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MÉTODOS E TIPOS DE PESQUISA EM ARTIGOS SOBRE ESTRATÉGIA PUBLICADOS NO ENEGEP

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MÉTODOS E TIPOS DE PESQUISA EM

ARTIGOS SOBRE ESTRATÉGIA

PUBLICADOS NO ENEGEP

Miriam Karla Rocha (UFERSA ) miriamkrocha@hotmail.com Saulo de Tarso Alves Dantas (IFRN )

sannus@yahoo.com.br Aline Soares Dantas (UFRN )

eniladantas@yahoo.com.br RAFAEL RODRIGUES DA SILVA (IFRN )

rafael-rn@ig.com.br

Este trabalho tem como objetivo identificar os tipos de pesquisas mais usuais nos artigos dos Anais do ENEGEP nos anos de 2005 a 2013 os quais tratem da estratégia como tema principal ou contribua para o tema em questão para, assim, identificar alguma tendência. Adotou-se a tipologia proposta por Filippini (1997) e posteriormente utilizada por Berto e Nakano (1999), para classificar os trabalhos de acordo com o tipo de pesquisa utilizado, e os resultados foram comparados aos encontrados por Berto & Nakano nos anais do ENEGEP nos anos de 1996 a 1998. Os resultados apresentam que os estudos de casos é o tipo de pesquisa que vêm crescendo mais aceleradamente e já supera, em quantidade de artigos, os outros tipos de pesquisa na área de Engenharia de Produção.

Palavras-chaves: Educação, engenharia de produção, métodos de pesquisa, estratégia.

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1. Introdução

Todo e qualquer artigo científico necessita algum método de pesquisa como mecanismo de desenvolvimento das hipóteses levantadas em seus problemas com a finalidade de comprová-las apresentando-as em seus resultados.

As pesquisas científicas na área de Engenharia de Produção (EP) podem ser consideradas recentes quando comparadas à outras áreas da ciência já bem amadurecidas quanto à construção de novos conhecimentos, em outras palavras, a produção de artigos no campo teórico/conceitual se destaca. Isso poderia explicar a perceptível ausência de um método de pesquisa bem estabelecido. A EP se caracteriza por sua multidisciplinaridade surgindo, portanto, um grande desafio para conseguir classificar os diversos assuntos tratados. As áreas da Engenharia de Produção vêm tomando forma com diversas mudanças e aperfeiçoamento ao longo dos anos. Segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), a Engenharia de Produção, hoje, pode ser divididas em dez sub-áreas que podem ser consultadas no tópico quatro. A EP ainda não possui tradição na utilização de algum método em específico, contudo este trabalho mostrará que existe uma tendência que vem se consolidando ao longo dos anos.

Um assunto de destaque dentre os diversos temas tratados pela EP é a estratégia em todas as suas formas, a qual envolve todos os outros assuntos da EP em diferentes níveis e frequências. Segundo Porter (1986), estratégia significa desempenhar atividades diferentes das exercidas pelos rivais ou desempenhar as mesmas atividades de maneira diferente.

Estratégias podem ser vistas como objetivos que definem os modos pelos quais diversas ferramentas de gestão são usadas, ou seja, elas regulam a maneira como o conhecimento em gestão é aplicado em uma organização. A estratégia funciona como uma linha reguladora, um conceito que engloba todas as funções administrativas existentes em uma organização. A estratégia funciona como pilar central que unifica múltiplas áreas administrativas existentes em uma organização (MACEDO et al, 2009). Devido a essa propriedade, este assunto se tornou de grande interesse de pesquisa por parte dos acadêmicos.

Com o exposto acima, é possível notar que estudos sobre os métodos de pesquisa empregados nas pesquisas em EP carecem de investigação. Unindo-se a isto o fato da estratégia ser um assunto inerente a EP, dentro do contexto multidisciplinar em que ela se encontra, fica evidente que o resultado de um levantamento dos tipos de métodos de pesquisa em artigos,

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que abordam a estratégia como um dos temas principais ou contribui para este tema, pode revelar a tendência dos métodos aplicados aos estudos dos artigos em EP para os próximos anos, ou mesmo identificar métodos que já se encontram bem estabelecidos.

Espera-se que o resultado deste trabalho mostre quais são os métodos de pesquisas mais usados em publicações científicas na área de EP e qual é a tendência para os próximos anos. Sendo assim, do ponto de vista de seu objetivo, esta pesquisa caracteriza-se como descritiva, na definição de Gil (2010).

O objetivo, assim, busca identificar os tipos de metodologias de pesquisa mais utilizadas nos artigos publicados como o tema de Estratégia Organizacional na EP. Tomando-se como verdade que o Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), por ser um congresso de abrangência nacional, e por seu rigor na avaliação dos artigos submetidos, representa o estado da arte das pesquisas feitas no Brasil na área de EP, realizou-se um levantamento dos artigos publicados nos Anais deste encontro. O escopo de tempo analisado envolveu os anos de 2005 a 2013, ENEGEP’s (2005 a 2013).

Este trabalho pretende comparar os resultados obtidos nos anos de 2005 a 2009 com o resultado de Berto & Nakano (1999) que realizou uma pesquisa similar. Para tanto, será utilizada mesma classificação dos métodos de pesquisa, apresentada no referencial teórico, adotada por esses autores. Berto & Nakano (1999) também comparou seu trabalho com trabalhos internacionais de mesma finalidade. Este artigo, contudo, procura dar continuidade ao assunto apenas dentro do escopo nacional.

A organização do presente estudo inicia-se com essa abordagem introdutória, seguida pela seção 2, fundamentos teóricos, na qual se aborda a área de estratégia empresarial e a matriz importância-desempenho. A seção 3, método de pesquisa, traz os métodos utilizados durante o atual estudo. Posteriormente, a seção 4 expõe os estudos de caso realizados nas empresas A e B dentro das áreas estratégicas escolhidas. Em seguida, os resultados dessas análises podem ser observados na seção 5. Na seção 6, encontram-se as considerações finais do estudo, além de sugestões para possíveis trabalhos futuros e finalmente na seção Referências são apresentadas as bibliografias utilizadas na pesquisa.

2. Fundamentação

Este tópico se faz necessário para elucidar conceitos inerentes aos métodos de pesquisa realizados e a profissão do Engenheiro de Produção.

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2.1. Tipos de Pesquisa

Conforme Schindler e Cooper (2003, p. 33), “pesquisa é uma investigação sistemática que visa a oferecer informações para resolver problemas gerenciais”

Utilizou-se a estrutura de pesquisa proposta por Silva, Lima e Costa (2009), esquematizada na Figura 1, a qual se constitui por oito etapas: seleção da base de dados; seleção e triagem mais refinada dos artigos sob os critérios apresentados no tópico três; obtenção dos resultados; comparações feitas com estudos anteriores; e resultados.

Figura 1: Etapas da pesquisa

Fonte: SILVA; LIMA; COSTA (2009)

Os enfoques de uma pesquisa consistem em procedimentos que dirigem toda a atividade de investigação e servem como diretrizes para a aproximação e focalização do problema ou do elemento que se tenciona estudar, auxiliando na assimilação dos métodos e tipos de pesquisa mais apropriados para a solução aspirada ou confirmação de hipóteses. Estão sujeitos á natureza do problema e dos elementos que o compõe, da fundamentação teórica para o seu entendimento, e do nível de domínio dos assuntos relativos ao componente de estudo pelo pesquisador. Intuição na percepção da importância dos dados e das afinidades entre variáveis é bem vinda. Alteram o contorno de como os planos de pesquisa e investigação são estruturados, sistematizando e guiando a revisão bibliográfica, a coleta de dados, as análises e conclusões. (LAKATOS; MARCONI, 1991; CERVO; BERVIAN, 1996).

Como em Berto e Nakano (1999), manteve-se os critérios para a classificação dos artigos que se dão da seguinte forma.

a) Modelagem: uso de técnicas matemáticas para descrever o funcionamento de um sistema ou de parte de um sistema produtivo;

b) Simulação: uso de técnicas computacionais para simular o funcionamento de sistemas produtivos, a partir de modelos matemáticos;

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c) Survey: uso um único instrumento de coleta de dados (em geral um questionário), aplicado a amostras de tamanho grande, com o uso de técnicas de amostragem e análise estatística;

d) Estudo de Caso: análise aprofundada de um ou mais objetos (casos), com o uso de múltiplos instrumentos de coleta de dados e interação entre o pesquisador e o objeto de pesquisa;

e) Estudo de Campo: outros métodos de pesquisa (principalmente de enfoque qualitativo). Presença de dados de campo, sem estruturação formal do método de pesquisa. Também foram classificados como estudo de campo os trabalhos que fizeram uso de entrevistas (sem o aprofundamento necessário de um estudo de caso), pesquisa participante, pesquisa ação, tipos específicos de análise, coleta de dados de campo sem estrutura ou declaração sobre o tipo de pesquisa ou método;

f) Experimento: estudo da relação causal entre duas variáveis de um sistema sob condições controladas pelo pesquisador;

g) Teórico / conceitual: Discussões conceituais a partir da literatura, revisões bibliográficas. Modelagens conceituais, baseadas na percepção e experiências do autor.

2.2. Engenharia de Produção

No Brasil, o número de cursos de graduação e pós-graduação em Engenharia de Produção (EP) vem crescendo de forma acelerada. Atualmente, já existem 358 cursos de graduação em todo o Brasil, dentre eles, 50 com ênfase em Mecânica, 12 em Civil, 7 em Agroindústria, 6 em Química, e 5 em Elétrica, além de ênfases mais específicas. Este número é um dos indicadores da vitalidade e da importância desta área para o país (ABEPRO, 2011).

De acordo com sua definição clássica, adotada tanto pelo American Institute of Industrial

Engineering (A.I.I.E.) como pela Associação Brasileira de Engenharia de Produção

(ABEPRO),

"Compete à Engenharia de Produção o projeto, a implantação, a melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados, envolvendo homens, materiais e equipamentos, especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas, recorrendo a conhecimentos especializados da matemática, física, ciências sociais, conjuntamente com os princípios e métodos de análise e projeto da engenharia".

A Engenharia de Produção possui além do conjunto de conhecimentos técnicos relacionados às áreas de produção, qualidade, economia, produto, estratégia organizacional, conhecimento,

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meio ambiente, pesquisa operacional, ergonomia e segurança no trabalho, também foca a área da gestão das organizações tornando o profissional valorizado pelas organizações. O Engenheiro de Produção atua no processo produtivo enquanto que outras engenharias trabalham mais no desenvolvimento de produtos, dos processos e da tecnologia. Ele trabalha mais na redução de custos, na melhoria da qualidade dos produtos, na distribuição e na gestão dos processos de forma geral atuando numa interface entre as áreas das engenharias e das ciências da administração. Ao passo que a Administração focaliza na questão da gestão dos processos administrativos, processos de negócio e na organização estrutural da empresa, a Engenharia de Produção é centrada na gestão dos processos produtivos (FURLANETTO; NETO; NEVES, 2006).

No Brasil, podem-se distinguir dois tipos de cursos de Engenharia de Produção: os cursos plenos e os cursos concebidos como habilitações específicas de um dos ramos tradicionais da Engenharia. O curso pleno concentra boa parte da carga horária profissionalizante no estudo da gestão da produção, enquanto que os cursos com ênfases específicas dividem essa carga entre esse estudo e o dos sistemas técnicos normalmente priorizando este último. (FURLANETTO; NETO; NEVES, 2006)

2.2.1. Áreas de Engenharia de Produção

Diversos enfoques e tipos de pesquisa foram desenvolvidos em Engenharia de produção nos últimos anos e isso tem contribuído para discussões sobre os temas principais que compõe a profissão na esfera internacional. Existem cursos de engenharia de produção elétrica, de produção civil, de produção mecânica, entre outros.

A Engenharia de Produção possui uma diversidade muito ampla de assuntos quando comparada a outras áreas da Engenharia, e é esta multidisciplinariedade característica (LOVEJOY, 1996), que faz da Engenharia de Produção uma área em que os métodos de pesquisa também variem desde métodos quantitativos á métodos qualitativos.

A Associação Brasileira de Engenharia de produção (ABEPRO) divide a Engenharia de Produção em 10 subáreas que estão relacionadas no Quadro 1.

Quadro 1 – Áreas de Engenharia de Produção

SUBÁREA DEFINIÇÃO

ENGENHARIA DE OPERAÇÕES E PROCESSOS DA PRODUÇÃO

Projetos, operações e melhorias dos sistemas que criam e entregam os produtos (bens ou serviços) primários da

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empresa.

LOGÍSTICA Técnicas para o tratamento das principais questões envolvendo o transporte, a movimentação, o estoque e o armazenamento de insumos e produtos.

PESQUISA OPERACIONAL Resolução de problemas reais envolvendo situações de tomada de decisão, através de modelos matemáticos habitualmente processados computacionalmente. ENGENHARIA DA QUALIDADE Planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão

da qualidade que considerem o gerenciamento por processos, a abordagem factual para a tomada de decisão e a utilização de ferramentas da qualidade. ENGENHARIA DO PRODUTO Compreende desde a concepção até o lançamento do

produto e sua retirada do mercado com a participação das diversas áreas funcionais da empresa.

ENGENHARIA ORGANIZACIONAL Conjunto de conhecimentos relacionados à gestão das organizações englobando em seus tópicos, entre outras coisas, o planejamento estratégico e operacional, as estratégias de produção.

ENGENHARIA ECONÔMICA Formulação, estimação e avaliação de resultados econômicos para avaliar alternativas para a tomada de decisão, consistindo em um conjunto de técnicas matemáticas que simplificam a comparação econômica. ENGENHARIA DO TRABALHO Projeto, aperfeiçoamento, implantação e avaliação de

tarefas, sistemas de trabalho, produtos, ambientes e sistemas para fazê-los compatíveis com as necessidades, habilidades e capacidades das pessoas. ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE Planejamento da utilização eficiente dos recursos

naturais nos sistemas produtivos diversos, da destinação e tratamento dos resíduos e efluentes destes sistemas, bem como da implantação de sistema de gestão ambiental e responsabilidade social.

EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Universo de inserção da educação superior em engenharia e suas áreas afins; a organização didático pedagógica, especialmente o projeto pedagógico de curso; as metodologias e os meios de ensino/aprendizagem.

Fonte: ABEPRO (2011)

Analisando o Quadro 1, percebe-se que a Engenharia de Produção é muito ampla que contempla todos ou na pior das hipóteses a maioria dos temas que envolve as indústrias de bens e serviços.

3. Método de Pesquisa

Foram analisados todos os artigos que possuíam a estratégia como tema central ou considerados de relevância para a contribuição ao tema compreendendo os anos de 2005 a 2009 do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP).

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Os artigos foram selecionados por meio do mecanismo de busca no site dos anais do ENEGEP. Na aba de busca foi colocada a palavra estratégia e suas derivadas para cada ano separadamente. Com os trabalhos apresentados pelo mecanismo de busca, foi feita uma triagem pelos autores para verificar se o artigo estava em consonância com o tema estratégia. Nos anos de 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013 foram encontrados, respectivamente, 357, 74, 88, 120, 194, 0, 0, 140 e 138 artigos ao utilizar a palavra estratégia como referência no buscador da base de dados por se entender que um artigo com o tema estratégia conteria, no mínimo uma vez, esta palavra. No entanto, vale salientar que nem todos passaram na triagem, pois não possuíam estratégia como tema central ou de relevância para esse tema segundo critério dos autores. Portanto, a figura 1 mostra como ficou a distribuição final dos artigos.

A triagem dos artigos encontrados se utilizou da condição de aceitação a qual seriam considerados os artigos que se referissem a estratégia como uma diretriz de decisões e que contivessem ao menos um dos assuntos que seguem:

 Alinhamento de operações com uma estratégia

 Estratégia de negócio, corporativa, de operações, e de produção  Sucesso estratégico

 Planejamento estratégico

 Estratégias competitivas ou como diferencial competitivo  Gestão estratégica.

Não foram considerados os artigos que se utilizavam do termo ‘estratégia’ apenas como um modo de se executar alguma tarefa ou ferramenta de gestão.

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Figura 1 - Distribuição dos artigos em relação aos anos

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 71 61 75 26 82 0 0 58 51 N º d e ar tig o s Ano

Fonte: Elaboração própria.

Depois desta triagem os artigos foram classificados baseados na divisão utilizada por Berto e Nakano (1999), a saber: modelagem, simulação, survey, estudo de caso, estudo de campo, experimento e teórico/conceitual. Para entender melhor os critérios que traduzem esta classificação ver a seção dois sobre a fundamentação teórica e a tipologia empregada.

4. Resultados

Neste tópico são apresentados os resultados em relação ao tipo de estudo de pesquisa tendo estratégia como tema central ou de relevância no artigo.

Na tabela 1 e figura 2, são mostrados os resultados da pesquisa.

Tabela 1: Tipos de pesquisa (2005-2013)

2005 % 2006 % 2007 % 2008 % 2009 % 2010 2011 2012 % 2013 % Modelagem 1 1,4 4 6,6 8 10,7 1 3,8 1 1,2 0 0 2 3,4 0 0,0 Simulação 2 2,8 1 1,6 2 2,7 0 0,0 1 1,2 0 0 1 1,7 0 0,0 Survey 1 1,4 3 4,9 1 1,3 0 0,0 3 3,7 0 0 4 6,9 4 7,7 Estudo de Caso 29 40,8 17 27,9 25 33,3 14 53,8 40 48,8 0 0 29 50,0 28 53,8 Estudo de Campo 17 23,9 13 21,3 15 20,0 5 19,2 13 15,9 0 0 9 15,5 11 21,2 Experimento 0 0,0 5 8,2 3 4,0 0 0,0 1 1,2 0 0 0 0,0 2 3,8 Teórico / Conceitual 21 29,6 18 29,5 21 28,0 6 23,1 23 28,0 0 0 13 22,4 7 13,5 Total 71 61 75 26 82 0 0 58 52

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Figura 2: Tipos de pesquisa (2005 – 2013)

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: autoria própria

Os resultados obtidos por Berto e Nakano (1999) são apresentados na figura 3. Figura 3: Tipos de Pesquisa

Fonte: Berto e Nakano, 1999

Nos anos de 2005, 2007, 2008, 2009, 2012 e 2013 os artigos com o método de pesquisa de estudo de caso tiveram maior destaque, apenas no ano de 2006 os teóricos conceituais ficaram em primeiro lugar. O estudo de campo ficou em terceiro lugar em todos os anos, com exceção de 2013. A modelagem, survey, simulação e experimento obtiveram baixa relevância em todos os anos.

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Supondo que o resultado da pesquisa realizada neste trabalho pode refletir o comportamento similar para toda a população de artigos, nota-se um crescimento vertiginoso de artigos voltados para estudos de caso e uma ligeira queda nas pesquisas teórico conceituais em comparação com a análise de Berto e Nakano (2009).

Para análise dos dados, foi usado o coeficiente de determinação (R²) que é a proporção da variação de y observada que pode ser explicada pela variável independente x. No caso estudado, a variável dependente (y) seria número de artigos publicados e a váriável independente (x) seria cada ano em questão.

O coeficiente de determinação varia de 0 a 1 e quanto mais alto é o valor de R2, mais o

modelo de regressão linear simples consegue explicar a variação de y.

A Tabela 2 mostra o coeficiente de determinação (R²) entre os tipos de pesquisas em relação aos anos de 2005 a 2013, no entanto os anos de 2010 e 2011 foram retirados da análise, pois mostraram um comportamento atípico.

Tabela 2: Coeficiente de determinação (R²)

Tipo de Pesquisa R² Modelagem 0,16 Simulação 0,38 Survey 0,48 Estudo de Caso 0,09 Estudo de Campo 0,25 Experimento 0,06 Teórico / Conceitual 0,33

Fonte: autoria própria

Todos os tipos de pesquisa apresentam um coeficiente de determinação (R²) abaixo de 50%, isto significa dizer que variabilidade da variável dependente (número de artigos publicados) não é explicada de forma satisfatória pela variável dependente (ano).

Apesar da interdisciplinaridade do tema estratégia, não se tem um estudo mais aprofundado de correlação destes artigos com os demais e, assim, não se pode inferir um resultado preciso para todos artigos do ENEGEP. No entanto esta análise indica a preferência corrente dos pesquisadores que publicam no ENEGEP.

5. Considerações Finais

O objetivo proposto foi alcançado na medida em que se apresentou os tipos de pesquisas mais utilizados pelos pesquisadores nos artigos do ENEGEP. Vale ressaltar que a hipótese do

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problema só poderá ser respondida em plenitude após a análise dos tipos de estudo encontrados nos artigos deste ano e dos próximos anos para ratificar, ou não. Caso seja confirmada, será suficiente estudar apenas os artigos relacionados a estratégia para produzir inferências sobre toda a população.

É importante observar que quando a pesquisa é filtrada para o tema estratégia fica evidente que o número de artigos classificados como estudo de casos é predominante. Contudo, não se pode inferir com precisão que os resultados se refletem para toda a população, ou seja, todos os artigos do congresso. O afunilamento para estratégia foi o meio encontrado para que a pesquisa fosse feita em tempo hábil e ao mesmo tempo pudesse compreender os artigos de EP.

No entanto, não se pode ignorar o fato de que houve um crescimento no número de publicações no ENEGEP sobre os temas medição de desempenho e modelos de gestão, que estão intimamente ligados à estratégia, nos anos de 1999 e posteriormente concentração de publicação no período 2002-2004 contendo 46,54% da quantidade total de artigos seguindo de quantidades bem próximas nos anos posteriores (Ribeiro da Silva; de Lima; da Costa, 2009). Este trabalho serve de incentivo para que estudos mais aprofundados e mais completos sobre os tipos de pesquisa utilizados na EP possam emergir completando o presente estudo, dando continuidade a ele, ou mesmo o corrigindo em pontos que possivelmente não foram considerados.

REFERÊNCIAS

ABEPRO (Associação Brasileira de Engenharia de Produção). Disponível em: < www.abepro.org.br>. Acessado em: 23 MAI. 2011.

BERTO, R. M.V. S. , NAKANO, D. N. A Produção Científica nos Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção: Um Levantamento de Métodos e Tipos de Pesquisa. Produção, v.9, n.2, São Paulo, 1999. CERVO, A C., BERVIAN, P. A Metodologia científica. 4.ed.. São Paulo : Makron, 1996. 203p.

ENEGEP (Encontro Nacional de Engenharia de Produção) Disponível em :< www.abepro.org.br/publicacoes >. Acessado no período entre: 13 ABR 2011 e 27 MAI. 2011.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

FILIPPINI, R. Operations management research: some reflections on evolution, models and empirical studies in OM. International Journal of Operations and Production Management. v.17, n.7, p. 655-70, 1997.

FURLANETTO, E. L.; NETO, H. G. M.; Neves, C. P. Engenharia de Produção no Brasil: reflexões acerca da atualização dos currículos dos cursos de graduação. Gestão Industrial, v. 2, n. 4, p.38-50, 2006.

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LOVEJOY, William S. Integrated operations: a proposal for operations management teaching and research. Production and Operations Management, v.7, n.2, p. 106 – 124, Summer 1998.

MACEDO, F. M. F. et al. Análise do Processo Estratégico Desenvolvido em Empresas de Construção Civil Atuantes em João Monlevade – Mg. Anais: 2009I – Encontro Nacional de Engenharia de Produção.Salvador, BA. 2009.

PORTER, M. E. Estratégia Competitiva: técnicas para análise da indústria e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986.

SILVA, E. H. D. R.; LIMA, E. P.; COSTA, S. E. G. Análise da Produção Acadêmica Brasileira em Medição de Desempenho e Modelos de Gestão. Gestão Industrial, v.5, n.3, p.198-218, 2009.

SCHINDLER, P. S.; COOPER D. R. Métodos de Pesquisa em Administração.7 ed. Porto Alegre:

Bookman,Apresentadas em ordem alfabética e de acordo com a norma da ABNT - NBR 6023, detalhada, por exemplo, na publicação “Normas para apresentação de documentos científicos, volume 6”, publicada pela editora da UFPR.

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