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Políticas agrícolas e dinâmicas agro-rurais: análise comparativa de duas regiões em Portugal

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Academic year: 2021

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Vila Real, 2017

Políticas Agrícolas e Dinâmicas Agro-Rurais: análise

comparativa de duas regiões em Portugal.

Tese de Doutoramento em Ciências Agronómicas e Florestais

João Manuel Teixeira Gomes

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Políticas Agrícolas e Dinâminas Agro-rurais: análise

comparativa de duas regiões em Portugal

Tese de Doutoramento em Ciências Agronómicas e Florestais

João Manuel Teixeira Gomes

Prof. Doutor Manuel Luís Tibério

Composição do Júri:

Presidente: Professor Doutor Vicente de Seixas e Sousa.

Vogais: Professor Doutor Fernando Manuel Coelho Franco Martins

Professor Doutor Manuel Luís Tibério

Professor Doutor Celestino António Morais de Almeida Professor Doutor Vítor João Pereira Domingues Martinho Professor Doutor António Maria Ferreira Cardoso

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VII

Agradecimentos

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Ao meu orientador Professor Doutor Manuel Luís Tibério, pelo apoio prestado e pelos conhecimentos que me transmitiu.

Ao Professor Doutor José Manuel Moutinho Pereira pela sugestão do tema e pelo incentivo dado ao longo do meu percurso académico nesta universidade.

A todos os Professores das Unidades Curriculares que fizeram parte deste curso, pelos conhecimentos que me transmitiram e que foram muitos importantes para a realização desta tese.

Ao Professor Doutor António Nazaré Pereira, diretor do curso de doutoramento, pelas orientações ao longo de todo este período.

À Professora Doutora Ana Maria Nazaré Pereira, pelos ensinamentos transmitidos e pela sua pronta disponibilidade.

À Fernanda Isabel, minha mulher, pelo apoio prestado ao longo deste processo, sem o qual não me era possível realizar esta tese.

À minha filha Maria pela ajuda na tradução do resumo.

A todos os que de alguma forma contribuíram para a realização desta tese.

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XI

RESUMO

Esta tese de doutoramento teve como principal objetivo a análise da evolução da agricultura na Beira Litoral (BL) e na Beira Interior (BI), no período compreendido entre 1999 e 2009, em alguns pontos o estudo estendeu-se até 1989, tendo em conta as políticas agrícolas seguidas, principalmente a Política Agrícola Comum (PAC).

Comparar a evolução da agricultura nas duas regiões, BL e BI, após a entrada de Portugal no espaço comum europeu e verificar se ambas evoluíram no mesmo sentido.

Por fim, avaliar os benefícios, ou os prejuízos, para a agricultura destas duas regiões com a implementação das políticas agrícolas europeias.

Na elaboração desta tese recorreu-se, essencialmente, à interpretação dos dados disponibilizados pelos Recenseamento Geral Agrícola 1999 e Recenseamento Agrícola 2009, bem como a documentos normativos e jurídicos relativos às políticas agrícolas e a literatura especializada. Sempre que possível era atualizada com novos dados considerados relevantes, quer a nível de políticas agrícolas, quer a nível de dados estatísticos.

As principais fontes de informação usadas para a obtenção de dados referentes aos pontos em estudo foram essencialmente dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e Gabinete de Planeamento e Políticas.

As variáveis estudadas nesta tese foram:  Estrutura das explorações agrícolas;  Ocupação do solo;

 Rega;

 Efetivos animais;  Máquinas agrícolas;

 População e mão-de-obra agrícola;  Práticas agrícolas.

A tese está organizada em quatro partes.

Na Parte 1 aborda-se o enquadramento, os objetivos e a metodologia. Esta abordagem é feita em dois capítulos. No capítulo 1 é feito o enquadramento da mesma, fazendo-se uma descrição das áreas geográficas em estudo. No capítulo 2 definem-se os objetivos e a metodologia usada, bem como os pressupostos que levaram à realização deste trabalho.

Na Parte 2 é feita uma revisão da literatura, dividida em dois capítulos. No capítulo 3 são descritas as políticas agrícolas em particular a Política Agrícola Comum, a sua evolução, reformas e orientações mais importantes, já que ao longo das últimas décadas têm sido

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apontadas como as principais responsáveis pelas mudanças na ocupação e uso do solo, pela paisagem agrorural e pelo despovoamento das áreas rurais de Portugal e, em particular, das regiões em estudo (BL e BI). Neste capítulo são ainda abordadas as dinâmicas agrorurais, como seja o desenvolvimento regional e as políticas tomadas nesse sentido, a competitividade dos territórios rurais e o seu desenvolvimento e, por fim, a política regional inerente à União Europeia. No capítulo 4 é feita uma breve caracterização da agricultura portuguesa.

Na Parte 3 fez-se uma análise comparada entre a agricultura da BL e da BI. Também aqui há uma divisão em 2 capítulos. No capítulo 5 são comparados os dados referentes à estrutura das explorações agrícolas e à ocupação do solo, nas regiões em estudo, nos anos de 1999 e 2009, há ainda referência ao ano de 1989 em alguns parâmetros (os que se encontravam disponíveis e passíveis de ser comparados) numa perspetiva de tendência evolutiva. No capítulo 6, o estudo comparativo recai sobre a rega, efetivos animais, máquinas agrícolas, população e mão-de-obra agrícola e práticas agrícolas.

Na Parte 4 desta tese encontra-se o capítulo 7 no qual é apresentada uma síntese dos resultados analisados na parte 3 e as respetivas conclusões.

Em geral, as análises efetuadas nestas duas regiões confirmaram as hipóteses inicialmente colocadas, como a litoralização da agricultura, embora em certos parâmetros estudados se tenha verificado o oposto, o acentuar da dicotomia entre as pequenas e grandes explorações agrícolas, a evolução entre o setor animal e vegetal.

Verificou-se que a BL e BI foram das regiões que mais explorações agrícolas e superfície agrícola utilizada perderam. Por outro lado, e à semelhança do resto do país, a dimensão média das explorações aumentou no período 1999 e 2009, tendência que se observa desde 1989. O produtor singular continua a predominar na agricultura destas regiões, embora as sociedades agrícolas tenham registado considerável aumento. De assinalar o facto de que na BL, 2% das grandes explorações representam 54% do valor gerado e, na BI, 1% destas explorações geram 33% do valor. Na BL predominam as culturas temporárias, enquanto na BI predominam as pastagens permanentes. A superfície regada diminui, quer na BL, quer na BI. Fruto das políticas agrícolas seguidas, o número de bovinos diminuiu na BL e aumentou na BI. A dimensão média de animais por exploração aumentou em ambas as regiões. Este aumento do número de animais por exploração é extensível ao caso dos suínos e da generalidade dos animais. No que respeita ao número de equipamentos agrícolas, observou-se um aumento na BI e uma ligeira quebra na BL. A população agrícola diminuiu na BL e na BI, sendo que na BL a diminuição foi bastante mais acentuada que a verificada na BI. Nesta última, o peso da população agrícola no total da população residente é muito maior. A idade média do produtor agrícola aumentou nas duas regiões, sendo o aumento na BL de

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cinco anos e na BI de quatro anos, o que contraria uma certa ideia instalada de rejuvenescimento da agricultura. Este indicador denota o fracasso das políticas de apoio à instalação dos jovens agricultores em Portugal.

Palavras – Chave: Políticas Agrícolas, Dinâmicas Agro-rurais, Economia Agrícola, Beira

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ABSTRACT

This PhD final thesis aimed to analyse the agricultural development in Beira Litoral (BL) and Beira Interior (BI) between 1999 and 2009, at some points this study extended until 1989, taking into account the agricultural policies followed, mainly the Common Agricultural Policy.

To compare the agricultural development in both regions, BL and BI, after Portugal’s entry into the European Common area and verify if both evolved in the same direction.

Lastly, to evaluate the benefits, or losses, to the agriculture of these two regions with the implementation of European agricultural policies.

In preparing this dissertation it was used, mainly, the data interpretation made available by the Agricultural Census 1999 and Agricultural Census 2009, as well as normative and legal documents related to the agricultural policies, and the specialized literature. Whenever possible, it would be updated with new data considered relevant, both in terms of agricultural policies and statistic data.

The sources of information used to obtain the data used were essentially from the Instituto Nacional de Estatística (INE) and Gabinete de Planeamento e Políticas.

The variables studied in this thesis were:  Structure of agricultural holdings  Land use

 Irrigation  Cattle

 Agricultural machinery  Population and labour  Agricultural practises

This thesis is divided in four parts.

Part 1 addresses the framework, goals and methodology. This approach is done in two chapters. In chapter 1, it is done the framework of the thesis, by making a description of the geographical areas being studied. In chapter 2, the goals and the methodology used are defined, as well as the assumptions that led to this thesis.

In Part 2 it is done a literary review, which is divided in two chapters. In chapter 3, the agricultural policies are described, particularly the Common Agricultural Policy, their evolution, reforms and most important orientations, seeing as over the last decades they have been cited

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as being responsible for the changes in occupation and use of soil, agro rural landscape and depopulation of rural areas in Portugal and, in particular, the studied regions (BL and BI). This chapter also covers agro rural dynamics, such as the regional development and the policies taken in that direction, the competitiveness of the rural territories and their development and, finally, the regional policy inherent to the European Union. In chapter 4, it is done a brief characterization of Portuguese agriculture.

In Part 3 it is made a comparative analysis between BL’s and BI’s agriculture. This part is divided in 2 chapters as well. In chapter 5, the data related to the structure of the agricultural holdings and land use are compared, in the studied regions between the years of 1999 and 2009; there is also reference to the year 1989 in some parameters (those that were available and could be compared), in an evolutionary perspective. In chapter 6, the comparative study covers the irrigation, cattle, agricultural machinery, population and labour, and agricultural practices.

Chapter 7 is in Part 4, which presents a summary of the results analysed in part 3 of this thesis and their conclusions.

Generally, the analyses performed in these two regions confirmed the initial hypothesis which stated that the agriculture tends to move towards the coast, although in some parameters it was the opposite, the emphasizing of the dichotomy between smaller and larger agricultural holdings development between the animal and vegetable sectors.

It was confirmed that BL and BI were the regions which lost the most agricultural holdings and land use. On the other hand, and similarly to the rest of the country, the average size of the holdings increased between 1999 and 2009, a tendency which has been observed since 1989. Even though the agricultural companies have registered a considerable increase, the sole holder continues to predominate in these regions’ agriculture. It is worth noting the fact that in BL, 2% of the larger holdings represent 54% of the generated value and, in BI, 1% of these holdings generate 33% of the value. In BL, temporary crops predominate whereas in BI permanent pastures are predominant. The irrigated surface decreased in both BL and BI. Due to the agricultural policies taken, the number of bovine decreased in BL and increased in BI. The average size of animals per holding increased in both regions. This increase in number also happened to pigs and other animals in general. Regarding the number of agricultural equipment, it was observed an increase in BI and a slight decrease in BL. The agricultural population decreased in both BL and BI, however, this decrease was much more pronounced in BL. In BI, the weight of the agricultural population in the total resident population is much higher. The average age of the farmer increased in both regions, of 5 years in BL and 4 years

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in BI, which contradicts the idea of a rejuvenated agriculture. This denotes the failure of the support policies for the settlement of young farmers in Portugal.

Key Words: Agricultural Policies, Agrorural Dynamics, Agricultural Economics, Beira Interior,

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ÍNDICE

Agradecimentos ... VII Resumo ... IX Abstract ... XV LISTA DE QUADROS ... XXIV LISTA DE FIGURAS ... XXIX LISTA DE ABREVIATURAS ... XXXIII

INTRODUÇÃO ... 1

PARTE 1 – ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E METODOLOGIA ... 5

CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO ... 5

1.1. Área Geográfica de estudo ... 5

1.2. Caracterização Geográfica das Regiões em Estudo ... 9

1.3. Caracterização sócio económica ... 12

1.4. Período temporal ... 15

CAPÍTULO 2 – OBJETIVOS E METODOLOGIA ...17

2.1. Objetivos e questões de trabalho ... 17

2.2. Metodologia... 17

2.2.1. Fontes de informação ... 22

2.2.2. Dificuldades e limitações da recolha de informação ... 23

PARTE 2 – REVISÃO DA LITERATURA ...25

CAPÍTULO 3 – POLÍTICAS AGRÍCOLAS E DINÂMICAS AGRORURAIS ...25

3.1. Políticas Agrícolas ... 25

3.1.1. Da Industrialização da agricultura ao desenvolvimento sustentável ... 25

3.1.2. Do Tratado de Roma à Política Agrícola Comum ... 29

3.1.3. A Política Agrícola Comum (PAC) ... 33

3.1.3.1. A origem da PAC ... 33

3.1.3.2. As primeiras dificuldades da PAC ... 35

3.1.3.3. Portugal e a PAC ... 37 3.1.3.4. A Reforma MacSharry de 1992 ... 39 3.1.3.5. A Agenda 2000 ... 43 3.1.3.6. Reforma de 2003 ... 47 3.1.3.7. A PAC 2014-2020... 49 3.2. Dinâmicas Agrorurais ... 53

3.2.1. Conceito de Desenvolvimento e Competitividade Territorial ... 55

3.2.2. Desenvolvimento Regional ... 57

3.2.3. Políticas de Desenvolvimento Regional e Desenvolvimento Rural... 58

3.2.4. Política Regional da União Europeia e Medidas de Apoio ... 61

CAPÍTULO 4 – A AGRICULTURA PORTUGUESA ...69

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4.2. Economia Agrícola Portuguesa – uma perspetiva geral ... 71 4.3. A Agricultura e o Ambiente ... 73 4.4. A importância social e territorial da agricultura ... 75

PARTE 3 – A AGRICULTURA NA BEIRA LITORAL E BEIRA INTERIOR: UMA ANÁLISE COMPARADA ...79 CAPÍTULO 5 – A ESTRUTURA DAS EXPLORAÇÕES E O USO DO SOLO ...79

5.1. Introdução ... 79 5.2. Estrutura das explorações agrícolas ... 79 5.2.1. Número de explorações e superfície agrícola utilizada (SAU) ... 79 5.2.2. Dimensão média das explorações ... 81 5.2.3. Natureza Jurídica do Produtor ... 83 5.2.4. Tipologia das Explorações ... 88 5.3. Ocupação do solo ... 94 5.3.1 Superfície Total das Explorações ... 94 5.3.2. Composição da SAU ... 99 5.3.2.1 Culturas temporárias ... 105 5.3.2.1.1 Prados temporários e culturas forrageiras ... 107 5.3.2.1.2 Cereais para grão... 108 5.3.2.1.3 Batata ... 109 5.3.2.1.4 Culturas para indústria ... 111 5.3.2.1.5 Hortícolas e Flores ... 112 5.3.2.1.6 Leguminosas secas ... 112 5.3.2.2 Culturas permanentes ... 115 5.3.2.2.1. Olival ... 117 5.3.2.2.2. Vinha ... 123 5.3.2.2.3. Frutos de Casca Rija ... 128 5.3.2.2.4. Frutos Frescos ... 133 5.3.2.2.5. Citrinos ... 139 5.3.2.2.6. Frutos Subtropicais ... 145 5.3.2.3 Prados e Pastagens permanentes ... 145 5.4. Rega ... 153 5.5. Efetivos animais ... 160 5.5.1 Bovinos ... 160 5.5.2. Suínos ... 167 5.5.3 Ovinos ... 173 5.5.4 Caprinos ... 180 5.6. Máquinas Agrícolas ... 188

CAPÍTULO 6 – DA MÃO-DE-OBRA AGRÍCOLA ÀS PRÁTICAS AGRÍCOLAS ... 193

6.1 População e Mão-de-Obra Agrícola ... 193 6.1.1 População e mão-de-obra agrícola familiar ... 193 6.1.1.1 Caracterização da população agrícola familiar ... 193 6.1.1.2 Caracterização do produtor agrícola singular ... 199 6.1.1.3 Tempo de atividade agrícola... 204 6.1.1.4 Atividade remunerada exterior à exploração ... 205 6.1.1.5 Origem do rendimento do agregado doméstico do produtor ... 206 6.1.2 Mão-de-obra agrícola não familiar ... 208 6.1.2.1 Trabalhadores permanentes ... 208 6.1.2.2 Mão-de-obra eventual e não contratada diretamente pelo produtor ... 209 6.1.3 Volume da mão-de-obra agrícola ... 210 6.2 Práticas Agrícolas ... 211 6.2.1 Conservação do solo ... 211

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6.2.1.1 Mobilização do solo ... 211 6.2.1.2 Cobertura do solo e enrelvamento de entrelinha ... 212 6.2.1.3 Rotação cultural e paisagem ... 214 6.2.2 Fertilização ... 216 6.2.3 Agricultura em Modo de Produção Biológico ... 220 6.2.4 Pastoreio ... 226

PARTE 4 – RESULTADOS, CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE INVESTIGAÇÃO

FUTURAS ... 229 CAPÍTULO 7 – SÍNTESE DOS RESULTADOS, CONCLUSÕES e PROPOSTAS DE

INVESTIGAÇÃO FUTURAS ... 229

7.1 Síntese dos Resultados e Conclusões ... 229 7.2 Propostas de Investigação Futura ... 240

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 243 ANEXOS 253

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1.1 – NUT III da região agrária da Beira Litoral………. 7 Quadro 1.2 - NUT III da região agrária da Beira Interior……… 8 Quadro 3.1 – Política Agrícola Comum………. 33 Quadro 3.2 – Objetivos da Agenda 2000……….. 45 Quadro 5.1 – Variação do número de explorações e da SAU……… 79 Quadro 5.2 – Dimensão média da SAU por exploração………. 82 Quadro 5.3 – Natureza jurídica do produtor - Produtor Singular………... 83

Quadro 5.4 - Natureza jurídica do produtor – Sociedades………. 84 Quadro 5.5 - Natureza jurídica do produtor - Outras formas………. 85 Quadro 5.6 – Valor gerado e dimensão económica das explorações……….. 89 Quadro 5.7 –“Muito Pequenas” explorações e valor gerado………. 90 Quadro 5.8 – Pequenas explorações e VPPT Gerado………. 90 Quadro 5.9 – Médias explorações e VPPT Gerado……… 91 Quadro 5.10 – Grandes explorações e VPPT Gerado……… 91 Quadro 5.11 – Explorações segundo a OTE……… 93 Quadro 5.12 – Superfície total e SAU ocupada pelas explorações agrícolas………. 95 Quadro 5.13 – Superfície Agrícola não Utilizada, em hectares (SANU)……….. 95 Quadro 5.14 – Superfície de Matas e Florestas sem Culturas Sob Coberto……….. 96 Quadro 5.15 – Área de SAU (ha) ocupada com Pastagens Permanentes………. 99 Quadro 5.16 – Área de SAU (ha) ocupada com Culturas Temporárias e em Pousio…… 100 Quadro 5.17 – Área de SAU (ha) ocupada com Culturas Permanentes………. 101 Quadro 5.18 – Área de SAU (ha) ocupada com Hortas Familiares……….. 102 Quadro 5.19 – Área total (ha) ocupada por culturas temporárias 106 Quadro 5.20 – Área (ha) ocupada por Prados Temporários e Culturas Forrageiras……. 108 Quadro 5.21 – Área (ha) ocupada por Cereais para Grão………. 109

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Quadro 5.23 – Área (ha) ocupada por Culturas para indústria……….. 111 Quadro 5.24 – Área (ha) ocupada por Hortícolas e Flores……… 112 Quadro 5.25 – Área (ha) ocupada por Leguminosas Secas……….. 113 Quadro 5.26 – Área de Olival (ha)……….. 118 Quadro 5.27 – Dimensão média, (ha) do olival……… 119 Quadro 5.28 – Área (ha) de Olival destinado a azeite e Olival destinado a azeitona de

mesa……… 120

Quadro 5.29 – Densidade de plantação (ha) dos olivais destinados à produção de

azeite………. 122

Quadro 5.30 – Área de Vinha (ha)………. 124 Quadro 5.31 – Dimensão média da vinha………. 125 Quadro 5.32 – Área de vinha (ha) para DOP, IGP e Outros vinhos………. 126 Quadro 5.33 – Área de vinha (ha) para uva de mesa………. 126 Quadro 5.34 – Área total de Frutos de casca rija (ha)……… 128 Quadro 5.35 - Dimensão média dos pomares de frutos de casca rija………. 129 Quadro 5.36 – Área de Amendoeiras (ha)……… 130 Quadro 5.37 – Área de Castanheiros (ha)……… 130

Quadro 5.38 – Área de Nogueiras (ha)………. 131 Quadro 5.39 – Área de Frutos frescos (ha)……….. 133 Quadro 5.40 – Dimensão média dos pomares de frutos frescos……….. 134 Quadro 5.41 – Área total de Pomóideas – Macieiras e Pereiras……….. 136 Quadro 5.42 – Área total de Prunóideas – Pessegueiros e Cerejeiras……… 137 Quadro 5.43 – Área de Citrinos (ha)……….. 140 Quadro 5.44 – Variação da dimensão média dos pomares de citrinos……… 141 Quadro 5.45 – Área de Laranjeiras (ha)……… 141 Quadro 5.46 – Área de Tangerineiras (ha)………...……… 142 Quadro 5.47 – Área de Limoeiros (ha)……….. 142 Quadro 5.48 – Área de Frutos subtropicais (ha)……….. 145 Quadro 5.49 – Área (ha) total de Prados e Pastagens Permanente……… 146 Quadro 5.50 – Área (ha) Total de Pastagens permanentes não produtivas em RPU…... 146

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XXVI

Quadro 5.51 – Área (ha) de Prados e Pastagens permanentes em Terra Limpa – Melhorados e Semeados e Pobres………. 148 Quadro 5.52 – Área (ha) de Prados e Pastagens permanentes sob coberto de Matas e

Florestas – Melhorados e Semeados e Pobres…….……… 149 Quadro 5.53 – Área (ha) de Prados e Pastagens permanentes sob coberto de Culturas

Permanentes – Melhorados e Semeados e Pobres……….. 150 Quadro 5.54 – Dimensão média dos prados e pastagens permanentes………. 152 Quadro 5.55 – Explorações e SAU em Sequeiro e Regadio………. 154

Quadro 5.56 – Superfície regada (ha) na SAU………..…. 154 Quadro 5.57 – Superfície regada das culturas temporárias……….. 156 Quadro 5.58 – Superfície regada das culturas permanentes……… 156 Quadro 5.59 – Superfície regada das pastagens permanentes……… 157 Quadro 5.60 – Volume da água de rega por região……… 157 Quadro 5.61 – Volume de água de rega nas Muito Pequenas e Pequenas explorações. 158 Quadro 5.62 – Volume de água de rega nas Médias e Grandes explorações…………. 158 Quadro 5.63 – Volume de água de rega por OTE………... 159 Quadro 5.64 – Explorações com bovinos e número total de cabeças………... 160 Quadro 5.65 – Explorações com vacas leiteiras e número de cabeças……….. 161 Quadro 5.66 – Dimensão média do efetivo bovino……….. 164 Quadro 5.67 – Total de explorações com suínos e número de cabeças………. 167 Quadro 5.68 – Explorações com porcas reprodutoras e número de cabeças……… 168 Quadro 5.69 – Dimensão média do efetivo suíno……… 171 Quadro 5.70 - Total de explorações com ovinos e número de cabeças……….. 174 Quadro 5.71 - Explorações com ovelhas leiteiras e número de cabeças……… 175 Quadro 5.72 – Dimensão média do efetivo ovino……… 178

Quadro 5.73 – Total de explorações com caprinos e número de cabeças………. 181 Quadro 5.74 – Explorações com cabras leiteiras e número de cabeças………. 182 Quadro 5.75 – Dimensão média do efetivo caprino……… 186 Quadro 5.76 – Utilização de tratores por região……….. 189 Quadro 5.77 – Explorações com tratores……….. 189 Quadro 5.78 – Tratores/100ha de SAU………..……….. 190

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XXVII

Quadro 5.79 – Utilização de tratores não pertencentes à exploração………. 192 Quadro 6.1 – População agrícola familiar e população residente………. 193 Quadro 6.2 – População Agrícola Familiar e População residente……….. 195 Quadro 6.3 – Estimativa da população residente em Portugal segundo o nível de

instrução……… 196

Quadro 6.4 – População Agrícola Familiar segundo o nível de instrução - Nenhum e

Básico……… 197

Quadro 6.5 – População Agrícola Familiar segundo o nível de instrução - Secundário/pós-secundário e Superior………. 198 Quadro 6.6 – Produtor agrícola singular, segundo o género………. 200 Quadro 6.7 – Produtor agrícola singular, segundo as classes etárias………. 201 Quadro 6.8 – Produtor singular, segundo o nível de instrução - Nenhum e Básico…….. 202 Quadro 6.9 – Produtor singular, segundo o nível de instrução -

Secundário/pós-secundário e Superior………. 203 Quadro 6.10 – Volume médio de trabalho da população agrícola familiar e do produtor. 204 Quadro 6.11 – População agrícola familiar com atividade remunerada exterior à

exploração……….. 205

Quadro 6.12 – Produtor, Cônjuge e outros membros com atividade remunerada exterior

à exploração………. 206

Quadro 6.13 – Origem do rendimento do agregado doméstico do produtor………... 207 Quadro 6.14 – Trabalhadores permanentes, segundo o tempo de atividade……… 208 Quadro 6.15 – Mão-de-obra eventual e não diretamente contratada pelo produtor…….. 209 Quadro 6.16 - Mão-de-obra agrícola em UTA……….. 210 Quadro 6.17 – Mão-de-obra agrícola familiar em UTA………... 210 Quadro 6.18 – Mão-de-obra agrícola não familiar………... 211 Quadro 6.19 – Mobilização do solo das culturas temporárias em cultura principal, por

tipo de mobilização……….. 212 Quadro 6.20 – Cobertura do solo das terras aráveis no inverno 2008/2009……….. 213 Quadro 6.21 – Enrelvamento da entrelinha de culturas permanentes………. 214 Quadro 6.22 – Terras aráveis com a mesma cultura nos últimos 3 anos……… 214 Quadro 6.23 – Implementação de elementos de paisagem, por tipo de elementos…….. 215 Quadro 6.24 – Análises ao solo nos últimos 3 anos……… 217

(28)

XXVIII

Quadro 6.25 – Aplicação de estrume no solo……….. 217 Quadro 6.26 – Aplicação de chorume no solo………. 218 Quadro 6.27 –Explorações com instalações de armazenamento de estrume e chorume 219 Quadro 6.28 – SAU em modo de produção biológico………. 221 Quadro 6.29 – Dimensão média das explorações em modo de produção biológico……. 221 Quadro 6.30 – Natureza jurídica do produtor em modo de produção biológico…………. 222 Quadro 6.31 – SAU total em modo de produção biológico……… 222 Quadro 6.32 – SAU em modo de produção biológico - Culturas Temporárias e Culturas

Permanentes……… 223

Quadro 6.33–SAU em modo de produção biológico - Pastagens permanentes e Pousio 223 Quadro 6.34 – Efetivo animal em MPB………. 224 Quadro 6.35 – Efetivo animal em MPB - Bovinos e Suínos……….. 224

Quadro 6.36 – Efetivo animal em MPB - Ovinos e Caprinos………. 225 Quadro 6.37 – Efetivo animal em MPB - Colmeias e Cortiços e Aves……….. 225 Quadro 6.38 – Pastoreio……….. 226

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XXIX

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – Área de Estudo………. 5 Figura 1.2 - NUTS II e NUTS III em Portugal……… 6 Figura 3.1 - Características essenciais do Programa LEADER………. 65 Figura 5.1 - Representatividade (%) das explorações………. 80 Figura 5.2 - Variação (%) de explorações e SAU……….. 81 Figura 5.3 - Dimensão média (ha) de SAU por exploração………. 82 Figura 5.4 - Explorações segundo a Natureza Jurídica do Produtor……… 85 Figura 5.5 - SAU (ha) segundo a Natureza Jurídica do Produtor……….. 86 Figura 5.6 - Representatividade (%) das explorações segundo a natureza jurídica do

produtor………. 86

Figura 5.7 - Representatividade (%) da SAU segundo a Natureza Jurídica do Produtor. 87 Figura 5.8 - Variação (%) de explorações segundo a Natureza Jurídica do Produtor…… 87 Figura 5.9 - Variação (%) de SAU segundo a Natureza Jurídica do Produtor………. 88 Figura 5.10 - Representatividade (%) das explorações por dimensão……… 92 Figura 5.11 - Representatividade (%) do VPPT por dimensão das explorações…………. 92 Figura 5.12 - Representatividade (%) no país do tipo de OTE……… 94

Figura 5.13 - Representatividade (%) da composição da superfície das explorações…… 97 Figura 5.14 - Variação (%) da composição da superfície das explorações……….. 97 Figura 5.15 – Evolução da superfície total (ha)……….. 98 Figura 5.16 – Evolução da SAU (ha)……… 98 Figura 5.17 – Variação (%) da composição da SAU………. 102 Figura 5.18 – Representatividade (%) da composição da SAU a nível nacional……….. 103 Figura 5.19 - Evolução da SAU (ha) ocupada por pastagens permanentes………. 104 Figura 5.20 – Evolução da SAU (ha) ocupada com culturas permanentes……….. 104 Figura 5.21 – Principais culturas temporárias (ha)……… 106 Figura 5.22 – Representatividade (%) das principais culturas temporárias……….. 107 Figura 5.23 – Evolução da área (ha) de cereais para grão………. 109

(30)

XXX

Figura 5.24 – Evolução da área (ha) de batata………. 110 Figura 5.25 – Evolução da área (ha) de leguminosas secas……….. 113 Figura 5.26 – Variação (%) das principais culturas temporárias……… 114 Figura 5.27 – Composição das principais culturas permanentes (ha)……… 115 Figura 5.28 – Representatividade (%) das principais culturas permanentes a nível

nacional……… 116

Figura 5.29 – Variação (%) das principais culturas permanentes……… 117 Figura 5.30 – Evolução da área total (ha) de Olival……… 118 Figura 5.31 – Área (ha) de Olival para Azeitona de Mesa e para Azeite……….. 120 Figura 5.32 – Representatividade (%) das áreas de Olival para Azeitona de Mesa e para

Azeite a nível nacional……… 121 Figura 5.33 – Variação (%) da área de Olival para Azeitona de Mesa e para Azeite……. 121 Figura 5.34 – Evolução da área (ha) de Vinha……… 124 Figura 5.35 – Área (ha) de vinha destinada a DOP, IGP/outros vinhos e uva de mesa…. 127 Figura 5.36 - Variação (%), de hectares das principais produções vitícolas………. 127 Figura 5.37 – Área (ha) de Pomares de Frutos de casca rija……… 129 Figura 5.38 – Pomares de frutos de casca rija (ha)……….. 132 Figura 5.39 – Representatividade (%) dos principais frutos de casca rija………. 132 Figura 5.40 – Área (ha) de Pomares de Frutos Frescos……….. 134 Figura 5.41 - Dimensão média (ha) dos pomares de frutos frescos……… 135 Figura 5.42 – Composição dos principais pomares de frutos frescos (ha)……… 137

Figura 5.43 – Variação (%) dos principais pomares de frutos frescos………. 138 Figura 5.44 – Representatividade (%) dos pomares de frutos frescos……….. 139 Figura 5.45 – Evolução da área (ha) de Pomares de Citrinos………. 140 Figura 5.46 - Composição dos principais pomares de citrinos (ha)………. 143 Figura 5.47 - Variação (%) da área dos principais pomares de citrinos………. 144 Figura 5.48 – Representatividade (%), no país, dos principais pomares de citrinos…… 144 Figura 5.49 – Representatividade (%) dos Prados e Pastagens Permanentes…………. 151 Figura 5.50 – Variação (%) da área dos diferentes prados e pastagens permanentes… 151 Figura 5.51 – Superfície regada (ha)……… 155

(31)

XXXI

Figura 5.52 – Percentagem de superfície regada na SAU………. 155 Figura 5.53 – Evolução das explorações com bovinos………. 162 Figura 5.54 – Evolução do número de cabeças de gado bovino………. 163 Figura 5.55 – Evolução do número de explorações com vacas leiteiras……… 163 Figura 5.56 – Evolução do número de cabeças de vacas leiteiras………. 164 Figura 5.57 – Evolução da dimensão média do total de bovinos por exploração………... 165 Figura 5.58 – Dimensão média dos bovinos de leite por exploração………. 166 Figura 5.59 - Variação (%) do efetivo suíno……… 169

Figura 5.60 – Evolução do número de explorações com suínos………. 169 Figura 5.61 – Evolução do número de cabeças de suínos……… 170 Figura 5.62 – Evolução do número de explorações com porcas reprodutoras…………. 170 Figura 5.63 – Evolução do número de cabeças de porcas reprodutoras……… 171 Figura 5.64 – Evolução da dimensão média do total de suínos por exploração………… 172 Figura 5.65 – Evolução da dimensão média do número de porcas reprodutoras………. 173 Figura 5.66 – Variação (%) do efetivo ovino……… 176 Figura 5.67 – Evolução do número de explorações com gado ovino………. 176 Figura 5.68 – Evolução do número de cabeças de ovinos……… 177 Figura 5.69 – Evolução do número de explorações com ovelhas leiteiras……… 177 Figura 5.70 – Evolução do número de cabeças de ovelhas leiteiras……….. 178 Figura 5.71- Evolução da dimensão média do total de ovinos por exploração…………. 179 Figura 5.72 – Evolução da dimensão média do efetivo leiteiro ovino………. 180 Figura 5.73 – Variação (%) do efetivo caprino……… 183 Figura 5.74 – Evolução do número de explorações com caprinos………. 183 Figura 5.75 – Evolução do número de cabeças de caprinos……… 184 Figura 5.76 – Evolução do número de explorações com cabras leiteiras……….. 184

Figura 5.77 – Evolução do número de cabras leiteiras………. 185 Figura 5.78 – Variação da dimensão média do número total de caprinos por exploração 186 Figura 5.79 – Evolução da dimensão média do efetivo caprino leiteiro por exploração…. 187 Figura 5.80 – Evolução do número de explorações com tratores……… 190

(32)

XXXII

Figura 5.81 – Evolução do total de tratores………. 191 Figura 6.1 – Variação (%) da população agrícola……….. 194 Figura 6.2 – Variação (%) da população agrícola familiar por nível etário………. 196 Figura 6.3 – Variação (%) do Produtor Agrícola Singular………. 201

(33)

XXXIII

LISTA DE ABREVIATURAS

AJA – Apoio aos Jovens Agricultores APA – Ajuda à Pequena Agricultura BI – Beira Interior

BL – Beira Litoral

BSE – Encefalopatia Espongiforme Bovina CE – Comunidade Europeia

CEE – Comunidade Económica Europeia DE – Dimensão Económica

DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor DOP – Denominação de Origem Protegida

ECU – European Currency Unit (Unidade de Conta Europeia) EM – Estado Membro

EUA – Estados Unidos da América FAO – Food and Agriculture organization

FEADER – Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional

FEGA – Fundo Europeu de Garantia Agrícola

FEOGA – Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola FSE – Fundo Social Europeu

GEE – Gases com Efeito de Estufa ha – hectare

IGP – Indicação Geográfica de Produção INE – Instituto Nacional de Estatística

LEADER – Ligação Entre Ações de Desenvolvimento da Economia Rural MCM – Montantes Compensatórios Monetários

MFSCSC – Matas e Florestas Sem Culturas Sob Coberto MPB – Modo de Produção Biológico

MS – Melhorados e Semeados

NUT – Nomenclatura de Unidade Territorial para fins estatísticos

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico OCEE – Organização para a Cooperação Económica Europeia

OCM – Organização Comum de Mercado OMC – Organização Mundial de Comércio

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XXXIV

OTE – Orientação Técnica Económica

P – Pobres

PAC – Política Agrícola Comum

PAMAF – Plano de Apoio à Modernização da Agricultura e Florestas PB – Pagamento Base

PDR – Plano de Desenvolvimento Regional

PEDAP – Pacote Específico de Apoio à Agricultura Portuguesa PIB – Produto Interno Bruto

PLP – Pagamentos Ligados à Produção PO - Programa Operacional

PPPSCCP – Prados e Pastagens Permanentes Sob Coberto de Culturas Permanentes PPPSCMF – Prados e Pastagens Permanentes Sob Coberto de Matas e Florestas PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural

PV – Pagamento Verde

QCA – Quadro Comunitário de Apoio

QREN – Quadro de Referência e Estratégia Nacional RA – Recenseamento Agrícola

RGA – Recenseamento Geral Agrícola RPU – Regime de Pagamento Único RSI – Rendimento Social de Inserção

RURIS – Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal Continental SANU – Superfície Agrícola Não Utilizada

SAU – Superfície Agrícola Utilizada

SCCP – Som Coberto de Culturas Permanentes SCMF – Sob Coberto de Matas e Florestas UE – União Europeia

UEM – União Económica e Monetária UTA – Unidade de Trabalho Ano VAB – Valor Acrescentado Bruto VPP – Valor Produção Padrão

(35)

1

INTRODUÇÃO

A agricultura teve desde sempre um papel de grande importância na economia nacional. Durante o Estado Novo foram tomadas algumas medidas para a dinamização da agricultura portuguesa visto uma das prioridades dos governantes da altura ser a nossa autossuficiência e, para tal, foi lançada a “Campanha do Trigo”, em 1929, colocando-se à disposição dos agricultores assistência técnica, o recurso a adubos e escolha de sementes. Subsidiou-se o cultivo deste cereal em terrenos que não se encontravam cultivados e, garantiu-se a sua aquisição a um preço tabelado (Almeida, 1999 e 2004; Baptista, 1994). Estas medidas criaram alguns problemas, pois apesar de ter conseguido intensificar a produção, não se respeitou os necessários pousios e rotações de culturas, o que provocou um esgotamento do solo.

Para além da campanha referida anteriormente, uma outra foi levada a cabo em 1938, que acaba de uma vez com os terrenos incultos, com recurso a uma política de florestação de baldios (Baptista 1994).

De referir que os aumentos de produção conseguidos na altura ficaram-se a dever mais ao aumento da área de cultivo do que ao seu rendimento (Almeida, 2004).

A agricultura era, nesta época, uma das atividades económicas de maior importância. Em 1950 empregava 47% da população ativa e representava 32% do PIB. Contudo, não era uma atividade económica muito desenvolvida, só 0,25% das explorações recorriam à mecanização (Baptista, 1994).

Foi desta forma necessário repensar a nossa agricultura.

Em meados dos anos 50, a ideia de industrialização da agricultura foi conquistando o seu terreno nas dinâmicas da estrutura produtiva, mas acabaram por não vingar devido às crises que foram surgindo nos anos vindouros, bem como à guerra colonial. A população agrícola diminuiu cerca de 30%, entre 1960 e 1970, tendo como causa principal a forte emigração que se fez sentir nesses anos, mas também à deslocalização da população dos meios rurais para os urbanos. Também a área cultivada foi diminuindo e a agricultura foi perdendo peso na nossa economia (Avillez, 2015 e Baptista, 1994).

Com a revolução de 1974, a agricultura voltou a estar na ordem do dia com a ocupação e expropriação dos terrenos, cerca de um milhão de hectares, e criação de cooperativas de produção agrícola e unidades coletivas de produção, a então denominada Reforma Agrária (Barreto, 1983). Este modelo não apresentou resultados significativos, pois a entrega das terras a quem as cultivava de forma rotineira não promovia o desenvolvimento necessário da nossa agricultura. Para tal era necessário modernizar o setor (Girão, 2013). As políticas agrícolas tomadas pós Abril de 1974 visavam a melhoria dos rendimentos agrícolas, através

(36)

2

do aumento dos preços no produtor, dos produtos agrícolas e contenção dos preços no consumidor (Avillez, 2015). Todas estas políticas não impediram um forte desequilíbrio entre a oferta e a procura dos bens alimentares (Avillez, 2015 e Baptista, 1994).

Com a adesão de Portugal à Comunidade Europeia em 1986 registou-se uma viragem na forma como a economia agrícola do nosso país é encarada, promovendo-se a sua competitividade a nível das suas congéneres europeias. A nossa integração permitiu a entrada de grandes incentivos monetários e a queda das proteções alfandegárias (Baptista 1994), no entanto, estes recursos dados com vista à modernização e desenvolvimento do setor agrícola, têm vindo a ser desperdiçados ao longo do tempo (Girão, 2013).

O objeto principal desta tese é a análise da evolução da agricultura na Beira Litoral e na Beira Interior, no período 1999-2009, à luz das políticas agrícolas seguidas pela UE. Este período corresponde aos dois últimos recenseamentos agrícolas, o que permite uma análise rigorosa das variáveis e indicadores que são estudados. O trabalho pretende comparar as duas regiões referidas e analisar a sua evolução durante o período considerado e, sempre que possível, avaliar a sua evolução desde 1989, conseguindo desta forma evidências mais consistentes da tendência evolutiva.

Procurou abordar-se os temas que são tratados nos recenseamentos agrícolas, como a estrutura das explorações agrícolas, a ocupação do solo, a rega, o efetivo animal, as máquinas agrícolas, a população e mão-de-obra agrícola e as práticas agrícolas, tentando desta forma fazer um estudo o mais completo possível.

A escolha destas duas regiões, Beira Litoral e Beira Interior, deveu-se ao facto de serem duas regiões agrárias, que em termos geográficos estão em paralelo e que apresentam uma fronteira muito evidente e serem contrastantes relativamente à densidade populacional, tentando perceber se a agricultura evoluiu no sentido da litoralização uma vez que estão em causa, uma região litoral e uma de interior.

O facto de o autor possuir um conhecimento profissional de cerca de 18 anos nesta região acrescentará mais-valia ao estudo em causa.

Foram formuladas as seguintes hipóteses de investigação:

 A agricultura portuguesa evolui no sentido da litoralização;

 As políticas agrícolas acentuam a dicotomia entre grandes e pequenas explorações;

 Os setores animal e vegetal registaram dinâmicas diferenciadas;

 As políticas agrícolas originam evoluções distintas, ao nível das diferentes culturas vegetais e produções animais;

(37)

3

 A preocupação ambiental, a obrigatoriedade da sua implementação exigiu mudanças nos sistemas de produção e no tipo de culturas.

As questões/hipótese formuladas podem agregar-se na hipótese geral:

“As medidas da política agrícola, e a sua evolução no contexto da Política Agrícola Comum, têm implicações distintas nas dinâmicas agrorurais conforme as regiões consideradas, em resultado das suas realidades agrárias e socioeconómicas, que caracterizam cada um dos territórios”

Esperamos, com este trabalho, conseguir dar um modesto contributo para uma análise rigorosa e profunda da evolução agrorural dos territórios em análise.

(38)
(39)

5

PARTE 1 – ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E METODOLOGIA CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO

1.1. Área Geográfica de estudo

A área geográfica em estudo são as regiões agrárias da Beira Litoral e da Beira Interior (fig. 1.1) que, de acordo com o Decreto-Lei nº 244/2002 de 5 de novembro, corresponde basicamente à NUT II Centro, excluindo a NUT III Oeste e Médio Tejo pertencentes a outra região agrária – Lisboa e Vale do Tejo.

Figura 1.1 – Área de Estudo

Fonte: INE 2001

Beira Interior Beira Litoral

(40)

PARTE 1 – Enquadramento, Objetivos e Metodologia CAPÍTULO 1 – Enquadramento

6

O estudo recaiu nestas duas regiões, porque geograficamente encontram-se em paralelo, como referido anteriormente, mas ao mesmo tempo apresentam características distintas, nomeadamente ao nível do clima, da densidade populacional, a própria localização, sendo uma de interior e a outra litoral, a cultura de cada região, a forma como encaram a “terra” e a sua ligação a ela, permitir-nos-á perceber se a tendência evolutiva é no sentido da litoralização. Todos estes fatores nos levam a prever evoluções diferenciadas na agricultura de cada uma.

Figura 1.2 - NUTS II e NUTS III em Portugal Fonte: DRAPC_NUTS

(41)

7

As NUT III (fig. 1.2) que integram a região agrária da Beira Litoral (BL) encontram-se representadas no Quadro 1.1.

Quadro 1.1 – NUT III da região agrária da Beira Litoral

NUT III Área (Km2) Nº Habitantes Concelhos

Baixo Vouga 1 802 385 725

Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mealhada,

Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga, Vagos

Baixo Mondego 2 063 340 342

Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Montemor-o-Velho, Penacova, Soure

Pinhal Litoral 1 746 251 014 Batalha, Leiria, Marinha Grande,

Pombal, Porto de Mós.

Pinhal Interior

Norte 2 617 138 543

Alvaiázere, Ansião, Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos

Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Pedrogão Grande, Penela, Tábua, Vila Nova de

Poiares

Dão- Lafões 3 489 286 315

Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Mortágua,

Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila

Nova de Paiva, Viseu, Vouzela

TOTAL: 11 717 1 401 939 53

Fonte: Adaptado de DL nº 244/2002

Trata-se de uma região agrária com uma área global de 11 717 Km2 e com 1 401 939

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PARTE 1 – Enquadramento, Objetivos e Metodologia CAPÍTULO 1 – Enquadramento

8

A NUTS III com maior área, nesta região, é Dão-Lafões, 3 489 Km2 e também com

maior número de concelhos. Em termos de número de habitantes encontra-se na terceira posição com 286 315 o que representa uma densidade populacional baixa, relativamente às outras NUTS III, 82 hab/ Km2. A NUTS III Baixo Vouga é a que apresenta maior número de

habitantes 385 725, numa área total de 1 802 Km2, sendo desta forma a NUTS III com maior

densidade populacional, cerca de 215 hab/ Km2. A NUTS III Pinhal Litoral é a que apresenta

a área mais pequena, mas com uma densidade populacional de cerca de 144 hab/ Km2.

De salientar uma densidade populacional muito superior nas NUTS mais próximas do mar, relativamente às que se encontram na fronteira com a região da BI, Pinhal Interior Norte e Dão Lafões. Estas duas NUTS são as que apresentam uma maior área, mas são as de menor densidade, denotando uma litoralização da população (Quadro 1.1).

As NUT III que integram a região agrária da Beira Interior (BI) encontram-se representadas no Quadro 1.2.

Quadro 1.2 - NUT III da região agrária da Beira Interior

NUT III Área (Km2) Nº habitantes Concelhos

Pinhal Interior

Sul 1 903 44 804

Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei

Serra da Estrela 868 49 896 Fornos de Algodres, Gouveia, Seia

Beira Interior

Norte 4 063 115 326

Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal,

Trancoso.

Beira Interior Sul 3 749 78 127 Castelo Branco, Idanha-a-Nova,

Penamacor, Vila Velha de Rodão.

Cova da Beira 1 375 93 580 Belmonte, Covilhã, Fundão

TOTAL 11 958 381 733 24

Fonte: Adaptado: DL nº 244/2002

A região agrária da Beira Interior abrange uma área global de 11 958 Km2, com um

total de 381 733 habitantes, traduzida numa densidade populacional de cerca de 40 hab/Km2.

A NUTS III Beira Interior Norte é a que apresenta uma maior área, 4 063 Km2, e onde

se encontra quase metade da população residente na região da BI, 115 326 habitantes. No entanto, a sua densidade populacional é baixa cerca de 28 hab/Km2. A NUTS III Cova da

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9

da Serra da Estrela com quase 58 hab/Km2, apesar de ser a que apresenta menor área,

somente 868 Km2. Verifica-se que as NUTS III mais populosas são as que se encontram na

fronteira com a BL. De referir que a Cova da Beira é a que apresenta uma agricultura mais intensa, devido principalmente às culturas de pêssego e cereja, levando a uma maior concentração populacional.

Nesta primeira apresentação, das duas regiões em estudo, é possível verificar já a grande dicotomia existente entre elas. Em termos de área são muito semelhantes, mas a nível do número de habitantes a Beira Litoral possuía, naquela data, mais de 3,6 vezes mais pessoas do que a Beira Interior. Também, como curiosidade, se verifica que apesar da Beira Interior ter uma área ligeiramente superior à da Beira Litoral, esta última possui mais do dobro de concelhos que a Beira Interior.

No decorrer da elaboração desta tese registaram-se alterações aos limites referentes às NUTS III. Com a publicação da Lei nº 75/2013 de 12 de setembro, que aprova o estatuto das entidades intermunicipais, foi solicitada à UE, por parte do nosso país, uma alteração extraordinária nas NUTS III (agora NUTS 3) que passaram a compreender os limites territoriais. Esta reorganização entrou em vigor a 1 de janeiro de 2015 com a entrada em vigor do Regulamento (UE) nº 868/2014 de 8 de agosto. Nesta nova realidade, e de acordo com o regulamento anterior, a NUTS 2, Centro, integra as NUTS 3: Oeste, Região de Aveiro, Região de Coimbra, Região de Leiria, Viseu Dão Lafões, Beira Baixa, Médio Tejo, Beiras e Serra da Estrela (INE 2015).

Tendo em conta o objetivo proposto para este trabalho, comparação e evolução da agricultura nas regiões da BL e BI e, tendo como dados disponíveis o RGA 99 e RA09, não se efetuou alteração aos dados e divisões anteriores, por não se achar relevante a nova divisão para o estudo em causa.

1.2. Caracterização Geográfica das Regiões em Estudo

A região Centro que engloba basicamente a Beira Litoral e a Beira Interior ocupa uma área de aproximadamente 23.666Km2, englobando cerca de 80 concelhos, repartidos por 10

NUT III. É atravessada pela principal cadeia montanhosa do país, culminando com a Serra da Estrela, com 1991 metros de altitude. Acolhe as bacias hidrográficas dos principais rios, nomeadamente, Douro, Tejo, Mondego. Vouga, Zêzere, Dão, Liz, Côa, Pônsul, entre outros mais pequenos, contribuindo para a fertilidade dos territórios e dessa forma para o seu povoamento. É uma região com uma enorme variedade de recursos naturais, desde as suas

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PARTE 1 – Enquadramento, Objetivos e Metodologia CAPÍTULO 1 – Enquadramento

10

reservas hídricas, quer em águas termais, quer em águas de mesa, às reservas de rochas, sobretudo graníticas. É também uma região muito rica em termos ambientais, com uma fauna e flora muito diversificada, que lhe confere um grande interesse cientifico, económico e turístico. Em termos florestais, representa 1/3 da floresta nacional, principalmente com pinheiro e eucalipto. Possui uma rede de pequenas e médias cidades muito bem distribuídas tornando-a dessa forma bem estruturada, contribuindo para o seu desenvolvimento de uma maneira mais harmoniosa. Apesar das alterações que tem sofrido nos últimos anos, o setor agropecuário e florestal continua a ter um impacto muito importante na economia da região, sendo o vinho, o azeite, as frutas, o leite e a madeira, os produtos com maior peso na economia regional (DRAPC, s/d).

A BL apresenta contrastes muito significativos entre a zona mais litoral e a zona mais interior. Apresentam estruturas morfoestruturais muito diferentes. Na zona mais a Oeste predominam as formações rochosas sedimentares, constituídas por grés, conglomerados, calcários, calcários dolomíticos, arenitos e areias, na zona mais interior predominam as rochas magmáticas à base de granitoides e rochas metamórficas, como xistos, quartzitos e corneanas. Como consequência desta diversidade geológica, o relevo da região é muito diversificado (Lourenço, 2009).

Em termos topográficos, a região também apresenta diferenças significativas, entre o relevo mais suave das serras calcárias de baixa altitude e o relevo mais acentuado das serras da Lousã (1205 m), Açor (S. Pedro do Açor, 1342 m e Cebola, 1418 m) e Caramulo (1705 m). Este contraste no relevo é mais notório a norte de Coimbra. Nesta zona e do lado nascente predominam afloramentos de quartzito, onde se destacam as Serras do Buçaco (549 m), S. Pedro Dias (438 m), Penedo de Góis (1040 m), Penedos de Fajão (902 m), Serra do Vidual (1119 m), Penedos de Unhais (885 m) e Serra de Maxialinho (836 m), Serras do Espinhal (853 m) e de S. Neutel (550 m) (idem).

Existem também algumas formas de relevo que se destacam pela sua importância e especificidade, destacando-se a denominada Livraria do Mondego, em que o rio corta a rocha entre Penacova e a Barragem da Aguieira. Mais a Norte, destaca-se a Serra do Caramulo cuja constituição é essencialmente granítica e que faz a transição entre a zona mais litoral e a zona mais interior, designada como planalto beirão (Ferreira, 1978).

A norte do rio Vouga a serra que mais se destaca é a Serra da Arada (1072 m), fazendo parte do maciço da Gralheira. Na zona mais litoral, entre o Mondego e o Vouga, os terrenos são mais planos e o relevo mais suave, mesmo junto ao mar temos a Serra da Boa Viagem (202 m). A sul do rio Mondego há a referir dois conjuntos de serras, mais a norte a do Rabaçal

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11

(532 m) e Alvaiázere (618 m) e mais a sul, a Serra de Aire e Candeeiros (679 m e 613 m, respetivamente). Estas serras são todas de origem calcária (Lourenço, 2009).

Relativamente ao clima também se verificam diferenças entre a zona mais a litoral e a zona mais virada para o interior. Estas são determinadas pela sua maior ou menor proximidade ao mar e à variação da altitude. Estas diferenças são visíveis quer na temperatura, quer na precipitação. A latitude também influencia os fatores anteriores. Assim a maior proximidade do mar e latitudes mais elevadas favorecem uma maior precipitação (idem).

A BI, em termos geológicos, é composta por rochas de formação antiga, paleozoicas e ante-paleozoicas, que sofreram deformações ao longo dos diferentes ciclos tectónicos estando associados à formação da Serra da Estrela e da Gardunha, pelo fosso da Cova da Beira e pela passagem da “Superfície de Castelo Branco” para as “Campinas de Idanha”. Para além destas formações geológicas, refere-se também a importância do vale do rio Zêzere (Pinheiro, s/d).

A maior parte do território tem um relevo variado, apesar de haver extensas superfícies aplanadas com cotas de 700-800 m. Existem duas zonas distintas, o vale do Douro até à Cova da Beira, onde a altitude é mais elevada, entre os 700-800 metros, ultrapassando por vezes os 1000 metros. Outra zona mais a sul é a “Superfície de Castelo Branco”, com cotas entre os 400-500 metros, com alguns pequenos relevos, como Monsanto e Moreirinha e definidos por ribeiras que são afluentes dos rios Zêzere, Ponsul e Erges. Ainda mais a sul, temos a zona da Idanha, mais baixa com cerca de 300 m de altitude, mas plana (Cunha, 2008).

A BI, relativamente ao clima, apresenta situações diferentes. Na zona de montanha, nomeadamente a Serra da Estrela, com temperaturas muito baixas e elevada precipitação, sendo no inverno, frequentemente, em forma de neve com temperaturas negativas em mais de 90 dias por ano e cerca de 2500 mm de precipitação anual, nas zonas mais altas. Nas zonas planálticas, que se estendem pela cordilheira central, apresentam um contraste térmico significativo, sendo zonas mais secas. A zona da mezeta apresenta verões moderados, 23 a 29ºC, com menos de 100 dias com temperaturas superiores a 25ºC, sendo os invernos frios a muito frios com temperatura mínima média abaixo dos 2ºC e mais de 30 dias de temperaturas negativas. Na zona norte desta região, vale do Côa, terra quente do Douro, as temperaturas máximas no verão são mais elevadas, ultrapassando os 30 ºC, em média, apresentando uma precipitação mais baixa, menos de 600 mm por ano, em média. Na zona sul, nas superfícies de Castelo Branco e nas campinas da Idanha, registam temperaturas máximas na média dos 29ºC e com mais de 100 dias acima dos 25ºC. No inverno, a média

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PARTE 1 – Enquadramento, Objetivos e Metodologia CAPÍTULO 1 – Enquadramento

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das mínimas anda na ordem dos 1º a 4ºC, com 15 a 40 dias de temperaturas negativas. A precipitação é da ordem dos 600 mm a 1200 mm (Cunha, 2008).

Nesta região, as águas são drenadas para as bacias dos rios Douro, Mondego, Tejo e alguns afluentes destes rios. Devido às condições climáticas da região podemos salientar dois tipos de características importantes, as áreas de montanha, Serra da Estrela e bacia do Alto Mondego e do Alto Zêzere são zonas com maior abundância de água, enquanto nas restantes bacias a água existe em menor abundância, devido à elevada evapotranspiração (Cunha, 2008).

1.3. Caracterização sócio económica

Neste ponto caracterizar-se-á, de uma forma resumida, a região centro, que corresponde genericamente às duas regiões agrárias estudadas nesta tese. Esta caracterização pretende enquadrar, embora de forma modesta, as duas regiões agrárias, que são objeto de estudo de uma forma comparada, sob o ponto de vista da sua evolução agrária no período 1999-2009.

Os municípios que a constituem têm uma população de 2,3 milhões de habitantes, 22% da população portuguesa. É uma região com baixa densidade populacional, 82,5 habitantes/Km2 e bastante envelhecida, com 170 idosos por cada 100 jovens, sendo que os

idosos representavam 25% a população desta região. Esta, entre 2001 e 2011 perdeu 0,9% da população.

O PIB desta região foi em 2012 da ordem dos 30,3 mil milhões de euros, a que correspondia 18,4%do PIB Nacional. O PIB per capita representava 83% da média do país (PO_Centro, 2014).

Em 2001, o rendimento desta região, representava 85% do valor médio nacional. Entre as várias regiões verificava-se uma grande irregularidade quanto ao rendimento produzido. O Baixo Mondego tinha um rendimento acima da média nacional, que contrastava com o baixo nível de rendimento do Pinhal Interior Sul, Serra da Estrela e Pinhal Interior Norte (Mateus, 2005). Esta diferença de rendimentos não estava diretamente relacionada com o litoral e o interior. Aveiro e Coimbra eram os dois concelhos em que os rendimentos eram superiores, mas imediatamente abaixo estavam não só concelhos do litoral, tais como Figueira da Foz, Condeixa-a-Nova, Leiria e Marinha Grande, mas também Castelo Branco, Guarda, Lousã e Viseu (Mateus, 2005).

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Esta região apresenta vários pontos fracos, como por exemplo, o facto de 96% das empresas terem menos de 10 trabalhadores e com baixa tecnologia, valorizando pouco o conhecimento e dessa forma não o transferindo para as empresas. Tem também uma baixa produtividade, sendo desde 1995 a região com mais baixa produtividade. A região Centro apresenta também uma alta taxa de abandono escolar, na ordem dos 14,7%, sendo que em 2012, a população com formação superior, entre os 30 e os 34 anos, era da ordem dos 25,2% (PO_Centro, 2014).

Mateus (2005) referia que em 2001 a zona centro apresentava uma escolaridade baixa, sendo a média de 7 anos. Existiam também algumas disparidades dentro da região, havendo um aumento de nível de escolaridade nas capitais de distrito, sobretudo Coimbra, devido ao efeito Universidade. Apesar disso, houve uma redução significativa do analfabetismo. Também se verificou uma relação direta entre o analfabetismo elevado e o baixo número de anos de escolaridade. Por exemplo, os concelhos de Belmonte, Covilhã e Seia tinham um número de escolaridade baixo e um elevado analfabetismo, devido ao elevado envelhecimento da população. A Guarda, por outro lado, tinha um número médio de anos de escolaridade mais elevado e uma taxa de analfabetismo menor, devido a uma população mais jovem que os concelhos anteriormente referidos, sendo eles todos do interior.

O desemprego, em especial o desemprego jovem, era outro grande problema situando-se na ordem dos 32%. Em termos de pobreza, em 2012, 31 pessoas em cada 1000, em idade ativa, recebiam o Rendimento Social de Inserção (RSI).

A região Centro possui grandes assimetrias, que podem pôr em causa a sua coesão social. Tais assimetrias têm que ser minimizadas através de um desenvolvimento harmonioso, mas que tenha em conta a diversidade dos territórios. Analisando deste ponto de vista a região, verificou-se que em 2012, todas as NUT III tinham um PIB per capita inferior à média nacional, com exceção do Baixo Mondego. Entre 2001 e 2011 houve uma diminuição da população da ordem dos 0,9%, exceto o Baixo Vouga, Pinhal Litoral e Oeste. As NUT III onde a densidade populacional era mais elevada eram: Baixo Vouga, Baixo Mondego, Pinhal Litoral, Dão-Lafões, Oeste e Médio Tejo, que no seu conjunto, têm uma área de 48% da região, mas onde residiam 4/5 da população da região centro (PO_Centro, 2014).

A esperança média de vida da região Centro é muito idêntica à média nacional chegando, em 2002, aos 78 anos. Entre as sub-regiões esta meta não é homogénea, sendo nas NUT III Beira Interior Sul e Pinhal Interior Sul de 78 anos e nas NUT III Baixo Vouga e Pinhal Litoral de 72 anos. Esta tendência é verificada em todo o território, atingindo os concelhos do interior uma esperança de vida superior aos concelhos do litoral, facto que é atribuído ao elevado ritmo de trabalho, bem como ao estilo de vida, verificando-se que as

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PARTE 1 – Enquadramento, Objetivos e Metodologia CAPÍTULO 1 – Enquadramento

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melhores condições económicas e os melhores cuidados de saúde, não são suficientes para minorar este aspeto (Mateus, 2005).

A população mais velha representava, em 2001, 16,5% do total da população. A zona Centro era a segunda região, logo a seguir ao Alentejo, onde essa percentagem era mais elevada. Os concelhos do interior do país eram aqueles onde a população mais idosa era mais elevada, com particular incidência nos da zona Centro (Telo, 2007).

A melhor forma de promover o desenvolvimento e fortalecimento da região Centro, bem como combater as desigualdades dentro da própria região é, claramente, o de aproveitar e potenciar os pontos fortes desta região, que são muitos.

Esta região possui várias unidades de ensino superior, algumas delas com um grau de excelência reconhecido. São 3 universidades e 6 Institutos Politécnicos públicos, que em conjunto com outras entidades, podem implementar estratégias para o desenvolvimento da região (PO_Centro,2014).

O setor secundário apresentava um bom desenvolvimento, em 2012 o VAB era de 31% da região, enquanto em Portugal, representava 24%. Apresentava também uma estrutura económica muito diversificada e em áreas muito diversas, como a cerâmica, os minerais não metálicos, floresta e seus subprodutos. Além destas atividades mais tradicionais, era também muito forte em atividades que exigem muita tecnologia, nomeadamente metalomecânica, moldes e vários equipamentos, bem como atividades muito ligadas ao conhecimento, como tecnologias de informação, biotecnologia, área das energias renováveis e saúde (PO_Centro, 2014).

A região Centro é muito rica em várias matérias primas, como argilas, pedras minérios e uma grande mancha de florestas. Além disso produz vários materiais, nomeadamente plásticos, metais e ligas, vidro, papel, fibras naturais e sintéticas, algumas com muita tecnologia: nanomateriais, eletrónica, biomateriais (16% do VAB da região). A floresta ocupa 41% da região Centro, com 65% da floresta portuguesa, sendo responsável por 11% das exportações da região. A industria da madeira e da pasta de papel, representava 38% do VAB nacional (Idem).

Estamos perante uma rede de cidades com níveis de qualidade muito elevados, onde a qualidade de vida, avaliada pela DECO em 2012, na qual Viseu aparece em primeiro lugar, Castelo Branco em segundo, Leiria em quinto, Coimbra em sétimo e Aveiro em oitavo, o que indicia um poder de coesão territorial nesta região. Em 2013, por cada 100 euro que importava, exportava 127 euro, em contraste com o país, que por cada 100 euro importados, exportava 84 euro, o que revelava uma forte dinâmica (PO_Centro, 2014).

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1.4. Período temporal

O período temporal do estudo compreende a década de 1999-2009, a qual corresponde a dois recenseamentos agrícolas consecutivos (Recenseamento Geral Agrícola 1999 e Recenseamento Agrícola 2009) e permite tirar conclusões em vários domínios. Sempre que possível, será alargada a 1989 (Recenseamento Geral Agrícola 1989), o que permitirá uma análise de tendência mais sustentada (20 anos) e verificar o evoluir da agricultura nesse espaço de tempo. De igual modo, sempre que a análise comparativa entre variáveis o permita, far-se-á recurso de informação mais recente, posterior a 2009, que nos dará uma informação mais atualizada da agricultura portuguesa e das regiões em estudo.

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CAPÍTULO 2 – OBJETIVOS E METODOLOGIA

2.1. Objetivos e questões de trabalho

Esta tese tem como principal preocupação analisar a evolução da agricultura na Beira Litoral e na Beira Interior, no período de 1999 a 2009, tendo em conta o impacto das políticas agrícolas seguidas neste período e em períodos anteriores.

Para se perceber a evolução registada nesse intervalo de tempo, colocámos as seguintes questões de trabalho:

 A agricultura portuguesa evolui no sentido da litoralização?

 As políticas agrícolas acentuaram a dicotomia entre grandes e pequenas explorações?

 Os sectores, animal e vegetal, registam dinâmicas diferenciadas?

 As políticas agrícolas originaram evoluções distintas ao nível das diferentes culturas vegetais e produções animais?

 A preocupação ambiental, a obrigatoriedade da sua implementação exigiu mudanças nos sistemas de produção, e no tipo de culturas?

Estabelece-se como hipótese geral a comprovar, a seguinte afirmação:

As medidas da política agrícola e a sua evolução (no contexto da reforma da PAC) têm implicações distintas, nas dinâmicas agrorurais, conforme a realidade das regiões consideradas, em resultado das suas realidades agrárias e socioeconómicas.

2.2. Metodologia

A metodologia é a parte de todo o processo de investigação (método científico) que permite a sistematização dos métodos e das técnicas necessárias para que seja possível levá-la a cabo.

Como refere Kaplan (1998), a metodologia permite-nos compreender, num sentido mais amplo, não os resultados do método científico, mas o próprio processo em si. Segundo este autor, a metodologia preocupa-se com as técnicas e com os métodos. Procura descrever e analisar, verificar os limites e recursos, clarificar os pressupostos e consequências.

Imagem

Figura 1.1 – Área de Estudo Fonte: INE 2001
Figura 1.2 - NUTS II e NUTS III em Portugal  Fonte: DRAPC_NUTS
Figura 3.1 - Características essenciais do Programa LEADER  (Fonte: LEADER, 2006)
Figura 5.6 - Representatividade (%) das explorações segundo a natureza jurídica do produtor
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Referências

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