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Departamento Jurídico Sector Jurídico e de Contencioso

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Departamento Jurídico

Sector Jurídico e de Contencioso

P º RP 149/2009 SJC

Assunto: Recurso hierárquico interposto por O…., notária, contra a Conservatória do Registo Predial d……. (Ap. 4084/20090601).

Sumário: Registo online – hipoteca voluntária – verificação da alteração do estado civil do hipotecante por recurso à base de dados do registo civil - qualificação.

Disposições legais aplicáveis: Artigos 2.º, n.º 2, 26.º, n.º 2, 34.º, 41.º-B e seguintes, 42.º, n.º 1, 43.º, n.º 5, 46.º, n.º 1 a), 73º e 93.º, n.º 1 e) do Código do Registo Predial (CRP); Portaria n.º 621/2008, de 18 de Julho, Portaria n.º 1535/2008, de 30 de Dezembro; artigo 1722, n.º 1 a) do Código Civil (C.C.) e 201º e 202º do Código de Processo Civil (CPC).

Descrição e análise do problema:

1. Por intermédio da apresentação 3869 de 25.05.2009, O….., notária, requereu por via electrónica, nos termos do artigo 41º-C, nº 1 do CRP e da Portaria 1535/2008, de 30 de Dezembro, o registo de hipoteca voluntária sobre a fracção autónoma AE do prédio descrito sob o nº 1121, da freguesia de Amarante (São Gonçalo), concelho do Porto.

O pedido de registo online, automaticamente distribuído pelo sistema informático à Conservatória do Registo Predial ….., foi instruído com cópia de escritura de mútuo com hipoteca tendo sido indicado o artigo matricial do prédio para efeitos de consulta nas bases de dados respectiva.

Consultada a ficha de registo, a conservatória verificou que a indicada fracção autónoma está registada a favor de Álvaro ….., no estado de solteiro sendo que no título ora apresentado surge a hipotecar o imóvel no estado de casado com Sandra ……, no regime da comunhão de adquiridos, com o consentimento desta última, para garantia de empréstimo concedido a ambos.

Dos autos consta ainda uma comunicação da conservatória à apresentante solicitando

“nos termos e para os efeitos do artigo 73.º, n.º 2 do C.R.P. que no prazo de 5 dias se digne mandar proceder ao suprimento das deficiências da Ap. 3869 de 25.05.2009 (…), a saber:

- Certidão de nascimento de “Álvaro….”, uma vez que existe divergência no estado civil entre a escritura e a descrição predial, e a conservatória não consegue aceder à mesma através do Sistema Informático do Registo Civil” .

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A Sr.ª Notária procedeu ao envio1 de certidão predial relativa ao prédio em causa da qual

consta uma inscrição lavrada a coberto da Ap. 29/20071116 (C-3) na qual é feita menção ao

estado civil, nome do cônjuge e regime de bens do titular inscrito2, deixando expresso que

deve ser a conservatória a providenciar pela obtenção da indicada certidão de registo civil. 2. O registo de hipoteca foi lavrado provisoriamente por dúvidas com fundamento nos artigos 43.º, n.º 1, 46.º, n.º 1 a), 68.º e 70.º do C.R.P.. Entendeu a Sr.ª Conservadora recorrida que a inscrição de aquisição em vigor mostra-se desactualizada no que se refere ao estado civil do titular inscrito e hipotecante. Refere que “não foi possível aceder à base de

dados do registo civil (por falta de elementos, designadamente, data de nascimento) e não foi requerida a actualização nem apresentada a certidão de nascimento comprovativa da alteração – cfr. artigo 46.º, n.º 1 a)”. Prossegue o seu despacho de qualificação afirmando

que “tendo o processo entrado em suprimento – artº 73.º n.º 2 do CRP – a Senhora Notária

entendeu que não havia lugar à junção de qualquer documento (…)”.

Note-se que a notificação da decisão de qualificação foi feita por mensagem de correio electrónico enviada no dia 29.05.2009, cuja cópia se encontra nos autos.

3. Inconformada com a qualificação do registo, veio a apresentante interpor o presente recurso hierárquico, anotado sob a apresentação 4084 de 01.06.2009, alegando, em síntese, que da certidão de registo predial emitida pela Conservatória do Registo Predial de….. em

03.03.2009, exibida na escritura de mútuo e hipoteca, já consta, na inscrição C-43 a

actualização do estado civil do titular inscrito e hipotecante, pelo que a prova do mesmo já foi feita perante os serviços. Por outro lado, entende a recorrente que mesmo que se considere que tal prova tenha de ser novamente feita, não é imputável ao apresentante o facto invocado pela recorrida de não ser possível a mesma aceder à base de dados do registo civil. Termina a sua petição referindo que nunca foi solicitada qualquer informação sobre

1Pelo mesmo meio porque foi feita a aludida comunicação, ou seja, por correio electrónico.

Não podemos, no entanto, deixar a este propósito de salientar que os documentos que são entregues pelos interessados com vista à instrução dos actos de registo podem sê-lo no momento do pedido ou em sede de suprimento de deficiências (artigo 73.º do C.R.P.) mas sempre, em qualquer caso, por uma das modalidades do pedido previstas e regulamentadas na lei registral (cfr. artigos 41.º-B e seguintes do C.R.P. e Portarias nºs 621/2008, de 18 de Julho e 1535/2008, de 30 de Dezembro). Cremos, aliás, independentemente do que ficou dito, e desconsiderando o facto de ter sido remetida certidão do registo predial da qual constam necessários os elementos que existem nos ficheiros de serviços registrais, que a simples remessa por correio electrónico, tanto mais sem exigências ou previsão de requisitos quer ao nível da autenticação electrónica dos remetentes quer da certificação dos documentos enviados, não constitui forma idónea para, num quadro de normalidade, apresentar documentos a registo.

2 A dita inscrição encontrava-se lavrada na ficha de registo em suporte de papel pelo que

tendo sido cancelada (a coberto da Ap. 18 de 22.04.2008) já não foi extractada para o sistema informático.

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elementos, designadamente a data de nascimento do titular inscrito em sede de suprimento de deficiências mas sim a certidão de nascimento do mesmo.

4. A decisão veio a ser sustentada pela Sr.ª 1.ª Ajudante em substituição.

5. O processo é o próprio, está devidamente instruído e a recorrente é parte legítima. Existe, todavia, uma questão prévia que cumpre apreciar, relativa à forma como se procedeu à notificação do despacho de qualificação que, como vimos, foi efectuada por correio electrónico.

Esta matéria foi tratada na informação elaborada no âmbito do processo RP 77/2009 SJC, para cuja fundamentação integralmente remetemos, onde se concluiu que a irregularidade da notificação por correio electrónico se poderia considerar sanada (e, consequentemente, tempestivo o recurso interposto), se se comprovar que o interessado tomou efectivo conhecimento da decisão de recusa e dos respectivos fundamentos, assegurou atempadamente o seu direito de impugnação e não invocou qualquer prejuízo para o seu direito, decorrente de uma notificação formalmente irregular (cfr. artigos 201º e 202º do Código de Processo Civil, subsidiariamente aplicável ao processo registral).

Aplicando, mutatis mutandis, os referidos argumentos ao caso aqui em análise, teremos de considerar igualmente sanado o vício da irregularidade da notificação e, como tal, tempestivo o presente recurso hierárquico.

6. Relativamente à questão de mérito suscitada, e muito embora o que opõe recorrente e recorrida se situe ao nível dos tramites ou da forma idónea de comprovar ou considerar comprovada a alteração do estado civil do titular inscrito, ora hipotecante, parece-nos que a questão se coloca primacialmente ao nível da (des)necessidade de comprovar tal alteração.

Se não vejamos:

A fracção autónoma identificada pela letra AE do prédio descrito sob o n.º 1121 da freguesia de Amarante (São Gonçalo) está inscrita a favor de Álvaro …., no estado de solteiro (Ap. 36 de 2001.09.14).

Estando ainda inscritas, com carácter definitivo, duas hipotecas voluntárias a favor da Caixa Geral de Depósitos, SA, para garantia de empréstimo concedido ao titular inscrito e ainda a Sandra …..

Surge, agora, o proprietário do imóvel em tabela, na escritura de mútuo com hipoteca que se pretende registar, como sendo casado na comunhão de adquiridos com a dita Sandra,

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hipotecando o imóvel com o necessário consentimento do cônjuge mulher para garantia de empréstimo concedido a ambos.

Não podemos dizer que a identificação dos sujeitos no título apresentado esteja incompleta porquanto dele constam todas as indicações a esse propósito pertinentes (designadamente, e atendendo ao que, in casu, importa considerar, o nome, o estado civil, e sendo casado o nome do cônjuge e o regime de bens – cfr. artigos 44.º, n.º 1 a) e 93.º, n.º 1 e) do C.R.P.-). Pelo que, em causa não estará a aplicação de uma das normas citadas pela recorrida no seu despacho de qualificação – referimo-nos ao artigo 46.º, n.º 1 a) do C.R.P.- que se reporta às declarações complementares dos títulos para completa identificação dos sujeitos, pressupondo que os mesmos sejam, a esse respeito, omissos ou padeçam de

alguma incompletude, e que ressalva as exigências de prova do estado civil4.

Por outro lado, a alteração do estado civil do titular inscrito não modifica sequer os pressupostos da titularidade do bem que continua, mesmo após o casamento, na titularidade do cônjuge marido – cfr. artigo 1722.º, n.º 1 a) do C.C.-.

Também se nos afigura claro que não existe, in casu, qualquer violação do princípio do

trato sucessivo5 porquanto o prédio está registado a favor de quem o hipotecou.

Nunca poderia considerar-se desrespeitado tal princípio só porque o titular inscrito depois da aquisição mas antes da constituição do encargo se casou.

Com efeito, é doutrina assente nos serviços que não há transmissão nem necessidade de

previamente efectuar o registo correspondente à alteração do estado civil do sujeito activo da inscrição, mesmo quando o regime é o da comunhão geral, como resulta da disposição expressa do n.º 2 do artigo 2.º do C.R.P. A comunicabilidade dos bens não tem registo (cfr. a propósito, o P.º n.º 56/89-R.P.3).

Por isso se concluiu no parecer proferido no P.º 59/92 R.P.46 o seguinte:

“I- Existindo sobre o prédio registo de aquisição a favor de determinado sujeito, é necessária a sua intervenção para que posteriormente possa ser lavrada nova inscrição

4 Vide a doutrina expendida no P.º n.º 58/86 RP3, in BRN de Outubro de 1987, no âmbito do

qual se concluiu o seguinte: “1.º-Não é admissível declaração complementar para indicar o

estado civil dos sujeitos da inscrição de factos cujos títulos sejam omissos quanto a esse elemento de identificação (Art.º 46.º, n.º 1, alínea a) do Código do Registo Predial). 2.º Tal declaração complementar é inadmissível mesmo nos casos em que o estado civil dos sujeitos consta de registos anteriores na Conservatória, que podem estar desactualizados. 3.º O suprimento das deficiências do processo registral, nos termos do artigo 73.º do C.R.P., não inclui o recurso a inscrições anteriores ou a documentos existentes na Conservatória para completar elementos de identificação dos sujeitos omitidos nos títulos ou em declaração complementar, quando admissível”. (sublinhado nosso). Doutrina essa que veio a ser

reafirmada designadamente no P.º RP30/97 DSJ-CT publicado in BRN9/97 mas que se reporta a situações de omissão ou incompletude dos títulos relativamente aos elementos de identificação dos sujeitos da relação jurídica, situação diversa da que ocorre nos presentes autos.

5 Um dos princípios basilares que enforma o nosso sistema registral e que tem assento legal

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definitiva, designadamente de hipoteca voluntária, salvo se o facto for consequência de outro anteriormente inscrito.

II- Esta intervenção não é, porém, directamente posta em causa pela falta de averbamento do estado de casado à inscrição de aquisição.”.

Mas então, não sendo, por um lado, necessário averbar ao registo de aquisição o novo estado civil do titular inscrito, tendo, por outro, o prédio sido onerado por quem consta no registo como sendo o proprietário, qual o fundamento para se considerar necessária a prova, documental ou por acesso às bases de dados do registo civil, em relação ao estado civil

constante do título?7

Não faltando a intervenção, no título, do titular inscrito, nem sequer o consentimento daquele que aí consta como sendo o seu cônjuge, porque motivo se considera essencial, sob pena de opor, como sucedeu no caso dos autos, dúvidas ao registo, a consulta do assento de nascimento do dono do prédio? Pretender-se-á verificar se entre o estado de solteiro e o de casado com Sandra…. não foi contraído casamento do qual resultasse a comunicabilidade do bem?

Ora, conforme se entendeu no P.º 97/96 R.P.48:

“(…) não é lícito ao conservador, no exercício dos poderes de apreciação da viabilidade do pedido de registo conferidos pelo artigo 68.º do Código do Registo Predial, exigir a prova da inexistência de hipotéticas situações que, a existirem, obstariam ao registo nos termos em que é pedido”.9

Não tem, assim, o conservador de exigir ou diligenciar no sentido de obter prova complementar de registo civil, atinente à alteração do estado civil do titular inscrito que aquando da aquisição era solteiro e à data em que onera, com o devido consentimento do cônjuge, é casado na comunhão de adquiridos porquanto não existe, nem violação do

7 Note-se que nos P.ºs R.P.4 P.º8/93 CT e RP92 P.º1/128STE entendeu-se que apesar de o

estado civil declarado no título não ter ingressado no registo civil português, não se justificando suspeitas de violação do trato sucessivo, não é legítima a exigência de prova documental em relação ao estado civil constante dos títulos, o que de certa forma nos auxilia a situar a questão atinente à identificação dos sujeitos da relação jurídica, não se verificando omissão nos títulos de elementos essenciais, no âmbito daquele princípio registral.

8 Publicado in BRN5/97.

9 O mesmo entendimento resultava já expresso na Edição anotada da Direcção Geral dos

Registos e do Notariado do Código do Registo Predial, de 1970, mormente das notas ao artigo 5.º referente ao princípio da legalidade (pág. 35) e ao artigo 181.º (páginas 186 e 187) donde se extrai o seguinte: “Se A, dono inscrito de determinado prédio, no estado de

solteiro, vendeu esse prédio no estado de casado, e como tal figura na respectiva escritura, não é legítimo subordinar a feitura definitiva do registo da transmissão operada, à prova, por certidão emanada do registo civil, do novo estado civil do vendedor, com vista a averiguar se o seu actual estado de casado provém de primeiras ou de ulteriores núpcias. Ao conservador compete apreciar a legalidade do facto submetido a registo, tão-sòmente em face dos títulos apresentados em conjugação com os registos anteriores, patenteados pelos respectivos livros, não lhe sendo lícito exigir prova complementar da inexistência de hipotéticas situações susceptíveis de constituir eventual obstáculo à realização do registo nos termos requeridos – Despacho de 8 de Abril de 1968 – Proc. n.º 32.”

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princípio do trato sucessivo (cfr. artigo 34.º do C.R.P.), nem qualquer omissão, na escritura pública lavrada, de um elemento essencial da identificação de um dos sujeitos da relação jurídica (cfr. artigo 46.º, n.º 1 a) do C.R.P.).

Considerando-se desnecessária, no caso dos autos, a prova de registo civil atinente à alteração do estado civil do titular inscrito hipotecante prejudicada fica a análise da forma como foi conduzido, pela conservatória em causa, o processo de suprimento de deficiências do pedido.

Não obstante, não podemos deixar de referir, resumidamente, a este propósito, o seguinte:

Se actualmente nada impede que o interessado, por sua iniciativa, querendo, instrua um pedido de registo mediante a entrega de uma certidão de registo civil (a qual, uma vez efectuado o acto requerido, ser-lhe-á devolvida ao abrigo do que dispõe o artigo 26.º, n.º 2 do C.R.P.), o certo é que não tem de o fazer. Apenas terá de fornecer, ao serviço de registo, os elementos necessários à identificação do assento a cujo conteúdo se tem de aceder – cfr. Artigos 42.º, n.º 1, 43.º, n.º 5 e 73.º, n.º 1 do C.R.P. e artigo 18.º, n.º 2 da Portaria n.º 1535/2008, de 30 de Dezembro-.

Na verdade, o Código do Registo Predial, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-lei n.º 116/2008, de 4 de Julho, assenta, de entre outros, num princípio de intercomunicabilidade entre as diversas bases de dados da Administração Pública e, logicamente, entre as bases de dados registrais.

Nessa medida, os actos de registo predial que devam ser instruídos por informação que se possa colher das bases de dados do registo civil, sê-lo-ão por essa via e não pela via da solicitação aos interessados de certidões de registo, seja no momento do pedido de registo, quando este é efectuado ao balcão da conservatória, muitas vezes com assessoria da mesma, seja em sede de suprimento de deficiências.

Claro que fundamental é também que o apresentante forneça os elementos necessários para que possam ser efectuadas buscas na base de dados do registo civil, sendo que não podemos esquecer que estamos a falar de uma base de dados nacional composta por milhares de assentos.

Cremos que a inexistência de acesso ao assento de nascimento através dessa base de dados que é alvitrada na comunicação feita pela conservatória à apresentante do acto impugnado, para efeitos de suprimento de deficiências, o que queria significar era uma falta de elementos para se proceder às necessárias buscas do assento de registo civil a cujo conteúdo se pretendia aceder. Por vezes, o nome do registado não é, só por si, elemento

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integrado no sistema informático do registo civil10 seja porque frequentemente aquele

sistema, numa busca deste género, devolve a informação atinente a vários assentos de nascimento, cada um deles de um registado com o mesmo nome, podendo, nalguns casos, os demais elementos de que a conservatória tem conhecimento não serem suficientes para dissipar as dúvidas sobre qual seja o do sujeito em causa.

Nestes casos, tem de haver cooperação dos apresentantes no sentido de fornecerem os elementos que forem solicitados pela conservatória do registo predial assim como tem de haver por parte desta, muitas vezes com a necessária cooperação das conservatórias do

registo civil11, um esforço acrescido, esgotando todos os elementos de pesquisa de que

disponham12, sob pena daquele princípio de intercomunicabilidade entre as diversas bases

de dados da Administração Pública e entre as bases de dados registrais não surtir o efeito desejado quer pelos particulares quer pela Administração.

7. Nestes termos, em conformidade com o exposto somos de parecer que o presente recurso merece provimento devendo converter-se em definitiva a inscrição lavrada provisoriamente por dúvidas.

Sobre esta informação recaiu despacho de concordância do Sr. Vice-Presidente em substituição em 26.10.2009.

10 Importando, neste caso, contactar com a conservatória detentora do assento para que

esta o informatize. Mas antes de o informatizar tem de o localizar o que se revelará tarefa impossível no caso de só lhe ser fornecido, como elemento de busca, o nome do registado. Com efeito, em cada conservatória do registo civil existem, em suporte de papel, dezenas ou mesmo centenas de livros de assentos de nascimento, cada um deles referente a cada ano civil e organizado por ordem sequencial/temporal dos registos de nascimento que o incorporam. Ora, não é curial considerar que não estando o assento de nascimento a cujo conteúdo se pretende aceder informatizado, a conservatória dele detentora o possa procurar, folheando cada um desses livros. Necessário se torna, na maior parte dos casos, saber a data, pelo menos aproximada, do nascimento do registado.

11 Designadamente quando os assentos em causa ainda não estiverem informatizados ou

quando se suscitar alguma questão relativa à forma como está organizado o registo civil e que possa auxiliar na pesquisa dos assentos.

12 Com efeito, não nos parece que a pesquisa, por exemplo, de um assento de nascimento

tenha de se considerar esgotada pela introdução de um só elemento de busca, nomeadamente o nome do registado. Se o indivíduo for casado poderá ainda pesquisar-se o assento de nascimento do cônjuge mulher através do nome desta última (que também consta do título que se pretende fazer ingressar no registo predial). A esse assento estará averbado o n.º do assento de casamento. Poderá, então, através desse n.º, pesquisar-se o assento de casamento que, por sua vez, permitirá localizar o assento de nascimento do cônjuge marido. Claro que ainda assim poderá suceder que as buscas não resultem frutíferas – bastará que nenhum desses assentos se encontre informatizado – mas, então, deverá solicitar-se ao apresentante a indicação de outros elementos que viabilizem o acesso à informação registral civil pretendida, nomeadamente, a data de nascimento do cônjuge marido, a data e o local do casamento, ou um elemento mais específico mas que muitas vezes é do conhecimento dos interessados, como seja o n.º do assento de nascimento do indivíduo em causa ou o n.º do seu assento de casamento.

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