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A SOBERANIA DO ESTADO E OS LIMITES DA REGULAÇÃO VALTER SHUENQUENER DE ARAÚJO

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Academic year: 2021

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VALTER SHUENQUENER DE ARAÚJO

PROFESSOR DE DIREITO ADMINISTRATIVO

DA FACULDADE DE DIREITO DA UERJ

DOUTOR EM DIREITO PUBLICO

KZS PELA UNIVERSIDADE DE

HEIDELBERG – ALEMANHA

JUIZ FEDERAL E CONSELHEIRO DO CNMP

(2)

EVOLUÇÃO DA REGULAÇÃO NO BRASIL

Em busca do “new public management” em um estado soberano.

Deslegalização: uma releitura do princípio da legalidade em razão do deficit

de capacidade institucional do Legislador. Tensão entre regulação e democracia.

Precedentes do STF: prazo de recolhimento do IPI (RE 140.669/PE. Rel.: Min. ILMAR GALVÃO. Tribunal Pleno. Julgamento: 02/12/1998) e da fixação

do salário-mínimo (ADI 4.568/DF. Rel. Min. Cármen Lúcia, Julgamento:

03/11/2011).

• Princípio da juridicidade administrativa como reforço à regulação amparada por loi-cadre.

Emprego da “intelligible principle doctrine” (Mistretta v. United States, 1989) na ADI 4.568. Fixação de parâmetros mínimos.

(3)

FUNDAMENTO DE VALIDADE

Lei nº 9.537/97

Dispõe sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob

jurisdição nacional e dá outras providências.

Art. 4° São atribuições da autoridade marítima:

I - elaborar normas para:

b) tráfego e permanência das embarcações nas águas sob jurisdição

nacional, bem como sua entrada e saída de portos, atracadouros,

fundeadouros e marinas;

(...)

VII - estabelecer os requisitos referentes às condições de segurança e

habitabilidade e para a prevenção da poluição por parte de

embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio;

(4)

REGULAÇÃO E PROPORCIONALIDADE DO

EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA

Atributos do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.

Regulação não pode criar limitações abusivas e desproporcionais. Regulatory

taking.

Teste da proporcionalidade para eventual exigência normativa de contratação de seguro com cobertura mais ampla para o transporte de carga viva por meio marítimo em águas brasileiras.

Adequação: exigência se revela adequada para prevenir novos acidentes com

carga viva e, caso ele ocorra, haverá uma solução mais eficaz.

Necessidade: a exigência de celebração de um contrato de seguro é meio pouco

gravoso. Não inviabiliza a concorrência e soluciona o impasse.

Proporcionalidade em sentido estrito: exigência traria mais benefícios (sociais,

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DELIMITAÇÃO DA AUTONOMIA DA VONTADE

E FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

Funcionalização do contrato como um fenômeno

comum.

art. 421 do Código Civil: A liberdade de contratar será

exercida em razão e nos limites da função social do

contrato.

Portaria da ANP nº 202 – capital social de 1 milhão

de reais e base própria com armazenamento mínimo.

(6)

PODER JUDICIÁRIO E REGULAÇÃO

Tema juridicamente sensível: regulação relativiza

garantias liberais clássicas como o direito de

propriedade e a liberdade de contratar.

Controle jurisdicional de atos praticados no exercício

do poder de polícia: princípio da deferência

(matérias técnicas) e não deferência (temas

juridicamente sensíveis).

(7)

PODER JUDICIÁRIO E REGULAÇÃO

Prestígio ao poder legislativo em detrimento da regulação administrativa técnica: precedente do STF alusivo à proibição, pela

ANVISA, da venda de artigos de conveniência em farmácias. ADI 4.093. Em 2014, STF reconheceu a constitucionalidade de lei paulista que permitia a venda de artigos de conveniência em farmácias.

Trecho da ementa do voto relatado pela Min. Rosa Weber:

“Às agências reguladoras não compete legislar, e sim promover a normatização dos setores cuja regulação lhes foi legalmente incumbida. A norma regulatória deve se compatibilizar com a ordem legal, integrar a espécie normativa primária, adaptando e especificando o seu conteúdo, e não substituí-la ao inovar na criação de direitos e obrigações. Em espaço que se revela qualitativamente diferente daquele em que exercida a competência legiferante, a competência regulatória é, no entanto, conformada pela

ordem constitucional e legal vigente. As normas da ANVISA que extrapolem sua competência normativa – como é o caso da proibição de comércio de artigos de conveniência em farmácias e drogarias - não se revelam aptas a obstar a atividade legiferante dos entes federados. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.

(8)

PODER JUDICIÁRIO E REGULAÇÃO

Prestígio à regulação administrativa técnica em detrimento da lei:

precedente do STF da pílula do câncer. ADI 5.501.

Em maio deste ano, o STF suspendeu, por maioria e liminarmente, a eficácia da Lei 13.269/2016 e, por consequência, o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. A lei autorizava o uso da substância por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna.

Trecho do voto do relator, Min. Marco Aurélio:

“O controle dos medicamentos fornecidos à população é efetuado, tendo em conta a

imprescindibilidade de aparato técnico especializado, por agência reguladora

supervisionada pelo Poder Executivo. A atividade fiscalizatória – artigo 174 da Constituição Federal – dá-se mediante atos administrativos concretos de liberação das substâncias, devidamente precedidos dos estudos técnicos – científicos e experimentais. Ao Congresso Nacional não cabe viabilizar, por ato abstrato e genérico, a distribuição de qualquer medicamento”.

(9)

PODER JUDICIÁRIO E REGULAÇÃO

O caso dos aromatizantes no cigarro: ADI 4.874.

Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da ANVISA nº

14/2012

Art. 6º Ficam proibidas a importação e a comercialização no

país de produto fumígeno derivado do tabaco que contenha

qualquer um dos seguintes aditivos:

I – substâncias sintéticas e naturais, em qualquer forma de

apresentação (substâncias puras, extratos, óleos, absolutos,

bálsamos, dentre outras), com propriedades flavorizantes ou

aromatizantes que possam conferir, intensificar, modificar ou

realçar sabor ou aroma do produto, incluindo os aditivos

identificados como agentes aromatizantes ou flavorizantes

(10)

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