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A sagração dos reis portugueses

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Academic year: 2021

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A sagração do rei é uma criação tipicamente medieval, mas, na sua história, importa distinguir, c o m clareza, vários aspectos.

Antes de mais, o facto m e s m o do seu aparecimento: q u a n d o e o n d e surgem os primeiros reis sagrados. Depois, a organização do cerimonial: elementos estruturais, evolução, diversas tradições e d o c u m e n t o s que n o --lo transmitiram.

Importa não confundir t a m b é m o acto estritamente religioso da sagração, que é u m rito litúrgico, da coroação ou aclamação, acto político e social, embora n u m caso ou n o u t r o possam estar juntos, ou m e s m o identificados.

Por fim, ter presente que há dois cerimoniais distintos, c o n q u a n t o semelhantes: a sagração do rei, que c o m p e t e aos bispos do país, a que preside o mais notável, o metropolita, e a sagração do imperador, que pertence, teoricamente, e m exclusivo, ao papa.

O objectivo deste trabalho é editar o mais antigo ritual da sagração do rei existente nos códices portugueses: o Pontifical de Braga do séc.XII (Porto, Biblioteca Municipal, ms 1134).

Para melhor nos situarmos p o r é m - e situarmos o d o c u m e n t o e m questão - torna-se indispensável u m breve apontamento sobre os diversos pontos acima referidos, tanto mais q u e é na Península hispânica que surge a nova instituição.

Primeiros t e s t e m u n h o s

D e facto, o primeiro monarca de que temos notícias seguras de ter sido sagrado é o rei W a m b a , da monarquia visigótica, que subiu ao t r o n o e m 672. O testemunho v e m - n o s de S.Julião, bispo de T o l e d o , então ainda

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simples m e m b r o do clero. E a maneira c o m o fala permite-nos concluir que já então existia u m cerimonial mais ou menos organizado para o efeito, mas não sabemos se antes dele mais algum monarca recebera a unção sagrada '.

Sabemos, sim, que a cerimónia tinha lugar na igreja dos Apóstolos P e d r o e Paulo, chamada Pretoriana, ou seja, a igreja oficial do exército visigodo e da guarda real. Aí foram sagrados, depois de W a m b a , os reis Ervígio, e m 680; Egica, e m 687; e Witiza, e m .701.

P o r mais estranho que possa parecer, não chegou até nós o ritual da sagração, apesar de possuirmos o respectivo livro litúrgico, donde necessariamente deveria constar, o pontificai.

A razão desta anomalia é, na nossa intuição, simples de explicar. C o m a invasão árabe, desapareceu a monarquia visigótica, ficando livre apenas a região das Astúrias. As circunstâncias históricas p o r é m não permitiam solenidades desta natureza. P o r outro lado, os manuscritos que chegaram até nós são cópias relativamente recentes (séc.XI) e os copistas consideravam--se dispensados de transcrever u m cerimonial, que, na prática, há séculos não era utilizado.

Após a reconquista cristã, os reis - alguns, pelo menos -, retomaram a antiga tradição. Sabemos, p o r exemplo, que Fernando o Grande foi sagrado a 21 de J u n h o de 1038 e, antes dele, já O r d o n h o de Leão, e m 914. Mas c o m a reconquista cristã v e m igualmente a mudança de rito e o cerimonial deveria, p o r certo, ser o da nova liturgia, de origem r o m a n o --franca ou romano-germânica, de q u e mais adiante falaremos.

A dinastia carolíngia

E m França, o primeiro rei sagrado é Pepino o Breve (714-768), filho de Carlos Martel e pai de Carlos M a g n o , fundador da dinastia caro-língia.

Os factos são b e m conhecidos2. Ele dispunha já de plenos poderes na governação do país, faltando-lhe apenas o título de rei, que ambicionava.

1 M . F É R O T I N , Liber Ordinum en usage dans l'Église Wisigothique et Mozarabe

d'Espagne du cinquième au onzième siècle, Paris 1904, col. 498 s. Ver também, na mesma obra,

a N o t a 1 das col. 149-151.

2 Para todos os pormenores, excelente exposição de R o b e r t - H e n r i B A U T I E R , Sacres

et couronnements sous les Carolingiens et les premiers Capétiens, in Recherches sur l'histoire de la France médiévale, London, Variorum, 1991, II, 7 s.

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Nesse objectivo dirige-se ao Papa Zacarias em 751, pedindo-lhe para dirimir a questão. Este decide a seu favor e encarrega S. Bonifácio de, em nome do episcopado franco e como seu delegado, proceder à sagração do novo rei. O acontecimento teve lugar em fins de 751, não em Remis, mas em Soissons.

E com a sagração do Pepino o Breve que, em nosso entender, começa verdadeiramente a Idade Média. E isto por dois motivos, em conexão com as duas personagens intervenientes: S. Bonifacio e Pepino, o novo rei, ungido como David e os outros reis do Antigo Testamento.

O sagrante, S.Bonifácio, é, sem sombra de dúvida, a mais empolgante e influente figura religiosa da Europa no séc.VIII - só comparável, quatro

séculos depois, à de S.Bernardo, no séc.XII3. Nascido à volta de 680, de

origem inglesa - o seu nome é Winfrid - b e m cedo entrou como oblato na Abadia de Exeter, onde iniciou os estudos, que depois continuou em Nursling, Winchester. Na altura, o continente europeu estava longe de ser inteiramente cristão. Ali mesmo, em frente à foz do Tamisa, os frísios eram ainda pagãos - e seriam eles, anos mais tarde, a dar-lhe a coroa do martírio. Era esse o seu grande sonho: concluir a evangelização da Europa. E é para a Frísia que parte em 716, com mais três companheiros.

N o outono de 719 dirige-se a R o m a e é pelo Papa Gregório II investido da missão de concluir a evangelização dos povos germânicos, mu dando-lhe o nome de Winfrid para o de Bonifácio. Esteve na Baviera e na Turíngia e regressou à Frísia, que os francos entretanto haviam conquistado. De lá, passou para Hessen.

Sagrado bispo em 722, mas sem qualquer diocese, em dependência directa do Papa, organizou a hierarquia da Baviera e f u n d o u vários mosteiros em todas as regiões conquistadas para o cristianismo.

Estabeleceu em Colónia a metrópole fixa da sua actividade e aceitou mais tarde o arcebispado da Mogúncia. Por fim, voltou ainda mais uma vez à Frísia, onde terminou os seus dias, martirizado por u m resto de pagãos, a 5 de J u n h o de 754. O corpo, por desejo expresso seu, repousa em Fulda.

C o m a morte de Bonifácio, a Europa ocidental pode considerar-se praticamente cristã. E este é u m acontecimento decisivo para o seu futuro e os seus destinos. A Europa encontra-se agora unida e unificada pelo interior, ou seja, pela mesma fé e pelos mesmos ideais. O que significa, por

1 Consideramos o breve apontamento que se segue indispensável para a com-preensão dos acontecimentos que levaram o papa a escolher S. Boniíãcio para a sagração do primeiro rei franco, tanto mais que esta grande figura da Europa é, no geral, pouco conhecida.

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outras palavras, o r e c o n h e c i m e n t o e a aceitação do poder espiritual da Igreja, n o m e a d a m e n t e do Papa, nas grandes decisões.

P o r seu turno, a sagração de Pepino corresponde à ânsia espiritual da Idade Média, que consiste na sacralização de todos os sectores e actividades da vida, inclusive a o r d e m política4. O rei é uma pessoa sagrada, que tem p o r missão defender a Igreja, a justiça, os humildes, a o r d e m e a paz - uma forma nova de teocracia, inspirada nos reis do Antigo Testamento.

Importa salientar que Pepino o Breve foi de n o v o sagrado três anos depois, e m 754, na basílica de Saint-Denis, j u n t o de Paris, e desta vez pelo Papa Estevão II, que para tal se deslocou pessoalmente a França. E m contrapartida pede a Pepino que o ajude a defender a Santa Sé contra as expoliações dos l o m b a r d o s5.

Génese d o cerimonial

M a u grado o trabalho de grandes sábios 6, não temos ainda uma história de c o n j u n t o referente à evolução do ritual da sagração dos reis e imperadores. A causa mais p r e m e n t e desta situação é, sem dúvida, a falta de documentos. Assim, não chegaram até nós os rituais dos primeiros reis sagrados. Sabemos todavia, p o r fontes literárias, que o rito essencial consistia na unção da cabeça c o m o óleo santo do crisma, e m cerimónia estritamente de carácter religioso.

A ideia de semelhante cerimonial partiu do interesse especial da Idade Média pelo Antigo Testamento. N u n c a n i n g u é m e m R o m a se lembrou de semelhante iniciativa. E ao N o r t e dos Alpes, na liturgia chamada galicana, que aparecem as unções quer dos bispos e sacerdotes quer dos reis

e imperadores, à imitação do que se fazia e m Israel, c o m a unção de reis, sacerdotes e profetas.

4 Ver, a este propósito, J o a q u i m O . B R A G A N Ç A , A Liturgia medieval e o sagrado, in

O Sagrado e as Culturas, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1992, 61-67.

5 Sobre esta viagem, ver Pierre J O U N E L , Les voyages des Papes en France au Moyen Age,

in Liturgie aux multiples visages, R o m a 1993, 253-287.

6 Bibliografia mais importante indicada na Introdução geral à obra de C . V O G E L

-R . ELZE, Le Pontifical -Romano-Germanique du dixième siècle, T o m . III, Introduction générale et Tables, Città dei Vaticano 1972, 23-28.

Seja-nos permitido salientar a obra de M . A N D R I E U , Les "Ordines Romani" du

haut Moyen Age, T o m . IV, Louvain 1956, nomeadamente o estudo do " O r d o XLV",

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O primitivo ritual hispânico constava de dois elementos: u m a profissão de fé por parte do rei, a fim de governar os súbditos c o m justiça e compreensão, e a unção da cabeça, acompanhada de u m a prece.

Os vários d o c u m e n t o s que falam da sagração de P e p i n o o Breve referem apenas a unção 7.

Os rituais mais antigos, de q u e temos c o n h e c i m e n t o directo, falam igualmente da unção, mas acrescentam já mais alguns ritos. Assim, o Ordo coronationis de Carlos o Calvo, sagrado a 9 de Setembro de 869, refere já a coroação - e daí o título do cerimonial: Rito de coroação - e a entrega da palma (!) - símbolo de vitória na terra e de glória eterna - e do ceptro 8.

A coroação de Luís o Gago, celebrada a 8 de D e z e m b r o de 877, além da infusão do óleo sagrado, c o n t é m ainda a imposição da coroa e a entrega do ceptro''.

U m século mais tarde, e m Mogúncia, na Alemanha, encontramos já u m longo e perfeitamente organizado cerimonial de sagração do rei,

n o c h a m a d o Pontifical Romano-Germânico do séc.X, de q u e mais adiante falaremos. Mais ou menos da mesma época - segunda metade do séc.X - , proveniente do N o r t e da França, c o n h e c e m o s outro, editado por Ménard, e ainda p o r estudar, apesar da primeira edição datar já do séc.XVII 10.

N ã o falemos sequer dos rituais ingleses que conservaram u m a tradição própria e viva até aos nossos dias 12.

7 Ver a documentação exaustiva de R . - H . B A U T I E R , o.c., 8-9.

8 Monumenta Germaniae Histórica. Capitularia R e g u m Francorum. T o m . II. Pars

secunda. Hannover 1960, 456-457.

'' Monumenta Germaniae Histórica, T o m . c., 451-462.

10 Texto reproduzido por M I G N E , Patrologia Latina, T o m . LXXVIII, col.

255-261.

11 O primeiro rei inglês de que temos notícias seguras de ter sido sagrado, foi o

anglo-saxónico Ecghrith, em 787.

12 Entre os mais célebres pontificais que guardaram o ritual de sagração do rei,

salientemos The Pontifical of Magdalen College, editado por H . A. W I L S O N , M . A., London, Henry Bradshaw Society, 1910, datado do séc.XII.

D e particular significado para nós o Ordo secundum quem rex debet coronari inserto no

Uber Regie Capelle, manuscrito C V / 1 - 3 6 / d . da Biblioteca Pública de Évora, recentemente

editado por W A L T E R U L L M A N N , na colectânea da Henri Bradschaw Society, Vol. XCII, London 1961. Este livro foi organizado pelo C o n d e Alvaro Vaz de Almeida para a corte do nosso rei D. Afonso V, nos finais séc. X V . O ritual de sagração está decalcado sobre o Liber Regalis da Abadia de Westminster. O problema é de saber se porventura este cerimonial alguma vez teria sido usado na corte portuguesa.

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Coroação e sagração

Para completar este apontamento, falta-nos uma breve palavra sobre o vocabulário do cerimonial de "sagração" do rei. O s documentos literários referentes aos primeiros reis desconhecem qualquer palavra técnica para designar o c o n j u n t o do cerimonial. Assim, por exemplo, quanto a Pepino o Breve, referem apenas a unção: "Peppinus princeps... unctus, rex Francorum constituitur"

Os primeiros rituais conhecidos de Carlos o Calvo e Luís o Gago têm por título: Ordo coronationis. Mas importa salientar que, no cerimonial de Carlos o Calvo, ao chegar o m o m e n t o da unção, que compete ao arcebispo de R e i m s , este gesto t e m u m título especial: Benedictio. E o teor espiritual de toda a acção litúrgica deixa subentender que o f u n d a m e n t o da coroação é efectivamente a unção sagrada da cabeça. A coroa é apenas o sinal externo da unção.

O Pontifical Romano-Germânico do séc.X intitula o c o n j u n t o do cerimonial: Ordo ad regem benedicendum. N a mesma altura o ritual franco editado p o r M é n a r d diz: Ad regem consecrandum sive benedicendum.

O ritual do nosso manuscrito t e m p o r título: Ordo benedicendi regem. N ã o temos e m português u m t e r m o específico para exprimir o c o n j u n t o de tal cerimonial. Pareceu-nos que a palavra mais adequada - e que por isso, mais frequentemente, utilizamos - será a de sagração: "Cerimonial de sagração do rei". Mas importa salientar que o próprio cerimonial, ao descrever o que se vai passar, logo n o início, emprega o verbo elevar ou exaltar. " Q u a n d o novus rex a clero et p o p u l o sublimatur...". E fala mesmo e m ordenação - "ille qui ordinandus est" - , mas esta designação deve ser considerada c o m o equívoca e abusiva, u m a vez que hoje é exclusivamente usada para os três graus da hierarquia n o catolicismo.

O n o s s o manuscrito

Sendo a sagração do rei função própria dos bispos do país, presidida pelo mais proeminente, o metropolita, é n o livro próprio do bispo, o pontifical, q u e deve ser procurado o respectivo cerimonial. H á quatro

pontificais manuscritos conhecidos nas bibliotecas portuguesas, a saber:

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- Porto, Bibi. M u n . ms 1134 - Pontifical de Braga, do último quartel do séc.XII ,4.

Ritual da sagração do rei: foi. 130v - 137r.

- Porto, Bibi. M u n . ms 3 5 3 - Pontifical de Coimbra, dos fins do séc.XII

Ritual de sagração do rei: foi. 144v - 121r.

- Lisboa, B . N . cod. ale. 162 - Pontifical de Braga, dos princípios do séc.XIII K\

Ritual de sagração do rei: foi. 67v - 69v.

- Lisboa, T o r r e do T o m b o , C.22, E. 9-10, P.7, N ° 3 - Pontifical de Lamego, do séc.XIII 17.

Sem ritual de sagração do rei.

Além destes pontificais e m sentido estrito, há ainda u m códice, do séc. XV, intitulado Pontifical de Braga: Braga, Bibi. Pública M u n . ms 8701 8. N a realidade, trata-se de u m livro de luxo, a utilizar pelo arcebispo de Braga quando, nos dias mais solenes do ano, preside na catedral aos actos litúrgicos. Das funções propriamente episcopais só possui dois ritos, mas não o da sagração do rei.

14 Sobre este códice, Pierre D A V I D , Études historiques sur la Galice et le Portugal du V

au XI' siècle, Lisboa - Paris, 1947, 539-543; Joaquim O . B R A G A N Ç A , Pontifical de Braga do Século XII, "Didaskalia" VII (1977), 309-398, c o m a edição dos 40 primeiros fólios.

15 Pierre DAVID, o.e. 543; Joaquim O . B R A G A N Ç A , Die "Benedictiones episcopales"

des Pontifikale von Coimbra, in "Anfsätze zur Portugiesischen Kulturgeschichte", 6 Band

1966, Münster Westfalen, 7-27.

16 Joaquim O . B R A G A N Ç A , Um Pontifical de Braga do Século XIII, in "Boletim

Internacional de Bibliografia Luso-Brasileira" IV (1953), 637-645. Outros trabalhos sobre este códice indicados n o Inventário dos Códices Alcobacenses, VI (índices), Lisboa 1978, 564-565.

17 De m o m e n t o não há qualquer trabalho de f u n d o publicado sobre este documento.

Ver, entretanto, breve apontamento nosso e m L' influence de la Liturgie Languedocienne au

Portugal (Missel, Pontifical, Rituel) in "Cahiers de Fanjeaux", 17, Liturgie et Musique (IX' -XIVs.), Privats Editeurs, Toulouse 1982, 180-181.

18 Primeiro trabalho sobre este códice, belamente iluminado, António Garcia de

V A S C O N C E L O S , Notas Litúrgico-Bracarenses, in "Acta d o Congresso Litúrgico Nacional Romano-Bracarense", Braga 1928, 241-255.

Há uma edição recente fotografada de todo o códice, c o m uma introdução de Joaquim O . B R A G A N Ç A , A música do Pontifical de Braga do Século XV, na revista de

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C o m o se vê, dos quatro manuscritos, três c o n t ê m o cerimonial de sagração do rei: os dois de Braga - do séc.XII e do séc.XIII - e o de Coimbra. Só não possui este cerimonial o Pontifical de Lamego, facto que se c o m p r e e n d e perfeitamente, p o r q u e esta diocese pertenceu à metrópole de Compostela desde 1194 a 1393, o que exclui, à partida, a hipótese de o bispo de Lamego p o d e r presidir ã coroação do rei de Portugal.

Pelo contrário, os pontificais de Braga tinham, p o r força das circunstâncias, de incluir este ritual, u m a vez que Braga foi, até 1393, a única metrópole do país 19.

E o cerimonial da sagração do rei do Pontifical de Braga do séc.XII -Porto, ms 1134 - que editamos nas paginas a seguir.

Importa observar que o cerimonial do Pontifical de Braga do séc. XIII - Lisboa, cod. ale. 162 - é m u i t o diferente do do séc. XII, representando outra tradição litúrgica. Pelo contrário, o do chamado Pontifical de Coimbra é inteiramente igual ao de Braga do séc.XII. P o r isso o referimos no aparato crítico, sob a sigla P C . Lamentavelmente este ritual está incompleto, pois faltam fólios no manuscrito. P o r outro lado, este pontifical põe problemas quanto à sua utilização. Poder-se-á designar Pontifical de Coimbra, na medida e m que pertence ao f u n d o de Santa C r u z de C o i m b r a e p r o v é m de S. R u f o de Avinhão, c o m o todos os livros litúrgicos deste mosteiro. Assim o demonstra a invocação de vários santos nas ladainhas. Mas nada permite concluir que tenha estado ao serviço do bispo de Coimbra. E lícito p o r é m aceitar a hipótese de o protótipo deste códice ter sido trazido de França e ter sido utilizado pelo arcebispo de Braga D . João Peculiar (+ 1175), u m dos fundadores do mosteiro de Santa C r u z 20.

O ritual de sagração do Pontifical de Braga do séc.XII é não só o mais antigo e completo, c o m o t a m b é m apresenta dois seguros indícios de ter sido efectivamente utilizado.

Primeiro, o facto de as rubricas deste cerimonial, e só as deste cerimonial e m t o d o o códice, terem sido sublinhadas, por outra mão, com u m traço p o r baixo de todas as linhas de texto. N ã o vemos qualquer

expli-n Só e m 1393 erigiu o Papa Bonifacio IX em metrópole a catedral de Lisboa,

dando--lhe por sufragâneas as dioceses que o deixaram de ser de Compostela e de Sevilha, como Lamego, Guarda, Évora e Silves (Fortunato de ALMEIDA, História da Igreja cm Portugal, nova edição preparada e dirigida por Damião Peres, Vol. I, Porto 1967, 281).

20 Sobre a acção deste grande arcebispo, ver o excelente trabalho do Prof. Avelino

de Jesus da C O S T A , D.João Peculiar co-fundador do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra Bispo

do Porto e Arcebispo de Braga, in "Santa Cruz de Coimbra do século XI ao século X X .

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cação para tão inédito facto, a não ser o interesse e cuidado dos responsáveis nos pormenores de execução de tão importante c o m o solene cerimónia. E m segundo lugar, porque certa mão, posterior à do original, mas que não é possível datar, acrescentou à margem da bênção da espada (foi. 133v) a seguinte anotação, tanto quanto nos foi possível ler: Hic declarate (?) etscripte (?) orationes ad benedicendum ensem. N a realidade, o texto que se segue não é propriamente uma oração, mas a fórmula ritual da imposição da espada ao rei, o n d e são explicitadas as f u n ç õ e s e responsabilidades do uso da espada. Semelhante anotação indicia a importância dada a este rito por alguém que desconhecemos, mas nele particularmente interessado.

Cerimonial da sagração do rei do ms í 134 do Porto

Para facilitar a leitura do texto latino, que editamos na íntegra, apresentamos a seguir u m resumo, c o m a visão de c o n j u n t o , da coroação ou sagração do rei, segundo o nosso manuscrito. O s números entre parêntesis r e m e t e m para a numeração marginal da edição.

O cerimonial de sagração do nosso manuscrito inicia-se n o palácio real, onde, no dia aprazado - sempre q u e possível u m dia de d o m i n g o (19) - se r e ú n e m bispos, restante clero e p o v o . Logo que o rei se levante e saia dos seus aposentos, u m dos bispos pronuncia sobre ele a primeira oração (1). A seguir, dois bispos, u m à direita e outro à esquerda, c o n d u z e m - n o , em solene procissão, à igreja. Este a c o m p a n h a m e n t o t e m já carácter religioso, porque os dois bispos, além de vestes solenes, deverão levar ao peito, pendentes c o m o que de u m colar, relíquias sagradas. A frente da procissão vai o livro dos Evangelhos, seguido de cruzes e incenso. Cânticos solenizam o cortejo (2).

Clero e p o v o não entram na igreja, mas aguardam à porta a chegada do príncipe. E antes de entrar, sobre ele pronuncia u m dos bispos a segunda oração (3). Segue-se a entrada solene, c o m os clérigos à frente, cantando a antífona: "Senhor, protegei e defendei o rei" (4). Este é conduzido à capela-mor da catedral e aí pronuncia o metropolita, sobre ele, mais u m a oração (5).

C o m e ç a então o grande cerimonial. N o meio dos bispos, j u n t o ao altar, deita-se por terra, de bruços e braços abertos e m forma de cruz. Alguns bispos a c o m p a n h a m - n o n o m e s m o gesto. Cantam-se as ladainhas, com a invocação de 12 Apóstolos, 12 Mártires, 12 Confessores e 12 Virgens (6).

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Terminadas as ladainhas, todos se levantam. É o m o m e n t o solene do compromisso. O metropolita interpela o rei: se está na disposição de defender e dirigir todas as igrejas santas de Deus e seus responsáveis, b e m c o m o t o d o o p o v o que lhe está submetido, de maneira justa e espí-rito religioso, segundo a tradição dos antepassados. A o que ele res-p o n d e afirmativamente. O m e s m o bisres-po fala t a m b é m ao res-p o v o e res- pergun-ta-lhe se quer submeter-se a tal príncipe e dirigente. A o que o povo responde c o m u m a ovação solene, que e m português se poderá tradu-zir: "Sim, sim, viva!" (6) 21.

O núcleo central e essencial da cerimónia v e m a seguir. U m dos bispos pronuncia u m a longa oração (7), o n d e são referenciadas as grandes personagens do Antigo Testamento, que lhe servirão de modelo de virtudes e n o r m a de conduta. Segue-se outra, do m e s m o teor, dita por outro bispo (8). O metropolita procede então ao rito tradicional das unções. P o r mais estranho q u e possa parecer, o rito primitivo da unção da cabeça não é m e n c i o n a d o 22; pelo contrário, são ungidas as mãos (9); e, a seguir, o peito, as espáduas e as articulações dos braços (11). As unções são acompanhadas de fórmula ritual e u m a oração.

V e m depois a entrega solene das diversas insígnias do rei. Primeiro, a espada, símbolo de t o d o o reino que lhe é confiado, c o m o diz a rubrica (12) 23. A seguir, os braceletes (armillae), o m a n t o (pallium) e o báculo

(baculum) (13) 24.

O cerimonial é aqui, de certa maneira, interrompido c o m a cha-mada Bênção episcopal tripartida, a qual e m rigor deveria ser dada no fim da missa (13).

C o n t i n u a depois a entrega das insígnias, c o m a imposição da coroa na cabeça (14), a entrega do ceptro (15) e do anel (16).

Finalmente, o m o m e n t o solene da entronização. O metropolita c o n d u z do altar ao seu t r o n o (solium) o n o v o rei, sagrado e coroado (17).

21 "Fiat, fiat, amen".

22 A omissão deste rito deve-se, por certo, ao facto de ser, na altura, a unção da cabeça

o rito mais importante na ordenação do bispo.

21 A rubrica utiliza a palavra ensis, de ressonância mais poética, enquanto que a

fórmula ritual fala de gladium, mais realista.

24 D e notar que o nosso cerimonial distingue e prevê a entrega de dois símbolos: o

báculo ou bastão (baculum) - de peregrino? - e o ceptro (sceptrum), insígnia real por excelência.

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Posição histórica do nosso ritual

Resta-nos uma palavra sobre a posição do nosso manuscrito, n o conjunto global da história dos ritos de sagração do rei. O nosso ritual está na linha de evolução do célebre Pontifical Romano-Germânico ( P R G ) , que data dos meados do séc. X , e que acabou p o r se impor, d u m m o d o geral, e m todo o Ocidente, p o r intermédio da liturgia romana. P o r outras palavras, poderemos sintetizar dizendo que todas as orações e ritos do nosso manuscrito se encontram n o P R G , mas não inversamente. Isto é, o P R G é mais rico, mais longo, mais evoluído.

Tal facto significa duas coisas. Primeiro, o ritual do nosso códice representa u m estado de organização mais arcaico, menos evoluído. P o r isso, a publicação do nosso ritual significa a publicação de u m texto inédito, e deste m o d o u m p e q u e n o contributo para a história da instituição.

A situação geográfica o n d e devemos colocá-lo e m uso é o Sul da França, na antiga província da Aquitânea, mais concretamente Toulouse, donde p r o v é m o códice 1134 do Porto, b e m c o m o o ms 3 5 3 da mesma biblioteca.

A proximidade do nosso ritual c o m o do P R G prova-se pelo aparato crítico, mas não nos é possível, sob pena de alongarmos demasiado o trabalho, salientar as diferenças, que se manifestam sob múltiplos aspectos, nomeadamente na ordenação e organização de certos ritos.

Siglas

G - Sacramentário Gregoriano - Edição de J. D E S H U S S E S , Le Sacramentaire Grégorien, Fribourg Suisse, T o m . I, 1971 - Indica-se a numeração marginal das peças.

P C - Pontifical de C o i m b r a - Porto, Bibi. M u n . ms 353 - Indica-se o fólio.

P R G - Pontifical R o m a n o - G e r m â n i c o - Edição de C . V O G E L e R . ELZE, Le Pontifical Romano-Germanique du dixième siècle, Le T e x t e , T o m . I, Città dei Vaticano 1963 - Indica-se o Capítulo (numeração romana), seguido da numeração marginal, e, entre parêntesis, a página da edição.

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(13)

Incipit o r d o b e n e d i c e n d i r e g e m

1 Quando nouus rex a clero et populo sublimatur, primum ut exiit1 ille qui

ordinandus est de thalamo, unus episcoporum dicat super eum hanc orationem: /Foi. 131/ O m n i p o t e n s sempiterne Deus qui f a m u l u m t u u m N. regni fastigio dignatus es sublimare, tribue quesumus ei, ut ita in presenti collecta multitudine m u l t o r u m in c o m m u n e salutem disponat, quatinus a tue ueritatis tramite n o n recedat. Per.

2 Postea suscipiant illum duo episcopi dextera leuaque honorifice parati, habentes sanctorum relíquias in collo pendentes. Ceteri uero clerici, casulis adornati, precedente sancto euangelio et crucibus ac incenso, ducant illum ad ecclesiam cantantes:

Resp. Ecce mitto angelum m e u m , cum Vers. Israel si m e <audieris>.

3 Cuncto eum populo ad hostium ecclesie subsequente, ibi etiam clerus subsistât. Unusque ex episcopis super electum hanc orationem dicat:

Deus qui seis genus h u m a n u m nulla sua uirtute posse subsistere, concede propitius, ut famulus tuus N., q u e m p o p u l o t u o uoluisti preferri, ita tuo fulciatur adiutorio, quatinus quibus potuerit preesse, ualeat et prodesse. Per.

4 Intrantes autem clerici qui precedunt ecclesiam decantent:

Ant. D o m i n e saluum fac regem. Et cetera. Usque ad introitum chori. 5 Et antea quam introeat rex chorum, domnus metropolitanus dicat super eum

orationem:

1 - P R G LXXII, 1 (246) - P C 114v - G 1273

1 ut exiit] uexit cod

2 - P R G LXXII, 2 (246-247) - P C 114v 3 - P R G LXXII, 3 (247) - G 1276 4 - P R G LXXII, 4 (247)

(14)

186 DIDASKALIA

O m n i p o t e n s Deus, celestium terrestriumque moderator, qui f a m u l u m t u u m ad regni fastigium dignatus es prouehere, concede quesumus, ut a cunctis aduersitatibus liberatus, et ecclesiastice pacis dono muniatur, et ad eterne pacis gaudia, te donante, peruenire mereatur. Per d o m i n u m .

6 / F o i . 131v /Postea designatus princeps pallium deponat atque inter manus episcoporum in chorum perductus, usque ad altaris gradus incedat, cunctoque' pauimento tapetibus et palliolis contecto, ibi humiliter, in modum sancte crucis prostratus2, iaceat, una cum episcopis et presbiteris hinc inde prostratis, ceteris in

choro letaniam breuiter psallentibus, id est XII apostolos ac totidem mártires, totidemque confessores, necnon totidem uirgines, et cetera usque in finem.

Finita autem letania, erigant se omnes. Subleuatus etiam princeps a duobus episcopis, interrogetur a metropolitano episcopo si sanctas Dei ecclesias ac redores universos earum, necnon cunctum populum sibi subiectum, iuste et religiose regali prouidencia, iuxta morem patrum suorum, defendere ac regere uelit. Illo autem profitente se in quantum diuino fultus adiutorio ac solatio omnium fidelium

suorum ualuerit, ita per omnia fideliter esse acturum.3

Deinde iterum ipse episcopus affatuf populum si tali principi ac rectori se subicere atque iussioni illius obtemperare uelint, iuxta Apostoli dictum: O m n i s anima potestatibus sublimioribus súbdita sit, et regi quasi precelenti.

Tunc a circumstantibus dicatur: Fiat, fiat, amen.

7 Postea, eo inclinato, unus episcoporum dicat super eum hanc orationem: O m n i p o t e n s eterne Deus, creator o m n i u m , inperator angelorum, rex regnantium, d o m i n u s q u e d o m i n a n t i u m , qui Abraham fidelem f a m u l u m t u u m de hostibus triumphare fecisti, Moysi et Iosue populo tuo prelatis multiplicem uictoriam tribuisti, h u m i l e m q u e Dauid p u e r u m t u u m regni fastigio sublimasti, et S a l o m o n e m sapientie pacisque ineffabili m u n e r e ditasti, respice propitius ad preces humilitatis nostre, et super h u n c f a m u l u m t u u m N. q u e m sup / f o i . 132/ plici devotione in regem eligimus, b e n e d i c t i o n u m t u a r u m dona multiplica, e u m q u e dextera tue potentie semper et ubique1 circumda, quatinus predicti Abrahe fide firmatus, Moysi mansuetudine fretus, Iosue fortitudine monitus, David humilitate exaltatus, Salomonis sapientia decoratus, tibi in omnibus

6 - P R G LXXII, 6 - 9 (247-249)

1 unctoque cod

2 postratus cod

3 aucturum primo ictu\ u erassum

4 affetur cod

1 - P R G LXXII, 11 (250-251)

(15)

placeat, et per tramitem iustitie inoffenso gressu semper incedat, ecclesiamque tuam deinceps c u m plebibus sibi annexis ita enutriat ac doceat, muniat et instruat, contraque omnes uisibiles et inuisibiles hostes eidem potenter regaliterque2 tue uirtutis regimen administret,3 et ad uere fidei pacisque concordiam e o r u m animos, te opitulante, reformet, ut h o r u m p o p u l o r u m debita subiectione f u l t u s , c o n d i g n o a m o r e4 glorificatus, ad p a t e r n u m decenter solium tua miseratione conscendere mereatur. T u e q u o q u e protectionis galea munitus et scuto insuperabili iugiter protectus, armisque celestibus circumdatus, obtabilis uictorie t r i u m p h u m feliciter capiat, t e r r o r e m q u e sue potentie infidelibus inferat, et pacem tibi militantibus letanter5 reportet. Per D o m i n u m nostrum,6 qui uirtute crucis tartara destruxit, r e g n o q u e diaboli superato ad celos uictor ascendit, in q u o omnis / f o l . 1 3 2 v / potestas r e g n u m q u e consistit et uictoria. Q u i est gloria h u m i l i u m et uita salusque p o p u l o r u m . Et tecum.7

8 Deinde ab altero episcopo:

Deus inennarrabilis, auctor m u n d i , c o n d i t o r generis h u m a n i , gubernator imperii, confirmator regni, qui ex utero fidelis amici tui patriarche nostri Abrahe preelegisti reges seculis profuturos, tu presentem regem h u n c c u m exercitu suo per intercessionem o m n i u m sanctorum tuorum, ubere benedictione locupleta et in solium regni firma stabilitate connecte. Visita e u m sicut M o y s e n in rubo,1 Ihesum N a u e in prelio, G e d e o n in agro, Samuelem in templo, et ilia e u m benedictione siderea ac sapientie tue rore perfunde, q u a m beatus David in psalterio, Salomon, filius eius, te remunerante, percepit e celo. Sis ei contra acies i n i m i c o r u m lorica, in aduersis galea, in prosperis patientia, in protectione clipeus sempiternus, et presta u t gentes illi teneant fidem, próceres sui habeant pacem, diligant karitatem, abstineant se a cupididate, loquantur iustititiam, custodiant ueritatem. Et ita plebs ista pullulet coalita benedictione eternitatis, ut semper maneant tripudiantes in pace uictores. Q u o d ipse prestare dignetur, qui tecum.

2 regulariterque prima manu; correctum super lineam 3 aministret cod

4 honore add alia manus super lineam 5 lactanter prima manu; e super lineam

6 Iesum Christum filium t u u m add alia manus super

lineam, sed contra omnes testes P R G

7 uiuit et régnât add alia manus

8 - P R G LXXII, 12 (251-252) ' rubro primo ictu; r erasum

(16)

188 DIDASKALIA

9 Postea unguantur ei manus de oleo sancto, a domno metropolitano, et dicat: /Foi. 1 3 3 / U n g u a n t u r manus iste de oleo sanctificato u n d e uncti f u e r u n t reges et prophete, sicut unxit Samuel Dauid in regem, ut sis benedictus et constitutus rex in regno isto, super p o p u l u m istum q u e m D o m i n u s Deus tuus dedit tibi ad r e g e n d u m ac gubernandum. Q u o d ipse prestare dignetur. Q u i c u m D e o Pâtre.

10 Alia

Prospice, omnipotens Deus, serenis obtutibus, h u n e gloriosum r e g e m N. et sicut benedixisti Abraham, Ysaac et Iacob, sic illum largis benedictionibus spiritualis gratie c u m o m n i plenitudine tue potentie1 irrigare atque p e r f u n d e r e digneris. T r i b u e ei de rore celi et de pinguedine2 terre abundantiam frumenti, uini et olei, et o m n i u m f r u g u m opulentiam ex largitate diuini muneris longa per têmpora, ut illo regnante sit sanitas c o r p o r u m in patria, et pax inuiolata sit in regno, et dignitas gloriosa regalis palacii m a x i m o splendore regie potestatis occulis o m n i u m prefulgeat, ut3 luce clarissima coruscare atque splendere quasi splendidissima fulgura, m a x i m o perfusa lumine, uideatur. T r i b u e ei, quesumus, omnipotens Deus, ut sit fortissimus protector patrie et ecclesiarum consolator atque c e n o b i o r u m sanctorum maxima c u m pietate regalis munificentie, atque ut sit fortissimus regum, triumphator hostium ad opprimendas rebelles et paganas nationes. Sitque suis inimicis satis terribilis pre ma / f o l . l 3 3 v / xima fortitudine regalis potentie. Obtimatibus q u o q u e atque precelsis, proceribusque suis ac fidelibus sui regni sit munificus, amabilis et pius, ut ab omnibus timeatur atque diligatur. R e g e s q u o q u e de lumbis eius per successionem t e m p o r u m f u t u r o r u m egrediantur r e g n u m hoc regere t o t u m et post gloriosa têmpora atque felicia presentis uite gaudia sempiterna in perpetua beatitudine habere mereatur. Q u o d ipse prestare dignetur.

11 Deindepectus atque scapule ambeque compages brachiorum ipsius unguantur, et dicat:

Deus D e i Filius, Iesus Christus Dominus noster, qui a Patre oleo exultationis unetus est pre partieipibus suis, ipse per presentem sacri unguinis infiisionem, Spiritus Paracliti super caput t u u m infundat benedictionem, eandemque usque ad interiora cordis tui penetrare faciat, quatinus hoc uisibili et tractabili d o n o inuisibilia pereipere et temporali regno iustis 9 - P R G LXXII, 13 (252-253)

10 - P R G LXXII, 14 (253)

1 tue potentie] tua potentia cod 2 pinguendine cod

3 in margine, alia manus 11 - P R G LXXII, 15 ac 18 (254-255)

(17)

moderaminibus exsecuto eternaliter cum eo regnare merearis. Q u i solus sine peccato rex regum uiuit et gloriatur c u m D e o Patre in unitate.

Postea accipiat ensem ab episcopis, et cum ense totum regnum sibifideliter ad 12 regendum, domno metropolitano diccntc1:

Accipe gladium per manus episcoporum licet in / f o l . 134/ dignas, uice tarnen et auctoritate sanctorum Apostolorum consecratas, tibi regaliter inpositum nostreque benedictionis officio in defensionem sancte Dei ecclesie diuinitus ordinatum, et esto m e m o r de q u o psalmista prophetauit, dicens: Accingere gladio tuo super f e m u r tuumpotentissime, ut in hoc per e u n d e m u i m equitatis exerceas, m o l e m iniquitatis potenter destruas, et sanctam D e i ecclesiam eiusque fideles propugnes2 ac protegas, nec minus sub fide falsos, q u a m christiani nominis hostes execreris ac destruas, uiduas et orphanos clementer adiuues et defendas, desolata restaures, restaurata conserues, ulciscaris iniusta, confirmes bene3 disposita, quatinus hec in agendo u i r t u t u m t r i u m p h o gloriosus iustitieque cultor egregius, c u m m u n d i saluatore, cuius t i p u m geris in n o m i n e , sine fine merearis regnare. Q u i c u m D e o Patre.

Accinctus uero ense, ab episcopis armillas et pallium baculumque accipiat, 13 domno metropolitano dicente super eum hanc orationem:

Benedicat tibi D o m i n u s , custodiatque te, et sicut te uoluit super p o p u l u m suum esse regem, ita in presenti seculo felicem et eterne felicitatis tribuat esse consortem. A m e n .

C l e r u m ac p o p u l u m , q u e m sua uoluit opitulatione in tua sanctione congregari, sua dispositione et tua ami /fol. 134v/nistratione, per diuturna têmpora faciat feliciter gubernari. A m e n .

Quatinus diuinis monitis parentes, aduersitatibus omnibus carentes, bonis omnibus exuberantes, tuo império fideli amo re obsequentes et in presenti seculo pacis tranquillitate fruantur et t e c u m e t e r n o r u m ciuium consortio perfrui mereantur. A m e n . Q u o d ipse prestare.

14 Tunc solus episcopus metropolitanus coronam capiti cius] reuerenter2 imponat,

dicens:

12 - P R G LXXII, 19 (255-256)

1 Alia manus add. in margine: Hic declarate (?) et scripte (?) orationes ad benedicendum ensem

2 Expunctum ah alia manu et correctum super lineam\

defendas, sed sine causa

3 duae litterae erasae inter bene et disposita

13 - P R G LXXII, 2 3 (257-258) - P C 115 14 - P R G LXXII, 22 (257) - P C 115v

' Super lineam, alia manus

(18)

190 DIDASKALIA

Accipe c o r o n a m regni, que licet ab indignis episcoporum tamen manibus capiti tuo imponitur, eamque sanctitatis gloriam et h o n o r e m et opus fortitudinis expresse significare intelligas, et per hanc te participem nostri ministerii n o n ignores, ita ut sicut nos in interioribus pastores rectoresque a n i m a r u m intelligimur, tu q u o q u e in exterioribus uerus Dei cultor strenuusque contra omnes aduersitates ecclesie Christi defensor, regnique tibi a D e o dati et per officium nostre benedictionis in uice Apostolorum et o m n i u m sanctorum tuo regimini commissi utilis execu-tor regnaexecu-torque proficuus semper apareas, ut inter gloriosos athletas u i r t u t u m gemmis ornatus et p r e m i o sempiterne felicitatis coronatus, c u m redemptore ac saluatore nostro Iesu Christo, cuius n o m e n uicemque gestare crederis, sine fine glorieris. Q u i uiuit et imperat Deus c u m Patre in uni täte.

15 Ad sceptrum

Accipe uirgam uirtutis atque equitatis /foi. 135 / qua intelligas mulcere pios et terrere réprobos, errantibus uiam pandere, lapsis m a n u m porrigere, disperdasque superbos et releues humiles, ut aperiat tibi hostium Iesus Christus dominus noster, qui de seipso ait: E g o sum ostium, per m e si quis introierit, saluabitur: et ipse qui est clauis Dauid et sceptrum domus Israel, qui aperit et n e m o claudit, claudit et n e m o aperit. Sitque tibi adiutor, qui educit u i n c t u m de d o m o carceris sedentem in tenebris et umbra mortis, et in omnibus e u m sequi merearis1, de q u o Dauid propheta cecinit: Sedes tua D e u s in seculum seculi, uirga equitatis, uirga regni tui. Et imitando ipsum, diligas iustitiam, et odio habeas iniquitatem, quia propterea unxit te Deus, D e u s tuus, ad e x e m p l u m illius, q u e m ante secula unxerat oleo exultationis pre participibus suis, Iesum Christum d o m i n u m nostrum. Q u i uiuit et regnat c u m Patre.

16 Ad anulum dandum

Accipe regie dignitatis anulum, et per h u n c in te katolice fidei cognosce signaculum, quia ut hodie ordinaris caput et princeps regni ac populi, ita perseuerabis auctor ac stabilitor1 christianitatis et fidei Christiane, ut felix in opere, locuplex in fide, c u m rege regum glorieris per eum2 cui est h o n o r et gloria per infinita secula seculorum. A m e n .

17 Regii status designatio

15 - P R G L X X I , 21 (256-257) - P C 116

1 maris prima manu; correctum super lineam

16 - P R G LXXII, 20 (256) - P C 116v

' stabilior prima manu; t super lineam ab alia manu

2 e u u m cod

(19)

Deinde coronatus ab altari ducatur ab episcopis ad / f o l . l 3 5 v / solium dans eis oscula pads, dicente sibi metropolitano:

Sta et retine l o c u m q u e m hucusque paterna successione tenuisti, hereditário iure tibi delegatum per auctoritatem D e i omnipotentis et p r e s e n t e m t r a d i t i o n e m n o s t r a m , scilicet o m n i u m e p i s c o p o r u m c e t e r o r u m q u e D e i s e r u o r u m . Et q u a n t o c l e r u m sacris altaribus propinquiorem perspicis, tanto ei p o t i o r e m in locis congruis h o n o r e m inpendere memineris, quatinus mediator D e i et h o m i n u m , te mediatorem cleri et plebis, in h o c regni solio confirmet, et in r e g n u m e t e r n u m secum faciat regnare Iesus Christus dominus noster, rex r e g u m et dominus dominantium. Q u i c u m D e o Patre.

18 Cunctus autem clems de tali rectore exultans, sonantibus campanis, altte concinat ymnum: T e D e u m laudamus.

Hocque finito, domnus metropolitanus missam cum plena processione celebret.

19 Sequitur ordo missarum, si inferia euenerit, sed melius et honorabilius est in die dominica:

Deus qui miro ordine uniuersa disponis et ineffabiliter gubernas, presta quesumus, ut famulus tuus hec in huius seculi cursu inplenda decernat, u n d e tibi in p e r p e t u u m placere preualeat. Per d o m i n u m . 2 0 Secreta

C o n c e d e , quesumus omnipotens Deus, his salutaribus sacramentis placatus, ut famulus tuus N. ad p e r a g e n d u m regalis dignitatis officium inueniatur semper / f o l . 1 3 6 / idoneus et celesti patrie reddatur semper acceptus. Per Christum.

21 Ad complendum

H e c D o m i n e salutaris sacrificii perceptio famuli tui peccatorum maculas diluat, et ad r e g e n d u m s e c u n d u m t u a m uoluntatem p o p u l u m i d o n e u m ilium reddat, ut hoc salutari mistério contra uisibiles et inuisibiles hostes reddatur inuictus, per q u o d m u n d u s est diuina dispensatione redemptus. Per D o m i n u m .

18 - P R G LXXII, 27 (259) - PC 117 19 - P R G LXXIII, 1 (262) - P C 117 - G 1277 20 - P R G LXXIII, 2 (262) - P C 117v - G 1278 21 - P R G LXXIII, 4 (262) - P C 117v - G 1279

(20)

192 DIDASKALIA

B e n e d i c t i o regine

/ F o l . 136/

2 2 In ecclesie ingressu, dicatur.

O m n i p o t e n s eterne Deus, fons et origo tocius bonitatis, qui feminei sexus fragilitatem n e q u a q u a m reprobando auersaris, sed dignanter c o m p r o b a n d o potius eligis, et qui, infirma m u n d i eligendo, forcia q u e q u e decreuisti confundere, quique etiam glorie uirtutisque tue t r i u m p h u m in manu Iudit femine olim iudaice plebi de hoste seuissimo resignare uoluisti, respice, quesumus, ad preces humilitatis nostre, et super hanc famulam t u a m N. q u a m suplici deuotione in reginam eligimus, b e n e d i c t i o n u m t u a r u m dona multiplica, eamque dextera tue potentie semper et u b i q u e circunda, ut u m b o n e nominis tui undique extrinsecus1 et intrinsecus2 firmiter protecta, uisibilis seu inuisibilis hostis nequitias triumphaliter expugnare ualeat, et una c u m Sara atque Rebecca, Lia et R a c h e l , beatis reuerendisque feminis, fructu uteri sui fecundari seu gratulari mereatur / f o l , 1 3 6 v / ad decorem tocius regni statumque sancte D e i ecclesie r e g e n d u m n e c n o n p r o t e g e n d u m . Per Christum d o m i n u m nostrum, qui ex intemerato beate Marie semper uirginis aluo nasci, uisitare ac renouare dignatus est m u n d u m , qui tecum.

2 3 Ante altare benedictio

Deus qui solus habes inmortalitatem, lucemque habitas inaccessi-bilem, cuius prouidentia in sui dispositione n o n fallitur, qui fecisti que uentura sunt et uocas ea que n o n sunt tanquam ea que sunt, qui superbos equo moderamine de principatu deicis atque humiles in sublime dignanter prouehis, ineffabilem misericordiam tuam supplices exoramus, ut sicut Hester reginam, Israhelis causa salutis, de captiuitatis sue compede solutam, ad regis Assueri thalamum regnique sui consortium transire fecisti, ita hanc famulam tuam N. humilitatis nostre benedictione, Christiane plebis gratia salutis, ad dignam sublimemque regis nostri copulam misericorditer transire concedas et ut in regalis federe coniugii semper manens pudica, proximam uirginitati palmam continere queat, tibique D e o uiuo et uero in omnibus et super omnia iugiter placere desideret, et te inspirante que tibi placita sunt toto corde perfitiat. Per d o m i n u m .

22 - P R G L X X V I I I . l (267) - P C 118

1 extrinsecus] trin super lineam, prima manu

2 et intrinsecus] super lineam

(21)

2 4 Ad unguendum earn oleo sancto

Spiritus Sancti gratiam humilitatis nostre officio in te copiosa descendat, ut sicut manibus nostris indignis mate / f o l . 137/ riali oleo oblita pinguescis exterius, ita eius inuisibili u n g u i n e delibuta, inpinguari merearis interius, eiusque spirituali unctione perfectissime semper inbuta, et illicita declinare tota m e n t e et spernere discas seu ualeas, et utilia tue anime iugiter cogitare, obtare atque operari queas, auxiliante d o m i n o nostro Iesu Christo, qui c u m D e o Pâtre et e o d e m Spiritu Sancto uiuit et régnât Deus, per omnia secula seculorum. A m e n .

2 5 Ad inponendam coronam

Officio dignitatis1 nostre seu congregationis in reginam benedicta, accipe coronam regalis excellentie, que licet ab indignis episcoporum tamen manibus capiti tuo inponitur, u n d e u e l u t2 exterius auro et gemmis redimita enites, ita et interius auro sapientie u i r t u t u m q u e gemmis decorari contendas, quatinus post occasum huius seculi c u m prudentibus uirginibus sponso perhenni d o m i n o nostro Iesu Christo digne et laudabiliter occurrens, regiam celestis aule merearis ingredi ianuam, auxiliante d o m i n o nostro Iesu Christo, qui c u m D e o Patre et Spiritu Sancto uiuit et régnât Deus. Per.

JOAQUIM O . BRAGANÇA

24 - P R G LXXVIII, 3 (268) - P C 119v 25 - P R G LXXVIII, 4 (269) - P C 119v

1 indignitatis prima manu; in erasum 2 uelut] ut super lineam, prima manu

(22)

194

D I D A S K A L I A

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