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C Â M A R A M U N I C I P A L D A F I G U E I R A D A F O Z

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C Â M A R A M U N I C I P A L D A F I G U E I R A D A F O Z

“Nos termos do art.º 91.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com nova redação que lhe foi dada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, as atas são publicitadas na íntegra, mediante edital afixado durante 5 dos 10 dias subsequentes à sua aprovação, tendo em vista garantir a publicidade necessária à eficácia externa das decisões”.

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CÂMARA MUNICIPAL

Ata n.º 20 da Reunião Extraordinária de 01-08-2012

LOCAL - Sala das Sessões dos Paços do Município --- DATA - 01-08-2012 --- A reunião iniciou-se com a presença de: --- PRESIDENTE - João Albino Rainho Ataíde das Neves

VEREADORES - Carlos Ângelo Ferreira Monteiro - Ana Lúcia São Marcos Coelho Cardoso - Daniel Martins dos Santos

- Luís Miguel Pereira de Almeida

- Maria Isabel Maranha Nunes Tiago Cardoso - João Armando Pereira Gonçalves

- Ilda Manuela D’Oliveira Duarte Gomes Simões

ABERTURA DA REUNIÃO – Dez horas e cinquenta e três minutos, deu-se início à reunião, sendo a mesma secretariada pela Assistente Técnica, Filomena de Fátima Baeta Simões Aníbal Correia.--- --- O Presidente deu início à reunião com o período da ordem do dia, em cumprimento do artigo 87.º, da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro e pelas Declarações de Retificação n.º 4/2002, de 6 de fevereiro e n.º 9/2002, de 5 de março, publicadas na I Série do Diário da República. ---

ORDEM DO DIA

2 - EQUIPA DE PLANEAMENTO ESTRATÉGICO E DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

2.1 - REVISÃO DO PLANO DE ORDENAMENTO DA ORLA COSTEIRA (POOC) OVAR – MARINHA GRANDE – PONTO DA SITUAÇÃO

Pelos Vereadores do Partido Social Democrata foi solicitada a marcação de uma reunião de câmara, através do requerimento apresentado em 17 de julho de 2012, que a seguir se transcreve: --- “O Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Ovar – Marinha Grande, onde se inclui a Figueira da Foz, foi aprovado pela resolução do Conselho de Ministros 142/2000. --- Em 2009, por despacho do Secretário de Estado do Ordenamento do Território (SEOT) é determinada a sua revisão. Neste despacho o SEOT determina que a revisão deve estar concluída no prazo de 18 meses, contados a partir da data da adjudicação dos trabalhos técnicos. --- Ora, considerando que a adjudicação se realizou em fevereiro de 2011, e não se

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conhecendo nenhuma alteração ao despacho 22400/2009, o prazo para a conclusão dos trabalhos termina no final de setembro. --- Notícias recentes, dão-nos conta que: --- “No âmbito das tarefas da Fase 2 da Revisão do POOC OMG, com o objetivo de apresentar e discutir os cenários de defesa costeira que irão suportar a definição do modelo de ordenamento e o modelo de intervenção do Plano, a Equipa CEDRU/UA realizou, nos dias 5 e 6 de Julho, 3 Reuniões Técnicas de Trabalho, nas quais estiveram presentes diversas entidades da administração local e central e do sector privado”. --- Considerando que não tem sido dada a conhecer nenhuma informação precisa sobre a revisão do POOC e porque se aproxima o prazo para os trabalhos estarem concluídos, os Vereadores eleitos pelo PPD/Partido Social Democrata vêm requerer à luz da legislação em vigor e do regimento da Câmara Municipal, a marcação de uma reunião de câmara extraordinária para que a equipe de Planeamento Estratégico e Ordenamento do Território do município, possa dar-nos conta do “Estado da Arte” da revisão do POOC, com especial incidência nas soluções que afectam o litoral do concelho. --- Solicitamos ainda que seja convidado a estar presente na referida reunião o coordenador executivo da equipe técnica da Universidade de Aveiro que elabora a revisão do plano. --- Aproveitando o facto de se realizar uma reunião para a discussão do instrumento que regulará o litoral do concelho da Figueira, entendemos ser a altura ideal para que a Câmara possa ouvir de viva voz a reflexão que tem sido feita por um grupo de cidadãos figueirenses (encabeçados pelo Arq. Miguel Figueira), que pode constituir um contributo interessante para os trabalhos referidos e para a posição da Câmara Municipal sobre o resultado dos mesmos. Solicitamos pois igualmente que seja efetuado o convite ao Arq. Miguel Figueira para apresentar o projeto no decurso da reunião referida.” --- Consta do processo uma informação da Equipa de Planeamento Estratégico e Ordenamento do Território, n.º 8202/2012, datada de 12 de julho, que a seguir se transcreve: --- “Revisão do POOC Ovar-Marinha Grande – notas sobre reuniões técnicas de trabalho efetuadas para apresentação do documento sobre os cenários de protecção e desenvolvimento; considerações sobre o documento: --- 1. Nos dias 5 e 6 de Julho realizaram-se em Ovar, Mira e Leiria três reuniões

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técnicas de trabalho com as entidades que integram a Comissão de Acompanhamento do processo de revisão do POOC Ovar–Marinha Grande. --- Estas reuniões foram realizadas no âmbito da Fase 2 do processo de revisão com o objectivo de apresentar e discutir os cenários de desenvolvimento que suportem a definição do modelo de ordenamento e do modelo de intervenção do Plano a definir na terceira e última fase. --- As reuniões técnicas incidiram sobre três troços distintos da área de intervenção do plano: --- - troço 1 – de Esmoriz a São Jacinto – reunião em Ovar no dia 5; --- - troço 2 – desde a Praia da Barra à Figueira da Foz – reunião em Mira no dia 5; - troço 3 – da Cova-Gala a São Pedro de Moel – reunião em Leiria no dia 6. --- Em representação da Câmara Municipal esteve presente o Sr. Vereador Dr. Carlos Monteiro em Mira, tendo sido eu o representante na reunião de Leiria. --- Os documentos de suporte às reuniões de trabalho estão disponíveis na pasta cmffsrv03 da rede informática da Câmara Municipal, em users/EPEOT/POOC_revisão/ Documentos/Docs apoio reuniões5_6jul2012 FASE 2. --- 2. Os documentos apresentados e discutidos procuram enfatizar a importância da cenarização para a definição de uma proposta de plano, nomeadamente de um modelo de ordenamento e de intervenção do POOC que considere os problemas e os desafios actuais e futuros deste território. --- O exercício de cenarização tem como objectivos específicos: --- - prospectivar as principais ameaças que poderão afectar a área de intervenção a curto e longo prazo; --- - gerar as opções estratégicas ajustadas aos problemas com que o POOC se irá confrontar até 2022, aos quais o modelo de intervenção deverá responder; --- - enquadrar a adopção de soluções de ordenamento de longo prazo (50 anos) que visem uma gestão sustentável da orla costeira, minimizando eventuais custos ambientais, económicos, sociais e financeiros futuros; --- - permitir o estabelecimento de respostas de defesa costeira de antecipação aos problemas emergentes, seja através da minimização dos impactos, como da adaptação aos novos fenómenos; --- - balizar a variabilidade dos problemas a que o POOC OMG deverá responder, por forma a definir mecanismos de flexibilidade/adaptabilidade que garantam capacidade e eficácia de resposta. --- O modelo de cenarixação foi desenhado para que o POOC responda adequadamente à

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principal ameaça que incide sobre este território – a erosão costeira. --- Para tal são construídos três cenários de resposta de defesa costeira com graus de envolvimento, intervenção e investimento distintos. --- O cenário 1, identificado como Cenário Reactivo de Emergência, assume como princípios: --- - que no horizonte de 10 anos as condições de investimento público estarão seriamente condicionadas em resultado da abrupta consolidação orçamental; --- - que poderão não existir condições para assegurar a manutenção regular das estruturas de defesa costeira existentes, nem para fazer o recarregamento de sedimentos em praias; --- - que apenas serão realizadas intervenções de emergência quando estiverem em causa danos com grande gravidade para pessoas e bens. --- Neste caso, aceita-se a contínua diminuição da dimensão das praias ao longo da frente marítima, e perspectiva-se o aumento da frequência de ocorrência de galgamentos e inundações. Neste cenário são previstas áreas tampão em alguns locais, através de um planeamento adequado e de uma relocalização planeada de pessoas e bens, para prevenir e mitigar os prejuízos que resultarem de galgamentos e inundações. --- O cenário 2, designado como Cenário Voluntarista de Manutenção, tem como princípios-base: --- - que existirá uma posição voluntarista da administração, para assegurar que o volume de investimento até 2012 suplante os montantes afectados à defesa costeira, no período 2000-2010; --- - que a protecção da orla costeira será uma prioridade nacional e o objectivo temático da política regional europeia “Gestão e Prevenção de Riscos e Adaptação às Alterações Climáticas”, terá um volume importante de fundos comunitários no período 2014-2020, em Portugal; --- - que a protecção da orla costeira será a prioridade quase exclusiva do Programa de Execução do POOC; --- - que se realizarão as intervenções conducentes a assegurar a manutenção do território, ou seja a manutenção da actual linha de costa, através da manutenção, renovação e criação de obras de defesa. --- Este cenário pressupõe a manutenção do sistema de estruturas de defesa existente, com o respectivo reforço ou adaptação, através da alteração de algumas das suas características. Contempla ainda o reforço do cordão dunar,

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quando possível, de forma a preservar as defesas naturais existentes. Tem ainda como objectivo a defesa do património construído, através da redução da frequência de galgamentos e inundações, limitando eventuais danos nas infraestruturas e bens. --- Por outro lado, este cenário continua a aceitar a diminuição da dimensão das praias ao longo da frente marítima e apresenta como desvantagem a eventual perda do valor estético e recreativo da orla costeira, por exemplo, resultante do aumento da cota de coroamento das obras longitudinais aderentes. --- Considera ainda a aplicação das tradicionais soluções de defesa, na possibilidade de prolongamento das obras de defesa aderente já existentes, ou no remate e defesa do enraizamento de esporões. --- No cenário 3, identificado como Cenário Voluntarista de Antecipação, para além do investimento a realizar ser extremamente elevado, trata-se de uma resposta que pretende antecipar a resolução de problemas que não são considerados prioritários. Este cenário tem como princípios: --- - que a protecção da orla costeira será uma prioridade nacional e o objectivo temático da política regional europeia “Gestão e Prevenção de Riscos e Adaptação às Alterações Climáticas”, terá um volume importante de fundos comunitários no período 2014-2020, em Portugal; --- - que a protecção da orla costeira será a prioridade exclusiva do novo programa de execução; --- - que as finanças públicas terão condições de resposta que sustentem uma abordagem de grande voluntarismo; --- - que será possível concretizar a criação de novas estruturas de defesa nos locais com situação mais gravosa e o desenvolvimento de zonas piloto, em áreas críticas, onde se possam testar soluções inovadoras; --- - que existe uma grande vantagem económica, em termos da atractividade turística, que justificam a colocação de sedimentos em praias, de forma a que possam ter funções balneares. --- Esta terceira resposta corresponde a uma solução mista, em que a alimentação artificial de praias é conjugada com o sistema de estruturas de defesa costeira

existentes, incluindo a eventual alteração das características destas

estruturas, de forma à optimização da solução final. --- Em alternativa, o cenário 3 também contempla a proposta de novas soluções de defesa costeira, com tipologias eventualmente diferentes das actualmente

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adoptadas, visando a diminuição do respectivo custo de manutenção, e um aumento da eficácia do desempenho. Neste caso consideram-se como novas soluções, a construção de quebramares destacados submersos ou o recurso a geossintéticos. --- 3. Das reuniões efectuadas resultou que as entidades podem efetuar comentários escritos que deverão ser enviados até ao dia 13 de Julho. --- Nesse sentido, submetem-se à consideração superior algumas notas que, depois de validadas, serão colocadas no portal do processo de revisão do POOC Ovar-Marinha Grande como contributo da Câmara Municipal da Figueira da Foz: --- - de acordo com os autores do documento, os exercícios de cenarização assumem grande utilidade no âmbito do processo de ordenamento e desenvolvimento do território, na medida em que permitem antecipar os principais fenómenos a que os planos deverão responder e, dessa forma, apoiar a definição de opções estratégicas, e têm grande importância para a concretização de uma gestão sustentável do território. --- Nesta perspectiva, o exercício de cenarização efectuado é algo redutor porque se um dos cenários propostos (cenário 1) se restringe à realização de intervenções de resposta a situações de emergência – Quais? Onde? Como? – não configurando sequer uma verdadeira política de planeamento, outro dos cenários (cenário 3) é inclusivamente considerado como inalcançável, nomeadamente pelo volume de investimento que as intervenções projectadas exigem. Donde, todo este exercício de cenarização/fundamentação para uma estratégia de ordenamento fica claramente reduzido a um cenário (cenário 2) que, ele mesmo, se encontra no limite da exequibilidade de acordo com os próprios autores (27,5 milhões de euros de investimento global projectado no troço 2, sendo que no período 2000-2011 foram investidos 19,2 milhões de euros; 8,9 milhões de euros de investimento global estimado no troço 3, sendo que no período 2000-2011 foi investido 1,1 milhão de euros); --- - ainda no que aos cenários apresentados diz respeito, e mesmo sendo assumido que o cenário 3 não é realizável, nele se projecta a construção de quebramares destacados submersos ao largo de Buarcos/Tamargueira, da Cova-Gala, da Costa de Lavos e da Leirosa. A construção de tais obras deverá ser cuidadosamente avaliada e rigorosamente fundamentada devido aos impactes que implicará, quer ao nível da biodiversidade da área, quer da sustentabilidade das actividades que aí se desenvolvem, nomeadamente a pesca desportiva, a arte xávega na zona sul e a prática do surf. Esta actividade que nos últimos anos tem confirmado uma prática

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crescente na Figueira da Foz, acrescentando mais-valias ao desenvolvimento do sector do turismo e contribuindo para minorar a sua componente de sazonalidade, justificou já uma candidatura apoiada pela Câmara Municipal para classificação da enseada de Buarcos como “Baia de Buarcos-Cabo Mondego/Reserva Mundial de Surf”, no âmbito do projecto “Wolrd Surfing Reserves”, promovido pela associação norte-americana “Save the Waves Coalition”; --- - por outro lado, e no contexto da formalização dos vários cenários, deverão necessariamente ser enquadradas as questões recorrentes do recente prolongamento do molhe norte e cujos efeitos advenientes sobre as praias a norte e sul da barra do rio Mondego ainda não são mensuráveis na totalidade. Estas questões obrigarão a equacionar e analisar toda a multiplicidade de soluções que permitam minimizar a erosão costeira, enquanto principal ameaça no território, sobre a área adjacente. Numa eventual necessidade de carregamento de areia das praias a sul da barra, por exemplo com recurso a areias acumuladas em excesso a norte, poderá ser também analisada em detalhe uma solução que tenha por base a utilização dos meios habituais de recarga ou até por via da construção de um by pass de transporte de areias entre a praia da Figueira da Foz e a praia do Cabedelo; --- - importa ainda salientar que alguns dados apresentados são manifestamente irreais por serem contraditórios com ocorrências recentes verificadas no terreno. Isto é, estima-se para o horizonte do plano (10 anos) a ocorrência de 1 galgamento em Buarcos/Figueira da Foz (pg. 43 do relatório respeitante ao troço 2) e zero galgamentos para a Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa (pg. 36 do relatório respeitante ao troço 3), o que poderá induzir em erros/omissões na fase subsequente do plano de definição de intervenções específicas para as referidas praias.” --- Consta, ainda, do processo um parecer que foi colocado na Plataforma de Acompanhamento do POOC, datado de 12 de Julho de 2012, que a seguir se transcreve: --- “POOC de OVAR-MARINHA GRANDE – REVISÃO - FASE 2 - CENÁRIOS DE DEFESA COSTEIRA --- Na sequência das reuniões realizadas em 5 e 6 de Julho e da análise efectuada aos documentos nelas apresentados e enviados a esta Câmara Municipal, apontam-se de seguida algumas considerações para os devidos efeitos: --- 1. de acordo com os autores do documento, os exercícios de cenarização assumem grande utilidade no âmbito do processo de ordenamento e desenvolvimento do

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território, na medida em que permitem antecipar os principais fenómenos a que os planos deverão responder e, dessa forma, apoiar a definição de opções estratégicas, e têm grande importância para a concretização de uma gestão sustentável do território. --- Nesta perspectiva, o exercício de cenarização efectuado é algo redutor porque se um dos cenários propostos (cenário 1) se restringe à realização de intervenções de resposta a situações de emergência – Quais? Onde? Como? – não configurando por isso uma verdadeira política de planeamento prospectivo, outro dos cenários (cenário 3) é inclusivamente considerado como inalcançável, nomeadamente pelo volume de investimento que as intervenções projectadas exigem. Donde, todo este exercício de cenarização/fundamentação para uma estratégia de ordenamento fica claramente reduzido a um cenário (cenário 2) que, ele mesmo, se encontra no limite da exequibilidade de acordo com os próprios autores (27,5 milhões de euros de investimento global projectado no troço 2, sendo que no período 2000-2011 foram investidos 19,2 milhões de euros; 8,9 milhões de euros de investimento global estimado no troço 3, sendo que no período 2000-2011 foi investido 1,1 milhão de euros); --- 2. ainda no que aos cenários apresentados diz respeito, e mesmo sendo assumido que o cenário 3 não é realizável, nele se projecta a construção de quebramares destacados submersos ao largo de Buarcos/Tamargueira, da Cova-Gala, da Costa de Lavos e da Leirosa. A construção de tais obras deverá ser cuidadosamente avaliada e rigorosamente fundamentada devido aos impactes que implicará, quer ao nível da biodiversidade da área, quer da sustentabilidade das actividades que aí se desenvolvem, nomeadamente a pesca desportiva, a arte de xávega na zona sul e a prática do surf. Esta actividade que nos últimos anos tem confirmado uma

prática crescente na Figueira da Foz, acrescentando mais-valias ao

desenvolvimento do sector do turismo e contribuindo para minorar a sua componente de sazonalidade, justificou já uma candidatura apoiada pela Câmara Municipal para classificação da enseada de Buarcos como “Baía de Buarcos-Cabo Mondego/Reserva Mundial de Surf”, no âmbito do projecto “Wolrd Surfing Reserves”, promovido pela associação norte-americana “Save the Waves Coalition”; 3. por outro lado, e no contexto da formalização dos vários cenários, deverão necessariamente ser enquadradas as questões recorrentes do recente prolongamento do molhe norte e cujos efeitos advenientes sobre as praias a norte e sul da barra do rio Mondego ainda não são mensuráveis na totalidade. Estas questões

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obrigarão a equacionar e analisar toda a multiplicidade de soluções que permitam minimizar a erosão costeira, enquanto principal ameaça no território, sobre a área adjacente. Numa eventual necessidade de carregamento de areia das praias a sul da barra, por exemplo com recurso a areias acumuladas em excesso a norte, poderá ser também analisada em detalhe uma solução que tenha por base a utilização dos meios habituais de recarga ou até por via da construção de um by pass de transporte de areias entre a praia da Figueira da Foz e a praia do Cabedelo, solução esta já aplicada noutros locais e defendida para a Figueira da Foz por um conjunto de agentes que poderá ser de todo o interesse auscultar; ---- 4. importa ainda salientar que alguns dados apresentados são manifestamente irreais por serem contraditórios com ocorrências recentes verificadas no terreno. Isto é, estima-se para o horizonte do plano (10 anos) a ocorrência de 1 galgamento em Buarcos/Figueira da Foz (pg. 43 do relatório respeitante ao troço 2) e zero galgamentos para a Cova-Gala, Costa de Lavos e Leirosa (pg. 36 do relatório respeitante ao troço 3), o que poderá induzir em erros/omissões na fase subsequente do plano de definição de intervenções específicas para as referidas praias.” --- O Presidente iniciou a sua intervenção dizendo que foram convidados para esta reunião, solicitada pelos Vereadores do Partido Social Democrata, os técnicos da CEDRU (Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda.), que irão ouvir de seguida. --- Referiu, ainda, que a determinação da revisão do POOC data de um despacho de 09 de outubro de 2009, que a adjudicação dos trabalhos ao CEDRU foi feita em setembro de 2011 e que têm dezoito meses para a conclusão do trabalho. Explicou que houve várias reuniões, uma preliminar em 07 e 08 de novembro de 2011, na qual foi feito um levantamento das questões que, entre 2007 e 2012, suscitaram a intervenção do INAG, agora Agência Portuguesa do Ambiente, a fim de contemplar todo o conjunto de soluções, nomeadamente, com os pontos de apoio, a gestão das praias e, fundamentalmente, a erosão costeira. Em 22 de fevereiro, na Figueira da Foz, foi apresentado um relatório de caracterização e diagnóstico prospetivo. Nos dias 05 e 06 de julho do corrente ano, foi feita uma terceira reunião, que teve como objetivo a apreciação de cenários para o desenvolvimento de suporte ao modelo do ordenamento e de intervenção. Foram apresentados os considerandos, através de uma proposta da equipa técnica, pelos quais, grosso modo, defendem que se deverão tomar em consideração todas as soluções possíveis, preservando a

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questão da biodiversidade, do Surf e levantando algumas reservas sobre um terceiro cenário, que é quase meramente hipotético, dado o investimento financeiro que o mesmo envolve e a situação que a Câmara atravessa neste momento. Foram suscitadas algumas reservas que acabaram por ser minimizadas. Referiu, ainda, algumas preocupações, concretamente com a baia de Buarcos, a proteção da Costa de Lavos e da praia da Leirosa e toda a orla costeira. Também expressou a possibilidade de se equacionar a aplicação de um by pass de areias entre o molhe norte e o molhe sul, solução que enviou em parecer à CEDRU para que pudesse ser equacionada. --- Para além das soluções agora apresentadas, referiu que iriam ouvir os representantes da CEDRU e deu a palavra aos mesmos. --- O Diretor da CEDRU – Sérgio Barroso, agradeceu o convite que lhes foi endereçado. Referiu que há um ponto de partida na forma de eles trabalharem. Contou que há uns anos atrás, aquando da Polis Litoral da Ria Formosa (Plano de Pormenor da Praia de Faro (Requalificação e Valorização da Orla Costeira) e da elaboração do último POOC (Vila Moura - Vila Real de Santo António), foram tomadas várias posições sem nunca se falar com as pessoas, que, pessoalmente, é uma situação que o perturba bastante, porque do seu ponto de vista tem de haver uma perspetiva de proximidade ao território. Acrescentou que a CEDRU tem tido uma preocupação em termos metodológicos de fazer um trabalho participado e não apenas meramente formal, em que uma comissão de acompanhamento se pronuncia nos termos da lei, ou em que num processo existe apenas uma discussão final, em que as opções estão fechadas e definidas. Esta preocupação vai no sentido de se evoluir na prática do ordenamento e do planeamento em Portugal, com uma perspetiva de co-construção, fundamental para as boas opções e para soluções sustentáveis em termos de ordenamento do território. Daí que, ao longo das fases da elaboração dos trabalhos, surja a preocupação de ter uma grande interação com as entidades relevantes neste domínio, entidades públicas da administração central desconcentrada, e as autarquias locais, que são legitimamente os representantes dos municípios e outros tipos de organizações, nomeadamente, os concessionários de praia, que têm interesses específicos e concretos, bem como associações de surfistas, entre outras. Referiu, no entanto, que só podem articular com a sociedade civil desde que a mesma se organize, que hoje em dia se encontra fragmentada. Ou seja, uma parte participa através das redes sociais, mas de uma forma não organizada. ---

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Relativamente ao POOC, referiu que os trabalhos começaram no final de maio do ano transato, com uma primeira comissão de acompanhamento, altura em que arrancou a elaboração do plano. Primeiramente, com a elaboração de um documento da avaliação do POOC 2000-2010. Um POOC que tinha sido bastante criticado por alguns autarcas, em resultado, não tanto da disciplina de proteção que o mesmo previa mas, fundamentalmente, em resultado da sua incapacidade de resposta de defesa costeira à dinâmica erosiva. Este troço de costa, com 140 quilómetros de extensão, é o troço de costa mais ameaçado a nível nacional e referenciado como um dos mais ameaçados a nível europeu. Significa que têm uma situação muito específica e particular e que quando falam em outras soluções de defesa costeira, que já se aplicaram noutros locais do mundo, são contextos de dinâmica costeira muito distintos dos que existem nesta zona. O plano cumpriu dez anos. Nos últimos anos houve uma grande evolução ao nível nacional, na preocupação com a defesa costeira, que está presente nos dois planos de ação que foram feitos para o litoral. O que levou a uma certa reflexão, no sentido de que os POOC tinham todo o tipo de intervenções e não questões que eram críticas e fundamentais, que é, por exemplo, a questão da salvaguarda do território. Resumindo, o primeiro exercício feito foi o de avaliação do POOCD anterior. --- Posteriormente e até ao final do ano, produziu-se um relatório relativamente extenso de caracterização e diagnóstico deste território. Numa fase intermédia, durante dois dias e na Universidade de Aveiro, fizeram três reuniões técnicas, para as quais convidaram diversas instituições, sendo que algumas delas não fazem parte da comissão de acompanhamento do plano, como por exemplo, uma associação de surfistas da Figueira da Foz, empresas do setor energético que estão vocacionadas para o desenvolvimento da economia do mar. Entretanto, foi feito o Plano de Ordenamento do Espaço Marítimo, que, no fundo, é um plano sectorial e que estabelece um zonamento e identifica aptidões para o espaço marítimo. Compete depois a estes planos, definir e precisar esse ordenamento, identificando e ordenando as várias atividades presentes, o que é um desafio com que este POOC se confronta. Tiveram depois uma segunda comissão de acompanhamento para se pronunciar. Na Câmara Municipal da Figueira da Foz, fez a apresentação dos cinco volumes de caracterização e diagnóstico da situação de referência. Assim, a equipa partiu para uma 2.ª fase, nomeada por proposta de plano, onde se apresentam as linhas orientadoras gerais, em termos de ordenamento de território, sendo que, ao nível das praias, se prevê já uma

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reavaliação dos equipamentos existentes, quais as necessidades e as

incompatibilidades. Considera que é fundamental, nesta fase, decidir o que se vai fazer e colocar várias hipóteses de abordagem. Não estando previsto qualquer documento intermédio, disse que entenderam ser fundamental, para que houvesse uma participação informada. Também acha que esta discussão não faz sentido para 140 quilómetros de costa, mas para troços concretos e mais reduzidos, para que se possa ter uma reflexão mais focada. Assim, este troço de 140 quilómetros foi dividido em três segmentos principais e delimitados pelos principais acidentes geográficos que marcam este território: a barra do Vouga e a barra do Mondego. Foram feitas três reuniões técnicas: uma em Ovar, outra em Mira e a última em Leiria, onde se discutiu este exercício de cenarização. Referiu, ainda, que estão perante um plano especial de ordenamento do território, que tem claramente o objetivo de definir o regime de proteção e é um instrumento, fundamentalmente, de proteção ambiental. Ou seja, a primeira questão é a proteção deste território, cuja principal e grande ameaça é a erosão costeira. Tentaram demonstrar o que é a perda de território se não se fizer nada, isto é, se não houver nenhuma atuação humana com obras de defesa costeira. A segunda questão é que a dinâmica costeira é correlativa de cenários ambientais. Para tal tem de se saber qual é a evolução tendencial em termos ambientais, achando que o plano de ordenamento deve trabalhar a duas escalas. Porque uma coisa são os próximos dez anos, para os quais este plano pode ter um conjunto de intervenções de defesa costeira que permitam responder ao imediato. Mas o responder a cinquenta anos, não é com as obras, mas com o salvaguardar de que as zonas de risco não vão ter uma densidade de ocupação maior do que tem hoje em dia. Até porque a questão tão falada das alterações climáticas não se coloca no horizonte de dez anos, mas no horizonte dos cinquenta anos. Portanto, chegaram à conclusão que as dinâmicas costeiras se vão manter, se bem que mais gravosas. Como daqui a cinquenta anos não se sabe como é que se vai ter esta intensidade de investimento em defesa costeira, referiu que convém salvaguardar, desde já, que não se ocupem as faixas de risco e que não se aumente a densidade de ocupação das faixas de risco. A segunda dimensão, prende-se com a resposta que se pode dar nos próximos dez anos, que assenta, claramente, num modelo de ordenamento adequado, mas também num modelo de intervenção. Ou seja, saber quais são as intervenções de defesa costeira que se pode ter. Referiu, ainda, que uma das constatações que tem vindo a ser feita é que a prática de ordenamento deste território, nos últimos quinze

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anos, tem revelado o seguinte: os planos de ordenamento do território não são propriamente cartas ao Pai Natal, mas parece que o são, porque o seu programa de execução tem tudo e mais alguma coisa. Há várias razões para que isso seja assim, ou seja, os planos de ordenamento do território são usados como uma contrapartida negocial junto das instituições ao nível local, e outras, para garantir que se aprove um regime de ordenamento de território restritivo de urbanização e edificação. Por outro lado, ao nível local olha-se muitas vezes para os programas de execução dos planos como uma carta ao Pai Natal, achando que ao se inscrever determinada obra, mais tarde poder-se-á ir ao Senhor Secretário de Estado fazer pressão. Significa que os planos de execução têm aquilo que se precisa, aquilo que é prioritário e também o que não se precisa e que não é prioritário e ninguém se entende. Depois de findo o primeiro ciclo de planos de ordenamento da orla costeira, o Governo foi aos POOC e isolou aquilo que era prioritário e decidiu, quer pelo Programa Finisterra, quer depois pelo Plano de Ação e Valorização e Proteção do Litoral, o que fazer, porque na elaboração e conceção dos planos não ficou decidido o que na realidade tinha de ser feito. Nesta fase de cenarização, entenderam que era fundamental, que deste programa de execução tem de sair um quadro de intervenções exequível. Vê com algum ceticismo que se consiga mobilizar para a proteção da costa o investimento que supere o cenário ocorrido entre 2000 e 2010. Daí, consideraram três cenários: --- - Para que pudessem ter uma visão mais esclarecida da situação, ou seja, saber quanto é que custava se nada se fizesse, e este é o cenário 1. Mas se não se fizer nada, há sempre que fazer as intervenções de emergência, para salvaguardar pessoas e bens, porque é uma responsabilidade do Estado; --- - O segundo cenário é aquele em que questionam quanto custa fazer a proteção da linha de costa que hoje existe, com os seus problemas, como por exemplo, um défice de sedimentos que é transversal a todo o território e que fragiliza a costa - o fenómeno tendencial evolutivo de dinâmica costeira e de efeito destrutivo. Para proteção da costa tem de existir claramente um conjunto de intervenções, de novas obras e também de manutenção das obras existentes, face à agitação marítima, em que existem troços que necessitam de manutenção de cinco em cinco anos; --- - O cenário três, é um cenário que contempla um outro tipo de intervenções piloto. Por um lado contempla o reforço dos sedimentos em algumas praias, ou

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seja, a recarga artificial de praias, nomeadamente praias do tipo 1, 2 e 3, urbanas, com uma grande intensidade de uso, mas que estão a perder o seu areal, que fragiliza as estruturas de defesa costeira existentes. --- Por outro lado, equaciona-se um conjunto de intervenções que são os quebra-mar destacados submersos, à cota menos 5, com quatro metros de altura, mencionados no relatório técnico, cenário 2, que vão cortar a dinâmica da onda, previstos para os locais mais críticos. Mas, como todas as obras de defesa costeira, têm de ser estudados e testados na sua aplicação em concreto. Neste momento existem duas experiências em Portugal, um na Praia da Aguda, concebido para ser um quebra-mar destacado, mas não foi, porque o problema desta obra é o seu custo e na Aguda não se fez o aterro porque a acumulação de sedimentos foi tal, que passou a ser um esporão. Como esta ação do quebra-mar destacado ainda foi pouco estudada, tem de ser vista como uma ação piloto. Tem fundamentalmente o efeito de reduzir agressividade de dinâmica costeira sobre a orla costeira, fazendo com que a recarga não seja tão regular e o desgaste das defesas aderentes não seja tão grande. No entanto, não dispensa que na linha de costa existam obras de defesa costeira ou que se tenha de repor sedimentos. Falou ainda nos casos da Tamargueira, Ovar e Esmoriz, que são os mais críticos, que têm estruturas de defesa aderente e que são totalmente massacradas, com a verificação de galgamentos anuais. Continuou explicando que quando os cenários estavam prontos é anunciado que o País vai ter um plano de ação para o litoral 2012-2015, que tem um conjunto de intervenções e a equipa nunca foi consultada e só tomaram conhecimento desse Plano quando foi anunciado pelo Senhor Secretário de Estado. Assim, o cenário 2 passou a ter aquilo que achavam que era fundamental para a defesa da costa, mais aquilo que a administração central se tinha já comprometido que ia fazer. Deu o exemplo do quebramar destacado ao lado de São Pedro da Maceda, concelho de Ovar. Na sua opinião, nunca teriam pensado naquele local, mas como já estava assumido tiveram de o incluir. Fizeram várias reuniões de trabalho que considera muito ricas e puderam, a partir da participação dos envolvidos, encontrar uma proposta que estão neste momento a concluir, tendo havido um melhoramento dos cenários. Referiu, ainda, que o cenário 2 é aquele que cumpre os objetivos, sendo que, na sua opinião, o cenário 3 é inalcançável. Explicou que o Plano prevê um conjunto de obras, sendo que na prática terão de se fazer obras de emergência, ou seja, do cenário 1. Por competência da Administração Central e Local irão fazer obras do cenário 2 e depois, por alguma

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falta de informação e de conhecimento na altura da tomada de decisão e também por alguma conveniência, irão ser feitas obras do cenário 3. A equipa pugna pelo cenário 2, que entretanto foi revisto, tendo sido incluída a questão de se transferir para o cenário 2 algumas intervenções de recarga artificial de praias, nomeadamente, as que têm maior utilização turística, por se tratar também de uma defesa costeira. A sul da barra do Mondego, o cenário proposto prevê a recarga dessas praias. Disse que foi dada alguma informação, talvez por ignorância, no sentido de que fazer a recarga artificial das praias é deitar dinheiro ao mar. Não concorda, porque hoje em dia têm um défice de sedimentos na orla costeira e é preciso obras como aquelas que estavam previstas no POOC anterior e que não foram concretizadas, que é o caso dos esporões na parte sul do concelho da Figueira da Foz, para segurar a linha de costa e não permitir que o efeito erosivo aumente. Deixou claro que há um pressuposto de partida, isto é, todo o cenário discutido e todas as efabulações em torno da hipotética afetação da Figueira da Foz não tem de facto qualquer sentido face à metodologia adotada. Frisou que na reunião se falou no projeto de “by pass” da barra da Figueira da Foz, face à acumulação de sedimentos que têm impacte nas praias de zona balnear, que é um projeto, do seu ponto de vista e em teoria, bastante interessante, sendo que não é este o momento para a equipa aprofundar esta análise. No entanto, considera que um dos problemas que existe neste momento é o facto de não existir monitorização desta orla costeira, sendo que este projeto carece de uma análise mais aprofundada. A sociedade civil já fez o seu papel e agora compete à administração, com tutela nesta área, aprofundar se este projeto tem condições para andar e promover o seu estudo e análise. Referiu que a equipa do plano o mais que poderá fazer, é sinalizar que há esta oportunidade de intervenção no sentido de resolver o problema de acumulação de areias a norte da barra e contribuir para a resolução a sul, propondo a solução. Para finalizar, informou que no dia 24 de julho foi publicado o Decreto-Lei n.º 159/2012, que regula a elaboração e a implementação dos planos de ordenamento da orla costeira, e estabelece o regime sancionatório aplicável às infrações praticadas na orla costeira, no que respeita ao acesso, circulação e permanência indevidos em zonas interditas e respetiva sinalização e revoga a legislação que o País tinha relativamente aos POOC e surge a meio de um processo, não deixando, por isso, de criar alguma entropia. Considera que o diploma não foi bem concretizado, mas, manifestamente, o País precisava de uma atualização do seu

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enquadramento legislativo sobre esta matéria. Este novo enquadramento

legislativo cria também um novo enquadramento territorial dos POOC, que deixam de estar confinados aos quinhentos metros de zona terrestre de proteção, podendo, em situações em que exista uma continuidade dos sistemas ecológicos costeiros, alargar-se até aos mil metros. Por outro lado, o plano vem reconfigurar a forma como as áreas portuárias estão contidas, ou não, dentro dos planos, que até aqui estavam completamente fora dos POOC, com a salvaguarda que as áreas portuárias têm os seus próprios instrumentos de ordenamento e os seus planos estratégicos e não compete ao POOC, numa ótica de proteção, intervir sobre estas questões. Há, no entanto, uma questão que lhe parece extremamente importante no caso da Figueira da Foz e que é a das praias que estavam até aqui sob a jurisdição portuária e que agora o POOC irá ter algum tipo de intervenção. A administração do Porto tem mostrado um grande interesse de cooperação com a equipa técnica, no sentido da valorização daquelas praias. Há duas praias, a do Cabedelo e o troço a sul da praia do Cabedelo que vai até ao princípio da praia do Hospital norte, muito procurado pela prática do surf, que o plano irá abordar numa perspetiva de valorização, tanto mais que o surf está considerado um recurso estratégico da Figueira da Foz, pela atratividade internacional que este setor desportivo tem. --- O Presidente agradeceu a descrição feita e disse que já manifestaram alguma preocupação quanto ao cenário 3, sendo que até já tiveram a oportunidade de abordar Gonçalo Cadilhe sobre esta matéria. Referiu que acarinharam a proposta do “by pass” mereceu a consagração do primeiro prémio Movimento Milénio para projeto cidade surf. Apelou que fosse feito o contacto com a equipa que apresenta o “by pass” quanto ao aspeto urbanístico e apreciar a sua evolução com a própria aplicação prática na costa australiana e se for exequível gostavam que fosse equacionado ao nível de cenário. --- O Vereador Miguel de Almeida pediu que a Sra. Arquiteta Maria João Figueiredo se pronunciasse sobre esta matéria e que referisse quaisquer considerações. --- A Sra. Arquiteta Maria João Figueiredo interveio dizendo que se tem mantido a par do processo do POOC Ovar-Marinha Grande mas que não esteve nas reuniões em Mira, nos dias 5 e 6, mas acompanhou a participação do Vereador e do Dr. Vítor Sousa, na reunião de Leiria tendo analisado, previamente, o parecer do mesmo e está plenamente de acordo com o que é dito. Acompanhou também a realização do POOC anterior que depois se substanciou no Decreto que saiu em 2000, sendo que,

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muitas destas questões vêm sido levantadas desde essa altura como cenários. Acha efetivamente que é importante que sejam equacionados todos os cenários, mas também que depois se parta para um programa de ação que seja minimamente realizado e que se venha a concretizar. Mas que não aconteça como no POOC que está em vigor, em que há uma série de ações que podiam ter sido concretizadas e que não foram e vai-se transformando numa bola de neve, e as situações vão acrescendo e a gravidade das situações vai-se aumentando. Resumidamente, na sua opinião pessoal e técnica, os cenários apontados, hipotéticos e pouco realistas, são importantes ao nível destes documentos, mas considera que se tem que partir para outras soluções, sendo que o cenário 2, efetivamente, e na sua perspetiva, será aquele que poderá resolver algumas das situações que se verificam na Figueira da Foz, se o mar, entretanto, não trouxer surpresas. Referiu, ainda, que ao longo destes anos tem-se feito a ocorrência a situações de emergência, e que não funciona, porque os encargos são superiores às situações previstas, daí que a aposta no cenário 2 seja a mais aconselhável, do ponto de vista das questões da erosão. Do ponto de vista das soluções de praia, referiu que ainda não têm propostas de soluções, mas julga que, com o apoio do INAG e da ARH, e uma vez que se fez um concurso de ideias, era importante avançarem antes do POOC estar numa fase final, e pegar nas três propostas vencedoras, para as analisarem com algum detalhe e depois retirar das mesmas algumas soluções que constituíssem os apores da Câmara Municipal para as soluções que a CEDRU irá propor no seu trabalho. Acrescentou, também, que tanto ela, como o Dr. Vítor, já fizeram uma análise detalhada das soluções de praia e acha que há ideias muito interessantes, não utilizando a solução A, B ou C individualmente, mas tirando de cada uma delas ideias que podem ser muito benéficas para o futuro da Figueira da Foz. --- O Vereador João Armando iniciou a sua intervenção começando por cumprimentar o Dr. Sérgio. Referiu que gostaria de deixar duas ou três notas, porque o pedido para esta reunião foi feito no sentido de se esclarecerem e pensa que a intervenção do Dr. Sérgio foi clara. Partilha a mesma ideia, ou seja, mais do que trabalhar sobre suposições, boatos e rumores, é bem melhor ouvir quais são as soluções e os planos. Desse ponto de vista, considera que a exposição foi clara e esclarecedora. Referiu, ainda, que a discussão deste assunto, em reunião de Câmara, tem duas componentes, uma mais política, mais interna e outra mais relacionada com o processo e o documento em si, motivo que os levou a solicitar

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esta reunião. Relativamente aos conteúdos e daquilo que ouviu, parece-lhe que é importante transmitir a mensagem de que os cenários previstos não são de todo incompatíveis com alguma das ideias e dos projetos, nomeadamente do “by pass” que vai fazendo caminho e abre caminho para um diálogo, que do seu ponto de vista, poderá ter resultados interessantes. Pediu para ser reafirmado que o cenário 3 está completamente afastado, uma vez que foi o que lhe pareceu ouvir, nomeadamente, no que concerne aos quebra mar destacados previstos a norte e a sul, para evitar qualquer desinformação que possa existir. Referiu, ainda, que gostaria de saber quais são as intervenções previstas para a Figueira da Foz dentro do cenário 2, que é o mais realista. Relativamente à necessidade de efetuar descargas de sedimentos em algumas zonas, questionou se está decidido como é que essas descargas serão feitas, caso não se adote a solução do “by pass”. Em termos do conteúdo, e relativamente ao facto do Dr. Sérgio ter dito que este plano tinha essencialmente preocupações a nível ambiental e de defesa do litoral. Questionou como é que isso se compatibiliza com as atividades, porque uma coisa é olhar para o território como se não tivesse ocupação humana, outra coisa é ter em consideração as diferentes atividades, como o surf, a pesca, o porto, entre outras, e os interesses a elas inerentes. Do ponto de vista do processo, e porque está claro o que foi feito até agora, questionou o que é que vai acontecer daqui para a frente, nomeadamente, quais os timings de elaboração do resto do Plano e da proposta definitiva e até que ponto o novo Decreto-Lei vai empatar no desenvolvimento, ou seja, se vai fazer com que algum trabalho desenvolvido tenha de ser refeito e quais as consequências. --- A Vereadora Isabel Cardoso interveio agradecendo a exposição clara e apaixonada do Dr. Sérgio Barroso sobre a forma como faz o exercício de planeamento e ordenamento do território. Habituada a trabalhar nestas áreas, considera que o território é muito mais dinâmico que os estudos e os planos e a forma de perspetivar e de o planear. Nesse sentido, inicia-se um processo de revisão de um plano e, muitas vezes, quando ele está a ser fechado, as variáveis que estiveram na sua base já se alteraram. A orla costeira é disso o grande exemplo, dado o mar ser o potentado que lhes permitirá, de certa forma, optarem por uma economia que dele advém, mas também pelo inesperado e a forma como, muitas vezes, não se consegue entender essas dinâmicas das correntes norte/sul e o que vai acontecer ao território. Face ao tempo que decorre a revisão do POOC e as diferentes modificações do território, perguntou qual a forma e como conseguem

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integrar e ajustar até ao processo final as questões que daí advêm. Outra questão muito prática que colocou e que diz respeito a todos os cidadãos Figueirenses, ou seja, se têm alguma ideia sobre os efeitos e implicações a médio prazo do impacto da obra do prolongamento do molhe, para as obras de regularização da barra, tendo em conta o extenso areal da Figueira da Foz que, de facto, cujo excesso de sedimentação a vai alongando de ano para ano. Referiu que apesar daquela obra ser muito importante para a economia da Cidade, não se podem esquecer que a praia também o é, enquanto espaço de lazer e de poder ser “vendida” para aproveitamento turístico e de diversos tipo de infraestruturas. -- O Vereador Daniel Santos tomou a palavra e começou por agradecer a exaustiva exposição acerca do ordenamento da orla costeira e da génese de todo o processo que lhe deu origem e da forma como tem decorrido. Na sua opinião, esta reunião informa-o sobre algumas matérias, que foram faladas em reuniões que não teve a oportunidade de assistir, sobre o POOC. Referiu que uma das questões que se coloca quando se fala em planeamento é o hermetismo de alguma terminologia que se utiliza e a teoria que se desenvolve em torno destes processos que, muitas vezes, relega para segundo plano questões mais práticas. Referiu-se a uma questão muito importante para este plano e para outros que é o facto de, apesar de estarem consignados e o objetivo ser de ter a sua materialização no território, o que se verifica, ao fim de alguns anos, é que isso realmente não acontece. Pensa que hoje em dia pode ser colmatado pelo facto do planeamento ser mais dinâmico, porque existem mais técnicos e mais ferramentas que podem fazer ultrapassar isto. Em concreto, referiu que o Dr. Sérgio fez uma abordagem que os levou a enquadrar o problema da costa da Figueira da Foz no todo do POOC Ovar-Marinha Grande. Mas como autarcas que são, interessam-lhes particularmente os problemas do concelho e por esse motivo questionou se já houve a oportunidade de fazer reuniões com as populações, designadamente na pessoa dos seus representantes, os Presidentes de Junta das freguesias que têm orla costeira, designadamente Buarcos, S. Julião, Quiaios, São Pedro e Marinha das Ondas, para além da fase da participação pública, altura em que terão oportunidade de fazer ouvir as suas opiniões. Foi com satisfação que ouviu falar o Presidente da Câmara na disponibilidade que existe de ouvir alguns agentes que têm trabalhado nesta área e que têm uma opinião forte, designadamente, as pessoas ligadas ao Surf e ao mar. Referiu, ainda, que decorre da atual legislação, ser possível, hoje, trabalhar as zonas de administração portuária de outra forma,

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enquadrando-CÂMARA MUNICIPAL

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as no POOC, ao contrário do que acontecia anteriormente. Recordou que no PU da Figueira da Foz as áreas portuárias são uma branca e pensa que no POOC também o são. O que não faz qualquer sentido, porque aquelas são, por excelência e

relativamente às zonas urbanas, as zonas que devem ser tratadas

prioritariamente. Há uma questão que não foi falada e que do seu ponto de vista é muito importante, que é o facto de, quer a margem sul quer a margem norte do Mondego, que são zonas urbanas, não terem neste momento uma relação estreita, profunda, precisamente por falta de uma ligação que pode ocorrer de várias maneiras. Em teoria poderia ocorrer, não só através de embarcações, como através de uma ponte, um túnel ou de um teleférico que já tem sido proposto. Referiu que são duas zonas urbanas que podem prestar serviços complementares uns dos outros e, portanto, torna-se óbvio que essa ligação, seja ela qual for, vai ter de ocorrer mais tarde ou mais cedo, o que não vai deixar de influenciar o que se passa na orla costeira adjacente à zona urbana. Perguntou se esta possibilidade de estabelecer uma ligação urbana e que influencia o comportamento da orla costeira está equacionada nos estudos da equipa do Dr. Sérgio. --- O Vereador Miguel de Almeida interveio de seguida começando por agradecer, quer em nome da bancada, quer em seu nome pessoal a presença do Dr. Sérgio Azevedo e do Dr. Luís Carvalho. Referiu que em boa hora o PSD apresentou o requerimento para que esta discussão acontecesse, porque o deficit de informação que todos tinham sobre esta matéria o justificava, no sentido de que, desde logo, os Vereadores que foram eleitos para representar os figueirenses, pelo menos esses, tivessem informação cabal da real situação do “estado da arte” do porto. Considera que é necessária esta informação para que as pessoas não embarquem em determinadas notícias, que são legítimas, porque os assuntos não são bem comunicados. Daí que o cenário 3 parecesse uma “carta ao Pai Natal”. Agradeceu a informação e a forma explícita como a intervenção foi feita, que na esmagadora maioria tirou algumas dúvidas, embora existam questões que ficaram bem esclarecidas. Deu exemplo de um ponto que não se falou e que é importante para a Figueira da Foz, nomeadamente os apoios de praia. É uma das preocupações de algumas dezenas de pessoas do concelho e mesmo para os que não vivem disso, mas que usufruem dos apoios de praia. Estão preocupados com o que vai acontecer e nessa matéria gostavam de ouvir a opinião da equipa. Relativamente ao facto de existir mais ou menos participação nestas discussões, e sem prejuízo do trabalho que a equipa tem feito para dar a conhecer esta matéria, acha que era importante

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dar um outro passo, ou seja, como o Vereador Daniel Santos referiu, envolver os representantes das comunidades, os Presidentes de Junta e, partindo até de uma proposta da equipa, sugerir a presença da equipa numa das sessões de Assembleia Municipal para apresentar o “estado da arte” do POOC. Acha que é importante que os representantes das comunidades tenham esta informação para não participarem involuntariamente na confusão que se gera em torno destas matérias. Referiu que fica a ideia da compatibilidade entre o que é apresentado pela equipa e um outro tema que está a ser discutido por todos na Figueira da Foz, menos pela Câmara Municipal. Lembrou que solicitaram no requerimento que, para além do convite a esta equipa, que era fundamental estar presente porque é quem elabora o POOC, num segundo momento pudessem ouvir também o Arquiteto Miguel Figueiras. Já que iam fazer uma reunião sobre o POOC, fariam uma reunião única e, por isso, não percebe a sua ausência nesta reunião. Também não compreendeu a maneira como o Presidente abordou esta questão, quando disse que primeiro marca-se esta reunião e depois, se virem que há necessidade, convoca-se uma outra reunião. Ora, se o grupo do PSD tinha pedido a reunião é porque entendia que havia necessidade. O requerimento, de alguma forma não foi cumprido e não se vão agarrar aos formalismos, mas à essência das coisas. Por isso, na opinião dos Vereadores do Partido Social Democrata, não faz sentido, que não se tenha agarrado a oportunidade de falar dos dois assuntos, mesmo que em momentos diferentes. Nesse sentido voltam a colocar a questão e a fazerem solicitar que exista uma reunião com o Arquiteto Miguel Figueiras para poderem debater à apresentação do seu projeto, que já foi debatido na Tamargueira, mas que não teve a oportunidade de assistir. Considera, no entanto, que se deveria debater esse assunto e que a Câmara Municipal se deveria envolver e referiu que não é dado a conhecer à Câmara Municipal qual o grau de envolvimento e conhecimento que o Presidente tem nesse projeto. Da sua parte não pode fazer qualquer juízo de valor, porque não tem qualquer conhecimento sobre a matéria. Admite, pelo que leu na comunicação social, que é compatível com o que está a ser agora apresentado. Acha que faz sentido que seja discutido e estudado pela equipa uma vez que a Câmara Municipal lançou um concurso de ideias para o qual gastou dinheiro, para que as propostas vencedoras do concurso de ideias fossem enviadas para a equipa do POOC para serem estudadas. Referiu que o projeto não está nos três primeiros lugares e ganhou apenas uma menção honrosa, conjuntamente com outra, mas ainda assim acha que fazia sentido enviar para a equipa. Questionou, ainda, no entendimento da

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equipa, quando é que as consequências da intervenção defendidas no cenário 2, nomeadamente, a perspetiva de diminuição do areal podem ser visíveis, em especial na praia da Figueira da Foz. Porque da análise que fizeram ficou a ideia de que, nalguns pontos do litoral o objetivo é mesmo esse. Referiu que todos sabiam que uma consequência do prolongamento do molhe norte ia ser esta. Mas houve alertas, na altura, para que, desde logo, se estudassem soluções para diminuição desse impacte ambiental negativo que era evidente, não obstante o prolongamento do molhe norte ter sido importante para a economia local. Pensa que a discussão, a partir de agora, deve ser muito mais realista e prática, no sentido de se tentar aproximar mais a população do mar. Até lá, propõe que se aproveite este condicionalismo do extenso areal e do vento, não como uma fatalidade, mas por se tirar algum partido, nomeadamente com a possibilidade de exploração de desportos de vento e aproveitar aquilo que a natureza dá, como algo de positivo, que só existe na Figueira da Foz, até se conseguir atingir o objetivo de diminuir o areal da praia. --- O Presidente tomou de novo a palavra e esclareceu que não se está propriamente na análise dos apoios de praia e julga que não fez parte da análise da comissão. No entanto, considera legítimo que se coloque essa questão, aproveitando a oportunidade da presença da equipa técnica. Relativamente à presença do Arquiteto Miguel Figueira, respondeu que foi ontem confrontado com o requerimento e embora o mesmo tenha manifestado que gostaria de estar presente, considera que é fundamental que haja uma conversa prévia entre o Arquiteto e a sua equipa e a equipa do Dr. Sérgio, porque o aproveitamento da ideia lhe pode ser útil e só depois o convocar para ser ouvido se todos o entenderem. Esclareceu que foi por esse motivo que não insistiu que o Arquiteto Miguel Figueiras estivesse hoje presente. --- A Arquiteta Maria João Figueiredo, esclareceu de seguida que logo após a primeira reunião da CTA e uma reunião de trabalho que ocorreu na Câmara Municipal, foi feita uma consulta escrita às sete Juntas de Freguesia com área no domínio da orla costeira e, por isso, interesse na revisão do POOC e foram recebidos contributos que estão a ser considerados para efeitos da opinião que a Câmara Municipal depois irá enviar para a equipa. Relativamente ao concurso da Praia, tanto o representante da equipa da CEDRU, como o representante do INAG, estiveram presentes no Júri, desse modo, são à partida conhecedores do que lá se passou e da seleção que foi feita. ---

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O Diretor da CEDRU, Sérgio Barroso, tomou de novo a palavra para esclarecer as questões que foram levantadas. Quanto ao facto de se ter dito que a explicação que foi dada em relação ao cenário 3 não ter sido clara, fica um pouco desapontado porque o documento foi produzido para uma comissão que depois, supostamente, teve uma reunião em Mira onde foi discutido o documento. Muitas das questões que foram colocadas passados 10 dias, foram as mesmas que foram apresentadas nessa reunião pelo representante da Associação dos Concessionários de Praia da Figueira da Foz. E nessa reunião, foi dado o mesmo esclarecimento que deu hoje nesta reunião e que todos, hoje, consideraram claro. Portanto, tomou de boa fé que as pessoas, na altura, compreenderam a sua explicação e por isso é que ficou surpreso por existirem dúvidas. Disse que não se podem desresponsabilizar os autarcas que estiveram presentes na reunião e que têm o dever de, junto dos seus executivos e das suas assembleias municipais, explicarem, porque a equipa não tem hipótese de ir a todo o lado. Quem faz consultadoria pública tem uma missão diferente daqueles que fazem consultadoria privada, ou seja, de defender o interesse público, por isso tinham de estar disponíveis para hoje estarem presentes nesta reunião para fazer esta discussão. Na sua opinião, as pessoas que vão a estas comissões de acompanhamento também têm de ter este sentido de responsabilidade. Se vão às reuniões para discutir, se levam também têm de trazer. Por outro lado, se os interlocutores autárquicos têm os órgãos que, estatutariamente, os obrigam a pronunciarem-se, espera, também, que a sociedade civil, que convidam a participar nestes encontros, assuma isto com sentido de responsabilidade, porque a sociedade civil, hoje, quer participar mas não quer ter responsabilidades e assumir compromissos. Também por haver sentido de responsabilidade não se pode comprometer com nada, porque são apenas a equipa técnica. Deixou claro que não consultou o INAG para saber se lhe davam autorização para hoje estarem presentes nesta reunião, porque, senão, era a entropia completa. Pensa que não pode ser assim, porque devem ser disponíveis e céleres na ação, mas nada pode garantir. Porque para além da equipa técnica, há a Comissão de Acompanhamento que, essa sim, é soberana, porque representa a Administração Central e a Local, que aprovam este tipo de documentos e se não concordam, a equipa tem de refazer. Deixou claro também que a equipa técnica tem as suas propostas e no entendimento da equipa técnica o cenário 3, dos quebramar destacados, não é exequível, havendo, no entanto, a necessidade de fazer a recarga de praias. Referiu que este relatório

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que estão neste momento a fechar, vai apresentar, já, as linhas orientadoras para a programação das praias, como também uma proposta do número de equipamentos de praia e de apoios de praia. Pode dizer duas linhas essenciais para eles, em resultado do diagnóstico, ou seja, tudo o que ouviram (autarquias, concessionários, etc.), há duas questões fundamentais que se colocam. Primeiro, que os apoios de praia mínimos não tiveram procura e não se justificam, modelo que foi previsto no POOC anterior. Do seu ponto de vista, o princípio era saudável, ou seja, era de garantir toda a frente de praia. No entanto, a sua aplicação é totalmente irrealizável, porque os apoios de praia mínimos não têm sustentabilidade financeira e, por isso, não houve procura de uma parte substancial deles. Apesar de terem constatado, aquando da revisão do POOC Caminha-Espinho, que esta tipologia não se justifica, entendem que, no entanto que naquelas situações em que foi atribuído um título de utilização, em praias do tipo um, como a Costa Nova, essa situação deve ser salvaguardada e nessas situações deve permanecer. A análise da equipa aos apoios de praia é esta: no geral a área útil das praias destes 140 km de costa diminuiu, com exceção da Figueira da Foz e São Jacinto, mas essa diminuição não justifica que se proponha a supressão de algum tipo de apoios de praia atribuído. Lembrou que é preciso considerar que mesmo que o POOC dissesse que há um determinado apoio de praia que não se justifica, porque não tem procura, ou porque a praia já quase não existe, há um título de utilização que foi atribuído pelo Estado que, do seu ponto de vista, vale mais do que o próprio Regulamento. Portanto, até ao seu termo o título de utilização é válido. Referiu que existem títulos de utilização que vão até 2022 e o POOC, em princípio vigora até 2022, existindo títulos de utilização que vão para além deste período e esses apoios de praia vão continuar a existir. No entanto, segundo a análise que foi feita, não prespetivam que sejam suprimidos apoios de praia, com exceção daqueles que nunca foram utilizados, e que são mínimos, que, por esse motivo, não se justifica que o POOC os valide. Outra questão que se coloca, e que é consensual e vem na revisão do POOC Caminha-Espinho, é o aumento da área dos apoios de praia, por diversas razões. Primeiro, porque as áreas a nível nacional não são homogéneas, ou seja, cada plano tinha o seu dimensionamento. O POOC Caminha-Espinho e o POOC Ovar-Marinha Grande tinham um determinado tipo de dimensionamento e no Algarve os dimensionamentos são muito superiores. Isto provoca um sentimento de desigualdade, que se acentua quando a utilização balnear destas praias é menor e

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