• Nenhum resultado encontrado

AVALIAÇÃO DA CONJUNTURA DO MERCADO DE CARVÃO VEGETAL EM ASPECTOS PRODUTIVOS E ECONÔMICOS NO ESTADO DO PARÁ

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "AVALIAÇÃO DA CONJUNTURA DO MERCADO DE CARVÃO VEGETAL EM ASPECTOS PRODUTIVOS E ECONÔMICOS NO ESTADO DO PARÁ"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

AVALIAÇÃO DA CONJUNTURA DO MERCADO DE CARVÃO VEGETAL EM ASPECTOS PRODUTIVOS E ECONÔMICOS NO ESTADO DO PARÁ

ASSESSMENT OF THE MARKET SITUATION OF CHARCOAL IN PRODUCTIVE AND ECONOMIC ASPECTS IN THE STATE OF PARÁ

Apresentação: Pôster

Bruna Caroline Santos dos Santos1;Tiago Kesajiro Moraes Yakuwa2;Ana Catarina Siqueira Furtado3; Ana Laura da Silva Luz4 Fabrício Khoury Rebello5;

DOI https://doi.org/10.31692/2526-7701.IIICOINTERPDVAGRO.2018.00302

Introdução

O Brasil se destaca como o maior produtor de carvão vegetal é um dos responsáveis por manter a matriz energética brasileira quase 50 % renovável. A utilização mais significativa do carvão vegetal está na indústria siderúrgica que utiliza como fonte de calor agente para redução do minério de ferro a ferro-gusa, principal matéria prima do aço. A indústria siderúrgica concentra cerca de 90 % do carvão vegetal a experiência brasileira em utilizar o produto de origem renovável na cadeia produtiva é única no mundo e há espaço para o crescimento (CHIES e PICHELLI, 2015). A utilização de ferro-gusa no Brasil na última década apresenta um percentual de 25% e 35% que atende uma parte da indústria integradas e outra porção de produtoras independentes, representando um consumo em torno de 6,9 milhões de toneladas de carvão vegetal por ano (CENTRO DE GESTÃO E ESTUDOS ESTRATÉGICOS, 2015).

O carvão se destaca no setor da silvicultura brasileira, porém apresenta um valor significativo alto na exploração de matéria prima proveniente de floresta nativa. de acordo com os dados da Associação Mineral de Silvicultura 2009. As plantações florestais não estão conseguindo atender a demanda das empresas, acarretando um déficit de 50% (no mínimo

1

Engenharia Florestal, Universidade Federal Rural da Amazônia, caroline.santabrigida@gmail.com 2

Agronomia, Universidade Federal Rural da Amazônia, tiago.yakuwa@outlook.com 3

Engenharia Florestal, Universidade Federal Rural da Amazônia, furtadoanacatarina@gmail.com 4 Engenharia Florestal, Universidade Federal Rural da Amazônia, ana_lauraluz@hotmail.com 5

(2)

100 mil hectares). Dessa forma os estudos da cadeia produtiva ajuda a compreender o contexto produtivo analisando aspectos econômicos e sociais e suas interações no território. A cadeia de lenha e carvão se comporta de maneira simplificada, algumas vezes incompletas ou ainda em formação, devido a dificuldade do setor e da utilização de madeiras nativas que são atrativas devido aos preços menores, acarretando o desinteresse de investi em empreendimentos florestais de florestas plantadas (SIMIONI et al., 2017).

O objetivo do trabalho o foi avaliar a conjuntura do mercado de carvão vegetal em aspectos produtivos e econômicos no estado do Pará, bem como comparar seus aspectos em relação ao contexto nacional

Fundamentação Teórica O mercado de carvão vegetal

A utilização da biomassa apresenta vantagens na sua utilização para geração de energia, a biomassa florestal foi um elemento importante para o destaque da utilização de madeira como fonte de energia para o Brasil. A utilização de madeira possui uma participação histórica do consumo energético nacional. Isso ocorreu devido a utilização do carvão vegetal a produção de carvão, a qual foi a grande responsável pelo surgimento da indústria siderúrgica no Brasil, assim como a metalurgia e a de cimento (BRITO, 1990).

O desenvolvimento da indústria mineira contribuiu para a construção das indústrias de bases florestais. O início da siderurgia com a utilização do carvão vegetal ocorreu próximo ao século xx, com o desenvolvimento da região sudeste (PAULA, 2002).

O desenvolvimento na produção de ferro gusa e carvão vegetal no estado de Minas gerais foi importante para o fortalecimento da indústria regional. Minas gerais é o maior produtor e consumidor de carvão vegetal que abastece as indústrias siderúrgicas. Entretanto a distribuição de consumo do carvão vegetal no estado não acontece de maneira homogênea entre as regiões, devido alguns custos. Essas diferenças de preço podem ser explicadas devido a distância de produção do carvão vegetal até ao parque industrial. O controle de oferta e demanda do carvão vegetal e as variações do preço pode ajudar na previsão do mercado no futuro (REZENDE,2005).

Os empreendimentos de guseiras que se instalaram na Amazônia trabalham com o minério de ferro-gusa matéria prima responsável pela produção de aço. A partir de 1988 na região de Carajás foram descobertas jazidas de ferro tornando essas áreas expostas a riscos ambientais. No estado do Pará e Maranhão e por toda região que passava a ferrovia Carajás.

(3)

No polo Carajás existe o funcionamento de sete usinas no Maranhão e oito usinas no Pará e todas usinas utilizam o carvão vegetal para a produção de ferro-gusa. No Brasil essa produção se divide em siderurgias integradas e empresas independentes. 88% produzido em Carajás é exportado para os estados unidos, enquanto que a produção dos estados de minas gerais e espirito santo abastece o mercado interno e externo aproximadamente 90 % a produção total de ferro gusa no país, 73,1% está relacionado com o uso de carvão mineral e 26,9% é obtido por carvão vegetal (HOMMA, 2014).

A variação da oferta e da demanda do carvão vegetal influencia diretamente no preço, que pode ser neutralizado através de modelos econométricos mostrando os efeitos dessa variação no mercado ao longo do tempo. As alterações que acontecem no preço ajudam na previsão do comportamento futuro do produto no mercado (JUNIOR, 2004). As indústrias de siderurgia possuem dependência em relação ao valor do preço e mercado de carvão que são definidos a partir da compra do carvão nas regiões consumidoras (FONTES, 2005). Crises no setor siderúrgico afeta o preço do carvão e como consequência da madeira, as oscilações no preço do carvão podem acontecer por conta do aumento ou redução da oferta ao longo do ano, devido a fatores externos no qual os produtores não possuem influência (MIRANDA, 2014)

Metodologia

Os dados coletados para a pesquisa foram: produção total por tonelada, valor bruto da produção sem está deflacionado esses valores são referentes a produção de carvão vegetal advindos da silvicultura obtidos a partir da pesquisa de Extração vegetal e Silvicultura (PEVS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para uma série histórica de cinco anos (2013- 2017).

Foi realizada a deflação referentes ao valor de produção com auxílio do site Ipea-Data, no qual foi utilizada a tabela de índice geral de preços – disponibilidade interna (IGP-DI). Além disso, com auxílio do programa MICROSOFT EXCEL, foi gerada uma tabela com os valores de taxa anual de crescimento e o valor do preço por tonelada.

Posteriormente, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca da situação do mercado do carvão em artigos científicos e plataformas especializadas

Resultados e Discussão

Tabela 1 – Caracterização da produção em toneladas, valor bruto da produção e preço em reais por toneladas de carvão vegetal produzido no Brasil, Região Norte e no Estado do Pará. Fonte: IBGE.

(4)

Ano Produção (t) Valor Bruto da Produção (R$) Preço (R$/t) Brasil 2013 1.006.254 765.818.903,00 761,06 2014 1.021.062 643.250.975,00 629,98 2015 797.003 327.991.164,18 411,53 2016 544.107 110.659.235,29 203,38 2017 426.401 317.216.000,00 743,94

Taxa anual de crescimento (% a.a)

2013 - 2017 -57,62% -58,58% -2,25% Norte 2013 74.458 60.376.161,29 810,88 2014 165.889 120.724.650,00 727,74 2015 102.359 59.341.283,58 579,74 2016 60.220 15.697.529,41 260,67 2017 56.562 56.238.000,00 994,27

Taxa anual de crescimento (% a.a)

2013 - 2017 -24,04% -6,85% 22,62% Pará 2013 54.647 43.707.419,35 799,81 2014 54.265 38.256.025,00 704,99 2015 26.918 14.906.238,81 553,76 2016 24.348 5.158.875,82 211,88 2017 23.318 19.889.000,00 852,95

Taxa anual de crescimento (% a.a)

2013 - 2017 -57,33% -54,50% 6,64%

A produção do carvão vegetal no Brasil nos anos de 2013 a 2017 teve um decréscimo de 57,62%. Isso se deve pelo principal modo de produção do carvão vegetal causa devastação de florestas nativas, praticar trabalho análogo à escravidão e poluir o ar, faz uso de fornos de alvenaria, os quais emitem grandes quantidades de dióxido de carbono, representando uma significativa fonte de poluição e contaminação ambiental (SANTOS, 2012).

No Brasil, Região Norte e no Estado do Pará tiverem taxa de crescimento anual negativos para quantidade produzida. Segundo o IBGE (2017), a maior fiscalização e a redução da mão de obra disponível para as atividades explicam a queda da produção do carvão vegetal.

No Estado do Pará a partir do ano de 2012 a Secretária de Estado de Meio Ambiente – SEMA, homologou a implementação do Plano de Suprimento Sustentável e da melhoria no controle da legalidade da cadeia produtiva do carvão. Considerando que para as siderúrgicas a base de carvão vegetal, é obrigatório manter floretas próprias para exploração racional, nos termos do art. 21 da Lei 4.771/65; e para consumo de carvão vegetal produzido a partir de florestas nativas, a reposição florestal torna-se obrigatória, conforme os termos do Decreto Federal 5.975/2006, (SEMA, 2012). Sendo que a taxa de crescimento foi negativa no período

(5)

avaliado, por conta lei ambientar terem se tornado mais rigorosas para a produção de carvão vegetal principalmente advindo de floresta nativa.

Conclusões

O comportamento do mercado em relação o uso do carvão vegetal se mantém estruturado e equilibrado principalmente no setor siderúrgico, porém é necessário investir em políticas de reflorestamento para garantir o abastecimento desse insumo, diminuindo o índice de desmatamento proveniente da produção de carvão vegetal de florestas nativas.

Conclui se, conforme a análise dos dados, que o Brasil avançou muito na produção de carvão vegetal no setor siderúrgico, porém, ainda faltam maiores estudos sobre o comportamento desse mercado.

Referências

ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE SILVICULTURA. Florestas energéticas no Brasil: demandas e potencialidades. Belo Horizonte: AMS, 2009. Disponível em: <http://silviminas.com.br/wp-content/uploads/2012/12/publicacao_585.pdf>. Acesso em: 10 de outubro de 2018.

BRITO, J.O. Carvão vegetal no Brasil: questões econômicas e ambientais. Estudos avançados, São Paulo, v. 4, n 9, p. 221-227, 1990.

CHIES, V.; PICHELLI, K. Carvão vegetal: de problema a solução: sob holofotes negativos por casos de produção em condições inadequadas, biocombustível pode conferir sustentabilidade à produção de aço. Agroenergia em Revista, p.10-13, 2015.

CGEE. Centro de Gestão de Estudos estratégicos (Brasil). Modernização da produção de carvão vegetal no Brasil: Subsídios para revisão do plano siderurgia. Brasília: CGEE, 2015.

FONTES, A.A. A cadeia produtiva da madeira para energia. 2005. 149 f., tese (doutorado em ciência florestal). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2005.

HOMMA, A. K. O. Extrativismo vegetal na Amazônia: história, ecologia, economia e domesticação. Brasília, Embrapa, 2014.

JUNIOR, L. M. C. Analise temporal do carvão vegetal no estado de Minas Gerais. 2004. 160 f., il. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal). Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2004.

MIRANDA, M. A., LEITE, C. A. M.; VALVERDE, S. R.; SILVA, M. L. Analise da rentabilidade de um projeto florestal considerando a variação anual no preço do carvão vegetal. Agroambiental. Pouso alegre, v. 6, n. 3. p. 45-53, dezembro. 2014.

(6)

sobre economia mineira, Universidade Federal de Minas Gerais. Anais... Minas Gerais: Cedeplar, 2002.

REZENDE, J. L. P.; JUNIOR,. Analise dos preços de carvão vegetal em quatro regiões no estado de Minas Gerais. Cerne, Lavras, v. 11, n. 3, p.237-252, set. 2005.

SIMIONI, F. J.T.; MOREIRA, J. M. A.; FACHINELLO, A. L.; BUSCHINELLI, C. C. A.;MATSUURA, M. I. S. F. Evolução e concentração da produção de lenha e carvão vegetal da silvicultura no Brasil. Ciências florestais, Santa Maria, v.27, n.2. p. 731-742, abr- jun.; 2017.

SANTOS, S. de F. de O. M. & HATAKEYAMA, K. Processo sustentável de produção de carvão vegetal quanto aos aspectos: ambiental, econômico, social e cultural. Produção, v. 22, n. 2, p. 309-321, 2012.

IBGE. Pevs 2016: produção da silvicultura e da extração vegetal alcança R$ 18,5 bilhões.

Estatísticas Econômicas. 2017.

SEMA- Secretária de Estado de Meio Ambiente, Instrução Normativa, NO. 01/2012 de 29/03/2012. 2012. Disponível em:< https://www.semas.pa.gov.br/2012/03/29/instrucao-normativa-no-012012-de-29032012/ >. Acessado em 10 de outubro de 2018.

Referências

Documentos relacionados

Considerando que o MeHg é um poluente ambiental altamente neurotóxico, tanto para animais quanto para seres humanos, e que a disfunção mitocondrial é um

(2008), o cuidado está intimamente ligado ao conforto e este não está apenas ligado ao ambiente externo, mas também ao interior das pessoas envolvidas, seus

Crisóstomo (2001) apresenta elementos que devem ser considerados em relação a esta decisão. Ao adquirir soluções externas, usualmente, a equipe da empresa ainda tem um árduo

Na entrevista a seguir, Capovilla revisita a própria trajetória intelectual, debate a sua passagem pelo Centro Popular de Cultura de São Paulo e as críticas que escreveu para

É importante ressaltar que, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional- DPN, existem apenas 58 presídios exclusivamente femininos, a maioria ainda é misto e

Portanto, conclui-se que o princípio do centro da gravidade deve ser interpretado com cautela nas relações de trabalho marítimo, considerando a regra basilar de

On the one hand, if market reserve or taxation of imports could defend the domestic industry (protectionism), on the other, they are mechanisms that favor

Desta forma, se em determinada situação jurídica o vínculo entre o fato e a norma de conflito for fraco, distante, e havendo outro sistema jurídico que fique muito mais próximo a