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Prefácio e agradecimentos

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Academic year: 2021

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“V

ocê está com uma tarefa importante”. Foi assim que, no dia 26 de maio de 2006, ao saber um pouco mais sobre o livro, Jair Lício Ferreira Santos encerrou sua entrevista. Concordo plenamente com o Jair. Registrar a história de uma associação científica é, por si só, uma tarefa importante. Mais ainda, esta é uma tarefa de enorme responsabilidade. Afinal, o livro registra os primeiros 30 anos da nossa associação. Para aqueles que vivenciaram estes 30 anos, o livro relembra o passado e reaviva as recordações. Para aqueles que “pegaram o bonde andando”, como eu, esta é a oportunidade de conhecer o que ocorreu no início da viagem. Para aqueles que ainda virão, será uma forma de entender a trajetória da ABEP através dos olhos daqueles que a presidiram – mulheres e homens que tive não apenas o prazer de entrevistar, mas, sobretudo, com quem tive o privilégio de conviver.

Este livro se baseia em pesquisa documental, feita nas atas das assembléias e nos boletins; em dez entrevistas em profundidade, realizadas com nove dos dez presidentes da ABEP e com um de seus fundadores; em uma breve entrevista telefônica, realizada com um abepiano de longa data; e em uma entrevista por e-mail, feita com um demógrafo estrangeiro, abepiano de primeira hora que, há 30 anos, participou ativamente da fundação da ABEP.

Apesar de ser um livro institucional, não pude me furtar de colocar aqui um pouco das minhas lembranças, uma vez que participei, de alguma forma, dos últimos 16 anos desta história. A minha maior lembrança, ainda que sem nenhuma relação com a história da ABEP, está na capa. A Praia do Vidigal, no Rio de Janeiro, onde hoje fica o Hotel Sheraton, foi pintada por Victor de Miranda Ribeiro, meu avô, em abril de 1949. Esta imagem faz parte das

Prefácio e

agradecimentos

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minhas recordações desde a mais tenra infância e é uma alegria imensa poder compartilhá-la.

No 1o semestre de 2006, foi lançado o segundo número do volume 22

da Revista Brasileira de Estudos de População (Rebep), referente ao período julho/dezembro de 2005. A edição especial, comemorativa dos 20 anos da Revista, traz onze artigos escritos por autores convidados, entre os quais nove dos dez presidentes da ABEP. Ao entrevistar cada um dos presidentes para este projeto, temi não ter muito que acrescentar, além do que já estava fartamente documentado nas páginas da Rebep. Decidi, então, fazer uma espécie de livro de “causos”, bem ao estilo mineiro – um livro que dá voz aos entrevistados, como faz a pesquisa qualitativa, em cujos mares eu navego com certo conforto e tranqüilidade. Em nome da confidencialidade, deixei anônimas as falas que, na minha opinião, pudessem soar comprometedoras. Desta forma, o texto está entremeado por transcrições literais daquilo que ouvi, com muito interesse, durantes os últimos meses.

Não foram todos os entrevistados que me contaram casos anedóticos. Os problemas de memória são responsáveis por apenas uma pequena parte desse suposto esquecimento. A verdade é que muitos desses casos são, pelas mais variadas razões, incontáveis. Eu também sei de vários que não gostaria de ver publicados aqui, alguns por uma simples questão de delicadeza. Aproveito, então, para narrar aqui um caso que me foi contado por Ana Maria Goldani, por email. Ana soube que eu estava escrevendo este livro porque me encontrei com ela no Rio, durante suas férias, no dia em que fui entrevistar Neide Patarra.

Ana Maria Goldani – Para poder fechar os Anais [do encontro de Vitória], liguei para o José Serra e disse que o office boy estava indo pegar o artigo dele, pois era o único que faltava e a gráfica do SEADE tinha me dado como deadline aquele dia. Ele me disse que ainda estava na colagem. Eu disse “não tem importância, mande como tal que minha secretária datilografa”. O menino ficou toda a tarde sentado na porta da casa do Serra lá em Pinheiros, mas voltou com o artigo. O troco que o Serra me deu, publicamente, foi dizer em Vitória que os Encontros da ABEP poderiam ser feitos em SP, Rio ou BH, sem riscos de que o público fosse de compras ou à praia, sempre e quando colocassem a Ana Goldani na organização ou na porta do evento. Em outras palavras, me chamou de “generala”. Foi um riso geral, claro.

Eu acho que é meio incontável. Principalmente porque os casos divertidos, sempre me contaram, eu não fazia parte. Então, se eles não contaram, eu acho que não posso.

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É uma honra estar à frente deste projeto. Gostaria de agradecer à atual diretoria da ABEP (George Martine, Simone Wajnman, Rosana Baeninger, José Eustáquio Diniz Alves e José Ribeiro Soares Guimarães), dona da idéia original do livro, pelo convite e, acima de tudo, pela confiança e pelo apoio incondicionais.

Gostaria de agradecer, também, aos meus entrevistados “ao vivo e em cores” – Elza Berquó, Daniel Hogan, Jair Lício Ferreira Santos, José Alberto Magno de Carvalho, Maria Coleta Oliveira, Neide Patarra, Paulo Paiva, Diana Sawyer, George Martine e Eduardo Rios-Neto, nesta ordem –, pela disponibilidade de conversar comigo, apesar das agendas apertadas. Sei que foi um enorme esforço de puxar pela memória, como bem traduziu Coleta Oliveira: “Eu não sei mais, com a minha memória de mico, o que veio primeiro...” Estejam certos de que passei horas maravilhosas ao lado de cada um de vocês e que aprendi muito.

Agradeço, também, a Sérgio Nadalin, tão solícito e gentil, com quem tive a oportunidade de conversar por telefone, ainda que brevemente, sobre alguns detalhes da ABEP. Com ele, aprendi um pouquinho sobre Demografia Histórica.

Um enorme “muito obrigada” a Axel Mundigo, Tom Merrick e Chuck Wood, por terem respondido prontamente aos meus emails e pela disposição em colaborar. Apesar de atualmente distantes da ABEP, eles participaram dela ativamente no passado e estiveram nos bastidores da sua fundação.

Muito obrigada a Bel Baltar, que gentilmente abriu seus arquivos, certamente muito organizados. Graças a eles, pude registrar aqui os dias exatos da famosa reunião do Hotel Sheraton, informação que eu não havia conseguido de nenhuma outra fonte.

Obrigada, ainda, àqueles que aceitaram meu convite tão em cima da hora para participar da quarta capa – Carmen Miró, Wolfgang Lutz, Mauro Borges Lemos, Heloisa Soares de Moura Costa, Franklin Goza e, novamente, Axel Mundigo. Tão ilustres presenças tornam o livro ainda mais especial.

Darlene Vieira e Maria Ivonete Teixeira cuidaram dos muitos detalhes operacionais por trás dessa empreitada. Ana Paula Pyló, além de cuidar dos detalhes, foi uma excelente assistente de pesquisa. Este livro não teria sido

Não me lembro um caso. Eu precisaria estar muito inspirada. (...) [Para contar] Casos, eu acho que preciso estar tomando qualquer coisa...

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possível sem Maria Auxiliadora de Faria e Lígia Maria Leite Pereira, da Códice Consultoria e História, cuja experiência e sabedoria tornaram meu caminho menos tortuoso. Fabiana Grassano e Flávia Fábio, da Traço Publicações e Design, ampliaram todos os meus prazos e fizeram o inimaginável para que o livro ficasse pronto a tempo. O Unfpa – Fundo de População das Nações Unidas garantiu os recursos necessários, desde as viagens para a realização das entrevistas até a impressão final. Devo a Maria Cecília Brandi, que gentilmente atendeu aos meus pedidos insistentes, a belíssima foto do Hotel Sheraton nos dias de hoje.

Além de importante e de muita responsabilidade, devo confessar que esta foi uma tarefa árdua. Árdua por ter sido esta mais uma, somada às muitas que fazem parte da vida de uma professora universitária – aulas, orientações, pesquisas, administração. Árdua por eu não ser nem historiadora, nem poeta e nem escritora. Apesar de não ser historiadora, espero ter conseguido resgatar o passado da forma mais fidedigna possível, a fim de ajudar na compreensão do presente. Apesar de não ser poeta, espero ter conseguido captar e reproduzir as emoções e os sentimentos, às vezes explícitos, às vezes manifestos apenas nas entrelinhas. Finalmente, apesar de não ser escritora, espero que a leitura deste livro seja agradável e que reflita, minimamente, o prazer que tive em escrevê-lo. O livro está dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo traz um breve relato do que ocorreu antes da fundação da ABEP – o início da demografia no Brasil, o surgimento das instituições, o contexto político da época. Em seguida, há um capítulo mais curto, dedicado ao nascimento da ABEP, numa tentativa de transportar para aquele momento todos aqueles que não participaram dele, entre os quais eu me incluo. O terceiro capítulo descreve os 30 anos propriamente ditos – o funcionamento interno da ABEP, as fontes de financiamento, os encontros, a revista, as relações com associações de demógrafos no resto do mundo – e traz, ainda, algumas memórias sobre cada uma das quinze gestões. Finalmente, o quarto capítulo trata dos próximos 30 anos. Como será o mercado de trabalho para os demógrafos? Como será a ABEP no futuro?

Tem outros [casos] que são meio comprometedores. O pro-blema é que a minha gestão foi recente. Casos da minha diretoria, talvez eu até tenha um ou outro, mas é tão recente, que acho que não é prudente contar. Quem sabe [quando a ABEP estiver] com 60 anos, (...) se eu ainda estiver vivo, eu possa contar. Agora não.

Eduardo Rios-Neto

(...) eu acho que você precisava juntar os presidentes, por exemplo, numa mesa. Um estimulando o outro, os causos vão aparecer.

Referências

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