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DRENAGENS COMO POSSÍVEL SOLUÇÃO PARA ALAGAMENTOS CAUSADOS PELA FALTA DE PLANEJAMENTO URBANO: O CASO DOS BAIRROS UMARIZAL E COMÉRCIO EM BELÉM DO PARÁ.

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Academic year: 2021

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AUTOR: ELIZIO RODRIGUES AZEVEDO Docente da Faculdade De Geografia E Cartografia FGC/UFPA E-MAIL: elizio-azevedo@hotmail.com CO-AUTOR: THAYSSA CRISTINA SANTOS DE SOUSA. Docente da Faculdade De Geografia E Cartografia FGC/UFPA E-MAIL: thayssacsousa@bol.com.br UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA)

DRENAGENS COMO POSSÍVEL SOLUÇÃO PARA ALAGAMENTOS CAUSADOS PELA FALTA DE PLANEJAMENTO URBANO: O CASO DOS

BAIRROS UMARIZAL E COMÉRCIO EM BELÉM DO PARÁ.

INTRODUÇÃO

Com a necessidade da urbanização as capitais dos estados brasileiros estão crescendo cada vez mais, porém a grande maioria cresceu (e ainda cresce) de maneira desordenada, com pouco planejamento urbano. Consequência desse crescimento desordenado e da falta de planejamento, vários problemas vieram à tona, entre esses problemas estão os alagamentos urbanos, que atualmente atingem de maneira violenta várias cidades brasileiras entre elas, está Belém. Deve-se tentar compreender em primeiro lugar, a problemática desses alagamentos para depois serem sugeridas as providências mais cabíveis.

Por estar localizada na Amazônia, onde há um aumento na frequência de desastres relacionados a fenômenos hidroclimáticos, o índice pluviométrico em, determinados períodos em Belém é relativamente alto, isso agravou mais o problema das cheias em vários pontos da cidade, porém os órgãos competentes não são os únicos que devem ser responsabilizados, pois ações irresponsáveis por parte da população local, como jogar

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lixos nas ruas e canais, também geram problemas ambientais, assim tornando-se preocupação de todos.

O avanço tecnológico em vários setores, faz lembrar da necessidade que o Brasil tem, em criar tecnologias voltadas para o saneamento básico, a fim de prevenir problemas causados por eventuais excessos de chuvas num curto período de tempo ou mesmo por ações antrópicas.

OBJETIVOS

A pesquisa tem como objetivo, tentar entender a complexidade dos acontecimentos que levam a ocorrência dos alagamentos, perceber o encadeamento de ações, tanto do homem quanto naturais, que resultam também em cheias, compreender, conceituar alagamento e mostrar a diferença entre alagamento e enchente, evidenciar as causas e consequências da falta de interesse da população em cuidar mais do meio ambiente como também da falta de interesse dos órgãos competentes em corrigir esse tipo de entrave e por fim propor soluções para tentar diminuir significativamente a incidência de cheias.

METODOLOGIAS

Para alcançar o resultado final da pesquisa, houve a utilização de alguns mecanismos, a fim de que ao ter-se a pesquisa concluída haja melhor entendimento do assunto. Levantamentos bibliográficos como, o uso de livros (referentes ao assunto abordado) artigos científicos e sites também científicos foram predominantes para obter-se informações precisas e confiáveis, entretanto não foram os únicos mecanismos. Utilizou-se também o trabalho de campo, que engloba entrevistas aos moradores das áreas pesquisadas, uma vez que a vivência destes colaborou positivamente para o trabalho. Portanto, a utilização destas metodologias tiveram a finalidade de alcançar um resultado aceitável no âmbito acadêmico e aumentar a credibilidade da pesquisa.

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RESULTADOS PRELIMINARES

A princípio, deve-se ter em mente a diferença entre alagamento, enchente e inundação, pois entender a conceituação de cada um desses fenômenos, será fundamental para concluir qual deles ocorre com mais frequência no local de estudo.

Aspectos conceituais básicos a respeito dos três fenômenos. Enchente é uma elevação temporária do nível de água em um canal de drenagem devida ao aumento da vazão1 ou descarga. Inundação é o processo de extravasamento das águas do canal de drenagem para as áreas marginais (planície de inundação, várzea ou leito maior do rio) quando a enchente atinge cota acima do nível máximo da calha do rio. Alagamento pode ser definido como um acúmulo momentâneo de águas em uma determinada área por problemas no sistema de drenagem, podendo estar relacionado ou não com processos de natureza fluvial. Diante dessas rápidas conceituações, percebe-se que os fenômenos em questão podem atingir qualquer cidade que tenha rios em suas redondezas.

A cidade de Belém limita-se ao sul com rio Guamá e a oeste pela baía de Guajará que sofrem influências de maré, portanto a probabilidade de que pelo menos um dos fenômenos citados ocorra, é muito grande, pois existe um complexo fenômeno natural chamado "maré alta2" que acontece algumas vezes no ano. De acordo com Dados do INMET até 2007 a capital paraense tinha um índice pluviométrico médio de 300 mm por mês.

1-Quantidade de água que passa por uma dada seção em um canal de drenagem num período de tempo.

2-Fenômeno que ocorre por conta da atração gravitacional entre a Lua e a Terra. 1-Quantidade de água que passa por uma dada seção em u m canal de drenagem

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Figura 01. Gráfico representando a média de precipitação pluviométrica. (fonte: prefeitura municipal de Belém 2007)

Dessa forma, a respeito desses acontecimentos pode-se afirmar que, aquele mais incidente na cidade de Belém são os alagamentos, apesar de não ocorrerem com tanta frequência no ano todo (só em algumas épocas), quando ocorrem trazem problemas a populações, tanto comerciantes como moradores, dos locais atingidos. Mas as causas podem ser variadas, porém duas são consideradas mais importantes, a ocorrência das marés altas, ou sistemas de drenagem deficientes. Caso, a maré alta ocorra no período compreendido entre Dezembro e Abril (período mais chuvoso) e coincida com grande quantidade de chuvas, os canais enchem e a água invade as ruas. Com essa invasão, vem à tona mais um problema, o lixo jogado nas ruas que entopem boeiros ou até mesmo canais, assim agravando mais ainda a situação.

Diante desses fatos, fica clara a existência de um encadeamento de ações, que resultam em alagamentos periódicos anualmente. Moradores locais jogando lixo nas calçadas das ruas, com as chuvas esses lixos são levados a boeiros e canais pelas cheias, consequentemente obstruindo a passagem de água até eles, a secretaria de saneamento municipal não realizando a coleta de lixo corretamente e por fim a maré alta, se tudo isso ocorrer simultâneamente acontecem alagamentos. Com isso começa-se a compreender a problemática do presente estudo.

Falando-se das ruas que estão sendo estudadas, tem-se a Av. Doca De Souza Franco que é localizada no bairro do Umarizal, antes havia um igarapé chamado "igarapé das almas", atualmente há um canal a céu aberto que serve para drenagem, mas ela não ocorre de forma ágil e rápida, quando há uma incidência de chuvas muito fortes e

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demoradas o canal transborda e invade a avenida prejudicando comerciantes e moradores dificultando mais a locomoção destes pela via.

Figura 02. Canal da Av. Doca De Souza Franco transbordando (Fonte: Diário do Pará)

Outra avenida que também sofre com alagamentos periódicos é a Boulevard Castilho França, onde se encontra o mercado do ver-o-peso e o porto hidroviário de Belém, porém esta só enche em alguns pontos e a causa principal nesses pontos é a ineficiência do sistema de drenagem, visto que boeiros da área não sofrem manutenção há algum tempo, além disso existem os entulhos que também os entopem. A manutenção destes deveriam ocorrer no mínimo trimestralmente, a fim de que transeuntes e trabalhadores da área não sejam prejudicados tanto com sua mobilidade como com a saúde. Não houve a necessidade de realizar visitação no local, pois levantamentos bibliográficos foram o suficiente para atingir o ponto chave da pesquisa. A terceira rua pesquisada é a travessa 15 De Novembro onde existem vários prédios históricos, porém ela também sofre com cheias nas épocas chuvosas em Belém. A causa dos alagamentos são a falta de tubulações que escoem mais rapidamente as águas e também os resíduos jogados por pessoas que passam pelo local, como também por moradores de rua que também despejam muitos objetos na área.

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Figura 03. Esquina da Travessa 15 De Novembro alagada(Fonte: Jornal O Liberal)

E por fim o último trecho a ser analisado é a Avenida Almirante Tamandaré em que igualmente a Avenida Doca De Souza Franco, tem um canal a céu aberto, mas diferente dos outros trechos estudados a Almirante Tamandaré tem um eficiente sistema de drenagem de acordo com relatos de trabalhadores como disse Paulo Carneiro que é mecânico e trabalha há 18 anos nessa avenida:

"Trabalho há dezoito anos aqui e, todo ano quando chega esse período alaga tudo! A drenagem do canal é eficiente, mas se ele estiver limpo, porque quando o lixo entope as comportas a água não vai embora"-(PAULO CARNEIRO, mecânico, entrevista realizada em 27/06/2014). Quando foi perguntado se a prefeitura manda fazer a limpeza do canal periódicamente, ele foi bem claro e enfático:

"Raramente a prefeitura faz uma limpeza nesse canal, a última vez que eles mandaram gente pra limpar aqui foi no fim do mandato do prefeito anterior, mas já faz tempo que eles não vem aqui"-(PAULO CARNEIRO, mecânico, entrevista realizada em 27/06/2014).

Figura 04.Canal da Avenida Alm. Tamandaré transbordando e um homem com um bote “navegando”. (fonte:ormnews.com.br)

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Depois de concluída esta entrevista, a Sesan3 (órgão municipal que cuida destes casos) foi procurada para falar qual o intervalo de tempo que eles realizam a limpeza de todas as vias pesquisadas, porém nenhum responsável foi encontrado para falar a respeito do assunto.

Tendo as ruas devidamente mencionadas e caracterizadas, pode-se comparar os motivos que levam a ocorrência dos alagamentos e nota-se que estes motivos estão diretamente relacionados com com a maré alta, a falta de limpeza nas vias e a falta de consciência ambiental pela maioria da população.

Para contornar essa situação deveriam ser tomadas ações preventivas a primeira dessas ações deveria ser a reeducação ecológica da população, pois serão os mais prejudicados caso venham a ocorrer novos alagamentos. Com a incidência deles, há doenças que podem ser transmitidas pela água por insetos, parasitas entre outros que transmitem doenças mais graves como leptospirose e dengue. Por isso, a colaboração da comunidade é fundamental para a redução das cheias tomando atitudes simples como, não jogar lixos ou qualquer tipo de resíduos sólidos nas ruas principalmente perto de canais.

A prefeitura, por outro lado deve criar mais mecanismos para escoar a água rapidamente ou até mesmo criar políticas para reaproveitar água da chuva, pois dessa forma além de reduzir a possibilidade de ocorrerem alagamentos, essa medida seria algo sustentável, reaproveitar de que forma? Incentivando a produção de centrais para a população armazenar água da chuva em suas próprias residências e assim utilizar essa água de maneira racional. A água é um bem natural finito, políticas assim se fazem necessárias pois, a maioria das pessoas ainda usa a água de forma irresponsável e assim recomeçar com a educação ambiental. Será eficaz também a limpeza mensal de boeiros e a substituição de tubos subterrâneos, uma vez que os tubos utilizados atualmente estão muito antigos e podem romper se chover forte e intensamente.

Portanto, para resolver problemas acerca de alagamentos nas vias citadas deve-se existir a colaboração entre prefeitura e população (moradores e comerciantes) das vias faladas,

3-Secretária municipal de saneamento 3-Secretaria municipal de saneamento

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a fim de que se reduza efetivamente esse problema. E além de resolvê-lo ajudar também a cidade agir de forma sustentável e racionalizar esse recurso tão precioso que é a água.

REFERÊNCIAS:

COSTALONGA, Fábio L; COVRE Jozieli D.- Aproveitamento da água da chuva e

energia solar em uma residência no município da Serra-ES (2009)

defesacivilba.com.gov.br

Mapeamento de riscos em encostas e margens de rios;

PEREIRA, Denise-Desastres naturais na Amazônia: avaliação de riscos na bacia

hidrográfica do Rio Purus dissertação do programa de pós graduação em geografia

(PPGEO, UFPA 2014); INMET.gov.br

revistageonorte.ufam.edu.br

SANTOS, Odete- As chuvas, alagamentos e enchentes no período chuvoso em

Belém, estado do Pará (revista geonorte ed. Especial ano 2012)

ESTÁGIO ATUAL DA PESQUISA

A pesquisa atingiu o resultado esperado, porém ainda está em estágio de aprofundamento para os autor(es) se aperfeiçoarem mais a cerca do assunto.

Referências

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