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Redes 4G: Aplicação de Modelos de Propagação

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Academic year: 2021

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Redes 4G: Aplicação de Modelos de Propagação

Este tutorial apresenta estudo prático sobre os modelos de propagação mais usados e de sua aplicação no planejamento de cobertura em redes wireless da próxima geração.

Adriano Almeida Goes

Adriano foi o primeiro colocado no II Concurso Teleco de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) 2006.

Formado em Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações (2006) e mestrando em Gestão de Redes de Telecomunicações pela Pontifícia Universidade Católica Campinas, SP.

Atualmente é trabalha como engenheiro de redes na área de transmissão da VIVO S/A, possuindo mais de 10 anos de experiência trabalhando na construção de sistemas para gerência de redes e desenvolvimento de softwares.

É membro do grupo de pesquisas avançadas em comunicação wireless da PUC Campinas com trabalhos publicados em congressos nacionais e internacionais. Integrante do Grupo de Avaliação Brasileiro do IMT-2000, que coordena a pesquisa em IP-OFDMA como uma nova tecnologia 3G.

É também redator da revista Saber Eletrônica, com interesse em projetos na área de redes sem fio, processamento de sinais, gerência de redes para desenvolvimento de sistemas de telecomunicações.

E-mail: goes.adriano@gmail.com

Duração estimada: 20 minutos

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Redes 4G: Introdução

Cada vez mais, as redes de telefonia celular necessitam de altos investimentos para suportar as mudanças tecnológicas e a implantação de serviços que demandem de alta taxa e disponibilidade como, por exemplo, a transmissão de dados e vídeo. Tais redes possuem desempenho dependente da posição do usuário e principalmente de sua mobilidade.

Como qualquer rede empregada em ambiente público, à rede celular está todo o tempo sujeita às intempéries devido a sua grande mobilidade. Isto requer que estas redes sejam muito bem estruturadas e capacitadas para atender às mínimas exigências de qualidade no serviço prestado.

Este tipo de arquitetura atende bem atualmente serviços que não necessitem de alta conectividade como, por exemplo, email, protocolo HTTP, entre outros. Porém, para serviços como video-on-demand, músicas e transmissão ao vivo, que dependem de alta disponibilidade e desempenho da rede para funcionar, pode-se verificar que existem ainda sérias dúvidas quanto ao real desempenho que será alcançado sem que uma ampla capacidade seja implantada. Além disso, ao tratar-se de aplicações móveis deve-se orientar um estudo mais detalhado sobre as condições do ambiente no qual o sistema será implantado, uma vez que se podem observar diversos fenômenos que degradam significativamente a eficiência da rede.

Entretanto, criar um sistema inteligente que identifique o modelo de propagação mais adequado, que realize um mapeamento das condições do ambiente, da mobilidade do usuário e que equalize dentre uma série de parametrizações qual a melhor maneira de planejar a rede afim prover o serviço que atenda os parâmetros de QoS envolvidos por aquele perfil de usuário, não é uma tarefa fácil.

As características construtivas das redes de acesso sempre devem ser consideradas, pois impactam diretamente a política de QoS. Os processos de tráfego correlacionados estabelecem os processos de chegada e duração de tráfego através do perfil de usuário e demandas dos diversos serviços. Os processos de propagação afetam diretamente o desempenho da rede, que por sua vez, possui as características de tráfego.

Por isso, este artigo propõe o estudo de diversas situações de propagação e mobilidade. O objetivo de cada modelo é recriar através de expressões matemáticas, fenômenos comuns às transmissões sem fio e aplicá-las de forma prática em equipamentos e serviços. Este planejamento é muito importante permitindo até atribuir ganhos ao número de usuários da rede e com isso maximizar a sua capacidade trazendo assim enormes benefícios econômicos na implantação.

A tentativa de encontrar um modelo adequado para representar a propagação em ambientes diversos, principalmente para aplicações móveis, tem sido um grande desafio para os engenheiros de telecomunicações.

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Redes 4G: Propagação Estudo de Propagação

O estudo de propagação é obtido com o envolvimento de aspectos de propagação através de modelos em conjunto com parâmetros de avaliação de desempenho de redes de dados. Realiza-se uma simulação de eventos usando software específico que simula os fenômenos de propagação para avaliação do desempenho de rede de dados sem fio com alteração da taxa de transmissão (ou nível de modulação), relacionado com parâmetros de propagação, considerando aspectos do ambiente através do fator de atenuação e interferência entre células, com arranjos celulares para reuso de freqüências.

As considerações sobre propagação seguem as definições clássicas através dos modelos de espaço livre e shadowing onde se estuda inicialmente apenas os modelos sem mobilidade, para depois ser introduzido mais esta variável. A atenuação no espaço livre é a forma mais utilizada em função da simplicidade para avaliação do efeito da atenuação de sinal na cobertura de sistemas sem fio.

O fenômeno de propagação a ser analisado é a atenuação sofrida pelo sinal no espaço livre. A melhor analogia é imaginar uma esfera que vai se expandindo e com isto diminuindo a potência por metro quadrado. Este modelo é denominado de espaço livre, pois não existe a influência de nenhum obstáculo ou superfície no processo de propagação. O modelo de espaço livre pressupõe uma condição ideal de propagação, onde há somente um caminho entre o transmissor e o receptor.

À medida que a onda se afasta da antena isotrópica (que irradia igualmente em todas as direções), na forma de uma esfera que se expande, existe uma diminuição da potência por unidade de área, como mencionado anteriormente. Considerando um sistema de transmissão com potência de transmissão Pt em Watts e ganhos das antenas de transmissão e recepção Gt e Gr respectivamente, a potência recebida pode ser determinada pela expressão:

[1]

Onde Pt é a potência de transmissão em Watts, Gt é o ganho da antena de transmissão, Gr é ganho da antena de recepção, l é o comprimento de onda e d a distância entre o transmissor e o receptor.

Pela expressão (2) é possível observar que o único fator que afeta a atenuação, além da distância em que se encontra o receptor, é a freqüência. Ou seja, quanto maior a freqüência maior a atenuação. Entretanto, com o aumento da freqüência é possível construir antenas com ganhos maiores em função do menor comprimento de onda, que é o fator utilizado para dimensionamento das antenas.

Por questão de facilidade define-se a atenuação no espaço livre como a expressão:

[2]

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Em função de grandes atenuações sofridas pelo sinal, o mais comum é calcular a atenuação L em dB através da expressão:

[3]

Na prática, utiliza-se uma relação entre a potência recebida de um ponto de referência em uma distância do e a potência recebida na distância d de interesse. Desta forma o cálculo da atenuação pode ser feito através da relação entre a distância de interesse e a distância de referência, considerando o fator de atenuação β que especifica o ambiente. Para atenuação no espaço livre é considerado β=2.

Este modelo é interessante, pois permite uma caracterização de ambientes com a alteração do fator de atenuação β. A expressão abaixo apresenta esta relação:

[4]

Onde β é o fator de atenuação, determinando o modelo que reflete o ambiente. A expressão (4) mostra que a relação entre a potência recebida na distância de referência e a potência recebida na distância de interesse é proporcional à relação entre a distância do ponto de referência até o receptor e a distância de referência. Observe que o fator de atenuação β estabelece o rigor da atenuação a ser imposta ao sinal.

Com o parâmetro β é possível apresentar diferentes cenários testados desde o mais estável até o bastante severo. Os valores do β variam entre 2 e 6 como mostra a Tabela 1 [RAPPAPORT].

Tabela 1: Fator de atenuação β.

Ambiente β Espaço Livre 2 Outdoor Área urbana 2,7 a 5 LOS 1,6 a 1,8 Indoor Obstruído 4 a 6

Em geral utiliza-se uma média das medidas recebidas na distância d em Watt e convertidas para dB como na expressão:

[5]

Observe a inversão entre a potência recebida no ponto de referência do e a potência recebida no ponto de interesse.

(5)

Para se chegar ao modelo de Shadowing é necessário incluir uma variável aleatória que mostra a incerteza da potência recebida. Para tanto na expressão (6) é incluída uma variável aleatória que representa a incerteza do sinal recebido. A expressão para representar esta incerteza é a seguinte:

[6]

Onde X é uma variável aleatória log-normal Gaussiana e XdB é uma variável aleatória Gaussiana com média zero e desvio padrão σdB. O valor do desvio padrão representa a caracterização de diferentes ambientes. A próxima tabela mostra valores do desvio padrão para diversos ambientes.

Tabela 2: Desvio padrão para ambientes.

Ambiente σdB (dB)

Outdoor 4 a 12

Escritório com paredes 7 Escritório com divisórias 9,6

Linha de visada 3 a 6

Sem linha de visada 6,8

À distância d é mensurável, d0 é uma distância referência e Xb é uma variável aleatória log-normal, considerada somente na simulação.

Estudo de Área e Taxa de Transmissão

Outro aspecto interessante a ser abordado são os efeitos de propagação nas redes de acesso quanto à mobilidade e localização do usuário em relação à ERB. A figura 1 apresenta o diagrama de blocos para a execução da modulação adaptativa. Neste caso, para a tecnologia dependendo do fator de atenuação teremos uma variação na porcentagem de área de cobertura e também uma variação na proporção de área de cada nível de modulação, que afeta diretamente a taxa efetiva oferecida pela célula.

Figura 1: Bloco para Modulação adaptativa. Fonte: Andrews, 2007.

A figura 2 apresenta as diferentes regiões com diferentes níveis de modulação e taxa de bits. Neste cálculo é usado o fator de sensibilidade apresentado pelo equipamento e inserido no software como um dos parâmetros. Esta figura pode ser interpretada como um mapa de taxa de bits e nível de modulação.

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Figura 2: Associação dinâmica de técnicas de modulação. Fonte: Marks, 2003.

Para se calcular a área em cada nível de modulação, utilize-se a expressão abaixo:

[7]

Onde, r1 e r2 são as áreas de limite de cada nível de modulação e o θ é o ângulo da antena. Os limites r1 e r2 são variáveis e dependem do ambiente.

O raio total da circunferência para cada nível de modulação pode ser calculado por:

[8]

A expressão (8) delimita cada nível de modulação e mostra que o raio da circunferência depende do ambiente e das causas da influência em todos os níveis de modulação e na capacidade dos serviços.

Com este resultado é construída a cobertura de propagação, considerando um terreno plano. A área total da propagação é dada pela equação (9):

[9]

Onde, n é o número de níveis de modulação.

Além disso, tratando-se de sistemas móveis ainda temos as questões de multipercurso que podemos mostrar de forma muito intuitiva através da figura 3 abaixo.

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Figura 3: Modelo de canal 3GPP para simulações MIMO.

Nesta figura temos um terminal móvel recebendo uma cadeia de sinais de caminhos, sendo que para o Wimax podemos utilizar a somatória destes sinais como uma forma otimizar a recepção, diferentemente de sistema como GSM que tratam este tipo de fenômeno como interferência.

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Redes 4G: Modelos de Propagação

A maioria dos modelos fornece o valor mediano do sinal. Torna-se assim necessário conhecer a estatística do sinal para determinar a sua variação. A abordagem do problema da estimação do sinal não pode ser feita de modo exclusivamente determinística. A estimação correta do sinal, e o desenvolvimento de modelos para o efeito, implicam o conhecimento de todos os fatores que influenciam a propagação em comunicações móveis.

O sinal está normalmente sujeito a dois tipos de desvanecimento: lento, dependente essencialmente da distância, com distribuição log-normal e rápido, associado ao movimento do terminal e ao multipercurso, com distribuição de Rice.

É importante conhecer as distribuições estatísticas adequadas ao sinal rádio de forma a ter um conhecimento completo do seu comportamento no meio de propagação.

Os modelos de Propagação dividem-se em duas grandes categorias:

• Empíricos: baseados em medidas e conduzindo a relações simples entre a atenuação e a distância; • Teóricos: requerendo a utilização de bases de dados topográficas e utilizando os métodos das

ligações fixas.

As principais características dos modelos Empíricos são:

• Conduzir a curvas e equações que melhor se ajustam às medidas;

• Ter a vantagem de contabilizar todos os fatores que afetam a propagação;

• Necessidade de estarem sujeitos à validação para locais, freqüências e condições de diferentes ambientes.

Quanto aos modelos Teóricos, temos que: • Não contabilizam todos os fatores;

• Não tem em consideração o ambiente em que o móvel se desloca; • Permitem uma fácil alteração para outros valores dos parâmetros; • Dependem da definição de bases de dados geográficos.

Não existe um modelo de aplicação genérico em todos os tipos de ambientes, freqüências e parâmetros, assim, atualmente são utilizados modelos híbridos que contemplam as características tanto dos modelos empíricos quanto dos teóricos. Estes modelos têm certa flexibilidade podendo ser aferidos com medidas reais realizadas nos ambientes de propagação específicos onde são utilizados.

Desta forma, minimiza-se o erro entre a estimação do sinal previsto pelo modelo de propagação e a posterior realidade, quando da implementação física da estação rádio base. Porém, a aplicação de modelos com uma componente empírica requer a classificação de ambientes.

É usual se distinguir três grandes categorias: • Rural;

• Suburbano; • Urbano.

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Existem vários tipos de classificações, geralmente associadas a modelos de propagação distintos. A classificação de ambientes considera, entre outros, os parâmetros seguintes:

• Ondulação do terreno; • Densidade da vegetação; • Densidade e altura dos edifícios; • Existência de áreas abertas; • Existência de superfícies aquáticas.

Os edifícios vão provocar a existência de numerosos raios refletidos causando desvanecimento, e de zonas não iluminadas diretamente onde a atenuação é grande. A atenuação e reflexão variam de acordo com os materiais de construção.

A existência de ruas conduz a fenômenos de propagação guiada, com características diferentes nas ruas radiais e nas circunferenciais. A proximidade dos edifícios entre si, e destes ao terminal móvel, pode conduzir a erros elevados na aplicação dos modelos de obstrução múltipla por lâminas, usados nas ligações fixas.

Devido a estas características, a tarefa de aferição do modelo de propagação com base em medidas reais é extraordinariamente difícil e geralmente ocorrem desvios significativos entre a previsão de sinal e a realidade posteriormente implementada.

Com base nisso mostraremos a seguir os modelos mais comuns utilizados no mercado e os mais apropriados para a nova geração de redes, sendo eles o modelo de Okumura-Hata, Ikegami-Walfisch e Erceg.

Modelo de Okumura-Hata

O modelo empírico que serve atualmente de padrão foi proposto por Okumura em 1968, baseado em medidas na banda [150, 2000] MHz. Okumura apresenta os resultados em forma de curvas, posteriormente, Hata em 1980 estabeleceu expressões que aproximam algumas dessas curvas.

Foram realizados dois testes em larga escala entre 1962 e 1965 com várias estações emissoras transmitindo em várias bandas numa grande variedade de ambientes de propagação, tentando explorar os fatores fundamentais que influenciam a propagação desde a morfologia do terreno à existência de edifícios, orientação de ruas, existência de superfícies abertas, superfícies aquáticas, etc.

O Modelo Hata é válido somente dentro dos seguintes parâmetros:

Sendo que para o uso do modelo proposto em ambientes urbanos devemos seguir a expressão:

[10]

(10)

Uma vez que hm é a altura da antena do terminal móvel e para isso devemos calcular a sua correlação, ¦ é freqüência em MHz utilizada, hb é a altura da antena na estação radio base e d é a distância em relação do terminal ao sistema irradiante.

[11]

Já para calcularmos em relação às ambientes suburbano devemos decrementar o valor calculado no ambiente urbano, através da seguinte expressão:

[12]

Do mesmo modo temos a expressão para ambientes rurais:

[13]

Este modelo é amplamente utilizado para as redes celulares na banda de 800 MHz / 900 MHz. Como outras redes começam a operar em 1800 MHz / 1900 MHz, o modelo Hata foi modificado pela Européia COST, para se adaptar a estas novas faixas de freqüência, sendo muitas vezes referido como o Modelo COST-231 Hata.

Na figura 4, seguem as curvas de Pathloss do modelo Okumura-Hata, utilizando um software de simulação desenvolvido para analisar as características de cada um destes modelos.

Figura 4: Curvas de Pathloss no modelo Okumura-Hata (vermelho=Rural, azul=Urbano).

Da mesma forma, podemos plotar os gráficos anteriores em forma de área e introduzir o sistema de modulação adaptativa que modifica a taxa do terminal móvel a fim de garantir a conectividade, conforme mostrado na figura 5.

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Figura 5: Modelo de Hata para dois tipos de ambiente rural e urbano.

O WiMAX Fórum recomenda usar o Modelo COST231 Hata em simulações e no planejamento de sistemas macrocelular em ambas as zonas urbanas e suburbanas com aplicações para a mobilidade. Além disso, recomenda acrescentar uma margem de 10 dB sobre o Pathloss.

Modelo de Ikegami-Walfisch

O COST 231 também desenvolveu um modelo que conjuga os modelos de Ikegami e de Walfisch-Bertoni com os resultados de medidas realizadas na cidade de Estocolmo [COST 231, TD(91) 73]. O modelo assume o pressuposto de que apenas há o ambiente urbano.

A grande inovação do modelo do COST 231 está relacionada com a consideração de fenômenos de propagação guiada quando existe linha de vista entre a estação-base e o móvel na direção de uma rua cercada por edifícios diferentemente da propagação em espaço livre.

Nos outros casos, o modelo COST 231 Walfisch-Ikegami é composto por três termos e restringido pela atenuação de espaço livre: o primeiro termo representa a atenuação de espaço livre, o segundo termo a atenuação por difração e dispersão no topo dos edifícios (roof-top-to-street diffraction and scatter loss) e o terceiro a atenuação já ao nível das ruas devido às múltiplas difrações e reflexões que ocorrem (multi-screen diffraction loss).

A atenuação por Pathloss é dada por:

[14]

Onde, Lfs é a perda de espaço livre, Lrts é a perda por difração do último andar para a rua, e Lmsd é a perda por multipercurso.

Para os parâmetros típicos como: altura da antena da Base Station (ERB) = 12,5 m, altura média das construções = 12 m, largura média das construções = 25 m, altura da antena da Mobile Station (celular) = 1,5 m, abertura da antena = 30º, e em um centro metropolitano, podemos simplificar a equação:

[15]

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Neste modelo, a difração é assumida como estando no modelo principal de propagação, e ele somente é válido para os seguintes ranges dos parâmetros:

Este modelo tem sido verificado na prática nas bandas que compreendem as faixas da telefonia celular, entre 900 MHz e 1800 MHz e distâncias compreendidas entre os 100 m e 3 km. O modelo Walfish-Ikegami aplica-se a pequenas células sendo recomendado pelo WiMAX Fórum.

Modelo de Erceg

O modelo de Erceg se baseia em dados recolhidos em campo de forma experimental na faixa de 1,9 GHz em 95 macrocélulas em todo Estados Unidos. As medições foram feitas em sua maioria em áreas suburbanas de New Jersey, Seattle, Chicago, Atlanta e Dallas.

O modelo IEEE 802.16 adotado pelo grupo como o recomendado para aplicações de banda larga, tem três variantes, com base no tipo de terreno:

• Erceg A é aplicável ao terreno montanhoso com forte densidade urbana;

• Erceg B é aplicável ao terreno montanhoso com baixa densidade urbana ou terreno plano; • Erceg C é aplicável ao terreno plano com baixa densidade urbana.

O Modelo de Erceg é um modelo slope-intercept dado por:

[16]

Onde, PL é a atenuação instantânea, e χ é a atenuação por multipercurso. Já o d0 deve ser maior ou igual a 100m. Além disso, o valor de A é dado por:

[17]

Percebe-se também que neste modelo as características do ambiente são dadas por:

[18]

(13)

A tabela 3 apresenta os valores de A, B e C para a construção de cada ambiente:

Tabela 3: Parâmetros do modelo Erceg.

Parâmetros Modelo A Modelo B Modelo C

A 4,6 4,0 3,6 B 0,0075 0,0065 0,005 C 12,6 17,1 20 sa 0,57 0,75 0,59 μS 10,6 9,6 8,2 σS 2,3 3,0 1,6

A versão estendida do modelo Erceg é válida para o conjunto dos seguintes parâmetros:

O Pathloss para a versão estendida do modelo de Erceg é expressa a seguir: [19] Sendo: [20]

Onde ΔPLf é a perda por faixa de freqüência, ΔPLhMS é a perda devido à altura da mobile station e ΔPLMS é a perda pelo espalhamento angular.

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A figura 6 apresenta a curva do Pathloss dos ambientes A, B e C para o modelo de Erceg:

Figura 6: Modelo de Erceg para ambiente rural, suburbano e urbano.

Assim, como citado anteriormente, percebe-se um melhor aproveitamento das faixas de modulação no ambiente rural conforme podemos observar no mapa de propagação apresentado na figura 7.

Figura 7: Mapa de propagação de Erceg para ambiente rural, suburbano e urbano.

Este modelo é uma das melhores escolhas para se trabalhar com o sistema Wimax Móvel, pois a sua faixa de freqüências pode chegar até 3,5 GHz.

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Redes 4G: Comparação entre Modelos Modelo de Erceg versus Shadowing

A grande vantagem do modelo empírico sobre o modelo matemático é que este traz diversas características de medidas em campo. Estas medidas fazem com que a curva de atenuação fique mais próxima da realidade.

Na figura abaixo se percebe claramente que o modelo de Erceg é muito rigoroso e traduz melhor o universo de propagação em cada em dos ambientes. Isto é importante principalmente no momento de planejar a cobertura de uma estação rádio base em detrimento das demais células da rede.

Figura 8: Modelo de Erceg x Shadowing para o ambiente urbano.

Com as características mostradas na figura anterior, podemos verificar uma alteração no mapa de propagação e conseqüentemente na distribuição de taxas entre as áreas de acesso. A figura abaixo mostra que o aproveitamento de taxa irá se alterar de um modelo para outro.

Figura 9: Modelo de Erceg x Shadowing para ambiente urbano.

O modelo de Erceg, conforme mostra a figura, traz melhores benefícios para se mapear as taxas no sistema de modulação adaptativa, como por exemplo, no planejamento de uma rede de cobertura Wimax Móvel (IEEE 802.16e-2005).

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Redes 4G: Considerações Finais

Neste artigo foram apresentados os principais e mais apropriados modelos para planejamento de redes 4G, incluindo nesta lista o sistema Wimax Móvel.

Esta visão mostra que devemos utilizar o modelo certo para cada aplicação, sob pena de subdimensionar ou superdimensionar o numero de estações rádio base.

Os profissionais que dominarem estes conceitos terão uma vantagem competitiva para adequar melhor a sua realidade. Sempre que pensarmos em um sistema celular ou mesmo em uma rede de dados, devemos dimensionar o sistema alinhado com a simulação através dos modelos de propagação.

Referências

1. "Air Interface for Fixed Broadband Wireless Access Systems", IEEE STD 802.16 - 2004, Outubro, 2004.

2. GOES, A.; BRANQUINHO, O. C; REGGIANI, N. “Effect of Flat Fading in 802.11 MAC for Cross Layer Evaluation Using Channel Emulator”. Em: WOWMOM, 2007- Helsinki - Finlândia.

3. "Air Interface for Fixed and Mobile Broadband Wireless Access Systems," IEEE P802.16e/D12, Fevereiro, 2005.

4. Hassan Yagoobi, "Scalable OFDMA Physical Layer in IEEE 802.16 Wireless MAN", Intel Technology Journal, Vol 08, Agosto, 2004.

5. Circular Letter 8/LCCE/153: Announcement of the submission of a candidate radio interface technology for consideration for inclusion in Recommendation ITU-R M.1457 as the sixth radio interface in the IMT-2000 terrestrial radio interfaces under the 8/LCCE/95 process.

6. Document 8F/1079-E: Additional Technical Details Supporting IP-OFDMA as an IMT-2000 Terrestrial Radio Interface, 10-Jan-2007.

7. Mobile WiMAX - Part I: A Technical Overview and Performance Evaluation, WiMAX Forum, 2006. H. Cantrell, "Tuning analysis for the high-Q class-E power amplifier," IEEE Trans. Microwave Theory & Tech., vol. 48, no. 12, pp. 2397-2402, Dezembro, 2000.

8. ITU-T Recommendation P.800, "Methods for subjective determination of transmission quality", 1996. W. H. Cantrell, “Tuning analysis for the high-Q class-E power amplifier,” IEEE Trans. Microwave Theory & Tech., vol. 48, no. 12, pp. 2397-2402, Dezembro, 2000.

9. Brazil Evaluation Group – IMT2000. Disponível em: http://www.ic.unicamp.br/~omar/IMT_Brazil-EG.htm

Acessado em Maio, 2008.

10. Andrews J., Ghosh A., Muhamed R., “Fundamentals of WiMAX”, 2007 1ª edition – Prentice Hall. 11. Casey Tomas, “Base Station Controlled Load Balancing with Handovers in Mobile WiMAX”:

Jan/2008 - Helsinki - Finlândia.

12. Prasad R., Dovrolis C., Murray M, Claffy K., “Bandwidth Estimation: Measurement Techniques, and Tools” IEEE Network Nov/Dez 2003.

13. Bussolini B. A., Goes A. A., Branquinho C. O., “Emulação de flat fading sobre redes WLAN a 2.4GHz para análise de qualidade em VoIP”, EATIS 2007 – Mai/2007 - Faro - Portugal.

14. CISCO, “Traffic Analysis for Voice over IP”, Nov/2001.

15. Xcelerator IP, “Calculating Voice Bandwidth Requirements” – Jul/2007.

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Redes 4G: Teste seu Entendimento

1. Qual é a importância de adequar o modelo de propagação ao tipo de serviço a ser prestado? Para analisar melhor os parâmetros de QoS da rede.

Para estudar as características de propagação de cada serviço e realizar o melhor plano de cobertura. Para manter a padronização recomendada pelos órgãos internacionais.

Para melhorar as fontes de acesso a informação.

2. Qual é a definição que pode ser atribuída aos modelos empíricos?

São modelos baseados em cálculos e projeções analíticas que determinam a atenuação do sinal. São modelos baseados em medidas e servem de base aos modelos teóricos.

São modelos baseados em medidas e conduzem a relações simples entre a atenuação e a distância. São modelos sem qualquer fundamento teórico e apenas servem para testes de campo.

3. Quais são as grandes categorias usadas para classificar o ambiente? Urbano, suburbano e rural.

Metropolitano e subúrbio. Cidades e Campo.

Referências

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