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12º Encontro da ABCP 18 a 21 de agosto de 2020 Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa (PB)

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12º Encontro da ABCP 18 a 21 de agosto de 2020

Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa (PB)

Área Temática: Segurança Pública e Democracia

A VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DE ADOLESCENTES PRIVADOS DE LIBERDADE NO CEARÁ/BRASIL

Francisco Horacio da Silva Frota Universidade Estadual do Ceará

Maria Andréa Luz da Silva Universidade Estadual do Ceará

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Resumo

O estado do Ceará a exemplo de outros estados da Federação possui uma população 2.412.570 de jovens entre os 15 a 29 anos de idade, sendo que a sua grande maioria se encontra atingida diretamente pela violência: motivadas pelo tráfego de drogas, ações das facções, arbítrio das forças policiais e, acima de tudo, fruto das desigualdades sociais. No contexto de tal gravidade se destacam os que cumprem medidas de privação de liberdade. A situação de tais adolescentes em unidades de atendimento socioeducativo, em dezembro de 2015, motivou uma série de denúncias nos periódicos locais que apontavam para superlotação crítica das unidades, uso excessivo da forca por parte dos instrutores dos centros, torturas, utilização do isolamento prolongado, abusos sexuais e falta de atendimento médico. A Comissão, após análise das alegações solicitou ao estado, através da Medida Cautelar N 60-15, que: adotasse medidas necessárias para salvaguardar a vida e a integridade pessoal dos adolescentes detidos; fornecesse condições adequadas em termos de infraestrutura e pessoal suficiente e idôneo para trabalhar nas unidades; assegurasse a implementação de programas e atividades idôneas e adaptadas aos adolescentes para garantir seu bem-estar e a sua integridade física; implementasse medidas idôneas para garantir as condições de segurança nos centros de detenção; executasse ações imediatas para reduzir substancialmente o número de detidos nessas unidades e evitasse as condições de superlotação e o uso de celas de isolamento. O presente estudo vai demonstrar o Impacto de tal medida da CIDH nas políticas socioeducativas do estado do Ceará.

Palavras-chave: segurança pública; socioeducação; adolescentes; privação de liberdade

Abstract

The state of Ceará, like other states in the Federation, has a population of 2,412,570 young people between 15 and 29 years of age, the vast majority of whom are directly affected by violence: motivated by drug traffic, faction actions , arbitration of the police forces and, above all, the result of social inequalities. In the context of such seriousness, those who comply with deprivation of liberty measures stand out. The situation of these adolescents in socio-educational care units, in December 2015, led to a series of complaints in local newspapers that pointed to critical overcrowding of the units, excessive use of force by the instructors of the centers, torture, use of prolonged isolation, sexual abuse and lack of medical care. After analyzing the allegations, the Commission asked the State, through Precautionary Measure N 60-15, to: adopt the necessary measures to safeguard the life and personal integrity of the detained adolescents; provide adequate conditions in terms of infrastructure and sufficient and suitable personnel to work in the units; ensure the implementation of suitable and adapted programs and activities for adolescents to guarantee their well-being and physical integrity; implement suitable measures to guarantee security conditions in detention centers; take immediate action to substantially reduce the number of detainees in these units and avoid overcrowding and the use of isolation cells. This study will demonstrate the impact of such an IACHR measure on the socio-educational policies of the state of Ceará.

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O Quadro de Violência no Brasil

A violência crescente no Brasil é fruto não só da desigualdade social, mas, também, das marcas de uma sociedade que construiu sua história com autoritarismo, mandonismo e preconceito racial. As estatísticas atuais que tratam da Segurança Pública são potencializadas por tráfico de drogas, ação de facções criminosas, abuso das forças policiais e elevado nível de encarceramento.

A Constituição da República Federativa do Brasil (CF, 1988), contudo, incorporou muitas reivindicações surgidas do mundo jurídico e dos movimentos populares voltados aos direitos humanos. A carta magna avançou no aspecto formal do entendimento do que seja uma política de segurança pública e dos significados sociais de violência, criminalidade e marginalidade. O desafio, no entanto, tem sido de fazer com que o texto da lei se torne realidade, respeitando o Estado de Direito, pressuposto básico para a democracia.

O combate à violência de todos os gêneros vem impondo que tal prática esteja em conformidade com a lei e, nesse sentido, o exercício da democracia também tem implicado que esteja de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (Organização das Nações Unidas [ONU], 1948) e dos demais acordos em que o Brasil é signatário. O cotidiano das cidades, no entanto, registra uma tendência majoritária: uma Segurança Pública na qual os atores agem apenas de forma reativa, exercitando o monopólio da força estatal e menosprezando as conquistas civilizatórias da humanidade.

No embate entre tais compreensões, as ações mais violentas e desrespeitosas dos direitos individuais muitas vezes são aplaudidas e exigidas pela própria sociedade, haja vista a insegurança e temor diante dos alarmantes dados estatísticos. Em 2017, segundo os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS), houve 65.602 homicídios no Brasil (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada [IPEA], 2019), aproximadamente 31,6 mortes para cada 100 mil habitantes. A gravidade se mostra ainda maior quando levamos em conta que a violência letal acomete, principalmente, a população jovem:

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59,1% do total de óbitos de homens entre 15 e 19 anos de idade se referem a homicídios (IPEA, 2019).

O sentimento de insegurança da população tem por base uma situação que é dramática e vem ameaçando o futuro do País, haja vista a falta de oportunidades da juventude e a mortalidade precoce decorrente da violência1. As perdas do Brasil com a violência chegam anualmente a 6% do produto interno bruto (PIB), ou aproximadamente R$ 373 bilhões considerando valores de 2016, como apontam os estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) (IPEA, 2019).

A ratificação da Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Organização das Nações Unidas [ONU], 1989) e a promulgação da Lei n. 8.069 (Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA], 1990), converteram a criança de “objeto de proteção” em “sujeito de direitos”. A luta, contudo, é no sentido de promover tais direitos. No mesmo contexto, o acolhimento da reivindicação de construir uma política nacional de juventude significou a criação da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), em 20052 e do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), em 20053, ou seja, o Estado passou a pensar políticas para 51 milhões de jovens entre 15 a 29 anos (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2010).

O Estado do Ceará, no Nordeste do Brasil, possui uma população 2.412.570 de jovens entre 15 e 29 anos de idade (IBGE, 2010) e, a exemplo de outros estados da Federação, sua grande maioria é atingida diretamente pela violência. Os números, como na população adulta, também chamam atenção pelo indicativo de mortes resultantes da intervenção policial ou pela quantidade daqueles que cumprem medidas de privação de liberdade.

1 Em 2017 o índice de jovens no país que não estão estudando nem trabalhando foi de 23% (IPEA, 2019). 2 A SNJ foi criada com o objetivo de formular e executar políticas públicas nacionais para a juventude e pôr em prática o Plano Nacional de Juventude.

3 O Conjuve foi criado pela Lei 11.129, a mesma legislação que criou a SNJ, e visa ao controle social das políticas para a juventude.

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Uma pesquisa recente4 revela que o Ceará, no período entre 2007 e 2017, registrou 37.775 homicídios no total. Desse número, 58,8% dos mortos foram pessoas entre 15 e 29 anos. Em 2007 foram 1.066 assassinatos de jovens, já em 2017 esse número chegou a 3.348 (Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência [CCPHA], 2018).

Adolescentes cada vez mais novos estão sendo recrutados pelos grupos armados e o crime vem aumentando. As forças de segurança respondem, muitas vezes, de forma ostensiva e violenta, aumentando a morte nos territórios e vulnerabilizando os jovens. (Thiago de Oliveira, sociólogo e coordenador-técnico do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência – CCPHA)

A Garantia de Direitos

Embora venha sendo comum para uma parte da sociedade a afirmação de que “bandido bom é bandido morto” e que a lei é muito branda para crianças e adolescentes no Brasil, a legislação brasileira acerca da privação de liberdade de adolescentes infratores está alinhada às normativas internacionais que apontam um caminho de proteção aos direitos humanos, mais especificamente voltadas à proteção de pessoas privadas de liberdade: a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (Organização dos Estados Americanos [OEA], 1948) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948).

A Declaração Universal dos Direitos da Criança (ONU, 1959) possibilitou constituir um papel diferenciado na sociedade para crianças e adolescentes ao entendê-los como sujeitos de diretos que devem ter a proteção integral de tais direitos garantida. Outro documento importante para estabelecer os princípios da proteção integral de crianças e adolescentes consiste nas Regras Mínimas das Nações Unidas para Administração da Justiça da Infância e da Juventude, também conhecidas como Regras de Pequim (ONU, 1985).

O Brasil acompanhou as mudanças internacionais e incorporou as bases da Doutrina de Proteção Integral de crianças e adolescentes na CF (1988) e no ECA

4 O relatório Cada Vida Importa do primeiro semestre de 2018 é fruto de pesquisas realizadas pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA), em parceria com o Governo do Estado do Ceará, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e entidades da sociedade civil organizada, e investiga a trajetória de vida de adolescentes assassinados em 7 municípios do Ceará.

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(1990), sendo esse último, um instrumento importante para uma mudança radical de concepção que era contrária à lei até então vigente no país, que tratava exclusivamente de medidas punitivas aplicadas a crianças negras pobres. Com o ECA (1990), portanto, crianças e adolescentes passaram a ser tratados como sujeitos de direitos com prioridade absoluta, como estabelecido em seus artigos:

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Vale ressaltar que o art 4o do ECA (1990) se alinha diretamente ao art. 227 da CF (1988) quanto à prioridade absoluta de crianças e adolescentes ao afirmar que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (CF, 1988, art. 227).

A intensão dos legisladores brasileiros ao formular o ECA (1990) era que o país tivesse uma legislação específica para tratar do tema direitos de crianças e adolescentes abrangendo a totalidade da população infanto-juvenil e dando a esses atores sociais prioridade absoluta nas esferas do Estado, da família e da sociedade criando, dessa forma, uma rede de proteção integral.

O ECA (1990) é composto por dois livros, o primeiro trata das políticas básicas para garantia e manutenção dos direitos e o segundo se ocupa da política especial, cujo objetivo é tratar dos direitos fundamentais ameaçados ou violados. É nesse segundo livro, no Título III, que se encontra o tema específico prática do ato infracional:

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

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Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato (ECA, 1990).

O ECA (1990) prevê sete medidas socioeducativas ajustadas ao adolescente que comete ato infracional. Tais medidas somente poderão ser aplicadas por um juiz especializado da Vara da Infância e Adolescência, conforme os artigos indicados abaixo:

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:

I – pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;

II – igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

III – defesa técnica por advogado;

IV – assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente; VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I – advertência;

II – obrigação de reparar o dano;

III – prestação de serviços à comunidade; IV – liberdade assistida;

V – inserção em regime de semiliberdade;

VI – internação em estabelecimento educacional;

VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (ECA, 1990). As medidas socioeducativas de privação de liberdade, previstas no artigo 112 do ECA (1990), possuem um caráter educativo e não punitivo e têm como finalidade propiciar ao adolescente uma oportunidade de modificar sua condição infratora e inibir a reincidência (novos atos infracionais).

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O Sistema Socioeducativo do Ceará vivenciou grave crise nos últimos anos, fazendo com que ele se afastasse absolutamente dos parâmetros legais e pedagógicos expressos no ECA (1990), na Lei n. 12.594 (Lei do SINASE, 2012) e nas normativos internacionais que versam sobre os direitos humanos de crianças e adolescentes.

Na época, eu falei em uma reunião da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] que graças a essas rebeliões é que os meninos eram vistos. Que aquelas rebeliões tinham que ser vistas como um aviso, um pedido de socorro dos que estavam lá, encarcerados, e nunca só como uma rebeldia dos adolescentes. Porque a sociedade tem essa mania de pregar isso. (Representante do Fórum Nacional Permanente de Entidades Não Governamentais de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente [Fórum DCA])

O sistema naquele momento estava extremamente fragilizado, eu lembro que quando o Secretário Josbertine assumiu nós fizemos uma reunião e ele disse que duas coisas eram prioridades, uma era o socioeducativo e a outra era a geração de renda. Infelizmente, não conseguimos vê no mandato dele esse empenho. Eu lembro que perguntei a ele qual era o peso (político) que ele tinha para acabar com as indicações políticas dos socioeducadores. Porque tinha muito isso, o deputado dava um cartão indicando o candidato ao cargo de socioeducador e este era contratado. Eram acordos políticos que continuaram na gestão dele. (Representante do Fórum DCA)

O primeiro fator foi a superpopulação. Nós tínhamos um quantitativo de garotos além da capacidade do equipamento. O segundo foi a falta de uma política de regulação das vagas, ou seja, não se tinha controle de quem entrava e saia. [...] não havia uma política organizada, como propõe o SINASE. (Membro do Ministério Público – Vara da Infância e Adolescência)

A situação das unidades de privação de liberdade em relação à capacidade de internamento, quantidade de jovens internados e número de socioeducadores envolvidos nas atividades cotidianas são representados no Quadro 1.

Quadro 1

Capacidade das unidades socioeducativas no Ceará

Unidades de internação Capacidade por unidade Número de interno s Número de socioeducadores Número de Socioeducadores por plantão Patativa do Assaré 60 157 82 12 Dom Bosco 60 184 80 14 São Miguel 60 109 64 - Aloísio Lorcsheider 60 82 85 23 Canindezinho 90 88 103 26 Passaré 90 70 62 14

Fonte: Fórum Nacional Permanente de Entidades Não Governamentais de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum DCA, 2016).

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Após uma série de visitas a tais unidades de internação, o Fórum DCA, que monitora o sistema socioeducativo do Ceará, denunciou que as localizadas em Fortaleza, além do número de internos superior à sua capacidade, apresentavam outros gravíssimos problemas:

- a Unidade de Transição não se encontrava superlotada por se tratar de Presídio Militar desativado, fato que, por si só, viola dispositivo da Lei 12.594/12 (Lei do SINASE), art. 16, § 1°, que estabelece a vedação à integração de qualquer tipo entre unidades socioeducacionais e estabelecimentos penais;

- o Centro Educacional Passaré ainda não estava com sua capacidade superada por ser recente reabertura da unidade;

- o atendimento aos adolescentes vinha sendo negligenciado pela recusa dos/as socioeducadores/as em aproximar-se dos adolescentes, resultando em número de profissionais insuficiente;

- as unidades estavam em condições insalubres e com a infraestrutura danificada (poças de água, restos de comida e sujeira pelos corredores, sanitários entupidos, goteiras e infiltrações etc.);

- mais de 60 (sessenta) rebeliões, motins e episódios conflituosos envolvendo todas as Unidades de Atendimento Socioeducativo destinadas a adolescentes do sexo masculino de Fortaleza;

- denúncias de tortura e maus-tratos sofridos pelos adolescentes internos; - falta generalizada de insumos básicos, como colchões, toalhas e lençóis, restrição ao acesso à água e ao direito à visita e ausência sistemática de escolarização e profissionalização, atividades culturais, esportivas e de lazer, dentre outras violações de direitos humanos;

- a morte do adolescente Márcio Ferreira do Nascimento, atingido por arma de fogo enquanto cumpria medida socioeducativa de internação no Centro Educacional São Francisco (Fórum DCA, 2016).

Diante da crise e da ausência de respostas efetivas do Governo do Estado do Ceará, em março de 2015, uma solicitação de medidas cautelares a adotar no âmbito do sistema socioeducativo do Ceará foi apresentada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pelo Fórum DCA, pela Associação Nacional dos Centros de Defesa de Direitos de Crianças e Adolescentes (ANCED) e pelo Centro de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (CEDECA Ceará).

Por que essa denúncia foi feita? Eu lembro que em 2015 todos os órgãos de defesa vieram aqui em Fortaleza. Veio o CONANDA [Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente], o Comitê Nacional de Prevenção à Tortura, entre outros. Nós fazíamos as audiências públicas e nada dava certo e foi que pensamos que tínhamos que tirar isso do Brasil porque as coisas não estavam acontecendo. Quando conseguimos que a OEA [Organização dos Estados Americanos] aceitasse a denúncia, e foi feito um trabalho árduo para que fosse aceita, para nós foi uma vitória. Isso foi tudo

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concomitante, às rebeliões acontecendo, sistema em colapso total, a sociedade civil organizada em torno do Conselho Estadual para fazer uma pressão política e a construção dessa denúncia a OEA. (Representante do Fórum DCA)

Quando o Fórum DCA ingressou com a denúncia na OEA foi o momento em que o governo do estado, o secretário à época, Dr. Josbertini, caiu em si e propôs uma articulação via gabinete do governador. (Membro do Ministério Público – Vara da Infância e Adolescência)

A CIDH constatou a existência de elementos suficientes para configurar uma situação de gravidade, urgência e irreparabilidade. E isso resultou em uma determinação junto ao Estado brasileiro para que fossem tomadas providências para fornecer condições adequadas em termos de infraestrutura e pessoal suficiente e idôneo, assegurando a implementação de programas e atividades adaptadas aos adolescentes, implementando medidas para garantir as condições de segurança, executando ações imediatas para reduzir o número de internos e evitando a superlotação e o uso de celas de isolamento nas unidades. Tudo de acordo com as normas internacionais e à luz dos interesses da criança, que assumem o caráter de prioridade (Conselho Nacional de Direitos Humanos [CNDH], 2017).

Após tal denuncia, o Governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, pronunciou-se da seguinte forma:

[...] o combate ao fenômeno da violência deve ser uma luta de toda a sociedade, e por isso o seu processo de construção será realizado com base na ampla mobilização de organizações não governamentais (ONGs), movimentos sociais, associações, entidades profissionais, universidades, meios de comunicação, setor privado e indivíduos, numa convocação cidadã em defesa da vida e fundando-se na (re)construção dos laços sociais e familiares e no fortalecimento de políticas públicas nas áreas de maior vulnerabilidade social (Governo do Estado do Ceará, 2016)5.

Nesse sentido, a intervenção da CIDH foi determinante para as ações de reordenamento do sistema estadual de atendimento socioeducativo. O marco de tais ações foi a criação da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (SEAS) e todo a mudança de paradigma dos serviços destinados ao atendimento do adolescente em cumprimento de medida socioeducativa.

Eu costumo dizer que por mais ainda que a SEAS tenha que caminhar foi um avanço porque hoje nós temos um orçamento, temos uma superitend6encia que é para aquilo, diferente de uma célula com três salinhas apertadas somente com algumas pessoas para dar conta de uma demanda grande. E não tinha autonomia porque o que era mais

5 Introdução do documento técnico elaborado para responder à Medida Cautelar n. 60-15 (Comitê Interamericano de Direitos Humanos [CIDH], 2015).

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grave da célula é que ela não tinha autonomia para tomar as decisões por conta dos emaranhados políticos. Com a superintendência isso muda um pouco. (Representante do Fórum DCA)

As mudanças motivadas pela ação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos

A nova gestão da socioeducação no estado implicou uma ação articulada de diversos parceiros, como diz o Superintendente do SEAS:

Todo esse arranjo da SEAS foi crescendo e se construindo dentro de um componente que é maior do que a própria crise: a visão de Estado que o governo tem com relação as áreas sociais, educação, segurança pública, visando uma política de integração. (Superintendente do SEAS)

[...] a criação de uma nova estrutura administrativa diferente da que tinha anteriormente, que era um setor, um departamento, dentro de uma secretaria que abrangia criança adolescente, idoso e trabalho, enfim, o que perdia bastante o foco do sistema socioeducativo que exige uma especificidade, não sei se é o termo adequado, mas uma profissionalização maior. (Superintendente do SEAS)

O reordenamento das medidas socioeducativas do estado implicou mudanças nas diversas instâncias administrativas. O novo modelo de gestão teve de pautar-se por novos referenciais normativos.

O modelo da superintendência foi muito positivo, tanto é que depois que foi criada a SEAS veio mais recursos para a socioeducação. Foi uma das políticas que mais recebeu aporte financeiro do estado. Tivemos reforma de estrutura física em todas as unidades. Foram construídas salas de jogos e quadras esportivas, dentre outras obras. Houve uma seleção simplificada para as equipes que era uma demanda antiga da socioeducação. (Membro do Ministério Público – Vara da Infância e Adolescência)

As normas utilizadas, suas ementas e publicações, apontam o cuidado e rigor adotados como fundamentos para as mudanças paradigmáticas da gestão socioeducativa (Quadro 2).

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Quadro 2

Normas que fundamentaram o novo modelo de gestão da socioeducação no Ceará

Norma Ementa Publicação

CF (1988)

ECA (1990) Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

Diário Oficial da União (DOU), 16/07/1990 Lei do SINASE (2012) Institui o Sistema Nacional de

Atendimento Socioeducativo (SINASE) e dá outras providências.

DOU, 19/01/2012

Lei Estadual n. 16.040 (2016)

Cria a Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento

Socioeducativo (SEAS) e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Ceará (DOECE), 30/06/2016 Lei Complementar

Estadual n. 163 (2016) Dispõe sobre a Admissão por Tempo Determinado para Atender à

Necessidade Temporária de Excepcional Interesse Público da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo.

DOECE, 05/07/2016

Decreto Estadual n. 31.988 (2016)

Dispõe sobre a Estrutura

Organizacional, o Regulamento, a Distribuição e a Denominação dos Cargos de Provimento em Comissão da SEAS e dá outras providências.

DOECE, 13/07/2016

Instrução Normativa n.

001 (2016) Institui e regulamenta o Serviço de Atendimento Psicossocial no âmbito da SEAS e dá outras providências.

DOECE, 20/10/2016

Portaria Estadual STDS

n. 253 (2015) Dispõe sobre o Regime Disciplinar para Adolescentes que Cumprem Medidas de Internação e Semiliberdade nos Centros Socioeducativos do Estado do Ceará.

DOECE, 17/06/2015

Portaria Estadual STDS n. 254 (2015)

Dispõe sobre os Procedimentos em Caso de Violação à Integridade Física e Mental dos Adolescentes que Cumprem

Medidas de Internação e Semiliberdade nos Centros Socioeducativos do Estado do Ceará.

DOECE, 17/06/2015

Portaria STDS n. 005 (2016)

Cria e regulamenta o funcionamento da Central de Regulação de Vagas (CRV), do Sistema Socioeducativo do Estado do Ceará.

DOECE, 20/01/2016

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Uma das principais críticas à gestão anterior dizia respeito a superlotação das unidades socioeducativas e das consequências decorrentes de tais taxas de ocupação. Nesse sentido, as vagas que existiam e as que foram criadas tiveram de ajustar-se à realidade denunciada.

Uma coisa nova que eu gostei foi a nova resolução que dispõe sobre as vagas para que a gestão faça o controle. Não é porque o juiz sentenciou o menino que ele tem que entrar na unidade. Se não tem cama para esse menino, se não tem roupa para o menino, ele não pode entrar na unidade. Porque acaba acontecendo uma violência institucional. (Membro do Ministério Público – Vara da Infância e Adolescência)

Nós tínhamos um média de mais de 1.200 meninos presos, mas quando foi criada a Central de Regulação de Vagas, nós percebemos que muitos dos meninos que estava, presos eram por dirigir sem habilitação. Alguns não tinham sequer o registro civil [carteira de identidade – RG]. Como foram sentenciados se para o Estado brasileiro eles não existiam civilmente? (Superintendente do SEAS)

O Quadro 3 mostra o início do tratamento diferenciado de tal questão, haja vista as vagas serem disponibilizadas de diversas formas e a superlotação ser reduzida.

Quadro 3

Vagas e ocupação das unidades socioeducativas de Fortaleza

Unidades – capital do estado

Capacidade de vagas

Taxa de ocupação

Julho Agosto Setembro Outubro Novembro

Unidade de Recepção Luiz Barros Montenegro 30 21 10 3 11 20 Centro Educacional São Francisco 60 93 63 66 72 61 Centro Educacional São Miguel 60 81 95 71 58 80 Centro Socioeducativo Passaré 90 81 91 109 100 109 Centro Socioeducativo Canindezinho 90 72 67 61 60 60 Centro Educacional Dom Bosco 60 94 93 98 89 90 Centro Educacional Patativa do Assaré 60 117 101 77 69 77 Centro Educacional Card. Aloisio Lorcshaider 60 87 102 107 103 102 Centro de Semiliberdade Mártir Francisca 40 45 46 38 38 36 Centro Educacional Aldaci Barbosa Mota

40 22 29 25 26 30

TOTAL 590 713 697 655 626 665

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Outras ações podem compor, ainda, o quadro inovativo da atuação dos atuais gestores da socioeducação no Ceará:

• Regionalização do atendimento socioeducativo;

• Diminuição gradativa do número de adolescentes em privação de liberdade; • Criação da central de vagas;

• Criação de controladoria, vinculada à Coordenadoria de Direitos Humanos do Gabinete do Governador do Ceará;

• Assinatura de protocolo interinstitucional para implantação do Núcleo de Atendimento Integrado ao Adolescente;

• Composição da comissão intersetorial do sistema estadual de atendimento socioeducativo;

• Planos de intervenção para implantação do novo modelo socioeducativo; • Realização de seminário estadual para elaboração dos planos municipais de

atendimento socioeducativo em meio aberto.

A SEAS, atuando em tal contexto, vem articulando o apoio de distintas instâncias e atores sociais, demarcando saberes compartilhados e diversos princípios:

• princípios norteadores (constitucionais da administração pública; da excelência na gestão pública; e do SINASE);

• diretrizes estratégicas (da prevalência da ação socioeducativa sobre os aspectos meramente sancionatórios);

• projeto pedagógico como ordenador de ação e gestão socioeducativa; • participação dos adolescentes na construção, no monitoramento e na

avaliação das ações socioeducativas e das diretrizes operacionais (ações do cotidiano socioeducativo);

• organização espacial e funcional e a estrutura física das unidades;

• procedimentos operacionais padronizados nos relacionamentos com as polícias militar e civil, com a Defensoria Pública, com o Ministério Público, com a Justiça da Infância e Juventude;

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• processo de recrutamento e seleção do pessoal dirigente, técnico e operacional (Governo do Estado do Ceará, 2016).

Além disso:

[...] temos de entender que tudo isso sofre interferências externas e está interconectado com a família que vem visitar o menino, com o juiz que atrasou o relatório, ou com a sentença que foi equivocada, ou com a superlotação gerada por falha na defensoria pública, então, isso vira um caldeirão. (Superintendente do SEAS)

Para que a execução da medida possa funcionar bem foi preciso atuar em várias frentes: na gestão administrativa, na segurança dentro das unidades, na definição de protocolos, nas regas claras de funcionamento e na estruturação pedagógica da medida. (Superintendente do SEAS)

A experiência de gestão voltada para uma visão de futuro no atendimento socioeducativo vem apoiada em parâmetros direcionados para gestão da segurança, gestão pedagógica e gestão interinstitucional.

O importante, portanto, tem sido o esforço na perspectiva não só do que vem pela frente, como também pelas novas medidas governamentais. Os diversos atores que estiveram envolvidos na denúncia à CIDH participaram integrados na elaboração do plano decenal da socioeducação e apostam na perspectiva de um futuro melhor:

O que considero algo muito inovador na criação da superintendência foi a criação de uma corregedoria. Tão logo essa corregedoria toma conhecimento de uma violação de direitos, ela examina o caso e instaura um procedimento administrativo com garantia a ampla defesa, com direito de resposta e do contraditório e isso foi muito bom. (Membro do Ministério Público – Vara da Infância e Adolescência)

A SEAS é o sistema nuclear da socioeducação porque tudo o que a acontece no Sistema de Justiça, tudo o que acontece na vida desses meninos vão desembocar na SEAS. Lógico que esse órgão precisa de um processo de gestão e organização muito bem estruturado. (Superintendente do SEAS)

Acho que temos que apostar na superintendência porque, apesar das fragilidades que demonstra ter, ela pode ser um diferencial. [...] Eu sei que não depende só deles [a SEAS], mas temos que fazer o trabalho de base. (Representante do Fórum DCA)

Em síntese, a intervenção do CIDH no quadro de violência e desrespeito dos direitos humanos dos jovens em privação de liberdade no Ceará impulsionou mudanças de natureza estrutural em todo o sistema socioeducativo do estado e vem apontando para novas práticas institucionais.

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Referências

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