Custo-Benefício em
Transplantes
Giácomo Balbinotto Neto (PPGE/UFRGS)
I Encontro Sobre Qualidade em Gestão de
Transplantes do HCPA
Porto Alegre, 22 de junho de 2007
Fatos Estilizados
O Brasil é o segundo em número absoluto de
transplantes renais no mundo, só perdendo para
os Estados Unidos.
Q
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é
2
Quando esse número de transplantes é
apresentado em relação a uma fração do PIB, o
Brasil é aquele com melhor desempenho no
mundo.
150 200 250
Gastos do MS com transplante
Milhões de R$0 50 100
Economia da Saúde
Fundamentos
A Economia é a ciência da escassez e da
escolha. A Economia analisa o modo pelo
qual os indivíduos estruturam e priorizam
4
seu consumo pessoal na tentativa de
maximizar o bem-estar dentro de um
contexto de recursos escassos.
Walley, Haycox and Bolland (2004, p.1)
A economia não busca
fundamentalmente poupar dinheiro, ela
busca isto sim usar os recursos
Economia da Saúde
Fundamentos
5
busca, isto sim, usar os recursos
(médicos, enfermeiros, equipamentos,
insumos, tempo) do modo mais
eficiente possível.
Economia da Saúde
Fundamentos
Economia da Saúde:
É o estudo de como indivíduos e sociedades
6
É o estudo de como indivíduos e sociedades
exercem a opção de escolha na alocação dos
escassos recursos destinados à área da saúde
entre as alternativas que competem pelo seu
uso, e como estes escassos recursos são
distribuídos entre os membros da sociedade.
Economia da Saúde
Fundamentos
Economia da Saúde é o campo de conhecimento voltado
para o desenvolvimento e uso de ferramentas de economia na análise, formulação e implementação das políticas de saúde. Envolve a análise e o desenvolvimento de metodologias relacionadas ao financiamento do
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de metodologias relacionadas ao financiamento do sistema, a mecanismos de alocação de recursos, à apuração de custos, à avaliação tecnológica, etc. Busca o aumento da eficiência no uso dos recursos públicos e a eqüidade na distribuição dos benefícios de saúde por ele propiciados.
[cf. MS, Brasil]
Análise Econômica em Saúde
“ Quando duas ou mais estratégias
são comparadas considerando se
8
são comparadas considerando-se
suas conseqüências e custos”.
Exemplo simplificado e modelo de análise de decisão para comparar 2 estratégias terapêuticas.
MORTO
Estratégica Terapêutica 1
(0,25)
VIVO SEM MORBIDADE
0 1 (0,50)
ÁRVORES DE DECISÃO
Decisão Estratégica Terapêutica 2 MORTO VIVO SEM MORBIDADE VIVO COM MORBIDADEVIVO COM MORBIDADE
1 0 1 0,5 0,7 (0,25) (0,25) (0,50) (0,25)
VALOR ESPERADO DA ESTRATÉGIA 1 = 0,625 É
ÁRVORES DE DECISÃO
10
VALOR ESPERADO DA ESTRATÉGIA 2 = 0,55 A estratégia com maior valor esperado será a mais desejável.
Economia da Saúde
A Economia da Saúde a aplicação dos métodos de análise econômica aos cuidados médicos e é usada para ajudar os tomadores de decisão nas escolhas que fazem Ela analisa a oferta e demanda por cuidados
11
fazem. Ela analisa a oferta e demanda por cuidados médicos, bem como provê uma estrutura para que possamos compreender as decisões e conseqüências que são tomadas nesta área.
Walley, Haycox and Bolland (2004, p.3)
Avaliação Econômica
Avaliação de Tecnologias
S úd
12em Saúde
Farmacoeconomia
Economia
Economia da
Saúde
E t tí iti
13 Avaliação Econômica Analise de Custos EfetividadeEstatísitica
ÉticaPor que avaliar?
A justificativa fundamental da avaliação
econômica é que os recursos são limitados em
relação aos seus benefícios potenciais.
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Assim, se se deseja maximizar o bem-estar
social, é necessário ter-se em conta todos os
efeitos que daquelas decisões que afetam direta
ou indiretamente a alocação de recursos.
Questões
Eficácia
Ele pode funcionar sob
circunstâncias ideais?
Efetividade
Ele funciona na prática?
Eficiência
Os benefícios compensam
Necessidade da Economia da Saúde
Pessoas necessitam tomar decisões no
cuidado da saúde e querem saber o valor
d
d
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16
dessas decisões.
Decisões Ruins são Custosas
Avaliações Econômicas em Saúde
Avaliação econômica é:
uma análise comparativa dos alternativos cursos
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de ação tanto em termos de custos como de consequências.
Drummond (1997)
CUSTOS DIRETOS São os recursos consumidos diretamente no tratamento ou na intervenção. Podem ser médicos ou não médicos
CUSTOS INDIRETOS Custos indiretos estão relacionados as perdas para
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CATEGORIAS DE CUSTOS
Custos em Farmacoeconomia
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ser médicos ou não-médicos. a sociedade resultantes da doença ou seu tratamento
(impacto na produção) ex. perda de produtividade
CUSTOS MÉDICOS hospitalizações,medica mentos, exames, próteses, honorários etc CUSTOS Ñ-MÉDICOS
Como Descrever os
Custos em Saúde
Custo / tratamento
Custo / pessoa
Custo / pessoa / ano
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Custo / caso prevenido
Custo / vida salva
Cost / DALY (disability-adjusted life year)
Análise Econômica em Saúde
CUSTO POR QALY GANHO PARA ALGUMAS INTERVENÇÕES EM SAÚDE
( £, 1989-90)
INTERVENÇÃO CUSTO/QALY
Colesterol e tratamento com dieta 220
20
Implante de marcapasso 1.100 Cirurgia de prótese articulação coxofemural 1.130 Troca valvar em estenose aórtica 1.140
Transplante Renal 4.710
Screening para câncer de mama 5.780 Hemodiálise em Hospital 21.970
Tratamento com eritropoetina para pacientes em diálise e com anemia 126.290
Previsão de gastos com procedimentos
de transplantes (2003) - Brasil
Valor (R$), 2003 Detecção de potencial doador 2.409.824,00
Avaliação Imunológica 10.344.200,00
Remoção de orgãos e tecidos 4.328.136,00 Cirurgias de trasnplantes 111.810.653,00 Acompanhamento pós transplante 28.689.211,00 Imunossupressão 163.587.553,00 Total 321.169.577,00
Métodos Farmacoeconômicos
Métodos Farmacoeconômicos
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Economia
Economia
HumanisticoHumanistico Consequência dos custosConsequência dos custos Custo benefício Custo benefício Custo efetividade Custo efetividade Custo Minimização Custo Minimização Custo utilidade Custo utilidade Qualidade de vida Qualidade de vida Preferência dos Preferência dos pacientes. pacientes.
Satisfação dos pacientes. Satisfação dos pacientes.
Tipo de Avaliação: Custo - Benefício
Medida de Custos: Unidades Monetárias Medida de Efeitos: Unidades Monetárias
Análises: (C B ) (C B )
DESCRIÇÃO
Análise Custo-Benefício (ACB)
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Análises: (CA- BA) - (CB- BB)
Vantagem: Permite comparar diferentes tipos de
alternativas farmacológicas.
Limitação: Dificuldade de converter resultados de saúde em unidades monetárias
Objetiva identificar e avaliar sistematicamente
todos os custos e benefícios associados a
diferentes alternativas, e, assim, determinar qual
a alternativa que maximiza a diferença entre
b
fí i
t
i
ã
Análise Custo-Benefício (ACB)
24
benefícios e custos, os quais são expressos em
termos monetários.
Análise de custo utilidade:
25
Avalia os custos e consequências de
diferentes intervenções em termos da
qualidadade de vida do paciente e do tempo
de sobrevivência.
Tipo de Avaliação:
Custo Utilidade
Medida de Custos: Unidades Monetárias
Medida de Efeitos: QALY
Análises: (C
A/ QALY
A) - (C
B/QALY
B)
Análise Custo-Utilidade (ACU)
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Vantagem: Permite a integração dos efeitos de
um único valor de utilidade.
Limitação:
Problemas
de
validade
nos
instrumentos de medida de utilidade.
Quality Adjusted Life Year (QALY): é uma unidade que captura a noção de que um ano a mais de sobrevivência em perfeita saúde.
P l d QALY it d t lid d
Análise Custo-Utilidade (ACU)
Pelo uso da QALY, os conceitos de mortalidade e morbidade são combinados numa única unidade. Este método de medição é útil quando as avalições das intervenções implicam na extensão da vida e na melhoria de sua qualidade.
A construção de um modelo
markoviano aplicado a saúde
doente saudável morte 0 1 28 saudável saudável 2 3 morte Adoece novamente morte Adoece novamenteQALY
(Quality-adjusted life-year)
O conceito de QALY baseia-se na crença de que o objetivo de qualquer intervenção com relação aos cuidados de saúde pode ser dicotomizada entre dois fatores: (i) aumento nos anos de vida e (ii) melhoria na
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fatores: (i) aumento nos anos de vida e (ii) melhoria na capacidade de desfrutar a vida (= boa saúde). Aplicando-se ponderadores de qualidade a cada ano adicional de vida experimentado após o tratamento, o QALY busca incorporar ambos os elementos acima numa única medida.
QALY
(Quality-adjusted life-year)
QALY: Utilidade x Tempo de Vida
Exemplo: Pessoas com insuficiência renal
30
Exemplo: Pessoas com insuficiência renal
têm menor qualidade de vida, portanto,
para estas pessoas, 10 anos de sobrevida
poderiam ser equivalentes a 5 QALYs;
1.0 Sem Com programa Quality-Adjusted Life Years-Gained A 31
Quantidade de anos de vida 0.0
Morte sem programa Death
programa
B
A – corresponde a quantidade de QALYs ganhos devido a ganhos em qualidade (ganhos que o indivíduo ganha durante o temo que teria de vida. B – ganhos devido a extensão de sua vida (anos adicionais)
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Características econômicas
dos órgãos transplantáveis.
1- A demanda e a oferta são estocásticas: ou seja não há um processode produção dos insumos devido a uma variação na demanda ou oferta.
2- Não podem ser armazenados por muito tempo (com exceção de ossos e medula) e somente podem ser utilizados uma vez. 3- Têm poucos ou nenhum uso alternativo. Se não utilizado ele está
perdido.
4- Têm poucos substitutos (com exceção de rins: hemodiálise). 5- Baixo custo de oportunidade.
6. Elevada “capacidade ociosa” (grande desperdício). 7- existência de um problema de agente-principal (assimetria de
Um Problema de Agência
(problema agente-principal)
Embora 60% da população concorde com
a doação de órgãos, os profissionais de
saúde de terapia intensiva e setores de
emergência notificam apenas um em cada
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emergência notificam apenas um em cada
oito potenciais doadores.
O conflito principal-agente
e sua resolução
PRINCIPAL (pacientes) AGENTE (hospital doador) DESEMPENHO 35 doador) MECANISMOS DE GOVERNANÇA, INCENTIVOS CAPTAÇÃO DE ORGÃOSO modelo básico de agente-principal – os pressupostos da análise o problema do principal aplicado ao modelo de transplantes
n
Max
Σ
pi(e) B [xi– w(xi)][e, {w(xi)}i=1,..., n] i=1
n Restrição de participação Função objetivo
36
s.a
Σ
pi(e) U [w(xi)] – v(e) ≥ Uri=1
n
e* ∈ arg Max {
Σ
pi(ê) u [w(xi)] – v(ê)}i=1
37