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UNIVERSIDADE TIRADENTES PRISCILA PATRÍCIA VIEIRA DE LIMA DESLOCAMENTO ACIDENTAL DE TERCEIROS MOLARES INCLUSOS PARA ESPAÇOS FACIAIS RELATO DE CASO

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U

NIVERSIDADE

T

IRADENTES

PRISCILA

PATRÍCIA

VIEIRA

DE

LIMA

DESLOCAMENTO ACIDENTAL DE TERCEIROS

MOLARES INCLUSOS PARA ESPAÇOS FACIAIS –

RELATO DE CASO

A

RACAJU

/SE

2014

(2)

PRISCILA

PATRÍCIA

VIEIRA

DE

LIMA

DESLOCAMENTO ACIDENTAL DE TERCEIROS

MOLARES INCLUSOS PARA ESPAÇOS FACIAIS –

RELATO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Coordenação do Curso de Odontologia da Universidade Tiradentes com parte dos requisitos para obtenção do grau de bacharel em odontologia.

Orientador: Prof. Msc. EDVALDO DÓRIA DOS ANJOS

A

RACAJU

/SE

2014

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PRISCILA PATRÍCIA VIEIRA DE LIMA

DESLOCAMENTO ACIDENTAL DE TERCEIROS MOLARES

INCLUSOS PARA ESPAÇOS FACIAIS– RELATO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Coordenação do Curso de Odontologia da Universidade Tiradentes com parte dos requisitos para obtenção do grau de bacharel em odontologia.

APROVADA EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

Professor Orientador: Prof. MSc. Edvaldo Dória dos Anjos

1º Examinador: ________________________________

(4)

ATESTADO

Eu, Edvaldo Dória dos Anjos orientador da discente Priscila Patrícia Vieira de Lima atesto que o trabalho intitulado: “ Deslocamento Acidental de Terceiros Molares Inclusos para espaços faciais – Relato de Caso ” está em condições de ser entregue à Supervisão de Estágio e TCC, tendo sido realizado conforme as atribuições designadas por mim e de acordo com os preceitos estabelecidos no Manual para a Realização do Trabalho de Conclusão do Curso de Odontologia.

Atesto e subscrevo,

__________________________________ Edvaldo Dória dos Anjos

(5)

“A melhor maneira de nos prepararmos para o futuro é concentrar toda a imaginação e entusiasmo na execução perfeita do trabalho de hoje.”.

(6)

Complicações Associadas às Cirurgias de Terceiros Molares Inclusos:

Deslocamento para Espaços Faciais – Relato de caso

Priscila Patrícia Vieira de Lima a, Edvaldo Dória dos Anjos b

(a)Graduanda em Odontologia – Universidade Tiradentes; (b)MSc. Professor Adjunto do Curso de Odontologia – Universidade Tiradentes.

Resumo

As cirurgias para remoção de terceiros molares inclusos são procedimentos regulares na odontologia, e por serem procedimentos operatórios, estão sujeitos a complicações. Dentre os acidentes e complicações mais comuns, destacam-se: dor e edema pós-operatórios, alveolites, hemorragias, injúrias ao nervo alveolar inferior e infecções. Apesar do aumento de casos relatados na literatura, quando comparados as complicações descritas anteriormente, o deslocamento acidental de terceiros molares para regiões anatômicas nobres ainda não é considerado uma situação rotineira. Entretanto, são complicações de grande relevância, pois suas conseqüências podem resultar em grandes injúrias teciduais, seqüelas e infecções. As causas mais comuns para tais acontecimentos estão relacionadas com o uso incorreto dos fórceps e dos extratores, pouca experiência do profissional e considerações anatômicas negligenciadas. Sabe-se que um planejamento detalhado, associado ao correto manejo dos instrumentais cirúrgicos e a cuidados durante o transoperatório, são imprescindíveis para se minimizar complicações nas exodontias dos dentes inclusos. Diante disso, o objetivo deste trabalho é relatar dois casos clínicos em que um terceiro molar na maxila e outro na mandíbula são deslocados, respectivamente, para o seio maxilar e para o espaço pterigomandibular, abordando os principais aspectos clínicos, radiográficos e etiológicos acerca do deslocamento acidental de terceiros molares inclusos para espaços faciais.

Palavras-chave: terceiros molares; cirurgia oral; complicações; deslocamento acidental

Abstract

Surgery for removal of third molar are regular procedures in dentistry, and being operative procedures, are subject to complications. The most common accidents and complications include: pain and postoperative edema, alveolitis, bleeding, injury to the inferior alveolar nerve and infections. Despite the increase in cases reported in the literature compared the complications described above, accidental displacement of third molars to significant anatomical regions is still not considered a routine situation. However, these complications are of great importance because its consequences can result in large tissue injury, infection and sequelae . The most common causes for these events are related to the incorrect use of forceps and extractors, lack of professional experience and neglected anatomic considerations. It is known that a detailed planning associated with the proper handling and care of surgical instruments during intraoperative, are essential to minimize complications in extractions of impacted teeth. Therefore, the aim of this study is to report two cases in which a third molar in the jaw and another jaw are displaced, respectively, for the maxillary sinus and the pterigomandibular space, addressing the main clinical, radiographic and etiological aspects about the displacement accidental third molar surgery for facial areas.

Keywords: third molars ; oral surgery ; complications; accidental displacement

1. Introdução

A cirurgia para remoção dos terceiros molares inclusos é um dos procedimentos mais comuns na cirurgia bucomaxilofacial (ANDRADE, et. al., 2012, BLOUNDEAU; DANIEL, 2007,

KASAPOGLU, et. al., 2013, CONTAR et. al., 2010). A maioria dos casos de inclusão dentária são facilmente resolvidos, porém, algumas complicações podem ocorrer durante e depois do procedimento cirúrgico (KASAPOGLU, et. al., 2013).

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De acordo com Bui, Seldin e Dodson (2003), as complicações trans e pós-operatórias ocorrem em 2,6% a 30,9% dos casos remoção dos terceiros molares, das quais 4,6% ocorrem na mandíbula e 1,2% na maxila (CHIAPASCO; CICCO; MORONE, 1993). Os tipos e a freqüência de acontecimento dessas complicações variam bastante na literatura. A razão para isso parece ser devido aos diferentes métodos de diagnostico e de análise das informações obtidas (SURSALA; BLAESER; MALGANICK, 2003).

No geral, as complicações que aparecem como mais comuns são: alveolite, dor, edema, trismo, hemorragia, e infecções (KASAPOGLU, et. al., 2013, SURSALA; BLAESER; MALGANICK, 2003, ANDRADE, et. al., 2012). Já o deslocamento acidental de dentes para espaços faciais, juntamente com fraturas de mandíbula, danos a dentes adjacentes e injúrias ao nervo alveolar inferior são considerados complicações mais raras (BOULOUX; STEED; PERCIACCANTE, 2007).

Apesar de ser considerado relativamente incomum, o deslocamento dos terceiros molares inclusos é uma complicação de grande relevância, pois suas conseqüências podem causar grandes injúrias teciduais, infecções e seqüelas, além de implicações medicolegais (HUANG et. al., 2007). Os espaços submandibular, infratemporal, sublingual, pterigomandibular, faríngeo lateral e o seio maxilar são os mais comumente acometidos, e os terceiros molares mandibulares são mais deslocados aos espaços nobres do que qualquer outro dente (KASAPOGLU, et. al., 2013, BOULOUX; STEED; PERCIACCANTE, 2007, TUMURULI; PUNNIA-MOORTHY, 2002).

As razões para tal acontecimento estão relacionadas à técnicas cirúrgicas incorretas, como a aplicação de forças excessivas, e falta de conhecimento anatômico por parte do cirurgião. Outras razões, de origem anatômica, também podem estar associadas, como tábua óssea lingual fina, angulação dentária e proximidade com o seio maxilar (KASAPOGLU, et. al., 2013).

Quando ocorre o deslocamento, diversos exames imaginológicos podem ser utilizados para localização da unidade nos espaços faciais. A tomografia computadorizada de feixe cônico é especialmente útil para esses casos, por oferecer boas imagens da região, uma adequada avaliação da unidade deslocada, correlação com estruturas anatômicas e baixa dose de radiação (AZNAR-ARASA; FIGUEIREDO; ESCODA, 2012).

Sabe-se que a melhor forma de prevenção dessa complicação é realizar um planejamento cirúrgico detalhado, avaliando as condições anatômicas e os exames imaginológicos mais indicados para cada caso. Quando ocorre o deslocamento, o cirurgião dentista deve avaliar se tem aptidão para realizar a remoção ou se é necessário o encaminhamento ao cirurgião bucomaxilofacial. Insistir em remover a unidade dentária sem ter competência aumenta consideravelmente a ocorrência de insucessos (ANDRADE, et. al., 2012, HUANG et. al., 2007).

O objetivo deste trabalho é relatar dois casos clínicos nos quais terceiros molares inclusos são deslocados, respectivamente, para o seio maxilar e para o espaço pteriogomandibular. Assim como, discutir os principais aspectos acerca da etiologia, diagnóstico e tratamento do tema em questão, mostrando aos cirurgiões dentistas a importância da prevenção e de saber conduzir adequadamente essas complicações.

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2. Relatos de caso

Caso 1

Paciente G.L.V., sexo feminino, de 21 anos, compareceu ao consultório odontológico com queixas álgicas durante a mastigação e deglutição na região posterior de mandíbula lado direito. Relatava, ainda, deslocamento de unidade dentária durante extração realizada a mais ou menos três meses. Foi observado no exame radiográfico panorâmico realizado antes da unidade ser deslocada, a presença dos quatro terceiros molares inclusos (figura 1). Durante o exame clínico intra e extra oral, não havia alterações de aumento de volume na mucosa oral, nem tampouco assimetria facial. Foi solicitado uma nova radiografia panorâmica, a qual nos permitiu observar a unidade dentária 48 deslocada do seu alvéolo, posicionada com o coroa invertida próxima a região de ângulo mandibular (figura 2). Para uma melhor precisão na localização da unidade, solicitamos uma tomografia computadorizada de feixe cônico (cone beam). A tomografia revelou uma fratura da tábua óssea lingual, e a localização exata da unidade no espaço pterigomandibular, abaixo da linha milioideia (figuras 3, 4 e 5). Após exames laboratoriais pré-operatórios, foi programado o procedimento cirúrgico para remoção da unidade dentária (48) deslocada e dos demais dentes inclusos (18, 28 e 38) sob anestesia geral. Antes do procedimento cirúrgico, foi realizado profilaxia antibiótica e analgesia preemptiva.

Após a incisão sulcular, iniciada na região retromolar e estendida pela lingual, o retalho mucoperiosteal lingual foi rebatido e divulsionado até a região pterigomandibular. A unidade foi localizada e removida com uma pinça hemostática curva, como pode-se

notar na figura 6. Após copsiosa irrigação com soro fisiológico e realização dos cuidados com o alvéolo, o retalho foi rebatido e suturas simples foram realizadas. A paciente recebeu alta hospitalar após 24hrs. No pós-opertório foram prescritos antibiótico, anti-inflamatório e analgésico, e a mesma foi orientada a retornar ao consultório para controle clínico e cuidados apos a intervenção. Como podemos notar na radiografia panorâmica solicitada após o procedimento (figura 7), a unidade deslocada foi removida com sucesso.

Figura 1. Radiografia panorâmica prévia ao deslocamento mostrando as quatro unidades inclusas.

Figura 2. Radiografia panorâmica. Pode-se detectar a presença da unidade 48 localizada próxima a região de ângulo mandibular, com sua coroa invertida.

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Figura 3. Tomografia computadorizada cone beam (vista coronal), mostrando fratura da tábua óssea lingual no alvéolo da unidade 48.

Figura 4. Tomografia computadorizada cone beam (cortes axiais). Podemos notar que a unidade 48 foi deslocada para o lado lingual do seu local de origem.

Figura 5. Reconstrução tridimensional (vista inferior), mostrando o dente 48 localizado no espaço pterigomandibular, com sua coroa voltada para mandíbula (invertida).

Figura 6. Visão intra-oral transoperatória.

Figura 7. Radiografia panorâmica pós-operatória.

Caso 2

Paciente D.N.C., sexo feminino, de 30 anos, compareceu ao ambulatório da Universidade Tirandentes se queixando de dor na região de tuberosidade do lado esquerdo. Durante a anamnese, a mesma relatou que durante o procedimento para remoção da unidade 28, o dente foi deslocado do seu alvéolo e o profissional não conseguiu removê-lo. No exame físico intra e extra oral, não foram detectados sinais de anormalidade, apenas podemos notar a presença de cicatriz na região operada. Solicitamos uma radiografia panorâmica, que revelou a presença da unidade dentária 28 na região intra-sinusal (figura 8). Para uma maior precisão na localização da unidade deslocada, pedimos a paciente uma tomografia computadorizada cone beam. Pela tomografia e reconstrução tridimensional, podemos confirmar a presença e localização exata da unidade

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28 no interior do seio maxilar esquerdo (figuras 9 e 11). Nota-se, também, o rompimento da cortical óssea e um espessamento na mucosa do seio (figura 10).

Após realização de exames exames pré-operatórios, a cirurgia foi programada a nível hospitalar sob anestesia geral. Foi realizado o uso de antibiótico profilático e analgesia preemptiva. Após intubação naso-traqueal e tamponamento da orofaringe, obtivemos acesso ao seio maxilar pela técnica de Caldwell-Luc (figura 12A). Primeiramente, uma incisão de aproximadamente 3 cm, do pilar canino até a região do pilar zigomático foi confeccionada. Após a incisão, procedeu-se ao descolamento mucoperiosteal, seguido pela ostectomia com uma broca tronco cônica 702 na parede anterior do seio maxilar, realizando uma janela óssea para visualização e acesso a unidade dentária. O terceiro molar deslocado foi localizado e removido com auxílio de uma pinça hemostática curva (figura 12B). Depois da irrigação com solução salina e curetagem da mucosa sinusal alterada, o retalho foi reposicionado e suturas simples foram realizadas.

A paciente recebeu alta hospitalar após 24 horas, foram prescritos antibiótico, anti-inflamatório e analgésico, e a mesma foi orientada a retornar ao consultório para acompanhamento clínico e radiográfico. O pós-operatório procedeu sem intercorrências. Nas tomadas radiográficas solicitadas seis meses após a recuperação da unidade deslocada, podemos notar a ausência de velamento do seio maxilar (figuras 13 e 14).

Figura 8. Radiografia panorâmica. Presença da unidade 28 intra-sinusal.

Figura 9. Tomografia computadorizada cone beam (corte axial), mostrando a unidade 28 no interior do seio maxilar.

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Figura 10. Tomografia computadorizada cone beam (cortes sagitais) mostrando o rompimento da cortical óssea, espessamento da mucosa do seio maxilar e a presença unidade 28 no interior da mesma estrutura.

Figura 11. Reconstrução em 3D.

Figura 12. Acesso de Caldwell-Luc (A) e remoção da unidade 28 com auxílio de uma pinça hemostática curva (B).

Figura 13. Radigrafia panorâmica pós-operatória.

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Figura 14. Radiografia lateral de crânio. Ausência de velamento no seio maxilar.

3. Discurssão

O deslocamento de uma unidade dentária para espaços faciais é uma complicação rara que ocorre em cerca de 1% dos casos de complicações pós-operatórias (AZNAR-ARASA; FIGUEIREDO; ESCODA, 2012). Um fragmento da raiz, coroa, ou mesmo um dente inteiro podem ser deslocados. Howe (1958), relatou o primeiro caso de remoção de um terceiro molar inferior localizado no assoalho de boca. Desde então, diversos outros casos dessa complicação cirúrgica foram relatados na literatura (HUANG; WU; WORTHINGTON, 2007, HUANG et. al., 2007).

Os terceiros molares inferiores são mais comumente deslocados para espaços anatômicos do que qualquer outro dente impactado (KASAPOGLU, et. al., 2013). Eles podem ser deslocados para os espaços pterigomandibular, sublingual, submandibular e faríngeo lateral. As razões pra que isso ocorra podem ser de origem anatômica, como angulação dentária, tabua óssea lingual fina e fenestrações ósseas do osso alveolar; Ou iatrogênicas, como exame clínico e radiográficos inadequados, pouca experiência do cirurgião, perda demasiada de osso durante a ostectomia ou uso de forças excessivas ou

incontroladas (KASAPOGLU, et. al., 2013, TUMURULI; PUNNIA-MOORTHY, 2002, SVERZUT et. al., 2005).

Para alguns autores (AZNAR-ARASA; FIGUEIREDO; GAY-ESCODA, 2012, MARIANO; MELO; MARIANO, 2006), a idade do paciente esta associada com a severidade dessas complicações, pelo fato da densidade óssea aumentar com o tempo. Outros (DURMUS, et. al., 2004), afirmam que a idade não influencia, o que esta diretamente ligado ao deslocamento é a profundidade da impactação.

Quando existe um risco de que o dente ou fragmento possa ser deslocado, aplicar pressão com o dedo no lado lingual pode prevenir o deslocamento dele para áreas anatômicas adjacentes. (TUMURULI; PUNNIA-MOORTHY, 2002). Outra forma de prevenção é evitar aplicar pressão apical excessiva (HUPP, 2009).

Os terceiros molares mandibulares localizados distalmente tem uma maior probabilidade de serem deslocados, quando comparados a outras angulações. A presença de raízes curvadas também aumentam as chances de deslocamento (KASAPOGLU, et. al., 2013, HUANG et. al., 2007).

Como a cortical óssea lingual é facilmente perfurada, os terceiros molares mandibulares lingualizados podem ser deslocados para os espaços submandibular e sublingual (KASAPOGLU et. al., 2013). Quando isso ocorre, o profissional pode colocar o polegar por baixo da borda inferior da mandíbula, na tentativa de direcionar o dente de volta ao longo da superfície do osso lingual (BOULOUX; STEED; PERCIACCANTE, 2007, HUPP, 2009).

Já os terceiros molares maxilares podem ser deslocados para a fossa infratemporal ou seio maxilar (BOULOUX; STEED; PERCIACCANTE, 2007, BELLOTI;

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COSTA; CAMARINI, 2008). Forças apicais excessivas durante o uso de extratores e técnicas cirúrgicas incorretas são as causas mais comuns dessas complicações. (SVERZUT et. al., 2005, BELLOTI; COSTA; CAMARINI, 2008, KASAPOGLU et. al., 2013). De acordo com Hupp (2009), quando ocorre o deslocamento de terceiros molares superiores impactados, o mais comum é que a unidade seja deslocada para o espaço infratemporal, pois esses dentes podem possuir apenas uma fina camada óssea separando-os desse espaço anatômico. Uma forma de prevenir o deslocamento é realizar a luxação distal com extratores protegendo a porção posterior da tuberosidade com o dedo ou com algum instrumental (BOULOUX; STEED; PERCIACCANTE, 2007).

Tratando-se de seio maxilar, a raiz palatina do primeiro molar superior aparece como a mais deslocada, apesar de não ser a mais próxima ao seio (HUPP, 2009, BELLOTI; COSTA; CAMARINI, 2008, MARIANO; MELO; MARIANO, 2006). Quando estamos falando de deslocamento de um dente inteiro, o terceiro molar superior aparece como o mais freqüentemente acometido devido a sua proximidade com essa estrutura anatômica (BELLOTI; COSTA; CAMARINI, 2008, MARIANO; MELO; MARIANO, 2006).

O deslocamento acidental de uma unidade infectada para o seio, pode predispor o surgimento de sinusites maxilares agudas, que se caracterizam por dores fortes, constantes e localizadas, sensibilidade dolorosa nos dentes junto ao seio infectado, aparecimento de secreção nasal e, ocasionalmente, dificuldade de respiração (MARIANO; MELO; MARIANO, 2006, BELLOTI; COSTA; CAMARINI, 2008). A infecção sinusal é mais frequentemente

manifestada nos deslocamentos de raízes dentárias previamente contaminadas, associadas a doenças periodontais ou lesões periapicais (MARIANO; MELO; MARIANO, 2006).

Quando ocorre o deslocamento, o profissional deve avaliar se realiza a remoção no mesmo tempo cirúrgico ou posterga a intervenção. O momento ideal para intervenção gera diversas discussões entre os autores (BOULOUX; STEED; PERCIACCANTE, 2007).

Para Sverzut e colaboradores (2005), a remoção deve ser realizada no momento do deslocamento, no entanto, eles afirmam que postergar não precipita sinusites maxilares e a unidade pode permanecer no seio de forma assintomática por meses. Da mesma forma, Belloti, Costa e Camarini (2008), afirmam que a remoção deve ser realizada o quanto antes para que se evite uma sinusite, porém nem sempre a unidade deslocada determina uma infecção no seio, principalmente se considera uma unidade hígida. Hupp (2009), no entanto, acredita ser melhor esperar de 4 a 6 semanas para que ocorra fibrose por reação de corpo estranho, e conseqüente estabilização da unidade dentária em um local firme. Outros autores (MARIANO; MELO; MARIANO, 2006), por sua vez, afirmam ser melhor realizar a remoção imediata, pois com isso pode-se preservar a integridade da mucosa sinusal, enquanto que o tratamento tardio normalmente requer ablação da mucosa, associada à drenagem naso-maxilar por estarem geralmente associados a sinusite crônica.

Quando ocorre o deslocamento das unidades ou fragmentos dentários para o seio maxilar, algumas manobras podem ser realizadas para tentar resgatar o corpo estranho. O primeiro passo seria realizar uma sucção com

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cânulas aspiradoras no alvéolo. Caso essa técnica não obtenha sucesso, pode-se realizar irrigação com soro fisiológico e repetir a sucção. Se o dente não for removido com essas duas técnicas, o cirurgião deve prescrever antibióticos e descongestionante nasal ao paciente, e realizar uma segunda intervenção cirúrgica para remoção da unidade (BOULOUX; STEED; PERCIACCANTE, 2007, HUPP, 2009).

Assim como no deslocamento de dentes maxilares, existe bastante controvérsia acerca do melhor momento para realizar a remoção da unidades mandibulares deslocadas. Alguns cirurgiões acreditam que a melhor conduta é remover o dente o mais cedo possível. Outros acreditam que postergar ate que se ocorra a fibrose e estabilização do dente pode ser favorável. No entanto, a decisão de postergar a cirurgia pode resultar em mais dor para o paciente, trismo, infecções e ate mesmo migração dentária (HUANG et. al., 2007).

Na verdade, cabe ao cirurgião decidir o melhor momento para remover a unidade levando em consideração cada caso em particular. Existem alguns fatores que devem ser levados em consideração para o cirurgião decidir qual o melhor momento para intervir. São eles: tamanho da unidade deslocada, localização do dente após movimentação e/ou circunstâncias nas quais o incidente ocorreu, presença de dor ou inchaço no local, tempo cirúrgico e condições psicológicas do paciente perante a complicação (GRANDINI, et. al., 1992, SUER; KOCYIGIT; ORTAKOGLU, 2014).

O diagnóstico nos casos de deslocamento dentário geralmente é facilmente realizado, pois o paciente relata o incidente. Além das formas convencionais de diagnóstico, como a ausência dentária, outras formas de

diagnosticar é por meios de sinais e sintomas sugestivos, como fístulas oroantrais nos casos de deslocamento para o seio maxilar (DURMUS et. al., 2004) e trismo nos dentes mandibulares deslocados (KASAPOGLU et. al., 2013).

Os exames complementares são indispensáveis para detectar com precisão a unidade deslocada. Várias tomadas radiográficas podem servir como método auxiliar de diagnóstico. (TUMURULI; PUNNIA-MOORTHY, 2002). Uma radiografia panorâmica pode prover boas informações acerca do deslocamento. Outra radiografia que pode auxiliar a panorâmica é a oclusal. Huang, Wu e Worthington (2007), sugerem o uso de radiografias panorâmicas e oclusais para os casos onde a unidade será removida imediatamente. Radiografias extra-orais também podem úteis principalmente nos casos de deslocamento de dentes maxilares. A radiografia lateral de crânio, e a projeção postero-anterior pela técnica de Waters, são exemplos de radiografias extra-orais que permitem a visualização do seio maxilar (MARIANO; MELO; MARIANO, 2006).

No entanto, radiografias convencionais não são capazes de informar a localização exata da unidade, bem como sua relação com os tecidos e estruturas adjacentes. Por esse motivo, muitas vezes, a tomografia computadorizada se faz necessária (TUMURULI; PUNNIA-MOORTHY, 2002).

O dente ou fragmento deslocado pode ser removido pela abordagem intra ou extra oral, sob anestesia local ou sob anestesia geral. Aqueles fragmentos menores e mais superficiais podem ser removidos intra oralmente, já os fragmentos maiores e/ou mais profundos, ou aqueles casos onde o paciente apresenta trismo, limitando a

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abertura de boca e manuseio intra-oral, geralmente necessitam de abordagem extra oral (PASCUAL et. al., 2010). Tumurili e Punnia-Moorthy (2002), afirmam que independente do tipo de abordagem, um cuidado especial deve ser tomado com relação ao nervo alveolar inferior. Este deve ser identificado e protegido de injúrias durante a intervenção cirúrgica.

Em ambos os casos clínicos, a abordagem cirúrgica foi realizada por via intra-oral, porém sob anestesia geral por proporcionar uma maior tranqüilidade de remover os elementos dentários, já que ambos estavam localizados em espaços profundos.

No primeiro caso, um terceiro molar inferior foi deslocado para o espaço pterigomandibular. Esse espaço esta localizado entre os músculos pterigóideo lateral e medial, e a superfície medial do ramo da mandíbula. É um espaço bastante conhecido pelos cirurgiões dentistas pelo fato de ser o local onde o anestésico é depositado no bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual (TUMURULI; PUNNIA-MOORTHY, 2002).

Tumuruli e Punnia-Moorthy (2002), afirmam que os terceiros molares deslocados para o espaço pterigomandibular no seu aspecto antero-inferior, como no nosso caso clínico, são remolvidos sem muita dificuldade por via intra-oral utilizando um retalho lingual mucoperiosteal. Somente naqueles casos onde os dentes estão profundamente deslocados no músculo pterigóideo medial ou inferiormente no espaço submandibular, o acesso extra-oral é preferível.

Já no segundo caso, a unidade 28 foi deslocada para o seio maxilar. Quando isso ocorre, o acesso cirúrgico mais utilizado é o de Caldwell-Luc (GASSEN et. al., 2007). Mas, nessa técnica se faz necessário remover uma

grande porção da parede anterior do seio maxilar e de seu revestimento epitelial. Devido a isso, outros procedimentos envolvendo manobras de endoscopia menos invasivas tem sido descritos na literatura (HUPP, 2009). Porém, Gassen, et. al. (2007), afirmam que o acesso de Caldwell-luc ainda é o mais empregado por permitir uma boa visualização do campo operatório e esta isento de complicações graves.

No caso apresentado, optamos pela remoção mais usual através do acesso de Caldewell – Luc. Como a paciente não apresentava alterações infecciosas no seio maxilar, a sinusectomia não foi realizada.

O procedimento de remoção de dentes inclusos deslocados para áreas anatômicas nobres, algumas vezes pode resultar em novas complicações como injúrias a nervos e deslocamento ainda mais profundo da unidade dentária. Essas possíveis complicações devem ser levadas em consideração no momento de decidir qual a melhor abordagem cirúrgica para remover essas unidades (TUMURILI, PANNIA-MOORHTY, 2002).

Por fim, é importante salientar que até mesmo os profissionais mais experientes podem se deparar com complicações durante as cirurgias dos dentes incluso. Portanto, o profissional deve se resguardar de problemas médico-legais informando o paciente sobre possíveis complicações antes da realização da cirurgia para remoção da unidade, inclusive pedindo-o para assinar termos de consentimento informado e anexando os exames complementares à documentação do mesmo (SVERZUT et. al., 2005).

4. Conclusão

A melhor forma de prevenir o deslocamento dos terceiros molares

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inclusos para espaços faciais é realizar uma cuidadosa avaliação pré-operatória das condições anatômicas clínicas e dos exames complementares.

Quando o profissional detecta durante esses exames, condições anatômicas desfavoráveis que possam resultar em alguma complicação, uma tomografia computadorizada se faz necessária para que se possa realizar um planejamento cirúrgico mais detalhado, proporcionando uma maior segurança ao cirurgião.

O profissional deve analisar se tem aptidão suficiente para realizar a exodontia. A tentativa de remoção, principalmente quando realizada inúmeras vezes, pode promover grandes injúrias teciduais e aumentar o risco de infecções, além de afetar o psicológico do paciente e resultar em implicações medico-legais, complicando a resolução do caso clínico. No geral, os profissionais mais aptos a realizar esses procedimentos são os cirurgiões bucomaxilofaciais.

Quando ocorre o deslocamento, parece mais sensato realizar a remoção da unidade no mesmo tempo cirúrgico ou o mais breve possível para que se possa minimizar o aparecimento de novas complicações. 5. Referências 1. ANDRADE, V.C., RODRIGUES, R.M., BACCHI, A., COSER, R.C., BOURGUIGNON FILHO, A.M.. Complicações e Acidentes em Cirurgias de Terceiros Molares – Revisão de Literatura. Saber Científico

odontológico, vol. 2, n. 1, p.

27-44, jan/jun., 2012.

2. AZNAR-ARASA, L., FIGUEIREDO, R., GAY-ESCODA, C.. Iatrogenic Displacement of Lower Thrid

Molar Roots Into the Sublingual Space: Report of 6 cases. J.

Oral Maxillofacial Surg., vol.

70, n. 2, p. e107-115, Feb., 2012.

3. BLOUNDEAU, F., DANIEL, N.G.. Extraction of Impacted Mandibular Third Molars: Postoperative Complications and Their Risk Factors. J. Can.

Dent. Assoc., vol. 73, n.4, p.

325a-e, may, 2007.

4. BELLOTI, A., COSTA, F.S., CAMARINI, E.T.. Deslocamento de Terceiro Molar Superior para o Seio Maxilar: Relato de Caso. Rev.

Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-fac., vol. 8, n. 4, p. 35-40,

out./dez., 2008.

5. BOULOUX, G.F., STEED, M.B., PERCIACCANTE, V. J.. Complications of Third Molar Surgery. Oral Maxillofacial

Surgery Clinics of North America, vol. 19, n.1, p.

117-128, feb., vii, 2007.

6. BUI, C.H., SELDIN, E.B., DODSON, T.B.. Types, Frequencies, and Risk Factor for Complications After Third Molar Extraction. J. Oral

Maxillofacial Surg., vol. 61, n.

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ANEXO 1

Referências

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