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Meningite. Serviço Público Federal. Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul. Introdução

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Academic year: 2021

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Meningite

Introdução Etiologia Prevenção Sintomas Transmissão Diagnóstico Tratamento

Atuação colaborativa do farmacêutico

Introdução

A meningite é um processo inflamatório das meninges1, causada principalmente por bactérias e vírus; pode ser causada também por processos não infecciosos como, medicamentos e neoplasias.

No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno, e das virais na primavera-verão.

De 1.500 a mais de 3 mil brasileiros são acometidos todos os anos pela meningococcemia2. Pessoas não vacinadas de qualquer idade são vulneráveis, mas a doença meningocócica é mais frequente entre crianças com até 5 anos de idade.

Etiologia

Meningite bacteriana

As principais causas no Brasil são:  Escherichia coli

Haemophilus influenzae Listeria monocytogenes 1

Membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.

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Mycobacterium tuberculosis

Neisseria meningitidis (meningococo) Streptococcus pneumoniae (pneumococo) Streptococcus sp., especialmente os do Grupo B Treponema pallidum

As causas mais comuns de meningite bacteriana variam de acordo com o grupo etário: - Recém-nascidos: Streptococcus do grupo B, S. pneumoniae, L. monocytogenes, E. coli; - Bebês e crianças: S. pneumoniae, N. meningitidis, H. influenzae, Streptococcus do grupo B; - Adolescentes e adultos jovens: N. meningitidis, S. pneumoniae;

- Idosos: S. pneumoniae, N. meningitidis, H. influenzae, Streptococcus do grupo B, L. monocytogenes. Cinco tipos (sorogrupos) de meningococo causam a maioria dos casos de doença meningocócica: A, B, C, W e Y. A importância de cada um varia conforme o país ou região, e também ao longo do tempo.

Meningite viral

Principais agentes:

 Enterovírus não-pólio (como os vírus Coxsackie, e Echovírus)

 Vírus do grupo Herpes (incluindo o herpes simplex, o vírus da varicela zoster, Epstein-Barr e Citomegalovírus)

 Arbovírus (como dengue, zika, chikungunya, febre amarela, e o vírus da febre do Nilo Ocidental)  Vírus do Sarampo

 Vírus da Caxumba  Adenovírus Meningite por fungos

Principais agentes:

Cryptococcus neoformans Cryptococcus gatti Candida albicans

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Candida tropicalis Histoplasma capsulatum Paracoccidioides brasiliensis Aspergillus fumigatus Meningite por protozoários

Principais agentes:  Toxoplasma gondii Trypanosoma cruzi Plasmodium sp Meningite por helmintos

Principais agentes:

Infecção larvária da Taenia solium Cysticercus cellulosae (Cisticercose) Angyostrongylus cantonensis Meningite medicamentosa

É um evento decorrente do uso de medicamento. É imprescindível a consulta de fontes confiáveis e especializadas sobre medicamentos.

Prevenção

Para alguns agentes infecciosos da meningite, existem medidas de prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia. As vacinas estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite bacteriana. As vacinas descritas no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização (PNI):

Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a Doença Meningocócica causada pelo sorogrupo C;

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Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite.

Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.

BCG: protege contra as formas graves da tuberculose.

Grupo-alvo Idade BCG Pentavalente Pneumocócica 10V Meningocócica C

Crianças

Ao nascer Dose única

2 meses 1ª dose 1ª dose

3 meses 1ª dose

4 meses 2ª dose 2ª dose

5 meses 2ª dose

6 meses 3ª dose 3ª dose

9 meses

12 meses Reforço

15 meses 1º reforço (com DTP) Reforço

4 anos 2º reforço (com DTP)

9 anos

Adolescente 10 a 19 anos

Adulto 20 a 59 anos

Idoso 60 anos ou mais

O Calendário Nacional de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações está disponível em

https://bit.ly/2eauLAc. Algumas vacinas estão disponíveis apenas em rede privada, como a vacina

meningocócica conjugada ACWY e a vacina meningocócica B.

A quimioprofilaxia medicamentosa está indicada para contatos de casos de doença meningocócica e meningite por Haemophilus influenzae. A equipe médica que acompanha o caso e a vigilância epidemiológica local são os responsáveis pelas orientações e aplicação da quimioprofilaxia medicamentosa nos contatos.

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limpos.

Sintomas

A meningite é uma síndrome na qual, em geral, o quadro clínico é grave. Paciente com suspeita de meningite deve procurar atendimento médico o mais rápido possível!

Meningite bacteriana

Início súbito de febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço. Muitas vezes há outros sintomas, como:

 Mal-estar

 Náusea

 Vômito

 Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz)

 Status mental alterado (confusão)

Com o passar do tempo, sintomas mais graves podem aparecer: convulsões, delírio, tremores e coma. Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou não responsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Na septicemia meningocócica (meningococemia), também podem aparecer:

 Fadiga

 Mãos e pés frios

 Calafrios

 Dores severas ou dores nos músculos, articulações, peito ou abdômen (barriga)

 Respiração rápida

 Diarreia

 Manchas vermelhas pelo corpo

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Os sintomas iniciais da meningite viral são semelhantes aos da meningite bacteriana, mas geralmente menos graves:

 Febre  Dor de cabeça  Rigidez no pescoço  Náusea  Vômito  Falta de apetite  Irritabilidade

 Sonolência ou dificuldade para acordar do sono

 Letargia (falta de energia)

 Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz)

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou não responsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.

Meningite parasitária e fúngica

Podem apresentar:

 Dor de cabeça

 Rigidez no pescoço

 Náusea

 Vômito

 Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz)

 Status mental alterado (confusão)

Meningite medicamentosa

Os sintomas dependerão da interação medicamentosa e/ou do evento adverso suspeito ou diagnosticado.

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Transmissão

Meningite Bacteriana

Geralmente, as bactérias que causam meningite bacteriana se espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Algumas bactérias podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria monocytogenes e da Escherichia coli.

Há pessoas portadoras3 dessas bactérias, cuja maioria não adoece, mas pode espalhar as bactérias para outras pessoas.

Meningite Viral

A transmissão depende do vírus causador da doença.

Arbovírus são transmitidos por meio de picada de mosquitos contaminados.

Enterovírus: a contaminação é fecal-oral, e os vírus podem ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as mãos) com uma pessoa infectada; tocar em objetos ou superfícies que contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de lavar as mãos, beber água ou comer alimentos crus contaminados.

Meningite fúngica

A transmissão não é pessoa a pessoa. Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges. Alguns fungos se encontram em solos ou ambientes contaminados com excrementos de pássaros ou morcegos.

Candida: geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.

Meningite parasitária 3

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A transmissão não é pessoa a pessoa. Normalmente infectam animais e não pessoas, e as pessoas são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos contaminados que tenham a forma ou a fase infecciosa do parasita.

Diagnóstico

Na suspeita de meningite, o médico solicita a coleta de amostras de sangue e líquido cerebroespinhal (líquor). Todos os exames laboratoriais estão disponíveis no SUS, e são solicitados pela equipe médica ou de vigilância epidemiológica durante o acompanhamento do caso.

Principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite: - Quimiocitológico do líquor;

- Bacterioscopia direta (líquor);

- Cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes);

- Contra-imuneletroforese cruzada – CIE (líquor e soro); - Aglutinação pelo látex (líquor e soro).

O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona como um indicativo: o líquor normal é límpido e incolor; nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.

Tratamento

Devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite sempre são internados nos hospitais. Ao se suspeitar de um caso, é urgente a procura por um pronto-socorro hospitalar para avaliação médica.

Meningites bacterianas: faz-se uso de antibioticoterapia em ambiente hospitalar, com prescrição de medicamentos de escolha em dosagens terapêuticas.

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Em geral as pessoas são internadas e monitoradas quanto a sinais de maior gravidade, e se recuperam espontaneamente. Porém meningite viral por herpesvírus e influenza podem necessitar de uso de antiviral específico.

Meningites fúngicas: o tratamento é mais longo, com altas e prolongadas doses de medicação antifúngica, escolhida de acordo com o fungo identificado no organismo do paciente. A resposta ao tratamento também é dependente da imunidade da pessoa: pacientes com história de HIV/AIDS, diabetes, câncer e outras doenças imunodepressoras são tratados com maior cautela.

Meningites parasitárias: uso de anti-infecciosos e medicamentos para alívio dos sintomas. Sintomas como dor de cabeça e febre são bem fortes, e assim a medicação de alívio dos sintomas se faz tão importante quanto o tratamento contra o parasita.

Atuação colaborativa do farmacêutico

O farmacêutico, nos seus diversos locais de trabalho, pode contribuir com a equipe de saúde, atuando no acolhimento, identificação de casos suspeitos, diagnóstico, orientação, dispensação e administração de vacinas e medicamentos, seguimento e no cuidado do paciente com meningite, nos seus diferentes estágios.

Pode orientar a população sobre: - Prevenção da doença;

- Interpretação de exames diagnósticos para meningite;

- Importância do cumprimento da farmacoterapia, quando prescrita.

Pode auxiliar nos serviços de saúde e na Assistência Farmacêutica local e regional, estabelecendo critérios estruturados para disponibilização de tecnologias para pronto atendimento da demanda diagnóstica e terapêutica da meningite.

O farmacêutico capacitado para atuação em serviços de vacinação, públicos ou privados, pode contribuir efetivamente na prevenção da meningite, seja participando de campanhas institucionais para sua prevenção, administrando vacinas ao público (localmente ou extramuros), ou inserindo-se nas

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equipes de saúde para planejamento e estruturação de ações coordenadas para sua prevenção, diagnóstico e tratamento.

Fontes consultadas:

Ministério da Saúde. Meningite: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Disponível em

https://bit.ly/2qNXiC3.

Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. Meningite, Gripe e Vacinas. Disponível em https://bit.ly/2VpY6dq. Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul. Meningite. Disponível em https://saude.rs.gov.br/meningite.

Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Doença meningocócica (DM). Disponível em https://bit.ly/2XMSZG6.

Material elaborado em 11/04/2019.

Dúvidas e sugestões? Acesse nossos canais orienta@crfrs.org.br, Whatsapp (51) 99286-5440 ou 51-3027-7500.

Avalie o atendimento da Orientação Técnica do CRF/RSAQUI.

Referências

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