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Evidências de validade de instrumento para coleta de dados no pré e pós-operatório de estomizados intestinais a luz do Modelo de Adaptação de Roy

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO. CINTIA GALVÃO QUEIROZ. EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE ESTOMIZADOS INTESTINAIS A LUZ DO MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY. NATAL 2017.

(2) CINTIA GALVÃO QUEIROZ. EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE ESTOMIZADOS INTESTINAIS A LUZ DO MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do grau de mestre em enfermagem. Área de concentração: Enfermagem na atenção à saúde Linha de pesquisa: Desenvolvimento tecnológico em saúde e enfermagem Orientador: Profª Drª Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção. NATAL 2017.

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede. Queiroz, Cintia Galvão. Evidências de validade de instrumento para coleta de dados no pré e pós-operatório de estomizados intestinais a luz do Modelo de Adaptação de Roy / Cintia Galvão Queiroz. - 2018. 132 f.: il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Natal, RN, 2018. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção.. 1. Estomia - Dissertação. 2. Modelos de enfermagem Dissertação. 3. Processo de enfermagem - Dissertação. 4. Coleta de dados - Dissertação. 5. Estudos de validação - Dissertação. I. Assunção, Isabelle Katherinne Fernandes Costa. II. Título. RN/UF/BCZM. CDU 616.8-009.7.

(4) CINTIA GALVÃO QUEIROZ. EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE ESTOMIZADOS INTESTINAIS A LUZ DO MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do Título de Mestre em Enfermagem.. Aprovada em: 19 de dezembro de 2017, pela banca examinadora.. PRESIDENTE DA BANCA Profa. Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção (Departamento de Enfermagem/UFRN). BANCA EXAMINADORA. _________________________________________________________ Profa. Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ________________________________________________________ Profa. Dra. Gabriela de Sousa Martins Melo de Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte Membro interno _________________________________________________________ Profa. Dra. Mirian Alves da Silva Universidade Federal da Paraíba Membro externo.

(5) DEDICATÓRIA. A Deus, por ter me dado forças, saúde e perseverança para prosseguir e concluir mais essa etapa. E, por sempre me fazer lembrar que os sonhos dele são maiores que os meus. Vale a pena acreditar!. A minha mãe, Aparecida, por nunca desistir de mim e compreender meus estresses e minha ausência quando tudo era difícil. Obrigada, mãe, por ter me ensinado as primeiras letras, por aquele chinelo ao lado da cadeira de estudos, por todo o esforço, abdicação e dedicação durante todos esses anos. Essa conquista é nossa!. A minha família, em especial a minha tia Nazaré e meu primo Kaio Fillipe, por terem sido meu apoio, minha base, quando tudo parecia muito difícil e a vida desabar nas minhas costas. Pela milésima vez, muito obrigada!. Ao meu namorado, Geraldo, por me compreender e ajudar em toda essa caminhada, da graduação ao mestrado, pelo incentivo diário quando eu digo que não vou conseguir. Aguentar meus estresses e minhas longas conversas de como foi o dia, aflições, medos, angustias e por fazer do meu sonho o seu sonho.. A todas as pessoas estomizadas, que me ensinaram com suas histórias de vida, exemplos de perseverança, otimismo e fé..

(6) AGRADECIMENTOS. A minha orientadora, professora Dra. Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção, por galgar comigo essa caminhada, pela oportunidade de crescimento profissional desde a graduação, por ter ido além da relação professor/aluno, me oferecendo, muitas vezes, um ombro para chorar ou um ouvido para escutar. Agradeço todos os ensinamentos e confiança em mim depositada.. Aos docentes e ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo apoio e incentivo durante todo esse período.. Aos professores doutores Gilson de Vasconcelos Torres, Bertha Cruz Enders e Gabriela de Sousa Martins Melo de Araújo, pela participação em meu exame de qualificação e valiosas contribuições. Em especial a professora Gabriela, pela imensurável ajuda desde a graduação e por ter me aceitado como docente assistida, sempre com seu jeito doce e encantador. Você é inspiradora. Muito obrigada!. Às professoras doutoras Isabelle Katherinne Fernandes Costa Assunção, Gabriela de Sousa Martins Melo de Araújo e Mirian Alves da Silva, por ler esse material com tanto carinho e zelo, pelo aceite em estar em minha defesa e todas as contribuições dadas.. Às minhas amigas da graduação e de vida, Jéssica Lyra, Dianny, Kadyjina, Luana, Yleanna, Sueleide, Iasmim, Mônica, Jéssika Costa e Elizabethe, por serem minha segunda família, na certeza de que sempre estarão ali para oferecer apoio em qualquer circunstância da vida.. A minha amiga Kadyjina, irmã de coração que a vida me deu. Obrigada, minha amiga, por esse laço de cumplicidade e amizade tão forte que nos une desde a graduação, por cada momento que compartilhamos, choramos, sorrimos... Estaremos sempre juntas, nos apoiando! Eu acredito muito em você!. As minhas amigas de pós-graduação, Kadyjina e Romeika, pela caminhada mais leve durante esses dois anos, pela ajuda de sempre, por dividir sonhos, alegrias, conquistas dificuldades e obstáculos..

(7) Aos componentes do meu grupo de pesquisa Lays, Marjorie, Amanda, Suênia, Julliana, Luana, Silvia, Isabelle, Fernanda, Dannyele, Aline, Dayane, Breno, Lorena e Alexsandra, pelo incentivo e disposição a ajudar durante toda essa caminhada. Vocês são especiais!. Aos juízes da pesquisa, pela disponibilidade em participar do estudo, por todas as sugestões e contribuições.. A Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior (CAPES), pela bolsa concedida durante parte do mestrado.. Aos funcionários do Departamento de Enfermagem e da Pós-Graduação da UFRN, pela disponibilidade de sempre.. A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, ajudaram no desenvolvimento e realização de mais um capítulo da minha história. Muito obrigada!.

(8) “Na corrida dessa vida é preciso entender que você vai rastejar, que vai cair, vai sofrer. E a vida vai lhe ensinar que se aprende a caminhar e só depois a correr! A vida… a vida é uma corrida que não se corre sozinho. Que vencer não é chegar. É aproveitar o caminho. Sentindo o cheiro das flores e aprendendo com as dores causadas por cada espinho. Aprenda com cada dor, com cada decepção, com cada vez que alguém lhe partir o coração. O futuro é obscuro e às vezes é no escuro que se enxerga a direção. Sinta sua caminhada e dê sempre uma parada pelo caminho que for. Pare! Não tenha pressa. Não “carece” acelerar. A vida já é tão curta. É preciso aproveitar essa estranha corrida que a chegada é a partida e ninguém pode evitar. Por isso que o caminho tem que ser aproveitado deixando pela estrada algo bom para ser lembrado! Vivendo uma vida plena, fazendo valer a pena cada passo que foi dado. Ai sim, lá na chegada onde o fim é evidente é que a gente percebe que tudo foi de repente. E aprende na despedida que o sentido dessa vida é sempre seguir em frente!”. Bráulio Bessa.

(9) RESUMO Objetivou-se analisar a validade teórica de instrumento para a coleta de dados no pré e pósoperatório de pessoas estomizadas intestinais à luz do Modelo de Adaptação de Roy. Estudo metodológico, quantitativo desenvolvido em duas etapas: construção da versão preliminar de um instrumento norteador de consulta de enfermagem fundamentado no Modelo de Adaptação de Roy, com aplicabilidade para o pré e pós-operatório de estomia (1ª etapa), submissão do instrumento para validação do seu conteúdo aos especialistas (2ª etapa). A amostra foi composta por 11 juízes selecionados a partir dos critérios de inclusão: atuar na prática clínica na área de estomaterapia e/ou discentes a nível de mestrado e doutorado com conhecimento teórico e de pesquisa sobre estomias intestinais e/ou Modelo de Adaptação de Callista Roy e aceitar participar voluntariamente assinando o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Para embasar a construção e validação do instrumento foi utilizada a teoria da psicometria, a qual se baseia em três polos: teórico, experimental e analítico. Para fins de validação de conteúdo, o presente estudo deteve-se ao polo teórico. A avaliação dos itens do instrumento ocorreu a partir da classificação em não tenho sugestões para esse item, tenho sugestões para melhoria do item e o item deve ser retirado e a avaliação geral de cada instrumento a partir de 10 requisitos. Após a avaliação foi realizada a validação de conteúdo com aplicação do Índice Kappa (K) e Índice de Validade de Conteúdo (IVC), aceitando índices superiores a 0,81 e 0,80, respectivamente. O projeto de pesquisa obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa/UFRN (CAAE nº 65941517.8.0000.5537). Após serem codificados e tabulados, os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Dos 11 juízes que avaliaram o instrumento, 100% eram do sexo feminino, com média de idade de 34,4 (±9,1) anos, 88,9% possuíam mestrado acadêmico, 54,5% atuavam exclusivamente na assistência e 36,4% disseram assistir e/ou pesquisar estomias devido oportunidade de emprego/necessidade institucional. Em relação ao Modelo, 100,0% dos juízes responderam que consideram importante que o enfermeiro conheça o processo adaptativo da pessoa estomizada, entretanto, apenas 72,7% tinham conhecimento. Na avaliação geral do instrumento, obteve-se índices de IVC e Kappa de 0,90 e 0,96, respectivamente, acima do considerado aceitável. A maioria dos itens avaliados obtiveram níveis de avaliação da validade de conteúdo dentro do estabelecido (IVC ≥0,80 e Kappa≥0,81) sendo considerados adequados. Dez itens foram retirados, uma vez que não obtiveram nível de concordância dentro dos índices estabelecidos. Foi levado em consideração também as sugestões e justificativas individuais dos juízes para melhorar o item ou retira-lo. Algumas sugestões foram dadas por apenas um juiz, sendo analisadas, acatadas ou rejeitadas em função de sua pertinência. Por fim, o instrumento foi reformulado baseando-se nos níveis de concordância entre os juízes e a versão final apresenta 126 itens, mostrando-se válidos quanto ao seu conteúdo, permitindo sua aplicação prática, tanto pelos enfermeiros assistenciais como também pelos graduandos de enfermagem a fim de identificar necessidades adaptativas das pessoas estomizadas e subsidiar intervenções para promover a adaptação. Palavras-chave: Estomia. Modelos de Enfermagem. Processo de Enfermagem. Coleta de dados. Estudos de Validação..

(10) ABSTRACT The aim of this study was to analyze the theoretical validity of an instrument for the collection of data in the pre and postoperative period of intestinal stomates in the light of Roy's Adaptation Model. Methodological and quantitative study developed in two stages: construction of the preliminary version of a nursing consultation guideline based on the Roy Adaptation Model, with applicability for the pre and post-operative of the stommy (1st stage), submission of the instrument for validation of its content to the experts (2nd stage). The sample consisted of 11 judges selected from the inclusion criteria: acting in the clinical practice in the area of stomatherapy and/or students at master's and doctoral level with theoretical knowledge and research on intestinal stomies and/or Callista's Adaptation Model Roy and agree to participate voluntarily by signing the informed consent term. In order to base the construction and validation of the instrument, the theory of psychometry was used, which is based on three poles: theoretical, experimental and analytical. For purposes of content validation, the present study was applied to the theoretical pole. The evaluation of the items of the instrument occurred from the classification in I have no suggestions for this item, I have suggestions for improvement of the item and the item should be withdrawn and the overall evaluation of each instrument from 10 requirements. After the evaluation, the content validation was applied with Kappa Index (K) and Content Validity Index (IVC), accepting indexes above 0.81 and 0.80, respectively. The research project obtained a favorable opinion from the Research Ethics Committee/UFRN (CAAE nº 65941517.8.0000.5537). After being coded and tabulated, the data were analyzed by means of descriptive statistics. Of the 11 judges who evaluated the instrument, 100% were female, with a mean age of 34.4 (± 9.1) years, 88.9% had an academic master's degree, 54.5% were exclusively on care and 36, 4% said attending and/or researching ostomies due to job opportunity/institutional need. Regarding the Model, 100.0% of the judges answered that they consider it important that the nurse knows the adaptive process of the stomized person, however, only 72.7% were aware. In the general evaluation of the instrument, IVC and Kappa indexes of 0.90 and 0.96, respectively, were obtained, above that considered acceptable. Most of the evaluated items had levels of evaluation of the validity of content within the established (IVC ≥0.80 and Kappa ≥0.81) being considered adequate. Ten items were withdrawn, since they did not obtain level of agreement within the established indices. The judges' individual suggestions and justifications were also taken into account to improve the item or to withdraw it. Some suggestions were given by only one judge, being analyzed, accepted or rejected according to their pertinence. Finally, the instrument was reformulated based on the levels of concordance between the judges and the final version presents 126 items, proving valid as to its content, allowing its practical application, both by nursing assistants as well as by undergraduate nursing students to identify the adaptive needs of stommized people and to support interventions to promote adaptation. Keywords: Estomy. Nursing Models. Nursing Process. Data collect. Validation Studies..

(11) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. ABRASO. Associação Brasileira de Ostomizado. BDENF. Base de dados de enfermagem. BVS. Biblioteca Virtual em Saúde. CAAE. Certificado de Apresentação para Apreciação Ética. CERHRN. Centro Especializado em Reabilitação e Habilitação do Rio Grande do Norte. CEP. Comissão de Ética em Pesquisa. CINAHL. Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature. COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. DECS. Descritores em Ciências da Saúde. IBECS. Indice Bibliográfico Español de Ciencias de la Salud. INCA. Instituto Nacional do câncer. IVC. Índice de Validade de Conteúdo. K. Índice Kappa. LILACS. Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. MAR. Modelo de Adaptação de Roy. MEDLINE. Medical Literature Analysis and Retrieval System Online. MESH. Medical Subject Headings. PE. Processo de enfermagem. SAE. Sistematização da assistência de enfermagem. TCLE. Termo de Consentimento Livre Esclarecido. UFRN. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. UOAA. United Ostomy Associations of América.

(12) LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Definição constitutiva da adaptação da pessoa estomizada à luz do Modelo de Adaptação de Roy. Natal/RN, 2017.............................................................................. 44 Quadro 2 - Distribuição dos problemas adaptativos e indicadores de adaptação positiva das pessoas estomizadas conforme os modos adaptativos do Modelo de Adaptação de Roy. Natal/RN, 2017.......................................................................................................... 46. Quadro 3 – Variáveis de caracterização sociodemográfica e profissional. Natal/RN, 2017.................................................................................................................................... 49. Quadro 4 – Variáveis sociodemográficas presentes no instrumento. Natal/RN, 2017...... 50 Quadro 5 – Variáveis de história clínica presentes no instrumento. Natal/RN, 2017........ 51. Quadro 6 – Variáveis de dados da cirurgia presentes no instrumento. Natal/RN, 2017.................................................................................................................................... 51. Quadro 7 – Variáveis de anamnese e exame físico presentes no instrumento. Natal/RN, 2017.................................................................................................................................... 52. Quadro 8 – Variáveis do parecer final do instrumento. Natal/RN, 2017........................... 55 Quadro 9 - Requisitos a serem analisados no instrumento. Natal/RN, 2017..................... 56 Quadro 10 - Distribuição do índice Kappa (K) e os níveis de interpretação de concordância. Natal/RN, 2017........................................................................................... 57 Quadro 11 - Hipóteses teórica e estatística do estudo. Natal/RN, 2017............................ 58 Quadro 12– Sugestões dos juízes referente as variáveis sociodemográficas, aceite das sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017........................................ 63 Quadro 13 – Sugestões dos juízes referente a história clínica, aceite das sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017........................................................... 65 Quadro 14– Sugestões dos juízes referente aos dados da cirurgia, aceite das sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017........................................................... 66 Quadro 15 – Sugestões dos juízes referentes aos modos adaptativos, aceite das sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017.......................................................... 73 Quadro 16 – Sugestões dos juízes referentes aos dados pré-operatórios, aceite das sugestões e justificativa para aceite ou recusa. Natal/RN, 2017........................................ 77 Quadro 17 - Parecer final dos juízes sobre o instrumento, de acordo com os requisitos avaliados. Natal/RN, 2017.................................................................................................. 78.

(13) LISTA DE TABELA Tabela 1 - Quantitativo dos estudos localizados (L), estudos potencialmente relevantes (R), estudos excluídos por estarem duplicados (D), selecionados para leitura na íntegra (S) e amostra final (A). Natal/RN, 2017............................................................................. 34. Tabela 2 - Distribuição dos estudos quanto à base de dados, tipo de estudo/forma de abordagem, população, nível de atenção, tipo de validação, referencial teórico e nível de evidência. Natal/RN, 2017.................................................................................................. 36. Tabela 3 - Caracterização sociodemográfica e profissional dos juízes participantes da pesquisa. Natal/RN, 2017.................................................................................................. Tabela 4 - Categorias de composição do instrumento. Natal/RN, 2017............................. 60 61. Tabela 5 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares dos dados de identificação. Natal/RN, 2017................................................................................................................... 62. Tabela 6 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares da história clínica. Natal/RN, 2017................................................................................................................... 64. Tabela 7 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares dos dados da cirurgia. Natal/RN, 2017................................................................................................................... 66. Tabela 8 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo fisiológico. Natal/RN, 2017............................................................................................... 67. Tabela 9 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo autoconceito. Natal/RN, 2017............................................................................................ 70. Tabela 10 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo função na vida real. Natal/RN, 2017.................................................................................. 71. Tabela 11 – Avaliação dos juízes quanto aos itens preliminares referentes ao modo interdependência. Natal/RN, 2017..................................................................................... 72.

(14) 13. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Representação gráfica da ativação de mecanismos de enfrentamento e desencadeamento de respostas, segundo o MAR. Natal/RN, 2017.................................. 27 Figura 2 - Fluxograma das etapas metodológicas da revisão integrativa. Natal/RN, 2017................................................................................................................................... 34. Figura 3 - Fluxograma das etapas metodológicas do estudo. Natal/RN, 2017................. 43 Figura 4 – Rede explicativa da utilização do instrumento para coleta de dados no pré e pós-operatório de estomizados intestinais. Natal/RN, 2017............................................. 79.

(15) SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 15. 1.1. PROBLEMATIZAÇÃO.................................................................................. 20. 1.2. JUSTIFICATIVA............................................................................................. 23. 2. OBJETIVOS................................................................................................... 25. 2.1. GERAL............................................................................................................ 25. 2.2. ESPECÍFICOS................................................................................................. 25. 3. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................... 26. 3.1. MODELO DE ADAPTAÇÃO DE SISTER CALLISTA ROY...................... 26. 3.2. O PROCESSO DE ENFERMAGEM NA PERSPECTIVA DO MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY........................................................................... 3.3. COLETA DE DADOS..................................................................................... 30 31. 3.4. CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA PESSOAS ESTOMIZADAS...... 38. 3.5. VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS............................................................ 40. 4. METODO........................................................................................................ 42. 4.1. TIPO DE ESTUDO.......................................................................................... 42. 4.2. ETAPAS DO ESTUDO................................................................................... 42. 4.2.1. Primeira etapa: definição dos constructos................................................... 43. 4.2.2. Segunda etapa: validação de conteúdo......................................................... 47. 4.2.2.1. População e amostra........................................................................................ 47. 4.4.2.2. Coleta de dados................................................................................................ 47. 4.4.2.3. Variáveis do estudo.......................................................................................... 48. 4.4.2.4. Análise dos dados............................................................................................. 57. 4.4.2.5. Aspectos éticos................................................................................................. 59. 4. RESULTADOS............................................................................................... 60. 5. DISCUSSÃO................................................................................................... 80. 6. CONCLUSÃO................................................................................................ 90. REFERÊNCIAS APÊNDICES ANEXOS.

(16) 15. 1 INTRODUÇÃO. Entre os procedimentos cirúrgicos do trato gastrointestinal, destacam-se as ileostomias e colostomias que recebem essa denominação a depender do segmento a ser exteriorizado, de caráter temporário ou definitivo (BARTLE, 2013). Esta abertura criada cirurgicamente desvia as fezes diretamente do trato gastrintestinal para o exterior, quando não há a possibilidade de restabelecer o trânsito intestinal, tornando-se necessária a utilização de uma bolsa coletora externa ao corpo (ALMEIDA et al., 2010; BATISTA, 2011). Diversos problemas podem levar à confecção de uma estomia. Dentre os mais comuns encontram-se os traumas, doenças inflamatórias, diverticulite, tumores de cólon e de reto, doenças congênitas, câncer de intestino e doenças de causas renais (OLIVEIRA et al., 2010). É importante considerar que o câncer de cólon e reto está entre os principais diagnósticos que levam a confecção do estoma (FERNANDES; MIGUIR; DONOSO, 2011). Segundo dados do Instituto Nacional do câncer (INCA), a estimativa do ano 2016 para casos novos de câncer do cólon e reto no Brasil foi de 16.660 casos em homens e 17.620 em mulheres, o que corresponde a um risco estimado de 16,84 casos novos a cada 100 mil homens e 17,10 a cada 100 mil mulheres (BRASIL, 2015). O indivíduo ao ser informado do diagnóstico e da necessidade de uma intervenção cirúrgica que resultará na confecção de uma estomia passa por um período de difícil aceitação, que decorre durante todo o período perioperatório, colocando as pessoas perante uma ameaça aos seus projetos de vida e às suas realidades, com grande risco de rotura da sua identidade. Pacientes submetidos à confecção de estomas intestinais sofrem além dos estigmas, dificuldades de aceitação às mudanças decorrentes de um processo continuamente adaptativo (GOMES; BRANDÃO, 2012). A pessoa depara-se não apenas com a perda de um segmento importante, mas com alteração da sua imagem corporal, alterações fisiológicas - uma vez que deixa de ter controle sobre suas excreções- de autoestima, sexualidade e atividades cotidianas. Estas mudanças requerem competências adaptativas em todos os domínios da vida (MARTINS; ALVIN, 2011). Observa-se que embora um indivíduo seja submetido a uma mesma situação, sua resposta pode ser variada em relação ao outro, a depender de sua personalidade e vivência, dando origem a diferentes respostas comportamentais. Assim, a capacidade adaptativa diante dos enfrentamentos gerados pelas situações de saúde/doença varia entre os indivíduos.

(17) 16. (SANTOS; TAVARES; REIS, 2012). Neste estudo, o período pré e pós-operatório de pacientes estomizados foram as condições eleitas para avaliação de tais respostas. Nesta perspectiva, o cuidado de enfermagem na assistência pré e pós-operatória é imprescindível e se constitui em um contínuo aperfeiçoamento pelo fato desse paciente cirúrgico apresentar um alto nível de estresse, bem como poder desenvolver sentimentos que podem atuar negativamente em seu estado emocional, tornando-os vulneráveis e dependentes. Observa-se que, muitas vezes, o estado de estresse tem relação com a ausência de informações no que diz respeito aos procedimentos da cirurgia, da anestesia e dos cuidados a serem realizados (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009). O período pré-operatório mediato e imediato inicia-se no momento em que se decide a realização da intervenção cirúrgica até o momento que precede o ato cirúrgico, quando o paciente é encaminhado para a mesa cirúrgica (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009). Nesse período a atenção dispensada ao paciente deve ocorrer de forma planejada, individualizada, baseada em evidências científicas, e a equipe de enfermagem é responsável pelos cuidados ofertados, com orientações sobre o que se constituirá o ato cirúrgico e como o paciente poderá colaborar em sua recuperação, seguindo com cuidados específicos durante o período transoperatório, pós-operatório até a alta hospitalar (SANTOS; HENCKMEIER; BENEDET, 2011). O período pós-operatório tem início após o término do procedimento cirúrgico até a alta do paciente, sendo dividido em dois momentos: o pós-operatório imediato, que compreende as primeiras 24 horas após a cirurgia, e o mediato, que inicia-se após as 24 horas (MALAGUTTI; BONFIM, 2011). O enfermeiro, como parte integrante da equipe de saúde, é fundamental no processo de orientação e adaptação do estomizado. Dessa forma, é imprescindível que ele se integre às questões assistenciais com competência e capacidade, realizando um atendimento eficaz, integral e resolutivo norteado pela sistematização da assistência de enfermagem (SAE), para detectar todas as dificuldades de adaptação da pessoa à sua condição de estomizado, além de traçar conjuntamente ações que visem à minimização e superação de tais dificuldades (MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013). A SAE, além de ser uma linguagem padronizada que alicerça a prática em conhecimentos científicos, possibilita ao enfermeiro maior autonomia, respaldo seguro através do registro, que garante a continuidade/complementaridade do cuidado, além de promover uma.

(18) 17. aproximação entre o enfermeiro e o paciente, e entre o enfermeiro e a equipe multiprofissional (MOREIRA et al., 2013; SANTOS, 2014). Dessa forma, torna-se imprescindível ao cuidado de enfermagem que se desenvolva um pensamento crítico para a tomada de decisões seguras e fundamentadas em evidências científicas. Neste sentido os modelos assistenciais de enfermagem são construídos a partir da relação das teorias com a prática, os quais necessitam de um método, o Processo de Enfermagem (PE) (GARCIA; NÓBREGA, 2009; GRITTEM; MEIER; PERES, 2009; OLIVEIRA et al., 2012). Este consiste em um instrumento metodológico e uma tecnologia aplicada à assistência de enfermagem, que favorece e organiza as condições necessárias à realização do cuidado e documenta a prática profissional. Está pautado na cientificidade, raciocínio clínico e aspectos éticos, além de fornecer maior visibilidade, reconhecimento profissional e ser uma possibilidade concreta de avaliação da prática de enfermagem (GARCIA; NÓBREGA, 2009; GRITTEM; MEIER; PERES, 2009; OLIVEIRA et al., 2012). O PE organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: coleta de dados de enfermagem (ou histórico de enfermagem), diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem (BRASIL, 2009). Ressalta-se que o PE não apenas trata os problemas, mas também os previne (ALFAROLEFEVRE, 2010). Neste estudo, dar-se-á ênfase a primeira etapa do PE, a coleta de dados no período pré e pós-operatório de estomizados intestinais de eliminação. O processo de reabilitação dos estomizados, quando elaborado de forma holística e sistematizado, mediante a primeira etapa do PE que consiste na coleta de dados, torna-se ferramenta incentivadora à adaptação, pois é neste momento que iniciarão as orientações em relação ao autocuidado com o estoma e pele periestomal, esclarecendo eventuais dúvidas, mostrando que ele pode viver bem com sua estomia, além da possibilidade de diálogo para expor seus medos e outros sentimentos decorrentes do processo cirúrgico como um todo. Destaca-se que somente após a adaptação do estomizado à sua nova condição de vida é que ele adquirirá confiança e segurança (MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013). O enfermeiro deverá ser capaz de identificar o nível de adaptação e as necessidades de resistência, identificar dificuldades e intervir para promover adaptação (ROY; ANDREWS, 2001). Desta forma, fazem-se necessários profissionais cada vez mais capacitados para identificar essas necessidades e utilizar o processo de enfermagem para aprimorar a sua tomada.

(19) 18. de decisão, pautados na necessidade de cada paciente, planejar o cuidar, fazer prescrições de enfermagem eficazes e avaliar o estado de saúde mediante evoluções. Essa assistência envolveria, também, o preparo físico e psicológico do paciente para a cirurgia, procurando fazer com que o paciente compreenda a assistência de enfermagem a ser realizada e esclarecendo suas dúvidas (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009). Diante disso, reforça-se a importância da organização dos cuidados dispensados a pacientes estomizados mediante a implementação do PE fundamentado em uma teoria que atenda às necessidades dessa população. À medida que a consulta de enfermagem é norteada por um referencial teórico e aplicada por meio do processo de enfermagem, a equipe de enfermagem associam teoria e prática, relacionando conhecimentos multidisciplinares, proporcionando maior visibilidade do paciente, além de individualizar o cuidado prestado (MARQUES; NÓBREGA, 2009). Os modelos de enfermagem são descrições da prática de enfermagem que se expressam utilizando os designados metaparadigmas de enfermagem (COELHO; MENDES, 2011). Dentre as teorias e modelos propostos para a enfermagem, Roy, em seu modelo de adaptação considera: a pessoa, o ambiente, a saúde e meta de enfermagem. A pessoa, nesse modelo, é considerada um sistema adaptável; o ambiente é compreendido como as condições externas e internas que afetam o comportamento e o desenvolvimento da pessoa; a saúde é a capacidade do indivíduo de tornar-se uma pessoa total e integrada; e a enfermagem é a ciência que manipula e modifica os estímulos de modo a promover e facilitar a capacidade adaptativa do homem e a adaptação é a meta desta teoria de enfermagem (ROY; ANDREWS, 2001). Callista Roy, no seu Modelo de Adaptação, observou que o surgimento constante de estímulos requer a necessidade de respostas adaptativas ou ineficazes por parte do indivíduo. A coleta de dados do processo de enfermagem, a qual denomina avaliação do comportamento, consiste no primeiro passo para a identificação dos comportamentos do beneficiário dos cuidados de enfermagem, observando os quatro modos de adaptação, são eles: modo fisiológico, modo de autoconceito, modo da função na vida real e o modo de interdependência (COELHO; MENDES, 2011). Neste estudo, utilizar-se-á a denominação coleta de dados para facilitar a compreensão. Nesse contexto, pode-se estabelecer a relação entre o Modelo de Adaptação de Roy (MAR) e as pessoas que irão submeter-se a cirurgia para confecção da estomia, uma vez que apresentam necessidades de ordem física, social e psicológica, funcionando como estímulos que promovem respostas adaptativas ou ineficientes..

(20) 19. O comportamento da pessoa estomizada em relação aos modos adaptativos citados e descritos à seguir geram subsídios para que os profissionais possam identificar tais respostas. Os enfermeiros, diante das dificuldades de enfrentamento, devem buscar trabalhar os modos adaptativos: o fisiológico que está associado à forma como a pessoa responde como ser físico aos estímulos do ambiente, sendo o comportamento a manifestação das atividades fisiológicas do organismo; o autoconceito envolve especificamente os aspectos psicológicos e espirituais do sistema humano (valores, crenças e emoções); a função do papel refere-se aos papéis que cada pessoa desempenha na sociedade no sentido da preservação da integridade social (padrões de interação social da pessoa); e interdependência (padrões de valor humano, afeição, amor e afirmação) (COELHO; MENDES, 2011; SILVA; LIMA, 2014). Neste sentido, considera-se que o ser humano é um sistema biopsicossocial com a capacidade de ajustar-se ao ambiente, bem como modificá-lo. As estratégias adotadas pelos enfermeiros estão relacionadas às demandas, ao considerarem, principalmente, as condições, circunstâncias e influências que circundam e afetam o seu comportamento (GOMES; BRANDÃO, 2012)..

(21) 20. 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO. Segundo a United Ostomy Associations of América (UOAA) estima-se que em 2013 existiam aproximadamente 700 mil pessoas estomizadas nos Estados Unidos. No Brasil, conforme a Associação Brasileira de Ostomizado (ABRASO) existem aproximadamente 33.864 pessoas estomizadas, sendo 4.176 no Nordeste e 697 no Rio Grande do Norte (ABRASO, 2007; SENA et al., 2014; UOAA, 2013). Tal informação é importante, pois o número de estomizados vem crescendo continuamente. Desta forma, partindo da vivência enquanto bolsista de iniciação científica e mestranda, atuando em projetos de pesquisa e extensão na área, e da assistência no pré e pós-operatório a pessoa estomizada enquanto discente da graduação em enfermagem e docente assistida em um setor cirúrgico, constatou-se a necessidade de um atendimento sistematizado para este público. Pôde-se observar que ao serem questionados sobre seu tratamento, estes mostravam dificuldades em compreender a cirurgia que iriam realizar, quais cuidados precisariam ter e as dificuldades em aceitar sua nova condição quando observavam em seu abdome uma bolsa de estomia. Somado a isto, a maioria desses pacientes somente recebem orientações e cuidados especializados quando entram em contato com o programa de estomizados. No entanto, ao chegar nesse estágio, já no período pós-operatório, o paciente trilhou um caminho de sofrimento por inabilidade no cuidado com o estoma, situações constrangedoras, que intensificaram sua angústia e experiência negativa dificultando seu processo adaptativo em relação a sua condição. Muitos pacientes estomizados são confrontados com a falta de conhecimento, as informações pertinentes aos cuidados com o estoma são escassas e raramente fornecidas, o que aumenta os conflitos psicossociais e limita o cuidado, ocasionando maior possibilidade de haver complicações. O cuidado, quando observado de forma integral, baseado também em orientações, minimiza e resguarda-o de possíveis complicações posteriores (GOMES; BRANDÃO, 2012). Entretanto, a prática profissional da Enfermagem, muitas vezes ocorre de forma assistemática devido ao seu fazer cotidiano ainda ser fragmentado e pautado em técnicas e/ou regras impostas pela instituição de saúde ou prescrita por médicos. O cuidado oferecido ocorre sem planejamento, demonstrando pouca fundamentação teórica. Se faz necessário então, uma reflexão mais profunda sobre a atuação fundamentada em conhecimentos científicos, ou seja,.

(22) 21. refletindo-se sobre o plano de cuidados elaborado no sentido de observar sua especificidade para aquele paciente, bem como para o procedimento cirúrgico ao qual o paciente vai ser submetido, no intuito de assegurar uma prática assistencial que promova um cuidado de enfermagem individual e integral (CHRISTÓFORO; CARVALHO, 2009). Partindo dessas considerações e embasado nos resultados de pesquisas desenvolvidas no Brasil, constata-se que as pessoas estomizadas, no pós-operatório e alta hospitalar possuem inúmeras barreiras que dificultam sua adaptação a seu novo estilo de vida, entre elas, dificuldades para realizar troca e higiene do dispositivo, preocupações e dificuldade para lidar com esta nova situação (BATISTA et al, 2011), complicações do estoma e pele periestoma (AGUIAR et al, 2011), insatisfação pessoal com a nova conformação corporal, receio de não ser aceito pelas pessoas após as mudanças físicas, alteração na função social, restrições de lazer motivadas pela vergonha e insegurança na aderência da bolsa de estomia, vazamentos, odores (CETOLIN et al, 2013; COELHO; SANTOS; POGETTO, 2013; GOMES; BRANDÃO, 2012; FERREIRA, 2017; OLIVEIRA, 2010), medo de alimentar-se provocando a redução do prazer da alimentação (NASCIMENTO et al, 2011), alteração na sexualidade (CARDOSO et al, 2015), entre outros. Desta forma, fica clara a necessidade de se estabelecer um canal de comunicação e empatia com o paciente, considerando as alterações físicas e emocionais consequentes à cirurgia. A avaliação pré e pós-operatória de uma cirurgia geradora de estoma é imprescindível para que se alcance uma reabilitação eficiente voltada para o processo adaptativo e consequentemente, o autocuidado (MOTA et al., 2015). Diante da importância da SAE, principalmente para um cuidado sistematizado e individualizado para o paciente estomizado, é imprescindível a implantação desta nos serviços de saúde. Para tanto, faz-se necessário a criação de instrumentos fundamentados em uma teoria de enfermagem. O desenvolvimento destes, além de facilitar a coleta e a avaliação dos dados obtidos, proporcionaria significativa melhora da qualidade do cuidado (ARAÚJO et al., 2015). Destarte, como forma de aprimorar os conhecimentos de enfermagem na área e propor novo direcionamento da assistência voltada para a adaptação do paciente, propõe-se validar um instrumento para a coleta de dados no pré e pós-operatório de pessoas estomizadas à luz do Modelo de Adaptação de Roy. Por meio desta investigação, busca-se resposta para as seguintes questões de pesquisa: Quais os itens necessários para a composição de um instrumento para a coleta de dados no pré e pós-operatório de pessoas estomizadas fundamentado no Modelo de.

(23) 22. Adaptação de Roy? O conteúdo do instrumento para a coleta de dados no pré e pós-operatório de pessoas estomizadas possui evidencias de validade? Assim, evidencia-se a importância de construir um instrumento voltado para operacionalização da primeira etapa do PE a pacientes estomizados, uma vez que esse processo contribui para uma assistência adequada, segura e de qualidade favorecendo uma melhor adaptação do paciente ao novo estilo de vida..

(24) 23. 1.2 JUSTIFICATIVA. A construção de um instrumento para subsidiar a consulta de enfermagem ao paciente no pré e pós-operatório de estomia justifica-se inicialmente pela colaboração que trará à ciência da enfermagem, utilizando-se do Modelo de Adaptação de Roy, mediante a publicação e propagação do conhecimento específico dessa disciplina, contribuindo para o aumento da autonomia, avaliação de sua prática e formação da identidade profissional da Enfermagem, tanto no campo teórico quanto prático, articulando a pesquisa à execução do cuidado. A importância e necessidade de instrumentalizar os enfermeiros para o cuidado direcionado a este público justifica a realização deste estudo. A proposta de construção e validação de instrumentos eficientes quanto à forma e conteúdo possibilitam um olhar ampliado do processo saúde-doença, facilitando-se, o agir profissional do enfermeiro e instiga a adoção de condutas e atitudes que conduzem de maneira efetiva o cuidado prestado pela equipe ao paciente no pré e pós-operatório de estomia, embasando sua conduta em princípios científicos mediante o modelo de adaptação de Roy. Pensar então em um modelo de coleta de dados para a assistência ao paciente no pré e pós-operatório de cirurgia de estomia contribui para o desenvolvimento e aprimoramento da assistência de enfermagem, além do resgate do cuidado de forma holística, mais científico e direcionado a adaptação do estomizado. Em reflexo, têm-se uma maior satisfação do usuário, o qual terá as suas necessidades atendidas de maneira satisfatória. As teorias de enfermagem representam um dos elementos que compõem a linguagem específica elaborada pelos profissionais, objetivando consolidar a Enfermagem como ciência. O emprego de modelos conceituais proporciona visibilidade ao processo de trabalho da Enfermagem e respalda cientificamente a prática clínica. Os resultados poderão, ainda, acarretar repercussões no contexto de ensino, com ênfase para o ambiente hospitalar, uma vez que possibilitará a obtenção de dados/comportamentos do paciente, colaborando de maneira significativa, para guiar docentes e acadêmicos de enfermagem na primeira etapa do processo de enfermagem (histórico de enfermagem). Tratase, portanto, de uma tecnologia educacional, pois o produto final, servirá de suporte para discentes da graduação de enfermagem na prática assistencial em estomias, auxiliando na execução da SAE..

(25) 24. Além disso, servirá para etapas futuras na pesquisa. As informações colhidas a partir dessa ferramenta clínica favorecerão a identificação precoce de diagnósticos de enfermagem que possam direcionar o planejamento de intervenções específicas e individualizadas para alcançar o processo adaptativo, oportunizando melhores conhecimentos sobre as necessidades e problemas de saúde desta população especificamente, subsidiando discussões científicas e construtivas para o planejamento do cuidado, fomentando a necessidade de novas pesquisas na assistência aos pacientes estomizados, com incremento científico à Enfermagem. Por fim, proporciona o desenvolvimento tecnológico da enfermagem advindo da construção de um instrumento à luz do Modelo de Adaptação de Roy, ratificando a sistematização da assistência de enfermagem, podendo ser utilizado pelos profissionais de enfermagem no processo de cuidar e ensinar em saúde. Ressalta-se que dois instrumentos nesses moldes foram encontrados no acervo de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a saber: Uma tese intitulada “Construção e validação de instrumentos para consulta de enfermagem à pessoa idosa estomizada fundamentado na teoria do autocuidado”, de 2017 (ALEXANDRE, 2017) e uma dissertação intitulada “Consulta de enfermagem em situação de estomia intestinal: construção de instrumento e validação de seu conteúdo” (SANTOS, 2013). Ambas, fundamentadas na teoria do autocuidado de Dorothea Orem. Ademais, percebe-se uma lacuna relacionada a aplicação de instrumentos validados durante o pré e pós-operatório. A validação de um novo instrumento justifica-se inicialmente pela aplicabilidade já no pré e pós-operatório, períodos importantes na aceitação, adaptação e reabilitação do paciente, além de estar voltado para um novo foco, a adaptação da pessoa estomizada, mediante o Modelo de Adaptação de Roy..

(26) 25. 2. OBJETIVOS. 2.1 GERAL Analisar a validade teórica de instrumento para a coleta de dados no pré e pósoperatório de pessoas estomizadas intestinais à luz do Modelo de Adaptação de Roy.. 2.2 ESPECÍFICOS •. Construir um instrumento para a coleta de dados no pré e pós-operatório de pessoas estomizadas fundamentado no Modelo de Adaptação de Roy;. •. Verificar as evidências de validade do conteúdo desse instrumento junto aos juízes da pesquisa..

(27) 26. 3. REFERENCIAL TEÓRICO. Para o embasamento teórico desse estudo, foram abordados os seguintes tópicos: Modelo de Adaptação de Sister Callista Roy; O processo de enfermagem segundo o Modelo de Adaptação de Roy; Coleta de dados; Consulta de enfermagem para pessoas estomizadas e validação de instrumentos.. 3.1 MODELO DE ADAPTAÇÃO DE SISTER CALLISTA ROY. Sister Callista Roy, no seu Modelo de Adaptação, considera o objetivo da enfermagem a promoção da adaptação dos indivíduos e grupos. Partindo da sua experiência como enfermeira pediátrica, Roy considera o conceito de adaptação como um eixo orientador para a prática de enfermagem, entendendo-o como ponto de mudança dependente das exigências da situação e dos recursos interno do indivíduo representado pela capacidade da pessoa responder positivamente numa determinada situação (ROY; ANDREWS, 2001). No modelo, a pessoa é vista como sistema aberto, holístico, capaz de se adaptar, em contínua interação com o ambiente, com mecanismos inatos e adquiridos, os quais lhe permitem adaptar-se às mudanças que ocorrem e criar alterações no ambiente. Os indivíduos recebem estímulos (entradas) constantemente, que exigem respostas/comportamentos (saídas), podendo ter respostas adaptativas, contribuindo para a integridade da pessoa em termos dos objetivos dos sistemas humanos como a sobrevivência, crescimento, reprodução, formação e a integração da pessoa no meio ambiente, ou respostas ineficazes, dificultando essa integridade, como elucida a figura 1 (ROY; ANDREWS, 2001)..

(28) 27. Figura 1 – Representação gráfica da ativação de mecanismos de enfrentamento e desencadeamento de respostas, segundo o Modelo de Adaptação de Roy. Natal/RN, 2017. Meio ambiente Focal Contextual Residual Fisiológico. Autocon ceito. Mecanismos de enfrentamento. Interdep endência. Função na vida real. Pessoa. Respostas adaptativas ou ineficazes. Fonte: Adaptada de Roy (2001). Neste modelo o termo estímulo é entendido como tudo que desencadeia uma resposta, podendo ter origem do ambiente externo (meio ambiente) ou do ambiente interno (eu), sendo descritas três classes de estímulos que interagem com as pessoas para criar o nível de adaptação: focal (mudanças ou eventos que afetam diretamente à pessoa), contextual (todos os estímulos presentes que influenciam a resposta ao estímulo focal, isto é, todos os fatores ambientais internos ou externos que se apresentam à pessoa, que mesmo não sendo o centro da atenção, podem influenciar a forma como a pessoa reage aos estímulos focais) e residual (características inerentes a pessoa capazes de influenciar na situação, mas que não se encontram claros ou simplesmente não podem ser avaliados) (ROY; ANDREWS, 2001). A maneira como o indivíduo responde aos estímulos caracteriza seu comportamento, o qual irá refletir o uso de mecanismos de enfrentamento. Os estímulos ativam mecanismos de enfrentamento inatos ou adquiridos, para responder às mudanças do ambiente, os quais são.

(29) 28. divididos em dois subsistemas: o regulador, que inclui os canais neuroquímicos e endócrinos que a pessoa aciona mediante uma resposta automática e inconsciente; e o cognitivo, que recebe estímulos e a eles responde por meio de quatro canais cognitivo-emocionais: perceptual/processamento de informações; aprendizagem; julgamento; e emoção. Esses mecanismos irão desencadear as respostas (ANDREWS, 2001; GEORGE, 2000; ROY; OLIVEIRA; LOPES; ARAÚJO, 2006). Na manutenção da integridade da pessoa, o subsistema regulador e o cognitivo agem em conjunto, a partir dos quais os comportamentos resultantes podem ser observados em quatro categorias ou modos adaptativos: fisiológico, autoconceito, função na vida real e interdependência, sendo o nível de adaptação influenciado pelo desenvolvimento do indivíduo e o uso desses mecanismos de enfrentamento (GEORGE, 2000; ROY; ANDREWS, 2001). O modo de adaptação fisiológico está associado à forma como a pessoa responde como ser físico aos estímulos ambientais, sendo as atividades fisiológicas do organismo o comportamento a ser observado, estando associados a processos físicos e químicos em funções e atividades de organismos. As cinco necessidades básicas de integridade fisiológica são oxigenação, nutrição, eliminação, atividade e repouso e proteção. Além disso, esse modo inclui quatro processos complexos que envolvem os sentidos, fluidos e eletrólitos, função neurológica e função endócrina (ROY; ANDREWS, 2001; ÌSBIR; METE, 2013; OLIVEIRA; LOPES; ARAUJO, 2006). O autoconceito envolve especificamente os aspectos psicológicos e espirituais, sendo a necessidade básica desse modo a integridade psíquica. Subdivide-se em duas categorias: o eu físico, que envolve a sensação e imagem corporal; e o ser pessoal, que engloba a autoconsciência, o autoideal e o ser ético, moral e espiritual (BRAGA; SILVA, 2011; ROY; ANDREWS, 2001). A sensação corporal é a capacidade para se sentir e experimentar a si próprio como ser físico. A imagem corporal pode ser entendida como uma imagem tridimensional, envolvendo aspectos psicológicos, sociológicos e fisiológicos que cada indivíduo tem de si mesmo. A autoconsciência é a parte do componente pessoal do eu que resiste para manter autoorganização consistente e, assim, evitar o desequilíbrio. O autoideal é representado pelo que a pessoa gostaria de ser. E, por fim, o Eu moral-ético-espiritual trata do que a pessoa acredita, ou seja, representa o sistema de crenças de uma pessoa e uma avaliação de quem é a pessoa (BRAGA; SILVA, 2011; ROY; ANDREWS, 2001)..

(30) 29. O modo função na vida real refere-se aos papéis que cada pessoa desempenha na sociedade no sentido da preservação da integridade social, isto é, saber quem se é em relação aos outros. A transição do papel pode ser definida como o processo de assumir e desenvolver um novo papel. Constitui o crescimento em um sentido positivo e é incompatível com as tarefas do papel primário do indivíduo (ROY; ANDREWS, 2001). O conflito dentro do papel ocorre quando o indivíduo fracassa na demonstração dos comportamentos adequados a um papel como resultado de expectativas incompatíveis, de uma ou mais pessoas, no ambiente relacionado com o comportamento da pessoa. Por fim, no fracasso do papel a pessoa apresenta uma ausência de comportamentos expressivos ou os demonstram ineficazes para um determinado papel (ROY; ANDREWS, 2001). O modo de interdependência centra-se nas relações interpessoais, ou seja, nas interações relacionadas com dar e receber amor, respeito e valor através das relações com os outros significativos e sistemas de apoio. A necessidade básica desse modo é a adequação afetiva, que está associada com o sentimento de segurança em alimentar relações (ROY; ANDREWS, 2001; ROY, 2011). Sabe-se que os sistemas de apoio são todas as pessoas, grupos ou animais que contribuem para a satisfação das necessidades de interdependência da pessoa, por exemplo, o cônjuge e o profissional de enfermagem possuem grande importância durante o processo adaptativo. Além disso, os grupos de apoio, por meio de intervenções educativas, a troca de experiência e auxílio mútuo também promovem a adaptação psicossocial de diversas pessoas (AKYIL; ERGÜNEY, 2012; ALTSCHULER et al., 2009; DENNIS; DOWSWELL, 2013). Dessa forma, ao observar o comportamento das pessoas em relação aos modos adaptativos, a enfermeira poderá identificar respostas adaptativas ou ineficientes em situações de saúde e doença (FREITAS; OLIVEIRA, 2006). O MAR será utilizado nessa pesquisa no intuito de direcionar os domínios que o instrumento deve mensurar, uma vez que permite uma boa percepção das situações, contribuindo para a elaboração de diagnósticos e implementação de intervenções de enfermagem, fornecendo uma visão holística da pessoa. O MAR norteia a investigação no sentido de fornecer uma perspectiva orientadora da investigação (COELHO; MENDES, 2011)..

(31) 30. 3.2 O PROCESSO DE ENFERMAGEM SEGUNDO O MODELO DE ADAPTAÇÃO DE ROY. O Processo de Enfermagem como descrito por Roy em seu Modelo de Adaptação, relaciona-se diretamente com a visão da pessoa como um sistema adaptável. É dividido em seis etapas, a saber: avaliação do comportamento; avaliação do estímulo; diagnóstico de enfermagem; estabelecimento do objetivo; intervenção; e avaliação. Todos ocorrem de maneira contínua e simultânea (ROY; ANDREWS, 2001). A primeira etapa engloba a investigação comportamental, a qual se baseia na coleta de dados sobre os comportamentos em relação aos quatro modos adaptativos e o estado atual de adaptação. As respostas da pessoa constituem o ponto principal dessa etapa. Estes poderão ou não serem observados. A avaliação do paciente em cada um dos quatro modos adaptativos fortalece uma abordagem sistemática e holística e a informação coletada inclui dados objetivos, subjetivos e de mensuração (ROY; ANDREWS, 2001; GEORGE, 2000). A segunda etapa é a investigação dos estímulos, a qual analisa os assuntos emergentes e dos padrões de comportamento do paciente para identificar as respostas ineficientes ou adaptativas que exigem seu apoio. Quando houver comportamentos ineficientes ou respostas adaptativas exigindo apoio, o profissional enfermeiro faz uma investigação dos estímulos externos e internos que podem estar afetando esses comportamentos (GEORGE, 2000). Mediante a avaliação de comportamentos adaptáveis ou ineficazes, a partir do julgamento crítico do nível de adaptação, o enfermeiro tem uma base para estabelecer as preocupações prioritárias (diagnósticos de enfermagem) (ROY; ANDREWS, 2001). Por conseguinte, os diagnósticos de enfermagem podem ser realizados a partir de três métodos: usando os problemas adaptativos comumente recorrentes, relatando a resposta observada de modo conjunto aos estímulos mais influentes ou resumindo as respostas em um ou mais modos adaptativos relacionados com o mesmo estímulo (GEORGE, 2000). Estes, irão subsidiar o estabelecimento de metas e planos para implementação. A quarta etapa, o estabelecimento de metas, os comportamentos finais que as pessoas devem atingir. Para tanto, são necessários planos para intervenção, que têm a finalidade de alterar ou controlar os estímulos focais ou contextuais, buscando atingir os objetivos. Por fim, a avaliação, etapa, na qual as metas de comportamento são comparadas com as respostas de saída da pessoa e é determinado um movimento em direção ou afastamento da obtenção de.

(32) 31. metas (GEORGE, 2000; ROY; ANDREWS, 2001). Tal avaliação deve ser dinâmica e flexível às necessidades apresentadas no processo adaptativo.. 3.3 COLETA DE DADOS. A SAE representa um modelo de processo de trabalho do enfermeiro, tendo em vista que direciona para o cuidado seguro. Na perspectiva da autonomia, essa tecnologia da saúde favorece a diferenciação da enfermagem à medida que disponibiliza para uso um recurso exclusivo dessa categoria profissional, tanto no âmbito do conhecimento enquanto disciplina de enfermagem, quanto na habilidade prática de manejo da SAE (FERREIRA et al., 2016). O Histórico de Enfermagem (HE) ou coleta de dados é a primeira etapa do PE e tem por finalidade a obtenção de dados objetivos e subjetivos do indivíduo, família e/ou comunidade, objetivando a identificação de diagnósticos de enfermagem mediante uma interpretação crítica dos dados coletados, e posterior construção de intervenções específicas e individualizadas que atendam às necessidades dos indivíduos e contribuam para uma assistência de qualidade (RAMALHO NETO, 2013). Contribui para uma maior aproximação, comunicação e relacionamento entre enfermeiro e paciente, voltado para a identificação dos problemas reais dos pacientes e a resolução das necessidades identificadas (BORDINHÃO, 2012). Desta forma, é imprescindível que as informações sejam coletadas de forma adequada e fidedigna, pois se esta etapa for conduzida de forma não estruturada, poderá comprometer o atendimento às necessidades do paciente, ocasionando erros no julgamento clínico, diagnósticos incorretos, planejamento e intervenções ineficientes, gerando resultados indesejáveis (ALFARO-LEFEVRE, 2010; CLEIRES et al., 2015). Desta forma, durante o desenvolvimento das etapas do PE, o profissional pode se valer de diferentes técnicas, instrumentos e métodos de obtenção de dados, validados adequadamente a partir de procedimentos recomendados (CARVALHO, 2009). Para tanto, reforça-se a necessidade da execução da etapa de coleta de dados durante a consulta de enfermagem mediante instrumentos validados, visando documentar e organizar as informações de forma objetiva e científica, favorecendo a comunicação, raciocínio clínico e oportunizando a construção de uma base de dados completa (RAMALHO NETO, 2013). Os instrumentos consistem em roteiros organizados e direcionados para o levantamento de sinais.

(33) 32. e sintomas do paciente ao qual será aplicado, de modo a proporcionar meios para o julgamento clínico, fornecendo estruturas formalizadas para orientar os tipos específicos de dados a serem coletados e processados, voltados ao contexto e circunstância que permite o estabelecimento de diagnósticos, planejamento e resultados de enfermagem (CLEIRES et al., 2015; SILVA et al., 2012). Nesse sentido, a construção de instrumentos de coleta de dados vem conferir maior visibilidade as ações de enfermagem, valorização da profissão e excelência no cuidado prestado (RAMALHO NETO, 2013). Apesar disso, estudos evidenciam a carência de um atendimento sistematizado ao paciente nos serviços de saúde, sobretudo do enfermeiro. Geralmente, ficando sob sua responsabilidade deste profissional considerar o que deverá ser observado, avaliado ou questionado, adquirindo assim, uma característica assistemática, focando apenas na doença do indivíduo e não ao atendimento da pessoa de forma holística (MAZZO, 2016; SOUSA et al., 2015). E, quando presentes, os impressos que possibilitam a execução da SAE muitas vezes não são preenchidos, devido a quantidade insuficiente de enfermeiros e o tempo limitado pelo excesso de atividades, além dos inúmeros obstáculos que contribuem para não execução da SAE (PENEDO, 2014). Para tanto, fez-se necessário a realização de uma revisão integrativa da literatura que objetivou identificar os instrumentos de coleta de dados validados que subsidiam a realização da consulta de enfermagem nas populações. Desta forma, foi realizada entre os meses de dezembro de 2016 a janeiro de 2017, mediante busca online de artigos que respondessem a seguinte questão de pesquisa: quais os instrumentos validados de coleta de dados para a consulta de enfermagem nas populações disponíveis na literatura? O levantamento bibliográfico foi realizado em pares, de forma independente, com base no protocolo de pesquisa, a partir da análise dos títulos e resumos dos periódicos indexados nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Indice Bibliográfico Español de Ciencias de la Salud (Ibecs), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Base de dados de enfermagem (BDENF) acessadas pela biblioteca Virtual em Saúde (BVS)-, SCOPUS, PubMed Central, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) e Web Of Science. Para a busca nas bases, foram utilizadas as palavras-chave: Consulta de enfermagem, histórico de enfermagem, instrumento e enferm*. Com o objetivo de aumentar as.

(34) 33. especificidades dos estudos, foi realizado cruzamentos dessas palavras, mediante utilização do operador booleando AND. Para a busca nas bases SCOPUS, PubMed Central, CINAHL e Web Of Science foram usados as palavras-chave: “Nursing Consultation”, “Instrument” e “Nursing”, empregando-se também o operador booleano AND. Deste modo, foram realizados dois cruzamentos nas bases de dados Lilacs, Ibecs, Medline e BDENF, a saber: consulta de enfermagem AND instrumento AND enferm*, e Histórico de enfermagem OR Coleta de dados AND instrumento AND enferm* representados na figura 2 com o símbolo “#1” e “#2”, respectivamente. E, nas demais bases o cruzamento Nursing Consultation AND Instrument AND Nursing representado na figura 2 com o símbolo “#3”. Ressalta-se a utilização de palavras-chaves pela ausência de descritores disponíveis no Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e Medical Subject Headings (MeSH) e por abarcar um maior número de artigos que atingiam o objetivo desta revisão. Para busca e seleção das publicações, realizou-se a leitura dos títulos e resumos com o objetivo de refinar a amostra por meio de critérios de inclusão e exclusão. Foram incluídos artigos disponíveis na íntegra nas bases de dados supracitadas, sem restrição temporal e idioma; que abordassem a temática. Foram excluídos artigos no formato de editorial, cartas ao editor, revisão de literatura e aqueles que não abordassem a temática para alcance do objetivo desta revisão. O fluxograma da captação dos artigos nas bases de dados e da obtenção dos artigos selecionados é apresentado na figura 2.. Figura 2 - Fluxograma das etapas metodológicas da revisão integrativa. Natal/RN, 2017..

(35) 34. Fonte: Própria da pesquisa. No que concerne à etapa das buscas, a seleção dos artigos foi executada por dois pesquisadores, de forma independente, com base no protocolo de pesquisa. Foram identificados 2.131 artigos, de acordo com estratégia de busca adotada. Desses, 2.101 foram excluídos por informações contidas no título, após leitura do resumo e por duplicação nas bases de dados. Dos 30 estudos selecionados para leitura na íntegra, foram selecionados 15 para amostra final, como disposto na tabela 1.. Tabela 1 - Quantitativo dos estudos localizados (L), estudos potencialmente relevantes (R), estudos excluídos por estarem duplicados (D), selecionados para leitura na íntegra (S) e amostra final (A). Natal/RN, 2017. BASE CRUZAMENTO L R D S A CONSULTA DE ENFERMAGEM AND 70 12 0 12 3 INSTRUMENTO AND ENFERM* LILACS HISTORICO DE ENFERMAGEM OR COLETA DE DADOS AND 32 11 3 11 7 INSTRUMENTO AND ENFERM* CONSULTA DE ENFERMAGEM AND 4 1 2 1 0 INSTRUMENTO AND ENFERM* MEDLINE HISTORICO DE ENFERMAGEM OR COLETA DE DADOS AND 0 0 0 0 0 INSTRUMENTO AND ENFERM*.

Referências

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