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Referente ao Inquérito Civil nº 692.0.3384/2015

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE GUANAMBI - ESTADO DA BAHIA.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA, por sua presentante

legal ao final assinada, no uso de suas atribuições constitucionais, com suporte nos artigos 37, § 4° e 129, da Constituição Federal; artigo 72 da Lei Complementar n. 11/96 (Constituição do Estado da Bahia); e, nas Leis ns. 8.625/93, 8.429/92 e 7.347/85, vem propor

AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA C/C MEDIDA CAUTELAR DE INDISPONIBILIDADE DE BENS

pelos fundamentos de fato e de direito a seguir aduzidos e em desfavor de:

1.

CHARLES FERNANDES SILVEIRA SANTANA, brasileiro, casado, empresário

e ex-Prefeito de Guanambi, portador do CPF nº 339.389.035-20, residente e domiciliado na Praça Generaldo Teixeira, nº 290, Bairro Paraíso, Guanambi/BA;

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2.

GEAN PEREIRA DE OLIVEIRA ROBERTO, brasileiro, casado, portador do RG

n. 5527830, SSP/BA e CPF n. 596.391.565-15, residente na rua Joaquim Chaves, n. 232, Bairro Santo Antônio, Guanambi;

3.

ROBERTO JÚLIO PEREIRA DE OLIVEIRA, brasileiro, casado, Secretário

Municipal da Fazenda, portador do CPF n. 549.307.825-20, residente na rua Franco Cardoso, n. 422, Santo Antonio, nesta Cidade;

4.

MARISTELA DE SOUZA TEIXEIRA CAVALCANTE, brasileira, Secretária

Municipal de Cultura de Guanambi, portadora do CPF n. 361163605-30, residente na rua Anísio Teixeira, 73, Paraíso, nesta Cidade.

5.

MARCOS ANTONIO VASCONCELOS BONFIM, brasileiro, ex-secretário de

cultura do município de Guanambi, portador do CPF n. 113.490.935-72, residente na rua Heitor Dias, n. 90, Bela Vista, nesta Cidade.

1 – DA LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A Constituição Federal, em seu artigo 129, III, elenca como função institucional do Ministério Público a promoção do Inquérito Civil e da Ação Civil Pública para a proteção do patrimônio público e social, bem como de outros direitos metaindividuais, vejamos:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: (...)

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

Da mesma forma, a Constituição do Estado da Bahia (Lei Complementar nº 11/96) assim dispõe:

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Art. 72 - São funções institucionais do Ministério Público, nos termos da

legislação aplicável:

IV - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: (...)

d) a anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou dos Municípios, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de que participe o Poder Público;

Na seara infraconstitucional, a Lei nº 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público), em seu artigo 25, inciso IV, como também, a Lei nº 7.345/85 (Lei da Ação Civil Pública - LACP), em seu artigo 4º, ratificam a legitimação ministerial para promover o Inquérito Civil e ingressar em Juízo com a Ação Civil Pública e com a Ação Cautelar, visando resguardar a efetividade de direitos difusos. Vejamos:

Art. 25 – Além das funções previstas nas Constituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público:

(...)

IV – promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei: (...)

b) para anulação ou declaração de nulidade de atos lesivos aos patrimônio público ou à moralidade administrativa do Estado ou do Município, de suas administrações indiretas ou fundacionais ou de entidades privadas de que participem.”

Art.4º. Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta lei, objetivando, inclusive, evitar o dano ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística, ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Registra-se, ainda, o quanto previsto no art. 17 da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa - LIA), vejamos:

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

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Ademais, a afirmada legitimidade encontra-se sedimentada na jurisprudência do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, vejamos:

Súmula n. 329/STJ: “O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio público".

Assim, não restam dúvidas de que o Ministério Público tem legitimidade para atuar em juízo na propositura da presente ação de improbidade administrativa.

2 – DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Prevê os artigos1º e 2º da Lei n.º 8.429/92 que:

Art. 1º - Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% (cinqüenta por cento) do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta Lei.

Art. 2º - Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Assim, quanto ao PRIMEIRO ACIONADO, é inconteste sua legitimidade para figurar no polo passivo da presente demanda, eis que, na condição de gestor público (agente político), na época, detentor de mandato eletivo, autorizou e homologou, indevidamente, procedimentos de inexigibilidade de licitação, fora das hipóteses legais e com inobservância do procedimento previsto na Lei de Licitações e na vigência de decretos emergenciais, com o fim de auferir vantagem indevida, para si

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ou para outrem, causando prejuízos ao erário, além de violar princípios da Administração Pública, em especial, o da Legalidade.

Nesse sentido, é fato pacífico nos Tribunais Pátrios a responsabilização do prefeito como a autoridade superior que autoriza e homologa o certame licitatório eivado de fraudes, vejamos:

EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONDENAÇÃO EM PRIMEIRO GRAU. LICITAÇÃO. ATOS DE IMPROBIDADE QUE CAUSARAM PREJUIZO AO ERÁRIO. APELO 01: RESPONSABILIDADE DO PREFEITO. EXISTÊNCIA. AUTORIDADE SUPERIOR QUE AUTORIZA E HOMOLOGA O CERTAME LICITATÓRIO. RECURSO DESPROVIDO. APELO 02: LICITAÇÃO PÚBLICA VENCIDA POR EMPRESA ADMINISTRADA, NA REALIDADE, POR PARENTE DO PREFEITO POR AFINIDADE. IRREGULARIDADES NO CERTAME E NA EXECUÇÃO DO CONTRATO. PROVAS EXISTENTES. PREJUIZO VERIFICADO. FRAUDE IMPLEMENTADA PELOS RÉUS. DECISÃO CORRETA. SANÇÕES. RESSARCIMENTO DO ERÁRIO, PENA QUE DEVE SER FIXADA NO VALOR PAGO A MAIOR. REFORMA SOMENTE NESSE PONTO. DEMAIS SANÇÕES. APLICAÇÃO ESCORREITA. RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. 1 - O prefeito pratica atos e

exerce o controle de todo o procedimento licitatório, na medida em que o autoriza e homologa, homologação essa que, consoante a Lei 8666/93, corresponde ao momento em que a autoridade administrativa promove o controle do procedimento. (...) (Nº do

Acórdão: 30802 Órgão Julgador: 4ª Câmara Cível Tipo de Documento: Acórdão Comarca: Terra Roxa Processo: 0436819-0 Recurso: Apelação Cível Relator: Rogério Ribas Revisor: Anny Mary Kuss Julgamento: 05/05/2008 19:00 Ramo de Direito: Civel 9 Decisão: Unânime Dados da Publicação: DJ: 7619 Ementa: DECISÃO: ACORDAM os Senhores Magistrados integrantes da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em, NEGAR PROVIMENTO AO APELO DE RICARDO LUZETTI E DAR PROVIMENTO PARCIAL AO APELO DE C. A. FORMIGHIERI & CIA LTDA. E OUTROS, nos termos da fundamentação).

Da mesma forma, não há dúvidas quanto a legitimidade passiva dos demais acionados, GEAN e ROBERTO JÚLIO, ambos servidores municipais à época,

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ocupantes de cargo comissionado, chefe de divisão de eventos (fl. 104), e cargo político, secretário da Fazenda (fl. 107), respectivamente, partícipes dos atos ímprobos praticados, seja porque se beneficiaram, direta ou indiretamente, com as contratações indevidas, seja porque concorreram para a prática dos atos ímprobos.

Nesse sentido é o depoimento da testemunha SEBASTIÃO SALVANY DE SOUZA COTRIM:

“(…) ACRESCENTO EM MINHA REPRESENTAÇÃO QUE A EMPRESDA CONHECIDA POR JOANINHA PRODUÇÕES ESTÁ NO RAMO HÁ MAIS DE 10 (DEZ0 ANOS E COMENTA-SE NA CIDADE QUE A MESMA ERA DE PROPRIEDADE DO SEGUNDO REPRESENTADO, GEAN OLIVEIRA E JÔ OLIVEIRA; QUE GEAN OLIVEIRA ENCONTRA-SE VINCULADO À PREFEITURA DE GUANAMBI DESDE 2006, SALVO ENGANO; QUE TODA ESSA PROBLEMÁTICA ENVOLVENDO OS FATOS INVESTIGADOS DEVEM SER ATRIBUÍDOS AO GEAN, QUE FUNCIONA COMO MENTOR DO ESQUEMA DE SUPERFATURAMENTO NAS NEGOCIAÇÕES DOS ARTISTAS CONTRATADOS PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE GUANAMBI, NO PERÍODO REPRESENTADO (...)”. Fls. 447.

Soma-se a isso, a legitimidade passiva do QUARTO E QUINTO REPRESENTADOS, eis que em todos os casos de contratação direta ora apurados o procedimento licitatório foi deflagrado em virtude de ofício confeccionado pelos Secretários Municipais de Cultura, dirigidos ao PRIMEIRO ACIONADO, solicitando a contratação por inexigibilidade de artistas e bandas (fls. 485, 492, 499, 507, 514 etc.).

Nesse sentido, dispõe o art. 3º, da Lei n.º 8.429/92:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

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3 – DA JUSTA CAUSA

A Lei de Improbidade Administrativa (LIA), além das já exigidas condições da ação aplicáveis à qualquer demanda processual, impõe, ainda, a observância da justa causa para o ajuizamento da demanda. Vejamos:

Art. 17, § 6º - A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente.

No presente caso a justa causa encontra-se demonstrada diante da farta documentação produzida durante a tramitação do inquérito civil acima epigrafado (anexo).

4 – DOS FATOS

No dia 19/09/2015 foi protocolada nesta Promotoria de Justiça representação subscrita por SEBASTIÃO SALVANY DE SOUZA COTRIM, em face de CHARLES FERNANDES SILVEIRA SANTANA (PRIMEIRO ACIONADO), GEAN PEREIRA DE OLIVEIRA (SEGUNDO ACIONADO), JOANINHA PROMOÇÕES E EVENTOS LTDA, NEL EVENTOS E ESTRUTURAS LTDA ME, SANDRA MUNIZ EVANGELISTA ME, JOAQUIM JOSÉ PEREIRA ME, ECO ENTRETERIMENTO SHOWS E EVENTOS LTDA-ME e VANESSA DE SOUZA GONÇALVES ME, aduzindo, em apertada síntese, que o primeiro e segundo acionados, na qualidade de prefeito e chefe de divisão de eventos da Prefeitura Municipal de Guanambi, respectivamente, em parceria com ROBERTO JÚLIO PEREIRA DE OLIVEIRA (Secretário Municipal), durante os anos de 2012 a 2014, participaram da contratação de serviços artísticos,

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com o emprego de recursos públicos no montante aproximado de R$ 1.500.000,00 (hum milhão e quinhentos mil reais), com inobservância da Lei de Licitações. Segundo o quanto alegado, as contratações efetuadas pela municipalidade ocorreram com

inexigibilidade de licitação, fora das hipóteses previstas na lei e com a intermediação de empresas sem qualquer vínculo com o artista ou banda contratada.

Referida representação também registrou que no referido período o PRIMEIRO ACIONADO fez publicar, no Município de Guanambi, decretos

emergenciais (Decretos Municipais ns. 702/2012, 728/2012, 828/2012, 333/2014,

todos anexos), ocasionados pelos efeitos nefastos da seca prolongada em nossa região, da precipitação pluviométrica abaixo da média de 326.75 mm, do secamento de poços tubulares e da impossibilidade do Município de Guanambi dispor de recursos financeiros para prestar socorro às famílias prejudicadas (fls. 45/51).

Destaco que, entre os anos de 2012 a 2014, o TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, por meio das Ordens de Seviços ns. 014/2012 e 04/2013, considerando que grande parte dos municípios baianos se encontravam com sérias dificuldades, resultantes da seca prolongada, determinou aos Inspetores Regionais que exercessem rigorosa fiscalização, no sentido de apurar se os Municípios atingidos pela seca estavam promovendo festejos (como São João, Micareta, Carnaval, aniversário da cidade, dentre outros).

Diante de tais informações o Ministério Público notificou os três primeiros ACIONADOS que, na ocasião, juntaram documentos às fls. 352/377 e prestaram esclarecimentos às fls. 344/351, aduzindo, em apertada síntese, que: 1) A decretação de situação de emergência pelo município de Guanambi contou com diversas ações subsequentes com a finalidade de combater os efeitos da seca e controlar os gastos públicos, tendo inclusive resultado no cancelamento dos festejos juninos na sede, nos anos de 2012 e 2013; 2) Não houve excesso de gastos de recursos públicos na

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realização dos eventos no período de fevereiro de 2012 a março de 2014, eis que em 25 (vinte e cinco) meses foram realizados 08 (oito) eventos com emprego aproximado de R$ 1.500.000,00 (hum milhão e quinhentos mil reais), considerando, ainda, que a arrecadação líquida no período foi de R$ 344.456.543,18 (trezentos e quarenta e quatro milhões, quatrocentos e cinquenta e seis mil, quinhentos e quarenta e três reais e dezoito centavos).

A fim de facilitar a compreensão sobre os fatos narrados, passo a dissecá-los de forma minuciosa:

4.1 – ANO 2012

Consoante registram os autos, no dia 12/06/2012, o PRIMEIRO ACIONADO, por meio da Carta Convite n. 003/2012 (fl. 81), contratou a empresa JOANINHA PROMOÇÕES E EVENTOS LTDA, pelo preço de R$ 18.420,00 (dezoito mil quatrocentos e vinte reais), para dar suporte à realização do show com o Padre Antônio Maria, no encerramento dos festejos de Santo Antônio.

Neste mesmo ano, visando promover o São João dos bairros, o PRIMEIRO ACIONADO, por meio do Pregão Presencial n. 054/2012, contratou a empresa SANSSET SERVIÇOS LTDA, para locação de palcos e sonorização, pelo valor de R$ 31.977,00 (trinta e um mil novecentos e setenta e sete reais).

Ainda, no dia 28/06/2012 houve a contratação da empresa JOANINHA PROMOÇÕES E EVENTOS LTDA, por meio da Carta Convite n. 005/2012, para dar suporte a realização da festa de São Pedro no bairro Santo Antônio com show de Edgar Mão Branca e André e Mazinho, pelo valor de R$ 23.910,00 (vinte e três mil e novecentos e dez reais (fl. 85)).

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Em 07/08/2012, o PRIMEIRO ACIONADO, por meio do pregão presencial n. 064/2012, contratou a empresa TMAIS SERVIÇOS LOCAÇÕES E EVENTOS LTDA, pelo valor de R$ 154.999,34 (cento e cinquenta e quatro mil novecentos e noventa e nove reais e trinta e quatro centavos), para prestar serviços na produção e organização do aniversário do Município de Guanambi, nos dias 11 a 14/08/2012 (fl. 88).

Para o evento acima declinado (aniversário da cidade), foram contratados a Banda Amor de Novela e os artistas Eduardo Costa, Dio do acordeon e André e Mazinho, por meio da empresa JOANINHA PROMOÇÕES E EVENTOS LTDA, através dos contratos de inexigibilidade de licitação ns. 013/2012 (fl. 89) e 011/2012 (fl. 90), pelo valor de R$ 22.900,00 (vinte e dois mil e novecentos reais) e R$ 188.000,00 (cento e oitenta e oito mil reais), respectivamente.

4.2 – ANO 2013

Consta, ainda, que em 10/02/2013 o Primeiro Acionado, por meio de licitação, na modalidade pregão presencial, n. 007/2013, contratou a empresa JOANINHA PROMOÇÕES E EVENTOS LTDA, pelo valor de R$ 101.900,00 (cento e um mil e novecentos reais), para prestar serviços na realização do Carnaval de Mutans, no período de 09 a 12/02/2013 (fl. 18).

Por sua vez, no dia 03/05/2013, foi contratada a empresa JOANINHA PROMOÇÕES E EVENTOS LTDA, por meio de inexigibilidade de licitação, n. 013/2013 (fl. 92), para apresentação do show com a banda Rosa de Saron, no dia 13/06/2013, pelo preço de R$ 93.000,00 (noventa e três mil reais).

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Já no dia 21/06/2013, foi contratada pelo valor de R$ 210.000,00 (duzentos e dez mil reais), a empresa NEL EVENTOS E ESTRUTURAS LTDA ME, por meio de inexigibilidade de licitação, n. 015/2013, “para apresentação de show em praça pública com a dupla João Bosco e Vinícius, visando a comemoração do aniversário da cidade de Guanambi, no dia 13/08/2013 (fl. 21).

Para a realização do referido evento, também, foi contratada a empresa SAN7 SERVIÇOS E LOCAÇÕES LTDA, por meio do Pregão Presencial n. 55/2013 (fl. 96), para prestar serviços na produção e organização do evento, pelo valor de R$

2.200,00 (dois mil e duzentos reais), bem como as empresas JOAQUIM JOSÉ

PEREIRA ME (fl. 29), para prestar serviços na produção e organização do aniversário de Guanambi, nos dias 10 a 14/08/2013, pelo valor de R$ 48.400,00 (quarenta e oito mil e quatrocentos reais) e JOANINHA PROMOÇÕES E EVENTOS LTDA, por meio do Pregão Presencial n. 055/2013, pelo valor de R$ 23.700,00 (vinte e três mil e setecentos reais) – fl. 29.

No dia 14/06/2013 foi contratada a empresa JOAQUIM JOSÉ PEREIRA ME, por meio de pregão presencial, n. 042/2013, pelo valor de R$ 29.500,00 (vinte e nove mil e quinhentos reais), para prestar serviço na organização e realização dos festejos juninos em bairros desta cidade (fl. 27).

Em continuidade, no dia 02/09/2013, foi contratada a empresa SANDRA MUNIZ EVANGELISTA ME, visando a apresentação no Dia do Evangélico (fl. 35), dos cantores Nani Azevedo e Manoel Pedro Viana, por meio de inexigibilidade de licitação, n. 021/2013, pelo valor de R$ 63.500,00 (sessenta e três mil e quinhentos reais).

Já em 24/09/2013 foi contratada a empresa ECO ENTRETERIMENTO SHOWS E EVENTOS LTDA-ME, por meio de inexigibilidade de licitação n. 022/2013, pelo valor de R$ 223.000,00 (duzentos e vinte e três mil reais), visando a apresentação

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de show na praça pública de Guanambi das bandas Limão com Mel e Rapazolla, em comemoração ao Reveilon.

E, em 05/012/2013, registram os autos que a referida empresa foi novamente contratada por meio do pregão presencial n. 093/2013, pelo valor de R$

8.200,00 (oito mil e duzentos reais), para a organização do Reveillon, bem como para

aquisição de fogos de artifício (fl. 39).

Através desse último pregão, também, foi contratada a empresa REGINALDO LOPES DA SILVA DE GUANAMBI – me, pelo valor de R$ 12.550,00 (doze mil e quinhentos e cinquenta reais), para organização do evento Reveilon e aquisição de fogos de artifício para show pirotécnico (fl. 40).

4.3 – ANO 2014

Em 12/02/2014, o PRIMEIRO ACIONADO homologou contratação da empresa JOANINHA PROMOÇÕES E EVENTOS LTDA, através da inexigibilidade de licitação n. 007/2014 (fl.99), para realização e organização do show com as atrações Renam Moreira, Bandalla, Danilo Kiribamba, Kleytones e Max e Léo, nos dias 01 a 04/03/2014, durante o Carnaval de Mutans, pelo valor de R$ 53.000,00 (cinquenta e três mil reais).

Já em abril/2014 foi contratada a empresa VANESSA DE SOUZA GONÇALVES ME, por meio de inexigibilidade de licitação n. 011/2014, para a realização e organização do show da banda Matruz com Leite, Canários do Reino, Amor de Cinema, Edgar Mão Branca e Falamansa, nos dias 15 a 21 de junho de 2014 (fl. 41), em comemoração aos festejos juninos, pelo valor de R$ 270.000,00 (duzentos e setenta mil reais).

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4.4 – PONTOS COMUNS ÀS CONTRATAÇÕES POR MEIO DE

INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

Excelência, as contratações por inexigibilidade de licitação acima declinadas, no valor total de R$1.100.500,00 (hum milhão, cem mil e quinhentos reais), foram realizadas da seguinte forma:

Primeiramente, os Secretários Municipais de Cultura, MARCOS ANTÔNIO VASCONCELOS BONFIM (ano 2012) e MARISTELA DE SOUZA TEIXEIRA CAVALCANTE (anos 2013 e 2014), confeccionavam ofícios dirigidos ao PRIMEIRO ACIONADO solicitando a contratação de bandas e artistas previamente escolhidos, para a data previamente programada para o evento a ser promovido pela municipalidade (Reveillon, São João, Aniversário da Cidade, etc.). No próprio documento dirigido ao prefeito do município encontrava-se consignado que naquela data a carta de exclusividade do artista/banda pertencia ao intermediador e não ao empresário exclusivo (fls. 485, 492, 499, 507, 519, 529 e 548).

Após, o PRIMEIRO ACIONADO autorizava a Secretaria da Fazenda, representada pelo TERCEIRO ACIONADO, a providenciar pesquisa de preços e prévia manifestação sobre a disponibilidade orçamentária-financeira para cobrir as despesas com a realização do evento (fls. 486, 500, 508, 516, 520

Em seguida, o TERCEIRO ACIONADO informava o valor disponibilizado para a contratação do artista/banda e já disponibilizava o respectivo empenho (487, 493, 501, 509, 515, 521, 531 e 549).

Em menos de 10 (dez) dias os procedimentos de inexigibilidade de licitação eram homologados pelo PRIMEIRO RÉU (fls. 488, 511, 517 e 550).

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Destaco que as cartas temporárias de exclusividade utilizadas para dar aparente legalidade às contratações diretas eram obtidas em datas próximas às deflagrações dos referidos procedimentos de inexigibilidade de licitação, o que somado aos demais indícios e provas ora anexadas comprovam a existência da fraude.

Destaco que o TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, por meio da Instrução n. 02/005 (fls. 299/303), regulamentou a contratação mediante inexigibilidade e dispensa de licitação nos seguintes termos:

“Art. 3º. Nos casos de inexigibilidade, o órgão ou entidade responsável

pela realização do evento encaminhará ao Gestor exposição de motivos solicitando a contratação de determinada empresa, banda, grupo musical ou profissional do setor artístico, com fundamento no art. 25, inciso III, da Lei Federal nº 8.666/93, devidamente autuada, protocolizada e numerada, gerando processo administrativo, instruído com os seguintes dados:

I. nome ou denominação da empresa ou atração a ser contratada;

II. razões e justificativas que motivaram a escolha da empresa, banda, grupo musical ou artista específico, tornando patente tratar-se da atração mais adequada a atender a singularidade do objeto;

III. valor da contratação, discriminando a forma de pagamento, que poderá ser parcialmente antecipado, de acordo com o respectivo contrato;

IV. comprovação de regularidade jurídico-fiscal, inclusive junto ao INSS e FGTS, conforme o caso;

V. documento que justifique a inviabilidade da competição, devendo anexar recortes de matérias jornalísticas e da crítica especializada que indiquem tratar-se de artista consagrado pela opinião pública local, regional ou nacional;

VI. documento que demonstre a exclusividade da representação por empresário do artista ou prova equivalente, mesmo que se refira a períodos determinados, no caso de contratação que exija tal interveniência, não se aceitando meras declarações sem comprovação inequívoca da legitimidade da condição do signatário para firmar o documento.

§ 1º. O Gestor remeterá o processo à Secretaria de Finanças, a fim de

que seja informado sobre a existência, ou não, de disponibilidade orçamentária-financeira para a realização da despesa.

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§ 2º. Devolvidos os autos devidamente instruídos, e julgando conveniente

a contratação, o Gestor endereçará o processo à Procuradoria ou Assessoria Jurídica da Prefeitura para emissão de parecer fundamentado no art. 25, inciso III, da Lei Federal nº 8.666/93 e elaboração do contrato a ser celebrado.

§ 3º. Concluído o procedimento, os autos deverão ser encaminhados ao

Gestor para ratificação e publicação, como condição para eficácia dos atos.

Art. 4º. A inexigibilidade diz respeito, exclusivamente, à contratação de

profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública, nos termos do art. 25, inciso III, da Lei Federal nº 8.666/93, não se aplicando à contratação de empresa ou profissional fornecedor dos serviços de locação, transporte, instalação e manutenção de palco, iluminação, sonorização, bem como transporte e hospedagem de pessoal e outros inerentes à realização do evento.

Art. 5º. Somente poderá ocorrer Dispensa de Licitação para a contratação

de empresa, bandas, grupos musicais ou profissionais do setor artístico nos casos previstos no art. 24, inciso II, da Lei Federal nº 8.666/93”.

Ouvidas nesta Promotoria de Justiça as testemunhas arroladas declararam que:

“(…) FIRMOU CONTRATO DE SHOW COM A PREFEITURA MUNICIPAL DE GUANAMBI – PMG INTERMEDIANDO AS ATRAÇÕES NANI AZEVEDO E PASTOR MANOEL PEDRO, NO ANO DE 2013, OCASIÃO EM QUE OCORREU O EVENTO GOSPEL NESTA CIDADE; QUE PAGOU PELA CARTA DE EXCLUSIVIDADE DESTES ARTISTAS O VALOR APROXIMADO DE R$ 30.000,00 (TRINTA MIL REAIS); QUE ACHA QUE NÃO FOI GERADA NOTA FISCAL DESSA CONTRATAÇÃO; QUE NÃO SE RECORDA A DATA DE QUANDO FIRMOU ESSA CARTA DE EXCLUSIVIDADE; QUE PAGOU ESSE VALOR EM PARCELAS, NÃO SE RECORDANDO A QUANTIDADE; QUE EM SETEMBRO/2013 REVENDEU ESSES ARTISTAS PARA A PMG, POR UM VALOR QUE NÃO SE RECORDA; QUE ESTA FOI A ÚNICA VEZ QUE COMPROU CARTA DE EXCLUSIVIDADE DE ARTISTAS (…) QUE SUA EMPRESA NÃO POSSUI EMPREGADOS E ENCONTRA-SE SEDIADA NA CASA DE SUA GENITORA, LOCAL ONDE FUNCIONA O SEU ESCRITÓRIO; QUE NÃO TEM VÍNCULO DE PARENTESCO COM OS DEMAIS INVESTIGADOS, COM EXCEÇÃO DE SEU ESPOSO QUE É PROPRIETÁRIO DA EMPRESA JOAQUIM JOSÉ PEREIRA ME (...)”.

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SANDRA MUNIZ EVANGELISTA – fl. 433.

“(…) QUE TAMBÉM PARTICIPOU DA CONTRATAÇÃO, POR CARTA DE EXCLUSIVIDADE RELATIVOS ÀS BANDAS LIMÃO COM MEL E RAPAZZOLA; QUE COMPROU AS DATAS DE REVEILON DO ESCRITÓRIO DOS EMPRESÁRIOS DAS BANDAS CITADAS E, POSTERIORMENTE, AS REVENDEU PARA A PMG; QUE PAGOU NA ÉPOCA, PELO QUE SE RECORDA, R4 120.000,00 PARA ABANDA LIMÃO COM MEL E R4 70.000,00 PARA RAPAZZOLA; QUE GANHA POR COMISSÃO PELA INTERMEDIAÇÃO DA CONTRATAÇÃO DE 5% A 10 % DO VALOR DO CONTRATO (…) QUE VENDEU AS REFERIDAS BANDAS PELO VALOR GLOBAL DE R4 223.000,00; QUE A PRIMEIRA CONTRATAÇÃO NÃO GEROU NOTA FISCAL (...)”.

PAULO ROBERTO PRADO – FL. 435.

“(…) QUE NO ANO DE 2014, ÉPOCA DO SÃO JOÃO ANTECIPADO, A EMPRESA INVESTIGADA FIRMOU PARA A PMG, POR INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO; QUE A EMPRESA INVESTIGADA VENDEU A DATA ANTERIORMENTE COMPRADA DOS EMPRESÁRIOS DOS ARTÍSTICAS FALA MANSA, EDGAR MÃO BRANCA, MASTRUZ COM LEITE, CANÁRIOS DO REINO E AMOR DE CINEMA; QUE O CONTRATO GLOBAL FOI NO VALOR DE R$ 270.000,00 (DUZENTOS E SETENTA MIL REAIS) (…) QUE NO PERÍODO DECLINADO A EMPRESA INVESTIGADA TINHA CONTRATO DE EXCLUSIVIDADE DE DATA COM OS ARTISTAS CONTRATADOS, INCLUSIVE NOS CONTRATOS DE LICITAÇÃO HÁ CÓPIA DAS CARTAS DE EXCLUSIVIDADE; QUE NESSA CONTRATAÇÃO, REALIZADA ENTRE A EMPRESA INVESTIGADA E OS EMPRESÁRIOS DOS ARTISTAS DECLINADOS NÃO FOI EMITIDA NOTA FISCAL, MAS QUE CHEGA A LUCRAR DE 15 A 20% COM ESSA “INTERMEDIAÇÃO”; QUE O DECLARANTE HÁ VINTE ANOS TRABALHO COM ESSE SERVIÇO DE CONTRATAÇÕES DE BANDAS E ARTISTAS; QUE NÃO POSSUI VÍNCULO COM OS EMPRESÁRIOS DOS ARTISTAS DECLINADOS; QUE MESES ANTES DO SÃO JOÃO COMPROU DOS EMPRESÁRIOS DOS ARTISTICAS DECLINADOS AS DATAS ESPECÍFICAS EM QUE QUE OS ARTISTAS SE APRESENTARAM EM GUANAMBI; QUE COMO TINHA A EXCLUSIVIDADE DAS DATAS VENDEU PARA A PMG; QUE COMPRA A DATA COM ANTECEDÊNCIA PORQUE NA ÉPOCA DO SÃO JOÃO O ARTISTA RECEBE EM DOBRO (…)”.

RICARDO DE CASTRO BRANDÃO – FLS. 437/438.

“(…) QUE ME RECORDO QUE JÁ FORNECI SHOWS ARTÍSTICOS NESSE PERÍODO, REFERENTE AO PADRE ANTONIO MARIA E ROSA DE SARON, MAS QUE NÃO ME RECORDO O VALOR QUE PAGUEI

(17)

PELA COMPRA DA DATA DOS ARTISTAS (CARTA DE EXCLUSIVIDADE); QUE A NEGOCIAÇÃO É DIRETA COM O ESCRITÓRIO DO ARTISTA E RECEBI UMA COMISSÃO POR PASSAR A DATA CONTRATADA PARA A PREFEITURA DE GUANAMBI; QUE AO CONTRATAR A DATA COM O ARTISTA NÃO É EMITIDA NOTA DISCAL, POR ISSO NÃO TENHO COMO DECLINAR O VALOR QUE PAGUEI; QUE RECEBO POR ESSA INTERMEDIAÇÃO CERCA DE 5% A 8% DO VALOR DO CONTRATO, SENDO QUE ESTE VALOR É PAGO PELO ESCRITÓRIO DO ARTISTA (...)”.

VIVIANE KELE DE SOUZA NUNES SILVA – FLS. 444/445.

Portanto, conclui-se, que as contratações mencionadas, foram feitas de

forma irregular, uma vez que não se deu diretamente com os artistas, nem tampouco através de seus empresários exclusivos, mas sim, com empresas

intermediárias, que detinham “exclusividade” de comercialização do artista/banda somente para a data correspondente à contratada pela Prefeitura Municipal de Guanambi.

Ademais, é perfeitamente possível afirmar que há incompatibilidade entre a utilização de decretos emergenciais com o emprego de vultuosas verbas públicas na contratação de bandas e realização de festas em geral.

5. DO DIREITO

Segundo o comando geral, estampado no inciso XXI, do art. 37, da Constituição Federal, quaisquer obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública, exceção aberta quando presente uma das hipóteses grafadas na Lei nº 8.666/1993 (LL), artigos 24 (dispensa de licitação) e 25 (inexigibilidade de licitação por inviabilidade de competição), hipóteses que legitimam a contratação direta entre o poder público e o particular.

(18)

Analisando, em especial, o comando grafado no inciso III, do artigo 25, da LL que admite a contratação por inexigibilidade de licitação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente, ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública, há que se observar a ocorrência de três requisitos legais, quais sejam: (1) o(s) contratado(s) serem profissional(ais) do setor artístico (lato sensu); (2) contrato firmado pelo próprio contratado ou por meio de empresário exclusivo e, (3) consagração do artista pela crítica especializada ou pela opinião pública.

No caso dos autos, não há dúvidas de que tais requisitos não foram observados pelos ACIONADOS.

Isso porque, conforme acima mencionado, todas as contratações diretas, firmadas pelo Município de Guanambi, foram realizadas por meio de intermediadores, o que tornaram as contratações mais onerosas aos cofres públicos ou, ainda, por meio de empresário não exclusivo.

Conforme registram os autos,

as contratações ora

vergastadas foram firmadas com empresas de eventos

detentoras de carta de exclusividade especifica para uma

determinada data e local.

Ocorre que, tal circunstância não é suficiente para

calçar a contratação direta, posto que, se a exclusividade é

condicionada e temporária, em regra não haverá impossibilidade

de competição. Nesse caso, a melhor alternativa para o poder

(19)

público é contratar o profissional, pelas vias ordinárias, em datas

nas quais haja disponibilidade, posto que qualquer outra

intelecção ensejará a violação do dever constitucional de licitar.

Noutras palavras, esse tipo de contratação configura desvirtuamento da licitação, sendo fortemente combatido pelos Tribunais de Contas, visto que nos termos da Lei, empresário exclusivo é aquele que tem uma relação constante e duradoura com o artista e não pontual, aleatória.

Neste sentido, vale insistir na ontológica diferença entre o EMPRESÁRIO EXCLUSIVO e MERO INTERMEDIÁRIO.

Enquanto o empresário exclusivo representa determinado artista, com exclusividade, o intermediário (caso dos autos) é aquele que agencia eventos em datas específicas.

Sobre o tema, assim pontuou o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais:

“(...) Pela irregularidade da contratação direta dos shows, mediante inexigibilidade de licitação, pelas razões a seguir expostas: (…) a empresa (…) detinha a exclusividade de venda das referidas bandas apenas nas datas dos referidos shows, o que comprova que esta foi apenas uma intermediária na contratação dos grupos. A dita exclusividade seria apenas uma garantia de que naquele dia a empresa (…) levaria o referido grupo para o show de seu interesse, ou seja, a contratada não é empresária exclusiva das bandas em questão, o que contraria o art. 25, III da Lei de Licitações. (…) a figura do empresário não se confunde com a do intermediário. Aquele é o profissional que gerencia os negócios do artista de forma permanente, duradoura, enquanto que o intermediário, hipótese tratada nos autos, agencia eventos em datas aprazadas, específicas, eventuais. (…)”. (Denúncia n.º 749058. Sessão do dia 09/10/2008)”.

(20)

No mesmo sentido, manifestou-se o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, assentando que:

“(…) É entendimento assento neste Tribunal ser imprescindível o ajustamento direto com o artista ou com seu empresário exclusivo para o regular processamento da inexigibilidade de licitação prevista no inciso III do artigo 25 da Lei nº 8.666/93. É ilegal, portanto, a contratação direta de empresa para intermediar e viabilizar estrutura para a realização de show artístico’’ (TC1060/009/10, julgado em 09/06/2015, pelo relator Conselheiro Edgard Camargo Rodrigues).”

Destaque-se também, por oportuno, o seguinte trecho de voto condutor, exarado pelo Conselheiro Dimas Eduardo Ramalho, nos autos do TC 17880/026/11:

A contratação de artista, por inexigibilidade, visa a prestigiar o caráter personalíssimo do seu trabalho, o que inviabiliza a adoção de critérios objetivos para a realização de certame licitatório. No entanto, caso haja pluralidade de empresários, possível é a competição entre eles, impondo-se a prévia licitação.”

Também na mesma linha, trazemos à colocação o entendimento esposado em caso semelhante pela Conselheira Doris Coutinho do Tribunal de Contas do Tocantins1,in verbis:

(....) a empresa contratada pelo responsável funcionou na presente contratação direta como intermediária, já que como resta provado nos autos a 'exclusividade' declarada nos documentos se deu somente nos dias definidos para apresentação no carnaval de Palmas o que não certeza não reflete a vontade do legislador quando exigiu na norma a exclusividade para fundamentar a inexigibilidade.

(21)

Na mesma trilha, assim se posicionou o Tribunal de Contas da União:

Na contratação direta de artistas consagrados, com base na hipótese de inexigibilidade prevista no art. 25, inciso III, da Lei n. 8.666/93, por meio de intermediários ou representantes, deve ser apresentada cópia do contrato de exclusividade dos artistas com o empresário contratado, registrado em cartório. O contrato de exclusividade difere da autorização que assegura exclusividade apenas para os dias correspondentes à apresentação dos artistas e que é restrita à localidade do evento, a qual não se presta a fundamentar a inexigibilidade. (Acórdão

351/2015-Segunda Câmara, TC 032.315/2011-2, relator Ministro-SubstitutoMarcos

Bemquerer Costa, 10.2.2015.)

No âmbito do judiciário, assim julgou o Tribunal Regional Federal da Terceira Região, em sede de Apelação em Ação Civil Pública promovida contra a Prefeitura do Município de Paranapuã:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE BENS. DECISÃO QUE POSTERGOU A ANÁLISE DA LIMINAR EM RAZÃO DA AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DA PRÁTICA DE ATO ÍMPROBO. CONTRATAÇÃO DE ARTISTAS PARA FESTIVAL CULTURAL POR MEIO DE EMPRESA INTERMEDIÁRIA. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DE INEXIGIBILIDADE PREVISTOS NO ARTIGO 25, III, DA LEI DE LICITAÇÃO. RECURSO PROVIDO. (AI 25817 SP 0025817-27.2012.4.03.0000, Relator DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM DI SALVO, julgamento 25/07/2013, órgão julgador: sexta turma).

Demonstrado, portanto, que as contrações diretas foram realizadas por intermediadores, através de cartas de exclusividades temporárias (fls. 489, 495, 504/505, 522/526, 533/537 e 553/554), não há dúvidas da prática dos atos ímprobos vergastados.

(22)

6. DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Prevê o art. 10 da Lei n. 8.429/92 que:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

(…)

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou

dispensá-los indevidamente;

Já o seu art. 11 assim estabelece:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

Ora, da análise das provas produzidas no Inquérito Civil anexo restou demonstrado: a) a prática de atos visando frustrar a regularidade do procedimento licitatório, inclusive com a utilização de inexigibilidades irregulares; b) a atuação de agentes públicos (prefeito, secretários municipais e servidores públicos); c) o dolo, ou seja, ciência de que está sendo praticado um ato ilegal, ou mesmo a título de culpa grave, com a não adoção das cautelas necessárias, especialmente diante do conteúdo dos decretos municipais de emergência e a instrução do TCM do Estado da Bahia acima declinados; e d) o dano ao erário, já que os intermediadores dos astistas e bandas contratadas chegavam a ganhar até 20% do valor do contrato firmado com a municipalidade.

(23)

O dano à Administração Pública não decorre somente da diferença de preço, ou da ausência da prestação de serviço, mas da própria contratação irregular em si.

E mais, o fato de o contrato ter sido concluído não pode ser considerado em prejuízo dos demais princípios constitucionais, como os da legalidade, moralidade, impessoalidade e economicidade, porquanto não é dado ao administrador descurar-se da regra de que em direito público o que não expressamente permitido é proibido.

Em casos como este colocado ao crivo do Poder Judiciário, o magistrado precisa ter a sensibilidade de saber que, salvo nos casos de puerilidade extrema, não haverá demonstração cabal das circunstâncias objetivas e subjetivas ensejadoras que cercam o ato de improbidade, e sim um conjunto de indícios que possibilitará um convencimento neste sentido. E o conjunto dos autos é forte o suficiente para concluir pela configuração da conduta ímproba imputada.

Extrai-se, também, dos documentos em anexo, que os requeridos não observaram o dever de honestidade ao burlarem exigência da realização de licitação prévia por ocasião da contratação realizada mediante inexigibilidade de licitação, bem como desrespeitaram a legalidade por não cumprirem os procedimentos exigidos pela Lei 8.666/93 e, por fim, violaram o dever de lealdade com a administração pública, uma vez que se espera dos agentes públicos o cumprimento fiel da lei e uma boa representação dos interesses dos órgãos públicos.

Sendo assim, há elementos suficientes que justificam a aplicação das sanções cominadas no artigo 12, incisos II e III, da referida Lei de Improbidade Administrativa.

(24)

7 – DA INDISPONIBILIDADE DE BENS

Para assegurar o completo ressarcimento dos danos causados e a imposição das sanções de cunho patrimonial, mister a decretação judicial da indisponibilidade dos bens em nome dos réus.

Aludida medida, em consonância com o art. 37, § 4°, da Constituição Federal, veio regulada expressamente pela Lei 8.429/92, in verbis:

Artigo 7°. Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

(…)

Artigo 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeiraao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

Os fundados indícios de responsabilidade do ato de improbidade administrativa, representativos do fumus boni iuris da medida, encontram-se devidamente comprovados, por meio dos documentos acostados aos autos.

Quanto ao periculum in mora, a melhor doutrina entende seja ele presumido, tratando-se de responsabilização por atos de improbidade. Nessa linha, impende destacar o magistério do eminente Wallace Paiva Martins Júnior, in verbis:

A indisponibilidade de bens exige os pressupostos gerais da medida de cautela (fumus boni juris e periculum in mora), considerando que o

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periculum in mora é presumido porque o § 4° do artigo 37 da Constituição Federal, ao determinar de modo expresso que 'os atos de improbidade administrativa importarão ... a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário...' (sublinha- se), e sendo a primeira figura nitidamente acautelatória – diversamente da segunda - , evidentemente manda presumir, em relação a ela, o requisito do 'periculum in mora'. O dispositivo constitucional demonstra claramente a imprescindibilidade da providência quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público. Daí a razão do artigo 7° da Lei n° 8.429/92 não esclarecer quais os requisitos exigíveis para a sua concessão, diferentemente de outras medidas acautelatórias2.

É nesse sentido que caminha a jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE BENS. DECISÃO QUE POSTERGOU A ANÁLISE DA LIMINAR EM RAZÃO DA AUSÊNCIA DE INDÍCIOS DA PRÁTICA DE ATO ÍMPROBO. CONTRATAÇÃO DE ARTISTAS PARA FESTIVAL CULTURAL POR MEIO DE EMPRESA INTERMEDIÁRIA. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DE INEXIGIBILIDADE PREVISTOS NO ARTIGO 25, III, DA LEI DE LICITAÇÃO. RECURSO PROVIDO. 1. A Prefeitura Municipal de Paranapuã firmou o convênio com o Ministério do Turismo objetivando recursos públicos para realizar o "1º Festival Cultural de Paranapuã". Ocorre que a contratação de artistas junto à empresa "M. Sampaio Promoções Artísticas Ltda" foi celebrado mediante Processo de Inexigibilidade de Licitação. 2. Para configurar a hipótese de inexigibilidade de licitação prevista no inciso III, do art. 25, da Lei de Licitações, a contratação dos artistas deve se dar diretamente com o artista ou através do seu empresário exclusivo, que é aquele que gerencia o artista de forma permanente. A figura do empresário exclusivo não se confunde com o mero intermediário na medida em que este detém a exclusividade limitada a apenas determinados dias ou eventos. 3. No caso, os atestados firmados pelos representantes legais dos artistas declaravam que a exclusividade se limitava aos shows do dia 03 ou 04 de maio no 1º Festival Cultural de Paranapuã. 4. Assim, não foram preenchidos os requisitos do inciso III do art. 25 da Lei nº 8.666/93 uma vez que a contratação não foi diretamente com os artistas ou através de empresário exclusivo, mas sim por meio de pessoa interposta. 5. Quanto

(26)

ao periculum in mora, decorre da simples presença do requisito inaugural (fumus boni iuris), já que a jurisprudência do STJ localiza no § 4º do art.

37 da Constituição a base irretorquível dessa providência, tão logo seja visível a verossimilhança das práticas ímprobas. 6. Agravo de instrumento provido para decretar a indisponibilidade de bens dos agravados. “(TRF-3 - AGRAVO DE INSTRUMENTO : AI 25817 SP 0025817-27.2012.4.03.0000)”.

E, vale destacar que para a decretação da indisponibilidade de bens, conforme ora requerido, não é necessário a individualização dos bens pelo “parquet”. Isso porque, diferentemente do sequestro de bens, a indisponibilidade destes prescinde de individualização.

De fato, a exegese do art. 7º da Lei 8.429/1992, conferida pela jurisprudência do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (precedente, REsp Nº 1.177.290 - MT) é de que a indisponibilidade pode alcançar tantos bens quantos forem necessários a garantir as consequências financeiras da prática de improbidade, mesmo os adquiridos anteriormente à conduta ilícita.

Dessa forma, poder-se-á garantir a efetividade de toda atividade jurisdicional a ser desenvolvida no presente processo, reprimindo atos contrários aos mais fundamentais princípios da administração pública e evitando-se que o trabalho do Poder Judiciário se torne mera “carta de intenções”, sem reflexos sociais concretos, o que traria ainda mais descrédito à Justiça diante dos olhos do cidadão!

Com isso, para fins de quantificação dos valores visando o bloqueio de bens, no caso de eventual condenação dos Réus ao pagamento de multa civil e ao ressarcimento integral do dano, na medida de sua respectiva culpabilidade, DEVE-SE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO A QUANTIA DISCRIMINADA NESTA INICIAL, referente ao período de 2012 a 2014.

(27)

Isto posto, com base na robusta prova documental carreada aos autos, bem como na indiscutível necessidade da celeridade no provimento jurisdicional requerido, com vistas a evitar a dilapidação do patrimônio dos réus, frustrando assim o pagamento da condenação pleiteada, é a presente para requerer a concessão liminar de medida cautelar, com fundamento nos termos do art. 7º, da Lei nº. 8.429/92 c/c o art. 12, da lei 7.347/85, no sentido de que seja determinado o IMEDIATO BLOQUEIO

DOS BENS DOS RÉUS, até o limite do valor de R$ 1.100.500,00 (hum milhão, cem mil e quinhentos reais), até provimento jurisdicional final.

8. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, o Ministério Público do Estado da Bahia, requer:

1) A comunicação pessoal dos atos processuais, nos termos do art. 41, IV, da Lei n. 8.625/93, a este membro do Ministério público, subscritora da inicial, no endereço constante no rodapé;

2) Nos termos do art. 7º, da Lei nº. 8.429/92 e do art. 12, da lei 7.347/85, a concessão de medida cautelar de indisponibilidade de bens, a fim de determinar o imediato bloqueio dos bens dos réus até o valor de R$ 1.100.500,00 (hum milhão, cem mil e

quinhentos reais), mais juros e correção monetária, relativo ao período de 2012 a 2014, e até provimento jurisdicional final.

2.1) Com a finalidade de dar cumprimento ao item “3”: a) seja realizada a

indisponibilidade on-line do montante especificado (via sistema do Banco Central de

penhora on-line, BACEN-JUD), o mesmo ocorrendo com veículos automotores

(RENA-JUD). Não sendo isso possível, seja oficiado o Banco Central do Brasil, por

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ativos financeiros existentes em nome dos Réus; b) e, subsidiariamente, seja oficiado ao Cartório do Registro de Imóveis de Guanambi informando a decretação da medida acima, com a indisponibilidade dos imóveis em nome dos requeridos, necessários ao ressarcimento dos danos, de tudo informando este r. Juízo, sem prejuízo do envio, a este Juízo, de certidão do Livro Indicador Pessoal (artigos 132, IV, Livro D, e 138, da Lei 6.015/73), no qual conste ou tenha constado algum bem em nome dos requeridos ou de seus cônjuges, quando for o caso; c) outrossim, requer seja informado todos os imóveis que os requeridos possuíam e/ou possuíram nos últimos 05 (cinco) anos, e, ainda, seja oficiada a ADAB de Guanambi para que informe a eventual existência de reses de propriedade dos ACIONADOS , e, em caso positivo, registre, imediatamente e no mesmo ato, a indisponibilidade dos semoventes, impedindo qualquer alienação e transporte de animais dos réus, bem como encaminhe todos os dados constantes naquela repartição sobre localização do gado, de tudo informando este r. Juízo;

3) Seja observado o rito processual estabelecido na Lei de Improbidade Administrativa, inclusive com a notificação dos réus para, querendo, apresentarem resposta escrita, em quinze dias, nos termos do artigo 17, § 7o da Lei nº 8.429/92;

4) Após, o recebimento da petição inicial, a citação dos réus para, querendo, contestá-la (artigo 17, §§ 8o e 9o, Lei nº 8.429/92);

5) No mérito, a condenação dos acionados nas sanções previstas no art. 12, incisos II e III, da Lei nº 8.429/92;

6) A condenação dos acionados ao pagamento dos ônus sucumbenciais;

7) A observância do art. 18 da Lei 7.347/85 quanto aos atos processuais requeridos pelo Ministério Público;

(29)

8) A intimação do Município de Guanambi para, querendo, atuar como litisconsorte ativo, passando a integrar a lide, nos termos do artigo 17, § 3º da Lei nº 8.429/92, c/c artigo 6º, § 3º da Lei nº 4.717/65.

O Ministério Público pretende provar os fatos alegados através de todos os meios de prova em direito admitidos. Após a devida angularização da relação jurídico-processual, por se tratar de matéria eminentemente de direito, cuja eventual necessidade de dilação probatória é eminentemente documental, em conformidade com o quanto previsto no art. 319, VII, do CPC, entende o “parquet” desnecessária a designação de audiência, visando à obtenção de conciliação ou de mediação entre as partes. No entanto, na hipótese de sobrevir fato superveniente diverso deste entendimento, requer e protesta o Ministério Público pelo direito de produzir todo e qualquer tipo de prova em direito admitido, em especial o depoimento pessoal dos demandados.

Dou a causa o valor de R$ 1.100.500,00 (hum milhão, cem mil e quinhentos reais).

Guanambi/BA, 01/02/2017.

TATYANE MIRANDA CAIRES DE MANSINE CASTRO Promotora de Justiça

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