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ASPECTOS INTANGÍVEIS DO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL: UMA BUSCA ATRAVÉS DE DIFERENTES NARRATIVAS

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ASPECTOS INTANGÍVEIS DO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL: UMA BUSCA ATRAVÉS DE DIFERENTES NARRATIVAS

INTANGIBLE ASPECTS OF INDUSTRIAL HERITAGE: A SERCH THROUGH DIFFERENT NARRATIVES

Recebido em: 10/08/2020 Aceito em: 10/09/2020 Daniela Vieira Goularte1 Resumo: Este artigo relata uma análise que combinou quatro instrumentos de coleta de dados para conhecer diferentes narrativas relacionadas a aspectos intangíveis do patrimônio industrial da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O patrimônio edificado dessa universidade é composto por diversos exemplares representativos dos diferentes contextos sócio-econômicos vivenciados pela cidade, dentre os quais, os vestígios do patrimônio industrial de Pelotas são os anexados mais recentemente. A UFPel possui recursos materiais e imateriais para potencializar o valor desse patrimônio cultural, através de ações cada vez mais acessíveis para a participação da comunidade. Este ensaio faz parte de uma pesquisa que tem como objetivos conhecer aspectos intangíveis, contidos nas memórias, nas percepções, nos valores atribuídos e nos elos afetivos existentes entre ex trabalhadores e seus antigos lugares de trabalho. Suas narrativas podem ser assimiladas como “um grande conselho” neste processo de construção do conhecimento, contribuindo para o preenchimento de lacunas existentes tanto no sentimento de apropriação da população em relação a esse patrimônio, quanto nas práticas de salvaguarda em relação a ele.

Palavras-chave: Universidade Federal de Pelotas; Patrimônio Industrial; Narratividade.

Abstract: This article reports an experiment that combined four data collection instruments to discover different

narratives related to intangible aspects of the industrial heritage of the Universidade Federal de Pelotas (UFPel). The built heritage of this university is composed of several examples representing the different socio-economic contexts experienced by the city, among which, the vestiges of the industrial heritage of Pelotas are the most recently attached. UFPel has material and immaterial resources to enhance the value of this cultural heritage, through actions that are increasingly accessible to community participation. This experiment is part of a research that aims to know intangible aspects, contained in memories, perceptions, assigned values and affective links between former workers and their former workplaces. Their narratives can be assimilated as “a great advice” in this knowledge construction process, contributing to fill existing gaps both in the population's feeling of appropriation in relation to this heritage, and in the safeguarding practices in relation to it.

Keyword: Museum; Universidade Federal de Pelotas; Industrial Heritage; Narrativity.

INTRODUÇÃO

A análise apresentada neste artigo faz parte de uma pesquisa cujo tema é a reutilização do patrimônio industrial. Ela investiga o caso da reutilização de prédios industriais obsoletos,

1Arquiteta e Urbanista formada pela FAURB/UFPel, Especialista em Artes Visuais pelo CEARTE/UFPel,

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38 localizados na antiga zona industrial da cidade de Pelotas, pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A área delimitada pela pesquisa possui uma paisagem marcada pelo acúmulo de elementos de diferentes conjunturas sócio-econômicas, as quais foram definidas para a finalidade do trabalho em três períodos: o Período Industrial, o Período do Abandono e o Período Universitário. Para Santos (2006) essas marcas do tempo impressas na paisagem são chamadas de rugosidade, e representam aquilo que fica do passado como forma, espaço construído, paisagem, o que resta do processo de supressão, acumulação, superposição, com que as coisas se substituem e acumulam em todos os lugares.

O problema identificado pela pesquisa se baseia nos seguintes fatos: (1) no processo de transformação da área intervêm diferentes instituições da esfera privada e pública e diferentes instâncias da administração pública, restando pouco ou quase nenhum espaço para a participação da população; (2) percebe-se que os instrumentos de gestão urbana e de preservação patrimonial não estão sendo suficientes para garantir a preservação adequada do patrimônio industrial preexistente na área, permitindo intervenções que causam prejuízo aos valores e a autenticidade desses bens, considerando aquilo que foram. Esses problemas contrariam as recomendações feitas pelas cartas patrimoniais dedicadas à salvaguarda deste tipo específico de patrimônio.

De acordo com a Carta Patrimonial de Sevilha2, a reutilização dos bens que constituem

o Patrimônio Industrial em benefício da sociedade é um exemplo de sustentabilidade ambiental, econômica, social e cultural. Essa carta aborda a necessidade do patrimônio industrial ser pensado atualmente a partir de um enfoque renovado, capaz de se tornar um cenário de ação transdisciplinar para atender a todas as variáveis complexas que afetam os locais de trabalho. A referida carta considera o aumento de consciência social sobre o conceito de que patrimônio cultural não tem dono, que é de todos, para indicar a necessidade de pensar modelos participativos mais inclusivos para os cidadãos.

A hipótese da pesquisa é a de que existem aspectos intangíveis, formados por memórias, valores formais e simbólicos, percepções e relações afetivas, desenvolvidos entre a população de ex trabalhadores das fábricas e seus antigos lugares de trabalho, que estão sendo desconsiderados durante as intervenções realizadas para a reutilização desses espaços. A importância de conhecer e trazer à tona esses aspectos intangíveis contribui para o processo

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39 de apropriação por parte desses antigos trabalhadores em relação a esse patrimônio e ao lugar onde ele está inserido.

Os objetivos da pesquisa constituem em conhecer as memórias relacionadas ao mundo do trabalho e às relações afetivas desenvolvidas entre pessoas e lugares; conhecer as percepções relacionadas às mudanças ocorridas na paisagem dos bairros e nos antigos lugares de trabalho; identificar valores formais, simbólicos e de uso intangível, contidos nessas lembranças e sentimentos. Para alcançar tais objetivos construiu-se uma proposta metodológica combinando quatro instrumentos de coleta de dados, a fim de conhecer diferentes narrativas relacionadas a esses aspectos intangíveis do patrimônio industrial reutilizado pela universidade.

Este artigo mostra a importância da narratividade como um patrimônio cultural a ser conservado, e também a possibilidade de combinar diferentes formas de narrativas, permitindo a criação de interessantes estratégias como recurso metodológico. O artigo apresentará o teste-piloto aplicado a um antigo funcionário da fábrica Cotada S.A. e os resultados que se mostraram satisfatórios para confirmar a hipótese da pesquisa.

Pretende-se aplicar o método a outros participantes, e se espera que os resultados obtidos possam constituir informações relevantes, capazes de contribuir para o preenchimento de diversas lacunas existentes nas práticas de preservação, para a construção de uma infra-estrutura universitária melhor integrada ao patrimônio industrial preexistente dos bairros, e também para a transformação destes espaços em um lugar significativo para a comunidade universitária, para os antigos trabalhadores, e para a população em geral.

A NARRATIVIDADE

Produzir uma narrativa significa contar uma história, explicar um acontecimento, transmitir uma experiência ou ensinamento, através da capacidade elementar de comunicação humana. Conforme Barthes (1993) a narrativa começa com a própria história da humanidade, e desde então nunca existiu lugar, tempo ou povo sem narrativa. Ela é inerente à vida, é internacional, trans-histórica, transcultural. (JOVCHELOVITCH, BAUER, 2008)

Para os gregos, Mnemosyne, a deusa da reminiscência, era a musa da poesia épica, e responsável por tecer a rede na qual todas as histórias estavam constituídas entre si. É ela quem funda a cadeia da tradição, que transmite conhecimentos, de geração em geração, através da faculdade da memória e da narrativa. (BENJAMIN, 1987) Ricoeur (1998) define

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40 memória a partir de um texto de Aristóteles, intitulado Da memória e da reminiscência, onde eikôn (imagem) é relacionado a “tornar presente a ausência” ou “tornar presente o ausente”, mas não o ausente tido como irreal ou imaginário, e sim o “ausente-que-foi”, o precedente. O autor relaciona esse conceito de memória à narratividade ao afirmar que:

A passagem da memória à narrativa impõe-se assim: lembrar-se, de forma privada assim como de forma pública, é declarar que “eu estava lá”. O testemunho diz: “Eu estava lá”. E esse caráter declarativo da memória vai se inscrever nos testemunhos, nas atestações, mas também numa narrativa pela qual eu digo aos outros o que eu vivi. (RICOEUR, 1998, p. 44).

As narrativas floresceram no meio artesão - no campo, no mar e na cidade - de maneira tão intrínseca ao trabalho manual que Leskov considerava: “não é para mim uma arte, mas um trabalho manual.” (BENJAMIN, 1987, p. 205-206) Enquanto se fiava ou se tecia, histórias eram contadas, assimiladas e recontadas, eram incorporados novos elementos, novos conhecimentos, tornando a narrativa parte do processo produtivo e também uma “forma artesanal de comunicação”. “Assim se teceu a rede em que está guardado o dom narrativo.” (BENJAMIN, 1987, p. 205)

Para Benjamin (1987) a narrativa desempenha uma função elementar como patrimônio da humanidade. Considerando sua dimensão utilitária, seja pelo ensinamento moral, por uma sugestão prática, um provérbio, ou uma norma de vida, a finalidade da narrativa pode ser compreendida como “um grande conselho”. Esse compartilhamento de experiências através da sabedoria dos bons narradores vem ensinando a humanidade a realizar feitos e enfrentar dificuldades, enfim, sobreviver. A arte da narrativa está em saber transmitir o conhecimento. Pratz (1998, p.73) considera que “o conhecimento” é o verdadeiro patrimônio cultural que a humanidade pode conservar e transmitir

(...) tanto o conhecimento das realizações científicas e artísticas mais singulares, como o conhecimento dos sistemas e dispositivos culturais que tem permitido ao homem, em situações ecológicas muito diversas e em situações sócio-históricas muito variantes, se adaptar à vida no planeta e conviver com seus semelhantes.

Embora o ato de contar uma história seja uma atividade relativamente simples, ela requer uma relação entre os elementos que compõe essa história, de forma coerente e inteligível. Para Ricoeur (1998) a narratividade se constitui em uma tríplice estrutura, formada pela intriga”, pela inteligibilidade, e pela intertextualidade. A

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“colocação-em-41 intriga” é a construção de uma trama, ou uma trança – intreccio, em italiano – que reúne todos os eventos, as ações, as causas e os acasos que compõem uma história. Assim, a “narrativa vai transformar uma situação inicial em uma situação final através de episódios.” (RICOEUR, 1998, p.48) A inteligibilidade de uma narrativa é tentativa de esclarecer o inextricável, sem desfazer a trança. Nesta estrutura o modo narrativo é fundamental para garantir o esclarecimento da história. A intertextualidade é possibilidade de comparação e diferenciação entre diferentes modos narrativos.

O autor considera também que existe uma correlação entre o ato de narrar uma história e a experiência temporal humana. Para ele, o tempo humaniza-se quando é organizado na forma de uma narrativa, ao mesmo tempo em que a narrativa produz sentido conforme ela retrata aspectos da experiência temporal.

As narrativas se apresentam de forma bem variada. Elas estão presentes “no mito, lenda, fábula, conto, novela, epopéia, história, tragédia, comédia, mímica, pintura [...], vitrais de janelas, cinema, histórias em quadrinhos, notícias, conversação. [...]” (BARTHES, apud JOVCHELOVITCH, BAUER, 2008) As imagens estão contidas nesse amplo leque de opções que funcionam como suportes de narrativas. “As imagens, assim como as histórias, nos informam. Aristóteles sugeriu que todo processo de pensamento requeria imagens.” (MANGUEL, 2001, p. 21) Manguel (2001) afirma que qualquer imagem oferece ou comporta uma leitura, por mais limitada que possa ser, desde as sombras na parede da caverna de Platão, incluindo as cartas do tarô por meio das quais o viajante Calvino lia narrativas universais em O castelo dos destinos cruzados, até as folhas de chá no fundo de uma xícara na qual os sábios chineses acreditam poder ler nossas vidas.

De acordo com Benjamin (1987), a tradição oral da narrativa entrou em declínio com o surgimento do romance no início do período moderno, e com as novas formas de comunicação. O romance, que existe desde a antiguidade, encontrou junto à burguesia, ao capitalismo e à imprensa, um contexto favorável para sua propagação. O romance difere da narrativa tanto pelo suporte como pelo conteúdo. Ele está vinculado ao livro, ao indivíduo isolado. Ele não dá nem recebe conselhos, e trata de questões existências da vida humanas ao limite, isolado, segregando-se. Diante da adesão da burguesia ao romance, a narratividade tornou-se arcaica, “E assim essa rede se desfaz hoje por todos os lados, depois de ter sido tecida, há milênios, em torno das mais antigas formas de trabalho manual.” (BENJAMIN, 1987, p.205)

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42 O recente uso da história oral como recurso metodológico na historiografia brasileira, busca conhecer, através da narrativa de pessoas comuns, a história a partir de outras perspectivas, que não a das fontes autorizadas ou dos documentos oficiais, dando espaço para que elas possam transmitir seus conhecimentos e contribuir para o complemento da história.

Desde que iniciou sua inserção na antiga zona industrial da cidade, a Universidade Federal de Pelotas vem desenvolvendo projetos institucionais3 e pesquisas acadêmicas com a temática do patrimônio industrial, utilizando a narratividade como um importante instrumento de integração entre instituição e comunidade, e também para a construção de novos conhecimentos que venham a fortalecer essa relação.

O PATRIMÔNIO INDUSTRIAL DA UFPel, SEUS VALORES E POTENCIALIDADES

A cidade de Pelotas possui um patrimônio cultural edificado bastante diversificado, caracterizado por um conjunto de bens imóveis construídos em diferentes contextos socioeconômicos vivenciados pelo município. Muitos desses edifícios estão listados no Inventário do Patrimônio Cultural de Pelotas4, que é o documento oficial de sua salvaguarda,

e no qual estão definidos os níveis de preservação aos quais esses bens estão submetidos. Uma parcela desse patrimônio cultural edificado da cidade está sob a responsabilidade da UFPel.

As origens da cidade estão diretamente ligadas à monocultura do charque às margens do Arroio Pelotas, desenvolvidas através da exploração da mão-de-obra escrava. Essa produção gerou muita riqueza para a região e propiciou a construção do espaço urbano e de diversos edifícios para o desenvolvimento de atividades sociais e culturais da ascendente burguesia da época. A abolição da escravatura e o movimento de imigração foram os principais agentes que encerraram o ciclo do charque e iniciaram o ciclo industrial na cidade.

Foram os imigrantes, principalmente alemães, identificados como “burguês imigrante” que “trouxe consigo, da sua terra de origem, capital e experiência profissional na gestão de alguma empresa” (PESAVENTO, 1985, p.32) que instalaram as primeiras indústrias em Pelotas. Algumas das mais expressivas fundadas por alemães na segunda metade do século XIX foram: F.C.Lang S.A., fundada em 1864, por Frederico Carlos Lang; Cervejaria Ritter,

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43 fundada em 1870, por Carlos Ritter; Cervejaria Sul Rio-Grandense, fundada em 1889, por Leopoldo Haertel (FERREIRA, 2011).

A área localizada em torno do Porto e da Estação Férrea acabou se desenvolvendo espontaneamente como a zona industrial da cidade, devido às proximidades com essas duas infra-estruturas de transporte, necessárias para o escoamento da produção (BRITO, 2011). A área acabou absorvendo boa parte da população proveniente de cidades do entorno e da zona rural que vinha trabalhar nas fábricas, se desenvolvendo também como uma zona residencial de operários (ESSINGER, 2008).

Subseqüentes eventos vivenciados a partir da segunda metade do século XX, incluindo crises econômicas globais e locais, o início da globalização e da revolução técnico-científico-informacional, desencadearam mudanças significativas nos modos da produção industrial, influenciando diretamente no uso dos espaços das fábricas. Muitos maquinários e espaços tornam-se obsoletos, fábricas decretaram falência e foram abandonadas, e a área de maneira geral desenvolveu um processo de degradação (BRITO, 2011).

Diante da crise, a cidade tentou encontrar novas formas de solucionar as problemáticas espaciais e econômicas, atribuindo novos usos a esses antigos lugares de trabalho e de memória. A aquisição e reutilização desses espaços pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), para o desenvolvimento de atividades administrativas e acadêmicas, entre fins dos anos 90 e primeira década do século XXI, representam uma ação de planejamento urbano sustentável, e proporcionam a revalorização desses imóveis como bens de uso tangível. A inclusão desses imóveis no Inventário do Patrimônio Cultural de Pelotas, nos primeiros anos do século XXI, representa uma ação de atribuição de valor de uso intangível, e ocorre contemporaneamente ao reconhecimento do patrimônio industrial em nível mundial.

A primeira carta patrimonial para o patrimônio industrial, Carta de Nizhny Tagil5 foi assinada em 2003, com o propósito de oficializar o reconhecido mundial dos vestígios da industrialização. A referida carta atribui valores ao patrimônio industrial da seguinte maneira:

2.i. O patrimônio industrial reveste um valor social como parte do registro de vida de homens e mulheres comuns e, como tal, confere-lhes um importante sentido identitário. Na história da indústria, da engenharia, da construção, o patrimônio industrial apresenta um valor científico e tecnológico, para além de poder também apresentar um valor estético, pela qualidade de sua arquitetura, do seu design ou da sua concepção.

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2.ii. Esses valores são intrínsecos aos próprios sítios industriais, às suas estruturas, aos seus elementos constitutivos, à sua maquinaria, à sua paisagem industrial, à sua documentação e também aos registros intangíveis contidos na memória dos

homens e das suas tradições. [grifo a autora] (TICCIH, 2003).

Posteriormente, diante das necessidades de atualizar e ampliar as abordagens sobre o legado histórico do patrimônio industrial foi aprovado o texto da Carta de Sevilha, em 2019. A carta recomenda que a memória coletiva seja tratada como um eixo temático específico: “A memória coletiva da classe trabalhadora deve ser considerada como um elemento de referencia para entender os espaços de trabalho e as relações que se estabelecem entre a cultura material, a imaterial e o território.” (TICCIH, 2019)

Sobre os valores atribuídos ao patrimônio cultural em geral, Hernandez e Tresserras (2007), consideram que eles podem ser agrupados em quatro grandes grupos, ou em três grandes categorias, equivalentes entre si. Os quatro grupos consistem nos valores associativos, estéticos, econômicos e informativo-científicos, enquanto que as três categorias consistem nos valores de uso (função), forma e símbolo.

O valor de uso equivale aos valores econômicos e informativo-científicos, e servem para satisfazer a necessidades concretas, seja individual ou coletiva. Neste caso o uso pode ser considerado tangível (econômico), quando as qualidades materiais do bem proporcionam um uso prático e concreto, ou intangível (informativo-científico), quando o bem fornece informações sobre o passado, proporcionando conhecimento sobre o progresso da humanidade. O valor formal equivale ao valor estético, e é atribuído pela emoção e prazer que o bem proporciona aos sentidos, pela sua capacidade de comunicação através da forma e dos materiais, e também pela genialidade na transmissão de uma idéia. O valor simbólico equivale ao valor associativo, e é atribuído pelo poder de evocar, representar, de fazer presente um personagem, uma cultura ou um acontecimento do passado (HERNÁNDEZ, TRESSERRAS, 2007).

A Universidade Federal de Pelotas possui recursos materiais e imateriais para potencializar o valor desse patrimônio em diversas frentes de atuação. Uma dessas frentes é a legitimação do patrimônio industrial junto ao meio societário-civil, através da ampliação e intensificação da sua relação com a comunidade, possibilitando o desenvolvimento do sentimento de apropriação da população em relação a esse legado, que é de todos.

De acordo com Pratz (1998), a legitimação do patrimônio faz parte do processo de patrimonialização (ativação patrimonial). Primeiramente, o processo parte de um discurso

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45 prévio inventado – com elementos, composição (contextualização) e significados definidos – e posteriormente se legitima através da construção social, ou seja, da assimilação do discurso pela população. Para o autor, as representações patrimoniais, as idéias e valores associados não podem estar fora do pensamento social sob pena de perder sua efetividade, de enfraquecer a identidade, a quantidade e qualidade de adesões. (PRATZ, 1998)

No caso da universidade, esse patrimônio industrial foi ativado pelos meios político-administrativo e cientifico-educacional, portanto, entende-se que sua legitimação junto ao meio societário-civil se constitui em “um dever”. Um dever de retornar para a população lugares para expressar suas relações de memória e sociabilidade e também de “proporcionar um equilíbrio psicológico às comunidades confrontadas com a perda súbita de uma fonte de trabalho de muitos anos” (TICCHI, 2013, p. 11).

UMA PROPOSTA PARA CONHECER DIFERENTES NARRATIVAS

A pesquisa em desenvolvimento foi criada com o intuito de conhecer outras perspectivas a cerca do patrimônio industrial, além daquelas contidas na bibliografia existente e na legislação municipal. O método de investigação a cerca do objeto é fenomenológico, pois pretende descobrir dados originais sobre a relação entre a população e o lugar, baseados nas suas memórias, valores atribuídos, percepções e elos afetivos desenvolvidos.

Os objetivos específicos são: conhecer as memórias relacionadas ao mundo do trabalho e às relações afetivas desenvolvidas entre pessoas e lugares; conhecer as percepções relacionadas às mudanças ocorridas na paisagem dos bairros e nos antigos lugares de trabalho; identificar valores formais, simbólicos e de uso intangível, contidos nessas lembranças e sentimentos.

Para alcançar tais objetivos propôs-se a utilização de diferentes instrumentos de coleta de dados, considerados já consagrados nos estudos sobre as relações pessoa-ambiente (RHEINGANTZ, 2009), combinando-os de forma que o participante transite gradativamente entre as memórias do passado, as percepções do presente, e as expectativas em relação ao futuro.

A primeira atividade proposta é o mapa mental. Este método se baseia nos estudos desenvolvidos por Kevin Lynch na década de 1960, para conhecer as qualidades visuais e físicas das cidades, as quais ele identifica como Legibilidade e Imaginabilidade. O autor define Legibilidade como “a facilidade com que suas partes podem ser reconhecidas e

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46 organizadas num modelo coerente.” (LYNCH, 1997, p. 3) e Imaginabilidade como “a característica, num objeto físico, que lhe confere uma alta probabilidade de evocar uma imagem forte em qualquer observador dado.” (LYNCH, 1997, p. 11) Este instrumento auxiliará na identificação de valores formais, simbólicos e de uso intangível, contidos nessas lembranças e sentimentos.

É solicitado ao participante que desenhe um “mapa”, mostrando os elementos existentes no percurso que fazia para ir de sua casa até a fábrica onde trabalhava. As qualidades visuais e físicas podem ser identificadas na imagem gráfica produzida pelo participante, baseado nas imagens mentais que ele resgata de sua memória. A psicóloga Ecléa Bossi, em sua obra Memória e Sociedade lembranças de velhos, ela se baseia nas idéias de Bartlett para afirmar que “fica o que significa” referindo-se à forma de assimilação de elementos simbólicos pelos velhos. Portanto, os elementos que forem descritos no mapa, ou seja, aqueles que ficaram na memória, serão os que de fato significam para ele.

A segunda atividade proposta é a entrevista semi-estruturada. A escolha por esta estrutura ocorreu na fase de preparação, durante a exploração do campo. (JOVCHELOVITCH, BAUER, 2008) Na ocasião, foi explicada a finalidade da pesquisa ao primeiro participante, o qual manifestou não saber exatamente sobre o que falar, indicando a necessidade de algum direcionamento. A entrevista foi estruturada com o objetivo de ativar lembranças de um passado mais longínquo, trazendo gradativamente o entrevistado ao momento presente, questionando-o sobre seu conhecimento em relação a atual situação do local e suas expectativas em conhecê-lo. Este instrumento auxiliará no conhecimento sobre as memórias relacionadas ao mundo do trabalho e às relações afetivas desenvolvidas entre pessoas e lugares.

A terceira atividade proposta é o walkthrough, e equivale a um passeio-entrevista, ou percurso dialogado (RHEINGANTZ, 2009). Este instrumento permite conhecer a percepção, que se caracteriza por uma experiência vivida no tempo presente, possibilitando ao indivíduo conhecer o mundo a partir dos estímulos recebidos e transmitidos através do seu sistema nervoso. Para Bérgson (1999) há uma diferença quase inseparável entre percepção e memória quando nos diz que “não há percepção que não esteja impregnada de lembranças. Aos dados imediatos e presentes de nossos sentidos misturamos milhares de detalhes de nossa experiência passada.” (BERGSON, 1999, p. 30) Este instrumento auxiliará na identificação

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47 das percepções relacionadas às mudanças ocorridas na paisagem dos bairros e nos antigos lugares de trabalho.

Essa atividade consiste em um passeio, junto com o participante, pelo prédio que abrigou o seu antigo lugar de trabalho, e também pelas ruas entorno, buscando percorrer os lugares desenhados no mapa mental. Durante o passeio são realizadas perguntas diversificadas, com a finalidade de complementar as informações fornecidas na entrevista, entre outras. O objetivo dessa atividade é propor um confronto daquilo que o sujeito tem na sua memória com àquilo que está sendo percebido diante dos seus sentidos, in loco. As observações feitas pelo entrevistado são gravadas, e outras anotações serão registradas junto às plantas do prédio, que compõe o material anexo.

A quarta atividade é o poema dos desejos (Wish Poem). Este instrumento foi originalmente proposto por Henry Sanoff com o propósito de obter manifestações livres e espontâneas sobre as demandas e expectativas dos sujeitos em relação a um determinado lugar. (RHEINGANTZ, 2009). Para esta pesquisa foi feita uma adaptação, sendo elaborado um pequeno questionário com perguntas simples, que deve ser preenchido pelo sujeito após fazer uma reflexão sobre o confronto entre as lembranças do passado e a tomada de consciência do presente. As perguntas remetem aos sentimentos, do que gostou, do que não gostou, do que gostaria que tivesse sido preservado, e dos desejos e expectativas em relação ao lugar no futuro. O objetivo é conhecer os sentimentos em relação às mudanças percebidas, e se há interesse ou preocupação o futuro do local. Nesta atividade reflexiva o participante transita pelos três tempos, presente, passado e futuro, recorrendo à memória para elaborar seus pensamentos sobre o momento atual.

Embora cada instrumento seja aplicado visando obter informações específicas, a combinação desses instrumentos e as informações obtidas são permeáveis e complementares, gerando um resultado, ou uma “trança”, interessante de ser analisada.

ALGUNS ASPECTOS INTANGÍVEIS RELACIONADOS AO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL

Foi realizado um teste-piloto para verificar a eficiência da seqüência em que os instrumentos de coleta de dados foram propostos. O teste foi realizado com um ex trabalhador da Antiga Cotada S.A.6, ativo no período de 1977 até 1992, como motorista e vendedor.

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48 A primeira atividade, elaboração do mapa mental, foi desenvolvida no dia 03 de dezembro de 2019, na sua residência. Inicialmente ele relatou sua dificuldade para desenhar, mas foi incentivado pela pesquisadora a tentar. Ele produziu dois mapas (Imagem 2), o primeiro (à esquerda) indicando o percurso que fazia de casa até trabalho, no qual “pegava” dois ônibus. O segundo mapa (à direita) mostra o entorno da fábrica, com destaque para os elementos mais significativos que compunham a paisagem.

Durante a elaboração dos mapas, houve uma narrativa sobre o percurso realizado que não chegou a ser gravada. Na leitura das imagens é possível identificar vias, marcos e limites, que são importantes elementos de estruturação do espaço (LYNCH, 1997). O participante destacou a via mais significativa de cada bairro, já que no seu percurso ele transitava por três bairros diferentes.

A entrevista foi realizada no dia 05 de dezembro, também na sua residência. A partir da entrevista foi realizada uma análise temática, baseada no procedimento de redução gradual do texto qualitativo proposto por Mayring (1983). (JOVCHELOVITCH, BAUER, 2008) O procedimento consiste na redução em três etapas, na primeira contem a transcrição, na segunda contem sentenças, e na terceira contém palavras chaves. Assim é possível desenvolver uma sistematização dos dados coletados, identificando diferentes categorias de aspectos intangíveis relacionados ao patrimônio industrial.

Na análise da entrevista é possível identificar a reincidência de elementos que apareceram anteriormente no mapa mental, reforçando sua importância para o participante.

O percurso dialogado (ou passeio-entrevista) foi realizado no dia 10 de dezembro, e se iniciou pelo interior do edifício da antiga Cotada, que atualmente sedia o Centro de Engenharias (CENGE) da UFPel.

Ao entrar no prédio, o participante lembrou imediatamente que ali, onde hoje é a recepção, ficava antigamente “a moega”, local onde era descarregado o trigo, e que durante a entrevista ele teve dificuldade de se lembrar. Durante o percurso no interior do prédio, ele relatou se sentir perdido diante das modificações realizadas para os novos usos das atividades acadêmicas. Falou diversas vezes sobre o local estar muito diferente. Ao percorrer os três pavimentos explicou quais elementos e outras estruturas existiam em cada andar procurando descrever o processo produtivo, porém não identificou no interior do prédio nenhum vestígio que confirmasse as informações fornecidas na entrevista. Observou-se que as percepções

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49 gerais sobre as mudanças no interior do prédio vão ao encontro do seu depoimento na entrevista.

O percurso no entorno do prédio iniciou em direção ao bar do “Seu” Manuel, localizado na rua Domingos Rodrigues, quase esquina com Benjamim Constant. O bar do “Seu” Manuel ficava num sobrado verde, que hoje está fechado e aparentemente abandonado. Este foi um lugar desenhado no mapa mental, e bastante mencionado na entrevista como sendo o ponto de encontro entre os colegas e amigos do trabalho, e pelo qual ele demonstra um afeto especial.

Durante o percurso, que continuou pela rua Benjamim Constant, o participante identificou a casa onde morava o gerente ou contador (não lembra) da Cotada, manifestou espanto pelo estado de deteriorização da Brahma (Cervejaria Sul Rio-Grandense, fundada em 1889, por Leopoldo Haertel), e ao dar a volta na quadra da Cotada, finalizando o percurso, afirmou que o lugar (entorno da fábrica) está muito diferente, contrariando seu depoimento na entrevista.

Ao final do percurso dialogado, foi entregue ao participante a ultima atividade, o Poema dos Desejos, com perguntas que deveriam ser respondidas após refletir sobre o que viu durante o percurso dialogado. As respostas para o Poema dos Desejos foram devolvidas no dia 12 de dezembro.

O poema dos desejos demonstra uma prevalente nostalgia nos sentimentos livremente expressos pelo participante. Em suas respostas ele declara que, mesmo satisfeito com as modificações realizadas pela universidade, ele gostaria que a fábrica estivesse em funcionamento, ressaltando em diversas vezes que “gostaria de ver tudo como era antes”. Na sua opinião a Cotada pode ser considerada um bem patrimonial “porque é um prédio antigo e para muita gente deixou muita recordação”.

Mesmo diante da impossibilidade de se ter “tudo como era antes”, as narrativas trazem à tona declarações interessantes, que poderiam contribuir para a construção de um programa de necessidades, ou de um “manual de boas práticas” para intervenções sobre o patrimônio industrial. A importância de considerar as narrativas dessa população nas práticas de intervenção está no fato de que “a permanência das referências espaciais ‘nos confere um sentimento de ordem e quietude’ e a ilusão de não haver mudado através do tempo, o que é sempre tranquilizador para a identidade pessoal e coletiva” (CANDAU, 2018, p. 158).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O teste-piloto, mesmo realizado até o presente momento com apenas um participante, demonstra potencial para sinalizar questões importantes relacionadas às intangibilidades que constituem o patrimônio industrial. Retomando Benjamim (1987), acredita-se que os dados e informações colhidos possam ser compreendidos como “um grande conselho”, mesmo que indiretamente, permitindo a construção de novos conhecimentos e caminhos para a apropriação desse patrimônio junto à comunidade, e também ampliando as ações de preservação desse patrimônio junto ao município e à universidade.

Como responsável pela administração e manutenção desse patrimônio, a Universidade Federal de Pelotas pode ser protagonista de diversas iniciativas, tirando partido do significativo caráter interdisciplinar que o patrimônio industrial possui. A partir de resultados que possam vir a construir um inventário das imaterialidades do patrimônio industrial, sugere-se: a elaboração de diretrizes de planejamento da expansão física e de preservação patrimonial; o desenvolvimento de planos e projetos para intervenções mais conscientes e respeitosas em relação ao patrimônio, buscando a criação de uma infra-estrutura universitária melhor integrada a essas preexistências. Por fim, entende-se que dessa forma o “espaço” compartilhado entre a cidade e a universidade possa se transformar em “lugar”, significativo para a comunidade universitária, para os antigos trabalhadores e para a população em geral.

REFERÊNCIAS

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas, volume 1. Magia e técnica, arte e política. Cap. O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. São Paulo: Editora Brasiliense. 1987.

BRITTO, Natália Daniela Soares Sá. Industrialização e desindustrialização do espaço

urbano na cidade de Pelotas (RS). 2011. 108 p. Dissertação de Mestrado. FURG, Rio

Grande, 2011.

CANDAU, Joel. Memória e Identidade. São Paulo: Contexto, 2018.

ESSINGER, Cíntia Vieira. Entre a fábrica e a rua: a Companhia Fiação e Tecidos

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