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Discurso do Chefe do Estado-Maior da Armada por ocasião da tomada de posse do Diretor da Comissão Cultural de Marinha

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Discurso do Chefe do Estado-Maior da

Armada por ocasião da tomada de posse

do Diretor da Comissão Cultural de

Marinha

03 out 2018

Senhor Almirante Vice-Chefe do Estado Maior da Armada, Senhor Almirante Vidal Abreu,

Senhor Almirante Diretor da Comissão Cultural de Marinha, Senhores Almirantes,

Oficiais, Sargentos, Praças, Militarizados e Civis da Marinha, Distintos Convidados,

Minhas Senhoras e meus Senhores,

É com grande satisfação que presido hoje à cerimónia de tomada de posse do Diretor da Comissão Cultural de Marinha e gostaria de começar por agradecer a todos os que quiseram honrar-nos com a sua presença, conferindo lustre a esta cerimónia de particular relevo, que assinala o normal render do quarto num setor que, não se enquadrando na atividade operacional que é intrínseca a uma Marinha, é, de há muito, uma das faces mais visíveis, acarinhadas e prestigiadas da nossa instituição.

Senhor Almirante Mourão Ezequiel,

Da sua ação como Diretor da Comissão Cultural de Marinha, salientam-se algumas marcas distintivas que traduzem a forma inovadora como soube interpretar a abertura do setor cultural da Marinha à sociedade:

 Desde logo, a feliz iniciativa de promover, em conjunto com o Museu Nacional da

Dinamarca, a exposição "Vikings - Guerreiros do Mar", que trouxe ao Museu de Marinha milhares de visitantes, entre os quais muitos militares, militarizados e civis da Marinha que, nesta ocasião, redescobriram um Museu moderno e renovado;

 Por outro lado, a aposta em levar a Banda da Armada a novos públicos e a novos

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Mar, em salas emblemáticas da cidade de Lisboa, como são a Aula Magna ou a Fundação Calouste Gulbenkian;

 Por fim, o restauro das pinturas murais e dos estuques da Sala do Átrio do Aquário

Vasco da Gama e a exposição "O príncipe que sonhava com o fundo do mar", exemplos da vitalidade de uma instituição que comemorou, recentemente, 120 anos de idade, ao longo dos quais foi visitado por gerações sucessivas de famílias, de tal forma que faz hoje parte do imaginário de todos nós.

Estes são alguns exemplos da sua ação serena, mas determinada, para afirmar a Marinha como parceira essencial na consolidação de uma cultura marítima nos portugueses.

Quero, pois, expressar publicamente o meu elevado apreço pela forma muito competente e dedicada como dirigiu, superiormente, o setor da Cultura, desde que, em setembro de 2015, assumiu as relevantes funções de Diretor da Comissão Cultural de Marinha.

Senhor Almirante,

O desempenho deste cargo encerra, de forma brilhante, mais de 47 anos de serviço em prol da Marinha e de Portugal, numa carreira marcada por uma assinalável diversidade de funções, predominantemente ligadas à Hidrografia e às Ciências do Mar, que se refletem na marca de homem de ciência rigoroso e exigente que deixa na Marinha, e que é confirmada pelas funções desempenhadas no Instituto Hidrográfico - onde foi Diretor Técnico e chefiou as Divisões de Cartografia Náutica e de Levantamentos Hidrográficos -, e na Escola Naval - onde lecionou Hidrografia e Oceanografia.

No mar, destacam-se os comandos do NRP Águia e do Agrupamento de Navios Hidrográficos. Em terra, foi Comandante Operacional dos Açores, tendo ainda desempenhado funções de Adido de Defesa junto das Embaixadas de Portugal em Londres, Dublin e Haia, no Instituto de Estudos Superiores Militares e no Centro Internacional de Luta Contra a Poluição do Atlântico Nordeste.

Após transitar para a situação de Reserva, em 2014, presidiu ao Conselho de Disciplina da Armada e à Comissão do Domínio Público Marítimo, em acumulação com o cargo de Diretor da Comissão Cultural de Marinha, função que agora cessa por imposição estatutária, e na qual evidenciou assinalável disponibilidade, numa elevada demonstração de brio, generosidade e dedicação à Marinha.

No desempenho de todas estas funções, ficaram bem patentes as suas elevadíssimas qualidades militares e pessoais, prestigiando sempre a Marinha e as Forças Armadas. Bem-haja, senhor Almirante, pelo seu amor e dedicação à Marinha.

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A sua já longa e reconhecida carreira, assim como as suas qualidades pessoais, levaram-me a escolhê-lo para assumir a gestão superior do setor da Cultura da Marinha. Estou convicto que a competência e visão abrangente que sempre demonstrou, aliadas ao conhecimento profundo do setor, serão argumentos suficientes para o desempenho, com elevado sucesso, das funções que decidi confiar-lhe.

Senhor Almirante Diretor da Comissão Cultural de Marinha,

A CCM tem por missão apoiar a representação institucional e a comunicação estratégica da Marinha, divulgar e garantir a preservação da sua memória histórica e contribuir para o desenvolvimento científico e cultural nacional, no âmbito do mar e das ciências náuticas, competindo-lhe dirigir as atividades dos órgãos de natureza cultural, com exceção da Academia de Marinha, que, por sua vez, são responsáveis pela realização de atividades de apoio geral da Marinha no domínio do património cultural, histórico e artístico.

De uma forma simplificada, podemos afirmar que a Missão do Sector Cultural é contribuir para a afirmação da maritimidade de Portugal.

Nessa perspetiva, e sem prejuízo do contributo do setor da Cultura para a consecução dos objetivos estratégicos estabelecidos na Diretiva Estratégica da Marinha, irei agora deter-me naquelas que considero serem as suas prioridades. No domínio genético, importa prosseguir o esforço de renovação e conservação das instalações e exposições, garantindo a manutenção e atualização das infraestruturas, equipamentos de apoio e exposições patentes nos órgãos de natureza cultural. Para sustentar esta ambição, é necessário, em coordenação com o Estado-Maior da Armada, incrementar a captação de fontes de financiamento supletivas, a nível nacional e internacional, que, num tempo marcado por significativos constrangimentos financeiros, permitam viabilizar projetos e atividades para além do orçamento de funcionamento.

Ainda neste domínio, importa promover o preenchimento, de forma consistente, dos lugares existentes para estagiários em áreas em que possuímos saberes únicos ou relevantes, ao mesmo tempo que se dinamizam os mecanismos internos de fomento ao voluntariado.

No domínio estrutural, pretendo ver fortalecida a cooperação com parceiros nacionais e internacionais de referência, designadamente nas áreas dos assuntos do mar, acompanhado uma tendência global que possibilitará alargar o universo de atuação da Marinha no domínio cultural.

Importa, ainda, prosseguir a abertura da Marinha à sociedade e aos cidadãos, através do reforço da cooperação da CCM com as universidades e empresas portuguesas, designadamente as que desenvolvem atividades ligadas à defesa ou ao mar, ao mesmo tempo que se prossegue o trabalho de desenvolvimento de formas inovadoras de comunicação, aproximando a CCM do seu público-alvo.

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No domínio operacional, importa incrementar o valor das receitas próprias, tirando partido da conjuntura favorável que o país, e a cidade de Lisboa em particular, vive em termos de visitantes.

Ainda no domínio operacional, relevo a necessidade de continuar a alargar a oferta cultural da Marinha, aumentando o seu reconhecimento junto do público.

Por fim, pretendo ver consolidados o conhecimento e a atuação no quadro das ciências do mar e da cultura marítima, aumentado o acesso à informação histórica e cultural da Marinha e o esforço de recuperação do riquíssimo património histórico que nos está confiado.

Senhores Almirantes,

Minhas senhoras e meus senhores,

Os domínios de intervenção do setor cultural - no qual se inclui também a muito relevante atividade da Academia de Marinha -, pela sua natureza e multiplicidade, obrigam a uma gestão complexa das atividades desenvolvidas, frequentemente em articulação com outros órgãos da Marinha, com o intuito de promover o conhecimento e contribuir para o desenvolvimento e a consolidação de uma cultura marítima na sociedade, onde o mar assume particular relevo como um desígnio nacional e principal elemento no desenvolvimento do País e na sua identidade como Nação Marítima.

Exorto, pois, à colaboração intersectorial entre a Comissão Cultural de Marinha e os demais interlocutores setoriais, como forma de satisfazer as exigências específicas em termos técnicos e científicos, ao nível de equipamentos e de pessoal, para estar em conformidade com os requisitos, normas técnicas, legislação e orientações fixadas pelas entidades que tutelam as suas diferentes áreas de intervenção, ciente que é nossa obrigação tornarmos acessível, a todos, o património museológico, científico, histórico e cultural que nos cumpre preservar e divulgar.

Senhor Almirante Valente dos Santos,

É esta a sua missão a partir de hoje.

Sei que, através dos organismos agregados - designadamente o Aquário Vasco da Gama, a Banda da Armada, a Biblioteca Central da Marinha, o Museu de Marinha e a Fragata D. Fernando II e Glória, o Planetário Calouste Gulbenkian e a Revista da Armada -, e de um conjunto de iniciativas pontuais de que se destaca o Dia da Marinha, a Comissão Cultural de Marinha dará o seu contributo para afirmar a relevância da Marinha como parceira essencial na consolidação de uma cultura

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marítima nos portugueses e na afirmação de Portugal como país que se faz ao Mar e tem no Mar o seu desígnio!

Desejo-lhe bons ventos e mares de feição nesta missão que agora inicia e para a qual conta com todo o meu apoio!

Disse.

António Maria Mendes Calado Almirante

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