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(1)
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»

ih»

»

(5)

POEMAS

DEDICADOS

AO ILL"

SENHOR

ANTÓNIO

JOSÉ

MARIA

PEREIRA

COUTINHO

DE

SOUSA

FREIRE

E

MENEZES

Moco

Fidalgo da Cafa de S.

Mageftade

,

iSa &c. &e*

í>

ó r

JOAÕ

ANTÓNIO CARVALHO

RODRIGUES

E

SILVA.

COIMBRA:

Na

Officina

Regia da

Universidade,

DCC. LXXXXI.

Com

Licençada Real

Meza

daCommiflao Gera} Jobre o

Exame

, eCenjuradosLivros*

(6)

«MWftMMMMH

i ÊL

i

(7)

i"

AO

AUTHOR

SONETO.

Vy

Om

feuscantos

Homero

fez-feeterno *

Em

tubas d'ouro Achiles entoando,

O

Sabió

Mantuânò modulando

,

Com

Eneaspaííou o lago Averno.

Pindaro grave , Anacreonte terno*

O

grande Horácio, otrifteOvidio brando,

Camóes

,

Taco

, Volter, Milton ,cantando

Se

fazem

dignos de louvor

fupemo.

Á

eftesnunca os evos vòradores

A

fama

eclipfar

podem

;

nem

carcome

O

Tempo

osaltosVatesfup'riores :

Também

ati Joranio naõ

confome

,

Pois datuaalta

Mufa

os efplendorés

Do

©feuro Lethesfalvará teu

nome.

De

Manleo Conimlricenfe.

(8)
(9)

^p

AO

ILL«

SENHOR

ANTÓNIO

JOSÉ

MARIA

PEREIRA

COUTINHO

DE

SOUSA

FREIRE

E

MENEZES.

CARTA

DEDICATÓRIA.

E

M

quanto aminha lúgubretrijíeza

Brevetempode tregoas

me

concede,

A

tiPreclaro , everdadeiroAmigo

ínvioosver/os , que inda implume

génio,

Em

vagas horas

me

diãou ãlyra :

A*tuafombra vaobufcarazylo Contraastormentas, quefulmina

ainveja.

Eu

bem conheço , que hao dejermordidos

(10)

«w

Carta

Por

ferempartode nafcente vate.

talvez me

digao, queodivinoHoracia

Tomou

alyra ,quando as cans nevadas

Mal

povoavao a rugojacalva.

Mas

quemnao penfa queosprimeiras verfos,

g^uee lieforjaranos

J

eus verdes annos,

Por

falta d'arte,fepultadosjazem

No

tenebrofopôdo efquecimentoP

Para

efcrever asOdesmageftofas ,

§h(e as

Mufas

nos

f

eus cânticos recitao%

Era

precifo terjãfeitocallo

Sua

alma grandede

f

aliar

em

metro;

E

feaosHoracioscompete a Ode9

TalvezquenuncaPortugueza

Mufa

Altiloquo louvor

em

Odesteça.

De

Venofa o Cantorteve

hum

Mecenasj

De

cujaejlirpea Lufitanaterra 9

Fecunda

em

génios, naobrotouvergonta.

He

verdade, Senhor, queneffestempos

Era

odivino

dom

daPoefia,

Mara

mercê, que ao

Mundo

o Ceo

mandava

f $>hialCometa defeculos, afeados

Rum

Vate apparecia, ecem Cidades

(11)

D

E

D

I C

A

T

R I A.

Dafua

Pátria agloriaâifputavao;

E

quehojeoslagos

d

1

Hipocreneentulhaõ

Gárrulasraas, que

em

vaoApollo enxota.

Sepeloscamposdo

Mondego

ejpalho

Tímidosolhos ,infe/lalosvejo

Milhões decorvos , queincejfantesgrafnao$

Naõ

feiquaesculpas contra nosarmarão

A

Maõ

Tonante , que as esferas move ,

3ue em

vez de raios emcafligo

manda

Enormesbandos deinfemaes Poetas!

EJla tropa cruel, que indaaosmaisfenos

Fere, ejloquea coimportunas trovas ,

Erra

vagando por Cafés, e Ponte,

A' maneirade cegoprazenteiro,

§hieopovo ajunta co'acomporta , ou chula.

He

precifofugir dos

f

eus ataques,

Como do coo damnadopelas ruas\

Felizdaquelle, que.aos ramofosdentes

De

confiantepachorra efcapa armado!

Porem

deixando a caufa,

em

queeunao

poffh-Reclamente julgar> por ferfufpeito ,

JOenovotorno aoextraviado afiumpto. Ajjimhe, queefiesver

f

os, que te offreco

(12)

Ba-mÊmmmÊÈÊÊm

Carta

fBafejadosnao

f

aodas fabias Mufas.

Arte profunda, que osengenhospule, ( Depois de longasnoitesde vigílias )

Inda nao limameusf.ngelos cantos;

Porém

naofalem dalifonjainfame

Ao

rèffabio gojlojo a impuras bocas:

Curtesefiudos , branda natureza

Nas

mãos mentregaõa fonoralyra,

Sincera gratidão nas áureas cordas

Me

adfftra osdedos , e omeupie tiroguia»

Ao

mefmopaffo, queAmizade fanta,

Nos

f

eus altares, voluntária offerta

Fazer

me

ordena defia tofca rima. Setu nao foras, meu lllujlrcAmigo 9

Da

minhacitharahonradortao alto%

8'

em

teuamávelpeitonao pulara

Hum

coração , queas cândidas virtudes

A

fuásleismoldarão providentes ,

Nao

fe atrevera a levantarovoo ,

§hte.mfohre osaresindamaladeja.

Porém

, graças aos Ceos, tenho

hum

Patrono%

ghtee/lima accidentalnobreza

Comodegrão, queao Templo da Virtude,

Om-.

(13)

^s

Dedicatória.

Conduz , quem anaõmancha com

f

eus feitos\

fios afcendentesteus as acçõesgfandes

*

Naõ

infunao tua alma, antes teexcitaõ

Defejosdeaugmentar feu nome, e

fama

;

E

dentrodeteu feitoferve agloria

De

cultivar asletrasbrilhadoras.

Comtigo nocerrado gabinete

4s

tímidasCamenasfe agazalhao,

Banidas depelloesauri-foberbos,

6)ueporartenaoter as naõeflimao.

Ah

! Senhor, eu nao

pop

fem

doer-me

Da

ingratafortedefia ejlultagente,

£

memoriatrazera mofainfana ,

Com

que na Poezia os olhos

f

ta!

Alguns, cujosAvôs, nédios labregos

Do

auriferoBrazilnasfundas minas,

Forao catar asfulgidas riquezas,

Porquea cega fortuna osprotegera,

Traidódereftoo PovodoParnafo ,

E

como agentede outra

mapa

encarao Çoaquelles, aquemdeo Apollo opleãro.

Julgaotalvez , queas nítidas Sciencias

Nao

devem figurar; porque naõtrajaõ

Fafi

(14)

+m

1

1

C

A

R

TA

D

E

D

I C

A

T,

T?afíofasfedas recamadas d'ouro;

Nem

asfuásentranhas lhedevora

A

fome nunca farta de riquezas.

Mas

jáque as

Mufas

tem

em

tiabrigo,

Pois que

f

ahesque o

homem

fera

f

ciênciaf

He

no

Mundo

, qual planta

fem

culturaz

-Efesconfunderecebendomeigo ,

Como

coflumas , afnceraoffrenda

Da

minha

Mufa

,fô por tifublime;

Atéqueraie

hum

dia,

em

queadefrada

Ao

cumedo Parnafofe remonte,

E

apardApolloco

7

as Camenas urda

Alti-fonoros defufados hymnos,

JDetuagloria, ede teunomedignos»

(15)

MMMMMMft^

AO

ILL."

SENHOR

ANTÓNIO

JOSÉ

MARIA

PEREIRA

COUTINHO

DE

SOUSA

FREIRE

E

MENEZES.

ODE.

Amo

viçofodosCoutinhosclaros9

Dos

Soufas, dos Pereiras , queeííenderaó

Os

íeus feitos preclaros ,

.Além'da eícura morte, quevencerão;

Cujo

tronco excellente

De

Heroes fempre

tem

íido florecente;

Se

em

annoíasmedalhaste naô moílro

De

teusnobres

Avós

altas façanhas \

Se

(16)

mmm

(2

} Sc adulando naóproftro

Curvadasateuspésnaçóes eftranhas«

Inimigasbandeiras ,

Vencidos Efquadióes, rotasfileiras.

Sem

immolar

profanosfacrificios

No

torpealtard'adulaça5faceta,

Domando

horrendosvícios s

Heróica

empreza

datuaalmarefta*

Te

pinto valerofo,

Em

fagradas virtudes refpeitofo.

A

Cefar, a

Pompeo

deque

ferviraÔ

As

cruentas batalhas , que vencerão ?

Quaes

gloriasadquirirão

Se por mira

ambição

fempretiveraÕi

S'emprezasde

coragem

Defempenha

também

ferosfelvagemí

Ouvirão

cpmo

tu a indigência

,

Alçando

as

mãos

, rogar pelosfeus dias

t

Que

fignaes declemência

Devíamos em

fuástyrannias?

Que

importao fangue illuftre ,

Se o naócirculada virtudeoluítre ?

Em

quanto adulação

d'hum

lado incenfa ,

Afiliara

geme

a oppreílahumanidadef

Lucrando

em

recompenfa

De

feus feitos oroubo , e crueldade ;

E

clamaõ por

memoria

,

Depois vingança as paginas dahiftoria.

(17)

(3)

Na

fatalhora,

quando

tudo he

pranto,;

Rafga-fe amafcara, e apparece o

homem

9

Remorfo

, dor, efpanto

Rifpidos naó confentem quefe

domem:

Torna-fe o

Heroe

bravo

Das

fuás

mefmas

afflicçóes efcravo.

Unir

a mageílofo nafcimento

Os

doces atra&ivos davirtude,

Sublime luzimento,

Que

faz igual ao Rei o zagal ruder

He

quem

faz

no

Mundo

O

homem

digno de louvor profundo.

Se noshórridos

campos

de

Mavorte

Naõ

brandeslargaefpada;

Se a

maó

daguerraforte

Co'a

palma

tenaó croaenfanguentada ;

Tens huma

alma fubhme

,

Que

armada

da

Razaó

ovicio

oppnme.

Sacras Virtudes, Génios Soberanos ,

Que

tendes fobreos

Ceos

berçosdqurados

porvósos

humanos

Saó

dorigorda morteexceptuados;

Por vós do monftroavaro

Triunfa o

meu

Heroe

, por vóspreclaro,

(18)

w

(O

AO

FAMOSO CAPITÃO

DA

ÍNDIA

FRANCISCO PEREIRA

COUTINHO,

Depois Capitão, Governador , eSenhor

da Bahiãi

ODE

I

fronte

ínonftrò , tu lifonjainfame§

A quem

almas pequenas

Eícravasdòinterelle § altares

erguem

,

Nao me

pintes aos olhos

Acções , queoteu burileivado lavra;

A

parda

minha

lyra fórevoa

Verdadeinconílraftavel

,

Que me

ordena levar Coutinho aos AftroSí

Das

friascinzas defte

Heroe

, queeu canto f

E

que a morte refpeita,

Naõ

heprecifomendigarlouvores

Nas

paginas dahiítoria;

(19)

(5)

Teftemunhas

, quêo

Tempo

na6 foborna

,

Saóosbrados confiantes, que retumbaõ,

Num

, en*outro emisferio

Cunhadas

pelarnaô dahonrofa

Fama.

A

famintaambição de reger orbes,

As

ferrolhadas portas

Naó

deftranca, do

Templo

formidável

Do

Sanguinofo Jano:

Mais

nobres caufas pejaó a grandealma

Do

meu

fublime

Heroe

; co'dedo a guerra

Viridica

me

aponta,

Verter feufangue porfervir a Pátria,

Da

plaga Occidental corre goftofo,

aoberço do dia,

O

Lufitano deftemido Alcides:

O

furibundo

Marte

Toma

atarefadeo veftir debronze

;

Saó do

Ganges

os

campos

a paleílra;

E

do

Templo

daGloria

.

De

par

em

par as portas felhe abrirão.

Ao

lado d'Albuquerque que inda vive,

D'um

Gama

,

dum

Almeida

(a)

Do

(a) SaõexpreíTos na doação queo SenhorD.JoaÕ III. feza

eíteCapitãodosterritóriosdaBahiaosfeusimportantes ferviços nas

fegumtespalavras .. . ,, Pelo querefguardando euosmuitos

fer->,viços,que Franciíco PereiraCoutinho, Fidalgodaminha

Ca-jj ia,a EIReymeu Senhor, ePadre, quefantaGloriahaja,

?? eamimtemfeitoaffim neítes Reynos, corno nas partesda

í, índia, aondeferviomuito tempocomoCondeAlmirante, e

(20)

*>—

4M

(6)

Do

peito ardente de Coutinhobrotaã

Crebras acçõesterríveis:

SanguedeHeroesnas veias lhe fervia,

E

o

nome

Portúguezante os feus

olhos ,

Os

perigosda guerra

Suavespinta, daventura orlados.

Irofo afeufuror os diquesfolta,

No

fogodabatalha,

A

fulgurante efpadafopezando,

Qual

indómito

Rio

,

(

Que

arraza os

montes

naferoz torrente)

Muralhas

defmantella , os

campos

talla.

E

a feuarbítrioefcreve

Leis á guerra,aofuror.aofogo , e amorte*

Por

largo

tempo

, o Lufo-Indico

Império

Os

áureosfrudos goza

Do

deftemidobraço, que nao poula

;

Porém

de Lifia bella

A

implacável faudadenaÔconfente , Qile a

Fama

lheguarneçaa fronte .nv.aa,

^

Sem

queella

em

feuregaço

Lhe

enxugue

orofto de fuorbanhado.

Aflim he que á

morada

das

eítrellas

Alça Coutinho os louros ,

Que

Lifiainterlaçoudehonrofas graças.

^

^^Ímercê,

comc,ue o Senhor

D

JoaóIII.

**%**%

foWevoe, na mefrna Do^çaõ

fe

^^^

&*

&»par, .,cê, irrevogávelDoação

entre vivos , vareu

(21)

X 7 I

Mas

o

Heroe

verdadeiro

O

pavimentod/ocionuncapiza ;

SoboLethes mergulha ofeurepouíoj

Quando

a

Honra

da Pátria

De

incanfavéisfadigas

tem

por meta.

Do

rizonho Brazil tu florviçofa,

Que

affogadajazias

Dos

tetros errosnos lodofos charcos*

Exulta-te

em

ti

mefma

,

Abrolharáteu feio, e a

mao

benigna

Do

providoCultor , quevai

regar-lQi

Os

teusfloridos ramos,

Farátocar asapartadas nuvens.

Topinambás

foberbosblazonavaó

Nas

margens da Bahia ;

Apavonadas plumas ondeando

Nos

cucares erguidos 5

Entre nuvens deTetasvenenofas

O

Capitãovalente arrofta forte ,

E

pela Pátria jura

Ou

dar a vida, ourematara

empreza,-Qual

o

LeaÕ

raivofo, que açoutando

As

^Xlmpre

de juro, herdade Paraelie

^

ó

;

^.

fil

J^

(22)

Mm*

&â2»

(8)

As

ilhargas co'acauda,

Dos

olhos fuzilando accefosraiosj

Eftragos

ameaça

,

Faz

nos bofquestremer quanto refpira

AíiimCoutinho,mortes fulminando

,

Portoda a parte efpalha

Torvos

influxos , núncios deruínas.

Sombrios

Manes

dosCoutinhosfortesf

Que

eítranhas alegrias

Vos

aiíaltáraõ ,

quando

fobreos

campos

*

Dos

que habitaes fepulcros,

Viftes aquelle,

em

cujopeitofalta

De

tanto

Heroe

obrio refiltrado,

Fazer tremer Mavorte

Do

duro braço, que a feumolde armara?

IndareíToaõnas Baianaspraias

Os

gritos efpantofos,

Que

oschocalheiros ecosreproduzem,

Defde

quando

alaflradas

De

mortos , viraó aboiarcardumes

De

baííentosfelvagens, fobre asondas

Do

fangue fumegante,

Que

o

mar

d'azul,

em

rubro transformara.

Agora

he

tempo

,

Mufa

, erga-feovoo:

Pode o ti

mi

do fçrfto

Embotar

a conftancia, que atavia

A

cithara

Thebana

?

Comtigo

combater

quem

pode quandof

A

par dal.ma verdade luminofa-,

(23)

(9)'

Acçõesgrandes entalhas,

Nos

brilhantespadrões da Eternidadeí

Mas

já doaugufto carro fe

defmandáô

Meus

fogofos Ethontes ,

defunidos , facudindovoaõ ,

Os

diamantinos freios ,

Eftequetocohe d'Oceánooteclo:

D'Apolloardenteos raios

me

abrazeao

Novo

ícaro fer

temo

,

E

dar anovo

Egeo

co'a morte o nome.*

(24)

IO

AO

ILL»»

SENHOR

MANOEL

JOSÉ

COUTINHO

PEREIRA

DE

SOUSA

E

MENEZES.

ODE

SAFICA.

P<

Or

mais queeu cure cTenfrear

meu

eftro3

Veda-

mo

Clio, a cujasLeis

me

curvo,

liHa

me

apara aluminofa penna,

Ella

me

infpira*

GentilDonzella, eulanço

maó

daofFerta ,

Moio

da inércia, os

hombros meus

fubmeto

Ao

pezo

enorme

de canções fublimes

,

Que

tu

me

apreftas.

Hum

novogénio , queno facroPindo

Secriaardente, aos feculos futuros

Dará

matériaa nunca ouvidocanto

,

Será

mçu Numen*

(25)

Cou-t"

Coutinhoilluftre, tu d'Heroeshafcido,

Gloria, e difvellode Apollincaslidas,

Em

cujo peitofobrefahe

huma

alma Ávida <J'honra:

Efeutaalyra, que nafrente

marcha

De

hymnos

eternos, zombadores devos

5

Tu

bem

conheces quanto

podem

Vates

Sobre as idades.

Se

querem

,

fazem

defandar o carro

Do

Pai deJove, de

Neptuno

, e Pluto \

Se

querem

, rafgaõ dofuturo cego

O

feioobfcuro,

O

Padre Apollo, que tedô*aalira,

Em

áureos cofres

tem

limados verfosf

Que

haó-delevar aos globosrutilantes

Teu

claro

Nome,

Naõ

hamyfterio recatado aosDeofos ,

Delio conhecedas acçõespreclaras,

Com

quehas-de honrar a bella idadenoííaa

O

inteirofio?

)

Mas

ah! dos olhos confundidos

fogem

Brilhantespalmas, refulgentesc'roas!

Co'ellasa frontecircundar-te efpcra

Hum

dia Lifia.

Nem

d'outrafortefueceder podia:

Naõ

podem

Cifnes produzir de Corvos ,

(26)

AVi-(

^

)

Avitas honraiscTincentivosfervem

A

peitosnobres,

Eu

naóteadulo

com

cinzéis fingidos,9

Também

predigo oráculos

em

Delfos ;

Naó

fou Caffandra; tu naóés

Jroyano

j

Qanto

verdades.

(27)

MHMMBfeNrtrifHMBl

(13)

AOS AN

NOS

D'

AN

ALI

A.

ODE.

V^

0'a

foice defabrida aos pés proftrada,

O

rifpido cabello mais compoíto ,

Ricamente

veftido, alegreorofto ,

Ouve

Analia engraçada ,

O

Deos

das Eftaçõesfempretriílonho ,

Nos

teus annosrizonho.

Aliados Cupidinhos revoando

Em

torno , excitaòfeftivaes porfias ,

Jogos ofFrecem a teus bellos dias

Mil

voos levantando :

Pedem

aoRei,que

hum

pouco mais clemente,

Os

teus dias augmente.

Carregada de novo a catadura,

Callar o

Tempo

manda

a turba inquieta,

Que

afeuacceno

hum

pouco maiss'aquieta

(28)

(

n)

E

aImpulfos da ternura

Nos

livros dosdeítinos folheando?

Aííím lhes vai fallando»

v

Apenas

yio Analia a luz dodia,

?,

As

horas diligentes por

meu mando

>

l,

Lhe

foraô longos annos deftinando,

,, Contra a morte fombria,

3,

Eu

fou o Protector d'Analiabellat

Naõ me

rogueis jpor ella.

?, Irrevogáveis

mandos

dos Deílinos

.,Antesd

5

ellanafcer

Grande

a fizeraõj

v

Privilégios, egraças concederão

,,

A

feus dias benignos,

,,

virtudes, que oberço lheembalarão

,, Daítos dons a dotarão*

3,

F

ternoshaó-deferentre os

humanos

5SSeusrarosdotes pelo

Ceo

formados ,

3,

Os

feus dias feraó eternizados

Nas

épocas dosannos ;

?l

Nem

podegolpear a foicerude

A

invencívelvirtude,

,,

F

vós , tropagentil, quetantos

molhos

R\ D.agudas fetas , degoíloíos laços,

,, Enredas-te deNeri para os braços,

,,

Vendo

d'Analia osolhos ,

,, Vivei , vivei contente, eu fou aquellc

ProteCtord'ella, e d/ellee

(29)

Af-f

15)

Affimacaba o lúbrico avarento,

E

a turba deixa davifaó goítoía,

Teu

nome

, bellaAnalia graciofa ,

Sobre asazas dovento ,

Três

vezes repetio entre clamores

A

turba dosamores.

(30)

f 16 J

AO

SENHOR

THEOTONXO GOMES

DE

CARVALHO.

ODE

SAFICA.

A:

Mado

Tirce, fe

meus

rudesverfos

Já n'outro

tempo

porti foraõlidos,

Ternos

clamores novamente alçados

Plácidoefcuta.

O

Cinthio

Numen

, quevoltea odia,

De

verde louronaõ

me

cinge a frentef

Nem

fuásFilhas

me

concedem

gratas

Deifica lira.

Mal

torneados faó

meus

tofcos verfos

;

Porém

fmceros da verdadefilhos,

Inda que infauítos ,pois que faõgerados

D'aridoengenho.

(31)

_—

.

(17)

Tu

quebigornas immortaes

poemas

,

No

erguiçto

cume

dopartido

monte

,

Que

a par d'Apolloco'as

Camenas

cantas

Noites, e dias.

Pizaateuspés ofanguinofomoftro,

Em

dura guerra contra

mim

armado

i

Verei fundida na maiorventura

Raivofaeftreila.

Porém

que novo defufado gofto Súbito cerca

meu

feridopeito?

Que

luzhe eftaqueos

meus

paííbsguiaI

Minha

almapula!

Ah

que

em mim

finto naturezanova

!

Venceíte, ó Tirce, o

meu

ferrenho fado:

Jih. ! quanto

podem

fobre o

mundo

inteiro

Tuas

Virtudes !

è^

v

v

jL

<|4* «$? 4fc. >f

ODE

(32)

-<4ÊÈmBamat

mmmm

m

i

ODE

SAFICA

AO

SENHOR

THEOTONIO

GOMES

DE

CARVALHO,

A

Ma

do

Tirce ,poderofo azylo

Das

Lufitanasdeívalidas

Mufas

,

Em

quem

me

deraõ osbenignos Aftro*.

Alto

Mecenas

:

Embora

eícute fibilandooufado

GuerreirofilhodeGradivoirofo ,

No

Mareio campo

,

em

fangue , e

envolta

s

ígneos pelouros:

Ao

rouco eílrondo de horrorofas tubas .

Ligeiro voea receber amorte ;

Scintilar vejafobreílpendente

Nitido

gume

:

A

vidafiede ferventes ondas

,

(33)

(*9)

Exporto áfúria,mercador affoito,'

D'horridos ventos:

Na

efcuranoite

com

ferenoafpecT:o ,

Rafgando

os ares., a travésdos Pollos *

O

duro nauta flamejando veja Fulgidos raios:

Imprima

o ricoos mendigados timbresf

Na

erguidatefta doPalácioaltivo ,

Furtandoaos olhos entreasnuvensdenfas^

Dóricostectos:

Adore

cegooschapeadoscofres,

Que

gemem

prenhes dometal luzente>

Entredefpidas , fordidas paredes

Mi

fero avaro:

ÂíTimliberte , na futura idade,

Das mãos

efcaíTas dosmefquinhos annos3

Soberbo nobrefeu recem-nafcido,

ínclito

nome

:

Co'averde

rama

dofagrado louro 9

Premio

devido aos Apollineos Vates9

Pode

tocar a

minha

ornadafrente

LúcidooGlobo.

Ah

!

seu

configo a defrnedidagloria

,

Que

a

minha

cithara atéagora rouca,

Guarneça

o

Numen

de Latonafilho

Das

áureas cordas,

(34)

Er-m—mm

(20

t

Entaó ,ó Tirce , levantando aosare$

Em

teuslouvoresfonoroíb.s veríbs,

Além

dos evos levará

meu nome

Rápida

Fama.

®

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$;

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9í <Sf i$

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<# <$ <g

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<s

ODE

(35)

>

ODE

AO

SENHOR

THEOTONIO GOMES

DE

CARVALHO.

N

A

defpida defgraça ,

em

que

me

vejo

,

Porinfluxodos fados ,

Naõ

rogo aos

Céos

,

ó

RefpeitavelTirce,

Que

me

igualeaos Validos ,

A

quem

fortuna pródigos thefouros

Cegamente

reparte.

Altos Palácios ,jaJpeadoste&os

De

damafeoscubertos ,

ÁureascarroíTaspor Frisóestiradas*

Serpentinas brilhantes ,

Bordadasfedas, queOrientevende

A

groíTòpezo d'ouro,

Por

quem

arou omercadoravaro

Os

azulados

campos

,

Que

aJúpiterundofo

em

forte coube,

O

coração

d'hum

Poeta

Naõ

podem

cativar >bens empreitados

(36)

I 22 )

..Saóeftesda fortuna

,

Muitasvezes pedidos ;

meus

defejoi

Tem

origem mais nobre

,

Invencível a

maó

doefcaílbtempo.

De

quevaleo a Creífo Inexhaufta riqueza , feofeu

nome

,

Naó

excita nasalmas

Mais

,do queideas demontanhas (Touro

I

O

Cantorde Venofa ,

A

quem

nalyra tufuave imitas,

iJeixou-nosmais íhefouros ,

Do

queeífesque produz ovaíto feia

D'America

opulenta.

A

maõ

funefladafombria morte

A

tudo

imprime

ofello:

Eftatuas de vaporfaÓ as grandezas t

Que

inda omais brandovento$

Com

qualquer fopro fubito decipa.

As

Aonias Deidades ,

Qiie o ferherdarão co;

as divinasLyras}

Da

morte naõreceaõ

Os

violentos golpesdefabridos.

Com

elías fó quizera

Unir-me

detal forte , que

hum

inítantcs

Naó

vivera

fem

ellas.

Os

dourados pimpolhos , quebrotavaó

Das

minhasefperanças,

Pordecretos dosCeos , que humilde adoro

Em

florforaó cortados :

Traidora

maõ

quebrouolongo fio ,

Que

ao

Templo

das Sciencias ,

Os

meus

pálios guiava.; engenhodarte

(37)

Fi-In)

íicou

fem

a cultura ;

Mal

conheçoas bellezas, querealçaâ

O

Manttiano Cifne ,

O

Cantor Venufino , o

Grego

Vate j

Mas

ardem

na

minha

alma

Accefaslabaredas , qtiénastrevas

Guiaõ meus

penfamentos;

Dormem

comigo

nodefpido leito

O

Camões

, o Ferreira ,

O

Sublime

Garção

, honra d'Arcádia j

Por

quem

choraõas

Mu

fãs ;

Nellesencontro omel, que adoçagrato,

A

picante amargura

Dos

trabalhos da

minha

infauftavida9

Seaffim chamar-lhe poíTo.

(38)

k

' (

H

) ¥<Tí4^

ODE

AO

EMINENTÍSSIMO senhor

CARDEAL

PATRIARCA

M

E

N D

O

Ç

A

NA

SUA

SAGRAÇAO.

E

Corinthiometal, ouPario jafpe

S'eftatuas naõlevanto ,

Que

excedendo do

Mundo

ás maravilhas ,

Levem meu nome

ainda além dos Poílos,

Faço

fublimes veríbs,

Que

os

Heroes

eternizaõ,

Que

rebatem do

tempo

afúriabrava.

Voem

meus

ecos pelovafto

mundo

,

De

clima ,

em

clima levem

Nas

azasdolouvor

meu

alto canto,

Em

honradefte diamageftoíb ;

Ao

eílelifero aíTento

Meus

hymnos

Te

remótem

,

Pelas

mãos

das Virtudes conduzidos.

(39)

f *3 )

Que

forteagitação! queenthufiafmo1

Me

inundaafértil

mente

!

Dos

faifcantes , incendidos olhos

Vivo lume

fcintila, quaes fcintúaó

Do

Sol osclaros raios!

Qual

trovaó crepitante

Eftalle, ó

Mufa

, a tuavozruidofa;

Co'as pandasazasos cerúleosares

Vaiabrindo ligeira; j'.

;-Calçandoaltocothurno aoPindofóbe f

Deificalira

empunha

, asacções louva

Daquelle

Heroe

Sagrado,

Cujas

mãos

dos thefouros

Da

Divinapaleftra as chaves guardaõ.

Em

noíTo canto o

bom

Paftor louvemosí

Que

osrebanhosdeLifia

Extremofo

apafcentaI AltoCollega

Do

Sábio Palinuro , queabre o

rumo

A' BarcaMilitante ;

Que

d'eftuofas Sirtes

Experto aparta

o

efcolhido Povo,

Louve-feaquelle, que nainvicta frente

Dos

Efquadróesluzidos ,

Cantando

de

Adonai

o

nome

Santo ,

As

hydrascalcado

medonho

vicio :

Valerofo Atalante ,

Em

cujo

hombro

da Igreja

A

luminofaesferafefuftenta.

*** ii

AyoeA

(40)

.^-WÊM

( 2

6)

Aquelleantigo 3ja-fepulto

tempo

*

Sufpirado das gentes ,

Quando

o

mal

peftilente , e devaftante

Os

campos

delírael naóinfeílava,

Porti refufcitado ,

Novamente

veremos,

Em

noííos

campos,

que prudentezellas*

Os

rebanhos , que

amante

paftoreas

,

Portinédios veremos ,

Nos Campos

de Sion apafcentadosi

A'pacificafombra quelhesformas Co'a purpura íagrada

,

Do

iobo inficiavel

Naó

temerão onavalhadodente»

Enchente groíTa defelizventuraf

Qual

matutinoorvalho ,

-Sobre nós cahirádo

Ceo mandada

,

Em

noíío

bem

, por teu

amor

pedida*

Rebanho

venturofo ,

Todos

osmaisteinvejao

Quer

nofrigido gelo,ou calmaardente.

As

-Nações mais remotas do Univerfo*

Quanto

abarca

Oceano

,

A

nobrehiftoriadas acçõespreclaras

Da

tua vida cantarão vaidofas;

Com

ellamais fuave ,

O

pezado trabalho

Fará o Lavrador , fulcando aterra.

(41)

An-mM

t *l )

Anjos Divinos, queefcuí-^s

mens

rogos

,

Que

ante o fulgèhí

Sobre as venturasvigiaes de Liíia ;

Aprefentai os inceiTantesvotos

Do

Lufitano povo ,

A'quelle

Deos

Immenfo

,

Acujaviíiaosorbes eílremecem.

Nas

angélicas

mãos

depofitados

Levai-os prefuroíbs ,

Depois do

Templo

da

Immortal

Memoria

As

paredesvefti: fiquempendentes,

A'gloria deftinados

Daquelle

Heroe Supremo

,

Que

a Igreja inteiraregerá

hum

dia.

(42)

(28

).

A'

ACADEMIA

DAS

BELLAS

LETRAS

DE

LISBOA.

ODE

SAFiCA,

_

S

frefcas

margens

do

faudofo

Tejo

%

Que

os

muros

banha

da Gentil

Lisboa

,

Meus

fortes

veríbs

,

qual trovão

que

foa

j

Rápidos

ide.

Bufcai o

bofque

,

aonde

rezide

Alma

Minerva

do Alto Jove

filha ,

Que

oufada

calca

,

que

valente

trilhsj

Languidos

Erros.

Amplie

Inércia

diamantinos

ferros

,

Ao

jugo preza,

vós

vereis

rugindo

;

E

que

a

ignorância

,

qual

Leaó bramindo

,

Rifpida freme.

Em

(43)

(

^9)

Em

prizaõ dura

manietada

geme

A

torpe Inveja,

co'a

Difcordia

fumma

,

Que

a

longa

cauda

,

tendo

em

fio

a

efpuma

,

Rábida morde.

Vapor

corrupto

,

que do

Averno

forde

,

Naó

mancha

os ares deíla fabia

Athenas

3

Alli

o

Coro

de

Immortaes

C

amenas

Plácido

mora.

Quebrados

ecos

,

inda

s'ouve

agora

,

Do

Fanatiímo

,

pelos

denfos

ares

,

Em

tornados

os feus

vis altares

Jazem

por

terra.

Aos

duros golpes

da

fanguinea guerra

,,

Os

áureos

dias

de

Saturno

tornaõ

,

Férteis

engenhos

Ulliífea

adornaô

;

Época

bella

!

Qual

n'horizonte

a

matutina

eftrella,

^

Brilha

a

Sciencia

,

que o Univerío

guia

,

Que

aos piedofos níveos

peitos

cria ,

Nítidas almas.

Aqui

,

meus

verfos

,

de

virentes

palmas

Ornai

as

frontes

dos erguidos

buílos

,

Dos

Varóes

Sábios

,

Memorandos

,

Juftos

%

Honra

do

Eftado.

A

voz erguendo

com

terrível

brado

,

Embriagados

de

furor

divino

,

Ca

(44)

~m

mm*

{ 3° ")

em

eílillodigno9 Cantai melifluos Altos louvores

Louvai osternos Delficos Cantores*

Que

dilatandod'

Academia

a gloria f

Vaõ

os

Ànnáes

da Lufitana Hiftoria

Dignos

fazendo.

Com

vivascores,

como

eíláfervendo ,

Sevós pintareis , no

meu

forte efpritoj

O

Amor

da Pátriainalterável fito

De

heróicos feitos

;

A'voíía gloria vos feraõ fugeitos

Os

devorantes incanfaveis annos ,

Mais

do queosGregos,mais do que

osRomanoi

Tereis incenfos.

(45)

( 3i )

ODE

NA MORTE

DE

S.

A.

REAL

O

SENHOR

D.

JOSÉ

príncipe do

BRAZIL.

D

1

E

rígidodiamante , ou rijobronze J

Que

peitodefpiedado

Naó

eftalla de dor, na infanda perda,

De

Principe taó çharot

Melpornene

Sagrada , queprezides

A

ltóuoíbs hyrnnos,

Triftes nenias m'eníina , brandas queixas

Na

di(TonanteLyra !

JOSÉ

5 ! charo

JOSÉ

5 ! Principe

amado

!

Modello

devirtudes !

A

noííos olhos de chorar canfados ,

Em

que lugar íe efcondes ,

Que

osquebrados gemidos naó efcutas

De

teuaffli&o

Povo

?

Em

vaógritopor ti! tu já naõ aves

As

enrolladas nuvens

(46)

**!

(32)

De

crefpo

fumo

dos cavadosbronzes9 Defconcertadas vozes

De

horrifonos tambores,roucas tubas%

O

tropel dos Ethontes

De

luctuoías veftescarregados ,

(Lúgubresapparatos

Da

laítimofairreparável perda)

Mudamente

nosmoítra,

Que

erguida

Campa

já teus olíos cobre!

Ah

! Lifiadefgraçada ,

Que

profundolethargotefepulta!

Que

bárbarodeftino

Da

tuaaltaventura

em

flordecepa

A

douradaefperança?

Qual

dos Paílores teus, qual dosteusfilhos

g Entreferasgerado,

Em

raivaacceíb ataílalhou

mordendo

As

entranhas paternas,

No

verde-negro fangue as

mãos

lavando}

Ou

qual novogigante,

Infame

efpada contraos

Ceos

erguendo

|

Acumulou montanhas

Para doSacro

Empyreo

apoderar-fe?

Ah

! Lifiadefgraçada

Que

profundolethargo tefepulta!

Já mais veraõteus

campos

O

Primogénito

,e querido filho

De

PEDRO

, e de

MARIA

,

De

quem

femprefeguio confiante ospadosl

Mais

que Titoy ePornpilio

Da

Luhtana

gentehe íufp irado!

De

todaapartecruzaõ

(47)

(33)

Falanges degemidoslaftimofos!

Pelas praçaschorando ,

O

fielpovo , triftes aislevanta

A'

morada

celeíle ,

Pedindoaos

Ceos

o Pai ,quea Pátriachora

1

Ah

! Liíiadefgraçada,

Que

profundo lethargo te fepulta?

O

fabio , onobre , o rude,

O

robufto

mancebo

,ovelho curvo

,

Aílim

como

pafmados ,

De

pranto o rodo banhaÕ , recontando

Huns

aos outros o caio:

E

neftatrifte , dolorofa fcena,

Atéfe nosfigura,

Saudofa voz

chamar

feu

Nome

AuguítoS

Entaõaíli recorda

O

foldado chorando, o

bem

perdido j

O

Séculodourado ,

Em

que veria nafiel balança ,

Equilibrar opremio

Dos

illuftresferviços , quefizera.

Que

entaónafósdo

Tejo

,

As

Luiltanas

Quinas

tremulando,

Boiantes , curvos lenhos

Se

veriaõ entrar prenhes depalmas ,

No

Ganges

arrancadas:

Dos

Manoes", e Joaqsrenaíceria

O

bellicofo

tempo

,

Em

queò PortuguezÍSfo.me eratemido ,

No

antigo , e novo.

Mundo.

Porém

de tantos bens dignosnaô

fomos

.

Maldita fejaa culpa

(48)

^MMHMMtaMM

(34)

Do

Pai primeirodonde amorte herdamos!

Hydropico defejo

De

quererigualar,

quem

tudo regef

Tu

nosroubai anuelle,

Q4ô

foube triunfardos torpesvícios,

Da

impolada foberba,

Que

em

tornogyra dosdourados

Thronos

l

Os

cajados, e fcepíros

Tu

reduzes a

, que o ventoleva !

Naõ

valerão comtigo Virtudespeilbaes , engenhoraro,

Penetração fublime ,

Com

que fempre bufcou feguir ospaíTo&

De

feu

Avô

eterno

,

JOSÉ'

Primeiro das

Nações

Amado

l

Mas

onde

me

arrebata

De

Vaflalofielo

amor

ardente i

Nas

azas do tormento

De

balde voaõ noíTos ais canfados!

Eípirito Divino,

Que

na eterna Sion o

Nome

cantas

Do

Author da Natureza,

JuntoaosMaioresteus ,que

em

pazdefcançaô,\

já que

em

triíleorfandade Deixaite o

Povo

, que portifufpira;

Ouve

as fupplicasjuftas

Daquelle que na vida tanto amafle.

Ao

Ente Poderofo,

Que

o

Throno

occupa na celefte esfera D'eftrellasefmalíado

,

A

vidarogadeíle

Heroe

Benigno ,

Em

quem

vemos

gravadas

Tuas

(49)

-(35)

Tuas

mefmas

virtudes fcintilaníes ;

JOAM

Príncipe

Amável

,

EfperançadaLufa

Monarquia

,

Do

Bragantino Eftado ,

Por

quem

veremosdilatada aproleji

A

prole fempreinvida.

ífct^T^rHíiríC

ODE,

jMm

'.

«

" »

(50)

f

36)

O

DE,

v,

Ol

vendo

a rodao prefurofo

Tempd

.

Arraítra apôsdefi osbrevesdias;

Nem

defeusgolpes felibertaao

menos

A

pedra, oferro, o bronze.

Sentado fobremontes de ruínas,

Dardeja dannos ahorrorofa dextraf

Ao

ludibrio dos ventos reduzindo

Os

Palácios, as torres.

No

theatro do

Mundo

, apenas

move

A^prolle

humana

os mal-fegurospálios *

ante osolhos da mortal carreira

A

ultima baíliza.

Mais

veloz , queo fulgor doaccefo raid

Morre

da vida o

germe

luminofo;

E

muitasvezes entre o berço

, e a

campa

Breveinftante medêa.

D'altiva

Rhodes

os ColloíTos faliem,

De

Babylonia osdecantados

muros

,

Diga

o

Egypto

, digaGrécia,e

Roma

Quem

faó,

quem

faõ os ânuos.

(51)

(37)

me

correm os

mappas

falladores

Do

nubloíb futuro as fataesícenas ;

vejo o

mundo

reduzido ao nada

Vi&ima

do

Tempo

!

Só ainvi&avirtude encanecida, í

Filhado grande

Deos

,

como

elle eterna

f

Pode

ver fucceder milhões de

mundos

,

Deftragos fempreifenta.

Vomite embora

o vorador Satutuo

Furioíbs volcões de ruínas , mortes

;

Faça tremerdeíufta altas

montanhas

,

Que

as nuvens amedrontaó ;

Qual

no largo

Oceano

altivarocha,

Zomba

riíbnha

com

femblanteledo ,

De

horrifonas procellastormentofas,

A

invencível Virtude.

®(17?*3>(>!m,

3)®

Q&úÂhDGluÀhB®

(52)

MM

Í3S)

r>4<>^

SONHO.

Epois

deterlutadoafantazia

Nos

males quehei paliado ,

Nos

braços de

Morfeo

entrego avida|

Porqueocorpo repoufo

me

pedia

;

Laudano

que íuave

Da

vida opezotorna

menos

grave. Eis

em

torno do leitorevoando*

Quaes

Zéfirosferenos,

Cerca

meus

lados

em

continuo gyra

De

leves fonhos nurneroíb bando:

Diverfos nafigura,

Huns

infundem terror, outros ternura^

Perguiçofosos

mudos

voadores

A

miúdo

bocejáÕ:

Semi-dormindoplácidosderramaô

Nos

lados

membros

languidos vapores*

Qual

beijao

meu

femblante,

Qual

Dòrindagentil

me

põem

diante

Formofas

cores nasbordadas pennas

Das

azas reluziaõ,

Procelloías idéas

me

aprefentaõ*

(53)

(39)

tingidosgoftos, mentirofas ícenas

»

Que

aferem verdadeiros,

Defejára dormir annos inteiros.

Em

áureo throno o

mundo

legislando

Me

figurou o

engano

,

Croadasteriasante

mim

tremendo ,

Impériosdcvidindo , a muitos dando

,

E

o

meu

eílandarte

Tremulando

do

Mundo em

ioda aparte*

Invictos Generaes, que amedrontarão

A

terrificamorte}

A's minhasplantas

em

tributo

punhaó

Os

louros ,

com

quea Paíria coroarão |

Serviços decantados

CoTangue

,queverterão,rubricados.

The

pareceque a

mefma

Natureza

,

Curvada

a

meus

defejos ,

Obedece

veloz a

meus

decretos :

Que

eu naô

marco

limitesá grandeza,

Que

a

minha

mageftade ,

Me

tranfpianta

mda

além

dahumanidade.

Eis queo

Numen

vendado ,

Amor

tyranno

*

Cos

fonhos demiítura ,

A

formofa

Dorinda

me

defenha ,

Parafermaisfunefto o

meu

engano ,

Allivejo

Dorinda

,

Quem

ítivera afonhar

com

ellaainda!

%%*%

(54)

(40)

Ligeiro voo , ea feus pés proftrádo

O

fceptro lheoffereço,

Naó

como

Rei;

porem

como

Vaííallo

Da

fuafòrmoíura; honras ,eílado

Contente facrifico.

De

meu

fóquero

amor

;

bem

com

quefico»

naó pareçoferfenhor do

Mundo

#

Como

d'antes ofora,

Qual

miferocativo entre cadeas

Levanto

os olhos

com

temor profundo ;

Falara

alma

pertende

Vacilo, o peito bate , avozfeprende»

Amor

forças m'empreíta, avoz fe folta$

Eu

d'íngrataa

condemno

;

A

minha

bella

amada

hum

pouco

meiga,

Se

bem

quea furto, a

mim

feuroílo volta |

As

faces fe lhe coraõ ,

E

,naófeiporque caufa, os olhoschorão*

Entre ternosfufpiroslhe pergunto

Do

noffo

amor

o eftado,

Sua nevada

mao

chorandobejo,

Sua

mimofa

faceá

minha

junto . . .•'

O

mais,

Amor

queo diga 9

Que

ocaftopejo anaófalar

me

obriga*

Entaõ Morfeo

defapertando oslaflbs,

Que

os

membros

me

ligáraó,

Sem

Dorinda

me

deixa, e

fem

ashonras

De, Jvlonarca , queobtive alguns efpaços ;

N#

(55)

<4t

)

No

throno naôdifcorro,

Mas

na

minha

adorada por

quem

morro*

Com

meu

defejo a guerrear

começo

,

Inda brado ,Dorinda,

Nem

ecoao

menos minha

idéaillude j

De

»adavaleo

meu

ardenteexcedo ,

Abraço

oar vazio

SerDorinda pintou-mec^defvario,

Que

tanto

Amor

tu portasna

minha alma

?

Ah

! frágilnatureza!

Nem

dormindo

defeanço

hum

momento

*

Eu

teconcedo da

Vi&oria

a

palma

;

Eu

te figo confiante

SeforaReiferia igualamante,

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" 0. <â? <$ <U

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-A

SO~

(56)

{42}

SONHO.

O

regaço dos languidosdeleites,

Jinfurdecidoda Virtude aosbrados,

Pagava osdias

d'huma

vida bruta.

Meu

idolo era

Amor

, e aspaixõesfracasj

Em

que fe cevaòcorações cobardes ,

Qye

naõ

conhecem

da

Razaô

aguia.

Hum

dia pois quedelutarcaníado

Com

osmolles prazeres repoufava9

Por

entre vagaslegiõesde fonhos

A

menfageiradas divinas iras Pelos cabellos

me

facode , e aballa.

Fixando

osolhos

no

medonho

efpeâro

Conheço

a

maõ

da morte defearnada:

Cahiraõ a

meus

pés as falfas veftes ,

Que

amiferia dacarne rebuçavaõ ,

Olhando

para

mim

nada mais vejo ,

po

que

hum

reíumo

de horroroíos males ,

Hum

mortal furioíb,que banira

De

íi a regia , altiva auetoridade ,

De

queo dotara o

Creador

dos entes ,

Lembrando-me

quem

fou,vacilo, etremo

;

Geladofuftoos

membros

m

'adormece

;

D

opacasfombras ao travez devifo

Confufamente a Sãa

Razaõ clamando

:

Qual feveroJuiz nacatadura

(57)

Ef-'<

43

)

Eftreitascontasde

meus

diaspede:

a,

Quem

és , ella

me

diz, és tuacaíb

yy Àquelíechefe d'cbra omais perfeito ,

,,

Que

o podcrofo

Deos

tirou do nada£

3yEnchefteojuílo fim mifteriofo,

,, Porque tiveíteaprimazia

fumma

,

Sobre quanto produzovaíto

Mundo

l

„ Onde

asobraseftaõque na prefença

y,

Do

fupremo Senhorprefentar deves?

,,

Os

trágicos efFeitosdo peccado ,,Saõas graças rendidas , faó oífertas

,,

De

huma

vida

fem

jurosempreitada ?

,,Repara

quem

tu es ; ea

quem

rebelde

,,

Ante

a facedos

Ceos

tu oífendefte:

3 ,

Tu

abraçaíle oserrosquete cegaõ ;

3y

Tu

pizaíle averdade brilhadora ,

y, Para gozarofru&odos teus vícios :

yy

Mas

que tedeooerro , ingrato

humano

?

?,

Momentâneos

deleites, brevesgoílos ,

s,

Que

fogem

mais velozes do que o

fumo

?

,, Arvoraíie a bandeirado triunfo ,

,, Porentrealluviões de torpesglorias? ,.,Foi teu

nome

efcuípidonalembrança ,

5,D'eftragados fequazes , que aplaudiaó

,, Milhões fobremilhões d'enormes culpas?

yy

Mas

aSanta Virtudetedotava

3,

Co

J

apofse inalteráveldos thefouros ,

5,

Que

acândida innocencia fódesfruta !

,,

Tu

nofeio dapaztranquilla, epura

3,

Do

remorfo as tormentas naõtemias :

,,

Na

milieia dos

Ceos

foi aliftado

(58)

(44)

99

E

tu mefiiio , hepoílivel ! derigifte

,,

A

maó

quetorifcou ! tuotornaííe

5, Baixo eícravoda culpa

em

quete atollas?

,, Eis agora o

momento

em

que éspunido > ?,

A

cadainftante amorte tedecepa ,

,,

E

talvez , e talvezquetedefpreze,

,, Aquelle, a

quem

mil vezesdefprezafte.

Neftaterrível, laítimofafcena

Tudo

quevejo deverdugoferve

Ao

meu

afrli&o efpirito ,que

geme

Apunhalado

deÍmpios aííaílinos :

As

tímidas potencias

me

deixarão ,

Qual

o nauta perdido

em

noite efcurat

Os

tormentofos vicios

me

cercarão f

Ena

fronte hedionda

comandava

O

pungente remorfo aguilhoando

O

entailado coração dedores.

Nap

he mais alteradoo

mar

írofo,

Quando

revoltode filvantes Euros ,

Salpicaasnuvensco'aefpumante cauda %

Do

que

minha alma

turva,onde apinhados

Da

defefperaçaó os filhos

fremem.

Pendentefobre

mim

acurvafoice

Jáquafi osfiosde

meus

dias corta.. . ,

Aqui

chegava ,

quando

a

Natureza

Compadecida

de tao duros golpes,

Quiz

daralivio a

meus

cruéis tormentos.

Desfez-fe a névoaqueofFufcava a

mente

;

Em

pavorofoleitoacordo, ebrado ,

E

o corpo, ainda duvidofo, apalpo ,

Que

ovital fucco os

membros

me

calaflTe.

Engano

foida errada fantazia ;

(59)

pp

(45)

Mas

quem

fabefeo

Ceo

deílamaneira

Quiz

retrata

r-me

a fcena, quenVefpera

Se naõ abandonaraeftrada infecta ,

Que

os

meus

paííosconduz ao precipicio

Por

maó

do engano, edo

medonho

vicio.

FIM.

è

•*§?

^

^

5

(60)
(61)
(62)
(63)

C

c

-

4

(64)

Referências

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