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PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL

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Ministério do Desenvolvimento Agrário

Secretaria da Agricultura Familiar

Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural

PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E

EXTENSÃO RURAL

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VERSÃO – 1/3/05

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PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E

EXTENSÃO RURAL - PRONATER

1. APRESENTAÇÃO

A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural ( Pnater) foi construída de forma participativa, ouvindo os governos das unidades federativas e suas instituições, assim como os segmentos da sociedade civil, lideranças das organizações de representação dos agricultores familiares e dos movimentos sociais comprometidos com o desenvolvimento rural sustentável.

Em consonância com as definições políticas do governo federal, tais como a segurança alimentar, a importância estratégica das unidades familiares de produção e o estímulo a agriculturas de base ecológica, além do trabalho com grupos sociais específicos, iniciou-se a elaboração deste Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pronater). O programa propõe um conjunto de ações, dando operacionalidade a uma política pública fundamental para o desenvolvimento do país.

A implementação da política nacional e a recomposição do Sistema Nacional de Ater revigoram a Ater, com a perspectiva de um trabalho em rede ─ em que atuem instituições estaduais de Ater, movimentos sociais, organizações não-governamentais, prefeituras municipais, sindicatos, universidades, escolas agrotécnicas e de alternância ─ e de uma concepção territorializada do espaço, a partir de uma inovadora concepção pedagógica e com efetivo controle por parte da sociedade beneficiária.

Impõe-se a necessidade de que organismos governamentais e não-governamentais trabalhem com a necessária sinergia e integração, entendendo que a relação entre segurança alimentar, unidades familiares e a busca de uma concepção sustentável de desenvolvimento deve ser vista dentro de uma efetiva transversalidade.

0 Pronater estabelece os fundamentos da Ater pública e as ações do Ministério do Desenvolvimento Agrário/Secretaria da Agricultura Familiar/Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (MDA/SAF/Dater), apontando a estratégia de operacionalização da Pnater. Abrange desde o nivelamento conceitual dos temas centrais da política nacional, passando pelas parcerias já estabelecidas, pela construção dos programas estaduais, pela formação de agentes de Ater, pela capacitação de agricultores familiares, pela formação de quadros para a Ater Setorial (indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores artesanais, aqüicultores, extrativistas, jovens e mulheres trabalhadoras rurais) até a qualificação e ampliação dos serviços de Ater no país.

A execução do Pronater requer a inter-relação com o ensino e a pesquisa, visando à geração de conhecimento e de tecnologia adequadas às necessidades dos agricultores familiares, bem como a formação de quadros técnicos para atuar em consonância com a Pnater.

O Pronater estabelece, com a participação efetiva do Comitê Nacional de Ater, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), as diretrizes que nortearão as ações operacionais das organizações que prestarão serviços de assistência

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quantificadas no item Metas, após o texto de apresentação de cada subprograma. Os recursos financeiros advêm do Orçamento Geral da União, alocados no Ministério do Desenvolvimento Agrário, e de potenciais parcerias formadas no decorrer do período de implementação das ações.

2. DIRETRIZES DO PRONATER

As diretrizes apresentadas para as ações de Ater em 2005 retratam a prioridade do MDA/SAF/Dater, após construção no Comitê Nacional da Ater do Condraf, operacionalizando aquelas estabelecidas na Pnater.

Inclusão social – Apoiar ações específicas voltadas à construção da eqüidade

socioeconômica e valorização da cidadania, visando à superação da discriminação, da opressão e da exclusão de categorias sociais.

Transição para agriculturas de base ecológica - Atuar no processo produtivo e

organizacional, com base nos princípios da agroecologia, com o objetivo de orientar o desenho e manejo de agroecossistemas e ecossistemas aquáticos sustentáveis, baseados na abordagem sistêmica e em processos participativos, promovendo o protagonismo dos beneficiários e dos consumidores e construindo, de forma gradativa e de acordo com o desejo dos agricultores envolvidos, estilos de agricultura de base ecológica e sustentável, produzindo alimentos sadios e de qualidade biológica superior.

Articulação da Ater-pesquisa-ensino - Promover processos de geração e adaptação

de tecnologias que permitam articular, especialmente em forma de redes, a extensão rural, a pesquisa agropecuária, as organizações formais e informais de ensino, os agricultores e suas organizações, na geração de conhecimentos destinados ao uso sustentável dos agroecossistemas e dos ecossistemas aquáticos, com base em metodologias participativas de pesquisa e extensão e nos elementos presentes na realidade dos agricultores.

Gênero, geração, raça e etnia - Assegurar que as ações de Ater, adaptadas aos

diferentes territórios e realidades regionais, sejam construídas a partir do reconhecimento das diversidades e especificidades étnicas, de raça, de gênero e geração, e das condições socioeconômicas e culturais nos agroecossistemas e ecossistemas aquáticos, considerando os princípios do etnodesenvolvimento.

Geração de ocupações e de renda - Implementar ações buscando a geração de

ocupações no meio rural e de renda, por meio de processos sustentáveis, tendo como referência o paradigma tecnológico estabelecido pela Pnater; compreendendo o apoio à agroindustrialização da produção, os arranjos produtivos locais e a comercialização da produção.

Atuação em redes - Promover parcerias para o trabalho em rede entre instituições

federais, estaduais, territoriais, municipais, organizações governamentais e não-governamentais, estimulando a elaboração, execução, monitoramento e avaliação participativa para a execução das ações previstas nos programas estaduais de Ater.

Gestão/Controle - Promover uma relação de participação e gestão compartilhada,

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desenvolvimento, estabelecendo interações efetivas e permanentes com as comunidades rurais, privilegiando os conselhos como fóruns ativos no âmbito municipal, territorial, estadual e federal, de modo a fortalecer a participação dos beneficiários e de outros representantes da sociedade civil na qualificação das atividades de Ater.

3. OBJETIVOS DO PROGRAMA

3.1 Objetivo Geral

Apoiar e fortalecer ações de assistência Técnica e Extensão Rural, para a implementação da Política Nacional de Ater, visando à universalização do conhecimento no campo.

3.2 Objetivos Específicos

● Qualificar os serviços de Ater ofertados às unidades familiares, priorizando a alocação de recursos às regiões deprimidas socioeconomicamente e onde a oferta desses serviços seja insuficiente ou inexistente.

● Potencializar processos de inclusão social e de fortalecimento da cidadania, por meio de ações integradas, que tenham em conta as dimensões de gênero, geração, raça e etnia.

● Desenvolver ações que reconheçam e valorizem a cultura presente nos territórios, contribuindo para o resgate e preservação dos saberes e tradições das comunidades e para a conservação do meio ambiente.

● Apoiar e qualificar ações dos diversos atores envolvidos com Ater, no sentido de promover o desenvolvimento sustentável, com o fortalecimento do protagonismo dos beneficiários do Pronater.

● Apoiar iniciativas que propiciem novas oportunidades de trabalho e de renda, que promovam a segurança alimentar e nutricional e que potencializem o processo de transição para agriculturas de base ecológica e para a construção de estilos de produção sustentável.

● Apoiar ou promover atividades de capacitação e formação de técnicos e agricultores para qualificar ações de Ater, visando a contribuir para o aumento da oferta de alimentos limpos e de melhor qualidade biológica.

● Estimular estratégias de aproximação entre produtores e consumidores, circuitos breves de comercialização e mecanismos de participação de agricultores e consumidores na avaliação da qualidade dos produtos ofertados.

● Fortalecer as atuais articulações de serviços de Ater e apoiar a organização de novas redes e arranjos institucionais necessários para ampliar e qualificar a oferta de serviços de Ater.

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4. PÚBLICO BENEFICIÁRIO

São beneficiários das ações previstas no Pronater :

● as categorias compreendidas no conceito de agricultura familiar: as agricultoras e os agricultores familiares, beneficiárias e beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária, indígenas, quilombolas, ribeirinhas e ribeirinhos, pescadoras e pescadores artesanais, aqüicultoras e aqüicultores, extrativistas, e ainda aquelas e aqueles que desenvolvem atividades não-agrícolas nas unidades familiares (artesanato, turismo rural);

● agentes de desenvolvimento e técnicos vinculados às organizações prestadoras de serviços credenciadas junto ao Sistema Nacional Descentralizado de Ater Pública;

● beneficiários de outros programas do MDA e/ou ministérios que implementam ações para o desenvolvimento rural sustentável.

5. SUBPROGRAMAS

Visando a uma atuação sistemática e efetiva, o Pronater está estruturado em quatro subprogramas: Formação de agentes de Ater; Capacitação de agricultores familiares; Programas estaduais de Ater ; Ater setorial.

5.1 Formação de Agentes de Ater

0 subprograma tem como principal objetivo a formação de agentes que possam ser referência nos seus estados e nas regiões do país, para apoiar atividades de capacitação de técnicos e agricultores com base nos princípios e diretrizes definidos na Pnater.

Outra ação específica é aperfeiçoar os relacionamentos para ações convergentes, buscando potencializar a articulação de esforços intra e intergovernamentais, com ONGs, movimentos sociais e instituições de ensino e pesquisa, com o objetivo de ampliar os serviços de assistência técnica e extensão rural para a agricultura familiar.

Subdivide-se em dois componentes, conforme segue:

a) formação de quadros técnicos de Ater - articulação com universidades e escolas

agrotécnicas e de alternância para a ampliação dos serviços de Ater, iniciando ainda no período escolar, a partir de estágios complementares ao processo de ensino formal;

b) formação de agentes de Ater - apoio às entidades de Ater estatal e não-

governamentais que desenvolvam ações de fortalecimento da agricultura familiar.

5.1.1 METAS

● Elaborar e disponibilizar 10 documentos temáticos de interesse dos eixos norteadores da Política Nacional de Ater, com conteúdos básicos para subsidiar a capacitação de técnicos.

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médio) na formação de agentes de Ater, com o sentido de aumentar a oferta de pessoal especializado na área.

● Apoiar a formação de 5.400 técnicos de Ater para ampliação e qualificação dos conhecimentos sobre a base conceitual agroecológica estabelecida pela Pnater.

● Capacitar 540 técnicos em metodologias participativas e agroecologia.

● Ampliar ações de capacitação, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, na ação conjunta Pronaf Florestal, realizando a contratação de 5 projetos para capacitação de técnicos e agentes de Ater em atividades florestais no bioma Cerrado.

● Apoiar a formação de 150 agentes de Ater em nível de especialização em Extensão Rural para o Desenvolvimento Sustentável.

● Apoiar a formação de 40 agentes que desenvolvem ações junto a comunidades de quilombolas.

● Apoiar a formação de 40 articuladores do crédito rural na agricultura familiar.

● Apoiar a formação de 40 agentes de extensão para atuar junto a populações indígenas, fundamentados nos preceitos da antropologia, garantindo a adaptação às diferenças étnicas e ao conhecimento tradicional.

● Apoiar 10 eventos de caráter regional, estadual e/ou nacional que visem à construção e socialização de conhecimentos em agroecologia.

● Apoiar intercâmbios de 270 técnicos e 270 agricultores para a troca de experiências e conhecimentos por meio de visitas a projetos que sejam referência em agroecologia.

● Promover 10 cursos sobre produção ecológica, para 400 técnicos.

● Promover e apoiar 10 eventos de capacitação e elaboração de projetos sobre atividades florestais ─ manejo florestal de uso múltiplo e sistemas agroflorestais.

5.2 Capacitação de Agricultores Familiares

A finalidade deste subprograma é promover um processo de capacitação de agricultores familiares e de suas organizações e parceiros, visando a possibilitar a apropriação dos conhecimentos e das tecnologias indispensáveis ao processo de produção, beneficiamento, agroindustrialização, comercialização e, ainda, o desenvolvimento de habilidades que potencializem o processo de transição para agriculturas de base ecológica.

A construção desse processo educativo ─ privilegiando abordagens metodológicas que sejam participativas ─ tem o propósito de promover o desenvolvimento humano, a participação cidadã dos atores sociais, a valorização do conhecimento e do saber local, apoiando os agricultores familiares e demais públicos da extensão rural. É o ponto de partida para ações transformadoras da realidade produtiva e organizativa, com o conseqüente fortalecimento dos serviços de Ater.

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5.2.1 METAS

● Apoiar a capacitação de 67 mil agricultores familiares, a partir de projetos de capacitação desenvolvidos nos estados.

5.3 Programas Estaduais de Ater

Este subprograma consiste na articulação com os setores estatais, de representação dos agricultores familiares e da sociedade civil organizada. Deverão ser incentivados processos de gestão compartilhada entre as esferas federal, estaduais e municipais, visando à implementação do Pronater, em estreito relacionamento com o MDA/SAF/ Dater.

Orientadas pelo Pronater, as unidades federativas organizam os seus programas estaduais. Estes, por seu turno, serão constituídos por projetos. Assim sendo, as atividades de Ater serão organizadas como segue.

(Política Nacional de Ater)

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Programa Nacional de Ater 

Programas Estaduais de Ater 

Projetos de Ater

Os programas estaduais de Ater devem ser construídos de forma compatível com a Política Nacional de Ater, contando com a participação das estruturas estatais, de representação dos agricultores e entidades prestadoras de serviços de Ater. Devem ainda ser levados à apreciação do respectivo Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável ou fórum equivalente, sendo, este, o órgão responsável pela gestão dos programas estaduais.

Os programas estaduais devem conter a justificativa da importância desta iniciativa no estado, bem como o diagnóstico com a quantificação, qualificação e demanda dos serviços de Ater estadual. Recomenda-se, para os programas estaduais de Ater, a formatação apresentada no Anexo II deste programa.

5.3.1 METAS

● Apoiar a elaboração e implementação de 27 programas estaduais de Ater.

● Apoiar ações articuladas em 95 territórios, visando à construção de redes de Ater.

● Apoiar programas de Ater com o atendimento de 1,6 milhão de beneficiários, durante o ano de 2005, em parceria com os estados e municípios.

● Estabelecer convênios nos 27 estados, junto às entidades estatais e não-estatais, para ofertar serviços de Ater, priorizando a alocação de recursos nas regiões Nordeste

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e Norte.

5.4 Ater Setorial

Este subprograma tem por objetivo estabelecer prioridades e propor mecanismos metodológicos apropriados à prestação de serviços de Ater para as categorias de extrativistas, populações indígenas, quilombolas, mulheres, pescadoras e pescadores artesanais e aqüicultoras e aqüicultores.

Este subprograma subdivide-se nos cinco componentes a seguir identificados.

5.4.1 Extrativistas

O objetivo deste componente é integrar as atividades florestais madeireiras e não- madeireiras desenvolvidas por essas populações tradicionais, no conjunto de ações prioritárias de assistência técnica e extensão rural, considerando a unidade de produção que os compõe (individual ou comunitária), com a valorização e aperfeiçoamento das técnicas utilizadas, na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável.

As atividades relativas a este componente deverão seguir as orientações abaixo relacionadas.

● O agente de extensão deve estar capacitado para atuar com o extrativismo florestal madeireiro e não-madeireiro exercendo um papel educador, considerando o conjunto da unidade familiar e as suas formas de organização.

● A metodologia de atuação deve levar em conta enfoques metodológicos participativos, reconhecendo o papel da família e seus saberes tradicionais, participando e influenciando o planejamento de atividades a serem desenvolvidas nas áreas extrativistas.

● Apoiar a elaboração e implantação, de forma participativa, de Planos de Manejo Florestal de Uso Múltiplo da área inventariada, considerando, para efeito de definição das espécies florestais madeireiras e não-madeireiras a serem manejadas, critérios técnico-científicos e ambientais, bem como os interesses, necessidades e a cultura tradicional dos agricultores locais.

● Apoiar a capacitação dos extrativistas para o acesso aos mercados convencionais e alternativos para comercialização de seus produtos.

● Apoiar a pesquisa participativa focada no desenvolvimento de sistemas sustentáveis, identificando plantas úteis para fins de produção de madeira, lenha, frutas, castanha, mel, bem como plantas medicinais, visando ao aumento da geração de renda.

5.4.1.1 Metas

● Apoiar ações de assistência técnica e extensão rural a 10 mil agricultores familiares, em atividades florestais, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente.

● Apoiar a criação de uma rede de intercâmbio, divulgação e troca de informações entre as entidades e agentes de Ater que atuam na região Norte.

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5.4.2 Indígenas

O objetivo deste componente é potencializar a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no grupo interministerial composto pelo MDA, Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Ministério da Educação (MEC), Fundação Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde ( Funasa/MS),Fundação Nacional do Índio, do Ministério da Justiça ( Funai/MJ), Ministério do Meio Ambiente ( MMA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Embrapa/Mapa), nas ações de Ater voltadas ao fomento das atividades produtivas e desenvolvimento sustentável dos povos indígenas.

As atividades relativas a este componente deverão seguir as orientações abaixo relacionadas.

● Sensibilização, mobilização e estabelecimento de parcerias e alianças nos âmbitos federal, estadual, municipal e com organizações da sociedade civil.

● Conhecimento dos fundamentos da antropologia, respeito às diferenças étnicas e ao conhecimento tradicional.

● Identificação e fortalecimento das redes de Ater indígena.

● Monitoramento, acompanhamento e avaliação da operacionalização da Ater indígena.

5.4.2.1 Metas

● Criar um cadastro das organizações e técnicos que trabalham com prestação de serviços de Ater para populações indígenas, com o objetivo de estabelecer redes para prestação de serviços, em parceria com o Programa para a Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia do MDA.

● Apoiar 6 projetos de Ater em terras indígenas, em parceria com o Programa para a Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia do MDA.

5.4.3 Quilombolas

Este componente tem como objetivo desenvolver ações de Ater que considerem as especificidades de organização sociocultural da população quilombola, seu relacionamento com os elementos da natureza, sua prática de gestão do território e as atividades econômicas predominantes ─ agricultura, extrativismo, pesca, manejo de fauna e flora, dentre outras ─ , valorizando as experiências históricas, respeitando seus valores e aspirações, a fim de potencializar a capacidade autônoma dessa população.

As atividades relativas a este componente deverão observar as orientações relacionadas a seguir.

● Reconhecer e respeitar o protagonismo de cada comunidade no processo de planejamento, execução e avaliação das ações de Ater.

● Realizar diagnóstico participativo na comunidade (socioeconômico e ambiental) que dê visibilidade aos estilos de agricultura, de extrativismo, de artesanato, e que permita

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compreender as características étnicas desta produção, seja ela de subsistência ou de finalidade mercantil.

● Elaborar um plano de desenvolvimento sustentável levando em consideração os fatores socioeconômicos, culturais e ambientais, para que se possam estabelecer objetivos, metas e indicadores, definindo-se as responsabilidades de todos os atores envolvidos (agentes externos e a comunidade).

● Estimular o fortalecimento de redes de Ater.

5.4.3.1 Metas

● Apoiar ações de Ater para 100 comunidades quilombolas, em parceria com o Programa para Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia do MDA.

5.4.4 Mulheres

É objetivo deste componente reconhecer as mulheres como sujeitos sociais, fundamentais para o desenvolvimento da agricultura familiar, a partir da contribuição que exercem nas atividades agrícolas e não-agrícolas, da sua contribuição para a conservação da biodiversidade, do manejo e gestão de fauna, além da contribuição específica para a geração de renda e agregação de valor na unidade familiar.

As atividades relativas a este componente deverão observar as seguintes orientações.

● Constituir conteúdos formativos e ações pedagógicas que estimulem as ações de extensão rural, reconhecendo as diferenças entre homens e mulheres cotidianamente.

● Estabelecer ações afirmativas para estimular a participação das mulheres nas atividades formativas.

● Constituir um mapa das ocupações, realizadas por mulheres e homens, que agreguem as características das mulheres indígenas e quilombolas, extrativistas e pescadoras artesanais.

● Identificar as atividades agrícolas e não -agrícolas exercidas pelas mulheres.

5.4.4.1 Metas

● Desenvolver ações de assistência técnica e extensão rural para 40 mil mulheres, em parceria com o Programa para Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia do MDA.

5.4.5 Pescadores Artesanais e Aqüicultores

Este componente tem como objetivo promover e apoiar iniciativas de desenvolvimento local sustentável que envolvam atividades pesqueiras ou a elas relacionadas, considerando a família do pescador artesanal e suas organizações, visando à inclusão social e a qualidade de vida das comunidades pesqueiras, adotando os princípios da conservação, gestão ambiental e da pesca responsável.

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As atividades relativas a este componente deverão observar as orientações a seguir relacionadas.

● Estimular a participação em espaços de representação política dos próprios pescadores, por intermédio de suas organizações.

● Promover parcerias institucionais para geração de tecnologias, para a educação e para a capacitação técnica, em processos de discussão dialógica com as comunidades pesqueiras.

● Facilitar o acesso ao crédito, por meio da articulação com organizações dos pescadores artesanais, divulgando e auxiliando o processo de elaboração e execução dos projetos.

● Estabelecer formas de gestão compartilhada do uso dos recursos naturais, tendo como referência os acordos de pesca.

● Desenvolver processos de diversificação e agregação de valor (artesanato, turismo, culinária) às atividades ligadas direta ou indiretamente à pesca artesanal.

5.4.5.1 Metas

● Apoiar ações de Ater em atividades pesqueiras para 20 mil pescadores e pescadoras artesanais e suas organizações.

● Apoiar uma rede de extensionistas pesqueiros para troca de informações e experiências.

6. ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL

Esta ação tem como centralidade a consolidação da Pnater por meio da articulação intra e interinstitucional no estabelecimento de relações convergentes, tendo como integrantes: o Sistema Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural; o Comitê de Assistência Técnica e Extensão Rural do Condraf e seus congêneres nos estados, municípios e territórios; o Conselho Nacional de Empresas de Pesquisa Agropecuária e os Conselhos Estaduais e Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável.

As articulações institucionais previstas no Pronater se darão prioritariamente com as ações abaixo relacionadas.

● Fomentar e apoiar o funcionamento do Comitê de Ater, do Condraf e a constituição de comitês/câmaras técnicas nos Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural dos 27 estados da federação.

● Articular ações em parceria com as organizações de pesquisa ─ Consepa, Embrapa, Ceplac ─ voltadas para a geração, disponibilização e apropriação de tecnologias direcionadas à agricultura familiar.

● Potencializar parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia, ampliando a oferta de Ater em projetos de extensão u niversitária, e na implantação de centros tecnológicos de geração de tecnologia voltados aos interesses da

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agricultura familiar.

● Articular as entidades de Ater promovendo a institucionalização do Sistema Nacional Descentralizado de Ater Pública.

7. OUTRAS AÇÕES ESTRATÉGICAS

As ações apresentadas a seguir são consideradas estratégicas e relevantes para a implementação do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Pronater). Estas ações estão organizadas de forma diferenciada, por extrapolarem os conteúdos dos subprogramas instituídos.

● Estabelecer as normas e procedimentos para o credenciamento das organizações prestadoras de serviço no Sistema Nacional Descentralizado de Ater Pública.

● Apoiar a implementação e fortalecimento de projetos de estruturação da prestação de serviços de Ater pública nas regiões Nordeste e Norte.

Produzir e disponibilizar, na Internet, um link na página do Pronaf contendo informações sobre as ações da SAF/Dater, possibilitando o acesso a serviços como chamada de projetos, manuais técnicos, bibliografias, eventos, entre outros.

● Favorecer a implementação das ações de Ater do Programa Nacional de Apoio à Agricultura de Base Ecológica nas Unidades Familiares de Produção.

● Elaborar e implementar um projeto de comunicação de Ater, disponibilizando metodologias participativas aplicadas em ações de Ater, a partir das diretrizes emanadas pela Pnater.

● Estabelecer critérios de seleção de projetos para ampliação de oferta de Ater, convergentes com as demais políticas públicas coordenadas pela SAF.

● Produzir instrumentos e materiais de abordagens de Ater para os diversos segmentos da agricultura familiar.

● Elaborar e implementar, em parceria com o governo da Alemanha ( GTZ), um projeto específico no semi-árido nordestino e zonas deprimidas dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, para a promoção da agricultura de base ecológica.

● Articular parceria com o Ministério do Meio Ambiente, ofertando serviços de Ater para 5 mil agricultores familiares cadastrados no Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produção Familiar Rural ( Proambiente).

8. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

0 monitoramento das ações de Ater é entendido como um processo de registro de observações sobre o desenvolvimento das atividades propostas, sobre o uso dos recursos comprometidos e sobre a produção de resultados, com base em indicadores devidamente estabelecidos. É da maior importância a existência de um cadastro nacional de organizações de Ater, para permitir o devido acompanhamento dessas

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atividades.

As novas matrizes referenciais propostas, tanto tecnológicas quanto pedagógicas, levam ao entendimento da necessária transição pela qual devem passar muitas entidades prestadoras de serviços de Ater. O acompanhamento dos projetos na sua natureza técnica e orçamentária proporciona um ganho pedagógico institucional, com o aprendizado e a troca de experiências que contribuirão no aprimoramento da Pnater e dos programas e ações em nível de estados, territórios e municípios.

O volume de recursos públicos aplicados requer um acompanhamento por parte do Estado e da sociedade civil, no sentido de garantir sua correta aplicação e transparência do seu uso, assegurando-se a coerência com as diretrizes da Pnater.

O processo de monitoramento e avaliação será realizado com base nos seguintes procedimentos.

● Visitas técnicas para o monitoramento dos diversos projetos apoiados.

● Implementação de um sistema informatizado de monitoramento das atividades de Ater.

● Monitoramento das atividades de capacitação com o aperfeiçoamento do Sistema de Monitoramento e Avaliação do Pronaf (SMAP).

● Análise qualitativa direta da opinião do público sujeito da Pnater, que deverá ser realizada por intermédio de contatos específicos em campo e/ou nos próprios fóruns de gestão social mencionados neste programa.

● Estabelecimento de parcerias com os atores locais, entre os quais os representantes dos beneficiários, para o monitoramento das atividades.

● Estabelecimento, no processo de monitoramento e avaliação, de parcerias com Fóruns ou Conselhos para a disponibilização dos resultados das ações desenvolvidas com base nos instrumentos previstos no Pronater.

● As ações de monitoramento e avaliação do Dater serão submetidas ao Comitê de Ater para avaliação.

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ANEXO I

RECOMENDAÇÕES PARA A ATER PÚBLICA

1. Fundamentos da Ater pública

A Pnater define que a Ater pública deve estabelecer um novo compromisso com os seus beneficiários e com os resultados econômicos e socioambientais relacionados e derivados de sua ação. Isto exige uma nova postura institucional e um perfil profissional que esteja centrado em uma práxis que respeite os diferentes sistemas culturais, que contribua para melhorar os patamares de sustentabilidade ambiental dos agroecossistemas e ecossistemas aquáticos e, ao mesmo tempo, assegure a produção de alimentos limpos, com melhor qualidade biológica, além de acessível ao conjunto da população.

Para isto, é fundamental que os agentes de Ater, sejam eles técnicos, agricultores ou outras pessoas que vivem e trabalham no meio rural, possuam os conhecimentos e habilidades requeridas para a execução de ações compatíveis com essa política nacional. A Pnater define a abordagem da Ater pública, a partir do estabelecimento de princípios e diretrizes que orientam as ações e que determinam a prática de Ater e seus beneficiários, nos diversos contextos em que é desenvolvida.

Desta forma, o Pronater estabelece os fundamentos a serem adotados pelas prestadoras de serviços de Ater públicas, assim como os termos de referência de convênios, contratos e chamadas de projetos, pesquisa e capacitação do MDA, além do sistema de monitoramento e avaliação desses serviços públicos, coordenados pelo MDA/SAF/Dater, de forma a assegurar a prestação de serviços que atendam o estabelecido na Pnater.

Na execução dos serviços de Ater pública são considerados os seguintes fundamentos: institucional e organizacional; programático; metodológico; para o perfil e o papel dos extensionistas e agentes; e para a formação e capacitação.

1.1. Fundamento institucional e organizacional

Este fundamento se refere às seguintes características das organizações de Ater: (a) diretrizes programáticas, (b) sistema de administração e gestão, (c) política de pessoal e (d) modelo operativo.

a) Diretrizes programáticas - As organizações que prestam serviços de Ater pública

devem incluir em seu programa as diretrizes do Pronater, e definir como seu público os agricultores familiares em sua multifuncionalidade.

b) Sistema de administração e gestão – Espera-se que as organizações de Ater

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● a existência de mecanismos formais que assegurem a participação dos beneficiários na definição e gestão do programa de Ater, no monitoramento e avaliação dos serviços prestados;

● o estabelecimento de um estilo de gerência por processo, na qual todos contribuam, descentralizando as decisões de forma a promover a participação dos extensionistas e funcionários das diversas áreas e níveis hierárquicos da organização (pessoal de campo, dirigentes, apoio técnico) na sua gestão;

● o estabelecimento de uma administração que permita uma relação institucional:

 horizontal - que promova parcerias institucionais não-hierárquicas, especialmente do tipo governamental e não-governamental;

 flexível - que possibilite às organizações participantes e aos atores envolvidos com a agricultura familiar entrarem e saírem dos processos de Ater, de acordo com a dinâmica de cada situação e ou território;

 complexa - que facilite a integração com o conjunto das organizações que operam nos diversos níveis de participação;

 interinstitucional – que possibilite a integração das organizações com vistas a potencializar capacidades organizacionais, técnicas e culturais.

c) Política de pessoal – É desejável que a política de pessoal possa garantir:

● a contratação de profissionais das diversas profissões relacionadas, atendendo o critério da multidisciplinaridade;

● a ascensão funcional dos agentes e dos extensionistas, com base no desempenho em relação à abordagem de Ater definida neste programa;

● um processo de capacitação visando a habilitar, atualizar e reciclar conhecimentos dos extensionistas e agentes, possibilitando-lhes atuar de acordo com a abordagem de Ater especificada neste programa.

d) Modelo operativo – Quanto à forma de atuação, propõe-se que as organizações de

Ater privilegiem:

● a atuação em rede com outras organizações de Ater e de agricultores familiares;

● o critério da complementaridade às organizações de Ater em relação aos programas, capacidades e áreas de atendimento;

● a integração com conselhos (municipais, territoriais e estaduais) de agricultura familiar ou de desenvolvimento sustentável, como fóruns ativos e co-responsáveis pela gestão;

● a elaboração, implementação e gestão do Programa de Ater de forma integrada ao Programa Estadual e Nacional de Ater e aos conselhos ─ municipais, territoriais e estaduais ─ de desenvolvimento sustentável e ou de agricultura familiar.

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1.2. Fundamento programático

As entidades prestadoras de serviços de Ater devem promover em sua linha programática os temas e conteúdos que atendam às diretrizes do Pronater, estimulando e apoiando processos de transição do modelo agroquímico para estilos de agricultura de base ecológica sustentáveis e a articulação da pesquisa-extensão-ensino-agricultores.

Na execução dos serviços de Ater devem ser estabelecidos mecanismos que promovam a redução das desigualdades sociais e econômicas e a valorização da cidadania; a geração de oportunidades e condições de trabalho;bem como o incentivo à organização e à participação das comunidades rurais. São também recomendados, como temas transversais, a incorporação das dimensões de gênero, geração, raça e etnia, e o respeito às características culturais, sociais, econômicas e ambientais regionais.

Na perspectiva da organização da ação para o desenvolvimento rural sustentável, as entidades prestadoras de serviços de Ater devem trabalhar a favor da valorização do papel ativo dos beneficiários na gestão compartilhada, estabelecendo interações efetivas e permanentes com as comunidades rurais.

As organizações prestadoras de serviços de Ater, além de promover parcerias para o trabalho em rede, devem apoiar, articular e fortalecer as diversas redes sociais existentes, estabelecendo um conceito de rede com contornos mais precisos, enfatizando sua natureza eminentemente democrática, aberta e emancipatória.

1.3. Fundamento metodológico

a) Métodos e estratégia metodológica:

Os métodos de extensão rural, individuais, grupais e massivos, devem ser desenvolvidos de forma a:

 possibilitar que os beneficiários se manifestem em relação aos objetivos da ação extensionista, conteúdos (técnicos, organizativos, culturais, dentre outros), a estratégia metodológica e ao processo de avaliação da ação de Ater e dos resultados alcançados;

 promover uma relação de participação e gestão coletiva, pautada na co-responsabilidade entre todos os agentes do processo, visando o acesso aos serviços de Ater e o controle social na utilização dos recursos financeiros;

 desenvolver as habilidades e capacidades dos beneficiários para atuarem com autonomia no processo produtivo, nas diversas formas de organização social e política, e para tratarem seus interesses nos diversos níveis institucionais, de acordo com as suas necessidades e especificidades;

 instrumentalizar a ação da extensão a partir de diagnósticos e definição de prioridades com a participação dos beneficiários;

(17)

 possibilitar aos beneficiários assumir a gestão dos processos organizativos e tecnológicos, determinando sua orientação e adequando-os às suas necessidades;  incorporar, em sua forma de ação e intervenção, uma abordagem holística e um

enfoque sistêmico, articulando o local, a comunidade e/ou território às estratégias que levem a enfoques de desenvolvimento rural sustentável e, também, à transição a estilos sustentáveis de produção;

 promover a equidade em gênero, geração, raça e etnia nas ações de formação e capacitação.

1.4. Fundamentos para o perfil e o papel dos extensionistas e agentes

Para a implementação da Pnater em consonância com este programa, o extensionista e os agentes de Ater devem apresentar as características que seguem.

a) Perfil do extensionista e do agente de Ater: ● habilidades para planejamento participativo;

● visão holística e sistêmica;

● capacidade de análise e síntese;

● capacidade de liderança, respeitando as formas individuais e coletivas;

● conhecimento sobre desenvolvimento sustentável e instrumentos de fortalecimento da agricultura familiar;

● sensibilidade ao trabalho com os agricultores familiares, às suas necessidades e aspirações;

● conhecimento e sensibilidade às questões de etnia, gênero, raça e geração, como elementos fundamentais para a promoção da igualdade;

● valorização do conhecimento dos agricultores, com perfil aberto a mudanças relativas a conceitos, tecnologias e percepção da realidade, a partir da ação em conjunto.

b) Papel do extensionista e do agente de Ater:

● atuar primordialmente como facilitadores para os beneficiários terem acesso ao conhecimento e/ou recursos disponíveis, e para que participem como cidadãos nas instâncias organizativas e de poder presentes na sociedade;

● colocar seus conhecimentos à disposição dos beneficiários e buscar a adaptação de conhecimentos e tecnologias às especificidades locais e das unidades produtivas;

● articular as diversas fontes de conhecimento (pesquisa, ensino formal e informal e dos agricultores), com o objetivo de facilitar o seu acesso aos agricultores familiares;

(18)

● promover o intercâmbio entre as organizações de Ater e dos agricultores familiares, buscando a complementaridade, uso das potencialidades destes e a atuação em rede.

1.5. Fundamentos para a formação e a capacitação

a) Formação para a transição - As prestadoras de serviços de Ater devem:

● capacitar seus extensionistas e agentes para atuarem de acordo com os conceitos básicos da Pnater;

● orientar seus extensionistas e agentes para priorizarem a atuação junto ao público beneficiário,ou seja, os agricultores familiares;

● desenvolver programas de formação integrando organizações governamentais e não governamentais, permitindo o acesso aos conhecimentos acumulados de Ater;

● referenciar seus processos de capacitação nas experiências que incorporam as orientações da Pnater;

● desenvolver ações de capacitação de extensionistas e agentes em métodos e processos participativos, na animação e facilitação das dinâmicas organizativas dos agricultores familiares (associações, sindicatos, cooperativas, conselhos, câmaras técnicas, grupos de gestão, dentre outras).

b) Capacitação de agricultor familiar - As prestadoras de serviços de Ater devem:

● desenvolver ações de capacitação de agricultores familiares, com estímulo à construção de um processo educativo que propicie o desenvolvimento humano e a participação cidadã dos atores sociais na transformação da realidade produtiva, ambiental, social e política, por meio de ações integradas de capacitação desenvolvidas com o público beneficiário;

● aperfeiçoar os processos educativos, respeitando a pluralidade, a diversidade cultural do país e os diferentes níveis de amadurecimento dos conjuntos de beneficiários, como instrumento decisivo na promoção do desenvolvimento local sustentável;

● estimular processos de capacitação em metodologias participativas de diagnóstico das realidades locais, fornecendo elementos que auxiliem no processo de elaboração e execução de programas e projetos participativos em desenvolvimento rural sustentável.

(19)

ANEXO II

ORIENTAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DOS PROGRAMAS ESTADUAIS DE ATER a) Título do Programa Estadual de Ater - Neste item deve ficar clara a definição de

trabalho com agricultura familiar e o estado onde vai ser realizado.

b) Antecedentes e justificativa - Neste item devem ser feitas considerações sobre a

situação dos agricultores familiares, quais os grupos de agricultores focados pelo programa e onde estão localizados; sobre a situação de Ater no estado, inclusive cotejando o que é demandado pelos agricultores e o que é ofertado pelas instituições. Seria recomendável ter as informações, por município, sobre entidades que atuam no setor, número de técnicos de Ater, número de unidades familiares de produção, número de unidades familiares de produção assistidas. Deve-se enfocar claramente qual o problema que se deseja resolver, suas causas, repercussões na sociedade; sua importância e situação atual. Devem ser consideradas, ainda, as possibilidades institucionais e financeiras, necessárias e viáveis, para solucionar o problema.

c) Diretrizes do Programa Estadual de Ater - As diretrizes deverão indicar as

definições de prioridade estabelecidas, compatíveis com a Política Nacional de Ater.

d) Objetivos - Neste item devem ser precisados os objetivos do programa, os quais, por

sua vez, orientarão os objetivos específicos.

e) Metas - Objetivos quantificados, no tempo definido. As metas, à semelhança dos

objetivos, devem estabelecer o número de beneficiários por categoria (públicos beneficiários do Pronater), a serem assistidos em 2005, com detalhamento por município e entidade.

f) Estratégias para a implementação do programa – A estratégia de implementação

do programa deve necessariamente passar pela gestão social do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável.

g) Produtos que o programa deseja alcançar - Resultados ou serviços específicos que

se espera obter, a partir da utilização de determinados insumos. É certo que determinados produtos podem funcionar como insumos para o alcance de outros produtos.

h) Infra-estrutura - Bens, recursos, serviços, mão-de-obra e tecnologias utilizados para a

realização de determinada atividade, com o que se espera obter determinados produtos e alcançar determinados objetivos.

i) Impactos desejados - Resultados dos efeitos do programa sobre determinada

realidade (individual, familiar, comunitário). Os impactos estão subordinados, sempre, aos objetivos específicos e, em geral, não acontecem ao término do programa per se.

j) Monitoramento e avaliação - Neste item seria interessante focar a estrutura mínima

necessária para realizar o monitoramento, colocando possibilidades de participação de representantes dos coletivos dos agricultores, considerando que na avaliação dos serviços o protagonismo dos agricultores é indispensável.

k) Recursos financeiros - Elaborar o cronograma de execução dos recursos e a

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