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TESTE DE RECUPERABILIDADE DE ATIVOS E SUAVIZAÇÃO DE RESULTADOS: um estudo nas empresas brasileiras listada na B3

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v.20, n.3, set/dez 2019 DOI: http://dx.doi.org/10.18391/req.v20i3.5397

Teste de Recuperabilidade de Ativos e Suavização de Resultados: um estudo

nas empresas brasileiras listada na B3.

impairment test and income smoothing: a study in brazilian companies listed in B3

Karla Roberta Castro Pinheiro Alves1 César Augusto Tibúrcio Silva

RESUMO

O teste de recuperabilidade de ativos tem por objetivo assegurar que nenhum ativo esteja registrado no balanço patrimonial da empresa por um valor maior que o seu valor recuperável. Contudo, as implicações práticas estão na mensuração desse valor recuperável, devido a subjetividade inerente ao processo induzir a práticas de gerenciamento de resultados. Nesta Perspectiva esta pesquisa tem por objetivo verificar se o reconhecimento das perdas por teste de recuperabilidade de ativos influencia na prática de suavização de resultados em empresas brasileiras. Para tal desenvolveu-se uma pesquisa descritiva e quantitativa, com aplicação de um teste de hipótese. Foram analisados os dados das empresas não financeira listada na B3 no período de 2009 a 2017. A amostra foi subdividida em dois grupos: entidade que reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos e as que não reconheceram perdas. Utilizou-se a métrica desenvolvidas por Eckel (1981) e aplicadas nos trabalhos de Ameida et al. (2012) e Castro e Martinez (2009) para determinação do índice de suavização de resultados e assim realizar o teste de hipótese. Os resultados encontrados não apontam evidências de que as empresas que reconhecem perdas apresentem maior nível de suavização de resultados do que as entidades que não reconhecem as perdas.

Palavras-chaves: Teste de Recuperabilidade de Ativos.

Suavização de Resultados. Reconhecimento e Mensuração de Ativos.

ABSTRAT

The Impairment Test aims to ensure that no assets are registered in the company's balance sheet for a value greater than its recoverable value. However, the practical implications are in the measurement of this recoverable value, due to the subjectivity inherent to the process induce earnings management practices. For this reason, this research aims to verify whether the recognition of losses by Impairment Test influences the practice of income smoothing in Brazilian companies. Descriptive and quantitative research was developed for this purpose, with application of a hypothesis test. Data from non-financial companies listed in B3 from 2009 to 2017 were analyzed. The sample was subdivided into two groups: entity that recognized losses by Impairment Test and those that did not recognize losses. The metric developed by Eckel (1981) was used and applied in the studies by Almeida et al. (2012) and Castro and Martinez (2009) to determine the rate of income smoothing and thus perform the hypothesis test. The results found do not indicate evidence that companies that recognize losses have a higher level of income smoothing than entities that do not recognize losses.

Keywords: Impairment Test. Earnings Management.

Income Smoothing. Recognition and Measurement of Assets.

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INTRODUÇÃO

A contabilidade quanto ciência, tem como objetivo disseminar informações econômicas capaz de explicar e predizer comportamentos e práticas contábeis resultante das atividades da empresa que modificam o valor do patrimônio (BEAVER, 1998; RIAHI-BELKAOUI, 2000; SILVA; NIYAMA; NORILLER, 2018). Especificamente, a contabilização de ganhos e perdas têm um impacto na posição financeira e de desempenho das entidades. Contudo, para Collins e Henning (2004), o reconhecimento de perdas apresentam um impacto maior em virtude do declínio nos lucros e no patrimônio.

Por estes fatores, os estudos empíricos desenvolvidos por Abdul Majid (2015), André, Filip e Paugam (2016), Caruso, Ferrari e Pisano (2016), Elliot e Shaw (1988); Francis, Hanna, Vicent (1996), Knauer, Wohrmann (2016) e Li e Sloan (2017) mostram uma tendência dos gestores e/ou preparadores das informações contábeis utilizarem as discricionariedade contidas nas normas contábeis para evitarem reconhecer perdas nos resultados das empresa, ou reconhecê-la quando houver incentivos para isso.

Particularmente, quando se trata da aplicação do teste de recuperabilidade de ativos, essa prática pode ser usual, pois o processo de mensuração do valor recuperável é subjetivo e depende do julgamento profissional. O preparador pode ser induzido a realizar práticas de gerenciamento, seja um big bath ou uma suavização (smoothing) de resultados (BEPARI; MOLLIK, 2017; GONÇALVES et al., 2019; GUNN; KHURANA; STEIN, 2018).

As subjetividades inerentes a mensuração do valor recuperável de uma ativo, consequentemente, a determinação do valor da perda a ser reconhecida pela contabilidade, prevê que os gerentes usem sua discrição para evidenciar relatórios tendenciosos. Algumas evidências empíricas indicam que a maioria dos gestores prefere lucros suaves a lucros voláteis (MAZZI et al., 2017; OLIVEIRA; AZEVEDO; OLIVEIRA, 2018). Neste sentido, Gunn, Khurana e Stenin (2018) mencionam que empresas lucrativas estão mais inclinadas a divulgar más notícias mais rapidamente do que aquelas que apresentam um resultado abaixo das expectativas esperadas.

Caruso, Ferrari e Pisano (2016) afirmam que os gestores têm uma propensão maior a reconhecer uma perda quando apresentam lucros elevados no período. Isto

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porque as empresas com altos níveis de desempenho em um determinado período podem criar expectativas de um futuro equivalente ou até maior de crescimento. Nesta perspectiva, o objetivo dos gestores e/ou preparadores das informações contábeis consiste em padronizar o crescimento, mantendo níveis ligeiramente acima do obtido no ano anterior.

Por estes fatores, o teste de recuperabilidade de ativos tem sido apontado como uma prática que permite a administração uma flexibilidade substancial, por estar acompanhado de julgamentos na determinação e mensuração das perdas do valor econômico dos ativos. E quando é dado aos gestores a responsabilidade de determinar o valor recuperável dos ativos, das despesas e do lucro de suas empresas, aumenta o risco de que a contabilidade criativa seja empregada (SHAARI; CAO; DONNELLY, 2017).

As normas sobre a aplicação do teste de recuperabilidade de ativos são orientações de como proceder ao testar a capacidade de benefícios econômicos de um ativo. Contudo, Huikku, Mouritsen e Silvola (2017) destacam que não se pode deixar de ressaltar as implicações que são específicas ao processo que envolve o subjetivismo e o julgamento relacionado às preferências ou desejos que um gestor tem sobre um determinado item em relação ao demais. Essa observação tem impulsionado diversas pesquisas que investigam se a adoção de normas internacionais está associada com o nível de gerenciamento de resultados das empresas (ANDRÉ; FILIP; PAUGAM, 2016; GOLDEN; SUN; ZHANG, 2018; SU; WELLS, 2018).

Na visão de Healy e Wahlen (1999) o gerenciamento de resultados decorre do julgamento dos administradores e na estruturação de transações para alterar a divulgação destas informações financeiras ou enganar as partes interessadas sobre o desempenho econômico da companhia ou para influenciar os resultados contratuais que dependam dos números contábeis divulgados. Tudo depende das escolhas contábeis, dos objetivos e metas organizacionais.

Neste sentido, as escolhas contábeis são delineadas mediante os objetivos e metas traçadas pelo agente e pelo principal: de um lado o proprietário, buscando maximizar o valor da empresa e escolhe práticas contábeis que minimizem os custos de transação da companhia; do outro, o gestor, que se utiliza das práticas contábeis para o seu próprio interesse (práticas oportunistas) (BONFIM et al, 2016).

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complexa dos fenômenos e questões contábeis, a escolha de diferentes técnicas contábeis e a tempestividade no reconhecimento dos fatos econômicos dependem de seu impacto. E o julgamento profissional passa a ser um disciplinador desta escolha, principalmente em ambientes de risco.

Diante do exposto, busca-se responder ao seguinte questionamento: o reconhecimento das perdas por teste de recuperabilidade de ativos influenciam na prática de suavização de resultados em empresas brasileiras? O objetivo desta pesquisa é verificar se o reconhecimento das perdas por teste de recuperabilidade de ativos influencia na prática de suavização de resultados em empresas brasileiras. Para alcançar o objetivo proposto, foram traçados os seguintes objetivos específicos: levantar as empresas brasileiras listadas na B3 que evidenciaram as perdas por teste de recuperabilidade de ativos; verificar o nível de suavização de resultado das empresas que reconhecem o teste de recuperabilidade de ativos aplicando; comparar o nível de suavização de resultados das empresas que reconheceram e que não reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos.

Após dez anos de adoção as normas internacionais promulgadas pelo

International Accounting Standard Board (IASB), torna-se oportuno ampliar os estudos

sobre a temática; o cenário brasileiro torna-se um campo fértil para realizar o estudo empírico e verificar se o reconhecimento das perdas por teste de recuperabilidade de ativos influencia na prática de suavização de resultados. Além de contribuir para a literatura, os resultados encontrados fornecem novas evidências sobre a aplicabilidade do teste importantes para análise dos normatizadores e reguladores.

O presente estudo está estruturado nas seguintes seções, além desta introdução: referencial teórico - que contextualiza e apresenta os conceitos e estudos relacionados a teste de recuperabilidade de ativos e gerenciamento de resultados; procedimento metodológico - onde apresenta a amostra, os procedimentos e métricas utilizadas na pesquisa; análise de resultados – discorre sobre os resultados; e considerações finais juntamente com ideias e sugestões para novas pesquisas.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2. 1 Teste de Recuperabilidade de Ativos

Uma perda por teste de recuperabilidade de ativos representa o reconhecimento da redução na capacidade de gerar benefícios econômicos futuros para a entidade. Para determinar o montante desta perda, as empresas devem aplicar o teste de recuperabilidade de ativos observando as diretrizes contidas no Pronunciamento Técnico do CPC 01 (R1) que disciplina sobre a temática (CPC, 2011).

O objetivo do teste é assegurar que os ativos não estejam contabilizados por um valor maior do que seu valor recuperável. E quando houver qualquer evidência de que o ativo tenha a capacidade de geração fluxo de caixa reduzida, uma perda por valor recuperável de ativos deve ser reconhecida no resultado da entidade (CPC, 2010; FASB, 2001a, 2001b; IASB, 2001). Para isto, calcula-se o valor recuperável e compara com o valor existente na contabilidade da empresa. É considerado valor recuperável o maior valor entre o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo ou de unidade geradora de caixa e o seu valor em uso. (CPC 01 R1, 2010).

Atualmente mais 166 jurisdições no mundo todo adoram o teste de recuperabilidade na avaliação de ativos da entidade. Embora trate-se de uma norma implantada em 2007 no Brasil, o teste de recuperabilidade de ativos já era discutido nos primeiros anos da década de 1970 pelo Financial Accounting Standards Board (FASB) no Accounting Principles Board (APB), Opinion nº 30 – Reporting the results of

operations – reporting the effects of disposal of a segment of a business, and extraordinary, unusual and infrequently occurring events and transactions (FASB,

1973).

O Financial Accounting Standards Board (FASB) estabeleceu as primeiras diretrizes necessárias a aplicação do teste de recuperabilidade para os ativos de longo prazo nos anos de 1990. No âmbito internacional, o International Accounting Standard

Board (IASB) emitiu a norma a International Accounting Standards (IAS) nº 36 – Impairment of assets (IASB, 2001). No Brasil, a implantação do teste de

recuperabilidade de ativos foi a primeira norma emitida assim que decidiu pela a adoção das normas do IASB (CPC, 2010).

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A implicações práticas a adoção do teste apontadas por alguns estudos empíricos enfatizam a complexidade (GLAUM et al., 2013; MAZZI; LIBERATORE; TSALAVOUTAS, 2016; TAVARES et al., 2010), a subjetividade (BANKER; BASU; BYZALOV, 2017; HUIKKU; MOURITSEN; SILVOLA, 2017; PETERSEN; PLENBORG, 2010; RIELD, 2004; SEETHARAMAN et al., 2006) e a discricioriedade (DUH; LEE; LIN, 2009; ELLIOTT; SHAW, 1988; FRANCIS; HANNA; VINCENT, 1996; SHAARI; CAO; DONNELLY, 2017; ZANG, 2008) da mensuração das perdas como fatores que modificam as decisões de reconhecimento ou não da perda do valor econômico do ativo.

Para Mazzi et al. (2016), Seetharaman et al.(2006), Zandonai e Borba (2009), Amaro et al. (2015), Vogt et al. (2016), Martins, Araújo e Niyama (2011) preconizam que a mensuração do valor recuperável é limitador da aplicabilidade do teste de recuperabilidade, principalmente, para ativos imobilizados, intangíveis, Goodwill e unidades geradoras de caixa, que geralmente não possui mercado ativo que auxilie na determinação do valor recuperável. Nestes casos, os gestores e os preparadores das informações contábeis podem se utilizar da discricionariedade da norma para fazer escolhas contábeis que não reflitam a realidade econômica destes itens, gerenciando seus resultados.

A estimativa do valor de uso é altamente dependente das premissas que a administração projeta de crescimento e da taxa de desconto. Por estas razões o teste de recuperabilidade de ativos tem sido apontado como uma prática que permite a administração uma flexibilidade substancial ao exercer julgamentos na determinação e mensuração das perdas do valor econômico dos ativos. E quando é dado aos gerentes e/ou preparadores das informações contábeis a responsabilidade de determinar o valor recuperável dos ativos, das despesas e do lucro de suas empresas, aumenta o risco de que a contabilidade criativa seja empregada (SHAARI; CAO; DONNELLY, 2017).

A discricionariedade necessária em relação à escolha de registrar baixas contábeis de ativos pode ser explorada oportunisticamente de acordo com os incentivos privados dos gerentes ou usada para refletir a realidade econômica (ARCAS; MARTÍ,

2016; SOUZA et al., 2015). Consistente com este argumento, as evidências

encontradas nos estudos de Boone e Raman (2007), Filip, Jeanjean, Paugam (2015), Kabir e Rahman (2016), Li e Sloan (2017), Martínez, Martínez e Lin (2014),

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Stout, Costigan e Lovata (2008) e Silva et al. (2017) mostram que a discricionariedade realizada pelos gestores das entidades ao determinar quando e o montante da perda a ser reconhecida resulta na sobreavaliação inicial de ativos e lucros e posterior subavaliação de lucros quando a contabilidade agressiva é revertida.

Por estas razões, a literatura existente expressou preocupações de que os gerentes alterarão oportunamente as estimativas e premissas-chave para evitar ou acelerar o reconhecimento de perdas principalmente se os gerentes tiverem fortes incentivos para aumentar os lucros (BEPARI; MOLLIK, 2017; ELLIOTT; SHAW, 1988; FRANCIS; HANNA; VINCENT, 1996; KABIR; RAHMAN, 2016; WATTS, 2003). É reconhecido que os gestores podem ser oportunistas, o que significa que eles estão tentando maximizar seu próprio bem-estar e gerenciar os ganhos (FIELDS; LYS; VINCENT, 2001; HEALY; WAHLEN, 1999).

A aplicação do teste de recuperabilidade de ativos não resultam simplesmente de uma aplicação mecanicista dos padrões contábeis. Pelo contrário, eles são o resultado de processos de decisão complexos influenciados pelos interesses e incentivos daqueles que tomam as decisões (GEBHARDT, 2016).

Embora as normas sejam orientações, elas surgem com modo de regulamentar as práticas contábeis e assim minimizar as práticas abusivas por parte dos gestores e/ou preparadores das informações contábeis. Contudo, muitas vezes os propósitos para quais elas foram editadas não são plenamente cumpridas. Independentemente da precisão das normas, os praticantes consciente ou inconscientemente, fazem relatórios financeiros consistentes com os seus incentivos (MOTA et al., 2016)(MOTA et al., 2016). Portanto, a emissão de uma norma não elimina a discrição dos gerentes sobre o tempo e a quantidade de baixas contábeis de ativos a ser reconhecida (REES; GILL; GORE, 1996).

2.2 Gerenciamento de Resultados (GR)

Segundo Healy e Wahlen (1999) o gerenciamento de resultados ocorre quando gestores e/ou preparadores das informações contábeis usam o julgamento em relatórios financeiros e na estruturação de operações para alterar seus relatórios, quer para enganar algumas partes interessadas sobre o desempenho econômico da empresa, ou para

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influenciar os resultados contratuais que dependem dos números contábeis evidenciados. Para Fields, Lys e Vincent (2001) é decorrente do poder discricionário do gestor sobre os números contábeis. Essa discrição pode ser feita para maximizar o valor da empresa ou com objetivo oportunista. Desse modo, os gestores podem escolher práticas contábeis para benefício próprio que, alinhadas aos interesses da empresa, também trazem aumento, ainda que temporário, do valor da companhia.

As discricionariedades contidas nas normas contábeis tornam-se um incentivo para escolhas contábeis, como é o caso do teste de recuperabilidade de ativos. Os incentivos e motivações para tais práticas são muitos, como por exemplo: se a empresa deseja divulgar um lucro atrativo aos investidores, os gestores terão uma tendência a minimizar os impacto negativos nos resultados; se a intenção for apresentar lucros menos voláteis, os gestores podem ter uma inclinação para reconhecer um resultado negativo no momento atual, para que no futuro possam mostrar um desempenho mais elevado para a empresa; se a empresa possui contratos financeiros que possam ser prejudicados com os resultados apresentados; gestores com remuneração baseada em lucros; concorrência, etc..

Martinez (2001) afirma que existem diversas modalidades de gerenciamento de resultados, dependendo das motivações que estão envolvidas no processo. No entanto, o autor destaca três modalidades principais: a) resultado alvo (target earnings) – gerenciar para aumentar (melhorar) ou diminuir (piorar) os resultados contábeis; b) suavização de resultados (income smoothing) – gerenciar para reduzir a variabilidade dos resultados contábeis; c) contabilização conservadora (big bath accounting) – gerenciar para reduzir o lucro corrente, de modo a aumentar o lucro futuro.

O termo gerenciamento de resultados é mais amplo por envolver uma série de técnicas de manipulação, diferente da suavização, que assume um caráter específico, de

reduzir variabilidade dos resultados ou fazê-los crescer gradativamente

(KOLOZSVARI; MACEDO, 2016). Caruso, Ferrari e Pisano (2016) afirmam que altos

níveis de desempenho em um determinado períodopodem criar expectativas de um

futuro equivalente ou até maior no futuro, por este motivo os gestores terão uma inclinação a reconhecer uma perda.

A suavização de lucros envolve uma redução na variabilidade de lucros por meio

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MAJID, 2015).Os gerentes podem suavizar os ganhos relatando perdas por teste de

recuperabilidade (GINER; PARDO, 2015). A hipótese de suavização de lucros sugere que os gestores tomam medidas para reduzir a variabilidade de lucros quando suas

empresas enfrentam uma grande surpresa de lucros positivos (RIELD, 2004).

Diante das perspectivas apresentadas, o teste torna-se propício ao gerenciamento de resultados, visto que não há detalhamento preciso dos cálculos inerentes ao referido teste, principalmente, no que se refere a mensuração do valor justo líquido de vendas quando não existe um mercado ativo, e a determinação do valor recuperável se dará com base nas projeções de fluxo de caixa futuro (AMARO et al., 2015; CAO; SHAARI; DONNELLY, 2018; GONÇALVES et al., 2019; SHAARI; CAO; DONNELLY, 2017). Nesse sentido, elaborou-se a hipótese de pesquisa que segue: H1: Empresas que reconhecem perdas por teste de recuperabilidade de ativos apresentam maior nível de suavização de resultados do que as empresas que não reconhecem perdas por teste de recuperabilidade de ativos.

Para responder a hipótese levantada, este estudo utilizou a métrica aplicadas nos trabalhos de Ameida et al. (2012) e Castro e Martinez (2009) e desenvolvidas por Eckel (1981). O modelo de Eckel (1981), segundo Ameida et al. (2012), parte da premissa de que as receitas e os custos são lineares ao longo do tempo. Portanto, crescem ou diminuem na mesma proporção, mas, quando essa relação não ocorre, pode ser devido a alguma interferência dos executivos para suavizarem os resultados.

Para observar a relação entre lucro e receita são utilizados os coeficientes de variação percentual do lucro e da receita de vendas. E quando o coeficiente do lucro for menor do que o da receita, demonstra-se que a companhia está interferindo nos lucros suavizando-os de maneira artificial (ALMEIDA et al., 2012; CASTRO; MARTINEZ, 2009). Esta definição pode ser representada do seguinte modo:

Onde:

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(Receita t – Receita t-1 ) / Receita t-1 ?

A partir desses dados, calcula-se o Índice de Suavização (IS) de resultados, expressa pelo modelo de Eckel:

De acordo com Almeida et al. (2012) o intervalo entre 0,9 e 1,1, como ‘área cinzenta’, onde não é possível classificar as firmas em suavizados e não suavizados. Esse procedimento permite a classificação das firmas de maneira objetiva, reduzindo risco de viés por parte do pesquisador. Para visualizar esse intervalo, a fórmula a seguir apresenta a área cinzenta:

Isso significa que, se o índice obtido for menor que 0,9, a companhia pratica suavização de resultados e, se o índice obtido for maior que 1,1, a companhia não praticou suavização de resultados.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada por meio de pesquisa documental, com abordagem quantitativa. A população desta pesquisa compreendeu às empresas não financeiras listadas na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) no período 2009 a 2017. A amostra é composta por dois grupos: empresas que reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos, e as que não reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos, como apresenta a tabela 1.

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Tabela 1: Composição da amostra

Composição da amostra Quantidade de

empresas

Observações

Empresas não financeira em todo período da pesquisa 290

(-) Remoção das empresas que não possui as variáveis Receitas e Lucro Líquido para todos os períodos observados

30

Amostra Final 260

Empresas com impairment 79 437

Empresas sem impairment 181 1.599

Fonte: Elaboração do autor.

Foram excluídas da amostra as empresas que não apresentaram as variáveis necessárias para o cálculo para o índice de suavização, ou seja, informações sobre as receitas e o lucro do líquido (trinta empresas). Após aplicar a métrica desenvolvida por Eckel (1981), também foram excluídas da análise as observações que apresentaram índices de suavização entre 0,90 e 1,10, chamada de área cinzenta, um total de 210 observações excluídas. Resultando em uma amostra final de 79 empresas que reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos, totalizando 437 observações. E uma amostra de 181 entidades, com 1.599 observações que não reconheceram a perda por teste de recuperabilidade de ativos.

Com base nos grupos da amostra é que foi aplicada a métrica de Eckel (1981) para cada empresa individualmente, com o propósito de responder a hipótese de pesquisa levantada: H1: Empresas que reconhecem perdas por teste de recuperabilidade de ativos apresentam maior nível de suavização de resultados do que as empresas que não reconhecem perdas por teste de recuperabilidade de ativos.

O modelo de Eckel (1981) tem sido validado por vários autores e várias pesquisas sobre alisamento apresentam aplicação de medida de alisamento, por meio do quociente dos coeficientes de variação, como Almeida et al. (2012), Castro e Martinez (2009) e (AMARO et al., 2015).

Quanto as variáveis necessárias para os cálculos, como as receitas e lucro

líquido, foram coletados do Software da Economática® e as informações sobre perda por

teste de recuperabilidade de ativos forma extraídas das notas explicativas nas demonstrações financeiras disponíveis no sítio da B3. Todas as variáveis foram indexadas a valor presente, utilizando o Indicador Econômico Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) [QUAL A RAZÃO? INDEXADA A VALOR

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PRESENTE?] . Para os grupos de empresas que reconheceram ou não a perda, foi atribuído uma variável dummy 1 (para as empresas que reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos, e uma variável dummy 0 (para as entidades que não reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos.

Os dados coletados foram tabulados e analisados na planilha eletrônica

Microsoft Excel®. Para a análise dos dados aplicou-se a estatística descritiva simples,

com o auxílio do Action Stat.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta seção apresenta-se a descrição e análise dos resultados em que foram examinados os índices de suavização de resultados para dois grupos distintos da amostra: 1) as entidades que reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos e 2) as que não reconheceram perdas em seus resultados.

A Tabela 2 apresenta, nos painéis A, B e C, a estatística descritiva da amostra: geral, das entidades que não reconhecem perdas por teste de recuperabilidade de ativos e das entidades que reconheceram perdas nos resultados. Em cada painel também é descrito as empresas que apresentaram ou não índice de suavização de resultados (com suavização e sem suavização). Totalizando 2.036 observações (437 empresas que reconheceram as perdas e 1.599 empresa que não reconheceram as perdas) a serem analisadas e estratificadas em empresas que suavizam e as que não suavizam os resultados.

Tabela 2: Análise descritiva das empresas que reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos.

Painel A: Amostra geral

Amostra Observações Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Total 2036 0,8759 19,3403 -99,9057 99,6111

Com suavização 1129 -8,4537 15,8060 -99,9057 0,8966

Sem suavização 907 12,4891 16,9007 1,2055 99,6111

Painel B: Amostra das empresas que não reconheceram impairment no seu resultado

Amostra Observações Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Total 1599 0,4664 18,8639 -99,9057 99,6111

Com suavização 894 -8,3315 16,2419 -99,9057 0,8966

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Painel C: Amostra das empresas que reconheceram impairment no seu resultado

Amostra Observações Média Desvio Padrão Mínimo Máximo

Total 437 2,3741 20,9461 -91,4501 88,5129

Com suavização 235 -8,9188 14,0465 -91,4501 0,8454

Sem suavização 202 15,5119 19,9858 1,2577 88,5129

Fonte: Elaboração do autor.

Após cálculo do índice de suavização foi possível classificar as firmas em suavizadoras (1.129 observações) e não suavizadoras (907 observações) de resultados. A estatística descritiva mostra uma prática de suavização bem maior entre as empresas observadas, independente destas reconhecerem ou não perdas por teste de recuperabilidade de ativos.

Nos painéis B e C, há uma predominância de empresas com práticas de suavização de resultados. É interessante destacar que o desvio padrão entre as empresas que não reconheceram perdas e que há evidências de suavização seus resultados é maior (16,2419) do que os das entidades que evidenciaram perdas no resultado do exercício (14,0465). É possível que o fator atribuído a esta questão seja o tamanho da amostra e o número de observações analisada para os dois grupos, sendo esta uma limitação desta pesquisa. Pode-se inferir diante dos dados, embora não generalizar, que há indícios de que maioria das empresas suavizam os seus resultados, independente de reconheceram ou não perdas por teste de recuperabilidade de ativos.

Para testar a hipótese traçada nesta pesquisa, utilizou-se o Teste de Média (tabela 3), para testar se existe diferença no nível de suavização de resultados para as empresas que reconhecem a perda por teste de recuperabilidade de resultados e as que não reconhecem. Nesta análise foi realizada nas empresas que apresentaram índice de suavização, ou seja, um índice inferior 0,90. Deste modo foram testadas as seguintes hipóteses:

Onde:

representa a média amostral do índice de suavização de resultado para as

empresas que reconheceram perda por impairment;

representa a média amostral do índice de suavização de resultado para as empresas que não reconheceram perda por impairment.

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Tabela 3: Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes

ENTIDADES REC

IMPAIRMENT

ENTIDAES NÃO REC IMPAIRMENT

Média -8,92 -8,33

Variância 197,30 263,80

Observações 235 894

Variância agrupada 249,99

Hipótese da diferença de média 0

gl 1127 Stat t -0,51 P(T<=t) uni-caudal 0,31 t crítico uni-caudal 1,65 P(T<=t) bi-caudal 0,61 t crítico bi-caudal 1,96

Fonte: Elaboração do autor.

Comparando a estatística t (stat t) e o t crítico não é possível rejeitar a hipótese nula. O que implica dizer que não há diferença significativa entre as médias das empresas que reconheceram ou não perda por impairment. Por este motivo não é possível afirmar que as empresas que reconhecem perdas suavizam resultados mais do que aquelas que não reconhecem. Estes resultados corroboram com alguns achados nas pesquisas empíricas internacionais que também não encontraram evidências do reconhecimento da perda como prática de suavização de resultado (BOONE; RAMAN, 2007; ZANG, 2008; ZHOU; HABIB, 2013).

Diferente dos estudos empíricos realizados por Abdul Majid (2015), Abughazaleh, Al-Hares, Roberts (2011), Amaro et al. (2015), Lhaopadchan (2010), Vogt et al. (2016) e Wrubel, Marassi e Klann (2015) que encontraram evidências de empresas que reconheceram perdas por impairment com o propósito de realizar suavização de resultados.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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recuperabilidade de ativos influencia na prática de suavização de resultados em empresas brasileiras. Empiricamente, utilizou-se o modelo de Ekcel (1981) para calcular o índice de suavização, foi possível testar a hipótese traçada na pesquisa se as Empresas que reconhecem perdas por teste de recuperabilidade de ativos apresentam maior nível de suavização de resultados do que as empresas que não reconhecem perdas por teste de recuperabilidade de ativos. A amostra foi estratificada em dois grupos: as empresas que reconheceram perdas por teste de recuperabilidade de ativos e as que não reconheceram a perda. Desta forma sendo possível, posteriormente, separar neste grupo as empresas que suavizam e as que não suavizam os resultados.

Os resultados não apontam indícios de que as empresas que reconhecem perdas por teste de recuperabilidade de ativos apresentem maior nível de suavização de resultados do que as entidades que não reconhecem as perdas. Um dos motivos pode ser atribuído a amostra reduzida na análise, sendo esta uma limitação da pesquisa. Um outro fator também pode ser que a suavização dos resultados é produto de vários fatores, e a métrica utilizada não nos permite visualizar de onde provêm o gerenciamento.

Para pesquisas futuras, sugere-se verificar a associação entre o gerenciamento de resultados e as perdas por impairment por meio de regressões, ampliando o recorte temporal com a intenção de coletar mais variáveis e melhorar a consistência da pesquisa.

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