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Mercados. informação de negócios. África do Sul Oportunidades e Dificuldades do Mercado

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Academic year: 2021

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Mercados

informação de negócios

África do Sul

Oportunidades e Dificuldades do Mercado

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Índice

1. Oportunidades 3 1.1. Comércio 3 1.2. Investimento 5 1.3. Turismo 6 2. Dificuldades 6 2.1. Comércio 6 2.2. Investimento 7 2.3. Turismo 7

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1. Oportunidades

1.1. Comércio

A República da África do Sul é a maior e mais sofisticada economia do continente africano, representando cerca de 34% do PIB da África Subsaariana. A sua importância no continente foi reforçada pela recente entrada do país nos BRICS. Regista-se ainda o crescimento das parcerias comerciais bilaterais com a União Europeia, China, Estados Unidos, Japão e com o espaço multilateral comercial da SADC, que agrega cerca de 250 milhões de consumidores.

A recuperação da economia internacional e as medidas de estímulo económico adotadas pelo Governo sul-africano impulsionaram, nos últimos anos, o crescimento do produto interno bruto, que atingiu 3,1% em 2011. Prevê-se a continuação do crescimento da economia com valores superiores a 2% do PIB, embora abaixo do índice de crescimento necessário ao combate à pobreza e à criação de emprego. O mercado de bens de consumo na África do Sul ainda oferece possibilidades em setores diversos como o da confeção (alta moda, moda juvenil), joalharia, bijutaria e calçado, em especial no que se refere a produtos com design, mas com um preço razoável, dirigida ao setor médio-alto da população. Não obstante, há que ter em conta que as quantidades de exportação serão baixas, mas constantes, sempre e quando se dedique uma atenção adequada e pronta à empresa sul-africana. Isto significa que o exportador português deverá manter um contacto regular com os seus clientes, atuais e potenciais, tanto por correspondência (eletrónica, fax ou telefone) como com visitas frequentes.

Quanto ao Vinho do Porto, terminou, no início de 2012, a licença da União Europeia, para que a África do Sul o produzisse (denominando-o como tal), pelo que haverá vantagens na exportação de Vinho do Porto para o mercado.

Partes e componentes para a indústria automóvel – verificou-se, nas últimas décadas, uma grande expansão do setor automóvel na África do Sul, que levou o país a posicionar-se entre os 20 primeiros países do mundo em termos de produção de automóvel, com 7 indústrias de montagem final localizadas no país. À volta desta indústria estabeleceram-se inúmeras empresas fabricantes e importadoras de componentes e peças que, em grande medida, continuam a necessitar de colaboração de empresas estrangeiras para satisfazer a procura desta indústria.

Com o boom do setor imobiliário nos últimos três anos, mantém-se a tendência do sul-africano médio para grandes investimentos na construção e renovação, que fazem com que o setor esteja em alta. Esta tendência, aliada a uma moeda local forte em comparação com as divisas estrangeiras, favorece a importação de materiais de construção (pavimentos e revestimentos cerâmicos, produtos plásticos e ferragens, material elétrico, entre outros) que contenham um elemento diferenciador de design, qualidade e inovação.

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percentagem da sua população carente de infraestruturas básicas, como casas dignas, acesso a água potável, sistemas de saúde pública, eletrificação, e transportes. O Governo aposta em grandes planos e dotações orçamentais para resolver estes problemas que, em muitos casos, irão necessitar da participação de empresas estrangeiras que possam aportar a tecnologia e os meios necessários para levar a cabo estas obras de infraestruturas.

A África do Sul é o principal emissor de gases de efeito de estufa em África e o 12º do Mundo, um aspeto fundamental da sua estrutura económica, sendo o setor energético a principal fonte das suas emissões. O carvão representa 72% do mix energético do país, e em 2008 representou mais de 90% da eletricidade, principalmente produção térmica.

A África do Sul deixará de estar isenta de realizar ações de mitigação, tendo declarado a sua intenção de reduzir as suas emissões de carbono em mais de 35% até 2030; a isto se juntou a realização do COP17 (Climate Change Conference) no início de dezembro de 2011 em Durban, que o Governo sul-africano utilizou como uma oportunidade para mostrar ao mundo os seus avanços em matéria de alterações climáticas.

Desde 2009 que se começou a desenhar o quadro regulatório que impulsionará o arranque do setor, implantando um modelo Feed in Tariff para a subvenção dos promotores de energias renováveis, incluindo-se neste programa: a energia solar térmica, solar fotovoltaica, eólica, mini-hídrica, biomassa e biogás.

As autoridades locais facilitarão a entrada de novos concorrentes no mercado, incrementando-se a pressão e as exigências sobre a Eskom, a empresa pública do setor da energia. Por outro lado, o

Integrated Resource Programme (IRP 2), que determina como será a procura, a longo prazo, de eletricidade e como se irá cobrir, em termos de oferta, e capacidade de produção, foi aprovado pelo Parlamento em março de 2012, e projeta uma participação importante no mix energético do país nas energias renováveis.

Na área das tecnologias de informação e comunicação, em que as empresas portuguesas têm forte experiência e know how internacional, serão lançados concursos no montante de 500 milhões de rands.

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1.2. Investimento

Pelo número de empregos que gera, a indústria automóvel é muito bem vista na África do Sul. A aposta portuguesa neste setor constitui uma oportunidade, face ao cluster dos componentes que desenvolvemos em Portugal. Constata-se, aliás, o surgimento de investimentos portugueses nesta área, muito incentivados e apoiados pelas autoridades locais.

As grandes empresas sul-africanas de diversos setores como a construção, exploração mineira, energia e financeiro decidiram criar as suas próprias divisões de energias renováveis, apesar de não terem experiência neste setor. Trata-se de empresas com uma importante capacidade financeira e experiência na gestão de grandes projetos, o que as dota de credibilidade e capacidade de executar os projetos com solvência.

A estas soma-se um amplo grupo de empresas de pequena e de média dimensão, algumas com um atrativo perfil profissional no setor da engenharia energética convencional.

A falta de experiência das referidas empresas no setor das renováveis, abre um leque de oportunidades às empresas internacionais. A necessidade de capital humano e conhecimentos, traduz-se numa oportunidade inicial para a realização de parcerias com sócios estrangeiros que as apoiem no desenvolvimento dos seus projetos – fornecedores de equipamentos, assistência técnica e formação profissional.

De salientar que a própria construção de habitação social está muito voltada para as energias renováveis, sendo comum a instalação de painéis para autonomizar energeticamente aquelas habitações.

Em suma, no capítulo do investimento, qualquer empresa que apresente uma vantagem tecnológica que a coloque, no seu setor de atividade, numa posição competitiva internacional, tem grandes possibilidades de ter sucesso no mercado sul-africano.

As empresas portuguesas têm a vantagem competitiva de poderem contar com o apoio da banca nacional na sua intervenção na África do Sul, dada a existência de um banco comercial de matriz portuguesa e que pertence ao maior grupo bancário português.

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1.3. Turismo

O mercado emissor de turistas sul-africano poderá ter um forte potencial, nomeadamente nos mercados turísticos do golfe e do turismo residencial, este último associado às recentes alterações legislativas que permitem o denominado Golden Visa.

O facto da África do Sul manter uma comunidade Portuguesa relevante, que deverá chegar aos 300.000 habitantes, justifica os atuais fluxos turísticos, nomeadamente para a Região Autónoma da Madeira.

Há potencial para atrair de turistas dos segmentos médio e alto, em virtude da diminuição das tarifas aéreas, tanto em classe económica como em executiva, face à concorrência que as grandes companhias internacionais estão a promover pela entrada da Fly Emirates na ligação de África do Sul à Europa, via Dubai.

2. Dificuldades

2.1. Comércio

No âmbito das trocas comerciais, e não obstante as mercadorias comunitárias (também as portuguesas) beneficiarem de preferências pautais (desde que acompanhadas do Certificado de Origem EUR.1), têm que observar padrões técnicos de qualidade bastante exigentes.

Assim, as principais dificuldades verificam-se ao nível da certificação dos produtos a colocar no mercado; muitos deles (ex.: alguns bens alimentares; veículos e componentes; produtos elétricos e eletrónicos; materiais de construção) estão sujeitos ao cumprimento de normas específicas obrigatórias estabelecidas pelo South African Bureau of Standards (SABS) e pelo National Regulator for Compulsory Specifications (NRCS). No caso de se tratar de produto que nunca tenha sido importado, nem objeto de controlo pelas referidas entidades, a situação pode apresentar complicações acrescidas.

No setor alimentar e das bebidas alcoólicas é necessária a intervenção do Department of Agriculture, sendo que o processo de aferição da qualidade e segurança dos mesmos, à luz das normas em vigor, é bastante moroso, implicando um investimento significativo em termos de tempo – no caso do vinho, por exemplo, estamos a falar de uma média de 6 a 8 meses.

Para os produtos frescos (ex.: vegetais e frutas; carnes de suíno) e quando não existam requisitos fitossanitários/sanitário definidos e pré-estabelecidos, tem lugar um longo período de negociações entre as autoridades locais e os organismos competentes dos vários países interessados em exportar (ex.: em Portugal a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária – DGAV) até à obtenção de autorização final, que envolve, nomeadamente, a troca de informações e a aprovação de certificado fitossanitário/sanitário, entre outras formalidades, que pode chegar aos 2 anos.

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Ainda no âmbito da certificação é essencial que, estando em face de um produto que não foi objeto de negociação quando da celebração do Acordo de Comércio, Desenvolvimento e Cooperação (que rege o relacionamento UE/África do Sul), e no contexto das reuniões bilaterais entre as partes, este possa ser incluído, por forma a definir as condições da sua importação.

2.2. Investimento

No domínio do investimento é importante destacar a iniciativa Black Economic Empowerment (B-BBEE);

política de emancipação económica da comunidade negra (e recentemente objeto de alteração legislativa), que visa aumentar a participação da população não branca do país e que tem influência no caso das empresas que pretendam fazer negócios com entidades que exijam a observância e o cumprimento das respetivas regras; de referir que a Iniciativa B-BBEE não tem aplicação apenas na área da contratação pública.

A burocracia é, também, uma desvantagem e exige um acompanhamento atento. O recurso às agências provinciais que apoiam o investimento é fundamental para diminuir os custos de contexto associados. A banca sul-africana, em geral, desconhece a realidade da economia portuguesa e das suas empresas, pelo que o eventual apoio a projetos de investimento está dependente de uma análise complexa e criteriosa nem sempre com resultados positivos para os promotores; também é pouco recetiva aos instrumentos de crédito facilitados pela banca portuguesa.

2.3. Turismo

O facto de não haver voo direto para Portugal e ser inevitável efetuar-se, pelo menos, uma escala é um fator que pesa na escolha dos destinos turísticos dos sul-africanos.

A pouca promoção de Portugal como destino turístico de golfe origina a que os espanhóis tenham uma vantagem relevante na atração dos praticantes desta modalidade. O golfe é um desporto muito popular entre os sul-africanos e de fácil acesso para a classe média.

A promoção da gastronomia e vinhos portugueses pode ser um alicerce na atração de novos turistas sul-africanos.

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8 Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA

sua ligação com Portugal, promovendo o regresso às origens e dando uma imagem de Portugal diferente daquele que os seus pais e avós deixaram para trás.

3. Cultura de Negócios do Mercado

• A África do Sul tem uma cultura de negócios absolutamente anglo-saxónica e muito franca;

• Para entrar no mercado sul-africano, é fundamental a figura do agente-distribuidor, uma vez que os clientes finais não estão habituados a importar diretamente. Há grandes empresas que têm a sua sede em Joanesburgo e uma rede de armazéns espalhados pelas principais cidades e com capacidade para abrangerem países próximos, como a Namíbia, Botsuana, Zimbabué, Moçambique, etc;

• A venda de produtos de consumo faz-se nos grandes centros comerciais, super e hipermercados;

• É essencial conhecer os interlocutores certos no contacto com os potenciais clientes;

• A pontualidade é fundamental nas reuniões;

• O estilo de negociação é amistoso, porém formal;

• O sul-africano, no início da negociação, parece pouco predisposto a alterar as suas posições iniciais; contudo, ao longo do processo, vai-se adaptando e mostra-se mais flexível;

• A negociação win-win é o argumento mais forte na discussão, em que ambas as partes apreciam e facilitam os benefícios que a outra obtém;

• As táticas de venda agressiva, os argumentos emocionais e a críticas à concorrência não são bem vistas;

• A sociedade sul-africana não é litigiosa; nos negócios a arbitragem está suficientemente testada e apenas chegam a tribunal menos de 30% dos conflitos entre empresas.

Referências

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