. ...; 4. ...; 5. Título (não registre o título do trabalho).

Na última linha (recuado para a direita): CDU: (***)

(*) N° de Cutter//*: seguido de doisespaços; (**) Exemplo: vii, 187p. il. (significado: sete páginas iniciais numeradas com algarismos romanos seguidas de 187 páginas em algarismos arábicos e o trabalho tem ilustrações); (***) CDU (números da Classificação Decimal Universal).

(4)

EQUIPE

Bruno Adelmo Ferreira Mendes Franco,Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Correio-e: brunoadelmo@me.com;

Professor orientador: Prof. Dr. Gildásio de Cerqueira Daltro,Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Correio-e: gildasio.daltro@yahoo.com.br;

Coorientador: Dr. David Sadigursky, correio-e: davidsad@gmail.com;

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Faculdade de Medicina da Bahia (FMB)

Ambulatório Prof Francisco Magalhães Neto (AMN)

CLÍNICA ORTOPÉDICA E TRAUMATOLÓGICA - COT

(5)

SUMÁRIO

I. RESUMO

6

II. OBJETIVOS

7

III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

8

V. METODOLOGIA

11

VI. RESULTADOS

13

VII. DISCUSSÃO

17

VIII. CONCLUSÃO

19

IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

20

X. ANEXOS

(6)

I. RESUMO

CARACTERIZAÇÃO POR ESTUDO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICO DA ALTURA PATELAR EM PACIENTES PORTADORES DE DOR NO JOELHO: Introdução: A patologia patelar manifesta-se em diferentes entidades

clínicas e podem variar desde instabilidade, luxação ou dor. Dentre as alterações anatômicas que acometem a articulação do joelho a Patela Alta é a que está em maior associação com a instabilidade e a luxação recorrente da articulação patelo femoral. As luxação patelares podem gerar sequelas incapacitantes que variam de dor a instabilidade crônica, sobretudo em pacientes jovens. Justificativa:O diagnóstico de Patela Alta contribui para a prevenção de instabilidades crônicas, luxações redicivantes, fraturas e incapacidade funcional dos pacientes Além disso a escolha da conduta terapêutica, entre tratamento conservador ou cirúrgico, pode ser determinado baseado a altura patelar apresentada pelo paciente. Objetivos:Este é um estudo observacional com objetivo de determinar a prevalência de Patela Alta em pacientes atendidos em dois serviços especializados em Ortopedia e Traumatologia no ano de 2014. Será feita a triagem através dos prontuários dos pacientes e serão medidas as alturas patelares através de dois índices distintos, no sentido de correlacioná-los estatisticamente. Incialmente será feita a medida do Índice de Insall-Salvati e Índice de Caton-Deschamps.

(7)

II. OBJETIVOS

PRINCIPAL

- Determinar a prevalência de patela altaem pacientes adultos atendidos em dois ambulatórios de Ortopedia em Salvador-Bahia,

SECUNDÁRIOS

- Correlacionar a altura patelar com sintomas de instabilidade patelar, para cada índice

- Correlacionar a altura patelarcom sintomas de dor anterior no joelhopara cada índice

- Correlacionar a altura patelar com sintomas de luxação no joelhopara cada índice

- Verificar o índice de concordância entre os índices de Insall-Salvati e Caton-Deschamps

(8)

III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A patela é o maior osso sesamóide do corpo humano, e se desenvolve

circunscrita ao tendão do músculo quadríceps femoral. É um osso plano e triangular que se articula com a fossa intercondilar do femur e portanto faz parte como um importante componente do mecanismo extensor da articulação do joelho(1). A patela exerce um importante papel na proteção do joelho, além de promover sua estabilidade e desempenhar uma importante função biomecânica(2).

Desde os 2 meses de gestação a articulação femoropatelar apresenta sua forma adulta já com a mecânica do joelho normal e amplitude de movimento igual à do momento do nascimento. Com crescimento, a cartilagem na superfície inferior da patela engrossa a 6 a 7 mm, tornando-se a superfície condral mais espessa do corpo humano. A superfície articular da patela é composta de duas facetas: a medial, menor e com contato mais intimo com o côndilo femoral apenas durante a flexão e a faceta lateral que é maior e menos inclinada para coincidir com a face lateral da tróclea. A maior articulação da patela com o troclear ocorre entre a faceta lateral da patela eo sulco troclear lateral(2).

Segundo, Kapandji (2000) o principal grau de liberdade do joelho é de flexo-extensão que está condicionado ao bom funcionamento da articulação femoro-tibial e femoro patelar. Sendo assim, se considerarmos apenas o movimento de flexo extensão podemos atender o joelho como uma superfície em forma de polia deslizante. Desse modo, biomecanicamente, a patela funciona como um alongador do braço de potência do músculo quadríceps femoral, aumentando sua vantagem mecânica favorecendo seu torque e consequentemente reduzindo o trabalho muscular para realizar o movimento de extensão do joelho(3).

A patologia patelar manifesta-se em diferentes entidades clínicas e podem variar desde instabilidade a luxação ou dor isolada no joelho(4). A instabilidade patelar representa uma lesão comum, que acomete na maioria das vezes indivíduos jovens e ativos, já as luxações completas, que são lesões mais graves e com maior

(9)

capacidade destrutiva da articulação, acontece tem uma prevalência de 3% de todas as leões do joelho(5).

Dentre as alterações anatômicas que acometem a articulação do joelho a Patela Alta (PA)é a que está em maior associação com a instabilidade e a luxação recorrente da articulação femoropatelar. As luxações laterais ocorrem durante o instante inicial do movimento de flexão do joelho uma vez que a patela é menos estável nos primeiros graus de flexão, antes de acomodar-se com mais congruência na tróclea(6). As luxação patelares podem gerar sequelas incapacitantes que variam de dor a instabilidade crônica, sobretudo em pacientes jovens. Dada importância a esta condição existem relatos de mais uma centena de procedimentos voltados ao tratamento e/ou prevenção da instabilidade patelo-femoral(6)(7).

A despeito da grande produção científica a respeito da Instabilidade Patelofemoral, até recentemente, poucos estudos se debruçavam sobre as estruturas lesionadas após o trauma da luxação patelar bem como a contribuição que estas estruturas proporcionam no controle da movimentação do joelho fisiológico(7). Entretanto, com estudos de biomecânica mais recentes a condição da Patela Alta surgiu como um dos mais importantes fatores predisponentes à instabilidade e consequentemente a luxação patelar(4).

Muitos estudos estabelecem formas distintas da medida da altura patelar, a primeira descrição dessa medida foi feita em 1938 por Blumeensat em seu clássico estudo “Os desvios de posição e luxações da patela” a partir de uma radiografia em 30o de flexão do joelho na qual era medida a distância perpendicular entre o pólo inferior da patela e a linha 'Blumensaat' projetada anteriormente através do telhado da tróclea femoral(8). Desde então novos métodos foram desenvolvidos para se estabelecer a altura patelar, como o índice de Insall-Salvati descrito em 1971 no estudo “A posição da patela do joelho normal” e o Caton-Deschamps descrito em 1982(8).

O tratamento para a instabilidade patelofemoral é complexo e possui duas grandes vertentes. No caso de primeira luxação o tratamento conservador deve ser estabelecido com imobilização com brace durante 3-6 semanas, além de repouso

(10)

relativo, gelo, compressão e elevação. A despeito do tratamento conservador bem realizado 15-50% dos indivíduos sofrem uma segunda luxação ou luxações recorrentes entrando no grupo de pacientes portadores de instabilidade crônica. Estes indivíduos devem ser submetidos ao tratamento cirúrgico, que pode ser feito por diversas técnicas, no intuito de estabilizar a articulação, reduzir a dor e melhorar sua condição funcional(9)(10)(11).

(11)

V. METODOLOGIA

a)MODELO DE ESTUDO:

Trata-se de estudo de corte transversal

b)AMOSTRA:

Prontuários de pacientes acompanhados em dois ambulatórios especializados em portadores de queixas em joelho no período de 1o de Janeiro de 2015 a 31 de Dezembro de 2015. Foram selecionados os pacientes com queixa específica de dor joelho. Foi verificado o relato, descrito em prontuário, de dor anterior no joelho e a existência de exame de radiografia em perfil do joelho acometido. Em cada exame de radiografia foi realizada a conferência do angulo de flexão do joelho com auxílio de um goniômetro. Os pacientes que tiveram angulação a 30o tiveram medidas as alturas patelares através de dois índices. Incialmente foi feita a medida do Índice de Insall-Salvati, através da razão entre o comprimento do Tendão Patelar (LT) e o Tamanho da Patela (LP) e em seguida, a medida do Índice de Caton-Deschamps, através da razão entre o comprimento da distância do bordo inferior da superfície articular da patela até o ângulo anterossuperior da tíbia (AT) e o comprimento da superfície articular da patela (AP)(8).

c) DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS

As variáveis utilizadas serão aquelas coletadas através da análise do prontuário e avaliação radiográfica, sejam elas: Sexo; Idade; Joelho acometido, Dor anterior, Instabilidade, Luxação, Índice de Insall-Salvati e Índice de Caton-Deschamps

d)ASPECTOS ÉTICOS:

Os autores se comprometem a cumprir as exigências da Resolução 466/2012 e outras normas e resoluções do CONEP.O projeto deste estudo foi submetido e aprovado pela direção do Complexo HUPES e da Clínica Ortopédica e Traumatológica, que autorizaram sua realização (ANEXO II), bem como pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Parecer n°45551315.7.0000.0049 – ANEXO III). Nos resultados deste estudo, não foram identificados os pacientes ou os números dos seus prontuários, bem como os

(12)

médicos assistentes.

e)PLANO DE ANÁLISE ESTATÍSTICA:

Os dados foram registrados em planilha do software Microsoft Excel®, e analisados pelo software Graphpad Prism 6Trial.

(13)

VI. RESULTADOS

a) Casuística

Foram avaliados 756 prontuários de pacientes acompanhados em dois ambulatórios especializados em sintomas do joelho.

inexistência de radiografias ou incompatibilidade do quando da obtenção da image

consulta realizada por queixas em outra articulação a despeito dos ambulatórios serem destinados à pacientes portadores de queixas em joelho. Restaram 112 prontuários viáveis, contabilizando 140 joelhos ana

prontuários de pacientes do sexo masculino e 68 sexo feminino.

Na Tabela 1, são mostrados os dados demográficos (sexo e idade) dos 112 pacientes, os quais tiveram distribuição

(p>0,93), a presença de dor anterior no joelho (p>0,36) e episódios de luxação patelar

maioria (41%) dos pacientes tinha idade maior que

Foram obtidas as medidas de correlação entre as alturas patelares e sexo dos pacientes para cada índice proposto. Para o índice de Insal

relação de fraca associação entre essas variá análoga o índice de Caton

correlação (x2=0.36, p>0.85).

O gráfico 1 apresenta a frequência Índice de Insall-Salvati e o Índice de Caton

Foram avaliados 756 prontuários de pacientes acompanhados em dois ambulatórios especializados em sintomas do joelho. Destes, 644 foram excluídos

radiografias ou incompatibilidade do ângulo de flexão do joelho da imagem, falta de dados clínicos relevantes ao estudo e consulta realizada por queixas em outra articulação a despeito dos ambulatórios serem destinados à pacientes portadores de queixas em joelho. Restaram 112 prontuários viáveis, contabilizando 140 joelhos analisados. Obtivemos um total de 44

prontuários de pacientes do sexo masculino e 68 (60,3%) prontuários de pacientes do

Na Tabela 1, são mostrados os dados demográficos (sexo e idade) dos 112 pacientes, os quais tiveram distribuição semelhante quanto ao joelho acometido (p>0,93), a presença de dor anterior no joelho (p>0,49), sinais de instabilidade ) e episódios de luxação patelar (p>0,39). Na distribuição por faixa etária, a maioria (41%) dos pacientes tinha idade maior que 60 anos.

Foram obtidas as medidas de correlação entre as alturas patelares e sexo dos pacientes para cada índice proposto. Para o índice de Insall-Salvati obtivemos uma relação de fraca associação entre essas variáveis (x2=0.40, p>0.81

náloga o índice de Caton-Deschamps apresentou desempenho semelhante para esta 0.85).

O gráfico 1 apresenta a frequência absoluta das alturas patelares de acordo o Salvati e o Índice de Caton-Deschamps.

Foram avaliados 756 prontuários de pacientes acompanhados em dois Destes, 644 foram excluídos por ngulo de flexão do joelho m, falta de dados clínicos relevantes ao estudo e consulta realizada por queixas em outra articulação a despeito dos ambulatórios serem destinados à pacientes portadores de queixas em joelho. Restaram 112 prontuários Obtivemos um total de 44 (39,2%) prontuários de pacientes do

Na Tabela 1, são mostrados os dados demográficos (sexo e idade) dos 112 semelhante quanto ao joelho acometido ), sinais de instabilidade ). Na distribuição por faixa etária, a

Foram obtidas as medidas de correlação entre as alturas patelares e sexo dos Salvati obtivemos uma =0.40, p>0.81), de maneira Deschamps apresentou desempenho semelhante para esta

(14)

b) Análise da amostra de acordo com o índice de Insall-Salvati

Foram obtidas as correlações entre o Índice de Insall-Salvati e as variáveis Dor Anterior, Instabilidade e Luxação. Uma relação de fraca associação e dispersa da significância estatística foi encontrada quando relacionadas a altura patelar e a ocorrência de dor anterior no joelho (x2=2.32, p>0.3), para a relação entre a altura patelar e sinais de instabilidade patelar, encontramos maior associação com significância estatística (x2=7.17, p<0.02) e finalmente analisando a altura patelar e a ocorrência de episódio de luxação patelar, ficou evidenciada forte correlação entre estas variáveis e comprovada por forte significância estatística (x2=9.46, p<0.009).

O Gráfico 2 apresenta a distribuição percentual das variáveis, Dor anterior, Instabilidade e Luxação de acordo com as alturas patelares obtidas pelo Índice de Insall-Salvati.

Normal Alta Baixa

0 50 100 150 Altura patelar F re q u ê n c ia

Frequência de alturas da patela por Índices

Insall-Salvati Caton-Deschamps 94 40 6 124 12 4

(15)

c) Análise da amostra de acordo com o índice de Caton-Deschamps.

Da mesma forma, foram obtidas as correlações entre o Índice de Caton-Deschamps e as variáveis Dor Anterior, Instabilidade e Luxação. Uma dependência fraca foi observada entre as variáveis Dor anterior e Altura patelar (x2=0.59, p>0.74), a Instabilidade e Altura patelar apresentaram dependência importante, com significância estatística (x2=7.84, p<0.02), e a Altura patelar e eventos de luxação também obtiveram relação com resultado estatisticamente significante (x2=10.47, p<0.005).

O Gráfico 3 apresenta a distribuição percentual das variáveis, Dor anterior, Instabilidade e Luxação de acordo com as alturas patelares obtidas pelo Índice de Caton-Deschamps. Alta Nor mal Bai xa 0 10 20 30 40 50

Altura da patela segundo Insall-Salvati

% p a c ie n te s c o m a c h a d o p o s it iv o Dor Instabilidade Luxação 21 12 6 43 14 3 2 1 0

(16)

Foi realizada a análise estatística no sentido de verificar a relação entre os resultados de medidas das alturas patelares obtidos pelos dois índices propostos neste estudo. Encontramos uma forte relação entre estes instrumentos utilizados, e p altamente significante (x2=53.63, p<0.00000000006). Alta Nor mal Bai xa 0 20 40 60 80

Altura da patela segundo Caton-Deschamps

% p a c ie n te s c o m a c h a d o p o s it iv o Dor Instabilidade Luxação 6 5 3 58 21 6 2 1

(17)

VII. DISCUSSÃO

Alterações na altura patelar têm sido descritas como causas importantes de dor no joelho, instabilidade articular, luxação patelar, condromalácea e déficit funcional(12-15). Tanto a patela alta quanto baixa, podem favorecer a alterações biomecânicas na articulação do joelho dando início aos sinais e sintomas(6,11,18). A dor no joelho é uma queixa frequente nos ambulatórios de ortopedia em todo o mundo e neste estudo buscamos identificar nestes indivíduos, as relações entre a posição patelar e os sintomas de dor localizada na região articular anterior, instabilidade e episódios de luxação patelar.

Entre os pacientes que apresentam dor no joelho, a maior parcela é representada pelas mulheres na maioria dos estudos(18-24), em nosso trabalho confirmamos este achado com 60,3% dos casos ocorrendo em mulheres. Além disso sintomas de instabilidade e dor localizada anteriormente também foram achados mais prevalentes nas mulheres(18-24), porém não obtivemos chegamos a esta mesma conclusão, não houve diferença estatisticamente significante entre homens e mulheres. Dentre os parâmetros estudados, apenas os episódios de luxação patelar apresentaram prevalência equivalente (4%) entre os sexos, este dado vai de encontro a outros trabalhos que aponta maior numero de casos em pacientes do sexo feminino(18-24).

A altura patelar pode ser mensurada através de diversos índices obtidos por exames de imagem, sendo o Índice de Insal-Salvatti(8,17) e Índice de Caton-Deschamps(17), utilizados neste estudo, duas medidas com alto grau de aceitabilidade e uso nos trabalhos científicos em todo o mundo. Em nosso trabalho quando calculamos as relações da altura patelar obtidos pelos dois índices e o sexo do paciente, não houve diferença estatística significante, ambos sexos apresentaram números absolutos de patela alta, normal, ou baixa semelhantes. Embora existam trabalhos que apontem as mulheres sendo portadoras de patelas mais altas que homens, na nossa casuística parece não existir uma tendência a uma equivalência entre a altura patelar e o sexo do paciente. Insal e Salvati em seu estudo clássico de 1971, no qual descrevem a semiotécnica para mensuração do índice que

(18)

posteriormente recebeu seus nomes, também não encontrou diferença importante entre estes dois sexos e suas alturas patelares.

Sintomas de instabilidade articular são achados frequentes em pacientes portadores de alteração da altura patelar. Neste caso, a patela alta tem-se mostrado como importante fator que favorece a este tipo de queixa dos pacientes. Em uma série de 435 casos apresentados em 1994(4), de joelhos operados por sintomas de instabilidade, 77% apresentavam patela alta segundo o Índice de Caton-Deschamps e não foi encontrada evidência de patela alta no seu grupo controle. Em consonância aos dados apresentados, encontramos significância estatística quando relacionamos instabilidade articular e a altura da patela, tanto utilizando o Índice de Insal-Salvati (p<0,02) quanto o Índice de Caton-Deschamps (p<0,02), fortalecendo o título de Fator Primário, estabelecido por Dejur et al 1994, à patela alta quando relacionada à instabilidade articular.

Embora alguns autores apontem que uma patela alta per si, não seja fator suficiente para provocar um episódio de luxação, sem que haja uma deficiência das partes moles envolvidas na biomecânica do joelho(18), uma série de outros trabalhos onde são apresentados dados confirmando a estreita relação entre os episódios de luxação e posicionamento elevado deste osso(5,7). Em nossa casuística compartilhamos desta regra, encontramos dados com significância estatística tendendo a zero, que apontam para a relação da patela alta nos Índices de Insal-Salvatti (p<0,009) e Caton-Deschamps (p<0,005) e episódios de luxação patelar.

Estudos de análises biomecânicas têm apontado que patela alta contribui como fator preponderante para o surgimento dos quadros de condropatia patelar(25). A despeito da sintomatologia característica de dor anterior no joelho nestes casos, em nosso trabalho ocorreu uma fraca relação estatística entre estes dois parâmetros. Tanto observada na correlação da altura patelar no Índice de Insal-Salvati quanto no Índice de Caton-Deschamps, p<0.3 e p<0.74 respectivamente.

(19)

VIII. CONCLUSÃO

1- Estudos sobre a influência da posição patelar em pacientes portadores de dor nos joelhos, condropatia patelar e instabilidade patelo-femoral tem sido feitos há muitos anos. Indivíduos portadores de alteração na posição patelar têm sido descritos como aqueles nos quais ocorrem dor, instabilidade e episódios de luxação com maior frequência. Neste trabalho podemos observar estreitas relações entre estes quadros e o posicionamento elevado da patela. Entretanto, com o avanço das técnicas de imagem e possibilidade de melhor análise biomecânica através de exames dinâmicos, mais estudos são necessários para acrescentar informações que auxiliem na melhora dos exames clínicos e respostas aos pacientes.

(20)

IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.

Upadhyay S, Raza HKT, Srivastava P. Position of the patella in

adults in central India : evaluation of the Insall-Salvati ratio.

2013;21(1):3–7.

2.

Sherman SL, Plackis AC, Nuelle CW. Patellofemoral anatomy and

biomechanics. Clin Sports Med [Internet]. Elsevier Inc; 2014 Jul [cited

2014 Oct 10];33(3):389–401.

3.

Kapandji AI. Fisiologia Articular, volume 2: membros inferiores.

São Paulo, Ed Panam 5a ed. 2000;2000.

4.

Dejour H, Walch G, Guier C. Patellar problems Factors of patellar

instability : an anatomic radiographic study. 1994;19–26.

5.

Koh JL, Stewart C. Patellar Instability. Orthop Clin North Am

[Internet]. Elsevier Inc; 2015 Jan [cited 2014 Dec 5];46(1):147–57.

6.

Greiwe RM, Saifi C, Ahmad CS, Gardner TR. Anatomy and

Biomechanics of Patellar Instability. Oper Tech Sports Med [Internet].

Elsevier Inc.; 2010 Jun [cited 2014 Dec 5];18(2):62–7.

7.

Atkin DM, Fithian DC, Marangi KS, Stone M Lou, Dobson BE,

Mendelsohn C, et al. Characteristics of Patients With Primary Acute

Lateral Patellar Dislocation and Their Recovery Within the First 6

Months of Injury. 2000;28(4):472–9.

8.

Phillips CL, Silver D a T, Schranz PJ, Mandalia V. The

measurement of patellar height: a review of the methods of imaging. J

Bone Joint Surg Br [Internet]. 2010 Aug [cited 2014 Nov

19];92(8):1045–53.

9.

Earhart C, Patel DB, White EA, Jr GRM. Transient lateral patellar

dislocation : review of imaging findings , patellofemoral anatomy , and

treatment options. 2013;11–23.

10. Venkatesan S, van Kampen a. Patellofemoral arthrodesis as pain

relief in extreme patella alta. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc

[Internet]. 2014 Oct [cited 2014 Dec 5];22(10):2551–3.

11. Fabricant PD, Ladenhauf HN, Salvati E a, Green DW. Medial

patellofemoral ligament (MPFL) reconstruction improves radiographic

measures of patella alta in children. Knee [Internet]. Elsevier B.V.; 2014

(21)

Jul 30 [cited 2014 Nov 23];

12 - Sachin Upadhyay, HKT Raza, Pranay Srivastava - Journal of

Orthopaedic Surgery 2013;21(1):23-7

13 Lancourt JE, Cristini JA. Patella alta and patella infera. Their

etiological role in patellar dislocation, chondromalacia, and apophysitis

of the tibial tubercle. J Bone Joint Surg Am 1975;57:1112–5. 


14Insall J, Falvo KA, Wise DW. Chondromalacia patellae. A prospective

study. J Bone Joint Surg Am 1976;58:1–8. 


15Karadimas JE, Piscopakis N, Syrmalis L. Patella alta and

chondromalacia. Int Orthop 1981;5:247–9. 


16 Bentley G, Dowd G. Current concepts of etiology and treatment of

chondromalacia patellae. Clin Orthop Relat Res 
1984;189:209–28. 


17InsallJ,SalvatiE.Patellapositioninthenormalkneejoint.Radiology1971;1

01:101–4.

18 Fithian DC, Nomura E, Arendt E. Anatomy of patellar dislocation.

OperativeTechniquesinSportsMedicine,Vol 9, No 3 (July), 2001: pp

102-111

19 F. Chotel , J. Bérard , S. Raux. Patellar instability in children and

adolescents. Orthopaedics & Traumatology: Surgery & Research 100

(2014) S125–S137

20 Ghanem I, Wattincourt L, Seringe R. Congenital dislocation of the

patella. Pathologic anatomy and orthopaedic management. J Pediatr

Orthop 2000;20:812–21. 


21 Palmu S, Kallio PE, Donell ST, Helenius I, Nietosvaara Y. Acute

patellar disloca- tion in children and adolescents: a randomized clinical

trial. J Bone Joint Surg Am 2008;90:463–70.

22. Buchner M, Baudendistel B, Sabo D, Schmitt H. Acute traumatic

primary pa- tellar dislocation: long-term results comparing conservative

and surgical treatment. Clin J Sport Med. 2005;15:62-6.

23 Dejour D, Le Coultre B. Osteotomies in patello-femoral instabilities.

Sports Med Arthrosc 2007;15:39–46.

24 Fithian DC, Paxton EW, Stone ML, Silva P, Davis DK, Elias DA,

White LM. Epidemiology and natural history of acute patellar

(22)

dislocation. Am J Sports Med. 2004;32:1114-21

25 Marks, K., & Bentley, G. (1978). Patella alta and chondromalacia.

Bone & Joint Journal, 60-B(1), 71-73.

(23)

X. ANEXOS

(24)
(25)
(26)
(27)

Referências

Documentos relacionados

O capitulo I (Revisão de literatura obre os temas mais relevantes discutidos na tese), capítulo II (Artigo I – Avaliação de microemulsão e cristal líquido

Como limitação da pesquisa houve o fato de 9 das 28 empresas não terem respondido à pergunta, tendo estas utilizado variadas justificativas. As 19 lojas que se disponibilizaram

In our view, however, the challenge is to show that our inability to cope with many social dilemmas originates less from our belief “in the freedom of the commons,” as Hardin

(2013 B) avaliaram a microbiota bucal de oito pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço através de pirosequenciamento e observaram alterações na

sendo destacada como razão principal da oposição a esta solução normativa o grau de rigidez e restrição da mesma. Adicionalmente, de acordo com o Art. 13º, nº3 da DD DMIF II,

Exs: – Determinação do fluxo e cálculo de vazões sob ou através de barragens, na direção de escavações, cortinas ou poços de rebaixamento; – Determinação das forças

A produção de bacteriocinas em bactérias Gram-positivas é, geralmente, associada com a transição de crescimento do microrganismo da fase logarítmica para a estacionária, não

Os sentimentos de pertença de uma comunidade constroem os vínculos de solidariedade, de união e de identidade. Contudo, apesar da existência desse sentimento de