Atualização em Candidíase
Invasiva
Vinicius Ponzio
Médico Infectologista do Grupo de Micologia Clínica e Infecção em Transplante da UNIFESP/EPM
Médico da Infectologia Clínica do Hospital Nove de Julho Médico Infectologista do Hospital do Rim
Martin et al, NEJM 348: 1546-1554, 2003 Bactérias Gram-negativas Bactérias Gram-positivas Fungos N o de ca sos de Se pse 5.000 10.000 15.000 25.000 75.000 150.000 225.000 0 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001
Sepse em Hospitais, 10 milhões de
pacientes, 1979-2000, E.U.A
Aumento de 207%
Distribuição das Infecções Fúngicas Nosocomiais
Candida albicans Candida Não-albicans (27%) Aspergillus spp. (8%)Outras (11%) Outras Hialohifomicoses Feohifomicoses
Etc...
(61%)
Beck-Sague et al. J.Infect Dis.1993;167:1247 Bille et al., Curr Opin Infect Dis.2005;18:314
Infecções por
Candida: 70-90%
das infecções
fúngicas no
hospital!!
19-20%Patógenos S. coagul. negativo S aureus Enterococcus spp.
Candida spp.
E. coli Klebsiella spp. P. aeruginosa Enterobacter Serratia spp.Wisplinghoff et al., Clin Infect Dis. 2004;39:309
Total N=20.978 31,3 (1º) 20,2 (2º) 9,4 (3)
9,0 (4º)
5,6 (5º) 4,8 (6º) 4,3 (7º) 3,9 (8º) 1,7 (9º) UTI N=10.515 35,9 (1º) 16,8 (2º) 9,8 (4ª)10,1 (3º)
3,7 (8º) 4,0 (7º) 4,7 (5º) 4,7 (6º) 2,1 (9ª) Outros N=10.442 26,6 (1º) 23,7 (2º) 9,0 (3º)7,9 (4º)
7,6 (5º) 5,5 (6º) 3,8 (7º) 3,1 (8º) 1,3 (9º) ICS/ 10.000 ad. 15,8 10,3 4,84,6
2,8 2,4 2,1 1,9 0,9 Porcentagem de ICSAgentes etiológicos de 20.978 episódios de ICS de
49 hospitais – EUA,1995-2002
Agentes de
IRAS nos EUA
Magill SS et al, N Engl J Med 370:1198-208, 2014.
MULTISTATE point prevalência de IRAS em 183 centros médicos 2009-2010 11.282 pacientes 4% desenvolveram pelo menos 1 IRAS 1º
EPIC II: 1-dia (2007), prospectivo, estudo de
prevalência de ICS na UTI
Kett DH et al. Crit Care Med.2011;39:665
1.265 UTI – 75 países
14.414 pts
– 51% infectado – 781 ICS 19% de IF
99 candidemias
– 6,9/1.000 pts – 38% misto
Sem diferenças estatísticas
Variável
Gram(+)
Gram(-)
Candidemia
ICS mista
N (%)
420 (53,7)
264 (33,8)
61 (7,8)
38 (4,9)
Mortalidade UTI
101 (42,6)
75 (29,1)
26 (
42,6
)
27 (31,4)
Mortalidade Geral
135 (33,8)
91 (35,3)
26 (
42,6
)
33 (38,4)
Dias UTI
20 (9-43)
21 (8-64)
33
(18-44)
24,5 (11-49)
SCOPE Brasil: 1º ICS nosocomial
Marra AR et al. J Clin Microbiol.2011;49(5):1866
2007 – 2010, 16 hospitais, 5 regiões
16 hospitais 2.563 pts 5% mista e 49% UTI
Fonte: CVE-SP. http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/IH/pdf/IH14_DADOS2013.pdf
Hemoculturas positivas em UTIs, 2013, 395
hospitais do Estado de SP – 5.977 agentes
Agentes
N (%)
SCN
1.090 (18)
S. aureus
935 (16)
K. pneumoniae
820 (14)
A. baumannii
798 (13)
Candida spp.
488 (8)
P. aeruginosa
471 (8)
Enterococcus spp.
338 (5)
E. coli
167 (3)
Outras Enterobactéria
528 (9)
Outros
342 (6)
5ºAgentes de ICS H9J
AGENTE - 2013 N % Klebsiella Pneumoniae 14 18,9 SCN 13 17,6 Acinetobacter baumanni 12 16,2 Candida spp 11 14,9 Pseudomonas aeruginosa 6 8,1 Enterobacter spp 4 5,4 Staphylococcus aureus 2 2,7 Escherichia coli 2 2,7 Stenotrophomonas Maltophilia 2 2,7 Enterococcus spp 2 2,7 Citrobacter freundii 1 1,4 Stenotrophomonas maltophilia 1 1,4 Elizabethkingia meningoseptica 1 1,4 Serratia marcescens 1 1,4 Raoultella planticola 1 1,4 Morganella morganii 1 1,4 Total geral 74 100 AGENTE - 2014 N % Staphylococcus aureus 7 15,2 SCN 7 15,2 Klebsiella pneumoniae 5 10,9 Enterobacter cloacae 5 10,9 Acinetobacter baumanni 5 10,9 Serratia marcescens 4 8,7 Pseudomonas aeruginosa 3 6,5 Candida spp. 3 6,5 Escherichia coli 2 4,3 Enterococcus spp 2 4,3 Streptococcus mitis 1 2,2 Stenotrophomonas maltophilia 1 2,2 Proteus mirabilis 1 2,2 Total geral 46 100 AGENTE - 2015 N % Pseudomonas aeruginosa 10 23,8 Klebsiella pneumoniae 6 14,3 SCN 5 11,9 Candida spp. 5 11,9 Staphylococcus aureus 4 9,5 Enterococcus spp. 4 9,5 Escherichia coli 3 7,1 Acinetobacter baumanni 1 2,4 Klebsiella oxytoca 1 2,4 Stenotrophomonas maltophilia 1 2,4 Morganella morganii 1 2,4 Enterobacter cloacae 1 2,4 Total geral 42 100 4º 4º 4ºAgentes de ICS H9J
3º Especies 2014-15 N C. tropicalis 3 C. albicans 2 Complexo C. parapsilosis 2 Candida spp. 1 Só 2 não associadas ao cateter
Média de idade 58,54 anos SD±24,72
Média tempo internação 52,53 dias SD±68,02
AGENTE - 2013-215 N % Klebsiella Pneumoniae 25 15,2 SCN 25 15,2 Candida spp 19 11,5 Pseudomonas aeruginosa 19 11,5 Acinetobacter baumanni 18 10,9 Staphylococcus aureus 13 7,9 Enterobacter spp 13 7,9 Enterococcus spp 8 4,8 Escherichia coli 7 4,2 Serratia marcescens 5 3,0 Stenotrophomonas Maltophilia 5 3,0 Morganella morganii 2 1,2 Citrobacter freundii 1 0,6 Elizabethkingia meningoseptica 1 0,6 Raoultella planticola 1 0,6 Streptococcus mitis 1 0,6 Klebsiella oxytoca 1 0,6 Proteus mirabilis 1 0,6 Total geral 165 100 LOCAL N % Unidade internação 8 42,1 UCE 9 5 26,3 UTI 10 2 10,5 UTI 11 2 10,5 Onco-hemato 1 5,3 UTI 9 1 5,3 Total geral 19 100
2.5 1.5 In cidência po r 1.0 00 A dmiss ões di a 2.49 0 1.0 2.0 3.0 0.5 0.46 0.45
Brasil EUA Canadá Europa (Dinamarca)
2 a 15x
Comparação das Incidências de Candidemia
0.49
Colombo et al. J Clin Microb. 2006;44(8):2816 Wisplinghoff et al., Clin Infect Dis. 2004;39:309 Macphail et al., Mycoses. 2002;45(5-6):141 Arendrup et al., J Clin Microb. 2005;43(9):4434
Tendências na Incidência de Candidemia
na Europa entre 2000 e 2010
Autor Período Região N centros CasuÍstica Incidência tendência Tragiannidis, 2012 1998-2008 Münster Germany 1 centro (pediátrico) 35 ESTÁVEL Doczi, 2012 1996-2009 Szeged
Hungary 1 centro 231 ESTÁVEL
Spilioupoulou, 2012 1998-2008 Petras
Greece 1 centro 438 AUMENTO
Fortun, 2012 2000-2009 Madrid
Spain 1 centro 419 AUMENTO
Bassetti, 2011 2008-2010 Genova
Italy 1 centro 231 AUMENTO
Presterl, 2007 2001-2006 Vienna
Austria 1 centro 283 AUMENTO
Lagrou, 2007 2001-2005 Leuven
Autores, ano Colombo 2007 Colombo 2006 Hinrichsen 2008 França 2008 Pereira 2010 Camargo 2010 Colombo 2012 Colombo 2013 Período 2002-2003 2003-2004 2003-2004 2001-2004 2004-2008 2003-2004 2006-2007 2009-2010 N Centros 4 11 1 1 1 1 9 9 N episódios 282 712 21 100 54 151 300 436 Incidência 1,66 2,44 3,9 1,27 2,4 0,74 2,42/0,91 % UTI 35% 46% 60% 41% 40% 44% 48% 56% % Cirurgia 49% 49% 53% Mortalidad 61% 54% 61% 56% 50% 43% 53/43% 1/3
7-10 x maior que as unidades
Estudos de candidemia no Brasil:
712 47 (0- 95) 56% / 44% 19,5 (0 – 385) 46% 27% (8% neutropenia) 39% 54% Número de pacientes
Idade (mediana, variação) Gênero (M/F)
Tempo de hospitalização (mediana, variação) % de pacientes de UTI
% pacientes c/ câncer % pacientes cirúrgicos
Mortalidade Geral (30-dias)
Variáveis
Resultados
Colombo et al. J Clin Microb. 2006;44(8):2816
Dados Clínicos e Demográficos
712 episódios de candidemia
Species Distribution by Age Strata
37 25 24 4 1 38 23 17 3 1 41 20 21 5 1 34 33 20 7 3 39 22 20 11 4 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45C. albicans C. parapsilosis C. tropicalis C. glabrata C. krusei
%
1995/96 2002/03 2003/04 2006/07 2009/10
Candidemia Brasil: Mudança na Distribuição de Espécies
de Candida - 5 estudos multicêntricos
Colombo et al, Diagn Microbiol Infect Dis 34:281-86,1999 Colombo et al J Clin Microbiol 44:2816-23, 2006
Colombo et al, Infect Control and Hosp Epidemiol 28:570-76, 2007 Colombo et al. Med Mycol.2012:1
35 33 20 3 3 3 4 33 16 29 13 4 1 4 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Público Privado P<0.001 %
Colombo et al. Med Mycol.2012:1
P<0.001
Hospitais Públicos (2) vs Privados (7) - Brasil, 2006-07
4.363 ICS – 300 candidemias (6,9%)
Privado: 0,91ep/1.000 ad Público: 2,42ep/1.000 ad
Fatores C. albicans C. parapsilosis C. tropicalis C. glabrata C. krusei
Fonte Endógena Exógena Endógena Endógena Endógena
Frequência 35-45% 20-30% 15-25% 4-10% 1-4%
Grupo de Risco Prematuro Neutropênico
Malignidade Idosos Tu Sólido TOS e UTI DLP Transplante
Características Infec. Órgãos
Profundos Miosite Pele CVC X N. Parenteral X Uso prévio AF x x
Antifúngico Sensível MIC ↑ Equino Relatos R-FCZ
R-FCZ,VRZ,
Equino R-FCZ
Mortalidade ↓↓ ↑↑
Brito et al, Med Mycol 2006, 44:261-6 Colombo et al, J Clin Microbiol. 2006;44(8):2816
Diferenças entre as espécies de Candida spp.
Fridkin et al., Clin Infect Dis.2005;41:455 Colombo et al, Rev Soc Br Med Trop. 2003, 36(5):599
Fluconazol
C glabrata: 6,5-
30*
%
Resistência a FCZ para “cepas geralmente sensíveis’’
C parapsilosis (N=215): 4-
6
% Resistente!!
C tropicalis (N=122): 3,3-
14
% Resistente!!
Equinocandinas
S/ resistência a C albicans, C tropicalis ou C parapsilosis
C glabrata: 2,8-
12,3
*% R e 93,5% SDD
Pfaller et al. Diagn Microbiol Infect Dis.2010;68:278 *Alexander BD , et al Clin Infect Dis, 2013
Taxas de Resistência Internacional
Arendrup, J Clin Microbiol 2011 Bassetti PLoS One, 2011
Impacto do Antifúngico Prévio na Espécie de
Candida Isolada
Translocação no tubo gastrointestinal
Trato Genitourinário
Pele (invasão direta) via: dispositivo intravascular,
soluções contaminadas, perinatal, queimaduras ou
feridas cutâneas
Nucci & Anaissie, Clin Infect Dis.
2001;33:1959-Portas de entrada para candidemia
Endógena
MAIORIA
Exógena
Transmissão Cruzada
Nucci et al. Clin Infect Dis 2001;33:1959-67
TGI
antibióticos Lesão seleção Candida species translocação infecção Microbiota comensalDoença
Teste sobre isolados clínicos de 5 espécies de Candida em palmas de
mãos de voluntários.
1000 mL (McFarland)
C. albicans C. krusei C. parapsilosis C. tropicalis C. glabrata
½ vida (min)
9,5 12,4 12,8 9,6 7,4
Máximo de 45 minutos
Transmissão de mão => mão = 69% e terceira mão = 38%
Transmissão para superfícies inanimadas = 90%
Rangel-Fausto EJCMID 1994
Principal espécie: C. parapsilosis
Capacidade de adesão a superfícies plásticas (CVC)
Proliferação em soluções com altas concentrações de glicose (NPT) Produção de grande quantidade de material extracelular (biofilme)
Surtos: NPT, transdutores de pressão, derivação ventrículo peritoneal,
válvulas prostéticas, implantes de lentes intraoculares e medicações
multidoses
Raro isolado ambiente, mas quando isolado pode persistir:
C. albicans = 4 meses
C. glabrata = 5 meses
C. parapsilosis = 14 dias
C. tropicalis Rangel-Fausto EJCMID 1994Kramer, Bio Med Center
Freqüência da colonização de C. parapsilosis em mãos de indivíduos sadios
86 indivíduos
•62 = PAS ( UTI neonatal, laboratório e banco de sangue) •24 = comunidade
60% possuíam leveduras nas mãos 51% = C. parapsilosis
Fatores de risco para Candidíase Hematogênica
Injúria ou Alteração
Mucocutânea
•
Uso de antibióticos de amplo
espectro
•
Quimioterapia
•
Colonização prévia
•
Nutrição parenteral
•
Cirurgia abdominal
(fístula)•
Hemodiálise
•
Cateter Venoso Central
•
Ventilação mecânica
•
Queimados
Ostrosky-Zeichner. Curr Opin Infect Dis,2003;16:533 Wey SB et al Arch Intern Med 149: 2349-2353, 1989 Eggimann et al., Lancet Infect Dis.2003;3:685Fatores do Hospedeiro
•
Uso de corticosteróides
•
Câncer e Azotemia
•
Imunossupressão e GVHD
•
Múltiplas Transfusões
•
Hiperglicemia e Desnutrição
•
APACHE II (> 20)
•
Neutropenia
•
Idade avançada
Outros
•
Pancreatite aguda
•
Tempo de internação UTI (>10
dias)
Hipotensão
Terapia com antibióticos
Obstrução intestinal
Drogas citotóxicas
Hiperpirexia
Nutrição parenteral
Alexander et al.; Ann. Surg. 1990;212(4): 496
Fatores facilitadores de translocação
de microorganismos do TGI
Cerca de 5 milhões de CVCs são implantados em pacientes nos EUA anualmente
CVC estabelece “ponte” entre átrio direito do paciente e ambiente hospitalar
20 a 70% dos profissionais de saúde são colonizados transitoriamente por Candida spp. em suas mãos
Kojic & Darouiche Clin Microbiol Rev. 2004;17(2):255 Rangel-Frausto et al., Clin Infect Dis.1999;29:253
Variável Petrit et al, 1997 Rangel -Frausto, 1999 Hedderwick, 2000 Chen, 2001 Olaechea, 2004 N 435 4.276 194 342 1765 APACHE II (mediana) 14 18 ? ? 19 Duração internação 10 ? 11 ? 20 N sites 4 2 2 3 3 % colonização 64 50 73 61 50 % candidemia 1 1 0,5 5 5
Taxas de colonização por Candida spp. em pacientes
adultos de UTI
Dias após admissão na UTI
Risco
de
Cand
idemi
a
CANDIDEMIA!!!
Persistência de sinais de sepse apesar de antibioticoterapia,
na presença de fatores de risco para candidemia
– geralmente
só FEBRE, pode ter hipotensão (choque séptico em 30%)
Comprometimento ocular:
16%
(2-9% corioretinite)
(1% endoftalmite)
Lesões de pele: disseminada
(<10% dos casos)
Dignani & Anaissie. Candidiasis In: Medical Mycology, 1a Ed, Churchill Livingstone, 2003
Klotz et al., Clin Microbiol Rev.2000;13(4):662 Donahue et al., Ophthalmology.1994;101:1302
Quando Pensar em Candidemia?
Complicações da candidemia
Kullberg BJ, et al. NEJM 2015;373(2):1445
Hemoculturas (até 50% falso negativo)
Métodos não dependentes de cultivo: pesquisa de antígeno/PCR
•
Limitações de sensibilidade/especificidade
•
Custo
•
Falta de padronização internacional
•
β- D – Glucana: Falso Positivo
•
PCR: não são disponíveis comercialmente
Considerações do Diagnóstico
HEMOCULTURA 50-70% sensibilidade para
Candidemia
• Número de mostras: 2 ou 3 de sítios distintos durante as primeiras 24 horas -aumento da sensibilidade de detecção de bacteremias e fungemias.
• Adultos 40-60ml essencial para leveduras emergentes
Nem toda levedura é Candida!!!!
Leveduras fermentadoras > leveduras não fermentadoras
Candida > Trichosporon = Pichia = Rhodotorula> Cryptococcus > Histoplasma
Tempo de Positividade Candida
TTP médio = 43.47 ± 19,51hGarnacho-Montero et al, Inter J Antimicrob Agents. 2008 32(S2): S137
Fatores de risco para terapia antimicrobiana empírica
inadequada na sepse
Caso-Controle de Candidíase Invasiva, França,
1995-1997
Variáveis
Casos
(121)
Controles
(121)
OR
P
Duração Internação na
UTI,
média (mediana ±SD)
25 dias
(18±25,2)
10.3 dias
(5±13,7)
0,02
Mortalidade Global
68/121
(56%)
30/121
(25%)
3,24
(95%IC 1,72-6,13)
0,004
Leleu et al., J Crit Care.2002;17(3):168
Brasil* 1 Brasil 2 S. Paulo 3 Ceará 4
Nº pacientes
712
145
282
41
Nº centros
11
6
4
1
% tratados
69%*
65%
70%
38%
1.Colombo et al, J Clin. Microbiol. 44(8):2816-2823, 2006 2 Colombo et al, Diagn Microbiol Infect Dis. 34:281-286, 1999 3Colombo et al., Infect Control Hosp Epidemiol, 2007 4Medrano et al., Rev Inst Med Trop São Paulo. 48(1):17-20, 2006
*133 pacientes (19%) morreram nos primeiros 3 dias após candidemia!!
Porcentagem de pacientes com candidemia
que receberam terapia antifúngica
Taxas de mortalidade de Candidemia em
pacientes de UTI: Brasil versus Europa
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Brasil-1 Brasil-2 França EPIC-II Itália
Mortalidade em UTI
Brasil-1 Brasil-2 França EPIC-II Itália 70% vs ≤ 50%BRASIL-1-Girão E et al, Med Mycol 2008; BRASIL-2 -Colombo et al Intensive Care Med 2014
Aumento de mortalidade em função do
tempo para início de tratamento
Morrell et al. Antimicrob Agents Chemother 2005;49:3640-5
Garey et al. Clin Infect Dis 200643:25-31
15% 20% Impacto na mortalidade persiste mesmo ajustando para de APACHE!! 192 casos 157 casos em 4 anos 85% demora >24h para iniciar a terapia
Profilaxia
Doença de base
Empírica Pré-emptivaFatores de Risco
Candidemia
FEBRE PA BIOMARCADORESEstratégias Antifúngicas da Candidemia
Dirigida
Candida albicans
Ex: 1-3-β-D-Glucana, mananas
Luis Fernando Camargo e Colombo Medical School Grant, MSD 2006-2007
Uso de antifúngicos em 180 prescrições seqüenciais
para pacientes de UTI - 4 centros médicos – 6 meses
Eggimann et al. Annals of Intensive Care 2011,1:37
Terapia Preemptiva Fatores de Risco
Candidemia e Procalcitonina
Estudo retrospectivo
35 casos de bacteremia
15 casos de candidemia
Valores de 5.5 ng/ml
Tem VPN de 100%
Fluconazol (A-I):
eficiente, segura, facilidade de terapia sequencial,
custo, cuidado com C.krusei e C.glabrata, fungistática e persistência
Equinocandinas (A-I):
eficiente, segura, ágil e fungicida, não ajusta
para I. Renal, maior espectro.
Anfotericina B desoxicolato (C-I):
nefrotoxicidade > 30% e
intolerância à infusão
Anfotericina B liposomal (B-I):
sucesso ~, menor toxicidade que
AMB-d mas menos segura que equinocandinas
Anfotericina B complexo lipídico (B-II):
menor toxicidade que
AMB-d, mas menos segura que AMB-L e equinocandinas
Voriconazol (B-I):
mais toxicidade que FCZ, limitação de uso de
ciclodextrina se I. Renal, possibilidade de resistência cruzada e
interações
Quais são as opções terapêuticas?
Shoham S et al. J Intens Care Med, 2010;25(2):78 Pappas PG et al. Clin Infect Dis 2009;48(1):503
Escolha Correta do Antifúngico Inicial
Ha YE et al, Antimicr Agents Chemoth.2012;56(7):3950
Retrospectivo, 4 universidades da Coréia, 2008-2009
199 pts
65% ttdo com FCZ , 28% AMB-d e 3,5% AMB-L
Mortalidade 30 dias = 48% e sucesso 53%
Custo candidemia = $ 4.743/pt 23,5% é a droga!!!!!
Troca antifúngico: fator independente de aumento do custo
hospitalar e mortalidade em 30 dias
A ausência de análogos da parede celular dos fungos na cél
humana BAIXA TOXICIDADE
Não apresenta resistência cruzada com azólicos.
Pouca interação medicamentosa
Ausência de nefrotoxicidade
Nenhuma alteração de dose se IRENAL
Limitações:
- uso exclusivamente IV
- espectro limitado: Candida spp e Aspergillus spp
- hepatotoxicidade
- fenômenos alérgicos relacionados a infusão rápida
EQUINOCANDINAS
62 0 73 0 74 70 0 60 0 76 0 20 40 60 80 100
Mora-Duarte Kusa Reboli
Anfo B Caspo Mica L-AMB Fluco Anidula
MITT
74%
Equinocandinas: sucesso semelhante na
terapêutica de Candidemia
% res p o sta P = 0,01 NS NS1 Mora-Duarte et al. N Engl J Med 2002;347:2020-9 2 Reboli AC et al. N Engl J Med. 2007;356:2472–2482 3 Kuse E-R et al. Lancet. 2007;369:1519–1527
14 17 17 14 12 7 0 9 11 8 11 6 6 0 20
Rex 1 Phillips Rex 2 Mora-Duarte Kulberg Reboli
Fluco Anfo B Caspo Vori Fluco + anfo B Anidula
P = 0,01
(Terapia combinada)
P=0,03
(Anidula vs FLUCO) Persistência em fluco tende a ser maior: particularmente em C glabrata!!
Frequência de Candidemia Persistente:
maior com FCZ
Curva de sobrevida: impacto do tratamento
de candidemia com antifúngicos que atuam
sobre biofilme
2- Antifúngico SEM AÇÃO em Biofilme 1- Antifúngico COM AÇÃOem Biofilme
Tumbarello M. PLoS One. 2012;7(3):e33705
Droga com ação em BF Caspofungina Droga sem ação em BF Fluconazol
Alta ação AMB-L Equinocandina Ação marginal AMBd Resistência Triazólicos
Revisão quantitativa de Candidíase Invasiva
dos 7 RCT
1915 pts análise de mortalidade em 30d
1895 pts análise de sucesso: s/s + cultura
Mortalidade: 27% com equinocandinas vs 36% outros regimes [P = 0.0001]
Andes DR et al. Clin Infect Dis. 2012;54(8):1110
Uso equinocandina associado a melhor desfecho no APACHE II 1 e 2.
Antifúngico Indicação Observação Evidência
Equinocandinas Primeira Linha
R-FCZ e cepas FCZ-R, + c.persistente c/ FCZ, fungicida, toxicidade, ação em biofilme
sucesso e redução do custo
AI
Fluconazol Alternativa
Estáveis, não expostos a triazólicos, prevalência
C.glabrata e C.krusei <10%, endoftalmite BII
Sequencial Resposta clínica e agente sensível BI
AMB-d Alternativa
Não responsivo, intolerante, meningite e
endocardite BIII
Evitar na UTI, drogas nefrotóxicas e condições
I.R. AI
AMB-L 3mg/kg/d
AMB-CL 3-5mg/kg/d Alternativa
Não responsivo, intolerante, meningite e endocardite (BIII)
BI BII
Voriconazol Alternativa Endoftalmite/SNC BII
Sequencial Resposta clínica e agente sensível BI
Consenso Brasileiro de Candidíase, 2012
Pacientes não neutropênicos
•
l
Pappas PG et al. Clin Infect Dis 2015;62(4):409
Consenso Norte Americano Candidíase, 2015
Droga
Indicações
Evidência
Pacientes Não Neutropênicos
Equinocandinas Terapia Inicial Strong Recom
High Q Evid Fluconazol Alternativa (não grave ou risco R-azolicos) Strong Recom
High Q Evid AMB f. lipídicas Alternativa intolerancia, refratário, limitação ou resistência as
outras
Strong Recom High Q Evid
Pacientes estáveis com espécies sensível a FCZ: descalonar com 5-7dias (SR/MQE)
Voriconazol: terapia sequencial C. krusei (SR/LQE) ou C. glabrata sensível
C. parapsilosis: fluconazol, se iniciado equino e melhor e culturas negativas:
Controverso
Não analisam momento da remoção (1d=5d)
Impacto do APACHE II não avaliado em todos
Sem estudos prospectivos desenhados para isso
SUGESTÃO da Remoção:
Apenas após 3 dias, se candidemia persistente ou escape
Antes disso se instabilidade clínica ou se o foco é sabidamente o CVC
Evitar remoção se o foco não for o cateter - translocação
Nucci e Anaissie Clin Infect Dis, 2002 Colombo AL et al, Braz J Infect Dis.2012;16(S1):1-43
64 episódios de candidemia
documentados por BacT Alert (ADULTOS, > UTI, não neutropênicos)
Candidemia Relac CVC-definitiva (N=13)
Crescimento de > 15 UFC Candida spp. em ponta de CVC , sendo espécie
Igual ao agente da fungemia
Candidemia não relac. a CVC (N=35)
Cultura NEGATIVA de ponta CVC
CRC provável (N=16)
Candidemia na presença de cateter central mas sem disponibilidade de cultura do CVC
Ben-Ami R. et al . J Clin Microbiol.2008;46 (7):2222
30 hs
Candidemia: tempo decorrido até
Kollef M, et al. Clin Infect Dis. 2012;54(12):1739-46.
224 pcts com Candidíase Invasiva
Variáveis significantemente associada a maior risco de morte hospitalar:
1. T. antifúngica tardia
OR = 34 (95% CI 9.65–118.04)
2. Falência atingir controle do foco
OR = 70 (95% CI 21.52–278.38)
Impacto na mortalidade da Terapia AF precoce e
adequado controle da foco de infecção na
• Idade
• APACHE II score
• Comorbidades
• Espécie de Candida
• Terapia precoce
• Escolha do antifúngico
• Controle do foco de infecção
Morrel M Antimicrob Agents Chemother 49:3640, 2005 Andes, Clin Infect Dis. 54(8):1110, 2012 Kollef M Clin Infect Dis 54(12):1739, 2012
IDSA 2009 ESCMID 2012 SBI 2012
Repetição das HMC
Diária ou 48/48h Diária Mínimo D3 e D5 após
terapia Tempo de tratamento 14 dias a partir da 1°HMC-e r1°HMC-esolução d1°HMC-e s/s 14 dias a partir da 14 dias a partir da 1°HMC-e r1°HMC-esolução d1°HMC-e s/s
Retirar CVC Recomendado Fortemente
recomendado
Se instável ou estável e sem EQ ou AmB
Fundo de Olho Sim – todos após 1ª s tto Sim – todos Sim – todos após 1° sem
ECO TE Sim Se candidemia persistente,
sinais / sintomas Descalonar para FCZ VO 3-5 dias se paciente estável 10 dias se paciente estável Quando paciente clinicamente estável
Outras considerações na Candidemia
Tente remover/reduzir exposição a fatores de risco
Tempo prolongado nas complicações: 4-6s
Não indique mudança de esquemas ou terapia combinada antes de avaliação clínica completa e definição de espécie/susceptibilidade do agente.
Como prevenir?
1. Promoção da higienização das mãos
2. Cuidados na inserção e manutenção
de cateteres venosos centrais
3. Uso racional de antimicrobianos
4. Profilaxia antifúngica
5. Terapia pré-emptiva ou empírica
Cinco estratégias para prevenção da
candidemia
Three
“low tech”
strategies
Pfaller, Diekema. Infect Control Hosp Epidemiol 2004;25(8):624-6 Clin Microbiol Rev 2007;20(1):133-63
Higienização das mãos
Álcool gel
Água e sabão
MÃOS DO CORPO CLÍNICO CONEXÃO FLUIDO CONTAMINADO MICROFLORA DA PELE CONTAMINADO NA INSERÇÃO DISSEMINAÇÃO HEMATOGÊNICA
Cuidados na inserção e manutenção de
cateteres venosos centrais
O pacote para redução das ICS é baseado nas CINCO
MELHORES PRÁTICAS descritas na literatura, que são:
1.
Higiene das mãos
2.
Uso de barreira máxima estéril
3.
Antissepsia da pele com clorexidina
4.
Seleção do sitio de inserção, preferindo subclávia
5.
Revisão diária e remoção dos cateteres que não são
mais necessários
O’Grady. Guidelines for the prevention of intravascular catheter-related infections. MMWR 2002;51(RR 10):1-26 Guidelines for hand hygiene in health-care settings. MMWR 2002; vol. 51, no. RR-16 Raad. Infect Control Hosp Epidemiol 1994;15:231-8 Chaiyakunapruk. Ann Intern Med 2002;136:792-801 Merrer. JAMA 2001;286:700-7
Estudos com intervenções baseadas na educação de PS e no processo de assistência para prevencão de bacteremias associadas com CVC
Parras F (1994) Maas A (1998) Eggimann P (2000) Sherertz R (2000) Coopersmith (2002) Warren D (2003) Rosenthal V (2003) Berenholtz S (2004) Warren D (2004) Lobo R (2005) Warren (2006) Pronovost (2006)
Estudo bacteremias asociadas a CVC % de redução das taxas de depois da intervenção Mudanças das práticas e dos processos Nenhuma* 63% 67% 28% 66% 57% 75% ** 42% 40% 20.5 >66 Sim Sim Sim Sim Sim Sim
* Nenhuma ICS no período
• Estudo observacional, pré e pós intervenção
• Intervenção: treinamento (self-study module) sobre cuidados com a inserção e manutenção dos CVCs, com teste de conhecimento pré e pós treinamento
Coopersmith. Crit Care Med 2002;30(1):59-64
Incidência de infecção da corrente sangüínea relacionada a CVC por 1000
CVC-dia – jan 1998 a dez 2000
Microrganismos isolados em infecções da corrente sangüínea primárias
Uso de Antimicrobianos
Fato:
A exposição a antimicrobianos é um fator de
risco para aquisição de candidemia
especialmente drogas com atividade
anaerobicida
Estratégia:
Promover o uso racional de antimicrobianos no
ambiente hospitalar
Dúvida:
• Local: hospital com 350 leitos, Tailândia • Estudo quasi-experimental
– 1.5 ano antes da intervenção – 1.5 anos depois da intervenção
• Intervenção: controle da utilização de AF com foco em candidíase - Guia IDSA – Treinamento dos médicos
– Uso restrito de AF formulário para a liberação
– Livre sobre ajuste de doses na insuficiência renal e hepática – Aulas para os estudantes, residentes e médicos
• Evolução do tratamento
– 1a visitação: em 48h depois da prescrição
– 2ª visitação: 3-7 dias depois da coleta de culturas – Visitação final: evolução da duração da terapia
Apisarnthanarak A. Infect Control Hosp Epidemiol 2010;31(7):722-7
Depois da intervenção
59% redução das prescrições (194 para 80 prescrip. por 1000 hosp. p<0.001)
Dificuldades em prevenir as candidíase
invasiva
• Motivos para limitações da eficiência das three
“low tech” strategies:
– Dificuldade de implementação de alguns programas
– Dificuldade de intervir nos fatores modificáveis
– Fatores não modificáveis
• Cirurgia abdominal
• Pacientes muito graves
• Pancreatite
• Disfunção de órgão
• Estratégias terapêuticas: profilaxia, preemptiva e
empírica – mais eficaz??
Profilaxia Antifúngica
• Racional
Redução da colonização do trato gastroinstestinal por Candida
spp
• Efetiva em reduzir candidíase mucosa e candidemia
em:
– Pacientes neutropênicos e TCTH
– Receptores de transplante hepático de alto risco
– RN de extremo baixo peso ao nascer (<1000 g)
– Pacientes críticos???
Pfaller et al, Clin Microbiol Rev. 2007 21(1): 133
Metanálises de Profilaxia em Pacientes Cirúrgicos Críticos
Autor, ano N Estudos N Pts Tipo
Pts Ano AF
Efeitos da Profilaxia IFI Mortal. Resist. Shorr, 2005 4 626 UTI -C 1999 2002 FCZ 55% = = Ho, 2005 7 814 C- risco 1999 2003 FCZ 79% = NA Cruciani, 2005 9 1226 UTI-C 1987 2003 FCZ(6) CTZ(3) 80% 79% NA Vardakas, 2006 7 941 UTI-C 1987 2003 FCZ(5) CTZ(1) ITZ(1) 75% 25% = Playford, 2006 12 1606 UTI-C 1987 2003 FCZ(8) CTZ(4) 50% 25% = Só 2 redução de candidemia
Pfaller et al, Clin Microbiol Rev. 2007 21(1): 133