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CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

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Academic year: 2021

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CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Origem: PRT 1ª Região

Interessado(s) 1: Cristiano da Silva e Vagner Siqueira Barreto

Interessado(s) 2: JM Paletes Empreendimentos de Madeira Ltda e Rio

de Janeiro Refrescos Ltda. (Coca-cola)

Interessado(s) 3: Ministério Público do Trabalho

Assunto(s): Codemat 01.05

Procuradora oficiante: Juliane Mombelli

“Diligência

solicitada

e

não

realizada.

Necessidade de aguardo das informações dela

provavelmente constantes para decidir-se sobre

o arquivamento. Conversão do julgamento em

diligência.”

RELATÓRIO

Trata-se de procedimento administrativo instaurado

por força de denúncia formulada por Cristiano da Silva e Vagner Siqueira

Barreto em face de JM Paletes Empreendimentos de Madeira Ltda. e Rio

de Janeiro Refrescos Ltda. (Coca-Cola), noticiando, em síntese, verbis:

“(...)

... trabalham em local aberto, sob sol e chuva, sem qualquer proteção. O ambiente é muito sujo, com lama,

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água acumulada, ratos e insetos. São autorizados a ir ao banheiro apenas um por vez.

Noticiaram também que não possuem capacete, protetor facial, as luvas e as camisas são curtas provocando acidentes coo a aspiração de pó de vidro e cortes nos braços. Bem como, não possuem protetor auricular para proteção dos ruídos das empilhadeiras, apenas os motoristas recebem.

Relataram que o chefe direto dos funcionários terceirizados, Sr. Luís Cláudio, empregado da Coca-cola, destrata os funcionários, os aborda com tapas e xingamentos como: “cachorro sarnento” e “filho da p...”.

Por fim, disseram que as horas extras são pagas a menor e que não tem folga semanal, pois sentem-se obrigados a trabalhar ininterruptamente, sob pena de demissão”.

Em sede de apreciação prévia (fls. 08/09), o i. Órgão

Ministerial oficiante determinou a expedição de ofício à SRTE para que

realizasse fiscalização in loco no âmbito da denunciada.

Às fls. 29/31, relatório fiscal nos seguintes termos,

verbis:

“A empresa apresentou o Livro de Inspeção do trabalho, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, os Atestados de Saúde Ocupacional – ASO, as atas das reuniões ordinárias da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, a Análise Ergonômica do Trabalho, as Ordens de Serviço sobre Medicina e Segurança no Trabalho, as fichas de entregas de EPI’s; possui SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho; fornece água potável para os

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empregados; possui gabinetes sanitários com portas de acesso dotadas de trinco, de modo a manter o resguardo conveniente; dispõe de chuveiros com água quente e piso de material antiderrapante; mantém as instalações sanitárias em perfeito estado de conservação e higiene, dispõe de vestiário com armários individuais; possui extintores de incêndio e fornece Equipamentos de Proteção Individual – EPI para os trabalhadores.

O local de trabalho (galpão) possui proteção contra intempéries e durante a fiscalização não foi observada a presença de lama, ratos ou insetos nem restrições à utilização do banheiro. Os empregados recebem e utilizam Equipamentos de Proteção Individual – EPI e as luvas e camisas utilizadas estavam em bom estado de conservação. Também não foi observada a presença de pessoas tratando os trabalhadores com palavras ofensivas, xingamentos ou agressões físicas.

Proponho o envio dos autos à SIT para apurar as denúncias relativas ao pagamento de horas extras a menor, supressão do repouso semanal remunerado e terceirização irregular (grifos nossos)”.

Considerando o teor do relatório fiscal e a existência

de irregularidades ainda não apuradas – horas extras, RSR e terceirização

irregular – o Parquet oficiante determinou a expedição de novo ofício ao

MTE para que procedesse à realização de fiscalização quanto aos temas

faltantes (ofício requisitório às fls. 33).

Em seguida, sem qualquer resposta do Órgão

Fiscalizador, o Parquet oficiante determinou o arquivamento do

procedimento sob os seguintes fundamentos, verbis:

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Conforme se depreende dos relatórios fiscais, percebe-se que não foram confirmadas as denúncias relacionadas ao Meio Ambiente do Trabalho. As normas de proteção à saúde e à segurança dos trabalhadores – objeto principal do inquérito – estavam sendo observadas pelas denunciadas no momento da ação fiscal.

Tendo em vista que a parte mais substancial da representação não se confirmou, entendo que devam ser interrompidas as investigações. Em primeiro lugar, porque a denúncia quanto à jornada de trabalho foi genérica, mencionando apenas pagamento a menor e não concessão de folga, sem detalhamentos. Não foi noticiado excesso de horas extras, o que poderia ser prejudicial à saúde dos trabalhadores.

Por outro lado, não se pode prorrogar indefinidamente uma investigação. Observe-se que a denúncia original foi apresentada no ano de 2008, sem que tenha chegado ao conhecimento desta Procuradoria nova notícia de irregularidades quanto à jornada de trabalho de tais empregados.

(...)

Por fim, cumpre notar que em razão dos ofícios já encaminhados, a SRTE/RJ irá comunicar ao MPT caso encontre irregularidade, ensejando reabertura das investigações”.

Por distribuição deste feito na CCR/MPT, vieram

os autos a esta Relatora.

É o relatório.

VOTO-FUNDAMENTAÇÃO

Vê-se à fl. 35 dos presentes autos que a i.

Procuradora oficiante no feito, Dra. Juliane Mombelli, reiterou a

determinação de realização de ação fiscal no âmbito da denunciada com

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vistas à verificação de sua total regularidade quanto aos itens

remanescentes ainda não fiscalizados.

Após a reiteração do pedido ao órgão fiscalizador

(fl. 36), o i. Procurador oficiante decidiu pelo arquivamento do

procedimento por provável regularidade atual da investigada.

Assim, não há nos autos manifestação da SRTE

local acerca da fiscalização solicitada, o que, s.m.j., seria de bom alvitre

aguardar para melhor análise dos fatos.

Logo, é conveniente que se alcance a devida

complementação investigatória, para só então decidir sobre o

arquivamento.

Destarte, impõe a conversão do presente julgamento

em diligência.

CONCLUSÃO

Pelo exposto, voto no sentido de converter o

julgamento em

DILIGÊNCIA para que se aguarde o atendimento da

solicitação de fiscalização à fl. 35, ou se acaso necessitar seja ela

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(solicitação) reiterada, com vistas à colheita de elementos de

informação derivados de fiscalização pelo MTE e outras providências

que se fizerem necessárias.

Ao Órgão oficiante de origem para as

providências pertinentes e necessárias.

Brasília, 15 de fevereiro de 2012.

VERA REGINA DELLA POZZA REIS

Subprocuradora-Geral do Trabalho

Coordenadora da CCR/MPT - Relatora

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