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CONSERVAÇÃO DOS ITENS DA FARMÁCIA CASEIRA EM UM DISTRITO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS-MA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 1

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_____________________________________________________________ Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI CNPJ:14.378.615/0001-60

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CONSERVAÇÃO DOS ITENS DA FARMÁCIA CASEIRA EM UM DISTRITO SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS-MA

SOUSA, D. F. D. L.1; SOUSA, J. P. D. L.1; SILVA, M. S.1; SÁ, I. F. M.1; REIS, T. S.1; SOUSA, A. I.1; FEREIRA,C.L.1; LIMA, A. S. O.1; FELIPE, I. M. A. 2; NUNES, S. P. H 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 1 UNIVERSIDADE CEUMA 2 RESUMO

Introdução: O uso de medicamentos é essencial para a manutenção da saúde da

população, porém a facilidade de aquisição e o incentivo da mídia geram um uso excessivo e, com isso, o acúmulo nas residências. A prática do acondicionamento de medicamentos em domicílio é tão frequente que são formadas verdadeiras farmácias caseiras, com diversos tipos de medicações. Esse hábito, unido à falta de informação, pode resultar num fator de risco a saúde. O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos relacionados ao armazenamento e conservação de medicamentos entre usuários da rede de atenção básica de saúde.

Metodologia: Este trabalho trata-se de um estudo de campo, de base

populacional, de corte transversal que visa caracterizar aspectos relacionados ao armazenamento e conservação de medicamentos, nas residências dos usuários cadastrados em unidades de saúde pertencentes a um Distrito Sanitário da zona urbana da capital do Maranhão. Resultados e Discussão: Esta pesquisa mostrou que na maior parte das casas visitadas (76,2%) os medicamentos não ficam expostos à luz, nem à umidade 92,5%, 57,5% dos entrevistados relataram que guardam seus em locais de temperatura elevada e a grande maioria (75,0%) dos usuários da atenção básica que foram entrevistados mantém os medicamentos limpos e livres de poeira. Conclusões: Embora os resultados tenham demonstrados que a maioria dos usuários conserva adequadamente os produtos farmacológicos armazenados em suas residências, ainda há casos de erros nessa conduta, podendo levar a prejuízos na estabilidade do fármaco, alterando sua cor, propriedades organolépticas e podendo causar formação de precipitados. É preciso instruir a população acerca da importância de se armazenar corretamente os medicamentos, preservando-os e garantindo fatores fundamentais para a eficácia da terapêutica.

Palavras-chave – Medicamentos. Uso de medicamentos. Atenção primária à

saúde. Armazenamento de Medicamentos.

ABSTRACT

Introduction: The use of drugs is essential for the maintenance of the health of

the population, but the ease of acquisition and the encouragement of the media generates an excessive use and, therefore, the accumulation in the residences. The practice of home medicine packaging is so frequent that true home pharmacies are formed with different types of medications. This habit, coupled

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with lack of information, can result in a health risk factor. The purpose of this study was to study aspects related to the storage and conservation of drugs among users of the basic health care. Methodology: This study is a cross-sectional, population-based field study that aims to characterize aspects related to the storage and conservation of drugs in the homes of users enrolled in health units belonging to a Sanitary District in the urban area of capital of Maranhão. Results

and Discussion: This study showed that in most houses visited (76.2%) the

medications were not exposed to light or humidity 92.5%, 57.5% of the respondents reported that they stored their medicines in places of temperature and the vast majority (75.0%) of the primary care users who were interviewed kept the medicines clean and free of dust. Conclusions: Although the results showed that the majority of users adequately conserved pharmacological products stored in their homes, there are still cases of errors in this conduct, which may lead to damages in drug stability, altering their color, organoleptic properties and causing precipitation. It is necessary to educate the population about the importance of correctly storing medicines, preserving them and guaranteeing fundamental factors for the efficacy of the therapy.

Keywords - Medications. Use of medications. Primary health care. Storage of

Medications.

INTRODUÇÃO

O armazenamento de medicamentos inclui um conjunto de procedimentos técnicos e administrativos que envolvem as atividades de recebimento, estocagem e guarda, conservação, segurança e controle de estoque. A armazenagem domiciliar deve observar as orientações fornecidas pelo fabricante (SÃO PAULO, 2015), pois todo medicamento possui propriedades físicas, químicas e condições microbiológicas específicas de acordo com a via de administração. A manutenção das propriedades dos medicamentos depende da estabilidade, que pode ser modificada por fatores intrínsecos e extrínsecos

(ligados ao ambiente, condições de transporte e armazenamento)

(WANNMACHER; FERREIRA, 2007).

Logo, existe a possibilidade de perda da estabilidade do fármaco antecipada por fatores como temperatura, presença de oxigênio, luz solar, radiação e umidade, (WELLS, 2005) o que justifica a necessidade de orientações relacionadas ao armazenamento dos medicamentos nas residências (SERAFIM et al 2007).

No Brasil, é frequente o uso incorreto de medicamentos, fator este que se deve comumente a polifarmácia, o uso indiscriminado de antibióticos, a prescrição não orientada por diretrizes, a automedicação inapropriada e o desmedido armamentário terapêutico disponibilizado comercialmente. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).

Em geral na farmácia caseira encontram-se medicamentos fora de uso, sobras de tratamentos anteriores, medicamentos em uso, prescritos para tratamentos de distúrbios agudos e crônicos, ou medicamentos comumente utilizados em automedicação. (DAL PIZZOL et al.,2006).

Embora o medicamento seja o recurso terapêutico com melhor relação custo-efetividade, o uso inadequado torna-se um importante problema de saúde pública mundial, com grandes consequências econômicas (WHO, 2003). Com isso o

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estoque domiciliar de medicamentos pode influenciar os hábitos de consumo dos usuários, favorecendo a automedicação e a reutilização de prescrições (FERNANDES, PETROVICK, 2004).

O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos relacionados ao armazenamento e conservação de medicamentos entre usuários da rede de atenção básica de saúde de um Distrito Sanitário do município de São Luís.

METODOLOGIA

Este projeto é um recorte da pesquisa “Uso, conservação e armazenamento de medicamentos entre usuários da Atenção Básica”, aprovado em Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos. Usuários de Unidades Básicas de Saúde do Distrito Sanitário Cohab, no município de São Luís, na zona urbana, foram visitados durante o período de março a agosto de 2017. Os dados foram coletados por meio de entrevista, utilizando um questionário semiestruturado, com questões abertas e fechadas, na residência do usuário e depois organizados em um banco eletrônico no programa Microsoft Excel®, utilizando o sistema de dupla entrada. Após a validação da digitação foi realizada a análise estatística utilizando-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 16.0. A execução da pesquisa foi autorizada de acordo aos requisitos exigidos pela resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, o projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Maranhão, sob número 1.289.425.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram visitadas 95 famílias, com 11 perdas (residências fechadas) e 4 recusas, totalizando 80 residências onde foram observados os itens da farmácia caseira.

Nas residências dos usuários verificaram-se o armazenamento dos

medicamentos ao abrigo da luz, umidade, calor, se estão em locais limpos e sem poeira, guardados em recipientes com tampa e se armazenados em locais seguros.

Manter a estabilidade dos medicamentos é crucial para a sua eficácia, portanto fatores intrínsecos e extrínsecos dos medicamentos precisam estar bem controlados. Em 75% dos domicílios, os medicamentos foram encontrados acondicionados em locais limpos e com pouca incidência de umidade e de luz. A respeito dos fatores extrínsecos, Kommanaboyina e Rhodes (1999) afirmam que a umidade é um fator que afeta de modo importante à estabilidade dos produtos. A intensidade da luz e o comprimento de onda podem acelerar a velocidade de reação dos produtos farmacêuticos, e a interferência da luz pode desencadear reações de degradações como: redução e oxidação (MIRCO e ROCHA, 2015).

Os medicamentos devem ser armazenados ao abrigo da luz, calor e em ambiente seco, preferencialmente em armário próprio. Esta pesquisa mostrou que na maior parte das casas visitadas os medicamentos não estão expostos à luz (76,2 %), uma grande parcela do total dos entrevistados garantiu que os medicamentos não estão expostos à umidade (92,5%), 31,2% dos entrevistados relataram que seus medicamentos estão expostos ao calor, mais da metade dos usuários da atenção

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básica que foram entrevistados asseguraram que os medicamentos estão limpos e sem poeira.

É fundamental que os medicamentos sejam guardados em recipientes com tampa, mas 65% dos entrevistados não o fazem. Os medicamentos não devem ser armazenados juntos a outros produtos químicos ou em locais quentes e com incidência de luz solar direta. Estes princípios básicos são ignorados por 20% dos investigados. Sendo assim, os medicamentos devem ser estocados em locais que não recebam luz direta do sol e os medicamentos termolábeis devem ser estocados no refrigerador, com controle de temperatura entre 2 e 8 ˚C. (MILANEZ et al, 2013).

31,7% dos entrevistados não têm o hábito de armazenar os medicamentos em locais altos e, portanto, seguros. Esse fator é preocupante, pois, Souto Maior e Oliveira (2012, p. 423) citam que devido ao seu grau de desenvolvimento cognitivo, as crianças na faixa etária de um a quatro anos, por estarem na fase da oralidade, tendem a levar todos os objetos ao seu alcance em direção à boca, fator este que pode gerar ocorrências de intoxicação infantil devido ao uso de medicamentos inapropriados.

É importante lembrar que os medicamentos são constituídos de fármacos com ação no organismo e para que se obtenha o máximo de benefícios e o mínimo de efeitos adversos, os medicamentos devem ser armazenados corretamente (SÃO PAULO, 2003). A estabilidade pode ser: física, que inclui a aparência, sabor, uniformidade e dissolução; química, que leva em conta a integridade e potência de cada componente; e microbiológica, que é responsável pela esterilidade, ou seja, ausência de contaminação por bactérias e fungos (SÃO PAULO, 2003). Reações de hidrólise, onde o fármaco interage com água formando compostos diferentes, ou oxidação, que compreende a destruição de moléculas do fármaco, alterando cor, propriedades organolépticas e precipitação, podem prejudicar a estabilidade do fármaco (SERAFIM, 2007).

Quando o armazenamento é adequado, é possível preservar o medicamento, garantindo fatores fundamentais para a eficácia, embora seja necessário ainda dar atenção especial ao cuidado e estabilidade da dose do fármaco (LIMA, 2010).

CONCLUSÕES

Esta pesquisa mostrou que, nas residências visitadas:

 Na maioria dos casos os medicamentos não estão expostos à luz;

 Os produtos da farmácia caseira não estão expostos à umidade e calor, em

sua maioria;

 Mais da metade dos usuários da atenção básica que foram entrevistados

asseguraram que os medicamentos estão limpos e livres de poeira.

 Ainda há muitas residências em que as pessoas não têm o hábito de

armazenar os medicamentos em locais altos e, portanto, seguros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DAL PIZZOL, T. S. et al. Análise dos estoques domiciliares de medicamentos essenciais no sul do Brasil. Acta. Farmacéutica Bonaerense. v.25, n.4, p.601-7, 2006.

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FERNANDES, L.C.; PETROVICK, P.R. Os medicamentos na farmácia caseira. In: Schenkel EP. Cuidados com os medicamentos. 4. ed. rev. e amp. Porto Alegre: Editora da UFRGS; p. 39-42, 2004.

LIMA, G. B.; NUNES, L. C. C.; BARROS, J. A. C. Uso de medicamentos armazenados em domicílio em uma população atendida pelo Programa Saúde da Família. Ciên. Saúde Coletiva., Rio de Janeiro, v. 15, p. 3517-3522, 2010.

MILANEZ, M. C; STUTZ, E. et al .Evaluation of domestic of drugs´s stocks in a Central South city of Paraná. Rev. Ciênc. Méd. Biol., Salvador, v.12, n.3, p.283-289, set./dez. 2013

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Uso Racional de Medicamentos: temas selecionados. Brasília: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos, 2012. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/uso_racional_medicamentos_tem as_selecionados.pdf>. Acesso em: ago. 2017.

MIRCO, J.; ROCHA, M. S. ESTUDO DE ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS. Ver . Academica Oswaldo Cruz. ano 2, n.7 julho-setembro 2015

SÃO PAULO. Prefeitura do Município. Manual de estruturação de almoxarifado de medicamentos e produtos para a saúde e de boas práticas de armazenamento e distribuição. São Paulo, 2003. 36 p.

SERAFIM, E.O.P. et al. Qualidade dos medicamentos contendo dipirona encontrados nas residências de Araraquara e sua relação com a atenção farmacêutica. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. Brasil, vol. 43, n. 1, 2007.

SOUTO M.; LOBO, M. C.; OLIVEIRA, N. V. B. V. Intoxicação medicamentosa infantil: um estudo das causas e ações preventivas possíveis. Revista Brasileira de Farmácia, Rio de Janeiro- RJ, v. 93, n. 4, p. 422-430, 2012. Disponível em: < http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-4-5.pdf>. Acesso em: ago. 2017.

WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B.C. Farmacologia clínica para dentistas. 3ª Ed. São Paulo: Guanabara Koogan; 2007.

WELLS J. Pré-formulação farmacêutica. In: AULTON M. E. Delineamento de formas farmacêuticas. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2005.

WHO - WORD HEALTH ORGANIZATION. Department of Essential Drugs and Other Medicines World Health Organization. The role of the pharmacist in self-care and self-medication. Genebra, 2003.

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