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Avaliaqao preliminar dos recursos de camarao de profundidade. em Moqambique ELSE TORSTENSEN

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Avaliaqao preliminar dos recursos de camarao de profundidade em Moqambique

ELSE TORSTENSEN

1. INTRODUCAO

Embora se saiba bastante sobre a biologia do camarao de aguas pouco profundas,

0 conhecimento sobre 0 camarao tropical de profundidade e extremamente limitado.

Isto se deve ao facto que estes mananciais representam pescarias relativamente novas e a que 0 estudo das especies de profundidade e mais dif{cil e dispendioso.

Alguma informagao biologica sobre as principais especies de camarao de profundi-dade em Mogambique tern sido recolhida durante cruzeiros de investigagao (Brinca et al., Pacule, 1987) e atraves de amostragens efectuadas a bordo de barcos co-merciais (frota da RDA) entre 1983 e 1986.

(2)

2. ESP~CIES

0 manancial de camarao de profundidade em Mogambique esta composto por varias especies diferentes (Saetre e Paula e Silva, 1979) das quais apenas umas pou-cas tern interesse comercial. As capturas estao baseadas em duas especies, Haliporoides triarthrus e Aristaeomorpha foliacea, com~· triarthrus represen-tando 70-90% das capturas em peso. Outras especies com urn certo interesse comercial sao Plesiopenaeus edwardsianus, Penaeopsis balssi e Aristeus ante-natus.

2.1. Distribuigao

0 camarao de profundidade encontra-se distribuido ao longo da costa, desde a fronteira sul ate 18° S. (Fig. 1). A presenga de fossas e extensas forma-goes de coral ao norte dos 18° S., dificulta ou torna impossivel o arrasto nestas areas, embora se pense que estas especies se encontram distribuidas para o norte.

H. triarthrus e A. foliacea mostram padroes de distribuigao diferentes. H. triarthrus distribue-se entre os 300 e os 700 m de profundidade, com a maior concentragao entre 400-600 m A. foliacea encontra-se em profundi-'dades maiores que H. triarthrus (Brinca et al., 1983)

(3)

ANC:OCHE

8a?co

cl&

Sofi!o

Bozordo

Bazowlo-A

1NHAti13ANE

Bo20rulo-B

Boo-Paz

26' INHACA

Fig. 1 - Area de Mogambique, com as subareas Banco de Sofala, Bazaruto A, Bazaruto B, Boa Paz e Inhaca

(4)

400 40~ I l 200J

j

1 J 1~11 1M1 1J 1 1 S1 1N1

IJ'

~~ t·1 J s Nr-r 1 ~tiS 1986 Nin~ I 200 I 1 i I i BOO ...J i i 600 j 400 -200 ~ I ~ eoc..., I 60C __: I I 400 ' i I ' 20~

J

3'l-41um

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1 I I I I I I I I I I I I ·-·-./' I I I I .

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V

33-37u.,CI

I

' I I I I J I I I I I I I I I I 1 I 1 I l l 1 J 1M1 1M1 1/ 1 51 1N1

!J'

'M1 1111 1/ 1 51 1N1 NBS 1~6

Fig. 2 - Numero de H. triarthrus capturados por hora, por grupos de compri-mento de carapaga (LC), femeas e machos, por mes, 1985-1986

(5)

2.2. Biologia

0 comprimento de carapaga (LC) das fgmeas e dos machos de H. triarthrus nas capturas varia entre 9 e 51 mm e 9 a 41 mm respectivamente. A composigao de sexes por peso e de 1 : 1 numa base anual. Os machos dominam numericamente

OS grupos de comprimento

<

35 mm (Fig. 2) e a relagao numerica geral entre

femeas e machos e de 1 : 1,3.

A relagao entre comprimento total (LT) e comprimento de carapaga (LC) foi feita por regressao linear para cada sexo (Pacule, 1987), dando:

Feme as Machos LT ~ 8.9422 + 3.2404 LC LT ~ 4.6836 + 3.4890 LC r ~ 0.9903 r

=

0.9529 N ::: 225 N

=

253

0 comprimento medic de maturagao sexual nas femeas, definido como o compri-mento em que 50% das femeas se encontram maduras e apresentado na Fig. 3, e corresponde a urn LC

=

38.0 mm. 10 60 so -40 30 20 10 I I n 21 31 I 35 tH 4~ 41 51 ss ... 32.2 3&0 L,

Fig. 3 - Percentagem de femeas maduras, por grupo de comprimento (LC)

2.3. Ciclo de vida

0 camarao de profundidade passa toda a sua vida no alto mar, e sabe-se muito pouco acerca do padrao de desova.

(6)

Encontram-se individuos pequenos (LC

<

29 mm) de ~· triarthrus nas capturas ao longo de todo o ano (Fig. 2), indicando uma desova mais ou memos conti-nua. Femeas maduras sao observadas em Bazaruto A e na Inhaca, com 80-85% das femeas em Bazaruto A (Brinca et al. 1983, Pacule 1987). Inhaca e Baza-ruto B sao consideradas como principais areas de recrutamento.

3.

PESCARIA

§;1. Hist6ria

A pescaria de camarao de profundidade data de muitos anos. Os primeiros bar cos espanh6is iniciaram a pesca deste recurso em 1968 (Freitas e Araujo, 1973), mas nao existe informagao sobre capturas de camarao de profundidade anterior a 1978.

Em 1976, Mogambique estabeleceu a sua Zona Econ6mica Exclusiva e em Abril de 1977 foram incluidas quotas de camarao de profundidade no "Programa de Licen ciamento de Barcos Estrangeiros". Durante os primeiros anos participaram na pescaria barcos da RDA, Espanha e a URSS. A partir de 1984 tern havido bar-cos licenciados da RAS.

3.2. A frota

Os barcos da RDA e da RAS operam sob licenga para pesca de crustaceos de pro-fundidade exclusivamente, no entanto que os barcos espanh6is e sovieticos tern J.icenga tanto para crustaceos de profundidade como para camarao de aguas pou-co profundas, fazendo pesca de profundidade a tempo parcial. Hoje ha 12 bar cos pescando a tempo inteiro e 19 a tempo parcial. A analise da frota em termos de esforgo de pesca, e dado na Tabela 1.

(7)

Tabela GRUPO 05 06 07 08 TOTAL

CompoSi9aO da frota licenciada para pesca de camarao de profundidade, 1987

TONELAGEM BRUTA NQ. DE BAR COS

100 - 149,9 2

150 - 249,9 5

250 - 499,9 16

500 - 999,9 8

31

Os barcos espanhois tern operado com duas redes simultaneamente, entre 1978--1986.

Os barcos da RDA foram reabilitados e reequipados para operar com duas redes, no periodo 1982-1984. Por nao existir informa9ao exacta sabre a evolu9aodes-ta reorganiza9ao, partimos da base que todos os barcos da froevolu9aodes-ta da RDA oper~ ram com duas redes a partir de 1984.

A excepgao dum barco os arrastoes sulafricanos, estao todos equipados para operar com uma s6 rede.

3.3. Area

' 0 ' 60

A area de pesca estende-se entre 21 S ate 2 30'S, sendo Inhaca e Boa Paz as areas de maior importancia. Isto e ilustrado atraves do numero de operagoes efectuadas na area de pesca entre 1981 e 1986 pelos barcos da RDA (Anexo I). Os barcos espanh6is operam tambem maisao norte, mas nao foi possivel obter informagao mais detalhada sobre esta pescaria para o presente relat6rio. Os arrastos sao feitos principalmente entre 400-600 m de profundidade.

3.4. Captura total

As capturas totais registadas ou estimadas, para 1980-1986, estao dadas na Tabela 2 e Figura 4a. As capturas estao divididas entre RDA e "Outros", pe-lo facto da informagao sobre as capturas da freta da RDA ser a mais

(8)

detalha-20 !II c 0 .j..) 0 0 24 0 r-l m 20 .j..) 0 .j..) m L ::::1 .j..)

0.

m 0

eo

1905 B ~ 70 (::\ p::; 60

:::: so

bO ~ '1980 1905 .£! 46

c

0 0 0 42 m 0 rJJ Q)

0.38

Q) u 0 0 ~(34 4-. rJJ [L1 30 1980 1985

Fig. 4 Analise das capturas totais de camarao de profundidade

4a Capturas totais de camarao de profundidade no periodo 1980-1986 4b Captura media anual par hora, na frota da RDA

(9)

da e exacta.

Tabela 2 - Capturas totais (tons) de camarao de profundidade, 1980-1986

ANO RDA OUTROS (•) TOTAL

1980 297 1.261 1. 558 1981 425 800 1. 225 1982 475 970 1. 445 1983 552 1. 283 1. 835 1984 557 1. 480 2.037 1985 907 1. 866 2.773 1986 903 1.640 2.543

*

Estimativas dos bar cos da Espanha, RAS e URSS.

Os dados de captura foram obtidos em parte atraves dos diaries de bordo e em parte atraves das estatiticas de capturas entregues pelo Porto de Pesca de Maputo/SEP, que dao a captura total mensal por empresa. Os diaries de bordo da frota da RDA contem informagao sobre a captura por especies, por area, por profundidade e por hora de arrasto. Ainda, nas capturas especifl cam-seas quantidades de camarao "com cabega" e "sem cabega", o que permite fazer a conversao dos valores para capturas totais. No Anexo I I apresentam--se os dados de captura e esforgo dos barcos da RDA para 1980-1986.

~ precise assinalar, porem, que as capturas da frota espanhola durante os ultimos anos tem-se mantido a um nivel igual ou mais elevado que as da fro ta da RDA. No entanto, apesar da frota da RDA representar apenas 30-35% das capturas totais, considera-se representativa para a pescaria em conjug to.

Os primeiros anos de operagao foram de aprendizagem para os mestres, que ga~ taram uma boa parte do tempo na procura de areas de pesca e na descobertados padroes de distribuigao do camarao.

~.5. Esforgo e captura par hora

(10)

1980-1986. Comparando os dois periodos 1980-83 e 1984-86, o aumento nos ren dimentos no segundo periodo esta provavelmente relacionado com a reorganiza-gao da frota.

A figura 4 mostra urn decrescimo entre 1985 e 1986, mas a tendencia geral indica uma pescaria em desenvolvimento.

As capturas por hora de todas as especies e das especies principais estao in dicadas na Fig. 5, mostrando uma relagao clara entre a captura total e capt~ ra de H. triarthrus. Existem variag5es estacionais tipicas nas capturas por hora, com dois a tres picos por ano. Os valores maximos sao obtidos no se-gundo semestre. Em 1986, porem, nao se manifestaram variag5es sazonais. As capturas por hora de H. triarthrus tern uma tendencia crescente, enquanto que as capturas de!· foleacea parecem manter-se ao mesmo nivel, com urn pico en-tre Junho-Agosto de cada ano.

kglh 100 eo 60 ~0 20 TOTAL H. triarthrus A. folea ce a

Fig. 5 - Rendimentos horarios na captura total e de ~· triarthrus e A. foleacea

A captura media anual por hora, na frota da RDA, foi utilizada como unidade padrao para a determinagao do esforgo de pesca. A estimativa do esforgo de pesca total padronizado, foi obtido dividindo a captura total anual por este valor (Fig. 4c).

(11)

A distribuigao mensal do esforgo de pesca, na freta da RDA, mostra uma dis-tribuigao uniforme ao longo do periodo 1985-1986 (Tabela 3).

Tabela 3 Distribuigao do esforgo (h) ao longo do ana na freta da RDA. Os valores estao dados em

%

Mt:S 1981 1982 1983 1984 1985 1986 Janeiro 2,9 4,8 11 '4 8,6 6,9 9,3 Fevereiro 8,0 6' 1 6,9 11 '3 5,4 6,5 Margo 12,2 6,4 8,0 11 '6 8,6 8,8 Abril 10,9 6,6 6' 1 10,2 9,2 8,2 Maio 7,6 7,2 8,2 7,9 6,9 8,8 Junho 6,6 7,2 7,2 6,5 7,9 8,3 Julho 10,4 6,7 7,3 6,0 7,6 9,5 Agosto 7,6 7,2 9,2 7,2 7,6 6,6 Setembro 8,6 11 '9 8,9 8,2 7,6 7' 1 Outubro 9,5 12,9 11 '5 8' 1 8,3 10,2 Novembro 8' 1 12,9 7,9 7' 1 11 '7 8,7 Dezembro 7,7 10,0 7,4 7,4 10,3 7,5 Esforgo total (h) 12.258 11 . 429 11 . 025 9.940 12.039 14. 186

4.

AVALIACAO 4.1. Estimativa da biomassa

A biomassa foi calculada pelo metoda da area varrida (Ulltang, 1980) a par-tir de dados comerciais de c.p.u.e. da freta da RDA para 1984, 1985 e 1986, assumindo que todos as barcos operaram com duas redes a partir de 1984, e que as anos, portanto, sao comparaveis.

A area varrida e calculada par hora de arrasto. A rede de arrasto tem uma abertura de 18m e a area varrida

e

de 0,213 km2 • Considera-se que todos as camaroes existentes no caminho da rede sao capturados, e que o camarao se encontra uniformemente distribuido na area. Isto certamente dara uma

(12)

subestimagao da biomassa. Porem, como OS pescadores sempre procuram as

ma-ximas concentragoes, os dados de c.p.u.e. poderao dar uma sobre-estimagao. Como nao e possivel quantificar estes factores, a biomassa deve ser conside rada como uma medida relativa.

Tabela 4 Estimagao da biomassa de camarao de profundidade por area~e por profundidade, 1984-1986 (em tons.)

AREA PROFUND. AREA (Km2 ) 1984 1985 1986

Bazaruto A 400-499 1 .036 251 287 233 500-599 1 .032 204 215 309 455 502 542 Bazaruto B 400-499 1. 369 352 305 183 500-599 830 162 227 187 600-699 1. 053 281 323 240 795 855 610 Boa Paz 400-499 3.543 1.037 1.400 1 . 415 500-599 1 . 160 293 399 328 600-699 446 82 124 114 1.412 1. 923 1. 857 Inhaca 300-399 388

-

106 134 400-499 731 234 282 218 500-599 1. 883 448 750 394 682 1 . 138 746 T 0 T A L 13.471 3.344 4.418 3.755

A biomassa media anual foi calculada por estrato de profundidade e por ar~ e esta representada na Tabela 4. Os valores foram corrigidos para incluir

0 tamanho do stock que se encontra fora da area de pesca. Ja que nao houve

cruzeiros em 1984-1986, estimou-se urn factor de correcgao (0,9) a partir da distribuigao do stock observada durante os cruzeiros de Fevereiro-Margo de 1987 (Pacule 1987, Torstensen 1987).

(13)

Os valores corrigidos da biomassa para 1984-1985 estao apresentados na Tabe-la a seguir.

ANO BIOMASS A BIOMASSA CORRIGIDA

tons tons

1984 3.344 3.716

1985 4.418 4.909

1986 3.755 4. 175

A biomassa estimada a partir dos dois cruzeiros de Fevereiro-Margo 1987 es-tao apresentados no quadro seguinte:

BARCO "Karl Wolff" "Sev. Rybak" BIOMASS A tons 3.249 1.750 BIOMASSA CORRIGIDA tons 3.315 2.611

A biomassa foi corrigida considerando as diferengas nas areas cobertas. A area varrida do "Sev. Rybak" foi de 0,143 km2 ou 67% da area varrida do "Karl Wolff". Com esta correcgao, a biomassa estimada pelo "Sev. Rybak" e de 2.611 tons, o que corresponde a perto de 20% menos que a estimativa do "Karl Wolff" sendo, portanto, estimativas da mesma ordem.

0 "Karl Wolff" e um dos barcos da frota comercial da RDA. A biomassa, cal-culada a partir do c.p.u.e. de 1986 esta de acordo com a determinada pelo cruzeiro de 1987.

4.2. Distribuigao por tamanhos

As distribuig6es de comprimento de carapaga (LC) forarn feitas com base na amostragem biolo-gica a bordo dos barcos da RDA. A Figura 6 mostra a distribuigao de compri-mentos de H. triarthrus por sexo, por semestre, para os anos 1983-1986.

Em geral, foram encontrados poucos individuos de comprimento inferior a 29--30 mm LC. Em 1983-1984 porem, as capturas continham uma proporgao maior

(14)

cJd IJ; 701,4 N= 8650 20 31,6 i,; 29,6 A 6,756 •o 4,549 N: 71,02 H=10931, 20 31,3 x= 30,0 B 6,650 'o 1.,263 II= mo 11=11639 20 "i::: 31,9 >= 30,3 'o 5,530 'o 3,913 20 N= 64 76 ll= 9053 20 32,9 X:: 30,9 0 5,21,3 'o 3,177 N= 12048 11=15550 20 34,6 31,& 4,658 3,199 N=13t07 N:::159~9 20 X= 35,1 x= 31,6 5,913 3,103 'o 40 1,"16032 N=19559 ;.::: 34,0 X: 31,6 G 20 6,S15 'o 3, 902 11 15 19 23 27 31 35 39 1,3 1,7 51 mm 11 15 19 23 27 Sl 35 39 43 47 51 mm

Fig. 6 - Distribuigao de comprimentos (LC) de H. triarthrus nas capturas, 1983-1986 A B

c

Fev-Maio 1983 Set-Dez 1983 Jan-Maio 1984 D Maio-Jun 1985 E F G Jul-Dez 1985 Jan-Jun 1986 Jul-Dez 1986

(15)

de camarao pequeno. Com mais experiencia nestes pesqueiros, a frota podera ter-se movimentado para areas com camarao maior - e portanto de mais valor. Segundo a Tabela 5, o comprimento media, tanto das femeas como dos machos, tern aumentado nestes anos. Isto indica que nao tern havido modificagoes ne-gativas no manancial.

Tabela 5 - H. triarthrus. Comprimento medio de femeas e machos no perfodo 1983-1986 ANO N X

s

F: 14,446 31 '42 6,809 ( 1 ) 1983 M: 19,587 29,79 4,446 F: 8,750 31 '90 5,530 (2) 1984 M: 11 '639 30,28 3,913 F: 18,524 34,01 5,066 ( 3) 1985 M: 24,594 31 '45 3,259 F: 29,639 34,63 6,303 1986 M: 35,508 31 '60 3,719 F

=

F§'meas (1) ::: Fev-Mai + Set-Dez M ::: Machos (2) ::: Jan-Mai (3)

=

Mar-Dez

Ordenando a distribuigao de comprimentos sequencialmente ao longo dum perfo-do extenso, nao foi possfvel seguir uma coorte ou uma classe etaria por mui-to tempo. No entanto, a distribuigao de comprimentos obtida nos cruzeiros indicam que coexistem pelo menos tres coortes no pesqueiro (Fig.

7).

Uma estimativa preliminar dos parametres de crescimento foi obtida mediante analise de progressao modal (C. Silva, comunicagao pessoal), dando:

Femeas: LC

=

48,70 mm, Machos: LC::: 38,70 mm, -1 K

=

0,5 ano -1 K

=

0,7 ano t ::: 0,33 ano 0 t

=

0,39 ano 0

(16)

•;. 30 20 10 30 20 10 20 10 20 10 20 10 40 30 20 10 Cj?Cj? N= 151 il= 36.5 so= 4.691 N = 2472 )(: 34.2 so= 7.664 N = 111h

x

= 28.5 so= 6.356 N" 1348 x" 32.1 So= 9.144 N= 671 R= 36.4 so= 7.761 N = 5962

x

= 31.2 so" &094 cU N= 212 x = 33.5 So" 2.438 N = 2912

x

= 30.1 so= 5.733 N = t42.2 x = 25.2 So" 4.909 N z 2226 ~= 27.7 so= 6.709 N = 1445 x= 26.6 so= 6.041 N = 8287

x

= 28.1 So" 6.199 11 15 19 23 27 31 35 39 43 47 51 53 mm 11 15 19 23 27 31 35 39 43 47 mm

"

D

Fig. 7 - Distribuigao de comprimentos (LC) de H. triarthrus, a partir de dados de cruzeiro, Fevereiro-Margo 1987 (Pacule,1987)

A

=

Banco de Sofala B :: Bazaruto A C

=

Bazaruto D

=

Boa Paz E = Inhaca F

=

Total

(17)

(femeas) e 29-35 mm (machos), mas e dificil descobrir par quanta tempo per-manecem no stock. A temperatura,

a

profundidade de 400-600 me de 9-11°C,

0 que e consideravelmente mais baixo do que nas areas de aguas pouco

profun-das. Isto produz um crescimento mais lento no camarao de profundidade. Nao ha informagao sabre o crescimento ou a idade dos peneideos de profundidade. King e Butler (1985) calculam em 4 a 8 anos a idade do camarao carideo de profundidade no Pacifico.

Se considerarmos as mesmas idades para as peneideos de profundidade em Mo-gambique, ter-se-a que concluir que o stock esta composto par varias classes etarias., o que torna mais dificil e mais lenta a detecgao de qualquer mudan-ga na composimudan-gao do stock a partir da distribuimudan-gao par comprimentos, ao con-trario do que acontece nos stocks de camarao de aguas pouco profundas, que estao dominados par um determinado grupo etario.

5. CONCLUSOES

- A tendencia geral dos rendimentos horarios indicam uma pescaria em desen-volvimento. As capturas estao dominadas pela especie ~· triarthrus e poderao portanto, depender das modificagoes que ocorram neste stock.

-A biomassa estimada e da ordem das 4.100 tons (1986-1987) o que provavel-mente representa um valor minima e portanto devera ser considerado como es-timativa relativa.

Comparando a composigao par comprimentos de ~· triarthrus obtida atraves dos dados das capturas comerciais e atraves de cruzeiros, encontramos uma maior proporgao de camarao pequeno nos cruzeiros, o que indica que a biomassa foi estimada a partir de populagoes diferentes do manancial total.

- A sobre-exploragao dara como resultado uma redugao no tamanho media, a '

medida que desaparecem os individuos de maior tamanho. No entanto, ocorreu um aumento no comprimento media, tanto das femeas como dos machos, no perio-do de 1983-1986, indicanperio-do um stock em boas condigoes, embora o aumento tam-bern se possa dever a modificagoes nos padroes de pesca.

- A captura total encontra-se hoje 500-700 tons. acima das recomendagoes a~ teriores (2000 tons), sem que se tenha detectado ate agora indicios de

(18)

sabre--exploragao. No entanto, o facto da informagao sabre capturas ser incomple-ta e de pouca confianga, torna impossivel de se fazer uma

segura.

avaliagao mais

- Como medida de "gestae experimental" prop5e-se urn pequeno aumento da cap-tura total, para 3000 tons globais, sob a condigao que se consiga obter da-dos de captura melhores e mais exactos para a monitorizagao futura do stock.

6. REFERENCIAS

BRINCA, L., M. CRISTO e C. SILVA- Camarao de profundidade. Relat6rio dos 1983 Cruzeiros realizados como N/I "Ernst Haeckel". Rev. Inv.

Pesq. , ( 5) : 99 pp

FREITAS, A.J. de and J.M.ARAOJO Activities of foreign vessels of.f the coast 1973 of Mozambique. ICSEAF S.P. (12)

KING, M.G. and A.J. BUTLER - Relationship of life-history patterns to depth 1985 in deep-water caridean shrimps (crustacea: Natantia). Mar.

Biol. , ( 86) : 129 - 38

PACULE, H.- Camarao de profundidade. Relat6rio do cruzeiro realizado com o 1987 N/I "Sevastopolsky Rybak", 28 de Fevereiro ate 22 de Margo

1987. (Noprelo)

S~TRE, R. and R. PAULA e SILVA - The marine fish resources of Mozambique. 1979 Rep. on Surveys with the R/V "Dr. Fridtjof Nansen", Maputo,

SIP/Bergen, IMR. 179 p

TORSTENSEN, E. - Camarao de profundidade. Relat6rio do cruzeiro realizado 1987 como barco de pesca "Karl Wolff", Fevereiro 1987. (No prelo)

ULLTANG,

0. -

Stock assessment study of the resources of shrimp and lobster 1980 off Mozambique. Report to FAO from a consultant stay in

(19)

ANEXO I

NOMERO DE OPERACOES EFECTUADAS NA AREA DE PESCA EM 1981-1986

(20)

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(26)
(27)

ANEXO II

DADOS DE CAPTURA E ESFORCO DA FROTA DA RDA; 1980-1986

(28)

1980 Captura Total de Kg/h total horas de kg arras to Janeiro 3.234 70 46.32 Fevereiro 31.588 609 51.83 Margo 31.921 840 37.99 Abril 38.756 1 . 148 33.74 Maio 36.496 794 45.93 Junho 9.284 307 30. 17 Julho 20.255 637 31 . 81 Agosto 36.906 1. 276 28.93 Setembro 13.644 567 24.05 Outubro 32.015 1. 368 23.39 Novembro 13. 122 343 38. 19 Dezembro 29.397 920 31.62 T 0 T A L 296.618 8.879 33.35 1981 Captura Total de Kg/h total horas de kg arras to Janeiro 10.530 357 29.48 Fevereiro 28.550 985 28.99 Margo 42.555 1 . 491 28.55 Abril 39.018 1.341 29.09 Maio 29.727 927 32.08 Junho 31.602 813 38.86 Julho 58.210 1 .269 45.87 Agosto 37.349 934 39.98 Setembro 44.542 1.053 42.28 Outubro 46.910 1. 159 40.48 Novembro 47.495 990 47.97 Dezembro 47.801 939 50.93 T 0 T A L 464.289 12.258 37.88

(29)

1982 Captura Total de Kg/h total horas de arras to Janeiro 28.453 553 51.45 Fevereiro 31.016 697 44.49 Margo 22.930 733 31.29 Abril 25.736 753 34. 16 Maio 34.533 828 41.69 Junho 30.236 827 36.57 Julho 31.750 767 41 . 41 Agosto 44.098 828 53.28 Setembro 74.865 1. 362 54.96 Outubro 61.778 1.469 42.04 Novembro 53.562 1. 473 36.36 Dezembro 35.852 1 . 139 31.47 T 0 T A L 474.809 11 . 429 41.54

1983 H.triarthrus A.foleacea Captura Total de Kg/h total horas de kg kg kg arras to Janeiro 33.301 7.863 44.164 1 .258 32.72 Fevereiro 25.171 3.219 28.390 760 37.37 Margo 39.283 1. 994 41 . 277 886 46.59 Abril 31 . 881 2.265 34. 146 670 51.00 Maio 25.661 8.082 33.743 906 37.24 Junho 26.455 9.495 35.950 792 45.39 Julho 32.777 3.768 36.545 801 45.64 Agosto 42.060 9.538 51 . 598 1. 019 50.65 Setembro 48. 118 12.041 60. 159 986 60.99 Outubro 60.960 12.546 73.506 1.265 58. 12 Novembro 59.748 6.956 66.704 866 77.03 Dezembro 41 . 949 6.445 48.394 817 59.22 T 0 T A L 467.364 84.212 551.576 11 .025 50.03

(30)

1984 H. triarthrus A. foleacea Captura Total de kg/h total horas de kg kg kg arras to Janeiro 42.575 4.943 47.518 852 55.80 Fevereiro 58. 195 2.040 60.235 1. 124 53.60 Margo 40.260 1. 540 41.800 1 ' 151 36.31 Abril 38.926 2.499 41 . 425 L010 41.02 Maio 25.119 2.279 27.398 782 35.02 Junho 30. 182 1. 048 31.230 649 48. 15 Julho 39.751 4.523 44.274 600 73.74 Agosto 39.254 14.582 53.836 717 75.04 Setembro 55.786 13.683 69.469 813 85.40 Outubro 37.953 5. 129 43.082 803 53.68 Novembro 41 . 645 2.482 44. 127 707 62.42 Dezembro 47.549 5.374 52.923 732 72.28 T 0 T A L 497. 195 60. 122 557.317 9.940 56.07

1985 H. triarthrus A. foleacea Captura Total de Kg/h total horas de kg kg kg arras to Janeiro 63.575 2.049 65.624 825 79.54 Fevereiro 38.550 1. 278 39.828 647 61 . 61 Margo 56.540 3.227 59.778 1 .035 57.75 Abril 58.481 10.364 68.845 1 . 110 62.00 Maio 55.296 5.969 61.265 836 73.25 Junho 57.752 14.315 72.067 1 .164 61 . 91 Julho 59.000 15.316 74.316 946 78.53 Agosto 45.093 15.334 60.427 917 65.87 Setembro 52.656 4.987 57.643 911 63.24 Outubro 91. 125 11.509 102.634 1 .000 102.65 Novembro 122.394 13.308 135.702 1 .406 96.53 Dezembro 100.665 7.993 108.658 1 .242 87.52 T 0 T A L 801.127 105.649 906.777 12.039 74.32

(31)

1986 H. triarthrus A. foleacea Captura Total de Kg/h total horas de kg kg kg arras to Janeiro 75.320 2.525 77.845 1. 313 59.29 Fevereiro 52.597 3.559 56. 156 919 61 . 11 Margo 63.008 4.038 67.046 1. 250 53.62 Abril 57.869 10.500 68.369 1. 167 58.59 Maio 73.034 5.508 78.542 1. 241 63.31 Junho 51 . 892 34.507 86.399 1. 172 73.69 Julho 67.551 26.134 93.685 1. 347 69.54 Agosto 52.280 19. 165 71.445 934 76.48 Setembro 53.593 10.241 63.834 1. 011 63. 16 Outubro 81 . 680 7.833 89.513 1. 438 62.22 Novembro 67.713 10. 106 77.819 1. 230 63.28 Dezembro 52.384 17.238 .69.622 1. 164 59.80 T 0 T A L 748.921 151.354 900.275 14.186 63.67

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