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Sintomas de fobia social no ensino superior: uma amostra de população feminina

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Sintomas de fobia social no ensino superior:

uma amostra de população feminina

Marcia Fortes Wagner*

Suzi Darli Zanchett Wahl**

William Weber Cecconello***

Resumo

O presente estudo visa identificar a presença de fobia social em uma amostra do sexo feminino de estudantes do ensino superior. É um estudo quantitativo, observacional, com uma amostra de 87 indivíduos. Os instrumentos em-pregados foram a ficha de dados sociodemográficos e o Questionário de Ansiedade Social para Adultos/CASO-A30. Os resultados indicaram que 35,6% (n=31) apresentaram fobia social, sendo 10,3% (n=9) com sintomas de fobia social não generalizada. Os fatores do CASO-A30 que apresentaram maior prevalência foram falar em público e interação com pessoas de autoridade e expressão assertiva de incômodo, desagrado ou tédio; em ambos a incidência foi de 21,8% (n=19). Este estudo pode contribuir para profissionais e pesquisadores da área, fornecendo dados para novas pesquisas acerca do tema e para possíveis intervenções no contexto acadêmico, tendo em vista maior qualidade de vida dos acadêmicos.

Palavras chave: ansiedade social; estudantes; mulheres

Social phobia symptoms in higher education: a female population sample

Abstract

The present study aims to identify the presence of social phobia in a sample of female students in higher education. This is a quantitative, observational study with a sample of 87 individuals. The instruments used were: socio--demographic data sheet and Social Anxiety Questionnaire for Adults (SAQ-A30). The results indicated that 35.6 % (n = 31) had an index of social anxiety and 10.3% (n = 9) showed non-generalized social phobia symptoms. The factors of the SAQ-A30 questionnaire with a higher prevalence were: public speaking and interacting with people of authority and assertive expression of annoyance, displeasure or boredom, and in both items there was an incidence of 21.8% (n = 19). Hopes are that this study can potentially contribute to professionals and researchers, providing data for further studies about the theme as well as the planning of interventions in the academic context, seeking a higher quality of life for students.

Keywords: social anxiety; students; women

* Doutora em Psicologia, professora e pesquisadora da Faculdade Meridional – Imed – RS. E-mail: mwagner@imed.edu.br. ** Mestre em Matemática, professora e pesquisadora voluntária da Faculdade Meridional - Imed - RS.

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1 Introdução

A presença de um transtorno mental na vida de um indivíduo pode trazer prejuízos significativos para seu desenvolvimento. Entre os diferentes transtornos mentais, destaca-se a fobia social, transtorno que possui uma sintomatologia que pode trazer prejuízos diversos para os campos pessoal e profissional do sujeito (Barlow & Durand, 2008).

A fobia social (FS), também conhecida como trans-torno de ansiedade social (TAS), é caracterizada por um medo persistente, considerado excessivo pela própria pessoa, em uma ou mais situações de interação social, apresentando hipersensibilidade à crítica ou à avaliação negativa por parte dos demais (APA, 2002). Sua croni-cidade contribui para acentuar o prejuízo funcional e ocupacional do paciente (Mululo, Menezes, Fontelle & Versiani, 2009).

De acordo com o DSM-IV-TR (APA, 2002), exis-tem dois subtipos de FS ou TAS: a) generalizado, que se relaciona ao medo da maioria das situações sociais e de desempenho; e b) circunscrito, específico, ou não genera-lizado, o qual pode ser caracterizado pelo medo de uma única situação pública de desempenho ou de um pequeno número de situações de interação social. Os indivíduos que possuem o subtipo generalizado estão mais propen-sos a apresentar “déficits nas habilidades sociais e a ter grave prejuízo social e ocupacional” (APA, 2002, p. 438).

Evidências indicam que a FS vem sendo diagnosti-cada e tratada com menor frequência do que se deveria, sugerindo a necessidade de maior atenção a este quadro clínico. O motivo da dificuldade de diagnóstico pode estar em sua comorbidade com outras psicopatologias (Dilbaz, Enez & Çavuş, 2011), visto que o TAS apresenta índice significativo de comorbidade com transtornos de humor, outros transtornos de ansiedade, uso abusivo de substâncias, transtornos alimentares, entre outros (Schneier & Socha, 2010).

O diagnóstico deste transtorno é feito clinicamente e, embora semelhante à timidez, difere desta quanto à gravidade, persistência, prejuízo e sofrimento resultantes dos sintomas ansiosos (Henderson & Zimbardo, 2010). No passado, a ansiedade social e a falta de habilidades sociais eram interpretadas como um mesmo problema. Falar em público, por exemplo, é uma situação que re-quer, ao mesmo tempo, habilidades sociais e controle sobre a ansiedade social; assim, o déficit em uma destas áreas acaba implicando prejuízos na outra (McNeil, 2010). Embora a melhora de habilidades sociais indique uma correlação significativa com a melhora de sintomas de

ansiedade social (Wagner, Oliveira & Caballo, 2011), e considerando que tais sintomas podem ter uma relação de causa e consequência, este aspecto não vem sendo total-mente explorado no contexto científico (McNeil, 2010). No ambiente acadêmico, a maioria dos estudantes vivencia uma experiência de ansiedade; entretanto, uma parcela destes pode apresentar ansiedade social, ocasio-nando maiores consequências de tais eventos. Estudantes com ansiedade social apresentam crenças negativas sobre situações sociais e sua performance social, se comparados

aos demais que não possuem tais sintomas. Desta forma, podem estar vulneráveis à depressão, não apenas pelo isolamento social, mas por seu nível geral de distorções cognitivas (Sailer & Hazlet-Steven, 2009).

A FS afeta 35 milhões de pessoas nos Estados Uni-dos (Barlow & Durand, 2008) e a prevalência ao longo da vida vem sendo estimada em aproximadamente 7% (APA, 2013). Uma pesquisa a respeito dos transtornos mentais desenvolvida no Estado de São Paulo concluiu que a prevalência de FS ao longo da vida foi de 5,6% (Viana & Andrade, 2012). Já em estudo anterior, realizado em uma comunidade brasileira pouco favorecida (Vorcaro, Rocha, Uchoa, & Lima-Costa, 2004), a prevalência desse transtorno em um ano foi de 9,1%, e ao longo da vida, 11,8%, apresentando índices mais elevados ou semelhan-tes aos encontrados em países desenvolvidos. Entretanto, em virtude da carência de estudos atualizados e com maiores amostras no País, atualmente não há um dado estatístico brasileiro concreto sobre o tema.

Pesquisas realizadas em diversas culturas sobre a epi-demiologia da ansiedade social (Comer & Olfson, 2010) indicaram que, embora mulheres apresentem maior risco de índice deste quadro, tais resultados não são absolutos. Alguns estudos epidemiológicos (APA, 2002) afirmam que a FS é mais comum em mulheres do que em homens, embora, em amostras clínicas, a representação entre os sexos obteve resultados similares ou foi maior entre a população masculina. Outras investigações (Barlow & Durand, 2008) sugerem que a proporção de ansiedade social é de 1,4 mulheres para cada homem, sendo que, independentemente do sexo, a faixa etária com maior predominância do transtorno abrange indivíduos entre 18 a 29 anos, solteiros e com baixo nível socioeconômico e educacional.

Complementando estes dados, as evidências suge-rem que mulheres com ansiedade social refesuge-rem maior comorbidade com transtorno bipolar, depressivo e outros transtornos de ansiedade (APA, 2013). Da mesma forma, mulheres com ansiedade social podem apresentar notas

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significativamente inferiores em sua vida acadêmica se comparadas a mulheres que não apresentam sintomas significativos do transtorno (Baptista et al., 2012).

A ansiedade social pode prejudicar o desempenho acadêmico do indivíduo, visto que as atividades no ensino superior envolvem contato social diário, apresentações de trabalhos e realização de estágios, nas quais sua performance

será avaliada (Figueredo & Barbosa, 2008). As conse-quências de tal transtorno, como questionar a própria capacidade para a realização profissional e acadêmica, podem fazer com que o indivíduo venha a desistir do trabalho ou estudo em virtude da ansiedade gerada em tais contextos, que prejudica seu desempenho (Barlow & Durand, 2008). Nesse sentido, estudiosos têm focado seu interesse na caracterização prévia do repertório de habi-lidades sociais dos indivíduos em geral e, especialmente, em indivíduos com altos níveis de ansiedade social, a fim de propor programas de tratamento eficazes que atendam mais direta e objetivamente suas demandas pessoais e interpessoais, visto que a ansiedade atrapalha seu desem-penho nas atividades (Angélico, Crippa & Loureiro, 2013). Em pesquisa recente, avaliando teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) defendidas entre 1987 e 2009, foram encontrados 27 trabalhos sobre o tema, indicando a pos-sível carência de estudos brasileiros que possibilitem uma maior contribuição a profissionais da saúde (Martinez et. al, 2012). Em estudo de indicadores bibliométricos da literatura científica nacional e internacional sobre a prevalência deste transtorno em estudantes universitários, foram achados 13 artigos publicados entre os anos de 2006 e 2010 (Pereira & Lourenço, 2012), indicando que, embora a publicação sobre o tema venha tendo maior atenção da população acadêmica, ainda não se mostra sólida o suficiente para permitir generalizações acerca do tema.

Sintomas ansiosos, em uma amostra de 183 estu-dantes de medicina, foram avaliados (Gómez, Sanchez, Valencia, & Franco, 2008) e os resultados apontaram para a prevalência de 67,6% de sintomas de ansiedade social em sua amostra feminina, sendo que 50% apresentaram sintomas leves, 16,7% revelam sintomas moderados e 0,9%, sintomas graves. Outra investigação da presença de sintomas de ansiedade em amostra de população de estudantes universitários indicou que 10,1% da amostra feminina demonstrou ansiedade social (Bella & Omig-bodun, 2009).

Ao avaliar sintomas de ansiedade social em uma amostra brasileira de estudantes de ensino superior do

sexo feminino, os achados de Baptista et al. (2012) indica-ram a prevalência de 11,6%. Da amostra que apresentou sintomas de ansiedade social, 67,9% eram mulheres. Os resultados indicaram que o medo mais comum rela-cionava-se ao comportamento de falar em público. Os autores atentam ainda para o fato de que, da população com sintomas que caracterizam ansiedade social, apenas um pequeno grupo de 0,8% já havia sido previamente diagnosticado e estava sob tratamento. Resultados seme-lhantes foram encontrados em uma amostra de população universitária sueca (Tillfors & Furmark, 2007), indicando que 14,6% das mulheres apresentavam sintomas de ansie-dade social, sendo o medo mais comum falar em público e o perfil das pessoas que apresentavam o sintoma era de jovens solteiros.

Algumas investigações mais recentes com população feminina foram conduzidas, corroborando os resultados das demais pesquisas. Uma delas avaliou a presença de sintomas de ansiedade e sintomas depressivos (Pereira, Nardi & Silva, 2013), encontrando altos índices de inci-dência: 30% das mulheres estavam ou estiveram em trata-mento psiquiátrico, 36,1%, com sintomas de ansiedade, e 21,9% de depressão, sendo que um achado inesperado foi a prevalência de ansiedade em mulheres casadas (44,4%) em comparação ao grupo que não se casou (35,9% em solteiras e 32,8% em um relacionamento sério), visto que a literatura sugere o contrário: que pessoas casadas tendem a ter melhor saúde mental. Em outra pesquisa, com mulheres policiais militares (Bezerra, Minayo, & Constantino, 2013), foi evidenciada uma relação do co-tidiano de trabalho ao estresse e sintomas de ansiedade, acarretando consequências bastante negativas na saúde e no relacionamento familiar.

O presente estudo tem como objetivo identificar a prevalência de sintomas de ansiedade social em mulheres universitárias, visando investigar dados de uma população pouco estudada em outros estudos nacionais e interna-cionais. A partir dos resultados encontrados, propicia o estabelecimento de evidências que podem trazer contri-buições para profissionais da saúde e para futuros estudos realizados acerca do tema.

2 Metodologia

Este é um estudo quantitativo, observacional. A amostra foi constituída por 87 indivíduos do sexo femi-nino, maiores de 18 anos, de uma instituição brasileira de ensino superior do Rio Grande do Sul.

O estudo foi avaliado e autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Meridional (Imed) sob

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o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 0001.0.436.000-11. Após a aprovação do Co-mitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Imed, as atividades de avaliação foram divulgadas na instituição e os sujeitos foram convidados a participar da presente pesquisa. Os que aceitaram participar de forma voluntária assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, e foram informados acerca da natureza e dos propósitos do estudo, bem como da responsabilidade do pesquisador quanto ao sigilo em relação à identidade dos participantes.

A aplicação dos instrumentos ocorreu de forma in-dividual e coletiva, na própria instituição. As informações coletadas nessa pesquisa foram organizadas no banco de dados Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0.

Os instrumentos utilizados neste estudo foram: ficha de dados pessoais/sociodemográficos e questionário de ansiedade social para adultos (CASO-A30).

O questionário de ansiedade social para adultos/ CASO-A30 (Caballo, Salazar, Irurtia, Arias, & Hofmann, 2010) é um instrumento constituído por trinta itens. É uma escala do tipo Likert com 5 pontos, com variações de nenhum ou muito pouco (1), pouco (2), médio (3), bastante (4), muito ou muitíssimo (5), respondidos de acordo com o grau de mal-estar, tensão ou nervosismo que o indivíduo apresenta em diferentes situações so-ciais. Apresenta uma estrutura de cinco fatores: fator 1 – falar em público/interação com pessoas em posição de autoridade; fator 2 – interação com o sexo oposto; fator 3 – estar em evidência/fazer papel de ridículo; fator 4 – interação com pessoas desconhecidas; e fator

5 – expressão assertiva de incômodo, desagrado ou té-dio. Os estudos brasileiros de validação do CASO-A30 (Wagner, 2011) constataram uma consistência interna altamente satisfatória, com um coeficiente de α=0,93.

3 Resultados

A média de idade da amostra foi de 25,24 anos (DP=7,8). Em relação ao estado civil, 83,9% (n=73) eram solteiras; 10,3% (n=9), casadas; 3,4% (n=3), divorciadas; e 2,3% (n=2) com união estável. Da amostra total, 35,6% (n=31) apresentaram índice de ansiedade social, de acordo com o CASO-A30, conforme Tabela 1.

Tabela 1 - Presença de Fobia Social de acordo com o CASO-A30

CATEGORIA DE FOBIA SOCIAL % n Fobia social não generalizada 25,3 22 Fobia social generalizada 10,3 9

Sem fobia social 64,4 56

Total 100 87

Fonte: Resultado da pesquisa

Em relação aos fatores avaliados, o fator 1 – falar em público e interação com pessoas de autoridade –, teve a média mais elevada, seguido do fator 4 – expressão assertiva de incômodo, desagrado ou tédio, e do fator 5 – estar em evidência e fazer papel de ridículo, os quais obtiveram médias similares. Já o fator 2 – interação com sexo oposto – apresentou média um pouco abaixo dos demais, enquanto o fator 3 – interação com pessoas des-conhecidas – apresentou a menor intensidade de sintomas. Os resultados encontrados estão descritos na Tabela 2.

Tabela 2: Médias(M), desvios-padrão (DP) e frequência para os fatores do CASO-A30

FATORES M DP % n

F1 – falar em público e interação com pessoas em posição de autoridade 19,68 5,88 21,8 19

F2 – interação com o sexo oposto 18,44 5,49 13,8 12

F3 – interação com pessoas desconhecidas 14,61 5,14 11,5 10

F4 – expressão assertiva de incômodo, desagrado ou tédio 19,43 4,17 21,8 19 F5 – estar em evidência e fazer papel de ridículo 19,49 4,29 11,5 10

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4 Discussão

Na presente amostra, foi possível identificar uma prevalência de sintomas de ansiedade social em 35,6% da população feminina, diferenciando-se dos resultados da literatura estudada, que indicam índices de 10,1% (Bella & Omigbodun, 2009); 11,6% (Baptista et al., 2012); 14,6% (Tillfors & Furmark, 2007) e 67,6% (Gómez et al., 2008). Entretanto, embora estes dados não corroborem as estatísticas dos demais estudos encontrados em nossa revisão, entende-se que ainda se mantém a afirmativa de uma maioria significativa não apresentando sintomas para tal transtorno.

Um dado encontrado neste estudo foi a predomi-nância do estado civil solteiro, o que vem ao encontro de Barlow e Durand (2008) quanto ao fato de que indivíduos com fobia social apresentam dificuldade de estabelecer uma relação estável. Entretanto, apesar deste aspecto ser relevante, como a maior porcentagem da amostra pesquisada era composta por solteiros, tal comparação não pode ser considerada significativa.

Os resultados identificaram que 21,8% das estu-dantes entrevistadas apresentaram índices significativos para o fator “falar em público” (fator 1). Este resultado corrobora os estudos de Ruscio et al. (2008) e Baptista et al. (2012), que sugerem que os sintomas mais comuns de ansiedade social são medo de falar em público, com

prevalência de ocorrência de 21,2% durante a vida, e

falar em reuniões, com prevalência de 19,5%. Já o

DSM--IV-TR (APA, 2002) destaca que, na população geral, a maioria dos indivíduos com FS teme falar em público,

enquanto um menor grupo teme falar com desconhecidos

ou fazer novas amizades.

Um fator pontuado com significância semelhante à frequência de ansiedade em expressar-se em público estava relacionado com a expressão assertiva de incômodo, desagrado ou tédio. Entretanto, em nossa revisão não foi

encontrada pesquisa que avaliasse este fator em estu-dantes universitários e/ou indivíduos do sexo feminino, indicando que este campo ainda pode ser mais explorado em pesquisas futuras.

5 Conclusões

O presente estudo teve como objetivo identificar a incidência de sintomas de ansiedade social em uma amos-tra do sexo feminino. A amosamos-tra apresentou um índice distinto do indicado na literatura pesquisada, sendo que tais resultados podem ter ocorrido em virtude do método de coleta da amostra.

Os fatores do questionário de ansiedade social

(CA-SO-A30) que apresentaram maior número de indivíduos com ansiedade social foram: fator 1 – falar em público e inte-ração com pessoas de autoridade – e fator 5 – expressão assertiva de incômodo, desagrado ou tédio. O escore elevado pode ter

ocorrido pela frequência e forma com que tais situações ocorrem na vida acadêmica. A apresentação em público e o relacionamento com professores e colegas pode ter uma importância significativa para tais problemas. Assim, tais situações gerariam ansiedade, pelo medo de acabarem não sendo bem-sucedidos em tais situações, podendo interferir em seus objetivos de aprovação acadêmica.

As limitações deste estudo referem-se ao número reduzido da amostra e à sua regionalidade, sendo que amostras maiores e de outras regiões podem vir a con-tribuir para o estudo do tema. Espera-se que este estudo possa vir a auxiliar profissionais e pesquisadores da área, fornecendo dados que possam ser úteis a novas inves-tigações acerca do tema, bem como ao planejamento de intervenções no contexto acadêmico, visando a uma maior qualidade de vida dos indivíduos que sofrem pre-juízos com as consequências deste transtorno.

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Submetido em: 30-12-2013 Aceito em: 21-3-2015

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